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Atividade Avaliativa-Ambientes Virtuais De Aprendizagem E Metodologias Ativas

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Prévia do material em texto

Disciplina: Ambientes virtuais de aprendizagem e metodologias ativas 
Autora: M.e Patricia Affonso Gaspar 
Revisão de Conteúdos: Sérgio Antonio Zanvettor Júnior 
Designer Instrucional: Sérgio Antonio Zanvettor Júnior 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Patricia Affonso Gaspar 
 
 
 
 
Ambientes virtuais de aprendizagem e 
metodologias ativas 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Conselho Editorial 
D.r Alex de Britto Rodrigues / D.ra Diana Cristina de Abreu / 
D.r Eduardo Soncini Miranda / D.ra Gilian Cristina Barros / D.r João 
Paulo de Souza da Silva / D.ra Marli Pereira de Barros Dias / D.ra Rosi 
Terezinha Ferrarini Gevaerd / D.ra Wilma de Lara Bueno / D.ra Yara 
Rodrigues de La Iglesia 
 
Revisão de Conteúdos 
Sérgio Antonio Zanvettor Júnior 
 
Designer Instrucional 
Sérgio Antonio Zanvettor Júnior 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
GASPAR, Patrícia Affonso. 
Ambientes virtuais de aprendizagem e metodologias ativas / Patrícia Affonso 
Gaspar. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 
66 p. 
ISBN: 978-85-5475-517-1 
1. Avanços Tecnológicos. 2. Didático-pedagógico. 3. Educação a Distância-EaD. 
Material didático da disciplina de Ambientes virtuais de aprendizagem e 
metodologias ativas – Faculdade São Braz (FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio....................................................................................................... 07 
Aula 1 – Relações entre Educação e Tecnologia ....................................... 08 
Apresentação da aula 1 .............................................................................. 08 
 1.1 - Breve introdução à ciência e à tecnologia .................................... 08 
 1.2 - A questão da inclusão digital ....................................................... 10 
 1.3 - A Educação a Distância (EaD) ..................................................... 13 
 1.3.1 - Abordagens tecnológicas e pedagógicas da EaD ..................... 17 
Conclusão da aula 1 ................................................................................... 20 
Aula 2 – Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), conceitos e 
características ............................................................................................ 
 
21 
Apresentação da aula 2 .............................................................................. 21 
 2.1 - Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) ............................... 22 
 2.2 - Características e recursos fundamentais de um AVA .................. 23 
 2.3 - A interatividade na aprendizagem ............................................... 27 
 2.3.1 - Formas de aprender e formas de ensinar ................................. 28 
 2.4 - Ambientes Virtuais Imersivos ...................................................... 30 
Conclusão da aula 2 ................................................................................... 34 
Aula 3 – Abordagens teórico-metodológicas para o design e 
desenvolvimento de conteúdos para o AVA ............................................... 
 
35 
Apresentação da aula 3 .............................................................................. 35 
 3.1 - Abordagens teórico-metodológicas para o design e 
desenvolvimento de conteúdo para o AVA ................................................. 
 
35 
 3.2 - Técnicas de ensino e seleção de recursos de um AVA ................ 39 
 3.3 - Gestão de EaD baseados em AVA .............................................. 40 
 3.3.1 - A questão da distância transacional ......................................... 42 
 3.3.2 - Sentir-se parte de um grupo ..................................................... 44 
Conclusão da aula 3 ................................................................................... 46 
Aula 4 – O futuro dos ambientes virtuais de aprendizagem ........................ 47 
Apresentação da aula 4 .............................................................................. 47 
 4.1 - O futuro dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem ...................... 48 
 4.2 - Next Generation Digital Learning Environment (NGDLE) ............ 52 
 4.2.1 - Dimensões do NGDLE ............................................................. 54 
 4.2.1.1 - Interoperabilidade e integração ............................................. 55 
 4.2.1.2 - Personalização ...................................................................... 55 
 4.2.1.3 - Dados analíticos e avaliação da aprendizagem ..................... 56 
 
 
6 
 
 4.2.1.4 - Colaboração .......................................................................... 58 
 4.2.1.5 - Acessibilidade e design universal .......................................... 58 
 4.2.2 - Lego ......................................................................................... 59 
Conclusão da aula 4 ................................................................................... 59 
Conclusão da disciplina .............................................................................. 61 
Índice Remissivo ........................................................................................ 63 
Referências ................................................................................................ 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Prefácio 
 
Na disciplina de Ambientes virtuais de aprendizagem serão abordadas as 
relações entre tecnologia e educação, bem como os princípios que orientaram o 
desenvolvimento da Educação a Distância (EaD) ao longo do século. Também 
serão abordados os conceitos de AVA, suas características e recursos, e as 
possibilidades de aprendizagem em Ambientes Virtuais Imersivos, baseados em 
realidade virtual, simulações, gamificação e jogos. 
Serão estudadas as abordagens teórico-metodológicas que orientam o 
design e o desenvolvimento de conteúdo para AVAs, limitações das plataformas 
atuais e os conceitosde NGDLE, que promete soluções que de fato atendam as 
novas demandas da educação no ensino superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Aula 1 – Relações entre educação e tecnologia 
 
Apresentação da aula 1 
 
Diante dos avanços tecnológicos das últimas décadas, precisamos pensar 
o papel da tecnologia na educação, nos processos de aprendizagem e na prática 
docente. Mais do que somente estudar as modalidades da Educação a Distância 
e dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, é necessário compreender, de forma 
crítica, as novas configurações de ensinar e aprender com tecnologias, bem 
como os desafios decorrentes dessa transformação nas relações de ensino e 
aprendizagem. 
Nesta aula serão abordados fatores históricos e teóricos que 
fundamentam a modalidade EaD. A análise das teorias e tendências 
pedagógicas é fundamental para que se possa compreender as agências da 
tecnologia digital na educação, bem como para identificar estratégias para 
ampliar a qualidade do ensino. 
 
1.1 Breve introdução à ciência e à tecnologia 
 
É necessário compreender a tecnologia não somente como artefato, mas 
como conhecimento científico. A tecnologia e conhecimento científico são termos 
indissociáveis, já que estão profundamente interligados, sendo necessário 
também abandonar a visão reducionista de que a tecnologia está 
descontextualizada da sociedade, como se o desenvolvimento tecnológico fosse 
autônomo e neutro. Deve-se considerar que todo desenvolvimento tecnológico 
é precedido de uma série de decisões humanas, que, muitas vezes, tendem a 
favorecer um grupo em detrimento de outros. 
Ainda que tenham contribuído para o aumento do bem-estar das pessoas, 
a ciência e a tecnologia, muitas vezes, são produzidas a partir de visões pouco 
democráticas, que reproduzem o domínio de alguns grupos sobre os outros. O 
desenvolvimento tecnológico deve ser democrático para que possa promover o 
bem-estar de consumidores, trabalhadores e a preservação do meio ambiente. 
A inclusão democrática de todos os grupos que são impactados pela 
tecnologia pode ser uma oportunidade para reorientar o desenvolvimento 
 
 
9 
 
tecnológico na direção da qualidade compartilhada, também conhecida como 
qualidade social. As novas tecnologias devem conciliar as demandas 
econômicas, sociais e ambientais, buscando produzir valor para a sociedade 
como um todo, e não somente para poucos. 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Os estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade 
(habitualmente identificados pelo acrônimo CTS) apresentam-se 
como uma análise crítica e interdisciplinar da Ciência e da 
Tecnologia em um contexto social, com o objetivo de 
compreender os aspectos gerais do fenômeno científico-
tecnológico. Leia na integra acessando o link disponível: 
https://www.oei.es/historico/salactsi/introducaoestudoscts.php 
 
 
Atualmente, a tecnologia assume um papel central na sociedade, estando 
integrada ao cotidiano das pessoas. A tecnologia também é fundamental para 
os sistemas de produção, seja no setor primário, secundário, terciário, público 
ou privado, provocando transformações não somente na economia, mas nos 
modos de trabalho e nas relações interpessoais. 
A tecnologia modificou profundamente a forma como as pessoas 
adquirem informação e conhecimento. Entretanto, nossos sistemas de ensino 
permanecem voltados para a era industrial, em que os serviços são concebidos 
para atender às massas e produzir lucros. É necessário retomar o papel social 
da educação, investindo em qualidade e remodelando o sistema de ensino para 
a era digital. 
Estudos recentes na área da educação concluem que não há apenas uma 
forma de aprender e que diferentes modalidades de comunicação integram a 
prática pedagógica. Em sala de aula, é necessário abandonar o modelo baseado 
na comunicação unidirecional e garantir que professores e alunos possam 
utilizar a tecnologia para potencializar o aspecto científico, objetivo, dialógico e 
crítico que uma aula deve ter (FANTIN, 2012). 
 
 
10 
 
De forma mais abrangente, as políticas educacionais devem garantir que 
todas as pessoas possam se apropriar das novas tecnologias de forma crítica, 
atendendo à necessidade de afluência da educação para a cidadania. 
 
Curiosidade 
A tecnologia é um conhecimento que transforma a vida das 
pessoas no âmbito educacional, social, econômico, cultural e 
pessoal, desta forma a ciência e tecnologia estão interligadas. 
É necessário superar a visão determinista de que a “tecnologia 
provoca mudanças sociais”, como se não houvesse uma série 
de negociações e decisões humanas que precedem o 
desenvolvimento tecnológico, ela não é neutra, na medida em 
que ela reflete os contextos socioculturais; na maioria das 
vezes, os arranjos tecnológicos tendem a favorecer 
determinados grupos em detrimento de outros. 
 
