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PRECEDENTES DO STF

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PRECEDENTES DO STF 
 
 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRECEDENTES DO STF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 2 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
 
EMPREGADOS PÚBLICOS 
 
Empregado público. Aproveitamento no quadro estatutário sem concurso público. 
 
TESE FIXADA: 
“É inconstitucional dispositivo de Constituição estadual que permite transposição, absorção 
ou aproveitamento de empregado público no quadro estatutário da Administração Pública 
estadual sem prévia aprovação em concurso público, nos termos do art. 37, II da Constituição 
Federal.” 
 
Fundamento: 
 
Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 37, I, II, III e IV, 41, 169 
e 173 da Constituição Federal, a constitucionalidade da transposição, absorção ou 
aproveitamento de empregado público de sociedade de economia mista, para 
quadro estatutário da Administração Pública Estadual, com base no artigo 65-A 
da Constituição do Estado do Amapá, introduzido pela Emenda Constitucional 
55/2017. 
 
STF. TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL N. 1.128. RELATORIA MIN. NUNES MARQUES. LEADING 
CASE RE 1232885. 
 
 
LIBERDADE ECONÔMICA E DE LIVRE INICIATIVA. PRESTADORES DE SERVIÇOS 
INTELECTUAIS. 
 
As escolhas empresariais na prestação de serviços intelectuais não podem, sob argumento da 
primazia da realidade, ser desconsideradas, sob pena de violação de preceitos constitucionais. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 3 
 
 
 
A “norma do art. 129 da Lei n. 11.196/2005 harmoniza-se com as diretrizes constitucionais, 
especialmente com o inc. IV do art. 1º da Constituição da República, pelo qual estabeleceu a 
liberdade de iniciativa situando-a como fundamento da República Federativa do Brasil. Dessa 
liberdade econômica emanam a garantia de livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão e o livre exercício de qualquer atividade econômica, consagrados respectivamente 
no inc. XIII do art. 5º e no parágrafo único do art. 170 da Constituição da República”. 
 
Fundamento: 
 
“A controvérsia que permeia a presente ação é determinada pela incerteza gerada 
por prestadores de serviços intelectuais e para os tomadores desses serviços sobre 
eventual desconsideração de sua relação jurídica pela Administração Pública ou 
pelo Poder Judiciário que, a pretexto de coibir fraudes e simulação em favor da 
primazia da realidade, possa a eles impor regramento previdenciário e fiscal mais 
gravoso que aquele destinado às pessoas jurídicas ou, ainda, reconhecer a 
formação de vínculo empregatício entre a pessoa física do prestador e a tomadora 
dos serviços. O receio sobre a eficácia das escolhas empresariais e a dúvida sobre 
os limites dos compromissos assumidos comprometeria a segurança jurídica, mais 
ainda, o equilíbrio das relações firmadas, sem o que não se tem como garantido o 
livre exercício da atividade empresarial e o pleno desenvolvimento econômico. 10. 
A norma do art. 129 da Lei n. 11.196/2005 harmoniza-se com as diretrizes 
constitucionais, especialmente com o inc. IV do art. 1º da Constituição da República, 
pelo qual estabeleceu a liberdade de iniciativa situando-a como fundamento da 
República Federativa do Brasil. Dessa liberdade econômica emanam a garantia de 
livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão e o livre exercício de 
qualquer atividade econômica, consagrados respectivamente no inc. XIII do art. 5º 
e no parágrafo único do art. 170 da Constituição da República.” 
 
ADC 66, E. STF. Min. Relatora. Carmem Lúcia. 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
DANO MORAL. REFORMA TRABALHISTA. TARIFAMENTO. 
 
Interpretação conforme à Constituição e possibilidade de arbitramento de valores acima dos 
limites dispostos na CLT. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Conferida interpretação constitucional, de modo a estabelecer que: 
1) As redações conferidas aos art. 223-A e 223- B, da CLT, não excluem o direito à reparação 
por dano moral indireto ou dano em ricochete no âmbito das relações de trabalho, a ser 
apreciado nos termos da legislação civil; 
2) Os critérios de quantificação de reparação por dano extrapatrimonial previstos no art. 223-
G, caput e §1º, da CLT deverão ser observados pelo julgador como critérios orientativos de 
fundamentação da decisão judicial. É constitucional, porém, o arbitramento judicial do dano 
em valores superior aos limites máximos dispostos nos incisos I a IV do § 1º do art. 223-G, 
quando consideradas as circunstâncias do caso concreto e os princípios da razoabilidade, da 
proporcionalidade e da igualdade. 
 
Fundamento: 
“Ainda que a norma prevista no art. 223-A expressamente circunscreva o 
tratamento da reparação extrapatrimonial às disposições do Título II-A, é 
inequívoco que, ao apreciar cada caso concreto, o magistrado deverá proceder a 
uma interpretação íntegra do ordenamento jurídico pátrio, no que se insere o 
inafastável respeito aos princípios constitucionais. 
 
Despiciendo ainda observar que eventuais lacunas na aplicação da legislação 
trabalhista poderão ser colmatadas pelos juízes por meio do recurso à analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito (art. 4º do Decreto-Lei 4.657/1942). Disso 
resulta que, ao menos naquilo que não implicarem contrariedade expressa ao 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 5 
 
 
 
regime da CLT, os parâmetros fixados no Título IX do Código Civil, poderão ser 
supletivamente aplicados às relações trabalhistas.” 
(...) 
“Parece-me, portanto, que existe uma forte sinalização da jurisprudência deste STF 
no sentido da impossibilidade de se tarifar o dano moral, mediante modelo 
legislativo que subtraia totalmente do juiz o seu arbitramento. Isso não equivale, 
evidentemente, à proibição de métodos que ajudem a estabelecer a quantificação 
do dano extrapatrimonial . 
A ausência de critérios objetivos para a quantificação dos danos morais – seja nas 
relações de trabalho seja nas relações civis aquilianas em geral – naturalmente 
desperta preocupações relacionadas à segurança jurídica e à previsibilidade da 
extensão das sanções reparatórias. Diante da rejeição ao modelo de tarifação, a 
doutrina e a jurisprudência passaram a estabilizar parâmetros a serem observados 
pelo magistrado na fixação da indenização por danos extrapatrimoniais, tais como 
a extensão do dano; as condições socioeconômicas e culturais dos envolvidos; as 
condições psicológicas das partes; o grau de culpa do agente, de terceiro ou da 
vítima. 
A inexistência de parâmetros objetivos de fixação, todavia, pode levar à 
disseminação de decisões muitas vezes contraditórias, desiguais, com valores 
irrazoáveis, tanto para mais quanto para menos. Não é à toa que, no campo do 
Direito Civil, mesmo após as decisões do STF relacionadas à Lei de Imprensa, a 
busca de critérios para valoração do dano moral já foi objeto de diversas iniciativas 
legislativas como, por exemplo, o PL 523/2011, de autoria do Deputado Walter 
Tosta, que previa indenizações entre dez e 500 salários mínimos, ou o PLC 
169/2010, de iniciativa do Deputado Marcus Vinicius, que propunha a alteração do 
art. 953 do Código Civil, de modo a acrescentar um parágrafo com o seguinte teor: 
“na fixação da indenização por danos morais, o juiz, a fim de evitar o 
enriquecimento indevido do demandante levará em consideração a situação 
econômica do ofensor, a intensidade do ânimo de ofender, a gravidade e 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 6 
 
