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Projeto de Iluminação

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1 
 
 
PROJETOS DE ILUMINAÇÃO E EQUIPAMENTOS 
AUXILARES 
1 
 
 
Sumário 
 
1.Iluminação e ambiente .............................................................................................................. 2 
2. Lâmpadas ................................................................................................................................... 8 
3. Luminárias ................................................................................................................................16 
4.Eficiência energética por meio de projetos luminotécnicos ............................................22 
5.Cálculos luminotécnicos .........................................................................................................31 
6 - Equipamentos auxiliares.......................................................................................................37 
Referências ...................................................................................................................................38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1.Iluminação e ambiente 
 
A iluminação é o recurso que nos permite ver e perceber o espaço construído. 
Sem ela, nossa experiência espacial seria bastante diferente e muito mais limitada. 
Assim como a iluminação viabiliza a visão, também sua forma de interação com o 
espaço é determinante na nossa percepção visual. 
A distribuição da iluminação permite trabalhar a hierarquização de elementos 
da composição, o destaque de objetos em relação ao seu entorno ou o 
estabelecimento da homogeneidade dos níveis de iluminação (INNES, 2014). 
Historicamente, a iluminação artificial se desenvolveu com maior força em 
ambientes industriais ou de escritórios, que tinham por característica a uniformidade 
dos níveis de iluminação, uma vez que se destinavam a atender funções laborativas, 
que requerem boas condições visuais. A qualidade da iluminação nesses espaços 
visava maior produtividade por meio da melhoria das condições de trabalho 
(GONÇALVES; VIANNA, 2001). 
Assim, os primórdios da iluminação artificial consolidaram um ideário de 
iluminação de qualidade relacionado à quantidade de iluminação existente no 
ambiente. Entretanto, desde a década de 1970, o projeto de iluminação com base em 
aspectos quantitativos já é dado como ineficiente para contemplar as necessidades 
humanas e suas capacidades perceptivas (GANSLANDT; HOFMANN, 1992). 
Atualmente, o conceito de iluminação de qualidade estabelecido pela IESNA 
(REA, 2000) (Figura 1) contempla necessidades humanas, como visibilidade, 
desempenho de tarefas, conforto visual, comunicação social, atmosfera, saúde, 
segurança, bem-estar e estética; aspectos de arquitetura, como forma, composição, 
estilo, além das legislações; e, por fim, aspectos econômicos e ambientais, como 
instalação, manutenção, operação, energia e meio ambiente. Esses critérios são 
aplicados aos projetos de iluminação conforme as funções desempenhadas pelos 
espaços iluminados. 
3 
 
 
 
Figura 1. Aspectos relacionados à qualidade da iluminação. Fonte: Adaptada de Rea 
(2000, p. 10–11) 
Em design de interiores, a criação da atmosfera do ambiente é definida pelas 
sensações causadas no observador e provocadas pelas características do espaço. A 
percepção do espaço é um processo de apreensão da realidade fundamentada nas 
relações traçadas entre o mundo percebido e experiências anteriores. Esse processo 
se dá permanentemente ao longo do tempo e é fundamentalmente subjetivo, distinto 
em cada cultura e em cada indivíduo e formador da significação das experiências, dos 
espaços e objetos. Muitas dessas associações são feitas com relações a padrões de 
luz e sombra presentes na natureza, que foram experiências inúmeras vezes, 
constituindo significações que auxiliam no processo de percepção de novos espaços 
(TREGENZA; LOE, 2015). 
A iluminação dos ambientes pode ser realizada basicamente de dois modos: 
pela luz natural e pela luz artificial. A luz natural é indispensável para a arquitetura, 
uma vez que suas variações qualitativas e quantitativas ao longo do dia (e do ano) 
são responsáveis pela regulação hormonal, influenciando o ciclo circadiano (relógio 
biológico), interferindo diretamente na saúde, no bem-estar e no estado de alerta 
humano — entre outras funções metabólicas —, sendo, assim, essencial à vida 
humana. Além das reações fisiológicas, a luz traz consequências psicológicas sobre 
nós, já que variações na intensidade e qualidade da luz provocam diferentes 
sensações (REA, 2000). A incidência de luz solar direta nos espaços interiores pode 
atingir de 60.000 a 100.000 lux, o que é considerado excessivo para o desempenho 
de funções laborativas no ambiente, enquanto a entrada de luz difusa nos ambientes 
4 
 
 
é consideravelmente menor, variando entre 5.000 e 20.000 lux. A definição da entrada 
de luz direta ou difusa é dada pela orientação solar, pelo tipo de céu e por estratégias 
de controle de entrada de luz natural. Além disso, é importante considerar que a 
entrada de radiação solar direta está associada à entrada de calor no interior da 
edificação (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2013) 
Partindo das premissas de integração, é possível estabelecer estratégias de 
projeto que definem a distribuição da luz no ambiente. Os sistemas de iluminação 
podem ser classificados segundo seus objetivos de atuação nos ambientes 
(GONÇALVES; VIANNA, 2001; INNES, 2014; TORRES, 2009; BIGONI, 2009). Ainda 
que haja variações conforme os diferentes autores, podemos classificá-los da 
para os ambientes segundo estabelecido pela norma. A distribuição das luminárias 
tende a ser homogênea e visa uniformidade de iluminâncias no ambiente e no plano 
de trabalho, o que, por consequência, conforma ambientes com flexibilidade de 
leiaute, como os laborativos, como grandes escritórios, oficinas, salas de aula, 
fábricas, etc. Em outros tipos de ambientes, além de fornecer os níveis mínimos, 
Iluminação de destaque/direcional: é a iluminação que objetiva enfatizar elementos, 
seja pelo contraste entre as intensidades luminosas entre o ponto de interesse e seu 
entorno imediato, seja pela tonalidade de luz e de cor. São comumente utilizadas 
objetivo complementar a iluminação geral fornecendo níveis de iluminação adequados 
à execução das tarefas no plano de trabalho. Pode ser uma luminária de mesa, 
pedestal ou embutida em um móvel que execute essa função. Diferencia-se da 
iluminação de destaque por seu objetivo mais funcional de complementação e por 
evitar contrastes excessivos com o entorno imediato que possam causar problemas 
de adaptação visual. Busca-se contraste na proporção de 1:5 com a iluminação geral 
e, dar-lhe 
identidade, atribuir ambiências ao espaço ou gerar novos padrões de luz e sombra no 
ambiente. Não tem por objetivo contribuir quantitativamente com a iluminação geral. 
luminárias de sinalização ou balizamento. Existem diferentes técnicas que podem ser 
aplicadas para indicar percurso. 
5 
 
 
 Em ambientes nos quais se desenvolvem funções não laborativas, a 
iluminação pode assumir formas mais cênicas, valendo-se de princípios de percepção 
para gerar efeitos visuais que contribuam na criação de ambiências e identidade dos 
espaços. A interação entre a luz e os materiais que compõem os ambientes pode criar 
efeitos bem distintos entre si. Superfícies opacas foscas dependem apenas da 
iluminância sobre elas incidente; já as superfícies lustrosas ganham maior realce 
quando iluminadas por fontes de luz puntiformes brilhantes e perdem o destaque sob 
iluminação difusa (TREGENZA; LOE, 2015). A iluminação artificial pode criar diversos 
efeitos visuais quando aplicada aos ambientes. O direcionamento, foco ou difusão, a 
abertura de fachos, a temperatura de cor são variáveis que o projetista deve manipular 
no projeto de iluminação. Algumas formas usuais foram classificadasde forma 
genérica, como você pode ver a seguir (BIGONI, 2009; TORRES, 2009; TREGENZA; 
LOE, 2015) (Figura 3). 
 Downlight: luz direcionada de cima para baixo. É a técnica mais recorrente, 
podendo ser mais focada ou difusa. 
 Uplight: luz direcionada de baixo para cima; frequentemente utilizada para 
valorização de elementos verticais, como pilares, ou criação de ritmo em 
elementos verticais contínuos mais extensos; tem grande efeito cênico e pode 
ser trabalhada com diferentes aberturas de facho. 
 Wallwash ou lavagem de parede: é o direcionamento da luz uniforme para uma 
superfície vertical. Cria a sensação de amplitude do espaço e pode ser 
simétrica ou assimétrica, conforme a distribuição de luz da luminária. 
 Grazing: é também uma lavagem de luz da superfície vertical, mas com a 
intenção de salientar texturas dos materiais, portanto, não uniforme. Em geral, 
a luminária ou o sistema de iluminação é localizado bem próximo à superfície 
vertical para gerar as sombras necessárias. 
 Backlight: é o efeito causado pela luz quando instalada em cavidade com 
difusores translúcidos (acrílicos, policarbonatos, vidros, tecidos, etc). Cria um 
plano de luz de fundo e os objetos sobrepostos a ele têm sua silhueta 
valorizada pelo efeito contraluz. 
6 
 
 
 
Figura 2. Efeito da iluminação — a) downlight, b) uplight, c) wallwash, d) 
backlight, e) grazing. 
 
