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RESUMO PSICANALISE NP1

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HISTERIA= não existe causa orgânica, não é grave, vista desde a Grécia
antiga com uma doença da mulher- útero, palavra grega hystera , matriz ,
útero, se concebia ao fenômeno, doença da mulher, corpo da mulher. Na
época do Freud a histeria era uma doença muito malvista e contraditória no
ramo da ciência.Faz parte de um grupo de acepções que estão diretamente
ligadas ao nascimento da Psicanálise, pois a investigação e o tratamento
deste tipo de neurose, a partir de uma compreensão dos fatores psíquicos, foi
o ponto de partida de Freud na construção de um arcabouço teórico que
permitisse escutar as histéricas para além dos sintomas que tanto alarde
causavam. Pela escuta das histéricas, Freud criou a psicanálise e
desenvolveu a teoria que a sustenta, por meio de uma prática clínica que vai
delineando seu método terapêutico. A histérica não tinha uma causa orgânica
para seus sintomas. A Psicanálise nasce a partir da possibilidade de criar um
tratamento para esses casos. Freud criou uma TEORIA E UM MÉTODO.
INFLUÊNCIA DE NANCY E PARIS
Conhece JOSEPH BREUER um médico especialista em doenças nervosas e
usava método catártico.Freud e Breuer escreveram no livro “Estudos sobre a
histeria”, no qual narram o caso clínico de Anna O. JEAN CHARCOT teve
influência notável sobre o jovem Freud; as pesquisas de Charcot sobre as
histerias chamaram a atenção de Freud. Aplicando à histeria o método de
observação e descrição metódica emprestado da neurologia, o objetivo de
Charcot era estabelecer as regras universais do ataque. Charcot tratava a
histeria com a hipnose. Sob esse estado, seus pacientes iriam seguir suas
sugestões e assim, seus sintomas iriam diminuir, para então voltar
posteriormente.
CHARCOT E BERNHEIM
BERNHEIN (Escola de Nancy – culturalista, focada na medicina aos
pobres e excluídos, bem-estar dos pacientes acima de tudo) –
Abordagem terapêutica, preocupado com bem-estar e cura dos pacientes,
evitando práticas que pudessem comprometer sua dignidade e saúde.
CHARCOT (1825-1893) (Salpêtrière – pesquisa teórica – Paris) – Hipnose
como ferramenta experimental para validar suas teorias sobre a natureza
neurótica da doença.
CHARCOT E BERNHEIM eram rivais.
CHARCOT (1870) - Contribuição para o campo da neurologia, distinguiu a
histeria da epilepsia. Abandona a definição antiga de histeria e introduz o
conceito mais moderno da neurose, , reduzindo-a a uma ORIGEM
TRAUMÁTICA COM LIGAÇÃO AO SISTEMA GENITAL. Ele também
demonstrou a existência da histeria masculina traumática, antes discutida em
Viena e Paris e definiu a histeria como uma doença NERVOSA E
FUNCIONAL, DE ORIGEM HEREDITÁRIA E ORGÂNICA, E USOU A
HIPNOSE PARA DISTINGUIR A DOENÇA DA SIMULAÇÃO.
O PARADIGMA DA HISTÉRIA Na Idade Média, a histeria foi associada à
possessão demoníaca. Recebia o nome de “histerá” que significava útero ou
matiz, porque se deduzia ser uma doença que acometia o útero feminino, foi
então deixada essa abordagem médica sobre histeria e a palavra quase
deixou de ser usada. Ainda em paradigma da histeria vemos no
Renascimento, em 1487 a publicação do MALLEUS MALEFICARUM, pelo
catolicismo Romano e a Inquisição por dois séculos. Os médicos defendiam
as “possuídas” considerando-as “doentes mentais” Foi FRANZ ANTON
MESMER que promoveu a transição de uma concepção demoníaca para uma
concepção científica. Através da teoria do magnetismo animal, Mesmer
afirmou que as doenças nervosas surgiam de um desequilíbrio no fluxo de um
“fluido universal”.
MÉTODO CATÁRTICO = catharsis = purgação (1-momento do
acontecimento – 2 -momento em que se compreende a ação traumática)
O método catártico consistia em induzir o paciente na hipnose, a fim de que,
este, sob o estado alterado da consciência, pudesse exprimir seus afetos
reprimidos.A cura era obtida pela libertação do afeto desviado, e a sua
descarga por vias normais (ab-reação).Ganha destaque quando Sigmund
Freud se junta ao médico Josef Breuer para analisar o caso da paciente Anna
O. Entretanto, tornou-se logo enfadonho o hipnotismo, como recurso incerto e
algo místico. Abandonando o método catártico, Freud adota o método da
associação livre.
O tratamento de Anna O. - inconsciente e ao proporcioná-la o resgate à
realidade, dando voz aos pensamentos, os sintomas cessaram.
Os sintomas de Anna tinham a ver com sentimentos traumáticos
reprimidos. Seu caso de hidrofobia, que estava relacionado com o fato de ter
visto sua dama de BREUS E FREUD: Sem externalização normal das
emoções entaladas, pela hipnose os pacientes recordava afetos patogênicos,
esquecidos, que eram incompatíveis com princípios e ideais conscientes,
causando a CONVERSÃO HISTÉRICA
REMINISCÊNCIA OU RESÍDUOS: é o mesmo que reminiscentia - lembrança
vaga ou quase acabada, ou retorno de uma ideia à mente (impulso ou
pensamento), os sintomas seriam a expressão simbólica das reminiscências.
AB-REAÇÃO: Processo para definir descarga emocional que libera o afeto
ligado a lembrança de um trauma, anulando seus efeitos patogênicos.
Necessita ocorrer na mesma intensidade que o estímulo traumático para
adquirir efeito catártico. Pode ocorrer se provocado na psicoterapia, sob efeito
da hipnose, por exemplo.
CONVERSÃO: Consiste numa transposição de um conflito psíquico e numa
tentativa de resolvê-lo em termos de sintomas somáticos, motores ou
sensitivos.
A conversão transforma as ideias aflitivas em sintomas somáticos que
caracterizavam a histeria.
DEFESA: Mecanismo psíquico do EU que censura a ideia aflitiva e
vergonhosa da consciência. É o sinal externo da ação de defesa
1897 – Trauma e Sedução - Teoria de que trauma sexual seria origem das
neuroses. Morte do pai de Freud. Tempo difícil, crise. Ele levanta a hipótese
(que não se confirmou) de que fora abusado na infância. Freud renuncia a
Teoria da Sedução por não encontrar provas concretas. Assim renuncia a
Teoria, Freud sonha com sua mãe e a palavra “VOGEL”.
