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AD - Hepatites e tumores hepáticos - Revalida

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Prezado aluno,
Desenvolvemos uma apostila interativa para 
oferecer um material inovador e, ainda melhor, 
focado na metodologia Aristo.
Para uma experiência completa, sugerimos 
que realize os seus estudos pelo computador, 
possibilitando abrir os comentários das 
questões, respondê-las de forma interativa 
e até mesmo pular o conteúdo da questão 
respondida, em caso de acerto, para o tópico 
seguinte, de forma opcional.
A interatividade traz novas possibilidades, mas 
você continua podendo abrir os seus materiais 
em tablets e celulares, além de poder imprimi-lo 
para usar em seus estudos e revisões.
↺3
Hepatites e tumores hepáticos
1. Conceitos gerais de hepatologia 5
1.1 Hiperbilirrubinemia 5
1.2 Síndrome hepatocelular 6
2. Hepatites virais 6
2.1 Conhecimentos básicos 6
2.2 Quadro clínico 6
2.3 Exames laboratoriais 7
2.4 Tratamento 8
2.5 Profilaxia 9
3. Tipos de hepatite viral 9
3.1 Hepatite A 9
3.2 Hepatite B ⚠ 10
Questão 01 10
3.2.1 Aspectos gerais 11
3.2.2 Painel sorológico 11
3.2.3 Profilaxia da hepatite B 13
3.3. Hepatite C ⚠ 13
Questão 02 13
3.4 Hepatite D 14
3.5 Hepatite E 14
3.6 Diagnóstico das hepatites virais através de exames laboratoriais ⚠ 15
Questão 03 15
4. Hepatite autoimune 17
5. Outras hepatites 17
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Hepatites e tumores hepáticos
6. Tumores hepáticos 17
6.1. Lesões benignas ⚠ 18
Questão 04 18
6.1.1 Hemangioma cavernoso 18
6.1.2 Hiperplasia nodular focal 19
6.1.3 Adenoma hepático 20
6.2 Carcinoma hepatocelular (CHC) ⚠ 21
Questão 05 21
6.2.1 Quadro clínico e diagnóstico 22
6.2.2 Tratamento 23
TOP FIVE 25
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Hepatites e tumores hepáticos
Essa é uma apostila dedicada ao estudo do fígado, na forma das hepatites, principalmente 
as virais – que é o que mais vai aparecer nas suas provas – mas também uma leve pincelada 
em algumas outras. Ela traz, ainda, informações importantes sobre tumores hepáticos – tanto 
os benignos quanto os malignos – que as provas adoram saber se você sabe diferenciar 
apenas com os exames de imagem.
Fique atento(a), aluno Aristo! Essa com certeza é uma apostila que tem que estar na ponta 
da língua!
1. Conceitos gerais de hepatologia
1.1 Hiperbilirrubinemia
Antes de falar especificamente das hepatites e insuficiência hepática, é preciso que você 
domine alguns conceitos. O primeiro deles é o de síndrome ictérica. Lembre-se de que síndrome 
é um conjunto de sinais e sintomas presentes em diferentes doenças. Quando falamos de 
hepatites, estamos falando de um espectro de doenças em que a síndrome ictérica é bem 
marcante, com acúmulo de bilirrubina no plasma e coloração amarelada em pele, mucosas 
e conjuntivas.
A icterícia nada mais é que esse acúmulo de bilirrubina (produto final da degradação da 
hemoglobina) devido à diminuição ou interrupção da excreção de bile ou ainda do aumento 
da produção de bilirrubina, impedindo que a excreção seja efetiva (mas esse tema fica mais 
para outra aula), quando ocorre obstrução do fluxo ao longo da árvore biliar intra ou 
extra-hepática. Pode ocorrer, ainda, por alteração funcional do hepatócito (sendo o caso 
na vigência de hepatite viral), hemólise ou outros mecanismos que, nesse momento, fogem 
do nosso Pareto. 
Veja o esquema abaixo:
CAUSAS DA HIPERBILIRRUBINEMIA
PRODUÇÃO CONJUGAÇÃO EXCREÇÃO CAPTAÇÃO
Hemólise Drogas, 
sepse
S.Gilbert Intra-hepática: 
Extra-hepática: 
Neonatal
Sepse
vírus, drogas, 
sepse, tóxicos, 
autoimune
cálculos, 
neoplasias, 
estenoses
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Hepatites e tumores hepáticos
Variando conforme a causa, o acúmulo será de bilirrubina direta (também chamada de 
conjugada, ou solúvel) ou indireta (não conjugada, ou insolúvel). Quando a icterícia é causada 
pelo acúmulo de bilirrubina direta, a síndrome pode se manifestar de duas formas principais: 
hepatocelular (intra-hepática) ou colestática (extra-hepática).
A síndrome colestática é caracterizada pela obstrução da via biliar, enquanto a hepatocelular 
ocorre pelo sofrimento e destruição do hepatócito.
Como o intuito desta aula é falar um pouco mais sobre as hepatites, sendo as virais a principal 
etiologia das síndromes hepatocelulares, vamos nos concentrar neste cenário.
1.2 Síndrome hepatocelular
Quando avaliamos o perfil laboratorial do paciente com lesão hepatocelular, podemos observar 
o predomínio das enzimas hepáticas (transaminases) TGO/AST e TGP/ALT, sendo esta última 
a mais específica do fígado. Em casos agudos, as transaminases podem atingir até 10 vezes 
os valores normais. As sorologias são o principal recurso na investigação etiológica da 
condição quando pensamos em hepatites virais.
2. Hepatites virais
2.1 Conhecimentos básicos
Iniciando a parte de conhecimentos básicos sobre as hepatites virais, vamos classificá-las 
segundo sua temporalidade: elas podem ser divididas em agudas e crônicas, sendo de 
seis meses o corte para considerar um quadro como crônico. Dentre as hepatites virais, 
a hepatite C (60 - 90%) e a hepatite B (5 - 10% em adultos e 40 - 90% em crianças) são 
as que possuem maiores chances de cronificação. Nesses casos, os pacientes costumam 
ser oligossintomáticos, e os achados de hepatopatia crônica e fibrose hepática perfazem 
a maioria dos quadros.
Por outro lado, alguns casos de hepatite podem evoluir de forma assustadoramente rápida, 
culminando com encefalopatia em menos de oito semanas, caracterizando os quadros 
fulminantes. Eles acontecem por uma resposta exagerada do hospedeiro, que gera um dano 
celular intenso. Dentre as hepatites virais, a hepatite B é a que tem maiores chances de evoluir 
com um quadro fulminante na população geral. Já nas grávidas, a hepatite E também está 
relacionada a quadros fulminantes.
2.2 Quadro clínico
A manifestação básica das hepatites virais é trifásica: 
• Fase prodrômica de febre, desconforto abdominal em hipocôndrio direito e sintomas 
gastrointestinais.
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Hepatites e tumores hepáticos
• Fase ictérica, com acolia fecal (fezes esbranquiçadas) e colúria (urina escura), que pode 
estar ausente em alguns casos. Prurido é uma queixa comum do paciente ictérico.