 
1.2 A questão da inclusão digital 
 
Para Luz e Muzi (2014), as Tecnologias da Informação e Comunicação 
(TICs) e sua utilização por meio das diferentes mídias como internet, filmes, 
rádio, televisão, games, entre outros, são ferramentas indispensáveis “para o 
desenvolvimento da vida intelectual do ser humano, pois elas estimulam a 
formação de comunidades com um grande potencial cultural, informacional, 
comercial e educacional a ser explorado”. Resultado da convergência entre as 
tecnologias da computação com as tecnologias da comunicação, as TICs 
ampliam a produção e a difusão de informações, criando um novo espaço que 
concentra ciência e tecnologia. 
Por outro lado, a intensificação do uso das TICs, a velocidade das 
inovações tecnológicas e as transformações socioeconômicas que elas 
produzem vêm ampliando cada vez mais as distâncias entre aqueles que 
dominam daqueles que não dominam as ferramentas informacionais. Sendo 
assim, pode-se tratar de tecnologia e exclusão social em que a intensificação do 
uso das novas ferramentas digitais tende em ampliar as distâncias sociais e 
econômicas entre as pessoas e as novas tecnologias. A desigualdade de acesso 
 
 
11 
 
às TICs é um problema central para o isolamento e a exclusão de uma parcela 
significativa da população mundial, inclusive no Brasil. 
O smartphone é um aparelho móvel que faz uso de tecnologias que 
permitem acesso à internet e que comportam a convergência das mídias. 
 
 
Smartphone 
Fonte: https://pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2018/03/facebook-aplicacoes_conta 
ctos_Maps_apps-720x405.jpg 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Para colher os benefícios que a sociedade da informação e do 
conhecimento tem a oferecer, e também para enfrentar os 
possíveis riscos gerados pela revolução digital, o Brasil deve 
se transformar com dinamismo, competitividade e inclusão. 
Leia na íntegra, TIC Educação, Pesquisa Sobre o Uso das 
Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas 
Brasileiras, acessando o link: https://cetic.br/media/docs/ 
publicacoes/2/tic_edu_2017_livro_eletronico.pdf 
 
 
De acordo com dados publicados pela Agência Nacional de 
Telecomunicações (ANATEL, 2016), o Brasil possui mais de 250 milhões de 
linhas ativas na telefonia móvel, o que representa 1,2 linhas de celular por 
habitante. O celular está presente em 93% dos lares brasileiros. Entretanto, o 
uso do smartphone, que possibilita o acesso à internet ainda não é tão 
abrangente quanto se imagina. De acordo com a Pesquisa Brasileira e Mídia 
 
 
12 
 
(PBM), pessoas mais idosas ou que possuem baixa renda familiar e menor grau 
de instrução são as que menos acessam a Internet. 
Com relação à utilização das TICs para fins de educação, quanto mais 
baixo é o nível socioeconômico do aluno, mas ele depende exclusivamente do 
celular para acessar a Internet. De acordo com os resultados da pesquisa TIC 
Educação (2017), o celular é o único dispositivo de acesso à Internet para 32% 
dos estudantes da região Norte; para29% na região Nordeste; para 15% Centro-
Oeste; para 14% no Sudeste e 10% na região Sul. 
Além do problema da desigualdade de renda, há uma forte desigualdade 
de gênero no acesso às TICs. De acordo com a UNESCO (2014), existem 
aproximadamente 300 milhões de homens a mais do que mulheres que possuem 
telefones celulares nos países de baixa renda. Devido às características culturais 
dos países pobres, os homens têm mais acesso e facilidade para utilizar as 
tecnologias móveis em comparação às mulheres. 
Para reduzir as desigualdades, é necessário ampliar e melhorar as 
opções de conectividade. Na medida em que o acesso à informação está 
diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico, é necessário que o 
governo construa e amplie a infraestrutura tecnológica, sendo este um elemento 
central para a aprendizagem móvel. 
A UNESCO (2014) recomenda que os governos façam um diagnóstico da 
atual infraestrutura de TIC e tracem metas realistas para melhorá-la. Ainda de 
acordo com a UNESCO (2014), é necessário baratear o acesso às redes, mesmo 
que isso signifique fornecer subsídios integrais ou parciais para o acesso a 
serviços móveis de dados e banda larga. Para reduzir as desigualdades de 
gênero, os formuladores de políticas públicas devem elaborar estratégias que 
estimulem as meninas a utilizar telefone celular e outros artefatos tecnológicos. 
A inclusão digital deve garantir que todas as pessoas possam se utilizar 
das TICs de forma crítica, para buscar a emancipação e a construção da 
cidadania. Também deve garantir que todas as pessoas sejam alfabetizadas, em 
sentido amplo, para desenvolver consciência e compreensão do mundo, dessa 
forma, poderão atuar com criticidade e autonomia no nosso atual contexto social. 
Estamos educando nossos alunos para serem produtores da informação e não 
apenas receptores críticos. A educação para a mídia diz respeito à apropriação 
crítica das tecnologias e do conteúdo informativo das mídias. Já na educação 
 
 
13 
 
por intermédio das mídias, os alunos aprendem a usar as TICs para pesquisar, 
processar, desenvolver e criar um conhecimento alinhado à nossa realidade 
social, cultural e econômica, exercendo assim a cidadania. 
“Educar por meio das mídias” em que as TICs são incorporadas à 
educação para potencializar seu caráter crítico e científico, e a “educação para 
as mídias” torna-se um requisito para a incorporação das TICs nessa dimensão. 
As políticas educacionais devem, portanto, garantir o acesso equitativo à 
conectividade móvel. Um estudante que não pode acessar uma rede móvel, seja 
por razões econômicas ou geográficas, permanecerá excluído dos novos 
espaços informacionais que atualmente são fundamentais para a sua formação 
e o seu futuro profissional (UNESCO, 2014). 
 
Curiosidade 
Evitar que os indivíduos se tornem receptores passivos, sem 
qualquer capacidade de reflexão ou de julgamento sobre as 
mensagens que recebem, corresponde ao “educar para as 
mídias” em que as TICs são utilizadas para possibilitar a 
análise crítica dos conteúdos informativos das mídias. 
 
 
1.3 A Educação a Distância (EaD) 
 
Para diversos autores, como Ramos (2010), Fragale Filho (2003) e 
Pereira, Schmitt e Dias (2007), a Educação a Distância (EaD), também 
conhecida como Ensino a Distância, é uma modalidade de ensino que se 
caracteriza, principalmente, pela separação física entre professor e aluno. O 
decreto 5.622/2005, ao regulamentar o artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB), define a EaD como: 
 
[...] a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica 
nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de 
meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e 
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou 
tempos diversos (BRASIL, 2005). 
 
 
 
14 
 
Munhoz (2013) apresenta as principais vantagens da modalidade EaD a 
partir dos argumentos utilizados pelos alunos para justificar a escolha de um 
curso semipresencial ou não presencial: 
 
➢ Facilita a formação de pessoas que, pelos mais diferentes motivos, 
não podem desenvolver ou concluir seus estudos por meio do método 
tradicional; 
➢ Permite que o estudante selecione os temas mais diretamente 
relacionados com sua trajetória acadêmica ou com suas atividades 
profissionais, mesmo que não existam instituições de ensino 
presenciais em sua cidade; 
➢ Permite que o estudante realize seus estudos sem que seja 
necessário abrir mão do seu trabalho e de obrigações sociais; 
➢ Oferece uma ampla variedade de cursos, entre cursos independentes, 
estudos de formação complementar, cursos técnicos, cursos de 
graduação, cursos de pós-graduação, e, normalmente, a preços mais 
acessíveis; 
➢ Permite que o estudante escolha o que, onde, quando e como 
estudar; há também os cursos que flexibilizam a montagem de 
currículos de acordo com o interesse do aluno; 
➢ Permite que o estudante escolha, a partir de suas necessidades 
pessoais e estilo de aprendizagem, os meios pelos quais receberá o 
conteúdo didático; 
➢ Possibilita que o estudante trabalhe de forma colaborativa; 
➢ De acordo com a proposta, pode oferecer atendimento personalizado 
por meio de orientações, ou mesmo, adaptação do programa 
conforme as necessidades individuais de cada aluno. 
 
Quanto às características que diferem a EaD da educação presencial, 
Fragale Filho (2003) explica que enquanto na educação presencial a 
responsabilidade pedagógica recai predominantemente sobre o professor, na 
EaD ela é compartilhada de forma mais equilibrada pelo professor e pela 
instituição de ensino, na medida que cabe a ela congregar outros especialistas 
 
 
15 
 
para a elaboração do material didático, acompanhamento da aprendizagem e 
avaliação do aluno. 
Também é pertinente pontuar as diferenças entre eletronic-learning ou e-
learning, blended-learning ou b-learning e mobile-learning ou m-learning. O e-
learning é caracterizado como um processo educativo sem contato presencial. 
No entanto, o acesso à interface de um ambiente virtual de aprendizagem 
permite contato ou encontros virtuais com os outros participantes da comunidade 
virtual de aprendizagem. 
A plataforma b-learning é um processo educativo que combina encontros 
presenciais e encontros virtuais por meio dos ambientes virtuais de 
aprendizagem. Com a difusão de tecnologias portáteis tais como smartphones 
tablets e notebook, surge o mobile-learning ou m-learning. Nessa modalidade, o 
processo formativo ocorre em qualquer momento e lugar, na medida em que 
estudante possui um dispositivo móvel que permite o acesso ao ambiente virtual 
de aprendizagem para acessar conteúdo ou se comunicar de forma síncrona ou 
assíncrona com colegas e instrutores. 
Apesar da separação quase permanente entre os estudantes e os 
professores, um curso EaD é bem diferente do estudo autodidata, pois há meios 
tecnológicos, relações pessoais e uma série de orientações para que o aluno 
possa desenvolver as atividades. Ainda assim, é possível que o aluno se sinta 
isolado e perca a motivação para continuar os estudos. 
Para que um curso EaD seja viabilizado, é necessário que haja, em 
primeiro lugar, uma Comunidade de Aprendizagem Virtual (CAV). Munhoz 
(2013) define como CAV o conjunto das pessoas que trabalham de forma 
colaborativa em torno de um processo de ensino e aprendizagem. De acordo 
com Munhoz (2013) uma CAV normalmente é composta pelos seguintes fatores: 
 
➢ Instituição de ensino; 
➢ Secretaria virtual; 
➢ Designers ou projetistas pedagógicos; 
➢ Designers ou projetistas instrucionais; 
➢ Coordenadores de curso; 
➢ Professores; 
➢ Produtores de materiais; 
 
 
16 
 
➢ Gestores de polos presenciais; 
➢ Orientadores acadêmicos ou tutores; 
➢ Avaliadores do ambiente como estrutura tecnológica; 
➢ Avaliadores do ambiente como estrutura pedagógica; 
➢ Tecnólogos; 
➢ Designersgráficos; 
➢ Alunos. 
 