TRANSFERÊNCIA: Criado por Freud e Ferenczi. A especificidade dessa
resistência deve-se ao movimento psíquico do paciente de transferir para a
figura do analista afetos inconscientes e originalmente vinculados à figura de
outra pessoa importante de seu passado. Freud denominou essa
transferência de "falsa ligação"
O conceito psicanalítico de transferência surgiu no tratamento de pacientes
histéricas e foi apresentado pela primeira vez por Freud (1895/2006a) no
capítulo 4 do texto "Estudos sobre a histeria". (originou-se no caso Anna O.
nos sentimentos amorosos da Anna o pelo Breuer, que diz que ficou grávida
dele).
Para ilustrar o conceito de transferência, utilizamos também o caso Dora
como base de estudo. Tal paciente transferiu para Freud os sentimentos
negativos que nutria pelo seu pai. Dora não confiava em Freud assim como
não confiava em seu pai, e se vingou dele o abandonando após três meses
de terapia. Assim, fala-se em
TRANSFERÊNCIA POSITIVA quando estão presentes em maior intensidade
os afetos amistosos e afetuosos, e em
TRANSFERÊNCIA NEGATIVA quando o que impera é a agressividade e a
hostilidade do paciente em relação ao analista.
CONTRATRANSFERÊNCIA: A contratransferência é definida como um
fenômeno relacional da clínica analítica, pois surge "como resultado da
influência do paciente” e, portanto, está intimamente vinculada à
transferência, aspecto central do método analítico.
Sua definição, nesse momento inicial, engloba as reações emocionais
inconscientes do analista frente às investidas afetivas do paciente.
Entretanto, tais reações emocionais são consideradas por Freud como
obstáculos ao tratamento analítico e como tal devem ser reconhecidas, ou
seja, diferenciadas das emoções do paciente e por fim dominadas.
FANTASIA: Correlato da elaboração da realidade psíquica, designa a vida
imaginária do sujeito e a maneira como ele representa para si mesmo sua
história ou a história de suas origens: Fala-se então de fantasia originária.
TEORIA DA REPRESSÃO
MÉTODO DE PRESSÃO: Quando o paciente dizia que “não sabia” ou que “
não conseguia lembrar” , Freud colocava a mão em sua testa e lhe dizia que
sabiam ( SUGESTÃO), até queaquele conteúdo aparecesse. Freud
abandonou a “pressão” por ser um procedimento laborioso e não definiu uma
técnica.
RESISTÊNCIA: Termo empregado em psicanálise para designar o conjunto
de reações de um analisando cujas manifestações, no contexto do tratamento
criam obstáculos ao desenrolar da análise;
FREUD tentou transpor esse obstáculo por entender ser um entrave ao
trabalho analítico, depois passou a considerá-la como um dado clínico,
sintoma do que estaria recalcado, assim ela passou a participar do processo
de recalque e depender da interpretação quanto a transferência.
REPRESSÃO: Termo empregado em PSICOLOGIA para designar a inibição
voluntária de conduta consciente. NA PSICANÁLISE a repressão é uma
operação psíquica que tende a suprimir conscientemente uma ideia ou um
afeto cujo conteúdo é desagradável. No Brasil também se usa “supressão”.
OBS* O conflito se instala entre o EU e o desejo. A aceitação desse desejo
pela consciência provoca um intenso desprazer, sendo removido pela
repressão. Assim a repressão é essencial para a proteção da personalidade
psíquica.
RECALQUE: Para Freud, o recalque designa o processo que visa a manter
no inconsciente todas as ideias e representações ligadas às pulsões, e cuja,
realização produtora de prazer, afetaria o equilíbrio do funcionamento
psicológico do indivíduo transformando-o em fonte de desprazer. Para Freud
considera que o recalque é constitutivo do núcleo original do inconsciente.
OBS* repressão e recalque são dois conceitos que não devem ser
confundidos. ENQUANTO REPRESSÃO ATUA EM NÍVEIS DE
PRÉ-CONSCIÊNCIA, O RECALQUE IRÁ OPERAR EM NÍVEL
INCONSCIENTE
ELISABETH VON R.
SINTOMA: Tentativa de restaurar uma suposta harmonia que teria sido
perturbada por um conflito psicológico. Embora possa resolver o conflito
substituindo, também gera uma satisfação perturbadora. Podemos falar que é
o resultado de uma solução de compromisso entre o desejo reprimido e forças
repressoras. Possui um ganho primário e um ganho secundário.
LIVRE ASSOCIAÇÃO
LIVRE ASSOCIAÇÃO: Regra constitutiva da situação psicanalítica,
segundo a qual o paciente deve esforçar-se para dizer tudo que lhe vem
à cabeça, principalmente aquilo que sentir-se tentando omitir, seja por
que razão for.
1894- Freud encorajava seus pacientes a expressarem todos os
pensamentos, mesmo os considerados vergonhosos ou dolorosos.
Começou a usar esse método e passou a ouvir os sonhos de seus
pacientes.
1896- Abandonou definitivamente a hipnose.
INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS
INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS: Após abandonar a teoria da sedução,
Freud focou seus esforços em analisar seus sonhos. Freud defende que os
sonhos são uma atividade psíquica estruturada e organizada. O que o levou
a descobrir os sonhos foi o método psicanalítico da Associação Livre. O
LIVRO “ A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS” É OBRA FUNDADORA DA
PSICANALISE
1895 - Freud faz a análise completa de seu sonho, chamado a “Injeção de
Irma”
CONTEÚDO MANIFESTO: É aquele que conseguimos lembrar quando
acordamos e como contamos.
CONTEÚDO LATENTE: É aquele que aparece apenas na associação livre,
cujo sentido é inconsciente
O trabalho do sonho é formado por um conjunto de operações psíquicas que
transformam o conteúdo latente em manifesto, deformando o seu sentido.
O trabalho da análise é o processo inverso, acessando o conteúdo latente.
HIPÓTESE FREUDIANA; O sonho é a realização ( deformada) de um desejo
inconsciente reprimido;
Mecanismos que deformam os sonhos?
R: Condensação, deslocamento, figuração, elaboração secundária e
dramatização.
