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UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental Trabalho de Pesquisa (Engenharia química – 8° semestre) Professor Dr. Vladimir Constantino Gomes Heleno Franca – SP Outubro, 2023 1 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental 1. Cromatografia A cromatografia é uma técnica analítica amplamente utilizada para separar, identificar e quantificar componentes de substâncias químicas e misturas. Essa técnica tem uma vasta gama de aplicações em diversos campos da ciência, incluindo química, biologia, farmacologia, alimentos e meio ambiente. Neste artigo, vamos explorar a cromatografia em profundidade, discutindo sua introdução, definição, princípios de funcionamento e exemplos de aplicações práticas. 1.1 Introdução A cromatografia é uma técnica que explora a diferença na afinidade dos componentes de uma amostra por uma fase estacionária e uma fase móvel para separá-los com base em suas propriedades químicas e físicas. Ela é usada para analisar uma ampla variedade de amostras, desde substâncias orgânicas e inorgânicas, de biomoléculas e polímeros. A palavra "cromatografia" tem origem no grego, onde "chroma" significa "cor" e "graphein" significa "escrever". O nome reflete a origem da técnica, que inicialmente foi usada para separar pigmentos coloridos de plantas. No entanto, a cromatografia evoluiu consideravelmente desde então e se tornou uma ferramenta essencial em laboratórios de pesquisa, análise e controle de qualidade em todo o mundo. 2 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental Fonte: Cromatografia líquida, 2010 1.2 Definição da Cromatografia A cromatografia é definida como uma técnica físico-química que separa e identifica os componentes de uma amostra com base em suas diferentes interações com duas fases: uma fase estacionária e uma fase móvel. Aqui estão as definições das principais partes envolvidas na cromatografia: ● Fase Estacionária: É uma matriz ou superfície imóvel na qual os componentes da amostra interagem de maneira diferente. A fase estacionária é escolhida com base nas características da amostra e dos analitos de interesse. Pode ser uma fase sólida (como sílica gel) ou uma fase líquida (como uma coluna cromatográfica). ● Fase Móvel: É um solvente (líquido ou gás) que move a amostra através da fase estacionária. Os componentes da amostra se distribuem entre a fase móvel e a fase estacionária de acordo com suas afinidades químicas e físicas. ● Eluição: O processo de movimentação da fase móvel através da fase estacionária, levando à separação dos componentes da amostra. Os componentes são eluídos em momentos distintos, formando picos no cromatograma. Fonte: Cromatografia em coluna, 2010 3 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental 1.3 Funcionamento da Cromatografia A cromatografia funciona com base no princípio de que os componentes de uma amostra se distribuem entre a fase estacionária e a fase móvel de acordo com suas interações químicas e físicas com essas duas fases. Os passos gerais do processo de cromatografia são os seguintes: A amostra é aplicada à fase estacionária, que pode ser uma coluna cromatográfica, uma placa cromatográfica, ou outro suporte adequado. A fase móvel é introduzida, e os componentes da amostra começam a interagir com ambas as fases. À medida que a fase móvel percorre a fase estacionária, os componentes da amostra se movem a diferentes taxas com base em suas afinidades relativas. Os componentes são eluídos em momentos distintos, formando picos no cromatograma. A detecção é realizada para registrar a saída da fase móvel em função do tempo, produzindo um cromatograma que mostra os picos de cada componente. A separação dos componentes é alcançada devido às diferentes forças de retenção na fase estacionária e de transporte na fase móvel. Os componentes que têm maior afinidade com a fase estacionária permanecem retidos por mais tempo, enquanto os que têm maior afinidade com a fase móvel se movem mais rapidamente. Essa diferença de retenção resulta na separação dos componentes e na formação de picos distintos no cromatograma. 