Os 13 primeiros fatores trabalham para criar e desenvolver uma estrutura 
centrada na experiência do aluno. Contudo, apesar da complexidade da 
infraestrutura demanda por um curso EaD, não faltam críticas a essa modalidade 
de ensino no que diz respeito à qualidade. Para Munhoz (2013), a qualidade de 
um curso EaD depende muito mais dos conteúdos, dos orientadores e dos 
alunos, do que do aporte tecnológico. 
Além disso, é importante destacar que, durante o século XX, a EaD foi 
estruturada a partir de princípios organizacionais industriais, em que a tecnologia 
é empregada para a produção em massa e para concentração do lucro. Por esse 
motivo, a maioria dos cursos EaD, ainda hoje, se assemelha à produção 
industrial. É necessário resgatar o papel social da educação e pensar na EaD 
para que ela seja capaz de atender às necessidades de personalização e 
inovação da sociedade em rede. 
 
Para refletir 
Um sistema tecnológico é composto não somente por 
máquinas, processos e informação, mas também de pessoas e 
organizações. Assim como em qualquer outro sistema 
tecnológico, a EaD reflete as ideologias predominantes da 
nossa época. 
Baseados na lógica capitalista, os atuais sistemas tecnológicos 
são orientados para a produção em larga escala, que são 
voltados à redução dos custos para a obtenção do lucro rápido. 
Muitas instituições de ensino enxergam a EaD como uma 
oportunidade de ampliar a receita, mesmo que isso signifique 
prejudicar a qualidade do ensino que é oferecido. 
 
 
 
17 
 
Ao longo do século XX, a EaD passou por uma série de mudanças, até 
que, nos dias de hoje, possibilita a comunicação síncrona e assíncrona entre 
alunos e professores tanto na modalidade de um para um (um professor e um 
aluno), um para muitos (um professor e muitos alunos) e muitos para muitos 
(muitos professores e muitos alunos). Essas mudanças foram possibilitadas 
pelas transformações sociais e tecnológicas que impactaram tanto as 
tecnologias de distribuição quanto as abordagens pedagógicas na educação. 
Atualmente, a maior parte dos sistemas tecnológicos está orientada para 
a produção em larga escala que depende, basicamente, do aumento quantitativo 
da produção e da redução dos custos. O favorecimento de determinados grupos 
de pessoas (por exemplo: empresários) e prejuízo de outros (por exemplo: 
pessoas adquirem produtos e serviços de menor qualidade, esgotamento dos 
recursos naturais e prejuízo aos trabalhadores). 
 
1.3.1 Abordagens tecnológicas e pedagógicas da EaD 
 
A EaD surgiu no século XVIII com o desenvolvimento de cursos que eram 
enviados por correspondência. Mas foi na primeira metade do século XX, devido 
às tecnologias de difusão, como rádio e TV, que a EaD passou a atingir um 
número maior de pessoas. Nos anos 70, surgiram as primeiras universidades a 
distância, que passaram a oferecer cursos por meio de videocassete e 
videoconferências, possibilitando uma interação maior entre professores e 
alunos. Nos anos 90, a EaD passou a contar com os ambientes virtuais graças 
à popularização dos computadores pessoais e do acesso à Internet. 
 
Saiba Mais 
De acordo com Lúcia Santaella (2007), o desenvolvimento da 
tecnologia é marcado por cinco fases: reprodutível, de difusão, 
disponível, de acesso e de conexão contínua. 
A tecnologia do reprodutível surge na transição do século XIX 
para o século XX com recursos eletromecânicos e voltada aos 
mercados de massa. Exemplos dessa tecnologia são o jornal, 
a fotografia e o cinema. 
A tecnologia da difusão surge a partir da década de 1920 com 
recursos eletrônicos. Essa tecnologia é caracterizada pelos 
 
 
18 
 
meios de difusão da comunicação em massa, como o rádio e 
a televisão. 
A tecnologia do disponível surge a partir do final dos anos 
1970 e início dos anos 1980, possibilitando que o usuário 
selecione a recepção do conteúdo que seja consumir. 
Exemplos dessa tecnologia são o walkman, o fone de ouvido, 
a televisão a cabo e o controle remoto. 
A tecnologia de acesso, dos anos 1990, se caracteriza pelo 
início da convergência entre os computadores e as 
telecomunicações: mouse, modem e software. Enquanto as 
tecnologias da informação envolvem recursos de computação 
que servem para produzir, armazenar e transmitir 
informações, as Tecnologias da Informação e Comunicação 
(TICs) são um sistema que integra hardwares, softwares, rede 
e dispositivos móveis para processar a informação e auxiliar a 
comunicação. 
A tecnologia de conexão contínua se inicia no final dos anos 
1990 e se difunde no início do século XXI, em decorrência da 
internet de alta velocidade. Essa tecnologia é representada 
pelos smartphones e tablets. As linguagens que envolvem 
esses dispositivos móveis de conexão contínua são cada vez 
mais fluidas e hipertextuais. “O hipertexto é constituído por nós 
(os elementos de informação, parágrafos, páginas, imagens, 
sequências musicais etc.) e de links entre esses nós, 
referências, notas, ponteiros, “botões” indicando a passagem 
de um nó a outro” (LÉVY, 1999, p 56), conectando usuários a 
conhecimentos, lugares e culturas de uma forma sem 
precedente. 
 
 
Atualmente, a educação a distância mediada pelas TICs permite a 
comunicação síncrona e assíncrona entre alunos e professores tanto na 
modalidade de um para um (um professor e um aluno), um para muitos (um 
professor e muitos alunos) e muitos para muitos (muitos professores e muitos 
alunos). Nas metodologias ativas, as práticas pedagógicas são estruturadas 
para fazer com que o aprendiz seja o agente da sua própria aprendizagem. 
De acordo com Anderson, Dron e Mattar (2012), a classificação da EaD 
não deve ser baseada apenas nas tecnologias de distribuição, mas nas 
abordagens pedagógicas que lhe servem de suporte. Para esses autores, a EaD 
é dividida em três períodos: 
 
➢ Pedagogia cognitivo-behaviorista de educação a distância; 
➢ Pedagogia socioconstrutivista de educação a distância; 
 
 
19 
 
➢ Pedagogia conectivista de educação a distância. 
 
A teoria da aprendizagem behaviorista parte do pressuposto de que as 
mudanças no comportamento podem resultar da resposta do indivíduo a uma 
série de estímulos. É importante notar que a pedagogia cognitivo-behaviorista 
de educação a distância prevaleceu em uma época em que a tecnologia 
favorecia a comunicação um para muitos, não havendo opções que permitissem 
comunicação muitos para muitos (ANDERSON; DRON; MATTAR, 2012). 
Com a disseminação das tecnologias de comunicação bidirecional, 
surgem as pedagogias socioconstrutivistas desenvolvidas por Piaget e Vygotsky. 
Para a pedagogia socioconstrutivista, o conhecimento pode ser definido como 
uma construção social realizada a partir das capacidades cognitivas do ser 
humano e da sua interação com o meio. As relações entre a pessoa e o meio 
implicam em um processo de construção permanente que resulta na formação 
de estruturas de pensamento. Em outras palavras, o sujeito constrói seu 
conhecimento na relação que ele faz entre a informação que ele recebe e sua 
própria experiência de vida. 
Para a pedagogia socioconstrutivista, os professores não podem se limitar 
à mera transmissão do conhecimento; ao invés disso, eles devem buscar ampliar 
as interações para que os alunos possam construir o conhecimento a partir da 
própria experiência. Para dar conta dessa mudança, as tecnologias de EaD 
deveriam abrir mais oportunidades para a interação síncronas e assíncronas 
entre alunos e professores (ANDERSON; DRON; MATTAR, 2012). 
 A terceira geração de pedagogia da educação a distância é conhecida 
como conectivismo. O conectivismo foi desenvolvido na era da informação em 
rede, reconhecendo que não cabe ao aluno “memorizar ou mesmo compreender 
tudo, mas ter a capacidade de encontrar e aplicar conhecimento quando e onde 
for necessário” (ANDERSON; DRON; MATTAR, 2012, p. 126-134). O 
conectivismo é uma teoria que entende que o conhecimentoé descentralizado, 
sendo compartilhado por meio de uma rede de conexões (SILVA, 2015). É 
pertinente destacar que os modelos conectivistas baseiam-se em redes que 
conectam pessoas, artefatos digitais e conteúdo, algo que só se tornou possível 
com disseminação das tecnologias de conexão contínua como o smarthphone e 
o tablet, que permitem o acesso à internet onde quer que o usuário esteja. 
 