 
 
repercussão da ofensa, a posição social ou política do ofendido, bem como o 
sofrimento por ele experimentado”. 
Diante dos inequívocos problemas de previsibilidade do arbitramento judicial do 
dano moral, a própria jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem reagido 
na construção de metodologias. O Tribunal vem adotando o chamado “método 
bifásico”, modelo segundo o qual o julgar primeiro analisa um valor básico para a 
reparação, considerando o interessejurídico lesado e um grupo de precedentes, e, 
depois, verifica as circunstâncias do caso concreto gravidade do fato em si, 
culpabilidade do agente, culpa concorrente da vítima, condição econômica das 
partes, entre outros fatores) para fixar o valor definitivo da indenização. 
(TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Vol. 2, p. 430).” 
 
ADI 6050. RELATOR MIN. GILMAR MENDES. 
 
 
JORNADA 12X36 
 
Dispensa de trabalhadora com esclerose múltipla é considerada discriminatória, na forma da 
Súmula 443 do C. TST. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Poderá ser pactuada, de forma individual, a realização da jornada de 12x36, consideradas 
constitucionais as normas dos artigos 59-A e parágrafo único da CLT. 
 
Fundamento: 
 
Em relação à jornada de 12h por 36h, lembro que sua aceitação já era pacífica na 
jurisprudência trabalhista, tendo sido considerada constitucional, inclusive, por 
esta Suprema Corte. Antes da Reforma Trabalhista, a Súmula 444 do TST entendia 
válida a adoção da jornada de 12h por 36h, desde que em caráter excepcional, se 
prevista em lei ou ajustada em negociação coletiva. Na ADI 4.842, o STF entendeu 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 7 
 
 
 
pela constitucionalidade da estipulação, por lei, da jornada de trabalho de 12h por 
36h para os bombeiros civis. 
Seguindo a evolução do tratamento doutrinário e jurisprudencial sobre a jornada 
12h por 36h, que cada vez mais se consolida entre diferentes categorias de 
trabalhadores, me parece natural que a reforma trabalhista normatizasse a 
referida jornada na CLT, passando a permitir sua adoção pelos trabalhadores via 
contrato individual, com base na liberdade do trabalhador, mote da reforma. 
Ademais, cabe registrar que o artigo 7º, inciso XIII, da Constituição não proíbe a 
jornada 12h por 36h, apenas estabelece que a jornada de 8 horas diárias ou 44 
horas semanais poderá ser relativizada mediante compensação, conforme acordo 
ou negociação coletiva. Essa compensação, conforme a doutrina e a jurisprudência, 
pode se dar na forma da jornada 12h por 36h, em que as 4 horas a mais de jornada 
de trabalho são compensadas por 36 horas seguidas de descanso. Essa não é a 
única forma de compensação de jornada possível, mas uma das possíveis. 
 
ADI 5.994. RELATOR MIN. MARCO AURELIO. 
 
 
COMPETÊNCIA. EMPREGADOS PÚBLICOS APOSENTADOS. 
 
Imcompetência da Justiça do Trabalho para julgar ação envolvendo aposentadoria de 
empregados públicos – registrada a impossibilidade de continuidade no serviço após concessão 
de aposentadoria pelo RGPS após a EC 103/2019. 
 
TESE FIXADA... 
“A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não 
trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão. A concessão de 
aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do 
art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de 
Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/19, nos 
termos do que dispõe seu art. 6º.” 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 8 
 
 
 
 
Fundamento: 
“Trata-se, in casu, de empregado público da Empresa de Correios e Telégrafos 
(ECT) que impetrou mandado de segurança em face de ato mediante o qual o 
Secretário Executivo do Conselho de Coordenação de Empresas Estatais e do 
Presidente da ECT determinou o desligamento dos empregados aposentados que 
se mantinham na ativa, nos termos da MP nº 1523/1996. 
 
Segundo o disposto no art. 37, § 14, da CF (incluído pela EC nº 103, de 2019), a 
aposentadoria faz cessar o vínculo ao cargo, emprego ou função pública cujo tempo 
de contribuição houver embasado a passagem do servidor/empregado público para 
a inatividade, inclusive quando feita sob o Regime Geral de Previdência Social. 
 
A mencionada EC nº 103/19, contudo, em seu art. 6º, excluiu da incidência da regra 
insculpida no § 14 do art. 37 da Constituição Federal as aposentadorias concedidas 
pelo Regime Geral de Previdência Social até a data de sua entrada em vigor, sendo 
essa a hipótese versada nos autos.” 
 
TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL 606. LEADING CASE RE 655.283. RELATOR MIN MARCO 
AURELIO. 
 
 
DISPENSA COLETIVA 
 
Atuação sindical em casos de dispensa coletiva de trabalhadores. 
 
TESE FIXADA ... 
A intervenção sindical é exigência procedimental imprescindível para a dispensa em massa de 
trabalhadores, que não se confunde com autorização prévia por parte de entidade sindical ou 
celebração de convenção ou acordo coletivo. 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 9 
 
 
 
 
Fundamento: 
“Mais diretamente, e com as vênias de estilo, penso que a posição do Tribunal 
Superior do Trabalho, ao concluir pela imprescindibilidade da negociação coletiva 
para a dispensa em massa de trabalhadores, constitui passo demasiadamente 
largo no tema, e de modo algum encontra amparo na Constituição de 1988. Não 
tenho como inquestionado que a interpretação dada pelo TST fomentaria um 
desejável diálogo entre empregadores e empregados no contexto de dispensas em 
massa. 
 
