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1 NOME DA FACULDADE O USO DA LÍNGUA INGLESA COMO FERRAMENTA PARA UMA INSERÇÃO INTERCULTURAL NOME COMPLETO Cidade - SIGLA DO ESTADO 2024 2 NOME COMPLETO O USO DA LÍNGUA INGLESA COMO FERRAMENTA PARA UMA INSERÇÃO INTERCULTURAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Faculdade de ______ pela ESCREVER AQUI A FACULDADE como requisito básico para conclusão do Curso de ________. Orientador: ESCREVER O NOME DO ORIENTADOR (A) Cidade - SIGLA DO ESTADO 2024 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 2. O INGLÊS COMO LÍNGUA GLOBAL .................................................................................................. 7 2.2. Breve história da Língua Inglesa ............................................................................................ 7 2.3. A influência da língua inglesa no século XXI: aspectos interculturais............................ 10 3. A GLOBALIZAÇÃO COMO FORMA DE EXPANSÃO CULTURAL E LINGUÍSTICA ............................. 14 3.1. O papel da mídia neste cenário ....................................................................................... 17 4. O INGLÊS COMO FERRAMENTA DE INSERÇÃO INTERCULTURAL ................................................ 19 5. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 20 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 21 4 1. INTRODUÇÃO A influência da mídia na disseminação da língua inglesa emerge como um fenômeno multifacetado e intrigante que permeia os aspectos mais fundamentais da vida contemporânea. Para compreender plenamente esse fenômeno, é imperativo mergulhar nas profundezas da história da língua inglesa, desde suas raízes nas ilhas britânicas até sua transformação em uma força global, moldada por séculos de eventos históricos, migrações e interações culturais. No decorrer do texto, pode ser observado que a jornada da língua inglesa começa em um passado distante, quando tribos germânicas e anglo-saxãs ocupavam as terras que hoje compreendem o Reino Unido. O inglês antigo, a forma primitiva do idioma, surge como uma tapeçaria linguística rica, influenciada por povos invasores, como os nórdicos e os normandos. Essa miscigenação linguística forneceu as bases para o inglês moderno, que começou a consolidar sua identidade durante a Idade Média. Contudo, o verdadeiro ponto de inflexão na história da língua inglesa ocorreu com o estabelecimento do Império Britânico. No decorrer do texto, pode ser observado que à medida que as fronteiras do império se expandiam, o inglês se tornava uma língua de poder e administração. As instituições educacionais britânicas e a disseminação da Bíblia em inglês contribuíram significativamente para a padronização e consolidação da língua. O inglês, assim, transcendeu as fronteiras insulares para se tornar um veículo de comunicação global. O surgimento dos Estados Unidos como uma potência mundial no século XX acentuou ainda mais a presença do inglês na arena internacional. No decorrer do texto, pode ser observado que o impacto da cultura americana, impulsionado pela indústria do entretenimento de Hollywood e pela ascensão da música pop, solidificou o inglês como uma linguagem influente, transmitida para milhões ao redor do mundo. A Guerra Fria e a hegemonia cultural americana contribuíram para consolidar o inglês como uma linguagem associada ao progresso, inovação e modernidade. Nesse contexto histórico, a mídia emergiu como uma força poderosa na propagação da língua inglesa. No decorrer do texto, pode ser observado que a globalização acelerada no final do século XX e início do século XXI trouxe consigo uma explosão de meios de comunicação, incluindo notícias, entretenimento, redes sociais e plataformas digitais. A predominância do inglês nessas mídias se tornou 5 evidente, refletindo não apenas uma preferência linguística, mas também a influência cultural e econômica dos países de língua inglesa. A indústria cinematográfica, em particular, desempenha um papel proeminente na disseminação da língua inglesa. Hollywood, como epicentro do cinema global, produz filmes que transcendem barreiras culturais e linguísticas. No decorrer do texto, pode ser observado que as narrativas, diálogos e expressões culturais presentes nesses filmes se tornam parte integrante do vocabulário global, contribuindo para a propagação do inglês como uma linguagem de compreensão compartilhada. Além disso, as redes sociais e a comunicação online aceleraram a disseminação do inglês de maneira sem precedentes. No decorrer do texto, pode ser observado que plataformas como Facebook, Twitter e Instagram conectam milhões de usuários diariamente, e o inglês muitas vezes é a língua predominante nessas interações. Isso não apenas facilita a comunicação global, mas também cria uma comunidade virtual onde o inglês é a moeda de troca para compartilhar informações, opiniões e experiências. As notícias internacionais, veiculadas por organizações de mídia como a BBC e a CNN, contribuem para a exposição global ao inglês. No decorrer do texto, pode ser observado que a cobertura de eventos globais, debates políticos e análises econômicas em inglês torna a língua uma ferramenta essencial para compreender e participar das discussões sobre questões mundiais. O inglês, assim, se consolida como uma língua de informação e conhecimento, moldando a perspectiva global. No decorrer do texto, pode ser observado que marcas globais adotam o inglês em suas campanhas, slogans e produtos, visando uma audiência internacional. Isso não apenas amplia o alcance das marcas, mas também contribui para a familiaridade global com o inglês como uma linguagem associada a produtos de qualidade e estilo de vida moderno. Na esfera educacional, o inglês se destaca como a língua de instrução em muitas instituições de prestígio em todo o mundo. No decorrer do texto, pode ser observado que cursos online, recursos acadêmicos e publicações científicas frequentemente são disponibilizados em inglês, tornando-o indispensável para aqueles que buscam acesso ao conhecimento global. A busca pela fluência em inglês, portanto, torna-se uma aspiração compartilhada por muitos em busca de oportunidades acadêmicas e profissionais. 