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APOSTILA-AMBIENTE-VIRTUAL-DE-APRENDIZAGEM (1)

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2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 
2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) ............................... 4 
2.1 As tecnologias digitais, virtuais e a educação ................................................... 7 
2.2 Desafios da educação frente às novas tecnologias .......................................... 9 
2 A MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ............................................... 11 
2.1 História da Educação à Distância no Brasil .................................................... 15 
2.2 Bases legais da EaD no Brasil ........................................................................ 16 
3 GESTÃO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA ........................................................... 20 
3.1 A formação de equipes multidisciplinares em programas e cursos da EaD ... 23 
3.2 A organização da manutenção e infraestrutura em programas e cursos de EaD
 25 
3.3 Acompanhamento e avaliação de cursos e programas em EaD: a avaliação em 
várias dimensões ...................................................................................................... 29 
4 FORMAÇÃO DE PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO PARA O USO DO AMBIENTE 
VIRTUAL DE APRENDIZAGEM – AVA ................................................................... 32 
4.1 Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA ..................................................... 33 
4.2 Ferramentas e recursos disponíveis no AVA e o hipertexto ........................... 34 
4.3 Interface e Design ........................................................................................... 36 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) 
A tecnologia é um processo que acompanha o homem desde sua existência, 
e por meio desse processo ele começou a se diferenciar dos demais animais. As 
tecnologias podem referir-se a materiais físicos, desde os mais simples (pentes de 
cabelo) aos mais sofisticados (smartphones), ou mesmo a processos e gestão e 
controle (LIMA, 2013). 
Atualmente, utilizamos diversas ferramentas tecnológicas nas escolas, mas 
nem sempre temos consciência disso. O livro, a lousa e a caneta são exemplos dessas 
tecnologias, que já estão integradas ao nosso cotidiano e transformam o processo de 
ensino-aprendizagem desde o início de seu uso. Os recursos de webconferência e 
teleconferência podem ser explorados para cursos e conferências. 
Para Borges (2021), utilizando ferramentas sincrônicos (como chat) e 
assíncronas (como fóruns e grupos de discussão), os alunos também podem 
compartilhar ideias para complementar as aulas presenciais ou apoiar o ensino à 
distância. Diversas instituições de ensino utilizam plataformas de aprendizagem que 
disponibilizam diversos recursos e ferramentas: chat, newsgroup, grupos, conteúdos, 
imagens, sons e vídeos. Através da internet podemos acessar essas plataformas e 
outras ferramentas como os buscadores Google e Bing. 
Por isso, sabemos que os recursos de informática inevitavelmente vêm à 
mente quando se fala em tecnologia educacional. O computador, em comparação com 
outros recursos, além de fornecer a mesma função, também é interativo. Assim, 
podemos realizar diversas tarefas em paralelo e interagir diferenciadamente: ouvir 
rádio enquanto descarregamos um arquivo, lê-lo e preparar uma apresentação de 
slides, por exemplo. 
Nesse sentido, não se pode negar que os computadores e a própria tecnologia 
da informação têm facilitado a educação em ambientes escolares, onde há 
profissionais prontos para utilizá-los. Sabendo disso, é imprescindível estudar os 
estímulos que essas ferramentas podem estimular para troca de informações e 
interação, bem como a possibilidade de leitura/navegação de forma não linear, onde 
é possível interagir com diferentes partes do texto, com diferentes mídias, como 
animação e som, em simultâneo, em que possui vários textos/mídias (BORGES, 
2021). 
 
5 
 
A tecnologia mudou as diversas formas de prática humana, produção, 
consumo, interação e até mesmo o exercício da cidadania na vida cotidiana. 
Atualmente, a tecnologia se propõe a mudar como o ser humano aprende e ensina; 
antes, o ato de educar permitia que os alunos adquirissem habilidades para usar a 
tecnologia e, hoje, os professores usam a tecnologia para educar os alunos. 
Sobre esse expressivo avanço tecnológico desenvolvido pelo ser humano, 
Fróes (2011, p. 25) observa, 
as tecnologias sempre afetaram o homem: das primeiras ferramentas, por 
vezes consideradas como extensões do corpo, à máquina a vapor, que 
mudou hábitos e instituições, ao computador que trouxe novas e profundas 
mudanças sociais e culturais, à tecnologia nos ajuda, nos completa, nos 
amplia... Facilitando nossas ações, nos transportando ou mesmo nos 
substituindo em determinadas tarefas... 
Observou-se que a tecnologia proporciona ao ser humano novos meios para 
facilitar o seu trabalho, porém, essa disrupção pode ocorrer de forma positiva ou 
negativa e todos terão que lidar com o seu avanço, portanto, é preciso se adaptar à 
nova realidade, porque a interrupção da tecnologia em nossas vidas diárias é uma 
contribuição que ocorre naturalmente, mesmo que não estejamos cientes disso 
(FRÓES, 2011). 
No que diz respeito a diversos avanços, a Tecnologia da Informação e 
Comunicação (TIC) está presente em todas as atividades humanas na atualidade e, 
além de ampliar a comunicação e a informação, tem a função de acelerar a 
modernização e transformar a produtividade (FIGUEIREDO; NOBRE; PASSOS, 
2015). Essas ferramentas tecnológicas contribuem para uma melhor prática 
educacional. 
Ao dominar e proporcionar os novos meios, o professor reinventa a sua 
prática dia após dia e assume uma nova atitude diante do conhecimento e da 
aprendizagem; deixa de ser o detentor do saber para se tornar um facilitador 
e mediador do processo de ensino e aprendizagem (FRANCO, 2016, p. 14). 
Percebe-se que a forma de ensinar e aprender está passando por um 
processo de transformação, das práticas tradicionais de ensino para novas práticas 
agregadas às novas ferramentas de TIC. A dinâmica dessa transformação exige um 
processo de aquisição de novos conceitos que levem a novas formas de pensar a 
educação e suas formas contemporâneas. Essas mudanças são evidentes no 
pensamento de Gubert e Machado (2009, p. 5673): 
 
6 
 
a educação vem passando por mudanças durante o decorrer dos anos, 
refletindo diretamente no papel do professor em sua prática diária. Os relatos 
históricos comprovam que desde meados do século XX, os docentes têm sido 
desafiados a uma mudança de postura, passando de meros transmissores 
de conhecimentos para mediadores do conhecimento.Assim sendo, as 
metodologias e práticas pedagógicas conservadoras utilizadas para a 
reprodução de conhecimentos sofreram alterações e foi impulsionada a 
adoção de práticas inovadoras que favoreçam a produção do conhecimento. 
Pode-se inferir, portanto, que as tecnologias podem facilitar um melhor ensino 
e a relação professor-aluno, pois facilitam que os indivíduos experimentem sensações 
e gerem emoções de forma independente de sua cultura e localização geográfica, 
proporcionam novos experimentos a partir de novas ferramentas tecnológicas, 
permitem acesso rápido a informações do dia a dia, aprendizagem colaborativa e 
coexistência onde quer que estejam (VASCONCELOS, 2015). 
Desta forma, nota-se que a tecnologia nas escolas e ambientes educacionais 
é vista como significativa porque as novas tecnologias podem potencializar a 
contribuição do ensino e das obras pedagógicas contemporâneas ao criarem 
situações de aprendizagem ricas, complexas e diversas (PERRENOUD, 2000). 
Dito isso, a inclusão das TIC na educação pode dar uma grande contribuição 
ao promover o envolvimento dos alunos por meio de salas de aula dinâmicas. 
Segundo Santiago et al. (2016), os recursos digitais invadiram o espaço educacional, 
dando origem a práticas de ensino que se enriquecem com o uso da tecnologia para 
que os alunos se tornem o centro de sua aprendizagem e os professores em 
construção. 
Os seres humanos e suas mentes são atraídos pela inovação e modernidade. 
Dessa forma, é necessário que o professor busque inovação metodológica na prática 
docente, especificamente para experimentar diferentes ferramentas e recursos 
técnicos, mas deve estar preparado para isso. 
Segundo Sousa et al. (2011, p.20), 
a aplicação e mediação que o docente faz em sua prática pedagógica do 
computador e das ferramentas multimídia em sala de aula, dependem, em 
parte, de como ele entende esse processo de transformação e de como ele 
se sente em relação a isso, se ele vê todo esse processo como algo benéfico, 
que pode ser favorável ao seu trabalho, ou se ele se sente ameaçado e 
acuado por essas mudanças. 
Na mesma perspectiva, Otto et al. (2016) argumentam que, usando 
computadores como ferramentas, os professores podem explorar uma ampla 
 