1.4 Exemplos de Aplicações Práticas A cromatografia é amplamente utilizada em diversas aplicações, algumas das quais incluem: ● Análise de Qualidade Farmacêutica ○ A cromatografia é essencial na análise de medicamentos para determinar sua composição e pureza. Garante que os produtos farmacêuticos atendam aos padrões de qualidade e segurança. ○ Exemplo de Aplicação: Análise de um medicamento para identificar e quantificar seus componentes ativos e impurezas. ● Análise de Alimentos 4 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental ○ A cromatografia é usada para analisar alimentos, identificar aditivos, contaminantes e compostos saborosos, garantindo a qualidade e a segurança alimentar. ○ Exemplo de Aplicação: Determinação da presença de pesticidas em frutas e vegetais. ● Pesquisa Ambiental ○ Na análise ambiental, a cromatografia é aplicada para identificar e quantificar poluentes em amostras de água, solo e ar. ○ Exemplo de Aplicação: Monitoramento de produtos químicos tóxicos em águas subterrâneas. ● Pesquisa Biológica ○ A cromatografia é usada para separar e purificar proteínas, ácidos nucleicos e outras biomoléculas em pesquisa biomédica e biotecnologia. ○ Exemplo de Aplicação: Separação de proteínas em uma amostra de sangue para análise clínica. ● Química Orgânica ○ A cromatografia é usada para caracterizar compostos orgânicos, identificar impurezas e acompanhar reações químicas. ○ Exemplo de Aplicação: Identificação de produtos de reação em síntese orgânica. 1.5 Exercícios de Cromatografia Exercício 1: Considere uma mistura de três corantes: azul, vermelho e amarelo. Como você usaria a cromatografia para separar e identificar esses corantes? R: Para separar e identificar corantes azul, vermelho e amarelo em uma mistura usando cromatografia: prepare a mistura, aplique-a à fase estacionária, utilize a fase móvel para eluir os corantes, registre picos no cromatograma e compare-os com padrões para identificação Exercício 2: 5 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental Em um experimento de química, um estudante misturou duas substâncias e deseja separá-las. Como a cromatografia em papel poderia ser usada para alcançar essa separação? R: Para separar duas substâncias misturadas, a cromatografia em papel envolve a aplicação da mistura no papel, o desenvolvimento em uma fase móvel (solvente), a separação das substâncias em bandas no papel e a identificação com base na posição das bandas após a secagem Estes exercícios demonstram a versatilidade da cromatografia e sua aplicação em diferentes situações. A técnica desempenha um papel fundamental na resolução de desafios analíticos em várias áreas da ciência e da indústria. É uma ferramenta indispensável para a análise e a pesquisa em laboratórios em todo o mundo. 2. Espectroscopia na Região do Infravermelho A espectroscopia na região do infravermelho é uma técnica analítica poderosa que permite aos cientistas estudar a interação entre moléculas e a luz na faixa de frequência do infravermelho do espectro eletromagnético. Essa técnica fornece informações valiosas sobre a estrutura, composição e identificação de substâncias químicas, tornando-a uma ferramenta fundamental em áreas que vão desde a química orgânica até a análise ambiental e farmacêutica. Neste artigo, exploraremos a espectroscopia na região do infravermelho, abordando sua introdução, definições, princípios de funcionamento e exemplos de aplicação prática. 2.1 Introdução A espectroscopia na região do infravermelho é uma técnica que analisa como as moléculas interagem com a luz infravermelha, que possui uma faixa de frequência menor do que a luz visível. Ela é usada para investigar a vibração e rotação de átomos em moléculas, revelando informações sobre sua estrutura, ligações químicas e composição. Essa técnica é particularmente útil quando se trata de substâncias orgânicas,pois a maioria das ligações químicas em compostos orgânicos é vibracionalmente ativa na região do infravermelho. Portanto, a espectroscopia na região do 6 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental infravermelho é amplamente aplicada em áreas como química orgânica, análise ambiental, controle de qualidade, pesquisa farmacêutica e muito mais. Fonte: Base teórica da espectroscopia, 2015 2.2 Definição da Espectroscopia na Região do Infravermelho A espectroscopia na região do infravermelho é uma técnica analítica que envolve a absorção, reflexão ou dispersão de radiação infravermelha por moléculas. A radiação infravermelha é composta por fótons com energia correspondente às vibrações moleculares, permitindo a análise das ligações químicas e grupos funcionais presentes nas moléculas. 