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Exames subsidiários anormais mais comuns do paciente pediátrico Exames diagnósticos Fer ramen tas impor tan tes pa ra diagnóstico e tratamento de doenças, ➜ Deve ser solicitado quando há diagnóstico clínico, não devendo ser solicitado sem haver suspeita, uma vez que é um exame complementar. U s o r a c i o n a l n o p r o c e s s o d e assistência à saúde - Aumento da expectativa de vida da população São importantes recursos, MAS devem ser solicitados apenas quando houver REAL necessidade N a n e c e s s i d a d e d e e x a m e complementar: Identificar qual o melhor tipo e em que momento solicitar Teste de diagnóstico Determinar presença ou ausência da doença quando um individuo apresenta sinais ou sintomas da doença. Assim, confirma ou exclui uma doença. Deve ter especificidade muito alta, para excluir todos os não doentes (confirmar apenas quem é doente) Teste de triagem Identifica indivíduos assintomáticos que podem ter a doença. Um exemplo clássico é o teste do pezinho. Precisa ter uma sensibilidade muito alta, uma vez que deve pegar os assintomáticos (pega todo mundo não deixa ninguém passar) Estabelecer um diagnóstico é um processo imperfeito: já que é baseado em probabilidades Sensibilidade x Especificidade Valor Preditivo Negativo (VPN) x Valor Preditivo Positivo (VPP) Os testes de alta sensibilidade são os testes de triagem ➜ Apresenta alto VPN, ou seja, se ele é negativo É REALMENTE NEGATIVO ➜ Sensibilidade: Capacidade de detectar a doença quando ela está presente ➜ Evita falsos negativos Os testes de especificidade eles têm que ser muito específicos para confirmar o diagnóstico ➜ Tem alto VPP ➜ Especificidade: Capacidade de afastar a doença quando ela está ausente ➜ Evita falsos positivos SIM NÃO SIM As coisas são o que parece ser Verdadeiro positivo Não são, mas parecem ser Falso positivo NÃO São, mas não parecem ser Falso negativo Não são e nem parecem ser Verdadeiro negativo Doença Teste + - + Verdadeiro positivo Falso positivo - Falso negativo Verdadeiro negativo SER PA R EC ER Na pediatria tem-se um ponto 0, com 2 desvios padrões para mais e 2 desvios padrões para menos, sendo no peso, estatura e também em exames complementares “As coisas são o que parecem ser; Ou são e não parecem ser; Ou não são, mas parecem ser; Ou não são, nem parecem ser”. Epictetus (53 – 130 a.C.) Precisão técnica e veracidade são c o n s i d e r a ç õ e s i m p o r t a n t e s n a interpretação de exames “Valores normais” (intervalos de referência): Difíceis de estabelecer na população pediátrica I n t e r v a l o d e r e f e r ê n c i a m a i s comumente usado é geralmente indicado como a média da população referência ± 2 DP (grandes estudos) ➜ DP - Desvio Padrão Exames laboratoriais Hemograma ➜ Baixo custo - Fornece informações qualitativas e quantitativas dos glóbulos vermelhos, dos glóbulos brancos e das plaquetas ➜ Interpretação: Considerar história clínica, exame físico e variações interlaboratoriais, pois tem exames que coloca em g/dL e outros em mg/dL, logo, deve-se conferir as variações laboratoriais ↳ Outras variáveis: Hemólise do material (se na coleta ficou garroteado por muito tempo - muito comum em criança -, por exemplo, faz- se hemólise e não tem-se um exame confiável), excesso de anticoagulante, sangue mal conservado, dificuldade da coleta e sítio de obtenção da amostra (se coletado em vigência de febre, por exemplo, tem migração periférica de leucócitos e pode-se confundir com infecção). ➜ Com todos os seus parâmetros: ↳ Detectar possíveis distúrbios que auxiliarão no diagnóstico de diversas doenças ↳ Deve se r usado rac iona lmen te , seletivamente e em benefício da criança, pois dói para coletar ➜ Série vermelha ↳ Hemácias – contagem (He) Elevada em talassemias, doenças cardíacas (menor disponibilidade de O2 precisando de mais hemácias para carregar mais