7 
 
variedade de tecnologias digitais e criar ambientes de aprendizagem que facilitem o 
processo de desenvolvimento intelectual dos alunos dentro e fora da sala de aula. 
Para tal, é necessário orientar e educar as crianças que se deparam com as 
TIC para compreenderem a principal relevância da utilização destas ferramentas na 
sua vida social, uma vez que a tecnologia pode desempenhar mais do que apenas 
distração e entretenimento na vida das crianças. 
Para isso, como afirmam Otto et al. (2016), as crianças devem entender os 
diferentes papéis associados à tecnologia, caso contrário não saberão distinguir entre 
o que uma ferramenta faz e o que não faz: 
a grande quantidade de informações frente aos veículos de comunicação faz 
com que as crianças, jovens percam a essência, não conseguindo distinguir 
bom/ ruim, bem/mal, o que posso, devo fazer e o que não posso ou devo 
fazer, o certo e o errado, passando uma boa parte do seu tempo com jogos, 
filmes, redes sociais com conteúdos inadequados a idade, sem nenhuma 
restrição e orientação quanto ao tempo e conteúdo frente a ciberespaços 
(OTTO et al, 2016, p.10). 
Assim, percebe-se que a inserção das TIC’s no ambiente escolar, se bem 
direcionada, pode auxiliar no estabelecimento de regras de segurança e convivência 
no ambiente virtual. Esta é uma grande oportunidade de se comprometer com o 
manejo responsável e como o uso da tecnologia digital permite que cada um deles 
seja um cidadão participativo. 
Assim, percebe-se que a expectativa das pessoas em utilizar as diversas 
ferramentas oferecidas pelas novas TIC’s vem crescendo, tornando-se necessário 
incorporá-las ao currículo porque se a informação tecnológica está imersa em nossa 
sociedade, há nada impede que ela seja incorporada à prática docente (ATANZIO; 
LEITE, 2017). 
Essa disposição já se faz presente nos documentos oficiais: “o professor deve 
ser capaz de usar de recursos da TIC para a aumentar as possibilidades de 
aprendizagem dos alunos” (BRASIL, 2002, p. 43) 
2.1 As tecnologias digitais, virtuais e a educação 
 
8 
 
 
Fonte: shre.ink/1Aon 
 
As tecnologias digitais são utilizadas de diversas formas e em diferentes 
ramos de atividade e podem se destacar em indústrias no processo de automação, 
comercial, administrativo e publicitário, no campo de investimentos com dados 
simultâneos e imediatos. Difusão, no processo de ensino-aprendizagem e na 
educação a distância. Pode-se dizer que o principal fator para aumentar e promover 
o uso de tecnologias em vários campos foi a popularização da Internet. 
Lemos (2005) aponta que a Internet tem mostrado potencial para agregar 
tecnologias de comunicação. E recentemente, a Internet móvel gradualmente permite 
ao homem realizar o sonho da ubiquidade e trazer a cultura telemática. Essa cultura 
acrescenta uma nova direção para o uso da informação e oferece novos meios e 
práticas para socializar os usuários. Atualmente, com as constantes inovações 
tecnológicas, revela-se a intrínseca relação entre o entorno físico da cidade e o espaço 
virtual. 
A Internet é uma realidade na qual estamos imersos, e que é algo 
indissociável do nosso cotidiano devido ao rumo que a sociedade tem tomado através 
das novas tecnologias. É de suma importância acompanhar os avanços e usufruir de 
suas prerrogativas para podermos atuar conforme com os anseios daqueles a quem 
atendemos no dia a dia escolar e até nas demais áreas em que atuamos. 
Diante das possibilidades tecnológicas, surgiram como uma alternativa viável 
para facilitar o trabalho nos sistemas de ensino. A incorporação de computadores e 
outros dispositivos, software e hardware nas salas de aula permite e aprimora a prática 
e o aprendizado dos alunos, o acesso a dados e a multitarefa em todas as dimensões 
 
9 
 
da vida humana e o empoderamento e envolvimento dos professores por meio da 
criação de redes e comunidades físicas e virtuais. 
Com o aparecimento da tecnologia, as mudanças em termos de 
comunicabilidade, conexão e interação social foram grandes e positivas para a 
sociedade. Além de inúmeros insumos, as tecnologias trouxeram esperança de 
melhorias no processo de ensino e aprendizagem. 
Castells (2002) argumenta que as tecnologias educacionais surgem com as 
mudanças econômicas no cenário mundial, época em que as inovações tecnológicas 
estavam em alta e criadas para atender o mercado. 
Diante das tecnologias apresentadas aos alunos, o professor atualmente 
exerce o papel de facilitador nessa modalidade de ensino, dando suporte essencial 
para o uso adequado e responsável dos insumos tecnológicos. Para que isso 
aconteça, os professores precisam se desenvolver e atualizar para além de sua 
especialidade e perceber a tecnologia como uma contribuição para a ação em sua 
prática pedagógica cotidiana. 
As novas tecnologias oferecem perspectivas transformadoras e críticas para 
melhorar o ensino, mas deve-se ter em mente que ainda existem alguns problemas 
relacionados à incorporação da tecnologia nas salas de aula. É um desafio para os 
professores mudar a forma de ensinar e colocar o ensino em prática usando uma nova 
ferramenta. 
 
2.2 Desafios da educação frente às novas tecnologias 
Incorporar as novas tecnologias ao processo de ensino e aprendizagem é um 
desafio para os professores em sala de aula, mas seu potencial deve ser objeto de 
pesquisa e discussão em cursos de formação. 
Para Moraes (1999) vivemos em um mundo que é pequeno e grande 
simultaneamente, entrelaçado por redes de computadores, o fluxo de informações não 
é mais controlável e o maior desafio é produzir conhecimento e conduzir uma gestão 
criativa e crítica deste mundo. No início desteséculo foi apresentada uma lista de 
instrumentos, como as novas ferramentas que possibilitam a transformação da 
sociedade, pois através desses instrumentos são oferecidas novas formas de 
conhecer, agir e talvez criar. 
 
10 
 
A educação, como outras organizações, está sob pressão para mudar. O 
conceito de tecnologia educacional, como o uso de dispositivos tecnológicos para 
processos de ensino e aprendizagem, é um campo de conhecimento que busca 
compreender a prática pedagógica e os métodos utilizados pelos professores que 
utilizam a tecnologia. As tecnologias educacionais estão surgindo com as mudanças 
econômicas no cenário mundial, momento em que as inovações tecnológicas estão 
em alta e criadas para atender o mercado (CASTELLS, 2002). 
Segundo Brito e Purificação (2012), a comunidade escolar enfrenta três 
caminhos: rejeitar a tecnologia e ficar fora do processo, abraçar a tecnologia e 
transformar a vida em uma carreira atrás do novo, ou abraçar os processos, 
desenvolver habilidades permitindo o controle de tecnologias e seus efeitos. Na 
análise das três opções de destaque, a última opção, que melhor permite uma 
formação intelectual, afetiva e física do cidadão, permitindo-lhe criar, redesenhar e 
refletir sobre seus modos e atitudes, é a última opção com fortes características de 
transformação da sociedade. 
Para isso, a educação precisa de sentido, e os educadores precisam acreditar 
em si mesmos, nos valores que defendem, ou seja, ter as crenças de suas ideias. 
Portanto, é de extrema relevância a formação eficiente do professor, que deve estar 
aberto às mudanças, aos novos paradigmas que o obriguem a aceitar a diversidade, 
as demandas da sociedade, comunicando-se por meio de um formato de linguagem 
diferente; um universo cultural e tecnológico em constante expansão. 
Pode-se observar que essas tecnologias causaram algumas preocupações 
para os professores, principalmente aqueles que eram considerados tradicionais, pois 
essas novas ferramentas de ensino e aprendizagem exigem práticas pedagógicas 
diferenciadas. 
Segundo Valente (1993), as tecnologias educacionais são ferramentas 
disponíveis que, se utilizadas corretamente, produzem importantes transformações no 
processo de ensino e aprendizagem. Curiosamente, vários fatores levam a escola a 
resistir às inovações no campo da tecnologia. A falta de recursos, infraestrutura, o 
despreparo dos professores e da equipe pedagógica, os materiais que chegam na 
escola por imposição e não por escolha dos professores, a quantidade insuficiente de 
materiais para o tamanho da escola, estão entre os principais. Tais fatores interferem 
 
11 
 
sobremaneira na disposição dos educadores em utilizar as inovações, como se fosse 
possível ficar indiferente à influência que elas exercem sobre as pessoas. 
Nesse contexto, o professor deve mudar sua postura pedagógica, 
principalmente no que diz respeito à construção do conhecimento e à democratização 
do conhecimento, é preciso que ele domine o manuseio da máquina e também seu 
uso pedagógico. 
Existe uma real necessidade de educadores dedicados ao processo 
educacional, que se dediquem à produção ou assimilação crítica de inovações de 
natureza pedagógica, e assim explorarem a estreita amplitude de movimento que 
existe na área de educação (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2012). 
Considerando que essas mudanças em relação a essas novas tecnologias 
têm causado diversas confusões no ambiente escolar, esse fato não impede que 
essas inovações sejam aceitas passivamente pelos educadores. Existe uma visão 
incompleta sobre a tecnologia que os faz pensar apenas na ferramenta tecnológica. 
 
2 A MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Educação a Distância (EaD) é uma modalidade de ensino cada vez mais 
comum. São oferecidos cursos técnicos, profissionalizantes, de aperfeiçoamento, 
graduação e pós-graduação, entre outros. É uma forma de ensino mediada pela 
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que permite que professores e alunos 
estejam em diferentes ambientes físicos. Isso significa que, ao invés de todos se 
encontrarem na sala de aula em dia e horário marcados, cada um aprende em um 
horário diferente e onde quiser, como em casa, na biblioteca, no trabalho, etc. 
Desde sua criação, a EaD vem desafiando sua definição e conceituação. Ao 
longo dos anos, alguns estudiosos tentaram conceituar esse modo de ensino e 
chegaram a alguns pontos em comum em seus conceitos. Segundo Guarezi e Matos 
(2012.), a maioria das definições de EaD são descritivas, baseadas no ensino 
tradicional, destacando-se, para distinguir a distância (espaço) entre professor e aluno 
e o uso de mídias para eles, porém, esses conceitos evoluíram com o processo de 
comunicação, enquanto os modelos educacionais determinam a importância da 
interação entre pares para a aprendizagem, a EaD tem mais possibilidades técnicas 
de influenciar essa interação. 
 