 O estímulo ao diálogo tem outras possibilidades para além de uma exigência de 
efetivo acordo ou mesmo de qualquer autorização prévia do sindicato. Ao investir 
na dimensão procedimental, a tese confere à negociação coletiva uma feição mais 
crível, a de condição de possibilidade do entendimento; o dever de negociar como 
“meio”, descolado de qualquer referência quanto ao conteúdo do acordo – para o 
que, aliás, não há referencial prévio concreto e, exatamente, por isso, menos ainda 
padrão de controle jurisdicional. Ante o exposto, acompanho o eminente Relator, 
Ministro Marco Aurélio, para dar provimento ao recurso extraordinário, reformando 
o acórdão recorrido.” 
 
TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL 638. LEADING CASE RE 999.435. RELATOR MIN. MARCO 
AURÉLIO. 
 
 
NORMAS COLETIVAS. ULTRATIVIDADE 
 
Constitucionalidade da ultratividade das normas coletivas e a Súmula 277 do C. TST. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
O Tribunal, por maioria, julgou procedente a presente arguição de descumprimento de preceito 
fundamental, de modo a declarar a inconstitucionalidade da Súmula 277 do Tribunal Superior 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 10 
 
 
 
do Trabalho, na versão atribuída pela Resolução 185, de 27 de setembro de 2012, assim como 
a inconstitucionalidade de interpretações e de decisões judiciais que entendem que o art. 114, 
parágrafo segundo, da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 
45/2004, autoriza a aplicação do princípio da ultratividade de normas de acordos e de 
convenções coletivas, tudo nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin, 
Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. Plenário, Sessão Virtual de 20.5.2022 a 27.5.2022. 
 
Fundamento: 
Nesse contexto, concluo que a interpretação conferida ao dispositivo constitucional 
pela Justiça do Trabalho extrapola o que se pode extrair de significado das 
palavras ali inseridas, invadindo o espaço reservado ao legislador ordinário para a 
disciplina da matéria relativa à vigência das normas coletivas. Ao fazê-lo, torna 
letra morta a previsão legal de um prazo máximo de vigência da pactuação e 
subverte a vedação literal à ultratividade, em violação direta dos princípios da 
legalidade e da separação dos Poderes. 
 
ADPF 323. MIN. RELATOR GILMAR MENDES. 
 
 
FÉRIAS EM DOBRO. SÚMULA DO C. TST. 
 
Impossibilidade de criação de súmula que inove no ordenamento jurídico, sem fundamento legal. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Por maioria, foi julgada procedente a arguição de descumprimento de preceito fundamental 
para (a) declarar a inconstitucionalidade da Súmula 450 do Tribunal Superior do Trabalho e 
(b) invalidar decisões judiciais não transitadas em julgado que, amparadas no texto sumular, 
tenham aplicado a sanção de pagamento em dobro com base no art. 137 da CLT, nos termos 
do voto do Relator.PRECEDENTES DO STF 
 
 
 11 
 
 
 
Fundamento: 
1. Os poderes de Estado devem atuar de maneira harmônica, privilegiando a 
cooperação e a lealdade institucional e afastando as práticas de guerrilhas 
institucionais, que acabam minando a coesão governamental e a confiança popular 
na condução dos negócios públicos pelos agentes públicos. Precedentes. 
 
2. Impossibilidade de atuação do Poder Judiciário como legislador positivo, de 
modo a ampliar o âmbito de incidência de sanção prevista no art. 137 da CLT para 
alcançar situação diversa, já sancionada por outra norma. 
 
3. Ausência de lacuna justificadora da construção jurisprudencial analógica. 
Necessidade de interpretação restritiva de normas sancionadoras. Proibição da 
criação de obrigações não previstas em lei por súmulas e outros enunciados 
jurisprudenciais editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho (CLT, art. 8º, § 2º). 
 
ADPF 501. MIN RELATOR ALEXANDRE DE MORAES 
 
 
LICENÇA-MATERNIDADE. SALÁRIO-MATERNIDADE. INTERNAÇÃO 
 
O nascimento seguido da internação não enseja o início do cômputo da licença-maternidade e 
do auxílio maternidade, sendo o prazo inicial destes a alta hospitalar do último (mãe ou recém-
nascido). 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A fim de que seja protegida a maternidade e a infância e ampliada a convivência entre mães e 
bebês, em caso de internação hospitalar que supere o prazo de duas semanas, previsto no art. 
392, §2º, da CLT, e no art. 93, §3º, do Decreto nº. 3.048/99, o termo inicial aplicável à fruição 
da licença maternidade e do respectivo salário-maternidade deve ser o da alta hospitalar da 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 12 
 
 
 
mãe ou do recém-nascido, o que ocorrer por último, prorrogando-se ambos os benefícios por 
igual período ao da internação. 
 
Fundamento: 
 
O direito da criança à convivência familiar deve ser colocado a salvo de toda a 
forma de negligência e omissão estatal, consoante preconizam os arts. 6º, caput, 
201, II, 203, I, e 227, caput, da Constituição da República, impondo-se a 
interpretação conforme à Constituição do §1º do art. 392 da Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT) e do art. 71 da Lei nº. 8.213/1991 
 
Não se verifica critério racional e constitucional para que o período de licença à 
gestante e salário-maternidade sejam encurtados durante a fase em que a mãe ou 
o bebê estão alijados do convívio da família, em ambiente hospitalar, nas hipóteses 
de nascimentos com prematuridade e complicações de saúde após o parto. 
 
A jurisprudência do STF tem se posicionado no sentido de que a ausência de 
previsão de fonte de custeio não é óbice para extensão do prazo de licença-
maternidade, conforme precedente do RE nº. 778889, Relator(a): Min. ROBERTO 
BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/03/2016. A prorrogação de benefício 
existente, em decorrência de interpretação constitucional do seu alcance, não 
vulnera a norma do art. 195, §5º, da Constituição Federal. 
 
Arguição julgada procedente para conferir interpretação conforme à Constituição 
ao artigo 392, §1º, da CLT, assim como ao artigo 71 da Lei n.º 8.213/91 e, por 
arrastamento, ao artigo 93 do seu Regulamento (Decreto n.º 3.048/99), de modo a 
se considerar como termo inicial da licença-maternidade e do respectivo salário-
maternidade a alta hospitalar do recémnascido e/ou de sua mãe, o que ocorrer por 
último, prorrogando-se em todo o período os benefícios, quando o período de 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 13 
 
 
 
internação exceder as duas semanas previstas no art. 392, §2º, da CLT, e no art. 
93, §3º, do Decreto n.º 3.048/99. 
 