• Fase de convalescença é marcada pela resolução da doença.
Manifestações clínicas das hepatites virais
2.3 Exames laboratoriais
O laboratório das hepatites virais é clássico, com aumento de TGP/ALT (predominantemente) 
e TGO/AST, aumento de bilirrubina direta e linfocitose. A biópsia hepática não é necessária 
para diagnóstico na maioria dos casos, mas, se realizada, evidencia um infiltrado linfocítico 
com corpúsculos de Councilman e necrose em “saca-bocado” (ou em ponte).
Biópsia hepática (setas indicam os corpúsculos de Councilman)
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Hepatites e tumores hepáticos
Biópsia hepática (seta indica necrose em ponte ou “saca-bocado”)
2.4 Tratamento
O tratamento das hepatites virais é baseado em suporte, com repouso relativo e aumento 
da ingestão calórica. A terapia medicamentosa fica reservada para alguns casos de hepatite B 
e em todos os casos de hepatite C aguda. 
Falaremos um pouco mais sobre o tratamento dos casos crônicos em outro momento. 
Quando nos concentramos no tratamento dos casos agudos, como nas formas fulminantes de 
hepatite tipo B, além do tratamento de suporte, o uso de alguns antivirais (tenofovir, entecavir) 
pode ser realizado, ainda que não exista uma comprovação de eficácia na maior parte 
da literatura. Nesses pacientes, a única medida capaz de aumentar a sobrevida é o transplante 
hepático, que está indicado naqueles com INR* > 6,5 ou tempo de protrombina > 100s.
*A sigla INR, que você também pode conhecer por RNI, significa “International Normalized 
Ratio” ou razão normalizada internacional, refere-se a um cálculo feito ao dividir o tempo 
de ativação de protrombina do paciente e o tempo normal da população. Inclusive, é a mesma 
informação que traz o tempo de ativação de protrombina (TAP). 
Na hepatite C aguda, o tratamento medicamentoso tem um papel relevante, e tem como 
principais objetivos reduzir o risco de cronificação e a disseminaçãodo vírus. 
Vale destacar que alguns indivíduos conseguem erradicar a infecção por conta própria, sem 
a necessidade de tratamento medicamentoso. 
Ao suspeitar de um quadro de hepatite C aguda, devemos realizar a dosagem de HCV-RNA, 
repetindo o exame em quatro semanas. O tratamento está indicado nos pacientes em que não 
se observa queda nos títulos de HCV-RNA após esse período. Naqueles em que houve 
queda, ele só será instituído se, após 12 semanas, o HCV-RNA permanecer detectável.
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Hepatites e tumores hepáticos
O esquema de preferência medicamentosa evoluiu muito ao longo dos anos. Hoje ele é baseado 
nas mesmas drogas utilizadas no tratamento da hepatite C crônica. São drogas que possuem 
uma alta taxa de cura, indicadas conforme o genótipo específico do vírus, evitando, assim, 
muitos dos efeitos colaterais do interferon utilizado antigamente.
2.5 Profilaxia
Vale lembrar que as hepatites A e B possuem profilaxia primária, estando contidas no Calendário 
Nacional de Vacinação. 
A imunização contra a hepatite do tipo A é realizada em dose única aos 15 meses de vida. 
Além do plano nacional de vacinação, a vacina pode ser administrada também em pacientes 
com coagulopatias, fibrose cística, transplante de órgão sólido e hepatopatias crônicas de 
qualquer etiologia. Adultos com HIV/Aids que sejam portadores de hepatite B ou C, e menores 
de 13 anos com HIV/Aids que não tenham sido imunizados também são candidatos à vacinação. 
Existem locais em que campanhas específicas são feitas: por exemplo, homens que fazem 
sexo com homens são alvos frequentes de campanha, já que é uma doença que atinge com 
certa frequência tal população.
Na hepatite B, a vacinação deve ser iniciada logo após o nascimento, sendo as doses 
remanescentes realizadas na vacina pentavalente (aos 2, 4 e 6 meses de vida). Nas gestantes, 
assim como em outras populações, a vacinação será feita conforme a situação vacinal do 
indivíduo. Neste caso, com três doses, independente da idade gestacional. Naqueles com 
imunodepressão, a vacinação deve ser realizada em quatro oportunidades, utilizando o dobro 
da dosagem padrão.
Um conceito importante, que você compreenderá melhor daqui a pouco, é que a vacinação 
contra a hepatite B previne também os casos de hepatite D, já que esta ocorre exclusivamente 
nos pacientes previamente infectados pelo vírus daquela.
3. Tipos de hepatite viral
Agora que você já possui os conhecimentos básicos, podemos falar um pouco mais sobre 
cada uma das hepatites virais. Seguiremos a ordem alfabética, começando pela hepatite A.
3.1 Hepatite A
Em nosso meio, a hepatite A é a mais comum em crianças. 
Devido à transmissão predominantemente fecal-oral, essa condição está associada à pobreza 
e falta de saneamento básico, sendo prevalente em países subdesenvolvidos.
Com um período de incubação que dura entre 15 - 45 dias, a hepatite A é caracterizada pela 
presença do marcador sorológico anti-HAV, com suas parcelas agudas (IgM, que persiste 
por três a seis meses) e crônica (IgG) – essa última permanecendo ao longo da vida como 
uma cicatriz sorológica. 
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Hepatites e tumores hepáticos
O quadro clínico varia desde a forma assintomática até a forma colestática, cujo padrão 
laboratorial é similar àqueles identificados na obstrução das vias biliares. Esta condição 
dificilmente evolui para a forma fulminante e não há cronificação. Além disso, possui bom 
prognóstico, com recuperação total e sem sequelas. O isolamento dos indivíduos deve ser 
realizado por até 7 - 15 dias após o surgimento da icterícia. 
Como vimos, a profilaxia primária é realizada pela vacinação (de vírus inativado) em dose 
única aos 15 meses, conforme consta no calendário nacional de vacinação. Existe ainda 
a profilaxia pós-exposição, que depende da idade e condição imunológica do paciente.
3.2 Hepatite B ⚠
Questão 01 
(INEP-Revalida - DF - 2011) Paciente do sexo masculino, com 26 anos, procura ambulatório 
de Clínica Médica com queixas há uma semana de mal-estar, febre de baixa intensidade 
não aferida, inapetência, vômitos ocasionais e aversão à fumaça de cigarro, evoluindo 
com colúria e acolia fecal há três dias. Relata que costuma alimentar-se em bares com 
baixo nível de higiene, próximos à universidade onde estuda; e viagem, há um mês, para 
acampamento. Informa manter relações sexuais sem uso de preservativos, com parceiros 
e parceiras desconhecidos. Ao exame físico apresenta-se em bom estado geral, corado, 
hidratado, ictérico ++/4+, lúcido, orientado, pressão arterial =120 x 70 mmHg, frequência 
cardíaca = 64bpm. Fígado palpável a três centímetros do rebordo costal direito; baço 
impalpável. O restante do exame físico não mostrou alterações significativas. Foram 
solicitadas dosagens de aminotransferases, que se mostraram muito elevadas (> 1000 
UI/mL) e marcadores sorológicos virais das hepatites determinaram que o paciente era 
carreador crônico do vírus da hepatite B e apresentava também hepatite viral aguda pelo 
vírus da hepatite A. A infecção pelo vírus da hepatite C foi excluída por sorologia e técnicas 
moleculares. O perfil sorológico compatível com o diagnóstico do paciente é:
a) Anti-HAV IgG reativo e IgM não reativo; anti-HBc IgM e IgG reativos; HBsAg reativo.
b) Anti-HAV IgG e IgM reativos; anti-HBc IgG e IgM não reativos; HBsAg não reativo.
c) Anti-HAV IgG e IgM não reativos; anti-HBc IgG reativo e IgM não reativo; HBsAg 
não reativo.
d) Anti-HAV IgG não reativo e IgM reativo; anti-HBc IgM e IgG não reativos; HBsAg 
não reativo.
e) Anti-HAV IgG e IgM reativos; anti-HBc IgM não reativo e IgG reativo; HBsAg reativo.
Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSimComentário
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Hepatites e tumores hepáticos
3.2.1 Aspectos gerais
A hepatite B é mais comum em adultos, e mais associada à forma fulminante, podendo 
também cronificar, principalmente em recém-nascidos. O período de incubação pode variar 
de 30 - 180 dias e a transmissão é predominantemente sexual. O HBV é o único DNA-vírus 
dentre os que causam hepatite. Ele também pode ser transmitido verticalmente e de maneira 
percutânea. Vale lembrar que, na hepatite B, a evolução para hepatocarcinoma pode 
ocorrer sem que a doença passe pelo estágio de cirrose.
Quando falamos de manifestações clínicas, essas podem ser divididas em hepáticas 
e extra-hepáticas. A minoria dos casos desenvolve a forma clássica ictérica, por isso 
o risco de cronificação. Dentre as manifestações extra-hepáticas mais comuns, podemos 
citar a poliarterite nodosa (PAN), a acrodermatite papular (síndrome de Gianotti-Crosti) 
e a glomerulonefrite membranosa.
Poliarterite nodosa Acrodermatite papular 
O tratamento específico fica reservado aos casos fulminantes, conforme discutimos no início 
desse material. Nos casos crônicos, ele é feito apenas em algumas situações, como naquelas com 
alta replicação viral, lesão hepática, acima de 30 anos, coinfecção com outras doenças (como HIV 
e imunossuprimidos) e/ou com doenças extra-hepáticas manifestadas.
3.2.2 Painel sorológico
Sem dúvida, a interpretação do painel sorológico da hepatite B é o assunto mais cobrado 
pelas bancas no tema hepatite e basta você seguir as nossas dicas para conseguir acertar 
a maioria das questões!
CCQ: Saber que o HBsAg e o anti-HBc IgG são reativos na hepatite B crônica; 
o anti-HAV IgM e IgG são reativos na hepatite A aguda
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Hepatites e tumores hepáticos
A primeira coisa a fazer é observar o HBsAg, o antígeno de superfície do vírus da hepatite 
B, que indica presença do HBV. Se o HbsAg é positivo, o indivíduo tem hepatite, mas não 
sabemos se ela é crônica ou aguda. Quando é negativo, não é possível confirmar se ele teve 
ou não hepatite. Para sanar esta dúvida, devemos avaliar o anti-HBc e o anti-HBs. Portanto, 
passamos à próxima etapa.
O segundo passo é avaliar o anti-HBc, anticorpo contra o antígeno nuclear (core) do vírus: 
se a fração IgM do anti-HBc é positiva com HBsAg +, podemos afirmar que o indivíduo tem 
hepatite B aguda; se a fraçãoIgM é negativa e a IgG é positiva, ele tem hepatite B crônica. 
O anti-HBc só é positivo se o paciente foi, em algum momento, infectado. 
O anti-HBs, por sua vez, surge sempre que o indivíduo tem contato com o vírus da hepatite B, 
seja por vacinação ou infecção curada. Portanto, se o anti-HBc total (IgM + IgG) é negativo 
e o anti-HBs é positivo, quer dizer que o indivíduo foi vacinado. Por outro lado, se o anti-HBc 
total (ou apenas sua fração IgG) é positivo e o anti-HBs também é positivo, o indivíduo teve 
hepatite, mas se curou.
Por fim, você também precisa conhecer o conceito de mutação pré-core. Além do aumento 
da carga viral, outro sinal de atividade da doença e replicação viral é o marcador sorológico 
HBeAg, enquanto o anti-HBe é o marcador de remissão da doença.
Existem casos de hepatite B em que, apesar de ocorrer intensa replicação viral, a sorologia 
traduz falsamente uma fase de remissão da doença. Nessas situações, observamos um 
paciente com padrão claro de atividade da doença (transaminases elevadas, HBsAg positivo), 
mas com HBeAg negativo e anti-HBe positivo: esse é o perfil do paciente com mutação 
pré-core. Diante disso, para confirmar a atividade da doença, devemos dosar o DNA-HBV 
(carga viral), que estará elevado.
Painel sorológico da hepatite B
Interpretação HBsAg HBeAg Anti-HBc Anti-HBc 
IgM Anti-HBe Anti-HBs ALT DNA-HBV 
(UI/mL)
Infecção aguda + + + + - - Aumentada Alta
HBV com 
recuperação - - + - + + Normal Não 
detectado
Infecção antiga, 
oculta, janela imune 
ou falso-positivo
- - + - - - Normal Não 
detectado
Vacinação prévia - - - - - + Normal Não 
detectado
Portador crônico 
inativo + - + - + - Normal < 200
Mutantes pré-core 
ou core-promoter + - + - + - Normal ou 
aumentada ≥ 2.000
HBV ativa 
(perfil clássico) + + + - - - Normal ou 
aumentada ≥ 2.000
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Hepatites e tumores hepáticos
3.2.3 Profilaxia da hepatite B
Na hepatite B, a profilaxia primária é realizada por meio da vacinação (ao nascer e aos 2, 
4 e 6 meses de vida), estando incluída no calendário nacional de imunização. A profilaxia 
pós-exposição envolve o uso de imunoglobulina e/ou vacina, estando indicada em diversas 
situações, como em vítimas de abuso sexual, acidente com material biológico positivo, 
contactante sexual de casos agudos, entre outros. Nestes, a imunoglobulina está indicada, 
sendo a vacina realizada a depender do estado vacinal prévio do indivíduo. Sem dúvida, 
o quadro mais importante de profilaxia pós-exposição nas provas é a prevenção da infecção 
perinatal da hepatite B.
A profilaxia em filhos de mulheres HBsAg positivo deve ser realizada nas primeiras 12 horas 
de vida, seja qual for o peso e idade gestacional. Vacina e imunoglobulina devem ser feitas 
simultaneamente. Essa prática é extremamente importante, visto que a cronificação da 
infecção pelo vírus B chega a quase 90% em recém-nascidos, contra cerca de 2% em adultos. 
Vale lembrar que se a mãe é HbeAg positivo (ou seja, com vírus em replicação), a passagem 
transplacentária do vírus é muito provável.