 O processo perceptivo envolve os estímulos sensoriais, sejam esses visuais 
ou não, e as experiências vividas por cada indivíduo que interpreta o espaço. A 
interpretação dos estímulos é feita a partir das associações entre as experiências 
significadas e as novas experiências. Os padrões de claro e escuro e os materiais nos 
remetem a memórias que nos auxiliam a formar uma imagem do lugar a partir dos 
nossos filtros culturais e individuais. Esse processo é inconsciente e subjetivo e é 
fundamental para a percepção de ambiência dos espaços (TREGENZA; LOE, 2015). 
 
Ambiência ou atmosfera pode ser compreendida como a percepção afetiva 
do ambiente, está relacionada ao modo como as pessoas sentem o espaço 
e, portanto, tem caráter subjetivo. 
 
7 
 
 
 
 Diferentes formas de iluminar, somadas aos diversos materiais que compõem 
o espaço, criam ambientes com caráter completamente diferentes entre si, conforme 
podemos ver na Figura 4. As configurações de luz e cor dos ambientes atribuem 
identidade aos lugares, ainda que possam variar de cultura para cultura ou de pessoa 
para pessoa. Em geral, cores escuras dão sensação de fechamento, redução do 
espaço, enquanto cores claras remetem à ideia de amplitude (TREGENZA; LOE, 
2015). 
 
8 
 
 
2. Lâmpadas 
 
Existem diversos tipos de lâmpadas, que podem ser classificadas em três 
grandes grupos de acordo com o processo de produção da luz (incandescente, de 
descarga e diodo emissor de luz) (Figura 1). Dentro desses grupos, existem vários 
subgrupos, nos quais as lâmpadas se diferenciam por formatos, direcionamento da 
luz, abertura de facho, intensidade luminosa, emissão difusa ou direcional, 
temperatura de cor, durabilidade, eficiência luminosa, tipos de bases, etc. As 
características próprias de cada fonte de luz lhe conferem diferentes graus de 
adequação para as finalidades do projeto luminotécnico. Para algumas situações, o 
índice de reprodução de cor, por exemplo, pode ser indispensável para a atividade 
fim, restringindo o uso de determinadas fontes de luz que não atendam ao requisito 
mínimo (TREGENZA; LOE, 2015). Assim, é importante que o projetista de iluminação 
detenha o conhecimento das principais características das fontes de luz para fazer a 
seleção mais adequada com relação ao atendimento das necessidades do ambiente 
e seus usuários 
 
Figura 3. Lâmpadas de bulbo similares dos três grupos de lâmpadas — 
incandescente, de descarga (fluorescente compacta) e diodo emissor de luz 
(bulbo LED). 
 
As lâmpadas incandescentes de filamento de tungstênio geram luz por meio da 
passagem de corrente elétrica pelo fio de tungstênio, que, ao se aquecer, emite 
luminosidade. O filamento helicoidal de tungstênio fica dentro de um bulbo de vidro 
que contém um gás inerte no seu interior que retarda a queima do tungstênio e 
prolonga sua durabilidade. 
Esse tipo de lâmpada foi amplamente utilizado por décadas, até a 
popularização das lâmpadas fluorescentes compactas, que, por sua eficiência 
9 
 
 
energética, foram ganhando espaço nas aplicações domésticas e substituindo as 
lâmpadas incandescentes, até o completo banimento das incandescentes para fins de 
iluminação geral. Eram encontradas nas versões: bulbo claro, leitoso (difuso) ou fosco. 
O uso decorativo de lâmpadas de filamento segue sendo permitido (TREGENZA; 
LOE, 2015). 
Ainda dentro do grupo das lâmpadas incandescentes, existem as lâmpadas 
halógenas, que geram luz pela incandescência do gás halogênio presente no interior 
do seu bulbo. São mais eficientes que as incandescentes de filamento, mantendo as 
características de índice de reprodução de cor próximo a 100 e temperatura de cor na 
faixa de 2700 K a 3000 K. As halógenas podem ser encontradas em baixa tensão, que 
requerem o uso de equipamento auxiliar (transformador), ou para uso direto em 
tensão de rede (127 ou 220V). Entre as de baixa tensão, temos (SILVA, 2004): 
 Bipino: conhecida por suas dimensões reduzidas, foi utilizada em di-
versas aplicações nas décadas de 1980 e 1990. 
 Dicroicas em base MR16: é constituída por uma lâmpada bipino e um 
refletor dicroico, que reflete 2/3 do calor da lâmpada para trás do refletor 
e projeta para a frente 100% de luz e 1/3 do calor gerado. Foi 
amplamente utilizada na década de 1990 para iluminação de destaque 
e até mesmo para iluminação geral. Apresenta diferentes opções de 
abertura de facho. 
 Halospot AR: é constituída por lâmpada bipino e um refletor de alumínio 
de alta definição que dá nome à lâmpada (aluminiumreflector — AR). 
Possui versões de diferentes tamanhos de refletores (AR 70 e AR111) e 
aberturas de facho (de 2° a 24°) para iluminação de destaque. 
Diferentemente das dicróicas, as lâmpadas AR emitem todo o calor para 
a frente, não sendo recomendado seu uso para pequenas distâncias. 
Em tensão de rede, temos: 
 Lapiseira ou palito: produz luz clara e brilhante, é disponível em 
potências de 100, 150, 300 e 500 W, com base de contatos bilaterais. 
Atualmente em desuso, foi utilizada para iluminação de vitrines, facha-
das e wallwash (lavagem de parede) ou em arandelas com luz indireta. 
 Halopar: é constituída por uma lâmpada e um refletor parabólico, em 
base E-27 (tipo rosca), e pode ser utilizada tanto interna quanto 
10 
 
 
externamente para iluminação dirigida. As versões PAR 16, PAR 20 e 
PAR 30 e PAR 38 são as mais recorrentes em iluminação arquitetural. 
Dispõe de diferentes aberturas de fachos. 
 Dicroicas em base Gz10: semelhante à dicroica de baixa tensão, possui 
abertura de facho de 40° e funciona em tensão 127 e 220 V; na prática, 
não foram boas adaptações das dicroicas de baixa tensão. 
 Halopin: é uma espécie de bipino, disponível em 25, 40 e 60 W, e é a 
menor lâmpada halógena para instalação em tensão de rede. Por ter 
tamanho re-duzido, substitui bem as incandescentes comuns. Dispõe de 
bulbo anti-UV 
 
Figura 4. Modelos de lâmpadas incandescentes. 
 
O grupo de lâmpadas de descarga produz luz a partir da excitação de um gás 
ou um composto de gases. Esse processo de geração de luz é adotado em diferentes 
tipos de lâmpadas, como as lâmpadas de vapor de mercúrio de baixa e alta pressão, 
lâmpadas de vapor de sódio de baixa e alta pressão, lâmpadas de vapor metálico, 
11 
 
 
lâmpadas de indução e lâmpadas de luz mista. Têm por característica trabalhar 
associadas a equipamento auxiliar (reator e ignitor), que tem a função de dar alta 
voltagem para a partida do acendimento e posterior estabilização. O comprimento de 
ondada luz varia de acordo com a pressão e o tipo de gás utilizado no interior da 
lâmpada, definindo, também, o índice de reprodução de cor (TREGENZA; LOE, 2015). 
As lâmpadas fluorescentes são compostas por vapor de mercúrio à baixa 
pressão em tubo com uma camada de fósforo no seu interior. A temperatura de cor 
pode variar de 2700 K a 6500 K e o índice de reprodução de cor vai de 65 a 95. Sua 
eficácia luminosa e durabilidade são superiores às incandescentes, variando 
conforme sua geração e modelo. Produzem na faixa de 20—96 lm/W e têm vida 
mediana de 16000 horas (SILVA, 2004). Dispõem basicamente de três tipos de 
modelos: Tubulares: a evolução da família de lâmpadas tubulares (Figura 3) se deu 
pela redução do diâmetro do tubo, aumento da eficiência, vida útil e qualidade de luz 
(IRC e temperatura de cor). As precursoras foram as T12, seguidas das T-10, T-8 e 
T-5. 
 