ADI 6327. RELATOR MIN. EDSON FACHIN. 
 
 
PRAZO PRESCRICIONAL. AVULSO. OGMO. TERMO INICIAL 
 
Termo inicial da prescrição bienal ou quinquenal conta a partir do fim do vínculo do avulso com 
o OGMO. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Constitui o OGMO ente a que se vincula de forma estável, isto é, de forma fixa e constante, o 
trabalhador portuário avulso, para fins de gozo de seus direitos trabalhistas. Parece adequado, 
portanto, que o prazo quinquenal ou bienal seja aplicado considerando o vínculo com o órgão 
gestor. A solução, por sua vez, possibilita a aplicação, na prática, do prazo quinquenal, 
privilegiando o espírito que animou o legislador constituinte ao promover a ampliação do prazo 
prescricional e da proteção social conferida ao trabalhador. 
 
Fundamento: 
 
Parece adequado, portanto, que o prazo quinquenal ou bienal seja aplicado 
considerando o vínculo com o órgão gestor. A solução, por sua vez, possibilita a 
aplicação, na prática, do prazo quinquenal, privilegiando o espírito que animou o 
legislador constituinte ao promover a ampliação do prazo prescricional e da 
proteção social conferida ao trabalhador. 
 
Desse modo, interpretação diversa que resulta na inaplicabilidade do prazo 
quinquenal constante do art. 7º, XXIX, da Constituição importa negar o espírito da 
norma, a pretexto de aplicá-la em sua literalidade 5 . As peculiaridades da relação 
de trabalho e da prescrição trabalhista no curso de sua vigência, com fim de 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 14 
 
 
 
conferir maior proteção social frente aos atos discriminatórios e inibidores do 
efetivo acesso à Justiça, não podem, pois, ser descuradas da aplicação da norma 
constitucional. Ainda, em face de dúvida e incerteza quanto ao sentido da norma 
constitucional predita, deve ser prestigiada a interpretação comprometida com a 
maior efetividade dos direitos sociais trabalhistas. 
 
A noção que sobrevém da convergência de inúmeros preceitos de que deve ser 
contado o prazo bienal da cessação do trabalho prestado ao tomador de serviços 
termina por, na prática, negar que aplicado o prazo quinquenal, porquanto, a cada 
prestação de trabalho, em regra, permanece o trabalhador a serviço do tomador 
por um curto período de tempo. 
 
Além de que, como outrora já consignado, a solução desconsidera o vínculo jurídico 
do trabalhador avulso com a entidade intermediária, que, administrando a mão de 
obra e os encargos trabalhistas e previdenciários equivalentes a cada prestação de 
trabalho, atua como espécie de preposta dos beneficiários diretos dos serviços. 
Repisa-se, assim, que é o liame estabelecido com o órgão gestor, e não com o 
tomador de serviços, que caracteriza a relação laboral avulsa, diferenciando-a dos 
demais vínculos de trabalho e que, nessa lógica, as normas que lhe são aplicáveis 
devem estar norteadas na forma relacional que lhe é própria. 
 
Parece adequado, portanto, que o prazo quinquenal ou bienal seja aplicado 
considerando o vínculo com o órgão gestor. A solução, por sua vez, possibilita a 
aplicação, na prática, do prazo quinquenal, privilegiando o espírito que animou o 
legislador constituinte ao promover a ampliação do prazo prescricional e da 
proteção social conferida ao trabalhador. Desse modo, interpretação diversa que 
resulta na inaplicabilidade do prazo quinquenal constante do art. 7º, XXIX, da 
Constituição importa negar o espírito da norma, a pretexto de aplicá-la em sua 
literalidade. 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 15 
 
 
 
 
ADI 5132. RELATOR MIN. EDSON FACHIN. 
 
 
 
M 
 
I 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
A equiparação de remuneração entre empregados da empresa tomadora de serviços e 
empreados da empresa contratada (terceirizada) fere o princípio da livre iniciativa, por se tratar 
de agentes econômicos distintos, que não podem estar sujeitos a decisões empresariais que 
não as suas. 
 
Fundamento: 
 
Conforme decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da ADPF 
324, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, a terceirização das atividades-meio ou das 
atividades-fim de uma empresa tem amparo nos princípios constitucionais da livre 
iniciativa e da livre concorrência, que asseguram aos agentes econômicos a 
liberdade de decidir como estruturarão seunegócio (art. 170, caput e inc. IV, CF). 
3. Do mesmo modo, a decisão sobre quanto pagar ao empregado é tomada por 
cada empresa, de acordo com suas capacidades econômicas, e protegida pelos 
mesmos princípios constitucionais. Portanto, não se pode sujeitar a contratada à 
decisão da tomadora e vice-versa. 4. Além disso, a exigência de equiparação, por 
via transversa, inviabiliza a terceirização para fins de redução de custos, esvaziando 
o instituto. 
 
TEMA 383 DE REPERCUSSÃO GERAL. LEADING CASE RE 635546. MIN. RELATOR MARCO 
AURÉLIO. 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 16 
 
 
 
 
 
 
M 
 
Limitação à aplicação do teto salarial às empresas públicas, sociedades de economia mista e 
subsidiárias que recebem verbas da Fazenda Pública para pagamentos de despesas e custeio em 
geral. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO ASSIM... 
É aplicável a limitação to teto salarial às empresas púbicas, sociedades de economia mista e 
subsidiárias que recebem verbas da Fazenda Pública para pagamento de despesas e custeio 
em geral. 
 
Fundamento: 
 
“A regra do teto constitucional expressa duplo objetivo. De um lado, há nítido 
intuito ético, de modo a impedir a consolidação de “supersalários”, incompatíveis 
com o princípio republicano, indissociável do regime remuneratório dos cargos 
públicos, no que veda a apropriação ilimitada e individualizada de recursos 
escassos. De outro, é evidente a finalidade protetiva do Erário, visando estancar o 
derramamento indevido de verbas públicas. O teto constitucional, quando 
observado e aliado aos limites globais com despesas de pessoal – artigos 18 a 23 
da Lei Complementar no 101/2000 –, assume a relevante função de obstar gastos 
inconciliáveis com a prudência no emprego dos recursos da coletividade.” 
 