6 Ao considerar a influência da mídia na disseminação da língua inglesa, é crucial abordar a questão do multiculturalismo. No decorrer do texto, pode ser observado que o inglês, ao se tornar uma língua global, não é mais simplesmente uma expressão cultural de uma nação específica, mas sim uma linguagem de intercâmbio cultural. A diversidade de sotaques, expressões e influências regionais encontradas no inglês globalizado reflete a pluralidade de origens culturais que contribuíram para a sua formação. Essa fusão de culturas na língua inglesa é especialmente visível na música, outra forma poderosa de mídia que desempenha um papel essencial na disseminação linguística. No decorrer do texto, pode ser observado que artistas de diferentes partes do mundo utilizam o inglês como uma ferramenta para compartilhar suas histórias, ideias e emoções. A música pop, em particular, tornou-se um veículo global para a expressão cultural, onde as barreiras linguísticas se dissipam, dando lugar a uma linguagem universal de sentimentos e experiências compartilhadas. A evolução do inglês no cenário global, influenciada pelamídia, não é um processo estático. No decorrer do texto, pode ser observado que as mudanças sociais, políticas e tecnológicas continuam a moldar a língua de maneiras dinâmicas. A ascensão das redes sociais, por exemplo, transformou a interação linguística, introduzindo novas formas de expressão, gírias e abreviações que se espalham rapidamente entre os usuários. Ao explorar o papel da mídia na disseminação da língua inglesa, é crucial reconhecer a interseção entre a linguagem e a construção de identidade cultural. No decorrer do texto, pode ser observado que as expressões linguísticas não são apenas veículos de comunicação, mas também elementos que contribuem para a formação da identidade individual e coletiva. O inglês, ao ser adotado e adaptado por diferentes comunidades ao redor do mundo, se torna um meio de expressão que reflete a diversidade e a complexidade das experiências humanas. No contexto multicultural que se desenha no decorrer do texto, é fascinante observar como o inglês, por um lado, serve como um ponto de conexão global, facilitando a compreensão entre diferentes culturas, e, por outro lado, é enriquecido por influências diversas, tornando-se uma língua viva e em constante evolução. A língua inglesa, no decorrer do texto, revela-se como um fenômeno linguístico dinâmico, onde a fluidez cultural e a adaptação são tão intrínsecas quanto sua difusão global. 7 Portanto, ao percorrer a trajetória histórica da língua inglesa, desde suas origens até seu estabelecimento como uma língua global através da mídia, e ao considerar a dinâmica do multiculturalismo que permeia esse processo, torna-se claro que a influência da mídia na disseminação do inglês é um fenômeno profundamente entrelaçado com a evolução da sociedade global. A língua inglesa, no decorrer do texto, emerge como uma ferramenta poderosa de comunicação, expressão cultural e compreensão mútua, destacando a complexidade e a riqueza desse fenômeno linguístico em um mundo cada vez mais interconectado. 2. O INGLÊS COMO LÍNGUA GLOBAL 2.2. Breve história da Língua Inglesa A influência da língua inglesa no contexto global é um fenômeno de grande relevância, profundamente enraizado em eventos históricos, contextos políticos, econômicos e culturais. Após a retirada dos romanos da Britânia, os anglos e saxões invadiram, destruindo comunidades celtas. Os remanescentes celtas buscaram refúgio na costa oeste da ilha, como Cornuália, País de Gales, Cumbria e a zona de fronteira com a Escócia. Poucas palavras celtas foram assimiladas, e a cultura local foi quase totalmente perdida. A história da língua inglesa é dividida em três partes: inglês arcaico (Old English), inglês médio (Middle English) e inglês moderno (Modern English). O Old English, do século V ao XI, é quase irreconhecível em relação ao inglês moderno. A gramática com inflexões e um alfabeto de 24 letras eram características desse período. 1 O inglês médio, do século XII ao XV, foi marcado pela forte influência do francês-normando. A ascensão de William da Normandia resultou na instalação da língua francesa nos corredores do poder, impactando governos, administrações e instituições religiosas. O bilinguismo forçado prosperou entre os ingleses e administradores franceses. 1 S, D. S. Pl. Inglês como língua internacional: por uma pedagogia intercultural crítica. 2008. 360 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) - Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador. Pág. 51, 2008. 