O2), habitantes de grandes alturas, estados de desidratação (menos plasma, então a água saiu e a hemácia ficou concentrada, por isso nunca colher hemograma de criança em desidratação, devendo hidratá-la primeiro) ↳ Hematócrito (Htc): Volume de glóbulos vermelhos em relação à quantidade de plasma Aumentado: Poliglobulia, hemoconcentração, fisiológico em RN ↳ Hemoglobina (Hb) ↪ Melhor parâmetro para avaliar a anemia (embora o número de eritrócitos seja normal ou mesmo alto) ↪ Anemia a Hb estará baixa e na poliglobulia a Hb estará alta ↪ A hemoglobina é uma ferroproteína no interior dos glóbulos vermelhos, responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos ↪ É o melhor parâmetro para avaliar a anemia ↳ Índices de eritrócitos de Wintrobe (VCH, HCM e CHCM): Aula de anemia ↳ Reticulócitos ↪ Hemácias jovens ↪ Contagem importante no estudo de anemias e no acompanhamento do tratamento ↪ Redução: Anemia ferropriva (não tem ferro), aplasia (medula não funciona) e leucemia (medula infiltrada por neoplasia) ➤ Em anemia carencial, ou seja, carência de substrato, ao repor a carência, a medula retorna a produzir hemácias e lançará reticulócitos no sangue. Assim, é ótimo para avaliar o tratamento. ↪ Elevação: Anemia hemolítica (não falta substrato, mas está havendo uma grande destruição de hemácias e assim, aumenta a produção de reticulócitos ao compensar devido à destruição), anemia hemorrágica grave, pós esplenectomia (o baço faz parte do sistema retículo-edotelial, sendo ele quem destrói hemácias e plaquetas velhas e ao retirar não há destruição aumentando os ret iculócitos), tratamento da anemia ferropriva e fisiológico no período neonatal ↳ Morfologia dos glóbulos vermelhos Eritrócitos normais são discos bicôncavos facilmente deformados Idade Hb g/dL Htc % VCM fl HCM pg RN 14,0 - 19,0 42 - 60 98 - 118 - 1 mês 10,2 - 18,2 29 - 41 86 - 124 29 - 36 6 meses 10,1 - 12,9 34 - 40 74 - 108 25 - 35 1 ano 10,7 - 13,1 35 - 42 74 - 86 25 - 31 5 anos 10,7 - 14,7 35 - 42 75 - 87 25 - 33 6 - 11 anos 11,8 - 14,6 35 - 48 77 - 91 25 - 33 12 - 15 anos 11,7 - 16,0 35 - 48 77 - 95 25 - 33 Morfologia Comentários Esferócitos Esferocitose hereditária, anemia hemolítica autoimune, incompatibilidade ABO, RN Eliptócitos Anemia hemolítica congênita Estomatócitos Anemia hemolítica congênita, hepatopatia crônica Dianócitos Talassemia maior, anemia hemolítica, cirrose hepática Drepanócitos Anemia falciforme Corpúsculos de Howell-Jolly Esplenectomizados, Malária, efeitos da anemia hemolítica ➜ Série branca ↳ Função de defesa contra as agressões do ambiente externo ↳ Auxilia principalmente no diagnóstico de processos hematológicos e infecciosos ↳ Interpretação do leucograma deve ser criteriosa em decorrência de sua baixa sensibilidade e especificidade, então não é um bom teste de triagem e nem um bom teste de confirmação de diagnóstico ↳ Considerar contexto clínico do paciente ↳ Contagem de leucócitos: Valor Normal (VN) médio 4 a 11.000/mm3 ↪ Meia-vida de 6-7 horas - Pode variar completamente em curto período ↪ Leucocitose: Contagem leucocitária acima de 2 desvios padrão da média para idade ↪ Reação Leucemóide: Leucometria maior que 50.000 leucócitos/mm3, associada ao aumento no número de células mieloides imaturas - Leucemia mieloide, reações piogênicas (febre), doenças inflamatórias ↳ Leucopenia: Infecções virais (coronavírus - fator de mal prognóstico, principalmente leucopenia às custas de queda de linfócito), sepse, tuberculose, hiperesplenismo (baço extremamente funcionante), deficiência nut r ic ional , doenças reumato lóg icas, medicamentos ↳ Leucocitose: Infecções bacterianas, coqueluche, mononucleose infecciosa, tratamentos com corticosteroides, pós esplenectomia, leucemia, linfoma ↳ Anormalidades morfológicas dos leucócitos ↳ Linfócitos O ideal é considerar o valor absoluto ↪ Linfocitose fisiológica: Lactentes e criançaspequenas, geralmente até 7 - 8 