CONDENSAÇÃO: Consiste em reunir em um único elemento em vários
elementos – imagens, pensamentos – pertencentes a diferentes cadeias de
associação; Mecanismo que torna difícil o relato manifesto do sonho;
DESLOCAMENTO: Mecanismo do trabalho do sonho que substitui os
pensamentos mais significativos de um sonho por um pensamento acessório,
de modo que o conteúdo principal passa a ser deformado e dissimula a
realização do desejo.. Os mecanismos de condensação e deslocamento
agem mutuamente, formando um compromisso.
FIGURAÇÃO: A figuração é uma operação pela qual o trabalho do sonho
transforma os pensamentos do sonho em imagens, inclusive utiliza restos
diurnos que correspondem ao desejo inconsciente reprimido.
ELABORAÇÃO SECUNDÁRIA: Se manifesta quando tentamos apresentar o
sonho de modo coerente, sendo presente no estado de vigília. Quando
tentamos lembrar de um sonho, forjamos para que o sonho fique
coerente, possibilitando a descoberta da marca do desejo inconsciente.
DRAMATIZAÇÃO: consiste na teatralidade na qual o sonho aparece, como
se o conteúdo pudesse ser dirigido por um roteiro.
CENSURA: A censura é a principal agenda da deformação dos sonhos,
localizada na fronteira entre o consciente e inconsciente, que deixa passar
unicamente o que lhe é agradável e retém o resto; censura evita conteúdo
reprimido. Quando dormimos, a censura passa por um relaxamento, de modo
que o conteúdo reprimido pode se manifestar na consciência como sonho. A
censura nunca é desligada totalmente, o reprimido deverá sofrer
deformações para não se chocar com a censura, o que forma um
compromisso.
Uma das funções do sonho é ser o guardião do sono.
A censura não se limita aos sonhos, estando em atividade na formação
de outras manifestações do inconsciente.
SÍMBOLOS: desempenham um papel fundamental na formação do sonho,
pois o símbolo permite driblar ou enganar a censura, podendo representar o
desejo sexual de um modo inteligível.
Há dois tipos de símbolos:
UNIVERSAIS: mais gerais do cotidiano de um determinado tempo.
INDIVIDUAL: possui uma relação com a história do sonhante.
INJEÇÃO DE IRMA
CONDENSAÇÃO de outras mulheres: Emma Eckstein, Anna Lichtheim além
da própria Irma
A interpretação: CONDENSAÇÃO de 03 mulheres, Revelou preferência
sexual pela amiga de Irma, ataques agressivos ao pai, que Freud
DESLOCOU para os homens representados. A injeção dada é
TRIMETILAMINA, que Freud viu escrito em negrito é uma substância ativada
durante o sexo, revelando o conteúdo sexual e endereçamento sexual,
rivalidade edipiana com o pai.
ATOS FALHOS
ATOS FALHOS: É uma manifestação não-intencional que se percebe na
vida de qualquer indivíduo normal, e não apenas no caso da neurose. O
ato falho é um compromisso entre uma intenção consciente e um desejo
inconsciente ligado a ele. O ato falho se assemelha a uma dupla face,
expressão de modo manifesto um desejo, que estava reprimido, que
pode ser revelado pela associação livre. Os mecanismos envolvidos são
os mesmos dos sonhos. O psiquismo é formado por cadeias de
pensamentos e associações que não nos damos conta. Esse conteúdo
geralmente é reprimido pode emergir como ATO FALHO, aparece em
momentos que estamos nos traindo.
PRIMEIRA TÓPICA
CONSCIENTE: Termo usado por Freud para descrever tanto um estado
psíquico quanto a localização de certos processos no funcionamento do
aparelho psíquico. Na perspectiva tópica, o sistema percepção-consciência
situa-se na periferia do aparelho psíquico, recebendo informações do
mundo exterior e do interior.
PRÉ-CONSCIENTE: Refere-se a conteúdo dessa instância que, embora não
presentes na consciência, permanecem acessíveis a ela. É concebido como
articulado com o consciente, atuando como um filtro do que pode ou não
passar para a consciência. É uma parte do inconsciente que pode
tornar-se consciente com relativa facilidade, pois seus conteúdos são
acessíveis e podem ser evocados. Os sonhos se formam na medida em
que os desejos inconscientes se ligam aos pensamentos pré-conscientes
durante o sono, provocando uma regressão do sistema perceptivo para o
sistema sensorial, formando as imagens do sonho.
INCONSCIENTE: Representa uma região da mente desconhecida pela
consciência, uma espécie de “outra cena” é concebido como um sistema
composto por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias, o
pré-consciente e o consciente (Pcs-Cs). Este espaço abriga elementos
instintivos não acessíveis à consciência, além de material que foi excluído
desta por processos psíquicosde CENSURA E REPRESSÃO
O PAPEL DA SEXUALIDADE NA VIDA PULSIONAL
SEGUNDA TÓPICA;
( ID, EGO, SUPEREGO)
ID – NEUTRO Da terceira pessoa do singular. Natureza pulsional e e
ordem inconsciente
EGO – Ser humano consciente de si e do objeto do pensamento
SUPEREGO – Função de Juiz e sensor em relação ao ego.
TRÊS ENSAIOS
Ele dividia o trauma em 02 MOMENTOS:
1 - Onde a criança era seduzida sem perceber o caráter sexual do evento.
2 - Na puberdade, quando uma memória associativa tornava a lembrança
patogênica.
A superação dessa teoria implicou na descoberta do papel da fantasia e da
sexualidade infantil, concentradas na descoberta do COMPLEXO DE ÉDIPO.
AS LEMBRANÇAS (REMINISCÊNCIAS) não eram mentira, mas revelavam”
(,,,) a sedução não era real, não era possível negar a realidade das narrativas
de sedução feitas pelos paciente, consideradas então fantasias, cuja
elaboração foi decorrente de impulsos edipianos anormalmente intensos.”
Freud então estudou sobre a sexualidade infantil.
O Texto 03 ensaios remonta uma arqueologia da sexualidade que ira
colaborar para a formação do COMPLEXO DE ÉDIPO, que estava em curso
desde 1897.
PRIMEIRO ENSAIO: PERVERSÃO SEXUAL
Essas ideias estabelecidas tinham como base a noção de que a
sexualidade é um instinto, com finalidade reprodutiva.
PULSÃO SEXUAL: Conceito da delimitação entre o anímico e o físico. O
que distingue as pulsões entre si é sua relação com suas fontes
somáticas e seus alvos; A fonte da pulsão é um processo expiatório
num órgão, que consiste na supressão do estímulo orgânico. Nunca
parece como tal, nem a nível CONSCIENTE E NEM INCONSCIENTE, mas
pela REPRESENTAÇÃO IDEATIVA E PELO AFETO.