 
20 
 
 
O papel do professor 
Fonte: http://www.educture.com.br/wp-content/uploads/2019/04/20180331-ibm-watson-
escola-e1556648835402.jpg 
 
Críticos do conectivismo afirmam, entretanto, que essa teoria tende a 
reduzir a importância do docente e a relativizar o conhecimento, como se 
qualquer fonte de informação tivesse a mesma credibilidade que o conhecimento 
científico. Portanto, apesar do conectivismo reforçar a ideia de construção 
dialética do conhecimento, é necessário fazer algumas ressalvas, já que nem 
todas as fontes de informação podem ser consideradas confiáveis. Aqui, mais 
uma vez, cabe destacar a importância da Mídia Educação, que tem como 
objetivo desenvolver competências para a análise crítica do conteúdo informativo 
das mídias. A teoria entende que o conhecimento é descentralizado, sendo 
compartilhado por meio de uma rede que conecta pessoas, artefatos digitais e 
conteúdo; entretanto, nem todas as fontes de informação podem ser 
consideradas confiáveis. 
 
Conclusão da aula 1 
 
Nesta aula, foram discutidas as questões acerca da inclusão digital, bem 
como os conceitos centrais da Educação a Distância e dos Ambientes Virtuais 
de Aprendizagem. Foi visto que a EaD é uma modalidade de ensino que vem 
ampliando, cada vez mais, o acesso de pessoas ao ensino superior. Entretanto, 
cabe lembrar que durante o século XX, a EaD foi estruturada a partir de 
princípios organizacionais industriais, em que a tecnologia é empregada para a 
produção em massa e para concentração do lucro. Por esse motivo, a maioria 
 
 
21 
 
dos cursos EaD, ainda hoje, se assemelha à produção industrial. É necessário 
resgatar o papel social da educação e pensar a EaD para que ela seja capaz de 
atender às necessidades de personalização e inovação da sociedade em rede. 
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) são ferramentas 
indispensáveis para o desenvolvimento da vida intelectual do ser humano. 
Entretanto, a desigualdade de acesso às TICs ainda representa um problema 
central para o isolamento e a exclusão de uma parcela significativa da população 
brasileira. Quanto mais baixo é o nível socioeconômico do aluno, mais ele 
depende exclusivamente do celular para acessar a Internet. Além disso, pessoas 
mais idosas ou que possuem baixa renda familiar e menor grau de instrução são 
as que menos acessam a Internet. 
A inclusão digital deve garantir que todas as pessoas possam se utilizar 
das TICs de forma crítica, para buscar a emancipação e a construção da 
cidadania. Na medida em que o acesso à informação está diretamente 
relacionado ao desenvolvimento econômico, é necessário que o governo amplie 
a infraestrutura tecnológica, sendo este um elemento central para a 
aprendizagem móvel. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Compare a aula que você teve, por EaD, com a última aula 
presencial que você teve na escola ou em outra instituição de 
ensino. Quantas tecnologias e mídias foram utilizadas em cada 
aula e de que forma elas foram utilizadas? 
 
 
 
Aula 2 – Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), conceitos e 
características 
 
Apresentação da aula 2 
 
Nesta aula, serão abordados os conceitos dos Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem, bem como suas principais características e recursos. Serão 
 
 
22 
 
comparados modelos de AVA e serão identificadas as atuais necessidades em 
relação aos softwares. 
Também serão descritas as escolas pedagógicas que podem orientar o 
desenvolvimento de um AVA, com destaque para escola construtivista. Veremos 
que o design e a didática são fundamentais para a qualidade do processo de 
ensino-aprendizagem em EaD. 
Por fim, a questão da interatividade na aprendizagem, os estilos de 
aprendizagem e as oportunidades que se abrem com os ambientes virtuais 
Imersivos. A aula será encerrada com uma reflexão acerca da contribuição dos 
games para a educação. 
 
2.1 Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) 
 
Os ambientes virtuais que oferecem suporte à realização de cursos 
semipresenciais ou não presenciais, denominados AVA (Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem) estão sendo cada vez mais utilizados no âmbito acadêmico para 
atender a demanda da EaD (PEREIRA; SCHMITT; DIAS, 2007). Diante dessa 
realidade, faz-se necessário buscar uma reflexão crítica sobre os objetivos que 
orientam o desenvolvimento desses ambientes, bem como as questões 
tecnológicas e humanas que atravessam esse processo de ensino. 
Um Ambiente Virtual de Aprendizagem consiste em uma tecnologia de 
mídia que medeia o processo ensino-aprendizagem a distância. Segundo 
Schlemmer (2002, 2005), AVA são denominações utilizadas para softwares 
desenvolvidos para a gestão da aprendizagem via Internet. São sistemas que 
combinam a funcionalidade de software para a comunicação síncrona ou 
assíncrona e espaço para a disponibilização do conteúdo didático de cursos on-
line. É importante ressaltar que AVAs estão sendo utilizados não somente como 
suporte para o ensino EaD, mas também como apoio ao ensino presencial. 
Para Pereira, Schmitt e Dias (2007), a qualidade do processo educativo 
não depende apenas do AVA, mas do envolvimento dos alunos, da proposta 
pedagógica, do conteúdo veiculado e da qualidade dos professores, tutores, 
monitores e equipe técnica. 
Os termos mais relacionados ao AVA, na literatura nacional, são: 
aprendizagem baseada na Internet, educação ou aprendizagem on-line, ensino 
 
 
23 
 
ou educação a distância via Internet e e-learning (PEREIRA; SCHMITT; DIAS, 
2007). Na literatura internacional, essa modalidade de ensino corresponde aos 
termos: Web-based learning, online learning, Learning Management Systems, 
Virtual Learning Environments, e-learning, entre outros (PEREIRA; SCHMITT; 
DIAS, 2007). 
De acordo com Pereira, Schmitt e Dias (2007), todos esses termos 
implicam nas seguintes características: a distância física entre o estudante e o 
instrutor; utilização de algum tipo de tecnologia (computador, smartphone, entre 
outros) para acessar o conteúdo e mediar a interação entre os envolvidos; e 
disponibilidade de suporte on-line. 
 
 
Aprendizado em AVA 
Fonte: https://www.blogs.unicamp.br/ensinogeo/wp-content/uploads/sites/36/2017/02/ 
AVA-600x381.gif 
 
Para Munhoz (2013), as instituições que oferecem cursos EaD ou 
semipresenciais devem disponibilizar um módulo inicial para promover o 
nivelamento dos conhecimentos necessários para a utilização confortável de 
AVAs, tanto pelos alunos, quanto para os professores e profissionais do corpo 
administrativo. 
 
2.2 Características e recursos fundamentais de um AVA 
 
De acordo com Pereira, Schmitt e Dias (2007), os recursos tecnológicos 
básicos oferecidos em AVA podem ser agrupados em quatro eixos: 
 
 
 
24 
 
➢ Informação e documentação: espaço onde são disponibilizadas as 
informações institucionais do curso, o cronograma de atividades, os 
conteúdos e materiais didáticos. É necessário um servidor que 
suporte o upload e o download de diferentes formatos de arquivos 
(tais como pdf, doc, jpg e vídeos) e que permita o gerenciamento de 
documentos. Também pode haver uma ferramenta de ajuda como 
tutoriais, mapa do site e sistemas de buscas; 
➢ Ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona (e-mails, 
fóruns e chats): de acordo com Pereira, Schmitt e Dias (2007), as 
ferramentas do eixo de comunicação têm por objetivo apoiar 
discussões, debates e a resolução de exercícios e problemas em um 
ambiente virtual. O maior ou o menor uso dessas ferramentas 
depende da proposta pedagógicado curso e do perfil dos usuários; 
➢ Gerenciamento pedagógico e administrativo: que permite 
controlar o funcionamento e o andamento do curso. No eixo 
pedagógico, coordenadores, professores e tutores podem acessar o 
número de participação do aluno em fóruns e seminários, os grupos 
de trabalho, as avaliações e o desempenho de cada aluno, entre 
outros recursos. O eixo administrativo é composto dos seguintes 
elementos: criação e controle de cursos, sistema de controle para 
matrículas e pagamentos, sistema para avaliação, publicação de 
notas e histórico de disciplinas; 
➢ Produção: espaço de interação que permite o desenvolvimento de 
atividades e resoluções de problemas. Esse eixo conta com recursos 
de digitação e edição para a elaboração colaborativa de textos, 
tarefas e problemas, e aplicativos específicos da proposta 
pedagógica do curso. Pereira, Schmitt e Dias (2007) ressaltam que 
a eficácia de um AVA depende da elaboração de uma proposta 
pedagógica bem definida e coerente com os objetivos que se 
pretende atingir. 
 
A interface do aluno consiste, basicamente, em uma sala de aula virtual, 
cujo layout é desenvolvido de acordo com os padrões definidos por cada 
instituição de ensino. Para Santi et al (2018), essas salas de aula disponibilizam: 
 
 
25 
 
➢ Espaço de convivência, na qual os usuários podem conversar 
livremente por meio de fóruns e chats; 
➢ Espaço de interação, que é destinado à realização colaborativa das 
atividades relacionadas às disciplinas; 
➢ Biblioteca, em que são disponibilizados os arquivos com o conteúdo 
das disciplinas e conteúdo complementar. Os AVAs normalmente 
suportam arquivos nos mais diferentes formatos, como texto, 
hipertexto, áudio ou audiovisual. 
 
 
Eixos de um AVA 
Fonte: acervo do autor (2019), de (PEREIRA; SCHMITT; DIAS, 2007). 
 