anos. Assim tem mais linfócitos do que neutrófilos, diferentemente do adulto que tem mais neutrófilos do que linfócitos ↪ Linfocitose: Infecção viral, toxoplasmose, tuberculose, febre tifoide, coqueluche ↪ Linfócitos reativos/atípicos > 20 - 50% pensa-se em Mononucleose infecciosa ↪ Linfopenia: Imunodeficiência, estresse agudo, sepse ↳ Neutrófilos ↪ Quimiotaxia e fagocitose ↪ Neutrófilos jovens - Desvio para a esquerda: Sugere infecção bacteriana ↪ Granulação de neutrófilos tóxica: Também sugere infecção bacteriana ↪ Hipersegmentação do núcleo: Anemias megaloblásticas Idade Leucócitos (média) Neutrófilos (nº e %) Linfócitos (nº e %) Monócitos (nº e %) Eosinófilos (nº e %) 1 dia 20.000 13.000 | 65% 5.600 | 28% 1.100 | 5% 500 | 2% 1 a 4 semanas 11.400 4.500 | 40% 5.500 | 49% 1.000 | 8% 400 | 3% 1 a 24 meses 11.200 3.700 | 33% 6.700 | 59% 600 | 5% 300 | 3% 2 a 6 anos 9.200 3.900 | 42% 4.600 | 50% 500 | 5% 300 | 3% 6 a 18 anos 8.200 4.400 | 53% 3.200 | 39% 400 | 5% 200 | 3% > 21 anos 7.400 4.400 | 59% 2.500 | 34% 300 | 4% 200 | 3% Coqueluche: Reação leucemóide (lifocitose > 20-50.000) final da fase catarral e fase paroxística São a primeira linha de defesa → Primeiros a migrarem para circulação periférica diante de uma invasão independente do agente etiológico. Então se há febre tem-se predomínio de segmentado nas primeiras 72h, logo tem que saber em que fase foi coletado aquele hemograma, para avaliar a veracidade dos dados apresentados ↳ Eosinófilos ↪ Papel na mediação de processos alérgicos, infecciosos (parasitários e protoziários) ↪ Eosinofilia relativa - 5%: Parasitose, hidatidose, malária, patologia alérgica, toxocaríase, leshimaniose, esquistossomose ↪ Outros: Escarlatina, mononucleose infeciosa (reação leucemóide, linfócito atípico, eosinofilia), tuberculose, Doença de Kawasaki, histoplasmose e aspergilose pulmonar ↪ Ausência: Apendicite aguda e febre tifóide ↪ Monocitose relativa → > 10%: Aplasia medular, mononucleose infecciosa ➜ Série de plaquetas ↳ Meia-vida de 8 a 11 dias ↳ Plaquetopenia: Vírus (EBV, HIV, Dengue, . . . ) , bactér ias, le ishmaniose, toxoplasmose, plaquetopenia autoimune, doenças hereditárias (Wiskott-Audrich, ...), hiperesplenismo ↳ Principal causa de trombocitopenia em pediatria: Trombocitopenia imune primária/ púrpura trombocitopênica imunológica (PTI) ↳ Trombocitose: Vírus, ferropenia (para compensar a falta de ferro, já que o fator estimulante de colônia da hemácia é parecido com o da plaqueta, então como começa a liberar o fator estimulante de colônia da hemácia, acaba estimulando também as plaquetas), neoplasia, esplenectomizado, síndrome nefrótica, Doença de Kawasaki ↳ Trombocitopenia Imune Primária (PTI) ↪ Doença auto-imune aguda, não cronifica ↪ Trombocitopenia isolada < 100.000 plaquetas/uL, geralmente SEM grandes sinais de sangramentos. Normalmente uma epistaxe leve ↪ Ocorre geralmente após episódio de infecção viral, vacina Tríplice Viral ↪ Crianças: Pico de acometimento é entre 2 e 5 anos de idade ↪ Evolução benigna e autolimitada 85% dos casos ↪ Geralmente de curta duração - 2/3 recuperação espontânea em até 6 meses ↪ Diagnóstico: História, exame físico e exclusão de outras causas de trombocitopenia (afastado outras causas de trombocitopenia (HIV, LES, doenças linfoproliferativas, mielodisplasias, drogas…) ➜ Pancitopenia ↳ Tudo está baixo (leucócitos, plaquetas, hemoglobina…) ↳ Hiperesplenismo (hipertensão portal, l infoma, doenças reumáticas), aplasia medular, radiação, hepatite viral, invasão medular ➜ Contexto infeccioso ↳ Resposta sistêmica à infecção ↪ Febre ↪ Síntese hepática de proteínas de fase aguda (provas séricas de fase aguda) ↪ Queda da Hemoglobina ↪ Aumento do número de neutrófilos jovens ↪ Queda do Ferro e Zinco séricos ↪ Redução da albumina sérica (fator de mau prognóstico) ↪ A u m e n t o d a c o n c e n t r a ç ã o d e Imunoglobulinas Há aumento de eosinófilos (eosinofilia) na fase de convalescença (melhora da infecção), devido à recuperação medular, em que ela libera eosinófilos para o sangue e posteriormente melhora, não sendo necessário avaliar. ↳ Velocidade de hemossedimentação (VHS) ↪ Reação de fase aguda – inespecífico - Reflete alterações de várias proteínas séricas ➤ Doença infecciosa, doença inflamatória, como artrite reumatóide ↪ Valores normais ➤ 1 mês a 12 anos: ≤ 10 a 20 mm/hora ➤ > 12 anos: ≤ ♂ 15 mm/h e ♀ 20 mm/h ↪ Crianças obesas têm VHS mais altos ➤ Isso, porque, a obesidade é um estado inflamatório crônico, já que o excesso de tecido adiposo libera mediadores inflamatórios ↪ VHS > 50 mm/h: Agravamento de infecções, infecções bacterianas localizadas, infecções fúngicas... ↪ VHS > 100 mm/h: Tuberculose miliar, linfadenite, infecção visceral por Bartonella henselae (arranhadura do gato) e infecção de tecido celular subcutâneo por S. pyogenes, pielonefrite artrite bacteriana, apendicite com ruptura... ↳ Infecção BACTERIANA - fase aguda ↪ Queda da Hbg: Reação sistêmica de compensação. Além disso, algumas bactérias liberam toxinas que promovem hemólise por toxinas, ou ainda hemólise por parasita ou autoimune; CIVD (Coagulação Intravascular Disseminada) ↪ Hemoconcentração: Extravasamento plasma por aumento da permeabilidade vascular – Htc > 42% ou aumento de 10% ➤ OBS: Não é bactéria, mas a dengue promove muito extravasamento para o plasma, promovendo hemoconcentração ↪ Leucocitose geralmente ≥ 15.000 com neutrofilia ≥ 10.000 céls/mm3 ↪ Endotoxinas → Leucopenia com neutrofilia e desvio à esquerda ↪ Presença de células jovens: Maior especificidade ➤ Quanto maior o desvio para a esquerda, maior a chance de infecção bacteriana ↪ Plaquetas aumentadas ou plaquetopenia (agressão grave – consumo) ↪ Neutrófilos: Primeiras células a responder em caso de processo inflamatório ➤ Lise de bactérias ↪ Neutrof i l ia nas fases iniciais – mobilização da Mo para a sangue periférico ➤ Vírus INÍCIO: Pode acontecer ↪ Granulações tóxicas ➤ Indicam processo bacteriano ou tóxico ↳ Gram negativos (E. coli, Salmonella, Shiguella), sepse por Pseudomonas e alguns Vírus (Sarampo, Varicela, Influenza, Hepatite A, Febre Amarela, CMV) ↪ Neutropenia com desvio à esquerda (<1.500/mm3) ↪ Produção medular não consegue acompanha r o consumo e ação de endotoxinas bacterianas ↳ Hemograma no acompanhamento de doenças infecciosa: ↪ Piora do desvio à esquerda: Piora da infecção ou aparecimento de complicação ↪ Quando infecção bacteriana evolui para cura: ➤ Fase monocitária + eosinófilos → Fase linfocitária → Linfocitose e eosinofil ia (neutropenia discreta) Proteína C-reativa (PCR) ➜ Proteína de fase aguda produzida no fígado durante o contexto infeccioso e inflamatório ↳ Concentração sanguínea eleva diante de processo inflamatório em curso: Infecções, n e o p l a s i a s , t r a u m a t i s m o s , d o e n ç a s reumáticas ou inflamatórias Vírus: Geralmente Leucócitos normais ou pouco aumentados, com linfocitose relativa ↳ Atividade anti-inflamatória e moduladora de resposta imune ↳ Ativação de complemento, opsonização, fagocitose e citotoxidade ➜ Usada para seguimento e monitorização da evolução de doenças infecciosas, autoimunes e outras ➜ Elevação PRECOCE diante de infecções ↳ Secreção hepática da PCR começa 4 a 6 horas após o estímulo ↳ Duplica a cada 8 horas ↳ Atinge o pico entre 36 e 50 horas ↳ Meia vida plasmática de 19 horas: Diminuição rápida após remoção do estímulo ↳ Atinge valores de 10 a 1000x o normal, dependendo da intensidade do processo inflamatório ➜ Não prediz tipo nem local de inflamação/ infecção ➜ Associada ao Leucograma: Maior valor ➜ Ausência de queda após 48 - 72 horas de tratamento: Necessidade de reavaliação do tratamento ➜ Em geral: Inflamações leves e infecções virais:Elevações de 10 - 40 mg/L. Inflamações ma is g raves e in fecção bac te r iana : Concentrações séricas entre 40 - 