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PQI0410 - Operações Unitárias da Indústria Química V AULAS 1,2: Contexto, Fundamentos de Transferência de Massa e Equilíbrio Prof. Moisés Teles/ moises.teles@usp.br Departamento de Engenharia Química Escola Politécnica da USP mailto:moises.teles@usp.br EMENTA DA DISCIPLINA Introdução Fundamentos de Transporte de Massa (difusão e convecção) Equilíbrio de Fases e estágio de equilíbrio Operações unitárias Destilação (Batelada/Contínua) Absorção e stripping Extração líquido-líquido Adsorção Lixiviação Secagem ▲ Critério de Aprovação Média final M = (M1 + M2)/2 ≥ 5,0; onde M1: média da PARTE I e M2: média da PARTE II do curso. M1 = (2*P +T) / 3 Onde: P: nota da prova; T: média da nota de trabalhos e exercícios entregues ao longo do curso ▲ Frequência ≥ 70% Observação: somente os alunos que faltarem a uma das provas regulares terão direito à prova substitutiva. 2 BIBLIOGRAFIA 1) INCROPERA F.P., DEWITT, D.P. “Fudamentos de trasnferência de calor e de massa”. 2) Yunus A. Çengel, Afshin J. Ghajar, Transferência de Calor e Massa - Uma Abordagem Prática . 3) Seader, J.D., Henley, E.J., Roper, D.K. “Separation Process Principles”, 3rd edition. 4) McCabe, W., Smith, J., Harriot, P., “Unit Operations of Chemical Engineering”, 7th edition. 3 Introdução 4 INTRODUÇÃO 5 ABSORÇÃO (Copyright Tri-Mer Corporation, Owosso, MI) Qual a finalidade deste processo? 6 CONTEXTO Exemplo industrial Gás proveniente da secagem de fibras de acetato de celulose. Objetivo: recuperar a acetona. Absorção de acetona de 99,5 %. Gás de saída com apenas 143 ppm de acetona. Quais aspectos devem ser abordados nesse processo? Perspectivas gerais 8 INTRODUÇÃO: PRINCÍPIOS BÁSICOS Contato entre as fases líquida e vapor para favorecer transferência de massa dos componentes mais voláteis para fase vapor. FT/TermoOperações Unitárias Transferência de massa (área, tempo, gradiente, resistência) GLL mkkK 111 Termodinâmica (T,P,composição): até onde pode haver TM (equilíbrio) OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 12 PRINCIPAIS Reações químicas (reatores); Separação de misturas; Destilação Absorção Extração líquido- líquido Lixiviação Secagem Adsorção Cristalização Separação por membranas AUXILIARES Separação de fases; Adição ou remoção de calor (trocadores de calor); Trabalho de eixo (bombas e compressores); Mistura ou divisão de correntes; Aglomeração de sólidos; Redução de tamanho de partículas sólidas; Separação de sólidos pelo tamanho das partículas; Modificações físicas ou químicas de uma corrente de processo. OPERAÇÕES UNITÁRIAS 13 APLICAÇÕES Remoção de impurezas, contaminantes, poluentes de um gás (absorção). Remoção de espécies de uma corrente líquida por uma corrente gasosa (stripping). Remoção seletiva de uma espécie química de um líquido por outro líquido (extração por solvente). Transferência de componentes voláteis de uma fase líquida para uma fase gasosa (destilação). Leitura Tópicos 1.1 – Industrial chemical process e 1.2 Basic Separation Techniques Chapter 1 – Separation process (Seader, J.D., Henley, E.J., Roper, D.K. “Separation Process Principles”, 3rd edition). TRANSFERÊNCIA DE MASSA(TM) 14 Qual a importância de entender a transferência de massa em operações unitárias? 