8 A cultura franco-normanda influenciou a Inglaterra por cerca de três séculos, enriquecendo o léxico inglês com palavras de origem francesa e latina. No entanto, ao contrário da língua celta, o inglês, que já possuía uma literatura e tradição oral substanciais, resistiu e se estabeleceu como língua sólida por volta do século XI. A transferência da cultura franco-normanda não levou à suplantação do inglês, que já tinha raízes profundas. A língua inglesa continuou a se desenvolver, absorvendo influências, mas mantendo sua identidade. Essa rica história linguística e cultural contribuiu para a formação do inglês moderno, uma língua que, apesar de sua juventude em comparação com outras, é rica em nuances e influências. A ascensão do Império Britânico, particularmente nos séculos XVIII e XIX, desempenhou um papel preponderante nesse processo. As ex-colônias britânicas, notadamente os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Índia, desempenharam um papel crucial na propagação da língua inglesa. A consolidação do inglês como língua franca em várias partes do mundo foi fortemente influenciada pelas instituições educacionais, sistemas legais e estruturas administrativas estabelecidas durante o período colonial. Ao longo do tempo, o inglês consolidou sua posição como uma língua global de poder e influência, impulsionada por eventos como a Revolução Industrial na Grã- Bretanha e a ascensão dos Estados Unidos como potência econômica e cultural no século XX. A globalização, o desenvolvimento tecnológico e a expansão dos meios de comunicação, notadamente a internet, desempenharam papéis significativos na disseminação do inglês como uma língua de comunicação internacional. A predominância do inglês nas esferas diplomáticas, acadêmicas, científicas e empresariais também contribuiu para sua influência global. Organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, adotaram o inglês como uma das línguas oficiais, solidificando ainda mais sua posição nas relações internacionais, A cultura popular, a indústria do entretenimento e a produção de conteúdo em inglês, como música, filmes, literatura e mídia digital, desempenharam papéis cruciais na disseminação e popularização da língua inglesa em nível mundial. O inglês é frequentemente escolhido como segunda língua em muitos países, dada a associação com oportunidades educacionais e profissionais globais. Entretanto, a influência global do inglês não é uniforme, e questões relacionadas à diversidade linguística e ao poder cultural surgem. O inglês coexiste com diversas 9 línguas em várias regiões do mundo, e o papel do inglês como língua franca levanta desafios relativos à equidade e inclusão. O progresso da língua inglesa em direção a seu status global começou a se evidenciar por volta do final do século XVI, quando o número de falantes nativos de inglês no mundo atingiu entre 5 e 7 milhões. Entre os reinados de Elizabeth I (1603) e Elizabeth II (1952), esse número aumentou significativamente, chegando a aproximadamente 250 milhões, a grande maioria vivendo fora das Ilhas Britânicas. A colonização da América do Norte teve papel crucial nesse processo. A primeira expedição inglesa, comissionada por Walter Raleigh em 1584, foi malsucedida, mas em 1607, Jamestown foi estabelecida na Baía de Chesapeake, marcando o primeiro assentamento permanente. Os colonos de Plymouth, em 1620, contribuíram com sotaques diversos, refletindo suas origens no oeste e no leste da Inglaterra. Os movimentos populacionais subsequentes preservaram distinções dialetais, como as pronúncias características de regiões específicas da Inglaterra. Os colonos de Plymouth, por exemplo, trouxeram sotaques do leste da Inglaterra, enquanto os do Sul incluíam influências do "West Country". Estas diferenças linguísticas persistem em certas comunidades, como as ilhas de Tangier, mantendo traços distintivos como os "Tidewater accents". A partir do primeiro censo em 1790, a população americana cresceu de cerca de 4 milhões, concentrados ao longo da costa atlântica, para mais de 50 milhões no final do século XIX, após a expansão para o oeste. O surgimento de um sotaque unificado, agora reconhecido no "Sunbelt" de Virginia a sul da Califórnia, reflete esse período de expansão. No cenário global, o inglês desempenha um papel significativo como língua franca, sendo amplamente utilizadaem comunicações internacionais, diplomacia, comércio e ciência. Sua ascensão como língua global está intrinsecamente ligada à história do colonialismo britânico e ao papel dos Estados Unidos no cenário mundial pós-Segunda Guerra Mundial. Essa proeminência contribui para a disseminação e influência cultural do inglês em diversas partes do mundo. 10 Em resumo, a influência da língua inglesa no mundo é um fenômeno complexo, moldado por eventos históricos e impulsionado por fatores políticos, econômicos e culturais. Sua presença global continua a impactar as interações internacionais, o acesso à informação e as oportunidades em diversas esferas da vida contemporânea. 