3.3. Hepatite C ⚠
Questão 02 
(INEP-Revalida - DF - 2016) Durante uma campanha de prevenção de acidentes ocupacionais 
em ambiente hospitalar, uma mulher com 32 anos, auxiliar de enfermagem, foi submetida à 
sorologia para hepatite C, por teste rápido presencial, revelando-se reativa. Está ansiosa, 
pois não entende bem o que tal resultado significa, já que “não sente nada” e “não tem 
ideia de como foi contaminada”. É referenciada ao Serviço de Apoio ao Trabalhador (SAT), 
no ambulatório do hospital onde trabalha. Na primeira etapa de investigação, além de 
responder às dúvidas que a paciente apresentar durante o atendimento, é necessário que 
o médico do SAT priorize:
a) A avaliação das provas de função hepática.
b) A pesquisa de coinfecções pelos vírus HBV e HIV.
c) A realização de teste de genotipagem para o HCV.
d) A solicitação de teste de quantificação da carga viral do HCV.
CCQ: Para descartar diagnóstico de hepatite C devemos solicitar a carga viral
Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSimComentário
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Hepatites e tumores hepáticos
Na hepatite C, a principal forma de transmissão é a parenteral. Com um período de incubação 
que varia entre 15 - 150 dias, na maioria das vezes o quadro é assintomático, manifestando-se 
raramente com icterícia ou fulminantemente. Entre as manifestações extra-hepáticas 
mais clássicas da hepatite C estão a crioglobulinemia, o líquen plano e a glomerulonefrite 
membranoproliferativa.
O diagnóstico envolve a realização do anti-HCV que, se positivo, deve sempre ser 
complementado pelo HCV-RNA, já que este é um RNA vírus. Este último serve para afastar 
os casos falso-positivos e também diferenciar, por exemplo, a hepatite C da hepatite autoimune 
tipo 2, já que alguns indivíduos com hepatite C podem apresentar anticorpo anti-LKM1 positivo 
e pacientes com a versão autoimune dessa doença podem apresentar anti-HCV positivo. 
A grande complicação da hepatite C é, com certeza, a cronificação, chegando a até 80% dos 
casos. Portanto, como já foi dito, os quadros agudos identificados devem ser tratados para 
tentar evitar a cronificação, a evolução para cirrose e o surgimento do carcinoma hepatocelular, 
mais comum neste subtipo.
O tratamento dos casos agudos e crônicos evoluiu muito ao longo dos anos. Os esquemas 
com diversos efeitos colaterais e baixas taxas de eficácia deram lugar a drogas modernas, 
com poucos efeitos adversos e taxas de cura de quase 90%. Entre os fármacos utilizados 
estão a ribavirina, o daclatasvir e o sofosbuvir, entre outros, sendo a escolha do esquema 
dependente do genótipo do vírus.
3.4 Hepatite D 
Aqui, o que você precisa saber é que a hepatite D ocorre apenas em pacientes com o vírus B, 
ou seja, HBsAg positivos. Existem dois conceitos importantes: as coinfecções, quando 
hepatites B e D são adquiridas agudamente; e a superinfecção, quando pacientes com 
a doença do tipo B crônica são infectados pela hepatite D.
A coinfecção não aumenta o risco de cronificação da hepatite B, mas a superinfecção aumenta 
a chance de hepatite B fulminante. Para diferenciar laboratorialmente ambas as formas, 
devemos avaliar o anti-HBc: se o seu IgG for positivo, trata-se de superinfecção; se quem 
estiver positivo for o IgM, trata-se de coinfecção. 
Vale lembrar que alguns casos de hepatite D podem manifestar o anticorpo anti-LKM3, e que 
a hepatite D é a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos jovens na região 
amazônica do Brasil.
3.5 Hepatite E
Quanto à hepatite E, você deve saber apenas que seu quadro clínico é igual ao da hepatite 
A, sendo a sua transmissão pela forma fecal-oral. Como falamos anteriormente, o vírus pode 
causar hepatite fulminante em grávidas, com taxa de letalidade que pode chegar a 25%, 
especialmente no terceiro trimestre de gestação.
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Hepatites e tumores hepáticos
3.6 Diagnóstico das hepatites virais através de exames laboratoriais ⚠
Questão 03 
(INEP-Revalida - DF - 2022) Um homem com 32 anos, usuário de drogas ilícitas injetáveis 
(DII), comparece à consulta ambulatorial em clínica médica com queixa de fadiga importante 
e dor abdominal no hipocôndrio direito que teve início há 1 semana. Refere que, 2 dias 
antes do início desses sintomas, apresentou febre, artralgias e um exantema leve, que 
desapareceram, ficando em seguida com os olhos amarelados e a urina escura. Relata 
que esses últimos sinais apareceram simultaneamente à melhora da febre, que persistiu 
por alguns dias, e que, nos últimos dias, passou a ter apenas fadiga e dor abdominal. 
Nega náuseas, vômitos, diarreia ou sangramentos, e afirma conseguir ingerir líquidos e 
alimentos por via oral de forma normal. Nega comorbidades prévias significativas, e sua 
história familiar não é relevante. Além do uso de DII, o paciente é tabagista (10 maços/
ano) e etilista social de fermentados. Ao exame físico, encontra-se em regular estado 
geral, com fácies de doença aguda, levemente ictériconas escleras; corado, hidratado, 
acianótico, afebril, sem equimoses ou petéquias. Aparelhos cardiovascular e respiratório 
sem anormalidades. Abdome doloroso à palpação do hipocôndrio direito, sendo o fígado 
palpável a 3 cm do rebordo costal direito, na linha hemiclavicular, de borda romba e 
consistência habitual; espaço de Traube livre. Não há edemas em membros inferiores. Os 
resultados dos exames complementares solicitados nessa consulta são apresentados na 
tabela a seguir.
Considerando as informações apresentadas, a principal hipótese diagnóstica e o tratamento 
indicado são, respectivamente:
a) Hepatite B aguda; iniciar tratamento sintomático, evitando-se fármacos 
hepatotóxicos e de metabolismo hepático.
b) Hepatite alcoólica aguda; prescrever corticoide, evitar novos insultos hepáticos e 
encaminhar o paciente para o Centro de Atenção Psicossocial (Álcool e Drogas).
c) Hepatite C aguda; prescrever antivirais combinados (como ledipasvir/sofosbuvir), 
conforme resultado do teste de genotipagem.
d) Hepatite B crônica agudizada; prescrever tenofovir ou entecavir, evitando-se 
fármacos hepatotóxicos e de metabolismo hepático.
Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSimComentário
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Hepatites e tumores hepáticos
É claro que depois de tantas informações, vamos lhe entregar um resumo para facilitar 
a consolidação do seu conhecimento:
Características das hepatites virais
A B C D E
Vírus HAV HBV HCV HDV HEV
Família Picornavírus Hepadnavírus Flavivírus Satélite 
(viroide) Calicivírus
Genoma RNA DNA RNA RNA RNA
Transmissão Fecal-oral
Parenteral
Sexual
Parenteral
Esporádica
Parenteral 
Sexual
Fecal-oral
Incubação 
(dias) 15-45 30-180 15-150 30-180 15-60
Antígenos HAV Ag
HBsAg
HBeAg
HBcAg
HCV Ag HDV Ag HEV Ag
Diagnóstico IgM anti-
VHA
IgM anti-
HBc
HBsAg
VHB DNA
anti-VHC
VHC RNA
IgM anti-
VHD
IgM anti-
VHE
Forma crô-
nica Não Sim Sim Sim Não
Vacina Sim Sim Não
Sim 
(a da 
hepatite B)
Não
CCQ: HBsAg positivo e anti-HBc IgM positivo indicam hepatite B aguda
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Hepatites e tumores hepáticos
4. Hepatite autoimune
As provas vão querer saber se você sabe pensar nessa doença e como é feito o seu 
diagnóstico. Então, se há uma paciente (geralmente do sexo feminino com outras doenças 
autoimunes associadas, como hipotireoidismo e vitiligo) com quadro clínico de hepatite, mas 
sorologias negativas e sem história de abuso alcoólico, isso deve acender a ideia de que pode 
ser uma hepatite autoimune. Para o diagnóstico deve ser pesquisado o anticorpo antimúsculo 
liso e anti-LKM1, que podem e geralmente estão positivos. O tratamento é feito com 
imunossupressão com corticoides e outros imunossupressores como azatioprina e 
mercaptopurina.
5. Outras hepatites
Hepatites medicamentosas e hepatites alcoólicas são outras formas de hepatites que existem, 
mas que são menos cobradas nas provas. Entre as de maior destaque estão a hepatopatia 
crônica relacionada ao álcool (discutida na aula de Insuficiência hepática e cirrose) – é a mais 
importante; e a hepatite por paracetamol, que será discutida na aula de Intoxicações 
exógenas.
6. Tumores hepáticos
Como acontece com qualquer órgão e sistema, existem neoplasias benignas e malignas 
do fígado, e as provas cobram muito sobre os tumores benignos e malignos. Portanto, 
a diferenciação deles pelos fatores de risco e imagem é extremamente importante.
Vale lembrar que os tumores malignos mais comuns do fígado são as metástases e que, 
geralmente, são múltiplas lesões. Mas, quando falamos de neoplasias primárias do fígado, 
não incluímos as metástases.
↺18
Hepatites e tumores hepáticos
Estima-se que cerca de 10 - 20% da população apresente alguma massa hepática focal 
benigna, e, não coincidentemente, este é o tópico mais cobrado pelas bancas quando 
o assunto é tumores do fígado. Portanto, muita atenção nas páginas seguintes, principalmente 
na epidemiologia e na descrição radiológica das lesões na tomografia computadorizada (TC) 
trifásica de abdome.
6.1.1 Hemangioma cavernoso 
O hemangioma é o tumor benigno mais comum do fígado, atingindo mulheres de meia-idade, 
sendo normalmente um achado incidental de exames, dado o quadro clínico assintomático 
na maioria dos casos. Pode ser descrito como uma lesão revestida por endotélio, com 
cavidades repletas de sangue, delimitadas por septos fibrosos finos. Considerando sua evolução 
benigna, com baixo risco de ruptura ou hemorragia, tem como conduta principal o seguimento 
clínico, sem indicação de biópsia, sendo a ressecção reservada para os raros casos com 
complicação – os chamados hemangiomas gigantes – onde estes são > 5 cm. 
Não podemos nos esquecer também da correlação desta lesão com a faixa etária pediátrica, 
já que ela representa cerca de 12% de todos os tumores hepáticos infantis, geralmente 
multifocais e mais sintomáticos.
6.1. Lesões benignas ⚠
Questão 04 
(UNICAMP - SP - 2022) Mulher, 33 anos, retorna à consulta na Unidade Básica de Saúde 
para resultado de exames. Antecedentes pessoais: nega comorbidades, G3P3; método 
contraceptivo: oral combinado. Nega etilismo e tabagismo. Ultrassonografia abdominal: 
nódulo único, levemente hiperecoico, bem delimitado, medindo 3 cm, localizado no 
segmento VIII hepático. O DIAGNÓSTICO MAIS PROVÁVEL É:
a) Adenoma hepático.
b) Hiperplasia nodular focal.
c) Hemangioma hepático.
d) Carcinoma hepatocelular.
CCQ: Saber que um nódulo hepático, sem cicatriz central, em mulheres jovens em uso 
de contraceptivos orais, o adenoma hepático seria a principal hipótese diagnóstica
Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSimComentário
↺19
Hepatites e tumores hepáticos
6.1.2 Hiperplasia nodular focal
Segunda lesão benigna mais comum do fígado, é também mais frequente em mulheres jovens, 
sendo um diagnóstico diferencial importante do hemangioma cavernoso. 
Sua principal característica patológica é a presença de uma mácula fibrosa central (cicatriz 
fibrosa), com septos irradiados. Em geral, a mácula central contém uma grande artéria que 
se ramifica de forma radial, corroborando a teoria etiológica mais aceita de que esta lesão 
é, na verdade, uma malformação vascular.
Na TC apresenta caracteristicamente hipervascularização em fase arterial, com uma imagem 
escura no interior, que corresponde à mácula. A ausência da cicatriz dificulta o diagnóstico 
diferencial da lesão, principalmente com relação às neoplasias (hepatocarcinoma fibrolamelar), 
sendo nestes casos indicada a confirmação histológica por biópsia.
Pelo caráter benigno e indolente da maioria das lesões, a conduta dependerá do quadro 
radiológico: se a lesão for bem caracterizada e assintomática, cabe uma conduta conservadora. 
Porém, se houver dúvida diagnóstica e/ou a lesão for sintomática, deve-se aprofundar 
a investigação, ponderando a ressecção direta da lesão.
Hemangioma cavernoso (lado direito da imagem), com realce periférico de contraste na fase arterial
Na TC é possível observar uma captação periférica de contraste na fase arterial (veja 
a periferia mais clara na imagem), que se dirige para o centro da lesão ao longo da fase 
venosa (distribuição centrípeta).
↺20
Hepatites e tumores hepáticos
6.1.3 Adenoma hepático
Outra lesão comumente encontrada em mulheres jovens (20 - 40 anos), o adenoma hepático 
tem uma associação importante com o uso de anticoncepcionais orais (ACO).
Na TC, a imagem caracteristicamente apresenta captação rápida do contraste na fase arterial, 
com caráter mais heterogêneo por conta dos focos hemorrágicos, necrose e componentes 
lipídicos intratumorais (pontos escuros dentro de uma lesão predominantemente clara). 
Na ausência de hemorragia, a imagem se mostra mais homogênea, dificultando o diagnóstico.
Se as lesões forem < 5 cm e a paciente for assintomática, a conduta é suspender o ACO 
e acompanhar a lesão. Para as lesões > 5 cm, devido ao risco de malignização e à maior 
chance de ruptura com hemorragia intraperitoneal potencialmente fatal, o tratamento cirúrgicoé preferível, baseado na ressecção da lesão.