Figura 5. Modelos de lâmpadas fluorescentes tubulares. 
 
Compactas sem reator integrado: são modelos de lâmpadas que necessitam 
de reator para seu funcionamento, podendo ser dimerizadas com uso de reator 
compatível. Possuem alta eficiência luminosa, sendo apropriadas para luminárias 
pequenas e downlights. Disponíveis em duas temperaturas de cor — 2700 e 4000 K. 
o: semelhantes às anteriores, mas com reator 
integrado e base E-27 (tipo rosca), que permite a substituição direta de 
incandescentes por fluorescentes compactas. Não admitem dimerização e são 
impróprias para utilização com sensores de presença ou minuteiras, visto que sua vida 
média é calculada para oito acendimentos diários. 
12 
 
 
 
Figura 6. Modelos de lâmpadas fluorescentes compactas integradas e não 
integradas. 
 
As lâmpadas de descarga de alta pressão também operam com auxílio de 
equipamento para partida e estabilização. As lâmpadas de vapor de mercúrio de alta 
pressão existem desde 1930, inicialmente produzindo luz de baixa, com eficiência 
variando de 33 a 57 lm/W. Foram amplamente utilizadas em iluminação pública e 
industrial, tendo índice de reprodução de cor entre 40 e 50 e temperatura de cor 
variável de acordo com o tipo de lâmpada. Dentre as lâmpadas de descarga, é 
possível encontrar fontes de luz com melhor qualidade que essa (SILVA, 2004). 
As lâmpadas mistas surgiram após as lâmpadas de mercúrio e são a 
combinação do funcionamento da lâmpada incandescente com a lâmpada de 
mercúrio. A partida da lâmpada acontece a partir do aquecimento e consequente 
acendimento de um filamento incandescente dentro do bulbo do tubo de descarga. A 
movimentação dos elétrons dentro do tubo vaporiza o mercúrio, dando sequência ao 
seu funcionamento. Não faz uso de reator, funcionando apenas em tensão de 220 V. 
Foi bastante utilizada em iluminação pública em função da facilidade de substituição 
das lâmpadas incandescentes, servindo como solução intermediária, apesar dos seus 
inconvenientes de funcionamento. Atualmente, está em desuso (SILVA, 2004). 
 As lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão funcionam a partir do 
lançamento de corrente elétrica no tubo cerâmico de descarga preenchido com vapor 
13 
 
 
Para saber as características exatas de cada lâmpada específica, consulte o site 
dos fabricantes das lâmpadas 
 
de sódio. Utilizam reator e ignitor para a elevação de tensão necessária à partida da 
lâmpada. São disponíveis em formato de bulbo elipsoidal e tubular, com base E-27 ou 
E-40 (base de rosca). São conhecidas por sua luz de coloração alaranjada e são 
altamente eficientes, oferecendo de 70 a 180 lm/W. Entretanto, possuem índice de 
reprodução de cor muito baixo, não atendendo a requisitos de diversas funções em 
iluminação. Foram, e ainda são, utilizadas em iluminação pública, mas vêm sendo 
gradualmente substituídas por lâmpadas de descarga de maior qualidade ou por 
diodos emissores de luz. Sua durabilidade está entre 15 e 20 mil horas (SILVA, 2004). 
 As lâmpadas de vapor metálico oferecem luz com temperatura de cor entre 
3000 K e 4200 K, eficiência entre 92 lm/W e125 lm/W e índice de reprodução de cor 
entre 85 e 90. Têm por característica acendimento pleno não imediato, necessitando 
de um tempo para atingir sua quantidade de luz esperada. Todos os modelos 
demandam a utilização de reator e ignitor para seu funcionamento. 
 
 
 
 
As lâmpadas de cátodo frio também são lâmpadas de descarga tubulares, 
podendo ser produzidas em diâmetros e comprimentos variados, conforme 
especificação de projeto. Compreendem uma gama bastante diversa de temperatura 
de cor e cor e apresentam eficiência energética variável conforme a coloração e as 
dimensões do tubo. Sua vida útil é de aproximadamente 100.000 h. As lâmpadas de 
indução, também conhecidas como endura, geram a excitação das moléculas de 
mercúrio por meio da indução magnética provocada por bobinas. Têm alta eficiência 
luminosa, vida útil de 60.000 h e são indicadas para locais com pé-direito elevado, de 
difícil acesso (SILVA, 2004). 
Os diodos emissores de luz (LEDs) são compostos por materiais 
eletroluminescentes semicondutores que emitem luz quando há passagem de 
corrente elétrica e são fontes de luz em estado sólido (Figura 6). Embora os LEDs 
existam desde a década de 1930, sua popularização aconteceu na década de 1990, 
quando foi criado o LED azul de alta intensidade, que permitiu a produção de luz 
branca pela adição de cores — vermelho, verde e azul, o sistema RGB (INNES, 2014). 
14 
 
 
Apresentam como vantagens em relação à maioria das demais fontes de 
iluminação a alta eficiência energética e vida útil, além das possibilidades de cor e 
temperatura de cor, baixa emissão de calor ao ambiente e tamanho reduzido, 
facilitando enormemente a integração com a arquitetura e a não emissão de raios 
ultravioleta e infravermelho. Podem ser controlados por automação, com a 
possibilidade de dimerização e programação de cores, conforme modelo de lâmpada 
e sistema de controle. As lâmpadas LEDs necessitam de drivers para seu 
funcionamento, podendo ser incorporados à lâmpada ou não (LAMBERTS; DUTRA; 
PEREIRA, 2014). 
 Apesar da eficácia da lâmpada LED, é importante considerar os efeitos que os 
equipamentos óticos produzem sobre a emissão de luz (INNES, 2014). Existem, 
também, os chamados oleds — organic leds — que são painéis eletroluminescentes, 
lâminas finas e flexíveis, que geram luz com fluxo lu-minoso elevado em uma 
superfície luminosa (não pontos de luz). No entanto, essa tecnologia ainda precisa ser 
desenvolvida (INNES, 2014). 
É interessante lembrar que a tecnologia de LED pode ser encontrada em 
formatos como lâmpadas de bulbo com difusores, lâmpadas com lentes, em 
concentração de facho de luz, associada em fita ou barra com acabamento em difusor 
ou lentes colimadoras, placas com LEDs múltiplos, tubos de LED ou integrados 
diretamente em luminárias (CHING; BINGELLI, 2017) 
 