2.3. A influência da língua inglesa no século XXI: aspectos interculturais Mais do que nunca, a cultura emerge como uma característica distintiva de uma sociedade, sendo o elemento principal que demarca uma nação da outra. Os costumes, a música, a arte e, sobretudo, o modo de pensar e agir compõem a essência cultural de um povo, devendo ser preservados para salvaguardar a singularidade do coletivo em questão. A palavra "cultura" tem sua origem no latim "colere", que significa cultivar. Dessa maneira, compreendemos que se trata de uma herança acumulada ao longo dos anos, merecedora de preservação. A própria sociedade é responsável por criar sua cultura, podendo, igualmente, ser influenciada por outras. Cada sociedade manifesta diversas culturas representadas pela memória e pelos eventos históricos, compartilhados apenas entre aqueles que integram determinado meio social, culminando na formação de uma identidade cultural, isto é, um grupo de indivíduos que compartilham a mesma cultura. Percebe-se, portanto, que a formação da identidade cultural de um indivíduo está intrinsecamente associada à cultura de sua nação ou região. De tal forma que, a utilização da língua é de extrema importância para o compartilhamento da cultura entre gerações. Diversas interpretações de cultura podem ser encontradas em variados campos do conhecimento, incluindo a antropologia, estudos culturais e sociologia. É evidente que há tantas interpretações quanto há estudiosos dispostos a defini-la, e mesmo dentro de um único campo, o conceito de cultura não é uniforme. Independentemente do número de definições existentes e da complexidade em conceituá-la, a noção de cultura permanece fundamental para compreender como as pessoas ao redor do mundo se constituem em coletividades de várias naturezas. Por essa razão, apresentam-se aqui alguns conceitos atribuídos ao termo, visando a compreensão das acepções adotadas e seus propósitos. 11 Definições como 'as maneiras de ser de um povo' (LADO, 1957); 'aquilo que a sociedade faz e pensa' (SAPIR, 1921); 'os feitos artísticos e históricos de um povo' (cultura com C maiúsculo) e 'os hábitos e costumes do dia-a-dia de um grupo de indivíduos' (cultura com c minúsculo) (TOMALIN; STEMPLESKI, 1993); 'a soma de todo o aprendizado do ser humano' (SEELYE, 1993); 'o contexto que une um grupo de pessoas' (BROWN, 2000); 'a maneira humana de se organizar enquanto grupo e de se entender e entender o outro' (BRODY, 2003); 'o processo dialético entre modelos internos do mundo e a realidade externa' (KATAN, 2004, p. 31) e 'a forma de vida de um grupo de pessoas por meio da qual compartilham práticas sociais e visões de mundo' (MORAN, 2001) são algumas daquelas historicamente apontadas por Oliveira (2007, p. 28-31) (MARTINS, 2016, p. 184). Clifford Geertz (2008), um dos principais antropólogos do século XX, em uma crítica a Clyde Kluckhohn, apresenta onze definições cunhadas por este antes de revelar sua própria concepção de 'cultura'. O trecho mencionado pode ser lido a seguir: "Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) 'o modo de vida global de um povo'; (2) 'o legado social que o indivíduo adquire do seu grupo'; (3) 'uma forma de pensar, sentir e acreditar'; (4) 'uma abstração do comportamento'; (5) 'uma teoria, elaborada pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se comporta realmente'; (6) 'um celeiro de aprendizagem em comum'; (7) 'um conjunto de orientações padronizadas para os problemas recorrentes'; (8) 'comportamento aprendido'; (9) 'um mecanismo para a regulamentação normativa do comportamento'; (10) 'um conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo como em relação aos outros homens'; (11) 'um precipitado da história', e voltando-se, talvez em desespero, para as comparações, como um mapa, como uma peneira e como uma matriz." (GEERTZ, 2008, p. 4) Ainda entende que, devido a pluralidade de definições um conceito definitivo do que seria cultura seria muito bem-vindo, de tal forma que ele recorre ao seu próprio conceito baseado na filosofia de Max Weber. De tal forma que o explicita através do entendimento de que cultura seria um animal amarrado a teias de significados que ela mesma teceu, assume a cultura papel representativo destas teias e por elas tesse sua análise, entende que não se trata de uma ciência experimental em busca de novas leis, mas de uma ciência interpretativa, que procura significado. Tão vasto é seu entendimento sobre o que seria cultura que esta se torna um lugar de interpretações discursivas e de visões individuais do mundo. É por meio da cultura que se tem as crenças, onde se compartilham as ideias, os pensamentos e as experiências humanas vivenciadas em uma pluralidade de significados nos quais se constroem de forma lenta ao longo do tempo e se atrela a um povo. 12 Diferentemente, Bauman com uma visão mais categórica do termo apresenta os diferentes conceitos que a cultura teve ao longo do tempo. Inicia sua categorização por meio do iluminismo, onde este movimento apresenta a cultura ao mundo como uma forma de solução de conflito de classes, ao entender que esta promove uma aproximação das massas populares através do conhecimento. Em suas palavras assim compreende: O nome “cultura” foi atribuído a uma missão proselitista, planejada e empreendida sob a forma de tentativas de educar as massas e refinar seus costumes, e assim melhorar a sociedade e aproximar “o povo”, ou seja, os que estão na “base da sociedade”, daqueles que estão no topo. [...] A “cultura” compreendia um acordo planejado e esperado entre os detentores do conhecimento (ou pelo menos acreditavam nisso) e os ignorantes (ou aqueles assim descritos pelos audaciosos aspirantes ao papel de educador); um acordo apresentado, por incidente, com uma única assinatura, unilateralmente endossado e efetivado sob a direção exclusiva recém-formada da “classe instruída”, que buscava o direito de moldar uma “nova e aperfeiçoada” ordem a partir das cinzas do ancien régime (BAUMAN, 2013, p. 12 e 13, apud, MARTINS, 2016) A concepção de