Adenoma hepático (lado esquerdo da imagem) com captação difusa do contraste e focos de hemorragia sem captação
Hiperplasia nodular focal (lado esquerdo da imagem), com presença de cicatriz central
↺21
Hepatites e tumores hepáticos
O CHC é responsável por mais de 1 milhão de mortes/ano em todo o mundo, possuindo 
associação íntima com a cirrose hepática, independentemente da causa. No entanto, 
é importante destacar que o vírus da hepatite B é o fator causal mais associado ao 
hepatocarcinoma no mundo, podendo levar ao desenvolvimento do câncer mesmo sem passar 
pelo estágio de cirrose, ao contrário do que ocorre na hepatite C, em que a cirrose é fator 
fundamental para o desenvolvimento da neoplasia.
6.2 Carcinoma hepatocelular (CHC) ⚠
Questão 05 
(USP REVALIDA - SP - 2021) A seguir você verá 4 imagens de diferentes momentos de 
um exame radiológico de um homem de 57 anos, com diagnóstico sorológico de hepatite 
por vírus B. Considerando que esta é a única lesão apresentada e mede 3,6 cm, é correto 
afirmar:
a) É necessária uma biópsia percutânea para definir se há indicação cirúrgica.
b) Com esses dados, a possibilidade de indicar um transplante hepático está descartada. 
c) Um exame de ressonância magnética com meio de contraste hepatoespecífico 
está indicado para definir o diagnóstico.
d) Entende-se que o diagnóstico é carcinoma hepatocelular e deve-se discutir as 
opções de ressecção da lesão e de transplante hepático.
CCQ: Em um paciente com hepatite viral crônica, o diagnóstico de CHC é altamente 
provável quando houver um nódulo hepático com wash out
Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSimComentário
↺22
Hepatites e tumores hepáticos
A lesão primária pode ser única ou múltipla, atingindo normalmente apenas um lobo hepático. 
Na TC, é possível evidenciar o famoso padrão wash-out de captação do contraste (rápida 
captação na fase arterial, com esvaziamento da lesão na fase tardia). Já as metástases, 
principal diagnóstico diferencial do CHC, costumam se manifestar de forma múltipla, com 
lesões de tamanho semelhante, atingindo os dois lobos e apresentando captação periférica 
de contraste na TC.
6.2.1 Quadro clínico e diagnóstico 
O quadro clínico inicial é vago e geralmente assintomático. O protótipo é o de um paciente 
do sexo masculino, entre os 50 - 60 anos, com história de hepatopatia crônica e queixa de 
dor abdominal no quadrante superior direito, massa abdominal palpável e perda de peso. 
Segundo a literatura, a presença de icterícia de padrão obstrutivo, letargia e cirrose 
descompensada indica um pior prognóstico da lesão. 
O diagnóstico é clínico-radiológico e se baseia no achado de lesão hepática suspeita (> 1 - 2 cm), 
com imagem compatível na TC trifásica (marcação arterial com wash-out do contraste em 
fases tardias), em pacientes com fatores de risco conhecidos para CHC (cirrose e/ou hepatite B 
crônica).
(A) Realce de contraste na fase arterial (seta). 
(B) O famoso padrão “wash-out” de limpeza de contraste na fase portal
Caso o paciente não possua cirrose, mas apresente uma imagem suspeita, a dosagem da 
alfafetoproteína (AFP), principal marcador do câncer de fígado, pode ser solicitada para auxílio 
diagnóstico, ainda que apresente sensibilidade e especificidade baixas. Ao contrário da maioria 
dos marcadores tumorais, a AFP é útil não apenas no seguimento das lesões ressecadas, 
mas também no algoritmo diagnóstico do CHC. 
Valores de AFP > 400 ng/mL apresentam relevante valor preditivo positivo para câncer de 
fígado e frequentemente aparecem nas provas como diagnósticos para CHC, apesar de, na 
prática, esse exame ter perdido espaço devido à evolução dos exames de imagem.
Pacientes com fatores de risco e características radiológicas sugestivas, com ou sem nível 
elevado de AFP, que se qualifiquem para a terapia cirúrgica com intenção de cura, não 
requerem biópsia pré-operatória. Contudo, se ainda houver dúvida no caso (imagem pouco 
esclarecedora, lesão pequena, AFP normal), a biópsia está indicada.
↺23
Hepatites e tumores hepáticos
Neste caso, os sítios mais comuns de metástase são o pulmão (principal), o esqueleto, os 
linfonodos e o peritônio.
6.2.2 Tratamento
Como de costume, podemos dividir as medidas terapêuticas em medidas com intenção 
de cura e tratamento de paliação. A terapia escolhida deve contemplar o estágio atual da 
neoplasia, o “status performance” do paciente e a experiência da equipe, devendo sempre ser 
individualizada. 
Vamos iniciar pelo tratamento curativo:
• 1.ª escolha: hepatectomia parcial.
A hepatectomia parcial é o método cirúrgico de escolha nos pacientes com lesão única 
(< 5 cm), sem hipertensão portal e com ausência de processos invasivos locais ou à distância, 
por possuir menor morbidade. No entanto, não basta apenas que o paciente preencha 
estes critérios, é preciso que ele aguente o procedimento cirúrgico e que o restante do 
parênquima hepático dê conta do recado. 
Lembra do escore de Child-Pugh, aquele baseado em critérios clínicos e laboratoriais usado 
para classificar o paciente cirrótico quanto ao comprometimento hepático? Pois é, aqui ele será 
fundamental, visto que apenas pacientes com escore Child-Pugh A compensado conseguem 
suportar o procedimento cirúrgico sem apresentar insuficiência hepática fulminante no 
pós-operatório.
• 2.ª escolha: hepatectomia total + transplante. 
Apesar da hepatectomia total associada ao transplante hepático garantir a remoção de toda 
a carga tumoral enquanto recupera a função hepática com um órgão novo viável, ela não 
pode ser considerada a primeira escolha no paciente com CHC devido às dificuldades com 
o processo de doação de órgãos, além da complexidade de um transplante. 
Mas isso não quer dizer que ela não tenha seu lugar! A maneira mais acurada de selecionar 
quais pacientes têm indicação de transplante é por meio de critérios preestabelecidos, 
neste caso, os famosos critérios de Milão.
Critérios de Milão
• Nódulos (quantidade e tamanho):
• Único ≤ 5 cm.
Ou
• Múltiplos (no máximo três), com ≤ 3 cm cada.
• Invasão:
• Ausência de sinais de invasão vascular (como a trombose de veia porta).
• Ausência de lesões metastáticas.