Os AVAs mais utilizados no Brasil são os gratuitos, como Aula-Net, o 
Moodle e o TelEduc; entre outros, além de gratuito, possui código aberto (open 
source), ou seja, possui licenciamento livre para o código-fonte e a redistribuição. 
De acordo com Paiva (2010), o primeiro AVA gratuito de sucesso foi o 
Aula-Net. Este AVA é distribuído gratuitamente pelo Laboratório de Engenharia 
de Software da PUC-Rio. De acordo com os desenvolvedores da plataforma, o 
Aula-Net é um ambiente organizado para facilitar o trabalho colaborativo (em 
grupo) e oferece quadro de avisos, agenda, e-mail, fórum, chat e ferramenta de 
videoconferência. 
O Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) é um 
AVA que é constantemente atualizado por profissionais no mundo inteiro. 
Segundo as informações divulgadas na página do Moodle na web 
(http://docs.moodle.org/pt_br/), esse AVA possibilita a gestão da aprendizagem 
 
 
26 
 
e do trabalho colaborativo, permitindo a criação de cursos on-line, páginas de 
disciplinas e grupos de trabalho. A plataforma funciona em qualquer sistema 
operacional que suporte à linguagem PHP. Além disso, o Moodle é construído 
em módulos, o que permite adicionar ou remover recursos. Esse AVA oferece 
as seguintes ferramentas: página para a criação de perfil dos alunos, fóruns, 
calendário, gestão de conteúdo, criação de grupos, questionários e pesquisas, 
blogs, wikis, bancos de dados, chat, glossários, ferramenta para construção de 
testes, avaliação e diários (PAIVA, 2010). Além desses recursos, há as 
ferramentas administrativas que permitem configurar o AVA, editar, designar 
funções, atribuir notas, criar grupos, fazer backup, restaurar, importar, 
reconfigurar e emitir relatórios (PAIVA, 2010). 
 
 
App Moodle para celular e tablet 
Fonte: https://aprender.buzzero.com/buzzers/msousa/40977/HotSiteImage.jpg 
 
O TelEduc foi desenvolvido pelo Núcleo de Informática Aplicada à 
Educação (NIED) da Universidade Estadual de Campinas. Segundo informação 
disponível em sua página inicial na web (http://www.TeleEduc.org.br), o 
TeleEduc “foi concebido tendo como alvo o processo de formação de 
professores para informática educativa, baseado na metodologia de formação 
contextualizada”. A plataforma conta com diversos recursos para promover a 
 
 
27 
 
interação entre os participantes: e-mail, grupos de discussão, mural, diário de 
bordo, chat entre outros (PAIVA, 2010). 
 
2.3 A interatividade na aprendizagem 
 
O conhecimento pode ser definido como uma construção social realizada 
a partir das capacidades cognitivas do ser humano e da sua interação com o 
meio. As relações entre a pessoa e o meio implicam em um processo de 
construção permanente que resulta na formação de estruturas de pensamento. 
Em outras palavras, o sujeito constrói seu conhecimento em interação com o 
meio a partir de suas próprias ações. 
Entretanto, as relações entre homem e mundo não ocorrem diretamente, 
mas são mediadas por instrumentos ou signos fornecidos pela cultura. De acordo 
com Vygotsky (2000), o sistema simbólico fundamental na mediação sujeito-
objeto é a linguagem humana, instrumento de mediação verbal que tem na 
palavra a sua unidade básica. 
Para Papert (1985), o conhecimento não é transmissível, mas construído 
pelo indivíduo, de modo único. Cada indivíduo reconstrói o conhecimento 
baseado em suas relações com o mundo, com os objetos e em suas 
experiências. Dessa forma, podemos concluir que a criança não aprende pelo 
que é dito, transmitido a ela, mas pela relação que ela faz entre aquilo que ela 
vê, ouve, lê e sua própria experiência com o mundo. Isso nos faz pensar na 
questão da interatividade. 
Para Antônio Junior (2015), as características da aprendizagem e o uso 
da tecnologia são inter-relacionados, são interativos e interdependentes. A 
interatividade pressupõe uma ação de troca de informações, mensagens e 
opiniões. Os espaços criados com as novas tecnologias potencializam essa 
troca, possibilitando múltiplas janelas de comunicação dialógica. Pode beneficiar 
o aprendizado, na medida em que pressupõe a comunicação bidirecional, 
dialógica, e não a comunicação unidirecional que separa emissores e 
receptores. O aprendizado por meio da interatividade adquire força na “era da 
informação”, na medida em que as TICs fornecem uma interface de diálogo e 
não somente de recepção de informação. 
 
 
 
28 
 
2.3.1 Formas de aprender e formas de ensinar 
 
A maneira como cada pessoa compreende, assimila e retém informações 
diz respeito ao seu tipo de aprendizagem. O planejamento do ensino deve 
considerar diferentes tipos de aprendizagem para elevar a qualidade dos 
resultados. Compreender os diferentes estilos de aprendizagem pode ampliar a 
motivação, a concentração e a retenção do conhecimento. Existem diversas 
metodologias para identificar os estilos de aprendizagem, a retenção da 
informação é mais fácil quando está atrelada a um estímulo ou a uma emoção. 
 
 
Tipos de aprendizagem 
Fonte: https://medicina10blog.wordpress.com/2016/12/15/estilos-de-aprendizagem-
descubra-qual-e-o-seu/ 
 
Por meio do método VARK, é possível identificar quatro estilos 
predominantes de aprendizagem: 
 
➢ Visual: quem possui um perfil de aprendizado predominantemente 
visual prefere absorver imagens, cores, vídeos e livros com 
gráficos, figuras e um bom layout. Para obter melhores resultados 
nos estudos, os alunos com essa característica devem utilizar 
 
 
29 
 
diferentes cores para a memorização, elaborar fluxogramas, 
gráficos, fazer anotações e desenhar figuras; 
➢ Leitura e escrita: quem prefere aprender lendo e escrevendo 
absorve informações por meio de textos e da exposição oral dos 
professores. Para obter melhores resultados nos estudos, esses 
alunos precisam fazer anotações escrever e reescrever o que 
aprenderam, e formular resumos; 
➢ Aural: é a pessoa que memoriza a palavra falada. Esse é um aluno 
que aprende assistindo à aula, ouvindo a exposição oral dos 
professores, participando de seminários e discussões, explicando 
verbalmente oque aprendeu; 
➢ Cinestésico: é o aluno que prefere aprender fazendo. Para essas 
pessoas, as informações adquirem valor quando podem ser 
vivenciadas em experiências práticas. É preciso fazer, praticar para 
que se possa compreender. 
 
Esses são os quatro perfis identificados pelo questionário Vark. A maioria 
das pessoas, entretanto, é multimodal, ou seja, prefere aprender somando dois 
ou mais estilos. De acordo com Mattar (2010), as pessoas mais velhas têm 
preferência pelo estilo escrita e leitura, enquanto as mais jovens preferem o estilo 
cinestésico. 
Conhecer o estilo de aprendizagem predominante do aluno permite ao 
professor não somente utilizar os recursos certos para potencializar a 
assimilação e a retenção da informação, mas também estimular o 
desenvolvimento dos outros estilos de aprendizagem, menos predominantes ou 
com os quais os alunos possuem maior dificuldade. 
É importante ressaltar que o aluno pode utilizar estilos diferentes 
dependendo da situação ou do objeto de estudo. Cabe também lembrar que 
esses estilos não são a única variável a ser considerada no processo de 
aprendizagem; não podem, portanto, ser o único elemento a ser considerado no 
planejamento da educação. 
 
 
 
30 
 
Pesquise 
Para saber mais sobre o seu perfil de aprendizagem, acesse o 
questionário Vark no link: http://vark-learn.com/questionario/ 
 
 
 
 
2.4 Ambientes Virtuais Imersivos 
 
De acordo com Gomes, Piovesan e Wagner (2019), é cada vez maior a 
utilização de Ambientes Imersivos no campo educacional. Um ambiente imersivo 
é o termo usado para definir um ambiente do mundo real que é adicionado de 
elementos virtuais para criar uma realidade mista em tempo real. Um ambiente 
imersivo conta com um conjunto de dispositivos que acrescentam informação 
virtual sobre um ambiente real. 
Os ambientes virtuais imersivos, por sua vez, são uma interface digital 
que permite ao usuário interagir, por meio de dispositivos, em um espaço 
tridimensional gerado por computador (GOMES; PIOVESAN; WAGNER, 2019). 
Esses ambientes tendem a beneficiar alunos que aprendem quando vivenciam 
a informação em uma experiência prática. 
 
 
Ambientes Virtuais Imersivos 
Fonte: https://www.casamais360.com.br/wp-content/uploads/2016/11/VR-1-1120x636. 
jpg 
 
 
 
31 
 
O usuário interage no mundo virtual por intermédio da tela do monitor ou 
pela tela de projeção, ele também pode ser inserido no mundo virtual por meio 
de óculos ou capacete e dispositivos de interação. Para os autores Gomes, 
Piovesan e Wagner (2019): 
 
[...] os ambientes imersivos permitem ao usuário retratar e interagir 
com situações imaginárias, como em cenários de ficção, utilizando 
objetos estáticos ou em movimento. Permitem também reproduzir com 
fidelidade ambientes da vida real como uma casa, uma universidade 
ou uma cidade inteira, de forma que o usuário possa interagir com seus 
recursos de forma natural, utilizando para isso algum aparato 
tecnológico, como uma luva, um dispositivo apontador (mouse) ou até 
através da voz (GOMES; PIOVESAN; WAGNER, 2019, p. 2). 
 