12 
 
De acordo com Guarezi e Matos (2012), a EaD possui algumas características 
como: autonomia, comunicação e processo tecnológico. Em termos de autonomia, os 
alunos podem determinar o melhor momento e local para aprender de acordo com 
seu próprio ritmo e estilo de aprendizagem, por meio de materiais instrucionais que 
ajudam a mediar o conhecimento e promover a aprendizagem autodirigida. Em 
relação à comunicação, esta é sempre mediada e pode acontecer de forma síncrona, 
quando alunos e professores estão conectados simultaneamente, como por meio de 
chat, webconferência, audioconferência e telefonemas, ou de forma assíncrona, 
quando alunos e professores estão conectados ou quando não estão. Conexão 
simultânea, pode ser por fóruns, e-mail, etc. Essas formas de comunicação nos 
permitem atender mais alunos de diferentes regiões. Na frente da tecnologia, alunos 
e professores podem usar uma variedade de tecnologias para facilitar a comunicação 
e acessar o conteúdo. 
Segundo Maia e Matar (2007), a EaD é um modelo de educação em que 
professores e alunos são separados, planejados pela instituição, e utilizam diversas 
tecnologias de comunicação. Nessa definição, o autor destaca três pontos: separação 
espacial, separação temporal e planejamento. Uma separação no espaço onde o 
aluno não está no mesmo lugar que o professor ou o aluno como no ensino presencial; 
ou seja, eles estão separados fisicamente. Em relação à separação temporal, as 
atividades desenvolvidas podem ser síncronas, quando professores e alunos 
precisam se conectar simultaneamente por meio de chat, videoconferência e 
plataformas virtuais, ou assíncronas, quando professores e alunos estão separados 
no tempo. Nesse caso, há paralelos com o que Guarezi e Matos disseram no sobre o 
aspecto comunicacional na EaD. Em termos de planejamento, a EaD precisa ser 
planejada pela instituição de ensino, incluindo também o acompanhamento professor-
tutor e a supervisão da aprendizagem. 
Landim (1997) observou que a EaD pressupõe uma combinação de 
tecnologias tradicionais e modernas que permitem que o aprendizado individual ou 
em grupo seja combinado com atividades presenciais específicas, como sessões de 
aprendizado em grupo e avaliações, seja no local de trabalho ou externamente, por 
meio de ensino à distância e métodos de treinamento. Fica evidente nesse conceito a 
importância do uso das TIC e da mediação dos professores no processo de ensino; 
dito isso, a noção de educação como um processo colaborativo e bilateral (professor-
 
13 
 
aluno e aluno-aluno) é significativa porque os alunos são vistos como pessoas que 
acumulam seu próprio conhecimento por meio da participação ativa. Além disso, a 
Landim oferece sessões presenciais de estudo e avaliação em grupo em atendimento 
ao Art. 1º do Decreto nº 5.22 de 2005 sobre momentos presenciais, abaixo citado. 
Sobre esses momentos presenciais, ou seja, a presencialidade, Gonçalves 
(1996, p.13) afirma que, 
Quando incluída no ensino àdistância, a presencialidade tem sua função 
revista, bem como a frequência, os objetivos e a forma das situações 
presenciais de contato dos alunos entre si e dos alunos com aqueles que os 
apoiam ao longo do processo de aprendizagem. 
Na modalidade presencial, nos cursos regulares de qualquer nível, 
professores e alunos sempre se encontram em um local físico (sala de aula); enquanto 
na modalidade à distância, parte da aula é presencial e parte da atividade é virtual ou 
essa presencialidade não ocorre, ou seja, a aprendizagem é totalmente mediada. 
Guarezi e Matos (2012) referem-se a essas duas formas de organização da 
educação a distância como: modelo bimodal e modelo a distância. Essa dicotomia 
surge porque as linhas entre as abordagens presenciais e a distância estão se 
tornando cada vez menos claras. Para eles, o modelo bimodal usado para descrever 
a instrução ministrada por meio de tecnologias de comunicação que é em parte 
presencial (com presença física na sala de aula) e em parte virtual ou remota (com 
pouca presença física). 
Como resultado, os alunos têm a oportunidade de desenvolver um senso de 
comunidade entre si enquanto trocam experiências presenciais durante seus estudos 
em sala de aula. O modelo a distância hoje, principalmente com as possibilidades da 
Internet, prioriza em sua metodologia a comunicação de diferentes formas: um para 
um, um para muitos, muitos para muitos” (GUAREZI; MATOS, 2012). 
Nesse caso, a interação é muito importante nesse modelo, pois sem ela o 
processo de aprendizagem não pode acontecer. Percebe-se que as visões de 
Guarezi, Matos e Gonçalves são semelhantes quanto à forma como a EaD organiza 
sua presença, ou seja, a EaD pode ser composta por aulas híbridas (parte presencial 
e parte virtual) ou totalmente a distância (virtual). 
No entanto, em alguns cursos considera-se que os momentos presenciais são 
apenas para avaliação. Nesse caso, praticamente não há tempo presencial para 
atividades que promovam a interação e a colaboração com os alunos para uma 
 
14 
 
aprendizagem significativa. Com isso, os objetivos do encontro presencial são 
esvaziados e reduzidos a um momento de avaliação da atividade. 
No Brasil, essa forma de ensino foi regulamentada pelo Decreto nº 5.22 do 
Ministério da Educação de 2005, que por sua vez regulamenta o art. 80 da Lei de 
Diretrizes e Princípios da Educação Nacional, que dispõe: O poder público incentivará 
o desenvolvimento e a difusão de programas de educação à distância em todos os 
níveis e modalidades de ensino e formação. Nesse artigo, pode-se ver o foco do 
governo em fornecer incentivos para instituições que desejam ministrar cursos à 
distância. 
Em tal artigo, entre outras disposições, fica determinado que a educação à 
distância será ministrada por instituição especialmente reconhecida pela União. Os 
sindicatos também são responsáveis por regulamentar as exigências para realização 
de exames e matrículas em diplomas relacionados a cursos. Estes, no que lhe 
concerne, terão o mesmo valor e importância que os diplomas dos cursos presenciais, 
sem distinção ou preconceito. 
O Decreto nº 5.622 de 2005, em seu art. 1º, distingue a EaD como (BRASIL, 
2005): 
Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos 
processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e 
tecnologias de comunicação e informação, com estudantes e professores 
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 
Neste artigo, percebeu-se a importância do professor no processo, não 
apenas do aluno, ou seja, o aluno não aprende sozinho, mas participa do processo de 
ensino junto com o professor. Além disso, o uso de TIC também foi considerado. 
Esse Decreto prevê, porém, alguns momentos presenciais obrigatórios, tais 
como (BRASIL,2005): 
I - avaliações de estudantes; 
II - estágios obrigatórios; 
III - defesa de trabalhos de conclusão de curso; e 
IV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino. 
E em relação aos níveis e modalidades educacionais, esse Decreto, em seu 
art. 2º, estabelece que a educação à distância poderá ser ofertada na: 
I - educação básica; 
II - educação de jovens e adultos; 
 
15 
 
III - educação especial; 
IV - educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas: a) 
técnicos, de nível médio; e b) tecnológicos, de nível superior; 
V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas: 
a) sequenciais; 
b) de graduação; 
c) de especialização; 
d) de mestrado; e 
e) de doutorado. 
Portanto, que os autores e a referida legislação concordam com o conceito de 
educação à distância como o uso de tecnologias de informação e comunicação para 
criar modos de interação entre professores e alunos ou entre alunos e alunos para 
que a aprendizagem ocorra de forma colaborativa e significativa. Esse tipo de 
interação pode ser realizado de diversas formas, como: chat, telefone, fórum, etc., 
tornando a distância minimizada ou até suprimida nessa modalidade de ensino. 
 
2.1 História da Educação à Distância no Brasil 
O surgimento da EaD no Brasil tem uma trajetória histórica ampla, mas a 
definição da origem é um tema polêmico, pois nem sempre os estudiosos concordam 
em todos os pontos. Segundo Ribeiro (2014), EaD não é um modelo de ensino 
totalmente novo. Na verdade, o que se observa é um conceito atualizado por meio do 
uso da tecnologia e do avanço da informática na educação, existe a necessidade de 
redefinir o alcance deste modelo de ensino devido à introdução das TIC’s. 
Segundo Moore e Kearsley (2007), a EaD evoluiu ao longo da história e pode 
ser dividida em cinco gerações distintas: Primeira geração: Caracterizada pela 
comunicação textual via correspondência; Segunda geração: Ensino via televisão 
aberta; Terceira geração: caracterizada principalmente pela invenção da a 
Universidade Aberta; Quarta geração: caracterizada pela interação remota em tempo 
real, em cursos de áudio e videoconferência; Quinta geração: envolvendo aulas 
online, virtuais e ensino e aprendizagem em universidades com base no estudo de 
tecnologias da Internet. 
Para Alves (2009), a história da EaD no Brasil pode ser dividida em três 
momentos: 
1- Inicial: com a criação da Escola Internacional, 1904 e da Rádio Sociedade 
do Rio de Janeiro, 1923; 
 
16 
 
2- Intermediário: com o foco no Instituto Monitor (1939) e no Instituto Universal 
Brasileiro (1941); 
3- Moderna: influenciada por três organizações: Associação Brasileira de 
Teleeducação (ABT); Instituto de Administração Educacional (Ipae) e Associação 
Brasileira de Educação à Distância (Abed). 
No Brasil, a EaD é amplamente conhecida por meio da televisão e programas 
educacionais complementares em fascículos. Nesse contexto, segundo Nunes (1993), 
a EaD teve início com a implantação do Instituto Rádio Monitor, em 1939, e do Instituto 
Universal Brasileiro, em 1941. Ou seja, comparando com os momentos descritos 
acima por Alves, a EaD teria começado no momento Intermediário. Assim, Nunes não 
leva em consideração as ações feitas antes desse período. 
 