Utilização das lâmpadas 
Após a definição do conceito do projeto de iluminação, é possível realizar a 
seleção de lâmpadas, bem como de luminárias e sistemas de controle de luz. A 
escolha das lâmpadas é decisiva para a qualidade da iluminação dos espaços, bem 
como para as definições dos possíveis sistemas de controle e custos de operação 
(TREGENZA; LOE, 2015). Para o atendimento das necessidades e do conceito de 
iluminação do projeto, devem ser observados alguns aspectos referentes às 
modelagem e brilho: a modelagem pode ser obtida por luz direcional, gerando 
sombras que revelam as nuances dos volumes; o brilho da luz valoriza a superfície 
dos materiais, revelando suas características de refletância, e varia conforme a 
15 
 
 
varia de acordo com a distribuição espectral da luz. Rendimento cromático: refere-se 
ao índice de reprodução de cor da fonte de luz, define a fidelidade da reflexão da cor 
das superfícies; é uma característica relevante em projetos nos quais a avaliação das 
cores é importante, tais como galerias de arte, lojas de tecidos, etc.;existem 
parâmetros mínimos estabelecidos para cada tipo de ambiente. 
 Fluxo luminoso: é o pacote de lumens oferecido pela fonte luminosa; um 
ambiente pode ter o mesmo nível de iluminância média com a utilização de 
poucas lâmpadas de alto fluxo ou com maior quantidade de lâmpadas de menor 
fluxo luminoso. 
 Eficiência luminosa: considera a relação de iluminância por unidade de 
potência (lm/W); é tida como boa a eficiência acima de 80 lm/W, regular de 50 
a 80 lm/W e ruim abaixo de 50 lm/W. 
 Vida média: considera-se boa acima de 10.000 h, regular entre 2000 h a 10.000 
sistema para iniciar a operação. 
 Custo total: considera o custo inicial de implantação, somados aos custos de 
manutenção e operação do sistema de iluminação ao longo do seu período de 
operação. 
 Controle: as diferentes fontes de luz possuem diferentes características de 
controle (dimerização). 
 Acionamento/acendimento: as lâmpadas possuem diferentes comportamentos 
de acendimento e reacendimento. Incandescentes halógenas têm acendimento 
e reacendimento sem restrições, assim como as fluorescentes. Já as lâmpadas 
de descarga de alta pressão necessitam de um período de “aquecimento” até 
produzirem o total de fluxo da lâmpada, assim como o reacendimento só é 
possível após período de resfriamento. 
 Ganho térmico: o ganho térmico pela iluminação deve ser considerado com 
relação à função a ser exercida no local, aos objetos submetidos à luz e à 
possível deterioração que o calor pode causar. 
 Tipo de radiação: as lâmpadas podem emitir radiação infravermelha (calor), 
como as incandescentes, e radiação ultravioleta, como algumas lâmpadas de 
descarga de alta pressão, quando não possuem filtros. 
 
16 
 
 
3. Luminárias 
Na execução de um projeto de interiores em ambientes, pensa-se nos móveis, 
nas cores e nos elementos que farão parte desses espaços. Porém, uma etapa 
importante a ser lembrada é a do projeto luminotécnico, que, além de especificar como 
será a iluminação nos ambientes, é usado para destacar algum elemento específico, 
esconder algum defeito ou dar vida a um local por meio da determinação dos pontos 
de luz, dos efeitos luminosos e dos tipos de luminárias que farão parte desses 
espaços. 
Tregenza e Loe (2015) definem luminárias como aparelhos com lâmpadas que 
possuem a finalidade de proteger as lâmpadas, direcionar ou focar um feixe de luz, 
difundi-lo e diminuir o ofuscamento, além de proporcionar a composição na 
decoração. Elas existem em diversos tipos para atender às diferentes propostas de 
projetos. Quando aliadas aos vários estilos, compõem um ambiente conforme o 
design definido e as características dos usuários. 
Veja, a seguir, os tipos de luminárias, classificadas de acordo com Ching e 
Binggeli (2017). Conforme o local que são instaladas, podem ser de teto, de mesa, de 
piso e externas. Luminárias de teto são aquelas que proporcionam uma iluminação 
uniforme, a partir do alto, em todo o espaço. Podem ser de sobrepor ou embutidas. 
As de sobrepor são luminárias fixadas no forro ou na laje, ficando expostas. 
Conforme Ching e Binggeli (2017), existem quatro tipos de luminárias de 
sobrepor: spots, pendentes, lustres e plafons. Confira as definições de cada uma delas 
segundo os autores. 
 Spots: luminária de teto com característica funcional, é uma peça direcionável. 
É utilizada para iluminar algum objeto específico, como um canto do ambiente, 
quadros ou objetos de arte, criando um ponto focal. Às vezes, os spots são 
utilizados em trilhos eletrificados, permitindo a movimentação e o 
direcionamento das lâmpadas 
17 
 
 
 
Figura 7. Sala com spots em destaque 
 
 Pendente: é uma luminária de teto com característica funcional, também 
utilizada como peça decorativa. As luminárias pendentes são presas no teto 
por fios elétricos ou cabos 
 
Figura 8. Luminária pendente em um espaço. 
 
 Lustre: luminária de teto com característica decorativa, é o centro de interesse 
de algum espaço. A depender do modelo escolhido, pode ser utilizado para a 
iluminação geral. Geralmente, é formada por múltiplas ramificações para 
variadas lâmpadas. Os lustres podem variar entre peças muito antigas, feitas 
de metais pesados e cristais importados, a peças simples (CHING; BINGGELI 
2017) 
18 
 
 
 
Figura 9. Exemplo de lustre 
 
 Plafon: luminária de teto com característica funcional, instalada próxima ao teto 
e destaque do ambiente. Pode causar dois efeitos de iluminação: luz indireta 
ou difusa. Na iluminação indireta (Figura 4), o plafon irradia luz em direção ao 
teto, refletindo-a para o espaço. Já o plafon com luz difusa proporciona uma 
iluminação mais direta (Figura 5) (CHING; BINGGELI 2017). 
 
Figura 10. Luminárias plafon em um ambiente (iluminação difusa). 
 
As luminárias de embutir são aquelas encaixadas em forros de gesso, paredes 
e lambris de madeira. São muito utilizadas para destacar algum elemento em um 
ambiente por oferecer uma iluminação focal. Os tipos de embutidos são variados, 
existem com fechamento em vidro ou acrílico, embutidos sem fechamento e 
embutidos direcionáveis ou não (CHING; BINGGELI,2017). 
Existem vários formatos de luminárias de embutir, e a escolha do tipo a ser 
utilizado deve ser feita em função das especificações do cliente e do tamanho do 
19 
 
 
espaço em que serão usadas as luminárias. O tamanho do produto é diretamente 
proporcional ao tamanho do ambiente ou local em que ele será instalado (CHING; 
BINGGELI, 2017). 
As luminárias de mesa, de acordo com Ching e Binggeli (2017), têm 
característica funcional e design variado. Elas servem para fornecer uma iluminação 
de leitura, apoiadas, geralmente, em mesas de leitura, mesas de centro ou mesas 
laterais de sofá. Também têm a função de suavizar a ilumi-nação do ambiente, criando 
uma sensação de aconchego. Podem ser de dois tipos: abajures ou foco dirigível. 
 Abajures: a origem da palavra vem do francês abat-jour (e significa “abaixar a 
luz”). Ching e Binggeli (2017) comentam que, no abajur, a luz vista é “quebrada” 
por uma cúpula 
 Luminária de foco dirigível: Ching e Binggeli (2017) definem esse tipo como 
luminárias que emitem luz direta e que são utilizadas, geralmente, em 
bancadas de estudos ou de trabalho 
 As luminárias de piso, segundo Ching e Binggeli (2017), são luminárias 
funcionais e similares às de mesa, mas que são apoiadas no chão. Servem 
como facilitadores de leituras ou decoração 
 
As luminárias externas são luminárias utilizadas para a iluminação de áreas 
externas e podem ser arandelas externas ou refletores. Ainda assim, há luminárias 
com especificações de proteção determinadas pelos Índices de Proteção, como o 
IP65, IP66 e IP67, importantes para as luminárias externas, que estarão expostas às 
intempéries externas, de acordo com Ching e Binggeli (2017). 
 Arandela: luminária que se instala em paredes e que produz efeitos diferentes 
a depender do material com que é fabricada. As arandelas, comumente 
utilizadas em áreas externas, podem ser encontradas em alguns ambientes 
internos. Por exemplo, elaborada com cúpula, a arandela torna o ambiente 
mais aconchegante; fabricada em vidro ou policarbonato, a luz que emite será 
mais difusa, de acordo com Ching e Binggeli (2017) 
 Refletor: trata-se de uma luminária técnica, utilizada em jardins, fa-chadas ou 
como elemento de segurança. Reflete, a depender do tipo de lâmpada utilizada 
e da potência, uma luz forte e incide em uma área ampla, de acordo com Ching 
e Binggeli (2017). 
 