“A jurisprudência deste Supremo Tribunal afirmou-se no sentido de dar integral 
cumprimento àquela regra de teto remuneratório – de grande importância no 
sistema administrativo brasileiro – exatamente para não se permitir que recursos 
públicos comprometam as finalidades dos entes estatais, que são credores dos 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 17 
 
 
 
valores mencionados, nem se distingam entre empregados cuja fonte pagadora 
seja, de forma direta ou indireta, o cabedal de recursos públicos.” 
 
ADI 6584. MIN RELATOR GILMAR MENDES.. 
 
 
 
GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
Custas e honorários advocatícios. Possibilidade de dedução de crédito de outro processo. 
Cobrança em caso de falta. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
1. É inconstitucional a legislação que presume a perda da condição de hipossuficiência 
econômica para efeito de aplicação do benefício de gratuidade de justiça, apenas em razão da 
apuração de créditos em favor do trabalhador em outra relação processual, dispensado o 
empregador do ônus processual de comprovar eventual modificação na capacidade econômica 
do beneficiário. 
 
2. A ausência injustificada à audiência de julgamento frustra o exercício da jurisdição e acarreta 
prejuízos materiais para o órgão judiciário e para a parte reclamada, o que não se coaduna com 
deveres mínimos de boa-fé, cooperação e lealdade processual, mostrando-se proporcional a 
restrição do benefício de gratuidade de justiça nessa hipótese. 
 
Fundamento: 
 
Trata-se de ação direita de inconstitucionalidade proposta pelo Procurador-Geral 
da República, tendo por objeto o artigo 1º da Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, 
que aprovou a “Reforma Trabalhista”, nos pontos em que altera ou insere 
disposições nos artigos 790-B, caput e e § 4º; 791-A, § 4º, e 844, § 2º, do Decreto-
Lei 5.452/1943 (Consolidação das Leis do Trabalho, CLT). 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 18 
 
 
 
 
É incompatível com a Constituição da República que o tratamento da justiça 
gratuita na Justiça do Trabalho seja menos benéfico aos litigantes, em regra 
trabalhadores buscando verbas de natureza alimentar, que aquele conferido pelo 
legislador na Justiça Comum, onde não há, presunção de hipossuficiência de 
nenhuma das partes, salvo nas causas consumeristas. 
 
Os honorários periciais e advocatícios podem ser arcados pelo vencido beneficiário 
da justiça gratuita, mas apenas se comprovado pelo credor que deixou de persistir 
a situação de insuficiência de recursos que tenha justificado a concessão da 
gratuidade de justiça. 
 
Reputo constitucional, contudo, a disposição constante do § 2º do art. 844 da 
Consolidação das Leis do Trabalho, por entender razoável a atribuição do 
pagamento de custas à parte que não comparece à audiência, ainda que 
beneficiária da justiça gratuita. 
(...) 
 
De forma similar ao processo do trabalho, nos juizados especiais a ausência do 
autor à audiência inicial (como às demais) implica extinção do processo, e cabe ao 
demandante pagar custas, salvo comprovada força maior (Lei 9.099/1995, art. 51). 
Mesmo aí, porém, não impõe a lei pagamento de custas a beneficiário de justiça 
gratuita nem condiciona ajuizamento de nova demanda a quitação de custas do 
processo anterior, como o art. 844, §§ 2º e 3º, da CLT.” 
 
 
ADI 5766. MIN RELATOR LUÍS ROBERTO BARROSO 
 
 
 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 19 
 
 
 
MODALIDADE DE CONTRATAÇÃO. PARCERIA. SALÕES DE BELEZA 
 
I 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
São válidos os contratos de parceria celebrados entre trabalhador do ramo da beleza 
(cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador), denominado 
“profissional-parceiro”, e o respectivo estabelecimento, chamado “salão-parceiro”, em 
consonância com as normas contidas na Lei federal n. 13.352/2016. A higidez do contrato é 
condicionada à conformidade com os fatos, de modo que é nulo instrumento com elementos 
caracterizadores de relação de emprego. 3. Estando presentes elementos que sinalizam 
vínculo empregatício, este deverá ser reconhecido pelo Poder Público, com todas as 
consequências legais decorrentes, previstas especialmente na Consolidação da Leis do 
Trabalho. 
 
Fundamento: 
 
“Não raro se associa o fenômeno de mitigação dos direitos fundamentais sociais, 
especialmente os trabalhistas, em face de contingências da realidade social, 
econômica e política, as quais supostamente seriam impeditivas da sua plena 
concretização. 
 
Sem maiores divergências, porém, a proteção jurídica ao trabalho é considerada 
como direito fundamental social, de modo que, sempre que são necessários ajustes 
nas condições jurídicas estabelecidas para o contrato de trabalho, sua 
regulamentação pelas normas infraconstitucionais não pode afrontar a proteção 
constitucional que lhe é endereçada. 
 
Com efeito, da convergência de variados preceitos constitucionais no sentido da 
prevalência dos direitos trabalhistas na ordem jurídica, aferida sob a perspectiva 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 20 
 
 
 
de proteção social (arts. 1º, III e IV; 3º, I, II, III e IV; 4º, II; 5º, caput e § 2º; 6º; 7º, caput, 
incisos e parágrafo único; 8º até 11; 170, caput e incisos III, VI e VII; 193, todos da 
Constituição Federal de 1988), sobrevém inequívoca presunção constitucional em 
favor do vínculo empregatício na hipótese de incontroversa prestação de serviços 
por pessoa natural. 
 
Assim, na medida em que servem os fins pedagógicos do vínculo do estágio ao 
avanço humanístico, cultural, social e econômico do indivíduo, harmoniza-se seu 
propósito educacional ao preceito constitucional do art. 25, cujo teor dispõe que “a 
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho” (Delgado, 2019, p. 389). De forma diversa, ausente bem jurídico 
constitucional promovido pela natureza característica da relação jurídica ou 
esvaziado o propósito do tratamento legal próprio a ela concedido, não há 
justificativa a legitimar o afastamento da relação de emprego.Porém, na medida em que somente da análise do caso concreto é possível 
identificar-se a presença ou não dos elementos fático-jurídicos constitutivos da 
relação empregatícia, concernindo à Justiça Trabalhista apreciá-lo e, na hipótese 
de conjugados estes elementos, considerar existente o vínculo de emprego, não 
está a elaboração da lei ora impugnada respaldada em qualquer insegurança 
jurídica a motivar o afastamento do vínculo empregatício.” 
 