cultura, inicialmente orientada para educar as massas de acordo com os princípios da classe detentora do poder, atingiu seu auge durante os períodos de colonização em diversas partes do mundo. Após adquirir uma fundamentação teórica, essa ideia evoluiu para a teoria cultural evolucionista, que atribuiu à sociedade 'desenvolvida' a função de converter os demais habitantes do planeta. Uma vez concluído esse processo "civilizatório", marcado por linguicismos e pela exaltação de algumas culturas em detrimento de outras, a ênfase passou a ser a manutenção da ordem, a preservação do Estado-Nação e o reforço do poder sobre as colônias. A cultura, nesse contexto, assumiu um papel voltado para a preservação do status quo conquistado, abandonando sua ideia inicial de transformação social. Bauman (2013, apud, MARTINS, 2016) argumenta, no entanto, que esse novo papel conservador da cultura teve uma vida breve, uma vez que iminentes transformações sociais estavam prestes a tornar "líquida" a fase previamente "sólida" da modernidade. A liquidez, conforme defendido pelo autor, refere-se a uma nova era socialem que a cultura passa a servir aos interesses da sociedade de consumo, cujo principal objetivo é seduzir os consumidores. 13 Assim, ao considerar a cultura de um país específico, não há mais espaço para conceber algo homogêneo e coeso. A própria ideia de cultura nacional se revela como um construto imaginário, discursivo e simbólico. É dentro dessa comunidade imaginada, dessa representação nacional, que surgem culturas (com "c" minúsculo) capazes de moldar identidades que, mesmo sendo diversas, conseguem coexistir em um único indivíduo, respaldando suas múltiplas identidades. Daí a compreensão apresentada por Porcher (1994, p. 8, apud, MARTINS, 2016) de que "cultura é um conjunto, ao mesmo tempo homogêneo e contraditório, de outras culturas, que se pode chamar, de maneira neutralizada, subculturas". Esse entendimento, em vigor desde o início do século XXI, critica o reducionismo com o qual os traços nacionais e seus aspectos culturais eram tratados. Comparar uma cultura nativa e uma estrangeira, vendo-as como algo geograficamente delimitado e imutável, demonstra certamente ignorância em relação à própria cultura e identidade. As recentes pesquisas sobre língua e cultura, se desejarem acompanhar as mudanças contemporâneas e abranger, em sua base teórica, os estudos culturais atuais, precisam reconhecer a língua como cultura e compreender que esta seja fluida e intercambiável. Kramsch (2001, p. 205, apud, MARTINS, 2016) alerta para a necessidade de evitar uma visão estanque de língua e cultura nas pesquisas sobre comunicação intercultural. Sendo está a concepção contemporânea de cultura delineada pelos estudos culturais, especialmente aqueles que advogam por sua intrínseca relação com a língua e reconhecem a mobilidade e fluidez com as quais se manifestam no cenário global atual. O fluxo não apenas de informações, mas também de interações entre países, é uma realidade com a qual uma considerável parte da população lida diariamente, sendo um claro resultado do fenômeno conhecido como globalização. não reflete as complexidades de uma era pós-colonial global na qual as pessoas vivem em espaços múltiplos e móveis e partilham de múltiplas identidades geralmente conflitantes e onde a possibilidade para um indivíduo para melhorar suas chances de sucesso não são tão claras como uma vez se acreditou (em parte, porque a noção de ‘sucesso’ não é partilhada universalmente). Em poucos anos, o tradicional binário Nós x Eles na comunicação intercultural serão substituídos pela noção que num mundo interligado e interdependente o Outro está em Nós e Nós estamos no Outro. A comunicação intercultural terá de lidar com identidades fluidas e redes transculturais em vez de com indivíduos autônomos situados em culturas nacionais estáveis e homogêneas (Kramsch, 2001, apud, MARTINS, 2016). 14 A globalização, enquanto força impulsionadora desse intenso intercâmbio cultural, amplia os horizontes das interações e acelera a disseminação de valores, costumes e ideias entre diferentes nações. Nesse contexto globalizado, o inglês desempenha um papel central no estabelecimento de conexões, e as culturas às quais ele se vincula exercem uma notável influência a nível mundial sobre os aprendizes e indivíduos com os quais estabelece contato. Portanto, é de compreensão que o inglês desempenha um papel central nesse processo, e as culturas às quais ele se conecta, influenciam de maneira significativa os aprendizes e indivíduos com os quais estabelece contato, exercendo uma notável influência a nível mundial. 3. A GLOBALIZAÇÃO COMO FORMA DE EXPANSÃO CULTURAL E LINGUÍSTICA A concepção de que a globalização é um fenômeno recente, está fundamentada na diferenciação entre internacionalização, transnacionalização e globalização. A internacionalização refere-se aos primeiros movimentos de contato entre as nações, como as grandes navegações, o comércio entre países, a divulgação cultural através de produtos e objetos, e o início das colonizações. Nesse estágio, as interações comerciais ocorriam por meio de alfândegas e eram regulamentadas por leis visando proteger a produção local. A transnacionalização representa a etapa subsequente à internacionalização, mantendo suas características e incorporando outras, como a criação de empresas e organizações internacionais cuja sede não está restrita a um único país, mas cujas conexões estão