2.2 Bases legais da EaD no Brasil 
No Brasil, a base legal do modelo de Educação à Distância é determinada 
pela Lei 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, cujo nome 
já indica que são estabelecidas as diretrizes e fundamentos da educação nacional. 
Em particular, os artigos 80 e 87 da LDB estabelecem dispositivos como 
(BRASIL, 1996): 
1- definição de educação à distância, abrangendo todos os cursos que não 
sejam estrita e integralmente presenciais; 
2- exigência de credenciamento específico das Instituições de Ensino 
Superior (IES) para oferecer quaisquer cursos de EaD, organizada esta com 
abertura e regime especiais; 
3- exigência de autorização/reconhecimento de cursos de graduação; 
4- exigência de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento 
de cursos de pós-graduaçãostricto sensu dependentes da Câmara de 
Educação Superior do Conselho Nacional de Educação e da Avaliação da 
CAPES; 
5- dispensa de processo de autorização/reconhecimento para cursos de pós-
graduação lato sensu para instituições credenciadas para EaD; 
6- transferência e aproveitamento de estudos entre as modalidades; 
7- exigência de exames presenciais nos cursos de graduação e pós-
graduação stricto e lato sensu. 
Em 03 de abril de 2001, foi publicada a Resolução CNE/CES nº 1. Nessa 
resolução, o Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu normas para a pós-
graduação lato (especialização) e stricto sensu (mestrado e doutorado), cujos cursos 
a distância só podem ser oferecidos por instituições credenciadas pela União. Para 
programas estritamente de pós-graduação, os cursos devem incluir testes e atividades 
presenciais (BRASIL, 2001). 
 
17 
 
O exame de qualificação e a dissertação ou defesa de dissertação deverão 
ser realizados presencialmente, perante uma banca examinadora composta por, no 
mínimo, 1 (um) professor que não faça parte do corpo docente da instituição 
responsável pelo curso. No que diz respeito aos cursos de pós-graduação lato sensu, 
o curso deve ter duração mínima de 360 (trezentos e sessenta) horas, sem contar o 
tempo de estudo individual ou em grupo, sem material didático, e deve ser uma 
preparação para monografia ou trabalho de conclusão de curso. Como um programa 
estritamente de pós-graduação, deve incluir um exame presencial e uma monografia 
presencial ou defesa de trabalho final. 
Em 29 de dezembro de 2004, foi promulgado o Portaria nº 4.361, revogando 
o Portaria nº 301, de 7 de abril de 1998, que regulamenta o processo de 
credenciamento e recredenciamento de IES, oferecendo credenciamento de cursos 
em sentido amplo de Pós-Graduação Superior programas, credenciamento e 
recredenciamento de instituições de ensino para oferecer cursos superiores à 
distância (BRASIL, 2004). 
Em 09 de junho de 2005, foi publicada a Resolução CNE/CES nº 2 que altera 
a Resolução CNE/CES nº 1, de 03 de abril de 2001, que regulamenta a oferta de 
cursos de pós-graduação stricto senso ofertados no Brasil por meio de instituições 
estrangeiras, diretamente ou mediante convênio com instituições nacionais, que 
vigorará quando os alunos se formarem ou estiverem nos limites estabelecidos no art. 
1º da Portaria CNE/CES nº 2/2001, nos cursos, referidos de que trata o caput e que 
constem da lista CAPES, deverão encaminhar os documentos necessários ao 
processo de reconhecimento do título diretamente aos programas de universidades 
públicas ou instituições privadas que ofereçam programas de pós-graduação e 
graduação avaliados pela CAPES e aprovados pelo MEC, no mesma área de 
conhecimento ou em área afim e ao nível equivalente ou superior (BRASIL, 2005). 
Em 19 de dezembro de 2005, foi publicado o Decreto nº 5.622, que 
regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB), que 
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Além do que já foi dito na 
seção sobre concepções da EaD, tal Decreto determina que os cursos de pós-
graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) a distância serão oferecidos 
exclusivamente por instituições credenciadas para tal fim pela União e obedecem às 
exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento 
 
18 
 
estabelecidos no referido Decreto, cabendo à Coordenação de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior – CAPES publicar as normas complementares a esse 
Decreto, para tal motivo, no termo de 180 (cento e oitenta dias), contados do dia de 
sua publicação (BRASIL, 2005). 
Em 09 de maio de 2006, foi publicado o Decreto 5.773, foi publicado o Decreto 
nº 5.773, que regulamenta as funções de regulação, fiscalização e avaliação das 
instituições de ensino superior e dos cursos superiores de graduação e sequenciais 
no sistema federal de ensino. Nos parágrafos do art. 1º, são explicadas as funções de 
regulação, supervisão e avaliação (BRASIL, 2006): 
§ 1º A regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizativos 
do funcionamento de instituições de educação superior e de cursos de 
graduação e sequenciais. 
§ 2º A supervisão será realizada a fim de zelar pela conformidade da oferta 
de educação superior no sistema federal de ensino com a legislação 
aplicável. 
§ 3º A avaliação realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação 
Superior - SINAES constituirá referencial básico para os processos de 
regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria 
de sua qualidade. 
Essas funções serão exercidas pelo Ministério da Educação, pelo Conselho 
Nacional de Educação – CNE, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira – INEP, e pela Comissão Nacional de Avaliação da 
Educação Superior – CONAES. No que diz respeito às atividades das IES, ficarão sob 
responsabilidade da Secretaria de Educação Superior, da Secretaria de Educação 
Profissional e Tecnológica e a Secretaria de Educação à Distância. Quanto às 
atividades de avaliação, elas são de responsabilidade do SINAES. 
Em 08 de junho de 2006, é publicado o Decreto nº 5.800, que institui o Sistema 
Universidade Aberta do Brasil – UAB, visando desenvolver um modelo de educação 
à distância para expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação 
superior no país. Segundo o Parágrafo único do art. 1º, são objetivos do Sistema UAB 
(BRASIL, 2006): 
I - oferecer, prioritariamente, cursos de licenciatura e de formação inicial e 
continuada de professores da educação básica; 
II - oferecer cursos superiores para capacitação de dirigentes, gestores e 
trabalhadores em educação básica dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios; III - oferecer cursos superiores nas diferentes áreas do 
conhecimento; 
IV - ampliar o acesso à educação superior pública; 
 
19 
 
V - reduzir as desigualdades de oferta de ensino superior entre as diferentes 
regiões do País; 
VI - estabelecer amplo sistema nacional de educação superior à distância; e 
VII - fomentar o desenvolvimento institucional para a modalidade de 
educação à distância, bem como a pesquisa em metodologias inovadoras de 
ensino superior apoiadas em tecnologias de informação e comunicação. 
Em 10 de janeiro de 2007, foi publicada a Portaria Normativa nº 2, que dispõe 
sobre os procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na 
modalidade a distância, estabelecendo que o credenciamento de instituições para 
oferta de educação nessa modalidade deverá ser requerido por IES já credenciadas 
no do sistema federal ou do sistema estadual e do distrito federal conforme o art. 80 
da LDB e art. 9º do Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005). 
Em agosto de 2007, foi elaborado um documento sobre o Referencial de 
Qualidade para o Ensino Superior à Distância, que definiu os princípios, diretrizes e 
padrões que servem de referencial de qualidade para as instituições que oferecem 
cursos na modalidade a distância, e também especificou a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação, do Decreto nº 5.622 de dezembro de 2005, Decreto nº 5.773 de junho 
de 2006 e Portarias Normativas 1 e 2 de janeiro de 2007, mas sem força legal. 
Os referenciais de qualidade partem do pressuposto de que não existe um 
modelo único de ensino a distância e os cursos podem ter diferentes designs e 
múltiplas combinações de linguagem, recursos educacionais e técnicos. Ressaltam, 
porém, que todos que desenvolvem projetos dessa forma devem ter um ponto em 
comum: a compreensão, como primeiro fundamento, do que é educação. Além disso, 
destacam que o Projeto Político Pedagógico (PPP) de currículo deve contemplar 
fundamentalmente aspectos pedagógicos, recursos humanos e infraestrutura. Esses 
aspectos serão desenvolvidos dentro, e não isoladamente, dos seguintes elementos: 
conceitos educacionais e curriculares no processo deensino, sistemas de 
comunicação, materiais didáticos, avaliação, equipes multidisciplinares, infraestrutura 
de apoio, sustentabilidade financeira e administração acadêmica. 
Em 08 de novembro de 2007, foi publicada a Portaria nº 1.047, que estabelece 
diretrizes para a elaboração, pelo INEP, das ferramentas de avaliação para 
credenciamento de IES para a oferta de cursos superiores na modalidade a distância, 
nos termos do art. 6º, inciso IV, do Decreto nº 5.773/2006. Em relação ao 
credenciamento institucional, a avaliação considera as seguintes dimensões (BRASIL, 
2007): 
 
20 
 
1- Organização Institucional para a Educação a Distância; 
2- Corpo Social; 
3- Instalações Físicas. 
Em 12 de dezembro de 2007, foi publicado o Decreto nº 6.303, que altera 
dispositivos dos Decretos nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional, e nº 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe 
sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de 
educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais do sistema federal 
de ensino (BRASIL, 2007). 
A legislação mencionada acima, desde a publicação do Decreto 5.622/05 
(BRASIL, 2005), que regulamentou a EaD no Brasil, Diante da elaboração de um 
referencial de qualidade para o ensino superior à distância, o posicionamento do 
governo sobre a avaliação dos modelos à distância é delineado pelo MEC, legitimando 
sua importância ao lado dos modelos presenciais na democratização do ensino no 
país, pois a EaD contribui para um ensino ampliado, por poder atender a uma 
demanda maior de pessoas ou grupos diversos, apresentando justificativas sociais 
relevantes. Em cerca de dois anos, o governo promulgou diversas leis para legalizar 
o ensino à distância, que existe oficialmente há uma década e pode ser considerado 
uma modalidade muito nova em relação ao presencial, mas não menos importante. 
Essa legalização por meio de amparo legal é fundamental para acabar com possíveis 
preconceitos contra esse modelo e formalizá-lo na educação brasileira. 
 