LIBIDO: Energia fundamental da pulsão sexual. A libido é
intrinsecamente sexual e não pode ser reduzida a outras formas não
especificadas de energia mental. Podemos dizer que a pulsão funciona
como um motor, enquanto a libido é o calor produzido pela combustão.
Natureza ativa, mesmo ligada a um objetivo passivo.
A pulsão sexual SE ORIGINA APOIADA EM UM ATIVIDADE BIOLÓGICA.
Exemplo: O desmame, o bebe eleva o dedo ou a chupeta à boca e
continua a fazer sucção, isto significa que ele não esta buscando mais
seu alimento, mas sim o prazer por estimular uma zona erógena (pulsão
sexual).
OBJETO: Definido com a pessoa de que se dá a origem da atração.
OBJETIVO: Ato que foi realizado pela condução da pulsão.
PERVERSÃO é toda conduta sexual que não conduza a reprodução. Para
a psicanálise o fundamental é o prazer e não a reprodução. Perverso
seria portanto condutas com referencial o instinto deixando de
sê-lo ao ter como referencial a pulsão.
INVERTIDOS: Desvio em relação ao objeto, ou seja, aqueles que se ligam
aos objetos que pervertem ou subvertem os objetos estipulados pelo instinto e
pela heteronormatividade.
A Noção mais ampla d sexualidade em Psicanálise mostra que a sexualidade
não se constitui de uma função biológica, mas de uma experiência com o
prazer, por isso Freud nunca tomou a homossexualidade como uma doença,
mas sim como uma possiblidade do desenvolvimento sexual.
SEGUNDO ENSAIO: SEXUALIDADE INFANTIL
Freud remonta que o tema foi evitado socialmente e negado, mantendoa
interditada é proibida, fazendo que o sujeito perca o contato com ela. Texto
apresenta noção de autoerotismo: Fase anterior ao narcisismo, pulsão sexual
ligada a um órgão ou à excitação de uma zona erógena, satisfação sem
recorrer a um objeto externo.
AUTOEROTISMO: Pulsão sexual emerge em conjunto com a pulsão de
autoconservação que fornece apoio para a pulsão sexual surgir.
ZONAS ERÓGENAS: São investidas pelo fragmento da pulsão (pulsões
parciais). A Zona erógena seriam regiões inervadas e de mucosas que trariam
prazer
ESTÁGIO ORAL: Ocorre no primeiro ano de vida, caracterizado pela
predominância da boca como fonte de estimulação erótica, através de ações
como morder, sugar, mastigar, entre outras. A maneira como a criança lida
com as experiências de alimentação durante esse período é considerada
crucial para seu desenvolvimento posterior. Freud atribui importância
significativa ao processo de desmame, seja por meio da amamentação ou do
uso da mamadeira. A fixação nesse estágio estabelece bases para
comportamentos obsessivos relacionados à alimentação ou ao fumo ao
longo da vida, entre outras possíveis manifestações. Durante o estágio
oral, a criança direciona sua libido principalmente para a boca. Mesmo com
sua necessidade de alimentação atendida, busca objetos para sugar devido a
pulsão.
A meta sexual nesse estágio consiste na incorporação do objeto, que
posteriormente desempenha um papel importante no psiquismo sob a
forma de identificação
Nesta fase se dá FORMAÇÃO DO EGO , a princípio o bebê não percebe
nem sente-se como separado do exterior, a não satisfação imediata da
necessidade, conjugada à espera pelo alimento, a faz sentir-se como
separado do ambiente e, neste espaço se dá o início da formação do ego,
que ocorrerá durante o primeiro ano de vida
FASE ANAL: Durante o segundo ano de vida, as crianças obtêm prazer
erótico com o movimento do intestino, seja através da expulsão ou da
retenção das fezes. O evento crucial desse período é o treinamento de usar o
banheiro, que representa o primeiro esforço sistemático da sociedade em
regular as necessidades biológicas da criança. Um treinamento altamente
punitivo pode, por exemplo, ocasionar um sentimento latente de hostilidade
com relação ao treinador. Com o desenvolvimento muscular da criança, ela
passa a ter mais autonomia e maior capacidade de exercer sua vontade. O
controle dos esfíncteres (anal/defecação e uretral/controle urinário) vai
possibilitar uma relação ampla de controle de si e das relações entre retenção
e expulsão. Esse controle também é atravessado pelos hábitos de higiene e
normas sociais. O ânus é então o órgão predominantemente associado ao
prazer, as relações de dominação, controle, retenção ou doação se
desenvolvem fortemente nesta fase. Nessa fase ocorre a divisão de opostos
que atravessam a vida social, mas ainda não podemos chamá-la de
masculino e feminino e sim ativo e passivo. O aprendizado da higiene e a
consequente necessidade de controle esfincteriano são possíveis, pois O
EGO está caminhando à sua formação, permitindo à criança ser capaz
de adiar a satisfação das pulsões.
ESTÁGIO FÁLICO: Entre 3 e 5 anos, os genitais se tornam foco de energia
erótica da criança, principalmente pela auto estimulação. Durante este estágio
decisivo, emerge o complexo de Édipo, ou seja, os meninos desenvolvem
uma preferência com inclinações em relação à mãe. Sentem também
hostilidade com relação ao pai, a quem veem como competidor pela afeição
da mãe. Da mesma forma que a menina desenvolve uma ligação especial
com o pai. Nessa fase a criança já está relativamente desenvolvida e as
pulsões que estavam organizadas primariamente nas funções digestivas
(boca e ânus) vão se concentrar na zona genital, sendo somente o pênis
percebido como órgão genital, nessa fase a oposição dos sexos é equivalente
à oposição fálico castrado ou atrofiado. A fase fálica corresponde ao momento
culminante e ao declínio do complexo de Édipo; o complexo de castração é
aqui predominante, fase marcada pela relação de ciúmes entre os pais. O
FALO é de caráter simbólico que expressa um significante: a falta.
ESTÁGIO DE LATÊNCIA: Dos 5 anos, aproximadamente, até a puberdade, a
sexualidade da criança é recalcada, torna-se latente. Eventos importantes
durante este estágio concentram-se na expansão de contatos sociais além da
família imediata. Devido às regras sociais internalizadas na fase anterior é um
período calmo no desenvolvimento sexual, as relações com os objetos
tornam-se não sexualizadas. Essa energia sexual passa a se expressar
através das relações de objetos e dos sentimentos de ternura, na construção
de laços de amizade, sentimentos de pudor/ repugnância e de aspirações
morais.