No campo da educação, o objetivo de um Ambiente Virtual Imersivo é 
facilitar a aprendizagem, proporcionando uma interação virtual facilitada pelo 
realismo da simulação do ambiente, da situação e da experiência. A interação 
do usuário com o ambiente virtual é um dos aspectos centrais da interface, esse 
aspecto está relacionado com a capacidade do computador de detectar os 
movimentos do usuário e reagir instantaneamente. Já a interação do usuário com 
outros participantes ocorre por meio de avatares, que são uma representação 
virtual das pessoas que participam da CAV. Os alunos têm a oportunidade de 
aplicar o que estudam. Além disso, as experiências e informações atreladas a 
uma emoção tendem a ficar mais facilmente retidas na memória. 
Um ambiente imersivo virtual emula uma série de atividades de cunho 
educacional, podendo inclusive ser utilizado como treinamento no contexto 
empresarial. De acordo com Gomes, Piovesan e Wagner (2019), a Embraer 
possui um projeto de realidade virtual que conta com um centro de RV capaz de 
desenvolver aplicações para visualização científica, análise de engenharia e 
gráficos de alto desempenho em tempo real. A Petrobras possui vários centros 
de RV em que os geólogos e geofísicos analisam propriedades do fundo do 
oceano e reconhecem com precisão os pontos de perfuração para encontrar 
petróleo. 
No campo educacional é cada vez mais comum a utilização de AVAs 
tridimensionais como o Sloodle, que é o Moodle adicionado de um plugin do 
Second Life, que trazem benefícios para a aprendizagem colaborativa. 
 
 
 
32 
 
 
Ambiente criado no Sloodle 
Fonte: https://cdn.elearningindustry.com/wp-content/uploads/2015/09/who-moved-my-
sloodle.jpg 
 
Os usuários do Sloodle podem frequentar uma sala de aula virtual, na qual 
podem interagir com os seus colegas de classe. Outros recursos incluem quizes, 
testes e jogos. De acordo com Santi et al. (2018), a utilização de animações, 
locuções, jogos, testes, desafios e a ampliação de recursos interativos no AVA 
buscam intensificar o processo de aprendizagem para que o aluno aprenda os 
conteúdos de forma eficaz e com fácil assimilação. 
Quando os alunos têm a oportunidade de aplicar o que estudam e, 
especialmente, quando é reduzido o tempo entre a descoberta e sua aplicação, 
as possibilidades de assimilação e retenção se ampliam. Além disso, as 
experiências e informações atreladas a uma emoção tendem a ficar mais 
facilmente retidas na memória. É importante destacar que é mais fácil aprender 
por meio da interatividade do que apenas decorando palavras. 
A utilização de games também pode representar uma ótima oportunidade 
para o aprendizado, na medida em que o aluno é estimulado a participar, a 
discutir e a compartilhar as descobertas com os colegas. Os jogos ajudam os 
alunos a desenvolverem diversas competências e habilidades essenciais como 
trabalhar em grupo, compartilhar informações, colaborar, criar, encontrar 
soluções e tomar decisões. Também ajudam na concentração, pois as situações 
exigem raciocínio, tomada de decisões e ações. 
 
 
33 
 
De acordo com Tonéis (2017), há uma importante diferença entre uma 
atividade gamificada e um game. A base da gamificação está na fun theory, que 
significa acrescentar aspectos lúdicos ou divertidos a atividades cotidianas. 
A gamificação corresponde ao uso de mecanismos de jogos aplicados em 
situações que visam solucionar problemas práticos e engajar pessoas. Tonéis 
(2017) acredita que a gamificação pode ser aplicada em vários setores e 
atividades, tais como: saúde, políticas públicas, esportes e como treinamento 
nas empresas. Nos AVAs, a gamificação pode ser utilizada para produzir 
experiências que sejam engajadoras, divertidas ou prazerosas, como forma de 
manter os alunos comprometidos e motivados. O autor alerta que a gamificação 
deve ser planejada para engajar os alunos e não para condicioná-los. 
O jogo, por sua vez, é diferente da atividade gamificada. O jogo é um 
processo e um conjunto específico de ações com metas, regras e sistemas de 
feedback. O sistema de feedback é necessário para que o jogador entenda o 
quanto ele está progredindo em relação à meta do jogo. O objetivo desse recurso 
é manter o jogador motivado e engajado. É importante ressaltar que a 
participação no jogo deve ser sempre voluntária. 
Conforme Tonéis (2017) menciona, os games estão repletos de 
aprendizagens, com descobertas e resoluções de problemas. O autor defende 
que os alunos podem aprender com o game por meio da sua ação, pelo uso do 
raciocínio lógico e matemático, e pela avaliação das suas decisões, após receber 
o feedback do jogo. Além disso, os jogos podem contribuir para a aprendizagem 
do aluno potencializando e rompendo com o modelo de ensino tradicional, na 
medida em que dependem da comunicação dialógicae da cooperação entre os 
participantes, também quando reproduzem lugares ou simulam situações que 
estimulam as crianças a exercitar a criatividade, o improviso e o raciocínio lógico. 
A interação com o jogo permite que o aluno explore caminhos, teste hipóteses e 
experimente possibilidades em situações que talvez ele não tivesse a 
oportunidade de vivenciar na vida real. 
Como o autor Tonéis (2017) argumenta, mesmo os jogos digitais que não 
possuem objetivos educativos também podem fornecer muitos elementos para 
reflexão e produção de conhecimentos. Há inclusive jogos roteirizados a partir 
de eventos históricos e que reproduzem lugares reais com uma incrível riqueza 
de detalhes. 
 
 
34 
 
Já os games educativos (ou educacionais) são aqueles que possuem uma 
proposta pedagógica. Normalmente, a proposta pedagógica é multidisciplinar, 
aproximando os alunos do conhecimento científico e simulando a vivência de 
situações que exigem raciocínio e tomada de decisões. Nesses casos, os alunos 
aprendem a lidar com regras que, muitas vezes, são baseadas em 
conhecimentos compartilhados socialmente. 
 
Conclusão da aula 2 
 
Nesta aula foram abordados os conceitos dos Ambientes Virtuais de 
aprendizagem, bem como suas principais características e recursos. Um AVA 
consiste em uma tecnologia de mídia que medeia o processo ensino-
aprendizagem a distância. AVAs são ambientes virtuais que oferecem suporte à 
realização de cursos semipresenciais ou não presenciais. 
A aula também abordou a importância da interatividade na educação e 
analisou os quatro estilos de aprendizagem: visual, leitura e escrita, aural e 
cinestésico. O estilo de aprendizagem se refere à maneira como cada pessoa 
compreende, assimila e retém informações. A maioria das pessoas é multimodal, 
ou seja, prefere aprender somando dois ou mais estilos. 
A aula também abordou a utilização de ambientes virtuais imersivos, que 
consistem em uma interface digital que permite ao usuário interagir, por meio de 
dispositivos, em um espaço tridimensional gerado por computador. Por fim, 
foram trazidas as contribuições dos jogos para o ambiente educacional. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Os nativos digitais estão cada vez menos satisfeitos com o modelo 
tradicional de ensino, que se baseia na transmissão e na repetição 
da informação. Explique de qual(is) forma(s) os AVAs poderiam 
romper com esse modelo. 
 
 
 
 
 
 
35 
 
Aula 3 – Abordagens teórico-metodológicas para o design e 
desenvolvimento de conteúdos para o AVA 
 
Apresentação da aula 3 
 
Nesta aula serão abordadas as escolas pedagógicas que podem orientar 
o desenvolvimento de um AVA. Serão comparadas as escolas 
Comportamentalista, Cognitivista e Construtivista, Sociointeracionista que 
orientam o design e desenvolvimento de conteúdos para um curso oferecido em 
AVA. 
Para romper com um modelo de ensino já desgastado, foram trazidas as 
contribuições de autores que elencam as características de um AVA construído 
para as metodologias ativas, sob uma abordagem construtivista. Nesta aula 
também serão abordadas as técnicas de ensino e seleção de recursos de um 
AVA, e aspectos de gestão de EaD em AVA, considerando o problema da 
distância transacional. 
 
3.1 Abordagens teórico-metodológicas para o design e desenvolvimento 
de conteúdos para o AVA 
 
Em curso EaD, o processo de elaboração do material didático difere do 
que ocorre no ensino presencial. Enquanto que nos cursos presenciais o material 
didático é um recurso de apoio, que pode ou não ser utilizado pelo professor, em 
um curso EaD, o material didático adquire mais centralidade, à medida que, 
devido à distância, torna-se o principal recurso de estudo para o aluno 
(PEREIRA; SCHMITT; DIAS, 2007). 
 
Curiosidade 
A aprendizagem em rede, muitas vezes, segue uma trajetória 
não linear para a construção do conhecimento. Um AVA que 
busca atender a esse tipo de aprendizagem deve 
disponibilizar acesso a livros, artigos com hipertextos, vídeos 
e outros conteúdos midiáticos que permitam ao aluno 
concatenar a informação com o conteúdo didático. 
 
 
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Diante da importância do design instrucional e didático para a qualidade 
do processo de ensino-aprendizagem em EaD, serão discutidas as escolas 
pedagógicas que podem orientar o desenvolvimento de um AVA. De acordo com 
Silva (2015), o design instrucional pode seguir um mapa de estruturação 
composto por cinco fases, denominado ADDIE (análise, design, 
desenvolvimento, implementação e avaliação). 
 