200 mg/L ➜ H á e s t u d o s d e m o n s t r a n d o q u e concentração sérica de 100 mg/L teria sensibilidade de 80 a 85% para infecção bacteriana ➜ Contudo, infecções virais graves também p o d e m a c a r r e t a r e l e v a ç õ e s d e s s a concentração sérica ➜ Doenças crônicas: Reumatológicas, inflamatórias, autoimunes ↳ PCR pouco elevada ↳ Parâmetro de atividade da doença ↳ Peculiaridade: Não eleva no LES ↳ Ótima para seguimento ➜ Pós-operatório: Maior sensibilidade para detectar complicações Valores normais Início da alteração (horas) Pico da concentração (dias) < 10 mg/dL 6 a 8 2 a 3 Doença Comentários Sepse neonatal Útil para triagem e monitorização de tratamento Meningite Não diferencia acuradamente etiologia viral da bacteriana. Útil para monitorização de tratamento Pneumonia Se aumentada associada a infiltrado pulmonar: considerar etiologia bacteriana OMA Não diferencia etiologia viral da bacteriana Amigdalite Não é útil no diagnóstico diferencial Gastroenterite Poucos dados para tirar conclusões ITU Medidas repetidas podem ser úteis para detecção de pielonefrite com tratamento ineficaz. Não diferencia infecção alta da baixa Pré e pós operatório Persistentemente elevada aponta para infecção e/ ou necrose tecidual → Detectar complicações Sensível e inespecífica Vírus: geralmente eleva-se nas primeiras 72hrs e depois começa a declinar P r á t i c a c l í n i c a : P o r s u a b a i x a especificidade, a PCR não deve ser usada isoladamente no diagnóstico de Coagulograma ➜ Coagulação primária ↳ Contagem de plaquetas, Tempo de sangramento e Agregação plaquetária ➜ Coagulação secundária ↳ Tempo parcial de tromboplastina ativado (TTPA): Via intrínseca da coagulação (fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II e I) ↳ Tempo de protrombina (TP), atividade da protrombina (AP) e INR: Via extrínseca da coagulação (fatores VII, X, V, II e I) ↳ TP prolongado ↪ Pode refletir deficiência de vitamina K ↪ Síntese hepática de fatores de coagulação deficiente EAS ➜ Elementos anormais e sedimentoscopia da urina / Urinálise / Exame de urina tipo I ➜ Básico e indispensável na avaliação e investigação das doenças renais e do trato urinário ➜ Simples, baixo custo financeiro ➜ Análises física, química e microscópica da urina ➜ Redução de falso-positivos e negativos: Amostra urinária deve ser recém-emitida e encaminhada rapidamente ao laboratório ↳ Primeira amostra da manhã é priorizada: reduzir possibilidade de proteinúria ortostática ↳ Assepsia dos genitais e do períneo prévia com água e sabão ➜ Coleta: ↳ Crianças com controle esfincteriano: Jato médio ou intermediário, após → Armazenar em recipiente estéril ↳ Lactentes e crianças sem controle esfincteriano: Saco coletor estéril (SC), sondagem (cateterização uretral) ou punção suprapúbica ↳ SC invariavelmente inadequado para análise da urocultura (APENAS para EAS) → Elevado índice de falso-positivos, dado o risco de contaminação (> 85%) ➜ Avaliação física ↳ Cor: Urina turva pode ser indicativa da presença de leucócitos, hemácias, células epiteliais, bactérias e mesmo cristais ↳ Morbidades que alterações da cor: Hematúria macroscópica, ITU, bilirrubinúria, ATENÇÃO: Entre 1 e 14% dos escolares saudáveis podem apresentar alguma anormal idade in ic ia l no EAS → Condições fisiológicas ou condições patológicas de caráter transitório. Por isso, EAS não é exame de rotina! Academia Americana de Pediatria NÃO recomenda a realização de triagem urinária rotineira em crianças e adolescentes sadios assintomáticos (2007) A A P : L a c t e n t e s s e m c o n t r o l e esfincteriano e com cenário de febre s e m s i n a i s d e l o c a l i z a ç ã o o u comprometimento do estado geral (risco de ITU): Coleta de urocultura por cateter ização uretral ou punção suprapúbica hemoglobinúria, mioglobinúria e cristalúria maciça ↳ Odor: pungente, acre ou fétido em situações de retenção urinária e