↺24
Hepatites e tumores hepáticos
Sintomas, 
exame físico anual, 
problema não relacionado
Exames de imagem: 
geralmente ultrassonografia 
ou TC com contraste
Massa 
no exame 
físico
Aspectos 
característicos 
de imagem
Contraste 
periférico inicial 
com enchimento 
central tardio
Hemangioma 
cavernoso
Nenhuma 
avaliação 
adicional; 
ressecção, 
se sintomática
Nenhuma 
avaliação 
adicional; 
ressecção, 
se sintomática
Nenhuma 
avaliação 
adicional; 
cirurgia, 
se sintomática
Tratamento 
dependente 
do estágio
Considerar 
biópsia 
ou ressecção
Hiperplasia 
nodular local
Adenoma 
hepático
Ressecção 
cirúrgica 
se 
> 5cm ou 
sintomático
Cisto hepático 
benigno
Carcinoma 
hepatocelular
Aspectos atípicos 
nas imagens
Contrastação 
arterial rápida, 
inomogeneidade, 
isointenso 
na fase venosa
Anecoico 
ao ultrassom, 
densidade 
de água na TC, 
sinal alto 
em T2 na RM
Cirrose, 
contraste 
arterial, 
washout 
venosa portal
Imagens 
de 2ª linha: 
geralmente 
TC contrastada 
ou RM
Cicatriz 
estrelada 
central, 
contrastação 
arterial rápida 
com retorno 
precoce à 
intensidade 
normal
Testes 
laboratoriais 
pertinentes
Aspectos 
atípicos 
de imagem
Fluxograma da conduta em pacientes com lesão tumoral hepática
Nos casos em que o paciente não se encaixa em nenhuma das modalidades acima, é possível 
ainda realizar terapias de controle local e sistêmico, no intuito de melhorar a qualidade de 
vida e aumentar a sobrevida do paciente. Entre elas, temos a injeção percutânea de etanol 
e a ablação térmica, indicadas nas lesões únicas < 5 cm. 
Para a nossa sorte, dificilmente as bancas chegam a este nível de profundidade, mas vale ainda 
destacar o uso de terapias-alvo, como o sorafenibe, nos pacientes com doença avançada. 
Veja abaixoum resumo da conduta em pacientes com lesões tumorais no fígado:
↺25
Hepatites e tumores hepáticos
TOP FIVE
➀ Saber como conduzir a confirmação diagnóstica de hepatite C
➁ Saber a característica dos tumores benignos do fígado
➂ Saber que o carcinoma hepatocelular pode ser diagnosticado por exame 
de imagem
➃ Saber como investigar e conduzir a hepatite B
➄ Saber identificar a etiologia da hepatite viral a partir da sorologia
Resolva as questões na plataforma
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https://aristoclass.com.br/viewer/questao?id=5f5fa62a8c17db9f3a8cc375
https://aristoclass.com.br/viewer/questao?id=5f5fa62a8c17db9f3a8c12c3
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Hepatites e tumores hepáticos
Referências: 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. 
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2017.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção 
e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
3. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. 2021.
4. Sabiston. Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. ed 21, 2021.
5. Schwartz's Principles of Surgery. 10th Edition, 2014.
6. The American Joint Committee on Cancer (AJCC). Cancer Staging Manual - 8th, 2017.
a. Part IV - Lower gastrointestinal tract - Chapter 20 - Colon and rectum
b. Part V - Hepatobiliary System - Chapter 22 - Liver
7. KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 20 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2019.
a. Parte 4 - Oncologia e hematologia - Cap. 77 - Neoplasias do trato gastrintestinal inferior
b. Parte 4 - Oncologia e hematologia - Cap. 78 - Tumores do fígado e da árvore biliar
8. Goldman Cecil Medicina - 2 Vols. 24ª ed, 2014.
27
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 01
Fala, aristoter, tudo bem? Bora para uma questão muito importante para sua prova de 
revalidação, que cai com bastante frequência. 
O paciente da questão apresenta sintomas inespecíficos, evoluindo para um episódio 
de colestase (colúria e acolia fecal), com lesão hepática evidenciada pelo aumento de 
transaminases. Esse aumento expressivo (> 1000 UI/mL) sempre deve nos fazer pensar em 
hepatites virais antes de outras causas, corroborando para isso os fatores de risco que ele 
apresenta: alimentação em locais com baixos níveis de higiene (fator de risco para hepatite 
A, cuja transmissão é predominantemente fecal-oral) e relações sexuais sem preservativos 
(fator de risco para hepatite B).
Apesar disso, não teríamos que pensar muito já que a própria questão nos dá o diagnóstico: 
hepatite B crônica com hepatite A aguda sobreposta.
Para hepatite B temos os seguintes marcadores:
• HBsAg: antígeno de superfície do vírus indicando infecção ativa. Quando presente por > 
6 meses, confirma hepatite B crônica.
• Anti-HBs: indica resolução do quadro viral ou vacinação prévia, pois é o anticorpo que 
combate o vírus.
• HBeAg: marcador da replicação viral.
• Anti-HBc: esse anticorpo sinaliza que houve contato com o vírus, não sendo adquirido 
através da vacinação. A fração IgM indica infecção recente, enquanto a fração IgG aponta 
para infecção antiga ou hepatite B crônica, se o HBsAg estiver presente.
Hepatite A:
• Anti-HAV indica que houve contato com o vírus e para saber se é devido a uma infecção 
atual ou prévia/vacinação, devemos ver a fração IgM, que estará positiva somente na 
infecção recente.
Então, o paciente em questão possui hepatite A, devendo então ter o anti-HAV IgG e IgM 
reativos; possui uma hepatite B ativa (HBsAg reativo) e crônica (anti-HBc IgG reativo com 
IgM negativo).
 A questão não menciona a hepatite C, mas vamos lembrar como é seu perfil sorológico? 
Também é mais simples: pedimos o anti-HCV, se este for positivo, indica contato com o 
vírus. Mas para confirmar sua presença, solicitamos o HCV-RNA.
28
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 01
Alternativa A - Incorreta: Anti-HAV IgG reativo e IgM não reativo = contato prévio com vírus 
A ou vacina, mas não há hepatite A; anti-HBc IgM e IgG reativos = há exposição recente ao 
vírus B; como o HBsAg é reativo, então há hepatite B aguda.
Alternativa B - Incorreta: Anti-HAV IgG e IgM reativos = há hepatite A; anti-HBc IgG e IgM 
não reativos = não houve exposição ao vírus B; HBsAg não reativo = não é hepatite B.
Alternativa C - Incorreta:  Anti-HAV IgG e IgM não reativos = não há hepatite A e nem 
exposição prévia/vacina; HBsAg não reativo com IgG reativo = não há hepatite B, mas já 
houve exposição prévia ao vírus.
Alternativa D - Incorreta:  Anti-HAV IgG não reativo e IgM reativo: há hepatite A aguda; 
anti-HBc IgM e IgG não reativos = não houve exposição prévia ao vírus B; HBsAg não reativo 
= não há hepatite B.
Alternativa E - Correta: anti-HAV IgG e IgM reativos = há hepatite A; HBsAg reativo = há 
hepatite B, que é crônica pois o anti-HBc IgM é negativo.
Portanto, o gabarito é alternativa E.
29
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 02
E lá vem mais uma questão do Revalida abordando as hepatites virais. Não há dúvida de que 
precisamos ter domínio neste assunto e garantir aqueles pontinhos alegres, não é mesmo? 
Então bora.
O primeiro passo da triagem sorológica da hepatite C é a solicitação da anti-HCV, para 
identificar se o paciente tem anticorpos contra o HCV, logo, se a paciente apresentou anti-
HCV positivo quer dizer que ela já foi exposta ao vírus.