profundamente marcadas pelas características do país de origem. A globalização surge, por fim, como resultado desses dois fenômenos iniciais, caracterizando-se pela crescente interdependência entre as nações, tanto em termos econômicos quanto culturais. O marco desse momento é o advento de novas tecnologias de produção, informação e compartilhamento de dados. Canclini (2007) enfatiza a não intenção de determinismo tecnológico, concentrando-se na facilidade proporcionada pela tecnologia, cujo resultado foi a flexibilização das fronteiras nacionais para produtos estrangeiros. Ele destaca: "Também foi preciso que os movimentos transfronteiriços de tecnologias, bens e finanças fossem acompanhados por uma 15 intensificação de fluxos migratórios e turísticos que favorecem a aquisição de línguas e imaginários multiculturais" (CANCLINI, 2007, p. 42 e 43). A globalização trouxe várias contribuições ao estreitar a interação entre os países, favorecendo a aprendizagem de idiomas e a troca cultural, com o inglês desempenhando um papel central em ambos os movimentos: o linguístico e o cultural. Através do consumo de bens e produtos internacionais, os países de maior destaque econômico se transformaram igualmente em protagonistas culturais no cenário mundial. Com a importação de suas tecnologias de comunicação, foram assimilados não apenas seus modos de vida, mas também seus aspectos culturais e visão de mundo. Os produtos adquiridos carregavam (e ainda carregam) consigo a ideologia dominante daquela sociedade. Kramsch (2001, p. 205, apud, MARTINS, 2016) observa que "a disseminação do inglês como a língua franca mundial é vista frequentemente como fenômeno deslocador de outras línguas e culturas nacionais e regionais". Exemplos claros desse fenômeno incluem os filmes de Hollywood, as séries televisivas americanas e as músicas internacionais produzidas em língua inglesa, consumidos em larga escala tanto no Brasil como em todo o mundo. Nas letras das músicas e nos enredos e discursos dos filmes e séries, é perceptível a capacidade dessas mensagens influenciarem culturalmente seus ouvintes e telespectadores. Ao discutir a globalização cultural, destaca-se a capacidade produzida por esse fenômeno de influenciar diversos povos e culturas por meio dos meios de interação e comunicação em massa contemporâneos. Kramsch (1991, p. 233, apud, MARTINS, 2016) disserta sobre o tema da seguinte forma: A habilidade que a televisão possui de trazer mundos completamente novos para a sala de estar de um indivíduo e seu total crédito na realidade doméstica e estrangeira escondem a sócio centralidade fundamental da mídia como um modelo de produção de significado. [...] Os telespectadores foram acostumados a ver países e acontecimentos estrangeiros por meio do discurso cultural da sua própria televisão ou, se os satélites e outros receptores permitirem, por meio dos códigos culturais de um discurso televisivo estrangeiro. O fato de que programas televisivos de uma sociedade refletem um certo consenso cultural na maneira com que a realidade social é vista torna esse meio uma ferramenta única de ensino de culturas estrangeiras à medida em que elas são apresentadas pela televisão estrangeira; mas, ao mesmo tempo, por causa da sua aparência de universalidade, a televisão pode ser o maior obstáculo para apreciar e entender 16 diferenças culturais se ela não for criticamente “desconstruída” e colocada em seu próprio enquadramento discursivo culturalApesar do texto do estudioso se tratar de uma época em que o conceito de internet como se entende hoje não era presente, pode-se afirmar que a internet e o mundo on-line substituem de igual forma se não tão forte quanto o papel que a televisão possui no século passado, levando em consideração diversos aspectos, e dentre eles, o constante contato com outras culturas de forma jamais vista antes. A internet hoje proporciona o que nos anos 90 não se podia ter (apesar de já se falar e ter computadores com acesso à internet aquela época), um contato direto a qualquer momento com pessoas diversas em diferentes continentes de forma simultânea, e é a partir deste momento que se entende a importância do entendimento da língua inglesa, já que se trata de uma língua considerada universal, aprendida e ensinada em diversos países e que auxilia e facilita os meios de comunicações entre diferentes povos. Kramsch (2001, p. 204, apud, MARTINS, 2016) incorpora a essa visão uma perspectiva crucial: “[...] a propagação do inglês e a concomitante globalização de um certo tipo de cultura de consumo estão despertando temores de que eles possam deslocar línguas e culturas locais ou reforçar a separação entre a cultura internacional da elite conectada via internet portátil e as culturas tradicionais locais geograficamente enraizadas”. Portanto, reconhece-se que os processos globalizadores apresentam um caráter excludente e heterogêneo, como explicado por Canclini (1991, p. 44 e 45): "[...] o que se costuma chamar de 'globalização' apresenta-se como um conjunto de processos de homogeneização e, ao mesmo tempo, de fragmentação articulada do mundo que reordenam as diferenças e as desigualdades sem suprimi-las”. Acredita-se que a globalização desempenhe um papel desestabilizador das culturas locais ao promover e instaurar uma cultura dominante em detrimento de todas as demais. Contudo, simultaneamente à exaltação de uma cultura, ocorre um fenômeno inverso no qual costumes diversos se reafirmam e diferenciam. Como