Iluminar um ambiente não só é dar a ele uma determinada quantidade de fluxo 
luminoso, mas também idealizar condições com a luz para que as funções ejam 
desenvolvidas de maneira eficaz e confortável. Portanto, para criar uma iluminação 
20 
 
 
com as luminárias adequadas para um ambiente, é importante conhecer como a 
iluminação se processa (TREGENZA; LOE, 2015). 
A seguir,serão apresentadas as características de luminotécnica das 
luminárias que devem ser consideradas ao desenvolver um projeto. 
 Intensidade luminosa (I): é a quantidade de luz que uma fonte emite em uma 
direção específica. A sua medida está vinculada diretamente à direção dessa fonte 
luminosa, já que as fontes de luz não emitem a mesma quantidade de luz em todos 
os pontos direcionados. A sua unidade de medida é candela (cd). 
 Iluminância (E): definida como o fluxo de luz que incide sobre um espaço 
situado a uma distância da fonte, ou seja, é a quantidade de luz que está 
chegando a um determinado ponto. A iluminância é expressa na unidade de 
medida lux e é medida pelo aparelho chamado luxímetro. Observe a equação 
a seguir para calcular a iluminância: 
Onde: Ø = fluxo luminoso, em lúmens S = área da superfície iluminada, em m2 
E = iluminância, em lux 
 
 
A ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 normatiza a iluminância de interiores, 
definindo os níveis mínimos de iluminância média para um determinado ambiente em 
função das funções que serão executadas nesse ambiente, proporcionando um 
conforto visual (ASSOCIAÇÃO..., 2013). 
 Luminância (L): é a medida dada pela sensação de claridade estimulada por 
uma fonte luminosa ou por espaço iluminado e processada pelo cérebro. A 
luminância depende tanto do nível de iluminamento quanto das características 
de reflexão das superfícies e é dada em candela/m2 . É definida pela razão da 
intensidade luminosa (dI), que incide em um ponto, para a área dA aparente 
vista pelo observador quando essa área tende a zero. Área aparente significa 
que é a área projetada, aquela que é vista pelo observador. 
 
Onde: L = luminância, em cd/m2 
A = área da superfícia, em m2 
 α = direção da observação, em graus 
I = intensidade luminosa, em cd 
21 
 
 
 Eficiência luminosa (η): é a razão entre o fluxo luminoso e a quantidade de 
energia total consumida. Também é chamada de rendimento luminoso. Sua 
unidade de medida é lm/w (lumen/watt). 
 
Onde: η = eficiência luminosa, em lúmen/Watt 
 Ø = fluxo luminoso, em lúmen 
P = potência consumida, em Watt 
A eficiência luminosa é considerada no momento em que se analisa o custo-
benefício, já que o custo inicial da compra de uma luminária e de uma lâmpada poderá 
ser restituído no decorrer de sua vida útil em função da economia de energia elétrica. 
 Refletância (ρ): parte do fluxo de luz que incide sobre uma superfície é 
absorvido, uma parte refrata e outra parte é refletida. A refletância é a razão 
entre o fluxo luminoso incidente sobre um ponto e o fluxo luminoso refletido. 
 
Onde: ρ = refletância 
Ø refletido = fluxo luminoso refletido 
Ø incidente = fluxo luminoso incidente 
 
O valor da refletância das superfícies de um ambiente está diretamente 
relacionado com a cor e o tipo de material das suas superfícies. A iluminância do 
recinto será maior quanto maior for a refletância das superfícies de um ambiente, o 
que facilita a distribuição do fluxo luminoso. 
 
22 
 
 
4.Eficiência energética por meio de projetos luminotécnicos 
 
A sustentabilidade está diretamente ligada à eficiência energética, de modo que 
o projeto luminotécnico é um dos grandes responsáveis pelo significativo consumo de 
energia elétrica em uma edificação. Para minimizar os impactos causados pelo 
consumo, o projeto luminotécnico pode propor o uso adequado da luz natural, a fim 
de reduzir o consumo de luz artificial; a correta especificação do sistema de iluminação 
natural; o sistema de iluminação artificial, visando a máxima eficiência energética para 
atender aos objetivos do projeto e a utilização de sistemas automatizados de 
iluminação artificial, conectados a controle de incidência de luz natural. Devemos 
considerar, também, o aumento da carga térmica devido às fontes luminosas 
existentes nos ambientes, independentemente de serem naturais ou artificiais 
(TOLEDO, 2008). 
 A complementaridade entre a iluminação artificial e a natural proporciona 
eficiência energética e qualidade aos ambientes. Para realizar essa integração, o 
projetista precisa compreender os conhecimentos básicos de ambos os tipos de 
iluminação e dos equipamentos a serem utilizados no projeto arquitetônico. O 
arquiteto deve apontar o sistema de iluminação natural adequado na fase de projeto, 
com a especificação das janelas, cores e a própria volumetria, sendo esses itens os 
responsáveis pelo desempenho do sistema de iluminação natural na edificação. Se 
esses sistemas não forem considerados durante o projeto, a solução possível será 
complementar o ambiente com iluminação artificial (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 
2014). 
Tregenza e Loe (2015) indicam os seguintes tópicos como os constituintes do 
projeto luminotécnico: ambiência e lugar; tarefas visuais e exposição; saúde; custos 
iniciais e custos operacionais; regulamentos e normas; instalação e manutenção; 
eficiência no consumo de energia; e integração de arquitetura. Os autores afirmam 
que as iluminações naturais e artificiais devem ser pro-jetadas conjuntamente, pois se 
complementam e, assim como em qualquer projeto, podem ser um processo de 
tentativa e erro, devendo haver análise de possibilidades e condicionantes — sendo 
uma parte complexa da arquitetura. Uma edificação sustentável deve ter essas 
premissas desde o momento da sua concepção, pois sustentabilidade não é algo que 
possa ser adicionado posteriormente ao edifício; esse conceito requer postura mental 
23 
 
 
dos projetis-tas e dos usuários da edificação para que seja utilizado da maneira correta 
(TREGENZA; LOE, 2015). 
Tregenza e Loe (2015) afirmam que há encorajamento para preferência da uti-
lização da luz diurna e do controle da iluminação conforme necessário. Os autores 
salientam que, ao especificar a eficiência no consumo de energia com relação à 
quantidade de eletricidade que um sistema de iluminação consome por ano, o controle 
principal seria o consumo de energia no decorrer da vida útil do sistema. 
Os sistemas de iluminação artificial são constituídos por luminárias, lâmpadas 
e os seus equipamentos complementares, como transformadores e reatores. São 
responsáveis por gerar o fluxo luminoso que é irradiado pelo conjunto luminária + 
lâmpada (TOLEDO, 2008). 
Lâmpadas, luminárias, sistemas de controle, janelas e demais equipamentos 
de iluminação apresentam desempenho e qualidades distintos devido à tecnologia 
empregada durante a sua fabricação. A eficiência do sistema de iluminação artificial 
está diretamente ligada ao desempenho dos equipamentos utilizados e da sua perfeita 
integração com o sistema de iluminação natural (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 
2014). 
 A iluminação em LED apresenta maior eficiência energética se comparada à 
iluminação tradicional, como incandescentes, halógenas e de descarga, que 
consomem maior quantidade de energia elétrica (BELTRAME; SCHERER, 2015). 
O sistema de iluminação com LED apresenta-se sustentável durante todo o seu 
processo produtivo, sua vida útil e seu descarte. É composto por um semicondutor 
que não prejudica o meio ambiente ao ser energizado para produzir luz. Durante o 
seu uso, emite raios ultravioleta e infravermelho, que garantem a preservação das 
características do elemento, como cor e textura; reduz significativamente o consumo 
de energia; amplia a sua vida útil; apresenta estabilidade térmica, resistência alta a 
impactos e vibrações; pode ser dimerizado; tem um bom índice de reprodução de cor 
e dimensões reduzidas e pode ser descartado em lixo comum (BELTRAME; 
SCHERER, 2015). 
Para obter otimização energética em edifícios educativos, deve-se integrar os 
conceitos de eficiência energética, redução de energia, respeito ao meio ambiente, 
24 
 