ESTÁGIO GENITAL: Com o advento da puberdade, a satisfação sexual passa
a ser através da sexualidade dirigida a um parceiro. Temos então uma
organização da sexualidadeque deverá abarcar tanto os desejos narcísicos
(de si) do sujeito quanto as imposições colocadas pela castração (frustração).
O sujeito deve conseguir amar, de estabelecer relações sociais e sexuais
satisfatórias com outras pessoas, como também trabalhar, ou seja, usar
energia para transformar o meio e para obter satisfação de suas
necessidades. Nessa fase a energia sexual é normalmente canalizada para
os objetos, e não a si mesmo, como no estágio anterior. Em grande parte, a
personalidade do indivíduo se forma nas fases do desenvolvimento
psicossexual. É nesse período em que se constroem as formas de como o
ego vai lidar com os impulsos libidinais, como o sujeito busca solucionar as
demandas provocadas pelos impulsos e as formas de se defender das
pressões exercidas pelo mundo externo. O desenvolvimento dos laços
afetivos e perspectivas morais, bem como o aprendizado realizado no período
de latência. Haverá sempre, então, algum grau de conflito presente no
indivíduo na fase genital. Portanto, um sujeito, além de estabelecer a
capacidade de amar outro, desenvolve a capacidade de trabalhar o que
implica no desenvolvimento formal e mais elaborado da personalidade.
TERCEIRO ENSAIO: TRANSFORMAÇÕES DA PUBERDADE
Freud analisa a sexualidade genital. Com o início da puberdade, a
sexualidade assume forma adulta. Antes as pulsões auto eróticas encontram
finalmente um objeto sexual devido à combinação das pulsões parciais sob a
influência predominante da zona genital. Um novo objetivo sexual emerge: a
descarga dos produtos sexuais, com a pulsão sexual subordinada à função
reprodutora. Não a busca do prazer tenha perdido importância, mas objetivos
se unem, conferindo à sexualidade um valor altruístico. Freud descreve esse
novo estado como “pulsão sexual agora subordinada à função reprodutora,
tornou-se , por assim dizer, altruística”.
CONTRADIÇÃO: Ao subordinar a pulsão sexual a função reprodutora,
evidencia-se uma concepção teleológica, isso reduz a concepção psicanalítica
da pulsão a uma perspectiva puramente biológica. O objetivo de uma pulsão
é sempre a satisfação, não uma finalidade transcendente. Assim, o
prazer não está subordinado à reprodução, e a satisfação sexual não
pode ser explicada apenas com base nela. O marco da puberdade é o
amadurecimento dos órgãos genitais aqui vemos um esforço de Freude em
conciliar a Psicanálise com a Biologia. para juntar psicanálise.
O genital é estimulado por três fontes: o mundo externo, o interior do
organismo e a própria vida mental.
Tais fontes geram excitação sexual, manifestadas pelas indicações mentais,
como um estado de tensão, e indicações corporais como alterações nos
órgãos genitais.
PRÉ-PRAZER: Caracterizado pela excitação das zonas erógenas.
PRAZER FINAL (ORGASMO) :Resultado da descarga das substâncias
sexuais. Existe um momento em que tensão e prazer se dão conjuntamente,
mas que se não foram acompanhados de uma descarga motora, resultam em
desprazer.
DESEJO: Não é a mesma coisa que necessidade porque não está ligado com
o objeto real, mas a um fantasma. Enquanto a necessidade implica satisfação,
o desejo nunca é plenamente satisfeito, mesmo que se realize em objetos. O
desejo envolve uma distorção de ordem natural, o que o torna
incompreensível por meio de uma analise somente biológica. O DESEJO
IMPLICA INACESSIBILIDADE DO OBJETO, E É ISSO QUE O TORNA
PERSISTENTE mesmo quando o desejo se realiza nos objetos, estes sempre
indicam uma falta.
NARCISISMO
1910 -Escolha de objeto feita pelos homossexuais, que escolhem um parceiro
à sua imagem, assim aparece o termo Narcisismo.
Depois Freud o descreve como uma fase intermediária da sexualidade
infantil, entre o auto erotismo e a masturbação, passando pelo amor ao objeto
( si mesmo), investigando a libido, Freud irá dizer que o narcisismo possui
fases:
NARCISISMO PRIMÁRIO, quando a criança toma a si mesma como objeto
de prazer.
NARCISISMO SECUNDÁRIO quando a criança conquista a capacidade de
amar por si mesma pessoas que são diferentes.
O narcisismo primário refere-se à concentração da libido dentro do Eu,
enquanto o narcisismo secundário ocorre quando essa libido é redirecionada
para o Eu já formado. Esse conceito reformula a ideia de objeto na
psicanálise, pois na fase narcísica o próprio eu é considerado o objeto,
enquanto na fase subsequente o objeto será externo, escolhido após a
dissolução do Complexo de Édipo.
O narcisismo primário é a fase inicial do desenvolvimento psicossexual,
que ocorre nos primeiros meses de vida de um bebê. Durante essa fase, o
bebê é completamente dependente dos cuidados dos seus pais ou cuidadores
e desenvolve um forte vínculo afetivo com a mãe, que Freud chamou de
"objeto de amor primário". Nessa fase, o bebê também experimenta um
sentimento de onipotência, que é a sensação de que ele é o centro do
universo e que tudo o que ele deseja deve ser imediatamente satisfeito.
O narcisismo secundário é uma forma mais madura de narcisismo, que se
desenvolve após a fase do narcisismo primário. Nessa fase, o indivíduo tem
uma visão mais realista de si mesmo e do mundo ao seu redor, e começa a
desenvolver uma identidade própria, separada da mãe ou cuidador.
O narcisismo secundário também envolve a capacidade de amar os
outros e estabelecer relacionamentos interpessoais saudáveis.
O narcisismo secundário está intimamente ligado ao Complexo de
Édipo, pois é a fase posterior ao Complexo em que a criança começa a
desenvolver uma identidade separada da mãe e do pai. À medida que a
criança se identifica com o pai, ela desenvolve uma compreensão mais
realista de si mesma e do mundo ao seu redor. Isso leva a um narcisismo
mais saudável, em que o indivíduo tem uma autoestima saudável e é capaz
de estabelecer relacionamentos interpessoais satisfatórios.
OBJETO DE APOIO: é a escolha feita pelo amor de objeto reconhecido
diferente de si.
OBJETO NARCÍSICA: é uma escolha guiada pelo amor a si mesmo.