1) Compreender as principais etapas e fundamentos para o desenvolvimento de projetos em engenharia. PROJETO OPERAÇÃO CONTROLE/OTIMIZAÇÃO SIMULAÇÃO OPERAÇÕES UNITÁRIAS BALANÇO DE MASSSA E ENERGIA TERMODINÂMICA/FENÔMENOS DE TRANSPORTE 2) Compreender a finalidade de otimização de um processo para: • Manter especificações do produto (grau de pureza, etc). • Otimizar consumo de energia (aspectos ambientais e econômicos). MOTIVAÇÃO SIMULAÇÃO CONTROLE Fenômenos de Transporte Balanços de Massa e Energia Termodinâmica OPERAÇÕES UNITÁRIAS Operação PROJETO Variáveis de projeto/operação para: Manter especificações do produto (grau de pureza, etc) Otimizar consumo de energia (aspectos ambientais e econômicos) 16 TRANSFERÊNCIA DE MASSA(TM) “ É a transferência líquida de espécies em uma mistura entre diferentes fases ou em uma mesma fase. Em processos de separação, a transferência normalmente ocorre através da interface entre fases diferentes.” Massa 70% CO2 10% CO2 Maior concentração de uma espécie Calor 70°C 10°C Maior temperatura Analogia TM com TC [J/s.cm2] [mol/s.cm2] dx dT k A q Lei de Fourier transporte de calor por condução Lei de Fick transporte de massa por difusão dx dC DJ A ABA 17 TRANSFERÊNCIA DE MASSA(TM) A força motriz fundamental para a difusão é o gradiente de potencial químico (e não o gradiente de fração molar ou concentração). Exemplo: preparo de um chá - processo de transferência de massa decorrente do gradiente de concentração no meio (DIFUSÃO). Movimento de partículas aleatório. Pelo fato da difusão ser um processo mais lento, à CONVECÇÃO auxilia na TM do solvente/soluto via movimentação do meio. DIFUSÃO e CONVECÇÃO DIFUSÃO CONVECÇÃO Vídeo https://www.youtube.co m/watch?v=_oLPBnhO CjM https://www.youtube.com/watch?v=_oLPBnhOCjM 18 TRANSFERÊNCIA DE MASSA(TM) FORÇA MOTRIZ – outros exemplos Gradiente de pressão Gradiente de temperatura (efeito Soret) Osmose reversa Merino-Garcial et al. 2007 -Kinetics of Waxy Gel Formation from Batch Experiments, Energy & Fuels 2007, 21, 1287-1295. Força externa Centrífuga DIFUSÃO 19 LEI DE FICK Fluxo difusivo (relativo): representa o movimento da espécie A em relação ao movimento médio da mistura. Fluxo absoluto: fluxo total em relação a um sistema de coordenadas fixo no espaço. mol/s.cm2 mol/s.cm2 𝑁𝐴 = 𝑐𝐴𝑢0 − 𝐷𝐴 𝑑𝑐𝐴 𝑑𝑥 FLUXO ABSOLUTO 20 Movimento de A por escoamento global convectivo do fluido + transferência por difusão molecular Natureza vetorial: fluxos e gradientes tem magnitude e direções. Sentido positivo: sentido de x crescente. Sinal do gradiente é oposto ao da direção do fluxo difusivo: difusão é na direção decrescente de concentração (calor na direção decrescente de T). Caso não haja escoamento: primeiro termo é zero. mol/s.cm2 𝑁𝐴 = 𝑐𝐴𝑢0 − 𝐷𝐴 𝑑𝑐𝐴 𝑑𝑥 DIFUSIVIDADE 21 PREVISÃO DA DIFUSIVIDADE Medidas experimentais. Natureza complexa da difusão de massa. Teoria cinética dos gases: gases diluídos em pressões normais tende a aumentar com a temperatura e diminuir com a pressão. Predição por correlações. Dados experimentais em uma determinada temperatura e pressão e necessidade de difusividade em outras condições. Sem dados experimentais para uma determinada mistura. Constante de proporcionalidade entre o fluxo de massa e o gradiente de concentração, representa o grau de “rapidez” com que a difusão ocorre. TM NO INTERIOR DE UMA FASE Fluxo molar médio da mistura em relação a coordenadas estacionárias A A AN J x N Fluxo total em relação a coordenadas estacionárias N mol_mistura.m-2.s-1 NA, JA mol_A.m-2.s-1 xA mol_A.mol_mistura-1 Fluxo difusivo através de um plano movendo-se com a velocidade média molar da