explica Ianni (1994, p. 159): "na medida em que esta debilita o estado-nação, reduz os espaços da soberania nacional, transforma a sociedade nacional em província da global, nessas medidas reflorescem identidades pretéritas e presentes, novas e 17 anacrônicas. Também por isto a globalização não significa nunca homogeneização, mas diferenciação em outros níveis, diversidades com outras potencialidades, desigualdades com outras forças”. A globalização cultural é, portanto, um fenômeno real com diversas dimensões e percepções. E se manifesta na forma de: reconhecer a existência de um processo homogeneizador de culturas, onde há a assimilação de hábitos e costumes provenientes dos países economicamente relevantes, sendo o inglês o idioma propulsor desse fenômeno; uma resistência cultural a esse processo, onde as culturas locais são exaltadas; exclusão socioeconômica da globalização, que engloba uma considerável parcela da sociedade alheia ao consumo e ao acesso aos produtos culturais materiais – embora isso não a isente da exposição à publicidade cultural dominante e, possivelmente, do desejo de pertencer a essa comunidade consumidora global. Dentro dessa perspectiva, há uma clara interconexão entre mídia, cultura e poder, uma vez que os conteúdos culturais mais amplamente divulgados são necessariamente originários de países que exercem algum tipo de influência, especialmente de natureza econômica. De maneira geral, os países situados no hemisfério norte são os mais privilegiados pela mídia, e no contexto da língua inglesa, os Estados Unidos e a Inglaterra se destacam como os principais fornecedores, difusores e/ou protagonistas dos conteúdos culturais amplamente divulgados pela mídia internacional, de tal forma que tratarei deste assunto no tópico a seguir. Em resumo, o processo de globalização cultural demanda novas abordagens pedagógicas para o ensino de língua-cultura. Isso se deve ao fato de que não é admissível que uma cultura predomine sobre as demais de maneira a excluí-las ou discriminá-las, e, ainda mais grave, a incutir na mente dos aprendizes uma noção inferiorizada de sua própria cultura. Para lidar com isso, propõe-se a abordagem intercultural de ensino de língua, com foco especial na língua inglesa. 3.1. O papel da mídia neste cenário A língua inglesa exerce uma influência profunda no cenário global, em grande parte impulsionada pelo papel da mídia. A predominância do inglês na mídia se estende por diversas formas de comunicação, desde notícias até entretenimento, 18 moldando a maneira como as pessoas se comunicam e consomem informações em todo o mundo. Um exemplo marcante desta influência está na indústria cinematográfica de Hollywood. Filmes e séries produzidos em inglês alcançam audiências vastas e diversas, transcendendo fronteiras culturais e linguísticas. As narrativas, os diálogos e a cultura retratada nessas produções muitas vezes se tornam pontos de referência para as discussões globais, contribuindo para a disseminação do inglês como uma linguagem comum de entendimento. Além disso, as plataformas de mídias sociais desempenham um papel crucial na interconexão global. O inglês é frequentemente a língua predominante nessas plataformas, facilitando a comunicação entre pessoas de diferentes partes do mundo. As redes sociais não apenas promovem a interação entre indivíduos, mas também servem como canais para a disseminação de informações, opiniões e tendências em inglês. As notícias internacionais desempenham um papel significativo na disseminação do inglês. Grandes organizações de mídia, como a BBC e a CNN, fornecem cobertura global em inglês, estabelecendo a língua como uma ferramenta essencial para entender e discutir eventos mundiais. Isso contribui para a formação de uma perspectiva globalizada, onde o inglês é a língua comum de relato e análise. Assim como a cultura popular, que se expressa através da música, da moda e do entretenimento, é frequentemente liderada por artistas e ícones que se comunicam em inglês - as letras de músicas, por exemplo, alcançam milhões de pessoas em todo o mundo, influenciando a linguagem e os modismos em diferentes culturas-, a predominância do inglês em publicações acadêmicas e pesquisas científicas e a acessibilidade a recursos educacionais em inglês posiciona a língua como um meio essencial para aquisição de informações e participação em debates acadêmicos. contribui para a disseminação do conhecimento global. De tal forma que, a mídia desempenha um papel multifacetado na disseminação e influência da língua inglesa. Essa influência vai além da mera comunicação e se estende para a formação de ideias, a disseminação de valores culturais e a construção de uma comunidade global conectada pela língua inglesa. A globalização da língua inglesa através da mídia não se limita apenas à esfera do 19 entretenimento e da informação. O comércio internacional, as relações diplomáticas e os negócios também são profundamente influenciados pelo papel do inglês na mídia global. Contratos, acordos comerciais e documentos oficiais muitas vezes são redigidos em inglês, tornando-o essencial para transações e interações internacionais. A ascendência da língua inglesa na tecnologia também é notável. Grandes empresas de tecnologia, cujos produtos e serviços são utilizados internacionalmente, lançam suas interfaces e documentações em inglês. Isso não apenas simplifica a adoção global de tecnologias, mas também reforça a ideia de que o inglês