 
sustentabilidade e uso de energias renováveis. A otimização do sistema de iluminação 
é tão importante que a Figura 7 demonstra que 26% do consumo de energia elétrica 
em edifícios educativosse deve a essas instalações (ARROYO GARCÍA, 2016). 
 Arroyo García (2016) também indica que a diretiva 2010/31/EU da União 
Europeia apresenta as seguintes diretrizes para melhorar a eficiência energética em 
edifícios: as condições climáticas e as particularidades do local, o ambiente interno e 
o custo-benefício. Com os estudos realizados, Arroyo García (2016) indicou uma série 
de modificações estratégicas classificadas do menor índice de impacto ao maior 
índice que acarretam inversão econômica inicial e economia de energia: 
 1. Criação de grupos de luminárias no sentido longitudinal; 
2. substituição de lâmpadas de tubos fluorescentes por lâmpadas de tubo LED; 
3. Substituição da equipe auxiliar de reator eletromagnéticos primer e capacitor 
por um reator eletrônico regulável; 
4. substituição total do sistema de luminárias de superfície fluorescente pelo 
sistema de luminárias de LED embutidas com difusor. 
 Ressalta-se que é necessário seguir precisamente a primeira estratégia para 
que as demais atuem com todo o seu potencial. Tregenza e Loe (2015) apresentam 
os seguintes critérios para otimizar o consumo de energia elétrica por meio da 
iluminação: 
 otimizar a iluminação diurna; 
 determinar onde a iluminação se faz necessária e localizar a iluminação 
artificial de acordo com a necessidade encontrada; 
 utilizar lâmpadas e luminárias de alta eficiência; e 
 desligar a iluminação de áreas que não estão sendo ocupadas. 
 
Além da iluminação, o controle dos sistemas também apresenta grande 
influência na eficiência energética de uma edificação, devendo ser estabelecido na 
realização do projeto. Para uma edificação que abrigará escritórios alugados, 
Tregenza e Loe (2015) apontam um arranjo geral de luminárias eficientes 
instaladas no teto, mesmo que a iluminação seja adequada para utilização sobre o 
plano de trabalho, sendo essa maneira considerada pelos autores como a mais fácil, 
mas não a mais adequada. Os autores ainda sinalizam os seguintes fatores como os 
25 
 
 
responsáveis por afetar o consumo de energia elétrica: produção de luz, aspectos 
óticos das luminárias, controles, contexto de projeto, normas de projeto e desempenho 
ao longo da vida útil. 
A produção de luz é composta pela eficácia de sua vida útil, desempenho das 
cores, oscilações e características de partida, como, aquecimento, reacionamento e 
dimerização. Os aspectos óticos das luminárias são compostos pela distribuição da 
intensidade e a eficácia ótica. Os controles correspondem aos interruptores comuns, 
dimmers, sensores de ocupação e luz natural, interações dos usuários, por meio de 
sistemas manuais e automáticos, e conexão com automação predial. O contexto de 
projeto compreende a disponibilidade de luz natural, o formato e o tamanho do 
ambiente, a cor e a refletância das superfícies, ganhos térmicos e necessidade de 
acesso. As normas de projeto abrangem as áreas de saúde, luminosidade e caráter 
do cômodo, cor, tarefas visuais e exposição. Já o desempenho ao longo da vida útil 
corresponde a manutenção e substituição, origem dos equipamentos e materiais e 
descarte da instalação após certo tempo. 
 As lâmpadas incandescentes e de descarga são consideradas elétricas, sendo 
classificadas quanto ao seu processo de emissão de luz. Em termos de desempenhos, 
são analisados: a vida útil, o rendimento luminoso, a temperatura e o índice de 
reprodução de cor. As lâmpadas fluorescentes, tipo HO, devem ser utilizadas em 
ambientes que necessitam de bom conforto visual, por meio de alta luminosidade e 
boa reprodução de cores; indicadas para supermercados e indústrias, podem ser 
instaladas entre 3 e 6 m de altura. Já as fluorescentes, do tipo tubulares, apresentam 
as mesmas exigências das HO, mas devem ser instaladas no máximo a 3 m de altura, 
sendo indicadas para lojas e escritórios. As lâmpadas de vapor metálico são indicadas 
para grandes áreas que necessitem de uma excelente qualidade de luz, ou seja, 
extremamente branca e brilhante, com boa reprodução de cores, indicadas para 
indústria e comércio. 
As lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão são indicadas para áreas 
externas e indústrias com um pé-direito elevado, mas que não necessitem de luz clara 
e boa reprodução de cores, pois possuem uma luz branco-amarelada. As lâmpadas 
de vapor de mercúrio são indicadas para grandes áreas, como estacionamentos, 
jardins, fachadas e iluminação pública, por apresentarem uma luz branco-azulada, 
26 
 
 
baixo índice de reprodução de cores e pequena eficiência energética (ARAÚJO et al., 
2018). 
 Pode-se resumir que as lâmpadas incandescentes são aplicadas de forma 
pontual, decorativa ou onde a iluminação é intermitente. As lâmpadas de descarga de 
baixa pressão são indicadas para ambientes climatizados, tratando-se de 
fluorescentes, e para iluminação pública, tratando-se de lâmpadas de sódio de baixa 
pressão. Já as lâmpadas de alta pressão devem ser utilizadas onde se necessita de 
uma fonte de luz intensa, econômica e contínua. 
Entretanto, as lâmpadas fluorescentes, de vapor metálico, de vapor de mercúrio 
e vapor de sódio de alta pressão necessitam de um dispositivo específico para 
estabilização da corrente e ignição, conhecidos como reatores; os do tipo 
eletromagnéticos apresentam uma perda de 25% da potência das lâmpadas, 
enquanto os eletrônicos perdem 10% (ARAÚJO et al., 2018). 
É muito comum que as lâmpadas sejam definidas para utilização em um projeto 
por meio de sua vida útil, que é a média aritmética do tempo de duração averiguado 
durante os ensaios — esse dado é apresentado em horas (OSRAM, 2009). O 
desempenho de uma lâmpada é indicado pela relação de sua vida útil com a sua 
eficiência energética 
 Além das lâmpadas, as luminárias são um importante fator a ser considerado 
ao se tratar de eficiência no desempenho do sistema como um todo, pois absorvem 
parte da luz emitida e emitem o restante para o espaço. O fator de emissão depende 
dos materiais empregados na sua construção, da refletância das suas superfícies, da 
sua forma, dos dispositivos de proteção para as lâmpadas e do seu estado de 
conservação. A luminária pode modificar o fluxo luminoso por meio do controle, da 
distribuição e da filtragem do fluxo emitido, desviando, por defletores, para certas 
direções ou, até mesmo, reduzindo a quantidade de luz, a fim de minimizar o 
ofuscamento (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014). 
A Comissão Internacional de Iluminação (CIE) apresenta uma classificação 
para luminárias de uso geral, levando em consideração o fluxo luminoso de cada uma. 
A Comissão salienta as luminárias classificadas como indireta e direta como as 
mais usuais e, também, como as que apresentam maior eficiência energética. A 
27 
 
 
iluminação direta direciona para baixo um percentual de 90 a 100% do fluxo luminoso 
produzido pela lâmpada; já a luminária indireta apresenta esse mesmo percentual 
direcionado para cima — as demais classificações apresentam reduções significativas 
no direcionamento do fluxo luminoso. 
A sensação que o projetista deseja transmitir e a necessidade luminosa no 
ambiente serão os fatores determinantes para a escolha do tipo de luminária ideal. Ao 
realizar a distribuição de lâmpadas em um ambiente, tem-se por principal objetivo 
complementar a luz natural. Comumente, faz-se o acionamento por apenas um 
interruptor, mas Lamberts, Dutra e Pereira (2014) indicam o estudo do ambiente, como 
a posição das aberturas e a funcionalidade, para só então definir a forma de 
acionamento. Locais como salas de aula que apresentam recursos audiovisuais 
poderiam apresentar o acionamento das lâmpadas próximas ao quadro de exibição 
separadamente das demais, para que elas fossem mantidas desligadas durante a 
utilização desses recursos, assim como a separação do acionamento de luminárias 
próximas a janelas, que, em determinados horários, podem ser acionadas depois dasque se apresentam mais afastadas das aberturas. 
Dessa maneira, é possível garantir que a iluminação artificial irá complementar 
a natural e, consequentemente, não haverá dispêndios desnecessários de energia 
elétrica. Os autores indicam, ainda, a iluminação de tarefa como uma importante 
aliada na complementação da iluminação natural, possibilitando a utilização da 
iluminação de fundo, conhecida também como iluminação ambiente, apenas quando 
ela for realmente necessária, ou seja, quando a iluminação natural não atender mais 
às necessidades luminosas do ambiente. Além de melhorar as condições gerais de 
luz em um ambiente, a integração correta entre a iluminação natural e a artificial 
mantém o conforto ambiental, independentemente da iluminação externa. 
Equipamentos de qualidade empregados efetivamente e um bom projeto 
proporcionam melhorias visuais e qualidade ambiental, elementos que compõem a 
eficiência energética em luminotécnica. Para se obter um projeto eficiente e com 
iluminação de qualidade, deve-se incluir: integração com a luz natural, iluminação de 
tarefa, uso de sistemas de controle eficazes e uso de tecnologias mais eficientes de 
iluminação (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014). 
28 
 