ADI 5625. RELATOR MIN. EDSON FACHIN. 
 
 
 
LICENÇA MATERNIDADE. SERVIDOR PÚBLICO. 
 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 21 
 
 
 
Licença maternidade estende-se ao genitor monoparental. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
À luz do art. 227 da CF, que confere proteção interal da criança com absoluta prioridade e do 
princípio da paternidade responsável, a licença maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 e 
regulamentada pelo art. 207 da Lei 8.112/90, estende-se ao pai genitor monoparental. 
 
Fundamento: 
 
1. Não há previsão legal da possibilidade de o pai solteiro, que optou pelo 
procedimento de fertilização in vitro em “barriga de aluguel”, obter a licença-
maternidade. 
 
2. A Constituição Federal, no art. 227, estabelece com absoluta prioridade a 
integral proteção à criança. A ratio dos artigos 6º e 7º da CF não é só salvaguardar 
os direitos sociais da mulher, mas também efetivar a integral proteção ao recém-
nascido. 
 
3. O art. 226, § 5º, da Lei Fundamental estabelece que os direitos e deveres 
referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela 
mulher, não só em relação à sociedade conjugal em si, mas, sobretudo, no que 
tange ao cuidado, guarda e educação dos filhos menores. 
 
4. A circunstância de as crianças terem sido geradas por meio fertilização in vitro e 
utilização de barriga de aluguel mostra-se irrelevante, pois, se a licença adotante 
é assegurada a homens e mulheres indistintamente, não há razão lógica para que 
a licença e o saláriomaternidade não seja estendido ao homem quando do 
nascimento de filhos biológicos que serão criados unicamente pelo pai. 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 22 
 
 
 
Entendimento contrário afronta os princípios do melhor interesse da criança, da 
razoabilidade e da isonomia. 
 
5. A Nota Informativa SEI nº 398/2022/ME, e Nota Técnica SEI nº 18585/2021/ME, 
emitidas pela Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da 
Economia, trazidas aos autos pelo INSS, informam que “‘em consonância com a 
proteção integral da criança’, a Administração Pública federal reconhece ‘o direito, 
equivalente ao prazo da licença à gestante a uma das pessoas presentes na filiação, 
independente de gênero e estado civil, desde que ausente a parturiente na 
composição familiar do servidor’”. 
 
6. As informações constantes nas aludidas Notas emitidas pelo Ministério da 
Economia apenas confirmam que o entendimento exposto no voto acompanha a 
compreensão que esta CORTE tem reiteradamente afirmado nas questões relativas 
à proteção da criança e do adolescente, para os quais a atenção e o cuidado 
parentais são indispensáveis para o desenvolvimento saudável e seguro. 
 
TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL 1182. LEADING CASE RE 1348854. RELATOR MIN. 
ALEXANDRE DE MORAES. 
 
 
 
M 
 
I 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
É formalmente constitucional a Lei n. 14.128/2021 por não dispor sobre regime jurídico de 
servidores públicos da União ou interferir nas atribuições de órgãos da Administração Pública 
federal. 3. É constitucional a compensação financeira de caráter indenizatório prevista na Lei 
n. 14.128/2021, inserida no regime fiscal excepcional disposto nas Emendas Constitucionais 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 23 
 
 
 
n. 106/2020 e n. 109/2021, no contexto de enfrentamento das “consequências sociais e 
econômicas” da crise sanitária da Covid-19. 
 
Fundamento: 
 
A compensação financeira é indenização a ser paga no valor das prestações 
pecuniárias previstas no art. 3º pelos danos sofridos pelos profissionais de saúde 
que, em atendimento direto às pessoas acometidas pela Covid-19, tenham se 
tornado incapazes permanentemente para o trabalho ou, em caso de morte, aos 
herdeiros e dependentes, não se tratando de benefício previdenciário ou 
remuneratório. 
 
Em situação semelhante, o legislador ordinário previu, no art. 948 do Código Civil 
1 , direito à indenização aos familiares da vítima, em razão do falecimento 
decorrente de homicídio. Por analogia ao presente caso, a compensação financeira 
destinada ao profissional de saúde, que morrer em razão da Covid-19, a 
indenização prevista na Lei impugnada equipara-se ao dano moral dos familiares 
pela perda da pessoa, como mencionado para os casos previstos no inc. I do art. 
948 do Código Civil. 
 
A prestação de valor variável, mencionada no inc. II do art. 3º da Lei n. 14.128/2021, 
corresponde à natureza de recomposição patrimonial, decorrente da perda ou 
diminuição da renda familiar proporcionada pelo falecido, no que se assemelha ao 
disposto no inc. II do art. 948 do Código Civil. 
 
 Ressalte-se, ainda, conforme dispõe o art. 5 º da Lei n. 14.128/2021, que do valor 
obtido a título da compensação financeira não incidirá o pagamento de imposto de 
renda ou de contribuição previdenciária, além de não prejudicar o direito ao 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 24 
 
 
 
recebimento de benefícios previdenciários ou assistenciais previstos em lei, o que 
reforça a natureza indenizatória do instituto. 
 
Fundamenta-se, assim, a legislação impugnada no dever estatal de promover 
políticas e programas de proteção e defesa da saúde, no contexto pandêmico 
experimentado com a Covid-19, buscando-se mitigar os prejuízos dos profissionais 
de saúde incapacitados para o trabalho ou indenizar os dependentes daqueles que, 
na atuação direta no combate à pandemia no Brasil, morreram em razão da doença. 
Nesse sentido, confiram-se os dispositivos constitucionais: 
 
ADI 6970. RELATOR MIN. CÁRMEN LÚCIA. 
 
 
 
LITISCONSÓRCIO. SINDICATO. ACORDO 
 
I 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho em face de empresa estatal, 
com propósito de invalidar contratação irregular de pessoal, não é cabível o ingresso, no polo 
passivo da causa, de todos os empregados atingidos, mas é indispensável sua representação 
pelo sindicato da categoria. 
 
Fundamento: 
Com efeito, a nulidade arguida na Ação Rescisória subjacente ao presente leading 
case consiste na falta de integração dos EMPREGADOS PREJUDICADOS na ação 
civil pública em que celebrado o acordo que se busca rescindir. 
 