2.3 Funcionamento da Espectroscopia na Região do Infravermelho O funcionamento da espectroscopia na região do infravermelho é baseado no princípio de que moléculas absorvem radiação infravermelha em frequências que correspondem às suas vibrações de ligação e rotação. Os passos gerais do processo de espectroscopia na região do infravermelho são os seguintes: 7 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental ● Geração da Radiação Infravermelha: Uma fonte de radiação infravermelha emite fótons na faixa do infravermelho. Essa radiação é direcionada para a amostra. ● Interação com a Amostra: A radiação infravermelha incidente interage com a amostra. As moléculas da amostra absorvem fótons que têm energia correspondente às vibrações moleculares específicas. ● Detecção da Radiação Transmitida ou Refletida: O detector registra a quantidade de radiação infravermelha transmitida pela amostra ou a radiação refletida por esta. Isso resulta na formação de um espectro de infravermelho. ● Análise Espectral: O espectro de infravermelho gerado é analisado para identificar as frequências de absorção. Cada pico no espectro representa uma vibração molecular específica, permitindo a identificação das ligações químicas e grupos funcionais na amostra. Fonte: Príncipio de um espectrômetro de infravermelho, 2012. 2.4 Exemplos de Aplicações Práticas ● Exemplo 1: Identificação de Plásticos 8 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental ○ A espectroscopia na região do infravermelho é usada para identificar tipos de plásticos. ● Exemplo 2: Análise de Alimentos ○ Na indústria de alimentos, a espectroscopia na região do infravermelho é usada para analisar a composição de alimentos, incluindo a determinação de teor de gordura, proteína, açúcar e outros componentes. ● Exemplo 3: Análise Ambiental ○ Na análise ambiental, a espectroscopia na região do infravermelho é aplicada para detectar poluentes em amostras de água, solo e ar. 2.5 Utilidade da Espectroscopia na Região do Infravermelho A espectroscopia na região do infravermelho é extremamente útil em diversas aplicações: ● Identificação de Compostos Químicos: É usada para identificar compostos orgânicos e inorgânicos com base em suas impressões digitais espectrais. ● Determinação da Composição de Misturas: Permite a análise de misturas complexas, como identificar a quantidade de álcool em bebidas alcoólicas ou analisar a composição de uma amostra de petróleo. ● Análise de Grupos Funcionais: Ajuda a identificar grupos funcionais em compostos orgânicos, como grupos hidroxila (-OH), grupos carbonila (C=O), entre outros. ● Controle de Qualidade Farmacêutica: É usado na análise de produtos farmacêuticos para garantir a qualidade e autenticidade. ● Monitoramento Ambiental: Permite a detecção de poluentes em água, ar e solo. ● Pesquisa Química e Orgânica: É uma ferramenta essencial em pesquisas de química orgânica, bioquímica e química inorgânica. 2.6 Exercícios de Espectroscopia na Região do Infravermelho 9 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental Aqui estão alguns exercícios para aprofundar a compreensão da espectroscopia na região do infravermelho: Exercício 1: Como a espectroscopia na região do infravermelho pode ser usada para identificar a presença de grupos funcionais em uma amostra orgânica desconhecida? R: A espectroscopia na região do infravermelho é uma técnica que identifica grupos funcionais em amostras orgânicas desconhecidas por meio da análise dos picos de absorção de frequências características. Cada grupo funcional possui frequências de vibração únicas, permitindo a identificação por comparação com dados de referência. Exercício 2: Em uma análise ambiental, um cientista coleta amostras de água de um rio próximo a uma fábrica. Como a espectroscopia na região do infravermelho pode ser usada para detectar a presença de poluentes na água? R: A espectroscopia na região do infravermelho é usada para detectar poluentes na água examinando os padrões de absorção de frequências infravermelhas únicas de compostos poluentes. Comparando o espectro da amostra com padrões conhecidos, os poluentes presentes, como óleos, metais pesados e compostos orgânicos, podem ser identificados e quantificados. Esses exercícios ilustram a versatilidade da espectroscopia na região do infravermelho e sua aplicação em diversas áreas da ciência e da indústria. A técnica desempenha um papel crucial na identificação, análise e pesquisa de substâncias químicas, fornecendo informações detalhadas sobre as características moleculares de diferentes materiais. 