 Saiba Mais 
Design Instrucional, também conhecido como DI ou desenho 
instrucional, que, segundo Filatro (2008), é um termo surgido 
na segunda Guerra Mundial como nomenclatura de uma 
ferramenta para resolução de problemas e tomadas de 
decisão. Para saber mais sobre o DI, acesse o link: 
http://www.ead.unimontes.br/nasala/design-instrucional-
significado/ 
 
 
A aplicação do ADDIE deve levar em consideração as seguintes etapas 
(SILVA, 2015, p. 65): 
 
➢ Levantamento de necessidades; 
➢ Garantia de que as necessidades poderão ser atendidas pelas 
soluções propostas; 
➢ Definição dos objetivos de aprendizagem; 
➢ Elaboração de critérios para avaliar os procedimentos adotados; 
➢ Identificação dos resultados esperados; 
➢ Avaliação das habilidades prévias dos alunos; 
➢ Desenvolvimento de testes; 
➢ Seleção das estratégias de ensino; 
➢ Teste do projeto piloto; 
➢ Acompanhamento por meio de avaliação de aprendizagem. 
 
Para Maciel (2018), ao desenvolver um ambiente de aprendizagem e seu 
conteúdo didático, é necessário decidir uma abordagem teórico-metodológica 
devendo orientar não somente o desenvolvimento do AVA, mas também a 
 
 
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elaboração do conteúdo didático, tendo uma visão de homem, de ciência, de 
trabalho e de mundo. 
De acordo com Pereira, Schmitt e Dias (2007), diversas escolas 
pedagógicas podem fundamentar o desenvolvimento do material didático para 
um curso EaD, havendo uma incoerência que ocorre com frequência. Entretanto, 
ainda a maioria das instituições orienta seus docentes a desenvolver conteúdo 
a partir de perspectivas socioconstrutivistas, enquanto seus AVAs são 
estruturados a partir das perspectivas do comportamentalismo e do cognitivismo. 
A seguir serão comparadas as escolas Comportamentalista, Cognitivista 
e Construtivista, Sociointeracionista que orientam o design e o desenvolvimento 
de conteúdos para um curso oferecido em AVA. 
 
 
Diretrizes de design para cursos em AVA. 
Fonte: acervo do autor (2019), (ALLY, 2004). 
 
Comportamentalismo Cognitivismo Construtivismo/ Sociointeracionismo
Conteúdos
São de caráter sequencial que 
vão do simples para o complexo; 
do conhecido para o 
desconhecido
São orgaizados por 
tópicos por unidade de 
conteúdo; são 
apresentados de forma 
linear, hierárquica ou 
em teia; utilizam 
formatos multi-
sensoriais; preocupam-
se com a 
apresentação, 
arquitetura de 
informação e 
ergonomia de 
interfaces; podem se 
adequar aos diferentes 
níveis de aprendizagem 
e estilos cognitivos
Conteúdos multicontextualizados para 
que o aluno construa seus próprios 
significados; são organizados de 
forma multi-sequencial, de forma 
linear, hierárquica ou em teia; 
técnicas para intensificar a 
interatividade e a interação
Atividades
Aplicadas no final das aulas para 
fixar e reforçar a informação
Aplicados durante o 
processo de ensino-
aprendizagem, 
problemas e casos 
reais para análise, 
síntese; possibilitam a 
construção do 
conhecimento
Uso de técnicas colaborativas e 
cooperativas por meio de trabalho em 
grupo; senso de pertença e de 
comunidade; desenvolvimento de 
projetos baseados em situações reais 
Avaliação
Testes e provas com resultados 
explícitos, mediante feedback
Auto-avaliação, 
avaliação de 
desempenho durante o 
processo de ensino-
aprendizagem; projetos 
baseados em 
situações reais
Auto-avaliação, avaliaçãode 
desempenho durante o processo de 
ensino-aprendizagem; reflexão para 
internalização das novas informações
Professor
Detentor e distribuidor do 
conhecimento
Facilitador e orientador Facilitador e orientador
 
 
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Sob o ponto de vista da aprendizagem, os métodos de ensino podem ser 
classificados em dois tipos: transmissivos e ativos. No primeiro, o conhecimento 
é algo que deve ser transmitido do professor para o aluno, por meio de uma 
comunicação unidirecional. Nas metodologias ativas, as práticas pedagógicas 
são estruturadas para fazer com que o aprendiz seja o principal agente da sua 
aprendizagem. Cabe ao aluno escolher o modo como irá processar a informação 
e construir seu conhecimento (SILVA, 2015). As metodologias ativas também 
estimulam a resolução de problemas práticos, contribuindo para o 
desenvolvimento de competências. 
As metodologias ativas se relacionam com as perspectivas 
socioconstrutivistas, na medida em que buscam criar aprendizagens 
significativas, desenvolver o pensamento crítico e estimular o trabalho 
cooperativo e colaborativo. Sendo assim, é importante que os alunos sejam 
incentivados a conduzir as atividades e construir seus próprios percursos de 
aprendizagem. 
 
 
Construção do conhecimento 
Fonte: https://lehliimarslp.files.wordpress.com/2014/08/conhecimento-compartilhado. 
jpg?w=300&h=240 
 
Para Maciel (2018), a materialização de uma abordagem construtivista na 
EaD depende de um AVA que disponibilize recursos que proporcionem uma 
 
 
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relação dialógica substantiva. Ela também recomenda que seja elaborada uma 
cartografia com universos integrados de estudo e pesquisa. Para essa autora, 
essa cartografia deve ser reorganizada e alimentada de conteúdos 
constantemente. Para romper com o modelo da homogeneização e 
hierarquização, Maciel (2018, p. 4) recomenda que o AVA esteja adequado à 
abordagem socioconstrutivista, sendo necessário disponibilizar: 
 
➢ Conteúdos de aprendizagem em diferentes abordagens teóricas e 
disciplinares; 
➢ Diversas ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona; 
➢ Roteiros de entrada e diferentes trajetos que possibilitem a 
aprendizagem; 
➢ Atividades de aprendizagem em diferentes níveis de complexidade; 
➢ Propostas de pesquisa; 
➢ Roteiros para autoavaliação e avaliação da aprendizagem. 
 
Para essa autora, é necessário buscar interdisciplinaridade e 
transdisciplinaridade, criando possibilidades de articulação e de cooperação 
entre as disciplinas, e possibilitando a construção do conhecimento em rede. 
 
3.2 Técnicas de ensino e seleção de recursos de um AVA 
 
De acordo com Silva (2015), as técnicas de ensino são os procedimentos 
a serem adotados para que os métodos sejam viabilizados. O método de 
exposição do professor pode ser viabilizado por diversas técnicas, tais como 
exposição verbal, demonstração, ilustração, exemplificação. O método do 
trabalho independente pode ser viabilizado por estudo dirigido, solução de 
problemas e análise de casos reais. O desenvolvimento colaborativo, por sua 
vez, pode ser viabilizado por técnicas de debates e seminários. 
Os recursos digitais que serão disponibilizados em um AVA devem ser 
cuidadosamente planejados pela equipe de design, levando em consideração o 
perfil do público-alvo a quem o curso se destina. De acordo com Silva (2015), 
quando os primeiros AVAs começaram a ser implantados, a principal 
preocupação dos gestores era de ordem econômica. Por esse motivo, os 
 
 
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softwares livres rapidamente passaram a dominar o mercado. Hoje, entretanto, 
esse autor percebe que há uma preferência maior por softwares que priorizam a 
qualidade do design, usabilidade, interatividade e interoperabilidade. Para Silva 
(2015, p. 81), do ponto de vista pedagógico, os educadores têm preferido 
softwares que: 
 
➢ Viabilizem e materializem as teorias de aprendizagem adotadas 
por cada curso; 
➢ Se alinhem às necessidades e preferências do público-alvo; 
➢ Possibilitem a construção individual e coletiva do conhecimento; 
➢ Disponibilizem diversas ferramentas de comunicação com 
diferentes níveis de interatividade; 
➢ Permitam a estruturação de processos de avaliação compatíveis 
com a proposta pedagógica; 
➢ Permitam a comunicação externa com outros serviços; 
➢ Aceitem a integração com sistemas de gestão de pessoas (RH). 
 
Cabe aos gestores/ educadores escolher, entre as opções, as que melhor 
correspondem às necessidades do público-alvo e aos objetivos dos programas 
educacionais. Entretanto, percebe-se que cresce, cada vez mais, a demanda por 
softwares que, assim como um Lego, permitem acrescentar recursos e soluções 
que melhor se moldam aos objetivos do programa de ensino e ao perfil dos 
usuários. Na próxima aula serão abordados os conceitos de Next Generation 
Digital Learning Environment (NGDLE) que surgem para atender essa nova 
demanda. 
 
3.3 Gestão de EaD baseados em AVA 
 
As taxas de evasão em cursos EaD são elevadas, em grande parte, 
devido às distâncias entre as expectativas do aluno (anteriores à experiência) e 
suas percepções em relação ao curso que está sendo oferecido. As expectativas 
dos alunos em relação a um curso EaD são formadas a partir das referências 
resultantes de experiências anteriores e das informações produzidas pela 
instituição de ensino, por meio da propaganda. 
 
 
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É possível reduzir as taxas de evasão e produzir níveis elevados de 
satisfação, se a instituição de ensino conseguir administrar as expectativas dos 
alunos. Estudantes que não tiveram outras experiências com ensino EaD 
tendem a tomar as experiências com o ensino presencial como referência para 
a qualidade que eles esperam obter em um curso EaD. Os fatores que 
influenciam as expectativas dos alunos em relação a um curso EaD são as 
promessas explícitas e implícitas feitas pela instituição de ensino, tais como 
propaganda, preço e comunicação boca a boca, como mostra o quadro abaixo: 
 
 
Fatores que influenciam as expectativas dos alunos 
Fonte: acervo do autor (2019). 
 