Em relação a esta específica controvérsia, a jurisprudência é pacífica no sentido de 
que, na ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho buscando 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 25 
 
 
 
o reconhecimento da invalidade de contratações sem concurso público, não cabe a 
citação de cada empregado, para formação de litisconsórcio passivo. No âmbito do 
processo coletivo, os interesses dos empregados devem ser defendidos pelo 
sindicato laboral que representa a categoria. 
 
Esta diretriz está brilhantemente exposta no voto vencido proferido pelo Ilustre 
Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, IVES GANDRA DA SILVA MARTINS 
FILHO (...) 
 
TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL 1004. LEADING CASE 629647. RELATOR MIN. MARCO 
AURÉLIO. 
 
 
 
NORMAS COLETIVAS. LIMITES. 
 
Limites das normas coletivas, possibilidade de restrição a direitos, sem compensação, desde que 
respeitados direitos absolutamente indisponíveis. 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
São constitucionais os acordos e as convenções coletivos que, ao considerarem a adequação 
setorial negociada, pactuam limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, 
independentemente da explicitação especificada de vantagens compensatórias, desde que 
respeitados os direitos absolutamenteindisponíveis. 
 
Fundamento: 
 
Apesar de todo o arcabouço constitucional que não apenas legitima, mas estimula 
a negociação coletiva, não são incomuns decisões da Justiça do Trabalho que, a 
partir da análise do caso concreto, interpretam cláusulas previamente estipuladas 
de forma a restringi-las ou a anulá-las. Diante desse quadro, a definição dos limites 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 26 
 
 
 
da intervenção judiciária deve ser clara, a fim de evitar ingerências indevidas e 
preservar o pactuado. A partir da jurisprudência acumulada deste Tribunal em 
torno do tema, entendo oportuno fixar 3 (três) balizas ou premissas básicas para a 
revisão judicial de normas coletivas. Repiso que essas balizas, a meu ver, apenas 
projetam o que já foi decidido por esta Corte em outras oportunidades. 
 
III.A – Princípio da equivalência entre negociantes. Inaplicabilidade do princípio 
protetivo ou da primazia da realidade. 
 
(...) 
III.B – Teoria do conglobamento na apreciação de normas coletivas. 
Impossibilidade de interpretação baseada na dissecação de compensações 
individuais. 
 
(...) 
III.C – Disponibilidade ampla dos direitos trabalhistas em normas coletivas, 
resguardado o patamar mínimo civilizatório. 
 
No Direito Coletivo do Trabalho, entende-se que a autonomia coletiva deve ser 
conjugada com o chamado princípio da adequação setorial negociada, que define a 
importância de harmonização dos interesses das partes na negociação coletiva com 
o sistema normativo heterônomo estatal. 
 
O princípio da adequação setorial negociada tem fundamento no fato de que 
“normas autônomas juscoletivas construídas para incidirem sobre certa 
comunidade econômico-profissional podem prevalecer sobre o padrão geral 
heterônomo justrabalhista desde que respeitados certos critérios objetivamente 
fixados”. 
 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 27 
 
 
 
Por força da indisponibilidade dos direitos trabalhistas, entende-se que as 
convenções coletivas não podem diminuir ou esvaziar o padrão geral de direitos 
trabalhistas previsto na legislação aplicável, salvo quando houver autorização 
legal ou constitucional expressa. Isso significa que acordos e convenções coletivas 
apenas podem tratar de parcelas justrabalhistas de indisponibilidade relativa. 
 
Isso conduz ao principal ponto desse princípio: a definição dos direitos 
absolutamente indisponíveis. Em regra, as cláusulas de convenção ou acordo 
coletivo não podem ferir um patamar civilizatório mínimo, composto, em linhas 
gerais, (i) pelas normas constitucionais, (ii) pelas normas de tratados e convenções 
internacionais incorporadas ao Direito Brasileiro e (iii) pelas normas que, mesmo 
infraconstitucionais, asseguram garantias mínimas de cidadania aos trabalhadores. 
 
(...) 
Assim, ainda que de forma não exaustiva, entendo que a jurisprudência do próprio TST e do 
STF considera possível dispor, em acordo ou convenção coletiva, ainda que de forma 
contrária a lei sobre aspectos relacionados a: (i) remuneração (redutibilidade de salários, 
prêmios, gratificações, adicionais, férias) e (ii) jornada (compensações de jornadas de 
trabalho, turnos ininterruptos de revezamento, horas in itinere e jornadas superiores ao 
limite de 10 horas diárias, excepcionalmente nos padrões de escala doze por trinta e seis ou 
semana espanhola). 
 
TEMA 1046 DE REPERCUSSÃO GERAL. LEADING CASE RE AG 1.121.633. MIN RELATOR 
GILMAR MENDES. 
 
 
 
ATUALIZAÇÃO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS 
 
I 
 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 28 
 
 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Confere-se interpretação conforme à Constituição ao art. 879, §7º, e ao art. 899, §4º, da CLT, 
na redação dada pela Lei 13.467, de 2017, definindo-se que, até que sobrevenha solução 
legislativa, deverão ser aplicados à atualização dos créditos decorrentes de condenação 
judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho os 
mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para as hipóteses de condenações 
cíveis em geral (art. 406 do Código Civil), à exceção das dívidas da Fazenda Pública que possui 
regramento específico e as modulações fixadas na decisão em controle concentrado pelo E. 
STF. 
 
Fundamento: 
 
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 1º-F da Lei 
9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, decidindo que a TR seria 
insuficiente para a atualização monetária das dívidas do Poder Público, pois sua 
utilização violaria o direito de propriedade. Em relação aos débitos de natureza 
tributária, a quantificação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração 
da caderneta de poupança foi reputada ofensiva à isonomia, pela discriminação em 
detrimento da parte processual privada (ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e RE 
870.947-RG – tema 810). 
 
A indevida utilização do IPCA-E pela jurisprudência do Tribunal Superior do 
Trabalho (TST) tornou-se confusa ao ponto de se imaginar que, diante da 
inaplicabilidade da TR, o uso daquele índice seria a única consequência possível. A 
solução da Corte Superior Trabalhista, todavia, lastreia-se em uma indevida 
equiparação da natureza do crédito trabalhista com o crédito assumido em face da 
Fazenda Pública, o qual está submetido a regime jurídico próprio da Lei 
9.494/1997, com as alterações promovidas pela Lei 11.960/2009. 
 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 29 
 
 
 
A aplicação da TR na Justiça do Trabalho demanda análise específica, a partir das 
normas em vigor para a relação trabalhista. A partir da análise das repercussões 
econômicas da aplicação da lei, verifica-se que a TR se mostra inadequada, pelo 
menos no contexto da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), como índice de 
atualização dos débitos trabalhistas. 
 