é a linguagem padrão da inovação e do progresso. Por fim, a língua inglesa na mídia desempenha um papel no desenvolvimento da identidade cultural global. À medida que as pessoas consomem conteúdo em inglês, absorvem não apenas o idioma, mas também valores, modismos e perspectivas culturais associadas a essa língua. Criando umaespécie de cultura globalizada, onde o inglês não é apenas um meio de comunicação, mas também um veículo para a expressão e a disseminação de ideias culturais em escala global. De tal forma que, a influência da mídia na disseminação da língua inglesa transcende as fronteiras da comunicação, permeando aspectos fundamentais da vida moderna, desde transações comerciais até a formação da identidade cultural global. O inglês, impulsionado pela mídia, se solidifica como uma linguagem que conecta e molda o mundo contemporâneo. 4. O INGLÊS COMO FERRAMENTA DE INSERÇÃO INTERCULTURAL Com a expansão do império Britânico e especificamente com a colonização dos Estados Unidos da América, através dos anos pode-se observar uma crescente demanda para o entendimento e o aprendizado da língua inglesa em diversos países pelo mundo. Se tornando um fenômeno global, inicialmente utilizada por meio do comércio como forma de comunicação mais efetiva, com o chegar do século IXI e o boom da mídia norte-americana durante a segunda guerra mundial, a língua inglesa começa a se espalhar para outros campos não exclusivos do comércio, e o ensino dela se torna mais abrangente. Kramsch (1998, p.81) acrescenta que o termo 'intercultural' se refere ao encontro de duas culturas ou línguas, ultrapassando os limites políticos dos estados-nações. 20 Para a autora, 'intercultural' também se relaciona à "comunicação entre pessoas de diferentes culturas étnicas, sociais e de gênero dentro dos limites de uma mesma língua nacional". Diante da concepção de interculturalidade, considerando o mundo contemporâneo em que o acesso a culturas antes distantes e isoladas se torna cada vez mais comum, desencadeando um processo de interação sem precedentes, torna-se evidente que para participarmos desse fenômeno, precisamos desenvolver competência intercultural. No caso do professor de línguas, especialmente o de língua inglesa, idioma que está desempenhando um papel fundamental nessa revolução multicultural dos tempos modernos, uma de suas tarefas cruciais é despertar nos alunos a necessidade de adquirir essa competência, capacitando-os a desenvolvê-la em seu cotidiano. Contudo, ao passarmos do mundo ideal para o mundo real, é necessário ponderar que, assim como é difícil compreender o que desconhecemos, não promovemos o que não compreendemos. 5. CONCLUSÃO Em conclusão, a influência da mídia na disseminação da língua inglesa é um fenômeno complexo que vai além das fronteiras linguísticas, impactando aspectos cruciais da vida contemporânea. A história da língua inglesa desempenhou um papel vital nesse processo de globalização linguística. Inicialmente confinado às ilhas britânicas, o inglês evoluiu ao longo dos séculos, tornando-se uma força global à medida que o Reino Unido expandiu seu império e, posteriormente, com a ascensão dos Estados Unidos como uma potência mundial. A disseminação da língua inglesa através da mídia não apenas reflete essa evolução histórica, mas também molda continuamente a sua trajetória. O inglês, que outrora foi considerado uma língua imperialista, agora é uma língua franca que conecta pessoas de diferentes origens culturais, étnicas e geográficas. Este fenômeno ressalta o multiculturalismo inerente ao uso global do inglês na mídia, onde as expressões linguísticas são enriquecidas por uma diversidade de perspectivas e influências culturais. O papel da mídia na promoção da língua inglesa, portanto, não é apenas uma questão de comunicação eficiente, mas também um reflexo da interconexão global e 21 da coexistência de culturas diversas. A história da língua inglesa, marcada por transformações e adaptações, se funde com a narrativa contemporânea, onde a mídia desempenha um papel central na construção de uma linguagem global compartilhada. Assim, a língua inglesa na mídia não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas uma expressão dinâmica da riqueza cultural global. À medida que a mídia continua a moldar e refletir as mudanças na sociedade, o inglês permanece como um ponto de convergência e entendimento em um mundo cada vez mais interconectado e multicultural. A história da língua inglesa e sua trajetória contemporânea através da mídia são testemunhos da capacidade da linguagem de transcender fronteiras e unir a humanidade em uma tapeçaria linguística rica e diversificada. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A, C.; A, N. The question of culture EFL teaching in non-English speaking countries. ELT Journal, v. 38, n. 1, p. 14-20, 1984. A. F, J. C, P. de. Língua além de cultura ou além de cultura, língua? Aspectos do ensino da interculturalidade. In: CUNHA, Maria Jandyra Cavalcanti; SANTOS, Percília. (Orgs.) Tópicos em Português Língua Estrangeira. 1ª ed. Brasília: Editora UNB, 2002, p. 209-215. B, M. Cultural awareness’ in vocabulary learning. Language Learning Journal, v. 16, p. 51-57, 1997. B, Z. A cultura no mundo líquido moderno. Trad. Carlos Alberto Medeiros. 1ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. C, D. English as a Global Language. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. 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