mistura A BN N N Componente difusivo = Transferência de massa na direção de um gradiente de potencial químico Usualmente simplificado para gradiente de concentrações Componente convectivo = Transferência de massa associada ao movimento do fluido DIFUSIVIDADE - GASES 23 PREVISÃO DA DIFUSIVIDADE TEORIA CINÉTICA DOS GASES Difusão de vapor de água na atmosfera Correlação de Marrero e Mason (1972). Leitura Tópicos 3.2 Diffusion coeficientes (diffusivities) e 3.2.1 Diffusivity in gas mixtures Chapter 3 – Mass transfer (Seader, J.D., Henley, E.J., Roper, D.K. “Separation Process Principles”, 3rd edition). DIFUSIVIDADE - LÍQUIDOS 24 PREVISÃO DA DIFUSIVIDADE Geralmente 4 a 5 ordens de magnitude menores que em gases à pressão atmosférica. Distância médiapercorrida entre colisões é menor que o diâmetro molecular, ao contrário da difusão em gases. DIFUSIVIDADE 25Perry’s chemical engineers’ handbook. — 7th ed. DIFUSIVIDADE - LÍQUIDOS 26 Observações: buscar correlações adaptadas/atualizadas/específicas. Polímeros com alto peso molecular (aumento da viscosidade). Moléculas com volume molar maior que 500 cm3/mol. Eletrólitos. PREVISÃO DA DIFUSIVIDADE DIFUSIVIDADE 27 Perry’s chemical engineers’ handbook. — 7th ed. TRANSPORTE CONVECTIVO DE MASSA 28 Maioria dos processos industriais de transferência de massa: escoamento turbulento é desejado. Aumento das taxas de transferência de massa por unidade de área. Aumento da dispersão de um fluido em outro. Aumento da área interfacial. Coeficiente de transferência de massa (k) Taxa de transferência de massa por unidade de área / unidade de diferença de concentração Unidade: Comprimento / tempo (ex. cm/s) Unidade: Mesmo de JA TRANSPORTE CONVECTIVO DE MASSA 29 AsA ckAN K: coeficiente de transferência de massa convectiva Força motriz: diferença de concentração entre a superfície e a concentração média NA: fluxo molar (mol/s) ThAQ s Transferência de calor convectiva (Lei de Resfriamento de Newton) Coeficiente médio de transferência de massa TEORIA DA DUPLA CAMADA 30 Em muitos processos de separação: espécies devem difundir de uma fase para outra. Resistências à transferência de massa nas duas fases são somadas para se obter um resistência global. O inverso da resistência global é o coeficiente global, necessário para projeto de operações de transferência de massa. Haverá TM para que a concentração de equilíbrio (*) seja atingida. TEORIA DA DUPLA CAMADA 31 Escoamento unidimensional Duas fases binárias, apenas componente A é transportado Transporte da fase L para a interface e da interface para V Teoria de filme em cada fase Interface em equilíbrio termodinâmico Regime permanente (vazões nas duas fases são idênticas) Por simplicidade, o componente transportado é diluído (logo componente convectivo do fluxo é desprezível). xA, yA frações molares do componente A nas fases L e V, respectivamente NA fluxo mássico do componente A HIPÓTESES NA L xA yA V TEORIA DA DUPLA CAMADA 32 Taxas de transferência de massa nas duas fases são iguais Taxa é associada a um coeficiente global K vezes uma força motriz global Inclinação da curva de equilíbrio Fase líquida: mol/s.m2. Fase gasosa: mol/s.m2. RESISTÊNCIA À TM 33 Ky: coeficiente global de TM na fase gasosa. Kx: coeficiente global de TM na fase líquida. O que acontece se m for muito pequeno? Gases muito solúveis, maior resistência na fase gasosa, processo controlado pela fase gasosa (ex. absorção de HCl em água) O que