3. Espectrometria de Massas A espectrometria de massas é uma técnica analítica poderosa que permite a identificação e quantificação precisa de substâncias químicas com base na relação entre a massa e a carga das partículas. Ela desempenha um papel crucial em diversas áreas da ciência, desde a química e a bioquímica até a pesquisa farmacêutica e a análise ambiental. Neste artigo, exploraremos a espectrometria de massas, abordando sua introdução, definições, princípios de funcionamento e exemplos de aplicação prática. 10 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental 3.1 Introdução A espectrometria de massas é uma técnica que mede a massa das partículas carregadas, como íons, moléculas ou átomos. Ela é usada para identificar substâncias com base na relação massa/carga (m/z) e fornecer informações detalhadas sobre a composição e a estrutura das moléculas. Essa técnica é amplamente aplicada em áreas que exigem análise quantitativa e qualitativa de substâncias químicas. Fonte: Partes principais do processo, 2013. 3.2 Definição da Espectrometria de Massas A espectrometria de massas é uma técnica analítica que envolve a ionização de amostras, a separação dos íons por sua relação massa/carga e a detecção e registro dos íons gerados. A informação resultante é apresentada em um espectro de massas, que representa a abundância relativa dos íons em função de sua relação massa/carga. 3.3 Funcionamento da Espectrometria de Massas O funcionamento da espectrometria de massas pode ser dividido em várias etapas: 11 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental ● Ionização: A amostra é convertida em íons carregados positiva ou negativamente por meio de técnicas como ionização por impacto eletrônico, ionização por eletrospray ou laser. Fonte: espectrometria de massa ionização, 2021 ● Análise da Relação m/z: Os íons gerados são então separados com base em sua relação massa/carga (m/z) em um analisador de massa, como um espectrômetro de massa quadrupolo ou um espectrômetro de massa de tempo de voo. ● Detecção e Registro: Os íons separados são detectados e registrados em função de sua relação m/z, gerando um espectro de massas. ● Análise do Espectro de Massas: O espectro de massas é analisado para identificar os íons presentes e suas abundâncias relativas. Isso fornece informações sobre a composição da amostra e, em muitos casos, a identificação de substâncias. 12 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental ○ Fonte: Funcionamento do espectrofotômetro de massa, 2012 3.4 Exemplos de Aplicações Práticas ● Exemplo 1: Identificaçãode Compostos Orgânicos ○ A espectrometria de massas é usada na análise de espectros de massas de compostos orgânicos para identificar compostos desconhecidos com base em seus padrões de fragmentação. ● Exemplo 2: Proteômica ○ Na proteômica, a técnica é utilizada para identificar proteínas em amostras biológicas, revelando informações sobre sua massa e estrutura. ● Exemplo 3: Controle de Qualidade Farmacêutica ○ A espectrometria de massas é fundamental na análise de produtos farmacêuticos para garantir a qualidade e autenticidade dos ingredientes. ● Exemplo 4: Análise de Poluentes ○ Na análise ambiental, a técnica é aplicada para detectar poluentes em amostras de água, solo e ar, auxiliando na proteção do meio ambiente. 3.5 Utilidade da Espectrometria de Massas A espectrometria de massas é uma técnica versátil que encontra aplicação em diversas áreas: 13 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental ● Identificação de Compostos Químicos: É usada para identificar substâncias com base em seus padrões de fragmentação de massa e na comparação com bancos de dados de espectros de massas. ● Quantificação de Substâncias: Permite a quantificação precisa de compostos em uma amostra, sendo essencial em análises quantitativas. ● Determinação de Estrutura Molecular: Fornece informações sobre a estrutura molecular de compostos orgânicos, incluindo a identificação de grupos funcionais e ligações químicas. ● Proteômica e Genômica: É amplamente utilizada em pesquisa biomédica para identificar e quantificar proteínas e ácidos nucleicos. ● Farmacologia e Pesquisa Farmacêutica: Auxilia na análise de compostos farmacêuticos, incluindo a determinação de pureza e a identificação de metabólitos. ● Análise Ambiental: É aplicada na detecção de poluentes em amostras ambientais, como água, solo e ar. 3.6 Exercícios de Espectrometria de Massas Aqui estão alguns exercícios para aprofundar a compreensão da espectrometria de massas: Exercício 1: Descreva o processo de ionização na espectrometria de massas e explique por que ele é crucial para a técnica. R: Na espectrometria de massas, o processo de ionização envolve a conversão de moléculas em íons carregados por meio de técnicas como ionização por impacto eletrônico. Isso é crucial porque cria íons que podem ser separados com base em sua relação massa/carga, permitindo a análise e identificação das substâncias. Exercício 2: Como a espectrometria de massas pode ser usada para identificar compostos desconhecidos? Explique com base nos padrões de fragmentação. R: A espectrometria de massas identifica compostos desconhecidos analisando seus padrões de fragmentação. Quando uma molécula é ionizada, ela se fragmenta em íons menores de maneira característica. Comparando esses padrões de fragmentação com 14 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental bancos de dados, é possível identificar os compostos com base em seus espectros de massas únicos. Esses exercícios ilustram a importância da espectrometria de massas e sua aplicação em diversas áreas da ciência e da indústria. A técnica desempenha um papel crucial na identificação, quantificação e caracterização de substâncias químicas, contribuindo para avanços em pesquisa e controle de qualidade. 4. Ressonância Magnética Nuclear (RMN) A Ressonância Magnética Nuclear (RMN) é uma técnica analítica poderosa que permite a análise não destrutiva da estrutura molecular de compostos químicos. Ela é amplamente utilizada em química, bioquímica, pesquisa médica e muitas outras áreas para determinar a conectividade atômica e a configuração molecular. Neste artigo, exploraremos a RMN, abordando sua introdução, definições, princípios de funcionamento e exemplos de aplicação prática. 4.1 Introdução à Ressonância Magnética Nuclear A RMN é uma técnica que explora a interação entre núcleos atômicos e um campo magnético. Ela é baseada no princípio da ressonância magnética, que envolve a absorção e emissão de energia eletromagnética pelos núcleos atômicos quando submetidos a um campo magnético. A RMN é valiosa para a análise de compostos orgânicos e inorgânicos, bem como para a pesquisa de proteínas, ácidos nucleicos e materiais sólidos. 4.2 Definição da Ressonância Magnética Nuclear A RMN é uma técnica analítica que explora as propriedades magnéticas dos núcleos atômicos. Quando os núcleos são colocados em um campo magnético externo e irradiados com energia de radiofrequência, eles absorvem essa energia e emitem sinais característicos que podem ser analisados para determinar informações sobre a estrutura molecular. 15 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental Fonte: Espectroscopia de ressonância magnética nuclear, 2013 4.3 Funcionamento da Ressonância Magnética Nuclear O funcionamento da RMN envolve várias etapas: ● Preparação da amostra: A amostra a ser analisada é preparada na forma de uma solução líquida, sólida ou gasosa, dependendo da aplicação. A amostra deve conter núcleos com spin nuclear (um momento magnético intrínseco), como o hidrogênio (¹H) ou o carbono-13 (¹³C). ● Aplicação de um Campo Magnético: A amostra é colocada em um campo magnético estático de alta intensidade. Esse campo alinha os núcleos atômicos em direção ao campo magnético. ● Irradiação com Radiofrequência: O espectrômetro de RMN aplica energia de radiofrequência aos núcleos, perturbando seu alinhamento magnético. ● Absorção e Emissão de Energia: Quando a energia de radiofrequência é aplicada, os núcleos absorvem energia e entram em ressonância magnética. Em seguida, eles emitem energia na forma de um sinal de RMN. ● Registro do Sinal de RMN: O sinal de RMN é registrado e transformado em um espectro de RMN. Esse espectro contém picos que representam 16 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental as frequências de ressonância de diferentes núcleos atômicos, fornecendo informações sobre sua posição e ambiente químico. ● Análise do Espectro de RMN: O espectro de RMN é analisado para determinar a estrutura molecular da amostra, incluindo a conectividade atômica, grupos funcionais e configuração espacial. Fonte: Funcionamento da espectroscopia de ressonância magnética, 2012 Fonte: Espectros de RMN-1 H: (A) PCL-diol; (B) PCL funcionalizada. 