O QUE ACONTECE COM O NARCISISMO DA CRIANÇA QUANDO SE
TORNA ADULTA E SE DEPARA , ENTÃO COM A REALIDADE DA VIDA?
R: Não abandone seu desejo de se tornar perfeito.
Assim, na vida adulta, o narcisismo infantil é substituído por uma
instância psíquica: O ideal do EU. Ao possuir o ideal do EU, o EU
aumenta as suas exigências, papel desempenhado pela consciência
moral.
A manutenção do narcisismo é impossibilitada pela castração levando o
indivíduo a criar um ideal não castrado dentro de si como solução. Esse ideal
é fundamental para o RECALQUE, E O COMPLEXO DE ÉDIPO e a
castração simbólica são fundamentais para romper o narcisismo original.
A esse ideal do Eu dirige-se o amor a si mesmo, que o EU real desfrutou na
infância. S e não pode mante-la procura adquiri-la na forma nova do IDEAL
DO EU;
É a representação inconsciente pela qual se exprime o desejo sexual ou
amoroso da criança pelo genitor do sexo oposto e sua hostilidade para com o
genitor do mesmo sexo. Essa representação pode inverter-se e exprimir o
amor pelo genitor do mesmo sexo e o ódio pelo do sexo oposto. Chama-se
Édipo à primeira representação, Édipo invertido à segunda, e Édipo
completo à mescla das duas.
O complexo de Édipo aparece entre os 3 e os 5 anos. Seu declínio marca a
entrada num período chamado de latência, e sua resolução após a puberdade
concretiza-se num novo tipo de escolha de objeto.
A criança precisa aprender a restringir o impulso de um desejo sexual
intenso e descontrolado, adaptando-o às limitações do seu corpo em
desenvolvimento, à sua consciência, ao medo que experimenta e, pelas
normas implícitas que proíbem a sexualidade com os pais. A é o
momento inicial na vida em que o desejo é confrontado com a necessidade de
moderação e adaptação às regras sociais. Assim, o Édipo é caracterizado
como uma transição dolorosa e iniciática do desejo selvagem para uma forma
socializada, acompanhada pela compreensão igualmente angustiante de que
os desejos nunca poderão ser plenamente satisfeitos.
A elaboração do Complexo de Édipo definirá a identidade sexual do
sujeito, sua aptidão em lidar com os seus conflitos afetivos e
determinaráos traços da sua personalidade;
.
2017 - NASIO propõe que o Édipo se inicia com a sexualização dos pais e
termina com a dessexualização dos pais.
O desejo é um desejo incestuoso e durante esse momento decorrem três
fantasias principais: fantasia de onipotência fálica, fantasia de prazer e
fantasia de angústia (menino) e sofrimento (menina). O último operador
do Édipo é a identificação;
Édipo no menino de 3 até 5 anos, o pênis se torna a principal zona erógena
do corpo, sendo carregada de muitas sensações de prazer. O pênis será o
principal objeto narcísico do merino, o seu bem mais preciso que o atrai
constantemente para auto estimulação., símbolo de força e virilidade, poder
absoluto, mas que também é exposto, frágil e sensível para a dor. Assim ele
também simbolizará fraqueza e fragilidade. Quando o pênis atinge esse nível
simbólico, o chamamos de Falo.
FALO – Não é o pênis enquanto órgão, mas é um pênis fantasiado,
símbolo de onipotência e fragilidade.
Nessa fase, todas as crianças, meninos e meninas, acreditam que todos
possuem um Falo, que todos são onipotentes como elas. O amor pelo Falo é
acompanhado com o medo de perde-lo. O menino então deseja o corpo dos
pais, desejo sexual será investido pelo Falo.
O desejo incestuoso pelos pais é um desejo que não é realizável.
O QUE É UM DESEJO INCESTUSO?
R: Um desejo virtual, desejo nunca saciado, objeto é um dos pais e cujo
objetivo seria alcançar não o prazer físico, mas o gozo
QUE GOZO?
R: O gozo prodigioso que proporciona uma relação sexual plena em que
os dois parceiros, criança e adulto genitor, diluíram em uma total e
extática fusão.
Fantasia onipotente em que para mãe, seu menino seria tudo para ela, e
para o menino, a mãe seria tudo!
Desejo satisfeito de modo imaginário por três fantasias de prazer:
fantasia de possessão (ativo), fantasia de ser possuído (passivo) e a
fantasia de suprimir (rivalizar).
ANGÚSTIA DE CASTRAÇÃO: Profunda angústia do menino com medo de
ser punido por buscar tal prazer e a principal punição seria perder seu Falo.
Não é conscientemente percebida, mas se dá através da ameaça de ser
punido pelo pai.
Desencadeia outras angústias infantis, sendo angústia o avesso do prazer. É
a partir da angústia de castração que o Édipo findará. Dividido entre o prazer
e a angústia, o menino será tomado pelo medo da castração e irá abrir mão
da mãe como objeto de satisfação para poupar o seu Falo.
O menino sairá do Édipo podendo incorporar e assimilar aspectos dos pais,
que irão basear suas futuras escolhas de objeto, sendo este o conceito de
identificação. Portanto, ao mesmo tempo que o Édipo finda com a proibição,
ela também autoriza a criança a ir em busca de outros objetos de desejo.
SUPEREU: Herdeiro do Complexo de Edipo, produto da internalização da
proibição do desejo incestuoso, que irá fazer com que a criança assimile leis e
normas sociais.Precede da instalação do Nome-do-Pai. Nome-do-Pai:
significante que irá sustentar as demais proibições. A proibição ao desejo pela
mãe ganha valor simbólico. Pai é visto como pai castrador. O menino forja
uma identidade sexual masculina enquanto se descobre que masculinidade e
feminilidade são comportamentos independentes da realidade física e
anatômica. A pessoa aprenderá que, devido à constituição bissexual, todos
têm características tanto masculinas quanto femininas.
FUNÇÃO PATERNA: Faz a interdição entre o desejo de mãe de absorver o
filho e do filho de voltar para dentro de sua mãe. Não é exercida
exclusivamente pelo pai de uma família ou que essa interdição dependa
necessariamente das suas características. Pode ser exercida por um irmão
mais velho, pelo emprego de uma mãe solo etc.
A autoridade parental ou paterna introduzida no Eu forma aí o núcleo do
Super Eu, que toma emprestado do pai sua severidade, perpetua a sua
proibição do incesto e assim assegura o EU contra o retorno dos
investimentos libidinais do objeto. o núcleo do Super Eu, que toma
emprestado do pai sua severidade, perpetua a sua proibição do incesto e
assim assegura o Eu contra o retorno dos investimentos libidinais do objeto.