3 GESTÃO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA 
 
Atualmente vivemos a chamada era do conhecimento, em que a sociedade 
onde o saber e cada dia mais valorizado. Sendo assim, as pessoas tendem a buscar 
o saber das formas mais celebradas por acreditarem que, adquirindo capital 
intelectual, ganhem qualitativamente em conhecimento. Esta era do conhecimento 
tem uma forte ligação com a globalização econômica do mundo. Segundo Drucker 
(1994) a economia da nova era do conhecimento traz o conhecimento e a 
comunicação como as principais fontes de riqueza para a humanidade e apresenta 
uma latência devido às relações de poder existentes entre as sociedades às quais 
devem se adaptar, envoltas na globalização e nas normas aquela imposta pela busca 
de conhecimento sistematizado e atualizado. 
 
21 
 
Assim, a gestão do conhecimento deve ser vista como um processo que 
requer novas opções e novas ferramentas que ampliem as possibilidades de 
disseminação do conhecimento. Deste ponto de vista, a interação proporcionada pela 
Internet traz um valor acrescentado aos diferentes componentes da sociedade, 
incluindo a EaD, o que torna este modelo uma excelente opção por não estar limitado, 
para servir um grande número de pessoas geograficamente distantes e apresentam 
conhecimentos arquitetônicos de forma prática e dinâmica. Sobre isso, 
A educação atravessa um momento de ‘transição’, em que modelos e 
paradigmas tradicionais do entendimento da realidade estão sendo revistos. 
Nesse sentido, discutir e entender a educação à distância e seus modelos de 
gestão é um importante passo para a construção de um modelo que atenda 
às necessidades emergentes da população (MORÉ; MORITZ; PEREIRA; 
MELO, p. 105). 
Segundo Moré et al. (2010), a educação à distância (EaD) pode ser entendida 
atualmente como um agente de inovação nos processos de ensino e aprendizagem, 
que no aporte tecnológico apresenta uma diferenciação dos métodos didáticos 
pedagógicos que promovem a dialogicidade necessária para o desenvolvimento do 
conhecimento compartilhado. 
Em termos de formas de atuação e abrangência da EaD, em geral, a partir da 
década de 1990, houve um forte crescimento dos ambientes virtuais de aprendizagem 
e sua utilização pelas mais diversas instituições de ensino, como: escolas de nível 
fundamental e médio, universidades públicas, organizações sem fins lucrativos e 
organizações educativas corporativas. 
Para Aretio (1997), o ensino à distância aparece atualmente como 
bidirecional, situando o aluno como sujeito que, além de receber informações, deve 
estabelecer relações dialógicas, criativas e críticas com o conhecimento no processo 
de construção, a natureza de aprender novo para definir e ponderar aprender por si 
mesmo. 
Esta característica bidirecional tem o efeito sistemático dos vários recursos 
didáticos e suportes institucionais como meios de flexibilidade que dão ao aluno 
independência em relação ao processo do ensino-aprendizagem através da 
orientação colaborativa e participativa, ou seja, aprender não é mais confinado aos 
espaços fechados da sala de aula, mas ancorados na infinidade de ferramentas 
disponíveis na web que facilitam o fluxo de informação e conhecimento. 
 
22 
 
Para fazer jus a esse leque de oportunidades, as instituições de ensino devem 
garantir a sistematização do conhecimento, 
devem adequar os cursos oferecidos às características do público alvo, 
adotando referenciais teórico-práticos que possibilitem a aquisição de 
competências que favoreçam o desenvolvimento intelectual, pessoal e 
profissional do participante (SENA-NETO; MEDEIROS, 2013, p. 15). 
Para uma utilização efetiva dos recursos disponibilizados para a EaD, deve-
se priorizar o conceito de gestão que, para Dias (2012), consiste em um processo de 
gestão de recursos, ou seja, recursos materiais, recursos financeiros e recursos 
humanos. Uma vez que esses recursos são planejados por membros especialistas da 
instituição que oferece o EAD, surgem novas possibilidades para o sucesso da gestão 
desses recursos. Os recursos materiais estão relacionados a bens como a matéria-
prima necessária para o grupo realizar sua produção. 
Os recursos financeiros consistem no dinheiro e contribuições necessárias 
para iniciar a produção, desde a compra de matérias-primas até a aquisição de 
instrumentos, máquinas e um espaço para realizar a produção. Afinal, recursos 
humanos são pessoas que fazem organizações (DIAS, 2012). 
Nesse sentido, os recursos humanos são o ativo mais importante das 
organizações modernas que sustentam a ideia de capital intelectual e precisam dele 
para oferecer EaD, e 
ter atenção quanto aos recursos humanos, proporcionando ambiente e 
atribuições adequados ao exercício laboral, além de criar estímulos 
motivacionais a fim de tornar o trabalho atrativo e desafiador às pessoas, 
contribuindo para a sensação de pertencimento ao ambiente de trabalho 
(DIAS, 2012, p. 45). 
Em suma, a gestão EaD envolve a busca e o desenvolvimento de múltiplas 
estratégias e ferramentas de conhecimento gerenciadas em um sistema interativo 
para otimizar o processo de ensino e aprendizagem à distância. 
Para isso é fundamental desenvolver as bases essenciais para a gestão de 
uma EAD de sucesso. Esta gestão inclui necessariamente pelo menos três pilares: 
gestão de pessoas, gestão estratégica e a avaliação institucional (Quadro 1). 
Quadro 1 – Fundamentos para a gestão em EaD 
 
23 
 
 
Fonte: NETO (2021) 
A partir dessa base de gestão dos cursos EaD, outro elemento se torna 
essencial: a formação de equipes multidisciplinares capazes de gerir todo o processo, 
como também acompanhar e avaliar a efetividade do mesmo. 
3.1 A formação de equipes multidisciplinares em programas e cursos da EaD 
Formar uma equipe de trabalho passa necessariamente por entender o que é 
umaequipe. Segundo Dias (2012), construir e manter a perspectiva dos grupos de 
trabalho é atualmente um dos grandes desafios da gestão de pessoas, partindo-se da 
premissa de que a ação coletiva gera melhores resultados do que a soma das ações 
individuais. 
Neste contexto, surgem novas possibilidades para a gestão da EAD. Nesse 
sentido, o profissional dessa modalidade de ensino deve estar aberto a mudanças e 
capaz de trabalhar em equipe, estar na posição de facilitador, orientar a construção 
do conhecimento, ou seja, deve haver uma reorientação do ensino que acontece 
acidentalmente gerenciamento de ensino e aprendizagem e suporte aos alunos 
encontram, exploram e selecionam informações multimídia. 
 
24 
 
O gestor da EaD, responsável pela condução dos grupos de trabalho, tem a 
função de articular os diferentes interesses, tendo em conta o perfil da instituição e o 
público-alvo e a participação dos alunos. Nessa articulação, o gestor procurará 
estimular uma intervenção mais forte, com base no disposto no Projeto Político-
Pedagógico (PPP) da instituição, para que o resultado seja previsível, portanto, o 
resultado esperado seja garantido. 
Portanto, conhecendo a estrutura do ensino à distância dentro e fora da 
instituição, o gestor deve desenvolver três características essenciais para o correto 
desenvolvimento de seu trabalho para atender às necessidades do público-alvo. Na 
Tabela 2 há uma demonstração desta configuração. 
Quadro 2 – Perfil do gestor em EaD 
 
Fonte: NETO (2021) 
 
O responsável pela EaD deve oferecer segurança ao aluno e, em geral saber 
como funciona toda a estrutura institucional para utilizar com eficiência as exigências 
da EaD, ou seja, deve conhecer o PPP, a legislação que rege esta modalidade de 
ensino ancorada, a plataforma que suporta o funcionamento dos cursos, o perfil dos 
alunos, o perfil dos professores e formadores de conteúdo, o material didático e suas 
possibilidades. Nesse conjunto, a equipe multidisciplinar revela-se como importante 
 
25 
 
espaço de pesquisa, implementação, produção e avaliação na gestão da EAD 
(Quadro 3). 
Quadro 3 – Equipe multidisciplinar em EaD. 
 