 
 Um projeto luminotécnico adequado proporciona conforto e bem-estar aos 
usuários, de modo que o projetista é o responsável por atender às expectativas do 
cliente, sejam elas sensações ou elementos concretos. A escolha correta das 
lâmpadas, luminárias, cores aplicadas no ambiente, dos vãos de aberturas, orientação 
solar e condições climáticas é de extrema importância na tomada de decisões; por 
isso, esses elementos devem ser analisados e avaliados conforme as condições a 
serem atendidas. Salienta-se que há maior facilidade em obter um ambiente eficiente 
energeticamente com a adequação correta do projeto luminotécnico juntamente ao 
projeto arquitetônico, pois a iluminação natural deve ser pensada antes mesmo da 
definição da volumetria. 
Normas de dimensionamento luminotécnico 
 Com o desenvolvimento dos estudos e pesquisas sobre iluminação, centros 
de pesquisa renomados no mundo foram criando parâmetros e normas que orientam 
a aplicação da luz natural e artificial no ambiente construído. Para citar algumas das 
principais, temos, a europeia CIE (Commission Internationale de l'Eclairage) e a 
americana IES (Illuminating Engineering Society). No Brasil, temos a ABNT 
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), que regulamenta a NBR ISO/CIE 8995-
1, que trata de ambientes internos de trabalho. Essa norma se baseia nos parâmetros 
e conceitos das normas internacionais. Segundo a NBR ISO/CIE 8995-1: 
Uma boa iluminação propicia a visualização do ambiente, permitindo que 
pessoas vejam, se movam com segurança e desempenhem tarefas visuais de 
maneira eficiente, precisa e segura, sem causar fadiga visual e desconforto. Uma boa 
iluminação requer igual atenção para quantidade e para qualidade da iluminação. 
Embora seja necessária a provisão de uma iluminância suficiente em uma tarefa, em 
muitos exemplos a visibilidade depende da maneira pela qual a luz é fornecida, 
características da cor da fonte de luz e da superfície em conjunto com nível de 
ofuscamento do sistema. Nessa Norma foi levado em consideração não apenas a 
iluminância, mas também o limite referente ao desconforto por ofuscamento e o índice 
de reprodução de cor mínimo da fonte para especificar os vários locais de trabalho e 
tipos de tarefas. Os parâmetros para criar as condições visuais confortáveis estão 
propostos no corpo desta Norma. Os valores recomendados foram considerados, a 
fim de representar um balanço razoável, respeitando os requisitos de segurança, 
saúde e desempenho eficiente do trabalho (ASSOCIAÇÃO..., 2013, p. vii). 
29 
 
 
Além das indicações de iluminância (Em mento (UGR) e índice de reprodução 
de cores (Ra), desconforto causado por ofusca-), encontramos diversos outros tópicos 
importantes e úteis que merecem nossa atenção, como, por exemplo: 
 Distribuição da luminância: controla o nível de adaptação da visão que afete a 
visibilidade da tarefa. Uma distribuição balanceada é necessária para ampliar 
a acuidade visual, a sensibilidade ao contraste e a eficiência das funções 
oculares (ASSOCIAÇÃO..., 2013). As luminâncias de todas as superfícies são 
importantes e são determinadas pela refletância e pela iluminância nas 
superfícies. As faixas de refletâncias úteis para as superfícies internas mais 
importantes são: 
 teto: 0,6–0,9; 
 paredes: 0,3–0,8; 
 planos de trabalho: 0,2–0,6; 
 piso: 0,1–0,5. 
 Proporção harmoniosa entre luminâncias: acentuadas diferenças entre 
as luminâncias de diferentes planos causam fadiga visual devido ao 
excessivo trabalho de acomodação da vista quando essa passa por 
variações bruscas de sensação de claridade. Para evitar esse 
desconforto, recomenda-se que as luminâncias de piso, parede e teto 
se harmonizem numa proporção de 1:2:3 e que, no caso de uma mesa 
de trabalho, a luminância dessa não seja inferior a 1/3 da do objeto 
observado, tais como livros, etc. 
 
 Iluminância do entorno imediato: está relacionada com iluminância da área de 
tarefa e visa uma distribuição balanceada da iluminância no campo visual 
(ASSOCIAÇÃO..., 2013). A iluminância nas zonas do entorno imediato pode 
ser mais baixa que a área de tarefa, mas não pode ser inferior aos valores que 
constam no Quadro 2, a seguir, pois contraste excessivo entre área de tarefa e 
o entorno imediato pode causar fadiga visual e desconforto. 
 Uniformidade da iluminância: é a razão entre a iluminância mínima e a 
iluminância media. A iluminância deve alterar-se gradualmente e a área de 
tarefa deve ser iluminada da forma mais uniforme possível. A uniformidade da 
iluminância na área de tarefa deve ser menor que 0,7 e, no entorno imediato, 
não deve ser inferior a 0,5 (ASSOCIAÇÃO..., 2013). 
 Ofuscamento: prejudica a visualização dos objetos e é causado por 
luminâncias excessivas ou contrastes no campo de visão. Pode ser evitado por 
meio da proteção da visualização direta da fonte luminosa ou com o 
escurecimento das janelas (ASSOCIAÇÃO..., 2013). 
 Nas fontes luminosas artificiais, existe uma angulação mínima, chamada 
ângulo de corte, que protege a visualização direta da fonte luminosa e que não 
deve ser menor que os valores recomendados 
 Ofuscamento desconfortável: os valores de ofuscamento desconfortável em 
uma instalação são determinados pelo método tabular do Índice de 
Ofuscamento Unificado da Comissão Internacional de Iluminação (CIE) (UGR 
— unified glare rating) (ASSOCIAÇÃO..., 2013). O UGR tem uma escala de 
30 
 
 
Ofuscamento é a sensação produzida por áreas excessivamente brilhantes ou 
diferenças excessivamente marcadas na luminância dentro do campo de visão de 
um observador. O ofuscamento que causa deficiência direta da visão é conhecido 
como ofuscamento desconfortável. O ofuscamento que perturba que prejudica o 
senso de bem-estar é conhecido como ofuscamento refletido (ASSOCIAÇÃO..., 
2013, p. 34). 
 
valores (Quadro 4) na qual cada passo representa uma mudança significativa 
no efeito do ofuscamento, e 13 representa o ofuscamento desconfortável 
menos perceptível. A escala UGR é: 13, 16, 19, 22, 25 e 28. Orientações de 
como evitar o ofuscamento são tratadas de forma mais profunda no Anexo C 
da Norma, que define: 
 
 
 
31 
 
 
Confira, no link a seguir, o Manual Luminotécnico Prático da Osram, que é um 
guia bem completo e simples de consultar e que trata desde sobre a teoria da luz 
até cálculos luminotécnicos. 
 
 
5.Cálculos luminotécnicos 
 
O projeto de iluminação se concentra principalmente na quantidade de 
iluminância e luminância. Os métodos de cálculo luminotécnicos são necessários para 
fornecer informações que nos auxiliam na tomada de decisões projetuais preliminares 
(FRASCAROLO, 2010; PALLADINO, 2005). 
Iluminânciae luminância são calculadas mediante a inclusão de dados em um 
modelo matemático. Os dados podem ser de dois tipos: dados fotométricos, ligados à 
distribuição da luz no espaço por meio da fonte luminosa, e dados ambientais, 
oriundos das características geométricas e superficiais do ambiente em questão 
(ANSELMO et al., 2010). 
Veremos, agora, o Método dos Lumens, que considera apenas o conceito de 
iluminância e permite dimensionar a quantidade de luz necessária para iluminar 
ambientes internos, e o Método Pontual de Iluminância Direta, que permite calcular a 
iluminação em determinado ponto do ambiente, no plano horizontal ou vertical 
(FRASCAROLO, 2010; PALLADINO, 2005). 
 