Os investimentos de objeto são abandonados e substituídos por identificação;
ÉDIPO NA MENINA –
O Édipo se divide em quatro tempos: tempo pré-edipiano, tempo de
solidão, tempo do Édipo e Resolução do Édipo.
No começo, o desejo incestuoso da menina é de possuir a mãe e,
posteriormente, possuir o pai. Durante o pré-Édipo, a menina irá sexualizar o
corpo da mãe e só entrará no Édipo, quando abandoná-la ao sexualizar o pai.
Durante esse período a menina detém o seu Falo e está numa posição ativa
em relação à mãe. Ela não faz questão de esconder sua onipotência fálica.
Acontecerá um acontecimento crucial que apagará o orgulho da menina. Da
mesma forma que o menino descobre, visualmente e angustiado, a ausência
de pênis no corpo feminino, a menina percebe a diferença de aspecto entre
seu sexo e do menino, percebe que é diferente. Ao se deparar com o pênis, a
menina questiona seu FALO, que está calcado no clitóris. Ela se sente privada
do Falo, se sente enganada e privada. Isso recai sobre a mãe, que a menina
julgava atraente e onipotente. Ela também não tem um Falo e nunca poderá
dar à filha o Falo. Esse é o período marcado pela solidão.
Para o menino, o objeto narcísico central é seu pênis, o “pênis-Falo”, e
protegê-lo significa renunciar aos pais. Para as meninas, seu amor-próprio e
imagem de si mesma são o objeto narcísico principal. Quando o amor-próprio
é ferido, a frustração é
PERGUNTA DA PROVA:
Como se dá o Édipo quando a mãe vive sozinha com o filho?
R: Sob a condição de que a mãe seja desejante. Pouco importa que a
mãe viva sozinha, o que conta é que seja apegada a alguém, que deseje
alguém; e, no caso de não ter nenhum parceiro amoroso, o que conta é
que seja interessada por outra coisa que não o filho, que o amor pelo
filho não seja o único amor de sua vida. Em suma, há Édipo a partir do
momento em que a mãe deseja um terceiro entre ela e o filho. Eis o pai!
O pai é o terceiro que a mãe deseja.
A propósito do menino, poderia voltar à expressão “Édipo invertido”?
O Édipo invertido é a atração sexual de uma criança pelo pai do mesmo
sexo. Em relação ao Édipo masculino, colocamos geralmente a ênfase
no apego erótico do menino com a mãe e na rivalidade odiosa a respeito
do pai. Ora, muitas vezes acontece de o Édipo masculino girar não em
torno da relação desejante do filho com sua mãe, mas da relação
desejante do filho com seu pai, considerado um parceiro sexual. Sim, o
pai pode ser, na cabeça do filho, um parceiro sexual! E é isso que
denominamos um “Édipo invertido”. Em que consiste ele? [...] Vamos
aos três atos do drama. Comecemos pelo primeiro ato, que inclui
indiferentemente a menina e o menino. O pano se abre e todos os
personagens aparecem ao mesmo tempo no palco: um garotinho, uma
garotinha, uma mãe, um pai e, até mesmo, todos os seres humanos que
habitam nosso planeta. Imaginem um palco cheio de gente, de um
mundo em que todos, aos olhos das duas crianças, são detentores de
uma potência representada por um sinal corporal visível: o pênis. Na
cabeça da criança, menino ou menina, todo mundo possui um pênis, ou
melhor, todo mundo é investido da potência representada pelo pênis.
Freud chama essa abertura do Édipo de premissa da possessão
universal do Falo. É o momento em que reina na criança a crença mágica
em um universo inteiramente povoado por portadores de um pênis
maravilhoso. Corrijo-me imediatamente e, em vez de usar a expressão
“pênis maravilhoso”, utilizo o termo “Falo”.
As estruturas psíquicas são designadas em Psicanálise a partir da resolução
do Édipo. Lacan propõe três formas de negação do Édipo:
RECALQUE: “Não vejo nenhuma razão para negar o nome de recalcamento
ao afastamento do Eu do Complexo de Édipo, embora recalcamentos
posteriores em sua maioria acontecerão com a participação do Super Eu”
FORACLUSÃO: É a rejeição radical de um elemento da ordem simbólica,
especialmente o “nome-do-pai", como descrito por Lacan em sua
interpretação do Complexo de Édipo.Esse elemento é fundamental para
ancorar toda a ordem simbólica; portanto, sua exclusão afeta a estrutura
simbólica como um todo. É o mecanismo primordial das psicoses.
DESMENTIDO: Revela uma aparente contradição. Essa contradição é
descrita como a consciência de uma negação. O desmentido, ao contrário do
recalcamento, está relacionado à simbolização do pai e sua função simbólica
de separador entre o filho e a mãe. Na perversão há uma aceitação inicial do
pai como separador simbólico, ainda que essa simbolização não seja tão
completa quanto na neurose.
IDENTIFICAÇÃO: Termo empregado em psicanálise para designar o
processo central pelo qual o sujeito se constitui e se transforma, assimilando
ou se apropriando em momentos-chave de sua evolução, dos aspectos,
atributos ou traços dos seres humanos que o cercam.
CASTRAÇÃO: Denominou complexo de castração o sentimento inconsciente
de ameaça experimentado pela criança quando ela constata a diferença
anatômica entre os sexos. Implica o abandono dos desejos edipianos.
HISTERIA
Uma atitude frente a castração é destinar o conflito para o corpo, definimos
histeria.
A histeria foi, ao lado da neurose obsessiva, o adoecimento que fez com que
Freud construísse a técnica psicanalítica. O principal fenômeno é a
conversão, passando a desprezar as dores ao corpo. É na conversão que o
sujeito sofre de histeria, as dores no corpo (desprazer) o poupa das dores
psíquicas (prazer).
CASO DORA
Dora iniciou seu tratamento com Freud, apresentando dispneia, afonia,
depressão, enxaqueca e tosses nervosas. Apresentava angústia em relação
ao pai. O pai de Dora tinha um romance com uma mulher chamada Sra K.
com certo tipo de consentimento do Sr K., pois este assediava Dora.
O caso se dividiu em dois eixos:
1. a admiração de Dora pela Sra. K., que condensava diversas figuras
femininas na vida de Dora e
2. ambivalência em relação ao Sr. K. Casos de assédio por parte do Sr.
K., Dora lhe deu um tapa, confrontou com a família, foram dizendo que
ela estava alucinando.