4.4 Exemplos de Aplicações Práticas ● Exemplo 1: Determinação da Estrutura de Compostos Orgânicos 17 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental ○ A RMN é frequentemente usada para elucidar a estrutura de compostos orgânicos desconhecidos. A análise dos deslocamentos químicos e acoplamentos de prótons em um espectro de RMN permite a identificação precisa de grupos funcionais e a conectividade atômica. ● Exemplo 2: Imagem por Ressonância Magnética (IRM) ○ Na medicina, a IRM é essencial para diagnóstico e pesquisa. Ela fornece imagens detalhadas dos tecidos do corpo humano, auxiliando na detecção de doenças e lesões. ● Exemplo 3: Análise de Proteínas ○ A RMN é aplicada na pesquisa de proteínas, permitindo a determinação de sua estrutura tridimensional. Isso é fundamental para entender a função e a interação das proteínas no organismo. 4.5 Utilidade da Ressonância Magnética Nuclear A RMN é uma técnica altamente versátil e é amplamente aplicada em várias áreas: ● Química Orgânica: É utilizada para determinar a estrutura de compostos orgânicos, identificar grupos funcionais, ligações químicas e estereoquímica. ● Bioquímica e Biologia Molecular: Permite a análise de proteínas, ácidos nucleicos e metabolismo celular. ● Medicina e Diagnóstico: É fundamental na imagem por ressonância magnética (IRM), que é amplamente utilizada para diagnóstico médico. ● Pesquisa de Materiais: É aplicada na análise de materiais sólidos, polímeros e nanoestruturas. ● Geologia e Ciência Ambiental: É usada para estudar a composição de rochas, minerais e amostras ambientais. 4.6 Exercícios de Ressonância Magnética Nuclear Aqui estão alguns exercícios para aprofundar a compreensão da RMN: Exercício 1: Explique como aRMN é usada para determinar a estrutura de compostos orgânicos desconhecidos, destacando os principais parâmetros observados no espectro de RMN. 18 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental R: A RMN é usada para determinar a estrutura de compostos orgânicos desconhecidos analisando os deslocamentos químicos e os acoplamentos de prótons no espectro de RMN. Esses parâmetros revelam a conectividade atômica, grupos funcionais e ambientes químicos na molécula, permitindo a identificação precisa da estrutura. Esse exercício ilustra a versatilidade da RMN e sua aplicação em diversas áreas da ciência e da indústria. A técnica desempenha um papel crucial na determinação da estrutura molecular, na pesquisa biomédica e em muitas outras aplicações analíticas. 5. Referências bibliográficas 1. Skoog, D. A., West, D. M., Holler, F. J., & Crouch, S. R. (2017). Fundamentals of Analytical Chemistry. Cengage Learning. 2. Silverstein, R. M., Webster, F. X., & Kiemle, D. J. (2014). Spectrometric Identification of Organic Compounds. Wiley. 3. Stuart, B. H. (2004). Infrared Spectroscopy: Fundamentals and Applications. Wiley. 4. Jürgen H. Gross (Ed.). (2018). Mass Spectrometry: A Textbook. Springer. 5. McLafferty, F. W., & Turecek, F. (1993). Interpretation of Mass Spectra. University Science Books. 6. Keeler, J. (2011). Understanding NMR Spectroscopy. Wiley. 7. Levitt, M. H. (2008). Spin Dynamics: Basics of Nuclear Magnetic Resonance. Wiley.] 6. Sites 8. Cromatografia: o que é, para que serve, tipos - Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/cromatografia.htm>. Acesso em: 24 out. 2023. 9. Sigmaaldrich.com, 2016. 10.Espectrometria de Massa | SisNANO. Disponível em: <https://sisnano.ufv.br/espectrometria-de-massa/>. Acesso em: 24 out. 2023. 11. Espectroscopia de Infravermelho (FAR, MIR, NIR) | Quimica Central de Análises. Disponível em: 19 UNIFRAN Disciplina Química Analítica Experimental <https://centraldeanalise.quimica.ufg.br/n/76393-espectroscopia-de-infravermelh o-far-mir-nir#:~:text=A%20t%C3%A9cnica%20de%20espectroscopia%20na,org anomet%C3%A1licos%20e%20muitos%20outras%20subst%C3%A2ncias.>. Acesso em: 24 out. 2023. 12. Ressonância Magnética Nuclear - Centro Integrado de Análises FURG. Disponível em: <https://cia.furg.br/index.php/en/noticias-cia/20-todas-as-linguas-all/noticias-all/5 -noticia-1>. Acesso em: 24 out. 2023. 20
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