 
 
 
 
 
Método dos Lumens Também conhecido como Método das Cavidades Zonais, 
tal método permite alcançar de forma rápida a quantidade aproximada de luz 
necessária em um determinado ambiente para chegar aos valores mínimos de 
iluminância recomendados por manuais e normas. É utilizado para cálculo de 
iluminação geral do ambiente analisado e não fornece valores de iluminância 
correspondentes a pontos específicos — por essa razão, é utilizado durante a fase 
inicial do projeto de iluminação. A partir da iluminância média (Em), sugerida para 
32 
 
 
determinada tarefa visual sobre um plano de trabalho com área S, o fluxo útil é igual 
a: 
Φu= Em.S 
Onde: Φu: fluxo útil 
 Em : iluminância média 
S: área do plano de trabalho 
 Conhecendo a destinação de uso do ambiente e os requisitos da tarefa visual 
a ser desenvolvida, podemos obter esse valor de Em das normas vigentes (NBR ISO 
CIE 8995) ou de valores aconselhados por manuais de dimensionamento. A extensão 
do plano de trabalho de área S, mesmo que corresponda a uma porção limitada do 
espaço, como, por exemplo, uma escrivaninha ou estação de trabalho, neste caso e 
para efeitos de cálculo, corresponde a toda a superfície da planta do ambiente 
considerado. Tal plano de trabalho tem sua altura convencionada a 75 cm do piso 
para ambientes de trabalho e 20 cm do piso para ambientes de circulação (ANSELMO 
et al., 2010). 
 O fluxo luminoso a se considerar é o fluxo emitido da fonte luminosa mediante 
a seguinte relação: 
 
Onde o fluxo Φ� emitido da fonte luminosa é reduzido pelo fator de utilização 
da luminária (u). Tal fator é válido para todas as condições geometricamente e 
fotometricamente similares e depende dos seguintes parâmetros (ANSELMO 
et al., 2010): 
 fotometria da luminária; 
 forma do local (índice do local K); 
 refletância das superfícies delimitantes do ambiente (piso, parede e forro); 
 posição das luminárias dentro do ambiente. 
 
Fator de utilização (u) 
 
O fator de utilização pode ser extraído de tabelas padronizadas pelos órgãos 
reguladores nacionais para cada tipo de luminária ou fornecidas pelos próprios 
fabricantes (ANSELMO et al., 2010). 
33 
 
 
 
Índice do local (K) 
 
Anselmo et al. (2010) explicam que as diversas geometrias do ambiente são 
codificadas nas tabelas por meio de um parâmetro adimensional específico, chamado 
de índice do local (K): 
K=ab/h(a+b) 
Onde: a e b: dimensões do loca em planta 
h: altura útil, ou seja, altura da fonte luminosa ao plano de trabalho, se o fluxo 
emitido for prevalentemente para baixo (iluminação direta). 
Se o fluxo luminoso for prevalentemente indireto, ou seja, para cima, em 
direção ao forro, então a altura útil é a altura do forro até o plano de trabalho e a 
fórmula sofre uma pequena alteração: 
K’=1,5 [ab/h’(a+b)] 
No método norte-americano das cavidades zonais, o fator do local é 
representado pela sigla RCR (Razão da Cavidade do Recinto). Sua relação com o 
fator K é representada na seguinte equação: 
RCR=5/K 
Altura útil ou pé-direito útil. Representa a altura da luminária até o plano de 
trabalho e é um importante fator a ser considerado (Figura 5). Quanto mais alto for 
instalada a luminária em relação ao plano de trabalho, maior deverá ser o fluxo 
luminoso ou intensidade luminosa da luminária (OSRAM, 2009). 
34 
 
 
 
Figura 11. Gráfico representando as diferentes alturas consideradas em um 
ambiente. 
 
Onde: 
H: pé-direito total 
 h: altura útil 
 hp.lt.r. altura do plano de trabalho 
 hpend. : altura do pendente 
 
Fator de manutenção (FM) 
 É importante considerar a redução da eficiência luminosa do conjunto fonte 
luminosa/luminária/ambiente no que diz respeito aos valores iniciais. Tais reduções 
se devem à depreciação da emissão do fluxo das lâmpadas, aos depósitos de poeira, 
ao escurecimento progressivo das superfícies refletivas e transparentes tanto das 
luminárias quanto das superfícies dos ambientes considerados. 
 
 
Método Pontual de Iluminância Direta 
 Segundo o Manuale di Progettazione Illuminotecnica (Manual de Projetação 
Luminotécnica), para calcular valores efetivos de iluminância direta correspondente a 
pontos específicos das superfícies do ambiente, é possível fazer referência à lei do 
inverso do quadrado da distância e à lei do cosseno (ANSELMO et al., 2010). 
35 
 
 
 
 
Se a distância “d” entre a fonte de luz e o objeto a ser iluminado for no mínimo 
5 vezes maior do que as dimensões físicas da fonte de luz, pode-se calcular a 
iluminância pelo Método Pontual de Iluminância aplicando-se a fórmula (OSRAM, 
2009): 
E = I/d2 
Onde: I = intensidade luminosa lançada verticalmente sobre o ponto 
considerado; d = distância entre a fonte luminosa e o objeto iluminado. 
O Método Pontual de Iluminância demonstra que a iluminância (E) é 
inversamente proporcional ao quadrado da distância: se a distância entre a fonte de 
luz e o objeto for dobrada, a iluminância sobre o objeto é reduzida a um quarto de seu 
valor anterior. Se a incidência da luz não for perpendicular ao plano do objeto, a 
fórmula passa a ser (OSRAM, 2009): 
 
Como: 
 
Tem-se: 
 
36 
 
 
No caso de mais de uma fonte luminosa, é possível recorrer à lei de 
sobreposição de efeitos, somando, assim, as várias componentes de iluminação para 
cada ponto. O uso de planilhas pode acelerar o processo em algumas situações, mas, 
em geral, é preferível o uso de programas de simulação de iluminação (OSRAM, 
2009). Dessa forma, a iluminância (E) em um ponto é “[...] o somatório de todas as 
iluminâncias incidentes sobre esse ponto oriundas de diferentes pontos de luz, ou 
seja” (OSRAM, 2009, p. 13): 
 
 
 
37 
 
 
6 - Equipamentos auxiliares 
Para o correto funcionamento das lâmpadas, algumas necessitam de 
equipamentos auxiliares, que permitem o funcionamento da fonte de luz. O tipo de 
equipamento utilizado varia conforme a função que ele tem no sistema e o tipo de 
lâmpada. Os tipos de equipamentos auxiliares podem ser vistos a seguir (BIGONI, 
de lâmpadas halógenas de baixa tensão. Tem a função de transformar a tensão 
fornecida à lâmpada para que funcione em tensão de rede (127 V ou 220 V) 
 Reator: equipamento utilizado para a estabilização da corrente elétrica para 
lâmpadas de descarga (fluorescentes compactas, tubulares e vapor metálico). 
Podem ser eletromagnéticos ou eletrônicos. Os eletromagnéticos funcionam 
em conjunto com o capacitor, que tem o objetivo de corrigir o fator de potência 
do circuito. Já os eletrônicos (tecnologia mais avançada) são mais compactos, 
mais leves e possuem maior fator de potência que os eletromagnéticos. 
 Ignitor: utilizado em algumas lâmpadas de vapor metálico para dar a partida 
da lâmpada, gerando pulsos de alta tensão. 
 Drivers: produzem energia polarizada para a utilização em LEDs. Cada tipo de 
LED necessita de um diferente tipo de driver. 
 
 
38 
 
 
Referências 
 
SOUZA, Camila Dias de. et al. LUMINOTÉCNICA APLICADA. Porto Alegre: SAGAH 
EDUCAÇÃO 2018.

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