de inflamação e produção elevada de amônia (p.ex., ITU) ↳ Densidade urinária (DU): Concentração osmolar - água e solutos urinários (creatinina, cloretos, glicose, fosfatos, proteínas, sódio, sulfatos, ureia e ácido úrico) ↳ DU reduzida: Polidipsia associada ao diabetes insípidos, necrose tubular aguda, p a t o l o g i a s c o m c o m p r o m e t i m e n t o tubulointersticial ↳ DU elevada: Pode correlacionada com inadequada ingestão hídrica e desidratação ➜ Microscopia e Análise das Propriedades Químicas ↳ Hemoglobinúria → Hemólise intravascular ou lise eritrocitária no interior do trato urinário ↳ Eritrócitos > 5 p/c: ↪ Hemácias dismórficas (> 75%) e cilindros hemáticos: Hematúria glomerular – Síndrome Nefrítica ↪ Eritrócitos isomórficos → Origem do trato urinário baixo (pós-glomerular) - Nefrolitíase, ITU, adenovírus ↪ Amplo diagnóstico diferencial ↳ Proteinúria maciça (≥ 50 mg/kg/dia ou 40 mg/m2/hora): Síndrome nefrótica ↪ Amplo diagnóstico diferencial ↪ Desafio: Diferenciar proteinúria transitória em crianças saudáveis ou outras formas benignas daquelas decorrentes de doença renal ↳ Glicosúria: Hiperglicemia (≥ 180 md/dl) ou disfunção tubular proximal; Disfunção tubular generalizada: Síndrome de Fanconi ↳ Cetonúria: Distúrbios de cetogênese com alteração do metabolismo da glicose (DM descompensado), dieta cetogênica, infecções agudas, doenças hepáticas ↪ Pequena quantidade pode estar presente em crianças saudáveis após breve jejum ↳ Bilirrubinúria (BD): Obstrução do fluxo biliar ou hepatite ↳ Cristalúria: Sedimento urinário normal - significado limitado, relação com a dieta e ingestão hídrica ↪ Cristais de oxalato, fosfato e urato de sódio não indicam necessariamente relação com litogênese ↪ Cristais de cistina, tirosina, leucina, fosfato- amônio-magnesiano e colesterol: Patológico ↳ Cilindrúria ↪ Cilindros hialinos: Pacientes saudáveis, febre, exercício, uso de diuréticos, doenças glomerulares e intersticiais ↪ Cilindros granulosos: Saudáveis ou doenças glomerulares, intersticiais e infecções ↪ Cilindros graxos: Síndrome nefrótica - Cilindros céreos: Doença renal crônica ↪ Cilindros hemáticos: Glomerulonefrites, nefrites tubulointersticiais e na necrose tubular aguda ↪ Cilindros leucocitários: Pielonefrites, glomerulonefrites e nefrites tubulointersticiais. ➜ Infecção do Trato Urinário (ITU) ↳ Nitrito urinário (NU) positivo: Altamente sugestivo da presença de bacilos Gram- negativos ↳ Leucocitoesterase (LE): Sugere a presença de neutrófilos - Preditivos de ITU ↳ Leucócitos: Leucocitúria ≥ 5 a 10 leucócitos p/c ↳ Coleta adequada de urocultura são fundamentais para o estabelecimento do diagnóstico de ITU ↳ Vários falso-positivos de leucocitúria e piúria: Principalmente por contaminação ↳ Bacterioscopia: Coloração de Gram em gota de urina não centrifugada ↳ Urocultura – Coleta adequada ↳ Cateter ização uret ra l ou punção suprapúbica: ↳ Bacteriúria significativa - ≥ 100.000 UFC de uma única bactéria Exames de imagem Os estudos de imagem são guiados pelos achados da história e do exame físico ➜ Mediante hipótese diagnóstica já estipulada Radiografia abdominal ➜ Observa sobre tudo quant idade e distribuição dos gases: ↳ Há distensão gasosa? ↳ Há obstrução? ↳ Qual sua localização? ↳ Qual etiologia? Existem complicações? ➜ Inespecífica - Mas pode sugerir a presença de obstrução ↳ Impactação fecal e atresia duodenal podem ser detectadas ➜ Pneumoperitônio: Sugere perfuração e requer avaliação cirúrgica imediata Pneumoperitônio Obstrução de intestino delgado (alta) Empilhamento de moedas Fezes no cólon e reto Megacólon congênito Radiografia de Tórax ➜ Importante para a avaliação diagnóstica do aparelho respiratório➜ Indicações: ↳ Doenças de parênquima pulmonar ↳ Deformidades da caixa torácica ↳ Massas palpáveis ↳ Traumatismo ↳ Doenças cardíacas ↳ Taquipneia ➜ Permite ↳ Confirmar ou excluir infecção pulmonar suspeitada clinicamente ↳ De f in i r loca l i zação ana tômica e acompanhar a progressão ↳ Detectar complicações ➜ Interpretação correta – aspectos técnicos: ↳ Rotação: Traqueia deve ser visualizada na linha média, clavículas devem estar simétricas e equidistantes da traqueia ↳ Inspiração: Hemidiafragmas localizam-se ao nível dos 9º ou 10º arcos costais porsteriormente ↳ Penetração: Deve-se visualizar a coluna vertebral através da silhueta cardíaca Volvo - Bico de papagaio Obstrução intestino grosso (baixa) A coleta de imagens do tórax pediátrico pode ser desafiadora e delicada Antes de procurar por atelectasias, derrames pleurais ou quaisquer outras anormalidades, verificar se a técnica está adequada ➜ Posicionamento cardíaco normal ↳ 2/3 para a esquerda da linha média do tórax ↳ 1/3 restante para a direita ➜ Crianças ↳ Hemidiafragma direito é normalmente mais alto do que o esquerdo ↪ Devido ao fígado, proporcionalmente maior do que no adulto ↳ Imagem do Timo ↪ 1/3 superior do mediastino, do nascimento à idade de 2 anos: Característica de “vela” ➜ Mudanças graduais da infância à idade adulta ➜ Bebê ↳ Configuração do gradil costal é mais triangular ↳ Pulmões são mais hipertransparentes do que em crianças maiores ↳ Broncogramas podem ser visualizados no 1/3 médio dos pulmões ➜ A infecção pulmonar pode afetar: ↳ Espaços aéreos periféricos (alvéolos): Consolidação segmentar ou lobar → Bactérias ↳ Vias de condução – Reação inflamatória de brônquios e bronquíolos → Vírus ↳ Ambas as estruturas = Broncopneumonia → Bactérias principalmente ➜ Pneumonias comunitárias ↳ Interpretação equivocada da RX é a principal causa de ERRO diagnóstico ↳ Termos para descrição radiológica: ↪ Padrão acinar ↪ Opacidade ↪ Consolidação ↳ Padrões sugestivo de Pneumonia Bacteriana ↳ Broncograma aéreo ↪ Geralmente é visto em pneumonia Acinar Opacidade Consolidação ↪ Espaços alveolares ao redor dos brônquios são preenchidos por secreção e formam contraste entre as densidades ar e água. O brônquio fica pertinho e em volta a pneumonia em branco ↳ Infiltrado Intersticial ↪ Vírus e bactérias atípicas ➜ Pneumonia Bacteriana ↳ Causa importante de morbidade na infância ↳ Agentes mais frequentes: S. pneumoniae*, Haemophilus inf luenzae , S. aureus e Chlamydia Pneumoniae ↳ Achados radiográficos: ↪ Consolidação lobar ou segmentar limitada por cisura ↪ Broncograma aéreo ↪ Consolidações em fases precoces podem parecer como nódulos parenquimatosos redondos, com aspecto de massa → Pneumonias redondas ➜ Pneumonia Viral ↳ P r i n c i p a l c a u s a n a i n f â n c i a s , particularmente no menos que 5 anos de idade ↳ Edema de via aérea de condução com necrose celular e produção de muco ↳ Achados radiográficos: ↪ Espessamento peribronquial, densidades lineares; predomínio em regiões perihilares ↪ Áreas focais de opacificação ↪ Áreas de aprisionamento aéreo ↪ Atelectasias por tampões mucosos ↪ Derrame e consolidações são raros ➜ Pneumonia Atípica ↳ Mycoplasma Pneumoniae ↳ Cerca de 30% das pneumonias em crianças maiores ↳ Achados radiográficos: ↪ Afeta predominantemente o espaço intersticial, como os vírus ↪ Infiltrado reticulonodular ↪ Consolidações em fases precoces podem parecer como nódulos parenquimatosos redondos, com aspecto de massa - Pneumonias redondas ↳ Infiltrado Intersticial ↪ Vírus e bactérias atípicas ➜ Asma ↳ Doença inflamatória crônica das vias aéreas ↳ Broncoespasmo Achados radiográficos: ↳ Hiperinsuflação ↳ Infiltrados parahilares peribronquiais ↳ Atelectasias lobares ou segmentares → Interpretação incorreta como Pneumonia bacteriana Bactéria não sibila Radiografia de Seios da Face ➜ Diagnóstico da rinossinusite aguda, particularmente na população infantil é essencialmente clínico ➜ Em pediatria as radiografias de seios da face são INADEQUADAS ↳ Não sendo, portanto, suficientes também na avaliação da extensão do processo inflamatório . ➜ Particularidades e limitações: ↳ A