Confere-se interpretação conforme à Constituição ao art. 879, §7º, e ao art. 899, 
§4º, da CLT, na redação dada pela Lei 13.467, de 2017, definindo-se que, até que 
sobrevenha solução legislativa, deverão ser aplicados à atualização dos créditos 
decorrentes de condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em contas 
judiciais na Justiça do Trabalho os mesmos índices de correção monetária e de juros 
vigentes para as hipóteses de condenações cíveis em geral (art. 406 do Código 
Civil), à exceção das dívidas da Fazenda Pública que possui regramento específico 
(art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009), com a 
exegese conferida por esta Corte na ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e no RE 
870.947-RG (tema 810). 
 
Em relação à fase extrajudicial, ou seja, a que antecede o ajuizamento das ações 
trabalhistas, deverá ser utilizado como indexador o IPCA-E acumulado no período 
de janeiro a dezembro de 2000. A partir de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o 
IPCA-E mensal (IPCA-15/IBGE), em razão da extinção da UFIR como indexador, 
nos termos do art. 29, § 3º, da MP 1.973-67/2000. Além da indexação, serão 
aplicados os juros legais (art. 39, caput, da Lei 8.177, de 1991). 7. Em relação à 
fase judicial, a atualização dos débitos judiciais deve ser efetuada pela taxa 
referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, considerando 
que ela incide como juros moratórios dos tributos federais (arts. 13 da Lei 9.065/95; 
84 da Lei 8.981/95; 39, § 4º, da Lei 9.250/95; 61, § 3º, da Lei 9.430/96; e 30 da Lei 
10.522/02). 
 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 30 
 
 
 
A incidência de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC não pode ser 
cumulada com a aplicação de outros índices de atualização monetária, cumulação 
que representaria bis in idem. 8. A fim de garantir segurança jurídica e isonomia na 
aplicação do novo entendimento, fixam-se os seguintes marcos para modulação 
dos efeitos da decisão: ( i) são reputados válidos e não ensejarão qualquer 
rediscussão, em ação em curso ou em nova demanda, incluindo ação rescisória, 
todos os pagamentos realizados utilizandoa TR (IPCA-E ou qualquer outro índice), 
no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos 
judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como devem ser mantidas e 
executadas as sentenças transitadas em julgado que expressamente adotaram, na 
sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA-E) e os juros de mora de 1% 
ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de 
conhecimento, independentemente de estarem com ou sem sentença, 
 
ADC 58/59. RELATOR MIN GILMAR MENDES. 
 
 
 
M 
 
I 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Os dispositivos legais impugnados (artio 702 e alíneas da CLT que preveem um quórum 
especial para revisão e criação de súmulas e OJs pelos tribunais trabalhistas) impõem 
condicionamentos ao funcionamento dos Tribunais do Trabalho, conflitando com o princípio 
da separação dos poderes e a autonomia constitucional de que são dotados, de maneira a 
esvaziar o campo de discricionariedade e as prerrogativas que lhes são próprias, em ofensa 
aos arts. 2º, 96 e 99, da Carta Magna. 
 
Fundamento: 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 31 
 
 
 
I - A cada Poder é conferida, nos limites definidos pela Constituição, parcela de 
competência de outro Poder, naquilo que se denomina exercício atípico de 
atribuições. 
 
II - Os arts. 96 e 99 da Carta Política conferem ao Judiciário dois espaços privativos 
de atuação legislativa: a elaboração de seus regimentos internos (reserva 
constitucional do regimento) e a iniciativa de leis que disponham sobre sua 
autonomia orgânico-político-administrativa (reserva constitucional de lei). 
 
III - É vedada ao Congresso Nacional a edição de normas que disciplinem matérias 
que integram a competência normativa dos tribunais. 
 
IV - O modelo brasileiro de observância obrigatória aos precedentes judiciais, ou 
stare decisis, foi inaugurado pelo novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015), 
segundo o qual os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes à sua 
jurisprudência dominante, nos termos fixados nos respectivos regimentos internos. 
 
V – De acordo com jurisprudência pacífica do STF, os regimentos internos dos 
tribunais são fonte normativa primária, porquanto retiram da Constituição a sua 
fonte de validade. 
 
IV - Os tribunais que integram a Justiça do Trabalho são órgãos do Poder Judiciário, 
assim como todas as demais cortes do País, a teor do art. 92 da Lei Maior. 
 
V - Os dispositivos legais impugnados impõem condicionamentos ao 
funcionamento dos Tribunais do Trabalho, conflitando com o princípio da 
separação dos poderes e a autonomia constitucional de que são dotados, de 
maneira a esvaziar o campo de discricionariedade e as prerrogativas que lhes são 
próprias, em ofensa aos arts. 2º, 96 e 99, da Carta Magna. 
 PRECEDENTES DO STF 
 
 
 32 
 
 
 
 
VI - “O ato do julgamento é o momento culminante da ação jurisdicional do Poder 
Judiciário e há de ser regulado em seu regimento interno, com exclusão de 
interferência dos demais Poderes” (ADI 1.105- MC/DF, Rel. Min. Paulo Brossard). 
 
VII - A concepção contemporânea de jurisdição em nada se compara à atividade de 
um Judiciário do passado no qual o juiz era um mero bouche de la loi, ou seja, um 
simples intérprete mecânico das leis, pois hoje sua principal função é a de dar 
concreção aos direitos fundamentais, compreendidos em suas várias gerações. 
 
IX - Atentos às novas dinâmicas sociais, os magistrados não podem ser engessados 
por critérios elencados por um Poder exógeno, isto é, o Legislativo, que se arroga 
o direito “de fixar um padrão de uniformidade e estabilidade no processo de 
elaboração e alteração de súmulas, em homenagem ao princípio da segurança 
jurídica”. X – Ação julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do art. 
702, I, f, §§ 3º e 4º da Consolidação das Leis do Trabalho (DecretoLei 5.452/1943), 
na redação que lhe conferiu a Lei 13.467/2017. 
 
ADI 6188. RELATOR MIN RICARDO LEWANDOWSKI

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