acontece se m for muito elevado? Gases pouco solúveis, maior resistência na fase líquida, processo controlado pela fase líquida (ex. remoção de O2 dissolvido em água) EQUAÇÕES DE VELOCIDADE: TAXAS BALANÇOS MATERIAIS Equações de projeto (tamanho dos equipamentos). Exemplos: -Volume de um tanque de extração. -Altura de uma coluna de recheio/ número de pratos de uma coluna de destilação, absorção, secagem, extração etc. AA ckAN ' EQUIPAMENTOS PROJETADOS DE MANEIRA A MAXIMIZAR A TRANSFERÊNCIA DE MASSA RECAPTULATIVO EQUÍLIBRIO 35 A transferência de massa ocorre indefinidamente ? Equilíbrio Gradiente de concentração (ΔCA): Fases em contato. Fogem ao controle do engenheiro de processos: especificações do projeto. Área interfacial (A): Pode ser aumentada sub-dividindo uma das fases no seio da outra (agitação, passagem sob pressão/borbulhamento através de perfurações de pequeno diâmetro em placas metálicas/cerâmicas) Coeficiente global de transferência (K): Natureza das fases, densidade, viscosidade, geometria dos equipamentos, turbulência AA ckAN ' Leitura Tópicos 10.2 Equilibrium relations between phases, 10.2A Phase rule and Equilibrium, 10.2B Gas-liquid Equilibrium Chapter 10 – Stage and Continuous gas –liquid separation process, C.J. Geankopolis, “Transport Process and Separation Process Principles”, 4th edition. EQUÍLIBRIO 36 Dados de Equilíbrio (sistema bivariante) Fixadas P e composição, T esta determinada. P constante: a cada composição corresponde uma T Curva de equilíbrio Regra das fases L = c + 2 – Φ = 2 + 2 - 2 = 2 Leitura Tópicos 10.3B Single and Multiple equilibrium contact stages Chapter 10 – Stage and Continuous gas –liquid separation process, C.J. Geankopolis, “Transport Process and Separation Process Principles”, 4th edition. EQUÍLIBRIO 37 A volatilidade relativa pode não só variar com a composição, como também se inverter (passando de > 1 para < 1) Gráficos EQUÍLIBRIO 38 Tabulados Brazilian Journal of Chemical Engineering Vol. 31, No. 03, pp. 815 – 820, July - September, 2014 Ex: THF + ciclopentano (solventes) Dortmund Data Bank: http://www.ddbst.com/ NIST: http://trc.nist.gov/TDE/Help/TDE103b/ http://www.ddbst.com/ http://trc.nist.gov/TDE/Help/TDE103b/ EQUÍLIBRIO 39 DIAGRAMAS A temperatura constante A pressão constante + EQUÍLIBRIO 40 DIAGRAMAS Os dados de equilíbrio são fundamentais: - Experimentais - Predições. VOLATILIDADE 41 MÉTODOS DE PREDIÇÃO 1 1 Mais volátil Menos volátil j i j i ji x x y y , Caso ideal o j o i ji P P , Outras Estimativas T T o 7,10ln i i i o i CT B AP ln 21 11 ln )( 1 2 TTR H P P vvT H dT dP vap T i T i lv vapo i Equação de Clausius-Clapeyron Equação de Antoine A volatilidade relativa pode não só variar com a composição, como também se inverter (passando de > 1 para < 1) VOLATILIDADE 42 MÉTODOS DE PREDIÇÃO j i j i ji x x y y , Caso ideal o j o i ji P P , Caso não-ideal Kxy Como a fração de um componente na fase vapor se relaciona com a composição na fase líquida? ),,( composiçãoPTKK j i ji i i i K K x y K , No equilíbrio, 2 independentes Ideal: independe da composição (um componente “desconhece” o outro) TERMODINÂMICA 43 FUNDAMENTOS Mistura ideal (gas) Pyp ii Lei de Dalton Mistura ideal (líquido) o iii pxp Lei de Raoult P p K o i i Sistema ideal (Raoult-Dalton) TERMODINÂMICA 44 FUNDAMENTOS 0 iLiiLiL fxf Pxf iiLiL Pyf iiViV Fase líquida Fase vapor i i i x y K iV iL iK por Equações de estado P f K iV iLiL i 0 i i i x y K por modelos de G excesso