Fonte: Adaptado de Dias, 2012. 
Assim, a reflexão sobre a gestão EaD permeia uma multiplicidade de ações 
de profissionais que, juntos, impulsionam o desenvolvimento da EaD, a partir da 
criação de novos métodos, novos arranjos didáticos e novas formas de interação, 
mediados pelo uso da Internet e das TIC’s mais recentes. 
3.2 A organização da manutenção e infraestrutura em programas e cursos de 
EaD 
Em relação à questão da infraestrutura, cabe lembrar que atualmente o 
elemento central para o desenvolvimento de cursos à distância é a tecnologia digital. 
Enquanto as tecnologias da informação nas aulas presenciais podem ou não fazer 
parte do processo de ensino-aprendizagem, na EaD é necessário que essas 
 
26 
 
tecnologias estejam presentes, pois são o elemento que conecta o conteúdo 
ministrado nas aulas ao aluno (OLIVEIRA, 2012). 
Nesse sentido, é preciso compreender que, além de uma boa estrutura física, 
com computadores, monitores para webconferência e salas adequadas, para ancorar 
essa infraestrutura, deve haver também um bom suporte digital para os cursos 
acontecerem e para a interação entre professor, aluno e conteúdo ser a mais eficiente 
e eficaz possível. É importante ainda que todos os envolvidos, no processo de ensino 
e de aprendizagem pela EaD, conheçam as tecnologias disponíveis e as suas 
potencialidades. 
No Quadro 4 mostra como os elementos físicos e digitais devem ser 
minimamente estruturados para o desenvolvimento de cursos e EAD. 
Quadro 4 – Infraestrutura digital e física para o desenvolvimento de cursos 
EaD 
 
27 
 
 
 
28 
 
 
Fonte: NETO (2021) 
Os elementos digitais são um conjunto de ferramentas que fornecem 
interatividade para o ensino à distância. Dentre eles podemos citar os elementos que 
compõem o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), como espaço de interação que 
ancora o conteúdo didático para cursos online. 
Dentre as diversas plataformas digitais (AVA) utilizadas para ministrar cursos 
à distância, o Moodle é a mais utilizada. Segundo Sena Neto e Medeiros (2014), o 
conceito desse ambiente pode ser entendido como um sistema de gerenciamento de 
curso aberto conhecido como Learning Management System (LMS) o Ambiente Virtual 
de Aprendizagem (AVA). 
 
29 
 
Neste sistema aberto de gerenciamento de cursos, vários elementos para 
interação professor/aluno e aluno/aluno podem ser configurados. Os mais importantes 
são (NETO, 2021): 
Fórum: Espaço de comunicação assíncrona onde todos os participantes 
interagem, trocam ideias e constroem conhecimento. Essa forma de comunicação 
pode ocorrer por um longo período, pois nem todos os participantes precisam estar 
online ao mesmo tempo. 
Chat: Interação síncrona entre um grupo de participantes de um curso ou 
disciplina para discutir temas de interesse mútuo em tempo real. Os bate-papos são 
úteis quando um grupo não pode se encontrar pessoalmente em reuniões para 
poderem compartilhar experiências com outras pessoas do mesmo curso. Também é 
muito útil quando um aluno não pode comparecer presencialmente para discutir o 
conteúdo da disciplina com o professor. 
Tarefa: Espaço onde o aluno pode responder às atividades e elaborar 
avaliações das disciplinas. O módulo permite que o professor comunique atividades 
de avaliação, colete trabalhos e dê notas e feedback. Os alunos podem enviar 
qualquer conteúdo digital (arquivos), como documentos de texto, planilhas, imagens 
ou clipes de áudio e vídeo. Alternativa ou adicionalmente, a tarefa pode exigir que os 
alunos escrevam o conteúdo diretamente no editor de texto. 
Questionário: Esta atividade permite criar e configurar questionários com 
perguntas de diferentes tipos, incluindo múltipla escolha, verdadeiro ou falso, 
correspondência, resposta curta, entre outros. 
Além das ferramentas didáticas apresentadas, muitas outras podem fazer 
parte do processo de ensino e aprendizagem em EaD e cabe ao coordenador do curso 
ou professor da disciplina decidir qual será a mais adequada a ele para alcançar os 
objetivos propostos na disciplina ou curso. 
 
3.3 Acompanhamento e avaliação de cursos e programas em EaD: a avaliação 
em várias dimensões 
 
Considerando que o termo avaliar significa estimar, fazer um julgamento, dar 
valor com base em parâmetros pré-determinados, chega-se à conclusão de que 
avaliamos algo ou alguma coisa diariamente. Na EaD não difere, pois esse processo 
 
30 
 
de avaliação é constante. Segundo Henrique (2012), podemos dizer que a avaliação 
é um processo inerente à existência humana, uma atividade política que implica 
reflexão crítica para subsidiar a tomada de decisão. 
Para Luckesi (1979), avaliar requer uma tomada de posição sobre um 
determinado objeto a ser valorizado, e no contexto dialético contemporâneo não deve 
ser uma ação mecânica, mas uma atividade racionalmente definida dentro de um 
caminho político e de tomada de decisão em benefício de todos. Na EaD, a avaliação 
deve ser pensada considerando a inclusão das NTIC, ampliando os aspectos a serem 
avaliados. 
Nesta perspectiva, segundo Kenski (2010), a cultura introduzida pela EaD 
estabelece diferentes relações entre os participantes, os conteúdos, as metodologias 
e as tecnologias utilizadas que afetam o processo avaliativo, justamente porque há a 
presença da tecnologia, que amplia o campo de ação dos professores e a 
coordenação das aulas em relação ao aluno e seu aprendizado. 
De acordo com as diretrizes e normas nacionais para a oferta de cursos 
superiores e à distância, os processos de ensino e aprendizagem são realizados com 
mediação didático-pedagógica por meio das TIC's, considerando também a presença 
de pessoal qualificado, acesso, acompanhamento e orientações de avaliação, 
compatíveis com a modalidadede ensino, para garantir a efetiva articulação entre o 
que se programa e o que se realiza. 
Neste contexto, as dimensões a avaliar vão para além do processo de ensino 
e aprendizagem e incluem outros componentes do processo pedagógico como o plano 
de desenvolvimento institucional, o projeto pedagógico da instituição, o projeto do 
curso, a gestão da instituição, gestão de recursos humanos, corpo docente e tutorial 
e infraestrutura física e tecnológica (HENRIQUE, 2012). 
Visando sistematizar a avaliação e os critérios que a organizam, o Ministério 
da Educação criou instrumentos de avaliação abrangentes que condicionam o 
funcionamento dos cursos presenciais e à distância. O mais importante é o Sistema 
Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), do Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Assim, 
As políticas públicas educacionais da educação superior são direcionadas 
pelo princípio constitucional da garantia de padrão de qualidade, previsto no 
Art. 206, inciso VII da Constituição Federal de 1988. Fundamentando-se 
nessa máxima, em 2004 foi instituído o Sistema Nacional de Avaliação da 
Educação Superior (SINAES), que tem como finalidade a melhoria da 
 
31 
 
qualidade da educação nos cursos de graduação e instituições de educação 
superior (BRASIL, 2017, p. 5). 
O SINAES foi criado pela Lei 10.861 de 14 de abril de 2004 e é composto por 
três componentes principais: avaliação da instituição, avaliação dos cursos e 
desempenho dos alunos. Esse sistema avalia todos os aspectos relacionados a esses 
três eixos, principalmente ensino, pesquisa, orientação, responsabilidade social, 
desempenho dos alunos, gestão institucional, corpo docente e instalações. Na EaD, 
o SINAES agrupa o processo pedagógico em três dimensões: organização didático-
pedagógica; corpo docente e tutoria; e infraestrutura. 
Organização didático-pedagógica: Tem como fontes de consultas o Plano de 
Desenvolvimento Institucional da organização (PDI), o Projeto Pedagógico do Curso 
(PPC), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e o formulário eletrônico 
preenchido pela instituição no e-MEC. 
Corpo docente e tutorial: Suas fontes de orientação são o Projeto Pedagógico 
da Disciplina (PPC), o formulário eletrônico preenchido pela instituição no e-MEC e a 
documentação que o acompanha, que pode ser solicitado, se necessário, ao o 
avaliador. 
Infraestrutura: Suas fontes são o Projeto Pedagógico do Programa (PPC), as 
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), o formulário eletrônico preenchido pela 
instituição no e-MEC e a documentação comprobatória. 
A avaliação realizada pelo SINAES é comum tanto para cursos presenciais 
quanto para cursos à distância. No entanto, para a EaD alguns elementos são 
considerados de forma diferente considerando as especificidades da modalidade. 
Esses elementos formam a dimensão didático-pedagógica e consistem nas atividades 
de tutoria, nos materiais didáticos institucionais e nos mecanismos de interação entre 
professores, tutores e alunos (HENRIQUE, 2012). Outro elemento específico do 
ensino à distância é o número de professores em relação ao número de alunos, que 
é em torno de 1 professor para cada 130 alunos. 
Em suma, o processo de avaliação de cursos à distância tem sido necessário 
para o aprimoramento dessa modalidade de ensino, pois são muitos os obstáculos 
que se enfrenta, como a evasão, que exige uma reavaliação contínua das ofertas, 
requisitos e perspectivas da EaD no Brasil. 
 