pneumatização dos seios paranasais raramente ocorre antes dos 18 meses de idade ↳ Opacificação do seio maxilar pode ser fisiológica Ultrassonografia abdominal ➜ Procedimento não invasivo, utilizado para aval iação, seguimento, diagnóst ico e caracterização das alterações do fígado, da vesícula biliar, dos rins, do pâncreas, da bexiga, dos grandes vasos, do retroperitônio e, eventualmente, do trato gastrointestinal ➜ Exame de imagem que usa ondas sonoras de alta frequência ➜ Particularmente útil para avaliação: ↳ Dor no quadrante superior direito (doença calculosa da vesícula biliar) ↳ Estenose Hipertrófica de piloro ↳ Invaginação intestinal ↳ Testicular para criptorquidia e diagnóstico de torção testicular ↳ Trato urinário: Descartar anormalidades anatômicas (Refluxo vesicoureteral – sempre após primeiro episódio de ITU febril) ou nefrolitíase e complicações associadas ➜ Estenose Hipertrófica de Piloro ↳ Vômito de leite não digerido, não corado de bile, com início na 2º ou 3º semana de vida, piora progressivamente em 7 a 10 dias. ↪ Mais raramente, o quadro se inicia na 5º ou 6º semana ↪ USG abdominal é o exame de escolha para confirmação diagnóstica ➜ Atresia de Vias Biliares ↳ Icterícia colestática: Colúria e acolia fecal ↳ Diagnóstico de AVB: USG abdominal ↪ Sensibilidade 100% / Especificidade 67% Acurácia 83% ↳ Vesícula biliar dismórfica e com baixa repleção e poliesplenismo ➜ Intussuscepção intestinal ↳ Lactentes, maior incidência de 5 a 9 meses - Emergência médica ↳ Segunda mais comum emergência abdominal na criança ↳ Tríade clássica: Dor abdominal, fezes em “geleia de framboesa” e massa abdominal palpável ↪ Choro intenso e flexão das pernas em direção ao abdome ↪ Paroxismos de dor com esforços para defecar ↪ Fezes em “geléia-framboesa”: Primeiras 24 horas, raro até 2 dias ↳ USG: Imagem em alvo ➜ Adenite mesentérica ↳ Predomínio de dor abdominal-persistente (volta ao plantão 2-3 x) ↳ Linfonodos mesentéricos são geralmente em QID, esta condição às vezes imita apendicite ↳ USG abdome faz o diagnóstico Exames “de rotina” P a r e c e m t e r u m c e r t o e f e i t o “ tranquilizador “ para as famílias Solicitação correta não é tarefa fácil Se não der um diagnóstico em até 60 dias de vida não pode fazer a porto- entero-anastomose, após isso apenas transplante hepático, se não fizer o transplante morre, se fizer reduz qualidade e perspectiva de vida, deve tomar imunossupressor pelo resto da vida. Por isso, tem-se o alerta amarelo, todo bebê com mais de 14 dias de vida com icterícia deve dosar bilirrubina. Geram dúvidas até para os melhores profissionais Nem sempre são justificados, podendo gerar gastos desnecessários Hemograma e perfil de ferro: ➜ Pela alta prevalência da deficiência de ferro no mundo ➜ Pela deficiência poder acarretar prejuízos no desenvolvimento da criança EPF ➜ Não tem um protocolo sobre o momento ideal para ser solicitado Triagem de dislipidemia ➜ Colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos após 12 horas de jejum ➜ Antes dos 2 anos: Não há recomendação ➜ 3 a 9 anos: SE houver fator de risco ➜ 9 e 11 anos: ao menos 1 vez para TODOS ➜ Acima dos 16 anos: ao menos 1 vez para TODOS Categoria Aceitável (mg/dL) Borderline (mg/ml) Altos (mg/ dL) Colesterol Total < 170 170 - 199 > 199 HDL > 45 40 - 45 < 40 LDL < 110 110 - 129 > 129 Triglicérides (0 - 9 anos) < 75 75 - 99 > 99 Triglicérides (9 - 18 anos) < 90 90 - 129 >129 Em pediatria, quando solicitar? Divergências na literatura Hemograma e ferritina aos 12 mesesde vida American Association of Clinical Endocrinologists and American College of Endocrinology Guidel ines for management of dysl ipdemia and prevention of cardiovascular disease, 2017; V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2013; Dyslipidemia in children: Definition, screening, and diagnosis. Revisão do UpToDate, 2017
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