Além das experiências anteriores, as informações produzidas pela 
instituição de ensino, por meio da propaganda, também contribuem para a 
formação das expectativas dos alunos em relação ao curso EaD. Essa distância 
entre expectativa e percepção é formada pela diferença entre o que a escola 
promete e a qualidade que, de fato, ela possui competência para oferecer. Para 
evitar essa lacuna, a instituição de ensino deve evitar propagandas que 
prometem um nível de qualidade que está além do que ela é capaz de entregar. 
Também é importante lembrar que as empresas são fontes emissoras de 
informação em todos os seus pontos de contato com o público. Portanto, além 
da comunicação produzida pela propaganda, devemos considerar a 
comunicação produzida pelos representantes da instituição de ensino, pelo 
design de suas interfaces digitais e, até mesmo, pelo preço cobrado pelo curso. 
 
 
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Na ausência de outros fatores de comparação, os alunos tendem a tomar o preço 
elevado como um indicativo de qualidade superior. Dessa forma, as pessoas 
tendem a nutrir expectativas mais elevadas em relação aos serviços que cobram 
um preço mais alto. 
 
3.3.1 A questão da distância transacional 
 
É necessário que os gestores de cursos EaD busquem estratégias para 
diminuir as distâncias entre as expectativas e as percepções dos alunos e, dessa 
forma, reduzir as taxas de evasão. 
A redução da distância transacional torna-se uma questão crítica nesse 
processo. De acordo com Maciel (2018), o conceito de distância transacional 
consiste não na separação geográfica, mas na distância perceptiva e 
comunicacional entre os participantes de uma comunidade de aprendizagem 
virtual. É importante notar que, mesmo nas aulas expositivas tradicionais, nas 
quais prevalece a comunicação unidirecional de um pra muitos, também pode 
haver uma enorme distânciatransacional entre o professor e os alunos, mesmo 
que ambos estejam presentes no mesmo tempo e espaço (MACIEL, 2018). 
 Para Silva (2015), a distância transacional depende de três variáveis: 
estrutura do AVA, possibilidades de diálogo oferecido e autonomia do aluno. A 
estrutura abrange todo e qualquer recurso que sirva de suporte ao processo de 
ensino e aprendizagem. Fazem parte da estrutura: os sistemas tecnológicos, o 
conteúdo e as orientações. Para Jung (2001), apud Ramos (2016), as variáveis 
de estrutura incluem a adaptabilidade de conteúdo e o layout visual. São 
características relacionadas à arquitetura e ao design da plataforma. 
O diálogo se refere à comunicação entre professores e alunos, incluindo 
a empatia, o respeito mútuo, o posicionamento crítico e as nuances que derivam 
da personalidade das pessoas envolvidas. Para Jung (2001), apud Ramos 
(2016), as variáveis de diálogo incluem o diálogo acadêmico, o colaborativo e a 
interação interpessoal. 
 
 
 
43 
 
 
Quanto maior o diálogo, menor a distância transacional 
Fonte: https://img1.freepng.es/20180415/ygw/kisspng-speech-language-pathology-
spoken-language-informat-dialogue-5ad4191763c2f7.0829041315238494954086.jpg 
 
A autonomia do aluno, por fim, se refere à liberdade de escolher o que, 
onde e quando é a melhor forma de aprender (SILVA, 2015). Para esse autor, é 
necessário que os gestores não se concentrem somente na estrutura e busquem 
manter em equilíbrio o “tripé” que inclui a dimensão do diálogo e da autonomia 
do aluno. 
Ramos (2016) analisa a relação entre diálogo e estrutura e afirma a 
distância transacional tende a ser mais baixa em cursos que são ricos em diálogo 
e que possuem menos estrutura, ou seja, em que há menos obstáculos e mais 
flexibilidade para os diálogos. A relação ideal entre a distância transacional e a 
autonomia do aluno deve ser diretamente correlacionada, alunos com menos 
autonomia precisam de menos distância transacional. 
Cursos com essas características, ou seja, com um grau reduzido de 
distância transacional, são mais atraentes para os alunos que possuem menos 
autonomia e que estão menos seguros quanto à gestão do próprio processo de 
aprendizagem (RAMOS, 2016). Entretanto, quando um curso possui menos 
diálogos e menos estrutura, há espaços para mal-entendidos e a distância 
transacional tende a aumentar. 
De acordo com Ramos, cursos que dispõem de muita estrutura e menos 
possibilidade de diálogo são os que apresentam maior distância transacional. 
 
 
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Para Moore (1993) apud Ramos (2016), quanto maior a estrutura e menor o 
diálogo em um programa, maior deve ser a autonomia exigida do aluno. Para 
Ramos (2016), os alunos que possuem mais autonomia ficam confortáveis com 
menos diálogo e podem desenvolver suas atividades tranquilamente a partir das 
instruções recebidas de um curso altamente estruturado. Assim, eles têm mais 
liberdade para decidir onde, quando e o quanto estudar. 
 
 
Relações entre nível de diálogo e estrutura 
Fonte: acervo do autor (2019), (RAMOS, 2016). 
 
Pode-se concluir, portanto, que a estrutura e o diálogo estão inversamente 
correlacionados: quanto maior a estrutura, menos a flexibilidade para os 
diálogos. Por outro lado, a distância transacional e a autonomia estão 
diretamente correlacionadas: o aumento ou a diminuição em um resulta em 
aumento ou diminuição no outro. 
 
3.3.2 Sentir-se parte de um grupo 
 
Para evitar a evasão, é importante que o aluno sinta que é parte integrante 
de um grupo. Para Munhoz (2013), o volume de interações entre os participantes 
é um dos fatores fundamentais para o sucesso dos processos de aprendizagem 
por meio dos AVAs, pois na medida em que o estudante participa de forma 
efetiva, colaborativa e afetiva, menores as distâncias transacionais entre ele e 
os demais membros da comunidade, mesmo que todos estejam separados 
geograficamente. 
 
 
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Conforme Munhoz (2013), é necessário reduzir o tempo de resposta entre 
alunos e professores, e estimular diálogos síncronos por meio de vídeo. Para 
esse autor, um dos pontos mais centrais do EaD é a qualidade das relações 
pessoais entre os participantes de uma CAV. É necessário haver empatia entre 
a instituição de ensino, seus representantes e seus estudantes, pois quanto mais 
empatia, maior o sentimento de pertencimento, como menciona o autor: 
 
O sentimento de empatia e sensação de pertencer a algo promovem 
de forma significativa a motivação para aprender. Esses sentimentos 
são reforçados por abordagens diferenciadas, tais como a orientação, 
a solução de problemas, o diálogo extensivo e a interação amigável e 
com retorno imediato entre os estudantes e destes com os orientadores 
acadêmicos e com os professores especialistas (MUNHOZ, 2013, p. 
76). 
 
O ambiente virtual deve ser projetado para gerar aproximações e uma 
convivência tão próxima quanto a presencial (MACIEL, 2018). Na realidade, um 
dos objetivos dos AVAs é eliminar a distância transacional e propor outros tipos 
interações que não dependam do contato presencial. A interação entre alunos e 
docentes deve ser enriquecedora para suprir, total ou parcialmente, a ausência 
de encontros presenciais (MUNHOZ, 2013). 
Segundo Munhoz (2013), há uma tendência de não haver mais a 
dicotomia que separa e contrapõe o ensino presencial do semipresencial e não 
presencial. Quando o ambiente pedagógico tem como meta criar situações de 
aprendizagem significativas e alocar pessoas para estabelecer um diálogo 
permanente com os alunos, os AVAs podem se igualar ou até ultrapassar a 
quantidade de interações do ensino presencial (MACIEL, 2018). 
De acordo com Maciel (2018), é possível reduzir as distâncias 
transacionais entre o professor e o aluno por meio de processos de midiatização, 
mas não se pode deixar de considerar que o fator mais importante depende tão 
e somente da atitude e do envolvimento das pessoas que participam de uma 
CAV. A adaptação ou customização do programa de ensino às necessidades 
individuais produzem impacto sobre o nível de envolvimento do aluno no próprio 
processo de aprendizagem como, quanto maior a possibilidade de adaptar o 
programa de acordo com as necessidades individuais, maior o envolvimento do 
aluno no processo. Para essa autora, é necessário que todos os envolvidos 
 
 
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tomem para si o compromisso de reduzir a distância transacional. De acordo com 
Munhoz (2013, p.78): 
 
➢ Quanto mais interações, maior o sentimento de pertencimento do 
aluno em relação à instituição de ensino; 
 
➢ Quanto maior a percepção de que a instituição de ensino está 
interessada em adaptar o programa conforme os interesses do 
aluno, maior o nível de envolvimento do estudante; 
 
➢ Quanto maior a percepção do aluno de que existem relações 
pessoais entre ele a instituição de ensino, maior o seu 
envolvimento e sua participação no programa; 
 
➢ Quanto maior o sentimento do aluno de que ele está pessoalmente 
envolvido no objetivo da aprendizagem, maior sua participação no 
processo. 
 
Conclusão da aula 3 
 
Para que o AVA seja eficaz na mediação do processo de ensino-
aprendizagem, é fundamental que a instituição de ensino defina previamente os 
objetivos que se pretende atingir. Além disso, é necessário selecionar a 
abordagem teórico-metodológica de ensino que orientará todo o processo. 
Nesta aula, buscou realizar uma comparação entre as escolas 
Comportamentalista, Cognitivista e Construtivista, Sociointeracionista que 
orientam o design e desenvolvimento de conteúdos para um curso oferecido em 
AVA. 
A partir das perspectivas construtivistas, o AVA deve proporcionar 
aprendizagens significativas, capazes de envolver os alunos e contribuir para o 
trabalho cooperativo e colaborativo, além disso, os estudantes devem ser 
incentivados a conduzir as atividades e construir seus próprios percursos de 
aprendizagem. 
 
 
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Contudo,

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