 
32 
 
4 FORMAÇÃO DE PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO PARA O USO DO 
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM – AVA 
 
Um especialista educacional que trabalha com tecnologia educacional deve 
desenvolver habilidades durante sua formação que estão relacionadas principalmente 
ao conhecimento e uso das tecnologias disponíveis na sociedade atual. Assim, por 
meio de suas atividades, ele consegue oferecer à escola oportunidades para explorar 
práticas multidisciplinares que proporcionem um encontro para as diferentes 
linguagens presentes na cultura digital atual. 
Estes incluem habilidades pedagógicas, técnicas e de comunicação. A 
competência é entendida aqui com base na pesquisa de Behar (2013), que a trataria 
como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que o autor chama de 
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes do ACS. Para a autora, o conhecimento 
supera o conhecimento, é o conteúdo processado e pesquisado pelo sujeito. Para a 
autora, habilidade é a concretização do conhecimento, na prática. Assim, ela define 
competência constituído por um triângulo de conhecimentos, habilidades e atitudes, 
que se articula para a resolução de problemas. A experiência vem de uma atitude de 
busca de soluções. 
A sociedade moderna é compreendida no contexto da cibercultura, onde as 
habilidades técnicas podem ser desenvolvidas diretamente por meio da interação do 
sujeito e do objeto digital. O ciberespaço se configura em uma de suas vertentes mais 
atuantes e controversas, segundo nos lembra Lévy (1999): 
Internet é um espaço de comunicação propriamente surrealista, do qual nada 
é excluído, nem o bem, nem o mal, nem suas múltiplas definições, nem 
discussões… A Internet encarna a presença da humanidade a ela própria, já 
que todas as culturas, todas as disciplinas, todas as paixões aí se entrelaçam. 
Já que tudo é possível, ela manifesta a conexão do homem com a sua própria 
essência, sendo a aspiração à liberdade (p. 85). 
A Cibercultura tem interface de acesso na tecnologia digital e está presente 
cotidianamente em todas as áreas sociais como trabalho e educação. Portanto, é 
preciso enfrentar situações inusitadas e preparar os profissionais para estarem em 
sintonia com a situação atual. 
Face à evolução do processo educativo, as instituições educativas devem 
apostar na organização dos espaços educativos conforme a sociedade atual. Mesmo 
em ambientes de poucos recursos, desenvolver a fluência digital é essencial para 
 
33 
 
facilitar o surgimento e o aprimoramento de habilidades para examinar o ambiente e 
as percepções das oportunidades educacionais e profissionais que as tecnologias 
digitais geram. 
Muitos programas de cursos não contemplam uma formação adequada à “era 
digital” por se basearem em conteúdo específicos que não permitem explorar e/ou 
utilizar recursos digitais. No entanto, a base para a formação cultural da rede é o 
desenvolvimento de um processo de formação permanente, que deve dialogar com a 
prática docente e o aperfeiçoamento contínuo, pois com o advento da Internet, a 
ciência e a arte de ensinar (BATES, 2016) adquirem novas oportunidades, nas quais 
apresentamos modelos que destacam a modalidade a distância, os cursos totalmente 
online, como MOOC e os cursos híbridos. 
O ensino à distância, independente de ser 100% a distância ou misto, é 
entendido e definido como ensino sem distâncias pedagógicas, que direciona o 
aprendizado no ensino virtual, cujo objetivo é ajudar o aluno a desenvolver 
independência e organização no processo de construção do conhecimento. 
 
4.1 Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA 
O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) se refere a uma plataforma 
educacional online, muito utilizada na modalidade EaD, que permite interação com o 
conteúdo do curso, colegas de turma, professores e tutores. Esse espaço também 
pode ser denominado em inglês como Virtual Learning Environment (VLE), ou Sistema 
de Gerenciamento da Aprendizagem (SGA) ou em inglês Learning Management 
System (LMS), Ambiente de Aprendizagem Online ou Software de aprendizagem 
colaborativa (SCHLEMMER, 2005). Para acessar o AVA, é necessário um dispositivo 
móvel ou mesmo um computador desktop, desde que ambos tenham acesso à 
internet. Graças a esse recurso, que deve proporcionar interatividade e a 
aprendizagem pode ocorrer a qualquer momento e/ou em qualquer lugar. 
Barros e Carvalho (2011) definiram AVA como software projetadopara 
funcionar como uma sala de aula virtual com funções para gerenciar membros, relatar 
acessos e atividades, facilitar a interação entre os participantes e publicar conteúdo. 
Pode-se dizer que o ambiente é propício ao comportamento pedagógico e 
comunicativo na educação a distância e é o fator determinante. 
 
34 
 
O ambiente virtual é um espaço rico em significados onde pessoas e objetos 
tecnológicos interagem para aprimorar a construção do conhecimento e assim 
aprender, ou seja, segundo esta afirmação, um rico ambiente produtivo e criativo 
capaz de criar raízes de sabedoria. O AVA é fundamental para a aplicabilidade da 
EaD, a plataforma deve ser vista sob a ótica do aluno, a viabilidade e as interações 
que podem desenvolver dentro deste espaço para proporcionar oportunidades de 
aprendizagem. 
Segundo Valentini e Soares (2005), o AVA está associado a relações e 
estratégias de aprendizagem organizadas em espaços virtuais, que facilitam a 
construção conceitual e as interações entre alunos, professores e objetos de 
conhecimento. Nesse ambiente, são gerados e comunicados aspectos da construção 
autônoma do conhecimento pelo aluno, imbuídos de rica diversidade e relações 
intelectuais, que levam ao alcance dos objetivos. 
Para Vasconcelos (2017), os AVA’s podem ser descritos como grandes 
interfaces tecnológicas com outras microinterfaces. De fato, este ambiente combina 
múltiplas interfaces, permitindo a partilha e transformação da interação e 
conhecimento de informação diversa. 
Os AVA’s do mercado de tecnologia e educação são diversos, classificados 
como gratuitos ou proprietários e segmentados com diversas outras funcionalidades 
para atender às necessidades de cada programa educacional. Cada um tem múltiplas 
funções para enriquecer a diversidade e facilitar diferentes formas de aprendizagem. 
 
4.2 Ferramentas e recursos disponíveis no AVA e o hipertexto 
Os AVA’s diferem não apenas na quantidade de recursos disponíveis, mas 
também na forma conforme são explorados em cada situação de aprendizagem. Ele 
pode utilizar recursos para facilitar o aprendizado como chat, fóruns, e-mail, 
glossários, trabalhos, wikis, diários, etc. Esses recursos são projetados para fins 
educacionais, permitindo a interação e a criação de conhecimento. Segundo alguns 
insights de Machado (2008) e da pesquisa AVA, os recursos mais importantes podem 
ser encontrados nesses (PAIVA; LOPES; ANDERSON, 2021). 
O Wiki fornece uma experiência colaborativa de autoria de texto que permite 
que o texto seja editado livre e coletivamente sem revisões finais antes da publicação. 
 
35 
 
O Google Docs, por exemplo, possui recursos que permitem que um mesmo 
texto seja construído sob diferentes mãos e olhos, diferentes tempos e espaços, mas 
com um produto final coerente. 
Diário de bordo ou caderno de anotações é útil para registrar ideias 
importantes, notas de estudo, citações e muito mais. Pode estar disponível apenas 
para o autor ou para todos os colegas e professores dependendo da configuração do 
AVA. 
Vídeo chat aparece como opção em alguns programas no AVA, mas é 
considerado uma alternativa pouco desenvolvida nesses ambientes. Mas, podendo 
ser utilizado, seu uso facilita a aprendizagem. 
Outros recursos amplamente utilizados no AVA são os hipertextos, descritos 
por Vilan Filho (1994, p. 297) como, 
uma abordagem da gestão de informação na qual os dados são armazenados 
em uma rede de nós conectados por ligações. Os nós podem conter textos, 
gráficos, áudio e vídeo, bem como programas de computador ou outras 
formas de dados. 
As informações são armazenadas para que o leitor possa escolher vários 
caminhos ao longo do texto introdutório, em vez de seguir uma linha linear. Esses 
caminhos podem ser percorridos clicando em hiperlinks, que são "nós" ou links em 
um documento de hipertexto que apontam para dados e outras informações no 
mesmo documento ou em outro lugar. 
Esses processos eliminam a ideia de construção linear do conhecimento e 
possibilitam o aprendizado por meio de redes de informação. A partir de um texto 
introdutório ou de um objeto vinculado a vários outros textos, ou elementos, o leitor 
pode ser direcionado para outra página por meio de um hiperlink. Desta forma, pode 
ser criada uma rede de informação instantânea com conteúdo ilimitado. 
O hipertexto democratiza a relação do indivíduo com a informação, permitindo 
que ele ultrapasse a condição de espectador passivo, para a condição de 
sujeito operativo, participativo e criativo. Pode-se dizer que o hipertexto é o 
grande divisor de águas entre a comunicação massiva e a comunicação 
interativa. O hipertexto é essencialmente um sistema interativo (SILVA, 2012, 
p. 18). 
No entanto, não é um recurso da Internet. Segundo Villan Filiu (1994, apud 
PAIVA; LOPES; ANDERSON, 2021), a ideia básica de hipertexto refere-se à 
organização e composição de documentos de acordo com as necessidades de 
 
36 
 
compreensão e organização, mas isso não é novo porque as citações, as ilustrações, 
tabelas e bibliografias são formas de organização desenvolvidas ao longo dos 
séculos. Mas na década de 1960, antes da Internet, Theodore H. Nelson cunhou o 
termo hipertexto e começou a construir suas bases. 
O hipertexto já era utilizado em enciclopédias e notas de rodapé, como 
encadernação de texto, para proporcionar uma nova relação entre o leitor e o texto, 
mas graças à Internet isso está se tornando mais difundido, fácil e rápido. Através do 
hipertexto, os leitores podem aprender novos padrões de leitura e conhecimento 
(SILVA, 2012), bem como desenvolver habilidades de aprendizagem independente e 
conjunta. 
4.3 Interface e Design 
 