Dora, na realidade, transferia sentimentos de ódio para com Freud não
porque não queria assumir seu amor pelo analista (como Freud supôs), mas
porque Dora estava na verdade apaixonada pela senhora K. Assim, ela via
em Freud aquele que interditou o seu desejo (pai, senhor K).
O desejo na histeria: se coloca como objeto de causa de desejo ao outro
pois está impedida de nomear o próprio desejo. O desejo da histeria é um
desejo de um desejo insatisfeito. O outro é o sujeito desejante da fantasia da
histérica, ela orquestra as coisas para assegurar que o desejo do outro fique
insatisfeito, pois se o Outro se satisfazer com ela, então ela perderia o seu
lugar nessa relação.
O sujeito histérico espreita o desejo do Outro, para que ele possa se
colocar como causa, toma o desejo do Outro para si, ele passa a desejar
pelo outro, como Dora fez com o seu pai, tomou o desejo dele pela Sra.
K como dela, apontando uma relação edipiana triangular. Tratamento: é
importante uma abordagem diferente das outras neuroses. A paciente
atenta ao analista e também espera dele um saber para preencher sua
falta. A histérica busca manter o terapeuta insatisfeito. Para tratar a
histérica, o analista precisa “virar a mesa”. Quando a histérica diz: “Me
diga, o que você acha que eu devo fazer da minha vida?” o analista deve
perguntar “o que você quer?” Dessa forma, o analista está promovendo
uma dialetação do desejo: ao invés de esperar o saber do analista, as
associações da paciente a conduzirão para um novo saber sobre o seu
desejo inconsciente.
NEUROSE OBSESSIVA
.
Se considerarmos a conversão da histeria como dores no corpo que a
caracterizam, aqui temos um tipo de neurose que se inscreve nos
pensamentos de desprazer.
Neurose obsessiva se caracteriza por distúrbios compulsivos
espantosos que produzem ruminações, rituais, ideias obsessivas,
intrusão de pensamentos etc. Tem como origem um conflito psíquico
infantil e uma etiologia sexual caracterizada por uma fixação da líbido no
estágio anal. No plano clínico, manifesta-se através de ritos
conjuratórios de tipo religioso. Diferentemente da histérica, o obsessivo
vive o seu desejo diante do dilema: estou vivo ou morto? O desejo aqui
tem caráter impossível. O obsessivo procura neutralizar o Outro o
mantendo distante.
1907-1926
O HOMEM DOS RATOS
1909 – ERNEST LANZER, 30 anos, habilitado para exercer a profissão de
Advogado, procurou Freud após seu treinamento militar. O caso gira em torno
de algo que ele ouviu durante o treinamento. Uma tortura onde uma pessoa
se sentava em um balde cheio de ratos, ao que esse balde era esquentado, e
os ratos procuravam uma saída pelo ânus da pessoa torturada. Chocado com
o que ouviu, ele recebe a notícia de que seu óculos que havia encomendado
em Viena havia chegado e um tenente o recebeu pagando um pequeno valor
pela entrega. Ocorre então um pensamento obsessivo: Se eu não pagar o
valor ao Tenente A, meu pai será torturado com os ratos. Esses pensamentos
eram recorrentes com o pai e com a noiva. Estava com dificuldades de tomar
decisões e procrastinações. O pai dele já havia morrido e a tortura não
poderia ser feita, mesmo assim ele não conseguia ignorar seus pensamentos,
principalmente depois que descobre que não foi o tenente A quem pagou sua
encomenda mas o tenente Como não cessava seus pensamentos, ele resolve
procurar o tente B para dar o dinheiro, que deveria ser repassado ao tenente
A. O tenente B viaja para Viena, frustrando seus planos, então os
pensamentos ficaram mais obsessivos, e ele resolve ir de trem até o tenente
B, para voltarem de onde estavam e então repassar o dinheiro ao tenente A.
Vai até estação, mas se dá conta da sua sanidade mental e tenta voltar, mas
daí os pensamentos voltam e ele vai atrás do tenente B de novo. Ao chegar
em Viena ele encontra um amigo, que fica sabendo de sua angústia, então o
amigo recomenda Freud. Fred fica confuso, mas percebe mais sintomas
obsessivos, como ciúmes da noiva com o primo dela, fantasiou que uma
carruagem os transportava poderia bater em uma pedra que estava na rua.
Ele começa então um ato compulsivo de tirar e pôr a pedra.
Freud interpretou que o ato compulsivo era um ato de amor, porém
o ato de por a pedra de novo mostrava ódio por ela. A compulsão são ações
que aliviam as ideias obsessivas. Também teve ciúmes de sua noiva com o
primo, pois ele achava que estava gordo, pensou em se ferir para receber
cuidados médicos e emagrecer.
·
Conexão simbólica: gordo em alemão Dick e apelido do primo Dick
· O pai de Lanzer tinha servido o exército e também fez treinamento,
mas que seu pai deixou de pagar uma dívida de apostas , e ficou
conhecido como “ rato de jogo”
· Também contou a Freud que seu pai havia se casado (Heirat) com
sua mãe porque ela era rica.
· Freud percebe o som rat (significante) aparecendo em outras
palavras é que os ratos faziam parte de suas fantasias antes do
treinamento.
· Significants: Raten (prestação), rat ( rato), verheiratet ( casamento),
spielratte (rato de jogo)
· As associações os levam a ambivalência: Ratos são nojentos e
agressivos, e representa a agressividade que ele estava com o pai e
noiva
· Suas dificuldades em tomar decisões tem relação em repetir o que
foi feito pelo pai ( não pagar divida), se tornando então sua, como se
devesse ao pai e noiva
· As narrativas de LaNzer que envolviam os ratos eram sádicas.
Queria aplicar e sofrer o catingo, também ao pai, mas como não era
aceitável o desejo foi recalcado e transformado em sintoma.
Dierentmente da histérica, o obsessivo vive o seu desejo diante do
dilema: ESTOU VIVO OU MORTO
Fantasia fundamental: No início, o bebê não percebe o seio como separado
de si mesmo, mas sim como parte integrante de sua experiência. Quando o
bebê se torna consciente de sua separação da mãe, o seio não pode mais ser
possuído da mesma forma, pois a satisfação inicial estava ligada a um tempo
prévio à distinção eu/outro.
O obsessivo nega a sua relação com o Outro pois tem se receia que o Outro
falhe com o seu prazer. Por isso elebusca a anulação de uma pessoa que se
relacione com ele. Já a histérica busca completar a falta da mãe (desmame) e
ser a causa do desejo do Outro.

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