Acrescenta interfaces a dispositivos digitais onde pode tirar partido das 
capacidades e recursos do seu dispositivo, seja smart TV, smartphone, computador, 
caixas eletrônicos, Sistema de Posicionamento Global ou Global Positioning System 
(GPS), máquinas de passar cartão, dentre outros, fazem parte do dia a dia de 
inúmeras pessoas, possuem interfaces e quanto mais simples a linguagem, mais fácil 
de usar. Segundo Vasconcelos (2017, p.86) “na informática e na cibercultura o termo 
interface ganha sentido de dispositivo para encontro de duas ou mais faces em atitude 
comunicacional, dialógica ou polifônica”. 
É, portanto, um recurso que adapta dois sistemas, combinando duas formas 
diferentes de expressão e facilitando a comunicação entre os elementos, como 
acontece entre a linguagem de computador e a linguagem humana. A interface do 
computador permite que as pessoas entendam os comandos do computador de 
maneira conveniente e fácil, o que é imperceptível para as pessoas comuns. Neste 
estudo, entendemos interfaces como recursos e/ou telas que permitem interpretar e 
proporcionar diálogos entre máquinas e humanos, bem como todos os recursos 
utilizados em AVA’s para fins de comunicação. Como um projeto que será considerado 
posteriormente, toda a organização, planejamento e estrutura das interfaces (PAIVA; 
LOPES; ANDERSON, 2021). 
O AVA é uma macrointerface tecnológica que contém outras interfaces por 
meio das quais as interações podem ocorrer em uma relação pedagógica. Através das 
funções disponíveis no AVA é possível, entre outras coisas, comunicar e construir 
 
37 
 
coletivamente, assim como compartilhar e criar. No entanto, essa situação depende 
da interface que possibilita essa conexão. 
Com o auxílio das TIC’s, a aprendizagem mediada pela aprendizagem virtual 
possibilita a criação e a comunicação com fontes de informação e conhecimento por 
meio de conteúdos apresentados em hipertexto, multimídia e outras formas. Estes 
últimos, para aproveitá-los, precisam de uma interface que facilite a vinculação e a 
visualização. Assim, imagens, vídeos e áudios são recursos que podem facilitar o 
aprendizado, e sendo apresentados por meio de um programa com interface simples 
e familiar.Afinal, eles podem influenciar como os usuários percebem e obtêm 
conteúdos, contribuir para o bom desempenho das atividades ou, ao contrário, impedir 
ou possibilitar processos cognitivos impossíveis (VASCONCELOS, 2017). Portanto, é 
importante considerar a criação de interfaces no AVA. 
Segundo Pressman (2016), a interface é o meio através do qual se cria um 
diálogo entre o programa e o indivíduo, portanto um diálogo harmonioso deve ter como 
base o elemento humano, pois a comunicação é essencial para a fluidez nessa 
relação. Para que os AVA’s alcancem seus objetivos, é importante desenhá-los de 
forma simples, prática e eficaz. Além de permitir flexibilidade na navegação, os ícones 
devem ser intuitivos para permitir a exploração fácil e conveniente dos recursos 
ambientais, e explorar todos os recursos de comunicação como imagens, sons, textos, 
etc. Portanto, o AVA deve ser planejado tendo em mente os seguintes aspectos e 
questões: 
A aprendizagem em e-learning deve ser contextualizada, significativa e 
colaborativa, [...] estaria a plataforma construída de forma a proporcionar tudo 
isso? E mais: estão as plataformas adequadamente aptas a tornar o estudo 
mais fácil e melhor? Oferecem ferramentas necessárias a um 
desenvolvimento autônomo, a fim de que o estudante possa aperceber-se de 
que desenvolve conhecimento por si, gerando mais comprometimento? 
(GABARDO; QUEVEDO; ULBRICHT, 2010, p. 67). 
Tais indagações podem destacar aspectos importantes a serem considerados 
na criação ou aprimoramento do AVA, o que é essencial para um ambiente 
colaborativo que proporcione interação e permita que os alunos construam 
conhecimento, visando pensar de forma transversal. A equipe inclui, além de 
programadores, especialistas em design, aprendizagem e comportamento humano. 
Outro ponto importante é apontar as características adequadas na interação entre o 
agente de aprendizagem e a interface no projeto do ambiente virtual. Nessa 
 
38 
 
perspectiva, prestar atenção à estrutura e representação dos AVA’s pode melhorar 
claramente a comunicação e a interação. 
A abordagem do AVA deve considerar principalmente aspectos técnicos como 
criação do software, usabilidade e design, de forma que o ambiente seja pensado para 
atender as necessidades educacionais de quem o utiliza. O objetivo do AVA é tornar 
um modelo de ciberespaço e características da cibercultura, em vez de se tornar uma 
sala de aula tradicional transmitida pela internet, pois esse ambiente deve levar a uma 
experiência interativa e deixar os alunos livres para escolher. 
O atendimento e o respeito às necessidades do usuário de sistemas 
informáticos tornaram-se condições sine qua non para que um software 
obtenha sucesso junto aos usuários. Quando se fala em software 
educacional, vale a mesma premissa, já que esse tipo de software atuará 
como ferramenta didático-pedagógica para mediar a aprendizagem 
(SCHNEIDER, 2008, p.207). 
Se aprender é uma característica do ser humano, o processo de mediação 
deve estar atento a esses aspectos inerentes ao indivíduo, e o nascimento de um AVA 
pensado para estimular esse aprendizado deve levar em conta questões de 
mentalidade e relacionamento que se estabelecem por meio de recursos digitais. 
Os AVA’s de fácil navegação e linguagem simples promovem maior 
identidade entre sistemas e disciplinas. Deve-se ter em mente que o AVA não é uma 
proposta simples, pois permeia tantos aspectos e perspectivas que se torna um 
ambiente, tanto estrutural quanto programático em complexidade, para o 
desenvolvimento da aprendizagem. Para tanto, a tecnologia instrucional tem como 
base o Design Instrucional (DI), cujo principal objetivo é facilitar o processo de 
aprendizagem dos alunos EaD por meio do planejamento e estruturação das aulas, 
dos materiais didáticos e do AVA. 
 
5 USABILIDADE DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM (AVA) 
 
A qualidade da comunicação de uma interface com o usuário é chamada de 
usabilidade (KRUG, 2006), que se refere à impressão do usuário ao utilizar a interface 
de um sistema de informação ou mesmo de um site web. Um dos principais objetivos 
do design de interface é facilitar seu uso, ou seja, não dificultar para o usuário, e assim 
incentivá-lo a utilizá-la (FERREIRA; NUNES, 2011). 
 
39 
 
Além da acessibilidade no AVA, também é preciso analisar se os recursos 
educacionais atendem aos requisitos de usabilidade. Como todos sabemos, a Internet 
é uma rede de computadores criada pela conexão de endereços IP de computadores 
em todo o mundo. A Web é uma teia interativa que contém vários links de hipertexto 
que permitem navegar entre os diferentes documentos disponíveis na Web. 
Segundo Ferreira e Nunes (2014), 
a facilidade do usuário de interagir com uma interface depende tanto dos 
aspectos de usabilidade como também de sua capacidade de detectar e 
interpretar as informações do sistema e responder apropriadamente a elas. 
A mesma conclusão foi alcançada por Sarmento et al. (2011, p. 782) na 
implementação do padrão ISO 921-11 (ABNT, 2002): Usabilidade refere-se à medida 
que usuários específicos podem usar um produto para atingir objetivos específicos em 
um ambiente de uso específico com eficiência, eficácia e satisfação. Portanto, é 
necessário repensar a disponibilização de materiais nos cursos EaD, a fim de 
proporcionar aos públicos-alvo uma formação integral para a aquisição de 
conhecimentos e habilidades nas diversas áreas de atuação. 
A usabilidade da interface do usuário determina se o usuário continua a usar 
o sistema ou não, pois se não atender às regras de uso de chave exigidas, é 
improvável que o usuário continue a usar o sistema ou acesse o site novamente. Isso 
significa que a conquista do usuário depende diretamente da qualidade da interface 
do usuário, que não está relacionada apenas à estética, mas também às regras de 
uso que devem ser implementadas. 
Usabilidade é uma característica qualitativa relacionada à facilidade de uso de 
algo. Especificamente, refere-se à rapidez com que os usuários aprendem a usar algo, 
com que eficácia o usam, como se lembram, quantos erros cometem e quanto gostam 
de usá-lo. Se as pessoas não puderem ou não quiserem usar um recurso, ele pode 
não existir 
Usabilidade é vista quando os usuários de uma interface de usuário 
conseguem atingir seus objetivos na execução de determinadas tarefas com ela, 
manifestando-se em eficiência, eficácia e satisfação do usuário. Eficiência: a 
capacidade dos usuários de atingir seus objetivos na quantidade e qualidade exigida 
por diferentes tipos de usuários. Eficácia: A quantidade de recursos (por exemplo, 
tempo, esforço, físico e cognitivo) que os sistemas exigem dos usuários para usar o 
 
40 
 
sistema para atingir seus objetivos. Satisfação: A sensação de que os sistemas 
fornecem aos usuários os resultados que desejam alcançar e os recursos de que 
precisam para atingir esses objetivos (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2010). 
A importância da usabilidade é fortemente sentida em ambientes corporativos 
onde interfaces mal projetadas podem levar a menor produtividade, maior rotatividade 
de funcionários, menor competitividade de mercado, portanto, baixo desempenho. A 
dificuldade de utilização dos sistemas leva a erros e perda de tempo, a frequência das 
tarefas e o número de usuários são considerados. Perda de informações e dados leva 
à perda de clientes e oportunidades. Esses tipos de incidentes incluem resistência ao 
uso do sistema, falta de uso e abandono total com o consentimento da empresa 
(CYBIS, BETIOL; FAUST, 2010). 
 
5.1 Características desejáveis em uma boa interface 
Krug (2006) elenca regras de usabilidade que são abordadas de forma 
simples e descontraída, mas que, se bem compreendidas e aplicadas, podem agregar 
muitas vantagens em projetos de interface de usuário em termos de satisfação do 
usuário, expostos a uma interface muito mais interativa e fácil de manusear.

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