O que nos faz chegar a dois possíveis caminhos: ou a paciente é portadora do vírus (hepatite 
C crônica, ou a paciente foi curada e apresenta apenas uma “cicatriz sorológica” devido à 
infecção viral prévia. Para descobrirmos em qual dos dois perfis a paciente se encaixa, 
devemos imediatamente solicitar o HCV-RNA, que é para identificarmos a carga viral.
Agora, vamos às alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Uma função hepática alterada não fecharia e nem descartaria o 
diagnóstico de hepatite C ativa, por isso não é nosso exame de escolha.
Alternativa B - Incorreta: Este é um passo que será feito, mas primeiro devemos descartar 
ou confirmar a infecção pela hepatite C, por isso a alternativa que contempla carga viral, deve 
ser feita antes; e como a banca pergunta qual conduta deve ser priorizada, consideramos 
esta alternativa como incorreta.
Alternativa C - Incorreta: Genotipagem são testes muito caros, então primeiro devemos 
confirmar o diagnóstico para depois pensarmos em genotipagem, não devemos priorizar 
este exame, ao menos em um primeiro momento.
Alternativa D - Correta:  Exatamente! No momento devemos priorizar o descarte ou o 
fechamento do diagnóstico de hepatite C, por isso este exame é o que deve ser priorizado.
Portanto, o gabarito é a letra D.
30
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 03
Questão maravilhosa para revisarmos o tema, e ainda por cima, bastante recente, extraída 
do Revalida da edição de 2022.
Temos um paciente usuário de drogas ilícitas injetáveis, então já ficamos atentos para 
doenças relacionadas. Ele se queixa de fadiga, dor abdominal em hipocôndrio direito (o que 
temos ali? O fígado!). Teve febre, artralgias e um exantema leve, além de olhos amarelados 
e a urina escura. É tabagista e etilista. Está ictérico e com hepatomegalia. Além disso, temos 
nosso prato cheio da questão: os exames. Bora ver tudo que está alterado (marcamos em 
vermelho sobre a tabela que a própria questão nos apresentou):
Provas bioquímicas 
hepáticas Valor encontrado Valor de referênciaMarcadores virais 
de hepatite
Aspartato 
aminotransferase 
(AST)
778 UI/L até 40 UI/L Anti-HAV total: 
negativo
Alanino 
aminotransferase 
(ALT)
1.058 UI/L até 38 UI/L HBsag: positivo
Bilirrubina total 3,8 mg/dL até 1,2 mg/dL Anti-HBc igM: 
positivo
Bilirrubina direita 3,2 mg/dL até 0,3 mf/dL Anti-HBc igG: 
negativo
Fosfotase alcalina 215 UI/L 40-129 UI/L Anti-HBe igM: 
negativo
Gama-glutamil 
transferase 98 UI/L 10-50 UI/L Anti-HBs: negativo
INR 1,0 0,9-1,03 Anti-HCV: negativo
PTTa 35,2 segundos 29-45 segundos
Vemos que a bilirrubina está alta, como esperávamos, considerando um paciente ictérico. 
Além disso, temos o fígado todo afetado (esperado para um paciente alcoolista e usuário de 
drogas injetáveis). E os marcadores de hepatite?
HBsAg positivo: se o HbsAg é positivo, o indivíduo tem hepatite, mas não sabemos se ela é 
crônica ou aguda. E aí entra o anti-HBc - se a fração IgM do anti-HBc é positiva, podemos 
afirmar que o indivíduo tem hepatite B aguda. Se a fração IgM é negativa e a fração IgG 
é positiva, ele tem hepatite B crônica. Ou seja: temos uma hepatite B aguda. Faz sentido? 
Vejamos.
A transmissão dessa doença pode ser vertical, percutânea e sexual. Dentre as manifestações 
extra-hepáticas mais comuns podemos citar a poliarterite nodosa (PAN), a acrodermatite 
papular (síndrome de Gianotti Crosti) e a glomerulonefrite membranosa. E o que o paciente 
teve? Artralgia!
31
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 03
Como tratamos? Com sintomáticos e evitando piorar a situação: tratar doença de base, 
evitar tudo que seja hepatotóxico e acompanhar.
Vamos ver as alternativas:
Alternativa A - Correta: BINGO! Exatamente tudo o que contextualizamos acima.
Alternativa B - Incorreta: Não, pois já vimos que temos uma hepatite B. Vale, sim, encaminhar 
o paciente para o Centro de Atenção Psicossocial (pelo uso de álcool e drogas), mas a 
hepatite dele é viral.
Alternativa C - Incorreta: Não, pois os marcadores da hepatite C foram todos negativos.
Alternativa D - Incorreta: Para ser crônica, o IgG deveria estar positivo e o IgM negativo. 
Mas como seria agudizada, então? Com marcadores de replicação viral, como o HBeAg.
O gabarito é a alternativa A.
32
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 04
Questãozinha da UNICAMP-SP trazendo um tema frequente nos exames médicos que, 
eventualmente, pode cair na sua prova de revalidação, uma vez que a hepatologia de forma 
geral é uma área extremamente presente nesta prova.
Temos uma paciente de 33 anos, sexo feminino, multípara, em uso de contraceptivo oral 
combinado, na qual foi encontrado um nódulo hepático único, hipercoico, bem delimitado 
e medindo 3 cm no VIII segmento hepático. A partir disso, a questão nos pede qual seria o 
diagnóstico provável.
Então, vamos conhecer os principais diagnósticos diferenciais dos nódulos hepáticos?
Hemangioma hepático: é o nódulo benigno mais comum do fígado. Acomete principalmente 
mulheres entre 30 e 50 anos e é assintomático na maioria dos casos. Uma característica 
típica dessa lesão é a captação de contraste na TC (a captação é periférica na fase arterial 
e centrípeta na fase portal).
Hiperplasia nodular focal:  é a segunda lesão benigna mais comum do fígado, sendo 
frequente em mulheres jovens. É assintomática na maior parte dos casos e não se associa 
a transformações malignas. Também não possui relação com anticoncepcionais orais. 
A característica mais típica dessa lesão à TC é a formação de cicatriz central no exame 
contrastado.
33
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 04
Adenoma hepático:  é comumente encontrada em mulheres jovens (20–40 anos), 
apresentando uma associação importante com o uso de anticoncepcionais orais (ACO). Na 
TC, a imagem caracteristicamente apresenta captação rápida do contraste na fase arterial, 
com caráter mais heterogêneo por conta dos focos hemorrágicos, necrose e componente 
lipídico intratumorais (pontos escuros dentro de uma lesão predominantemente clara). Na 
ausência de hemorragia, a imagem se mostra mais homogênea, dificultando o diagnóstico.
• Se as lesões forem < 5 cm e a paciente for assintomática -->  suspender o ACO e 
acompanhar a lesão.
• Para as lesões > 5 cm --> tratamento cirúrgico, baseado na ressecção da lesão.
Carcinoma hepatocelular:  é o tumor maligno primário de fígado mais comum. Acomete 
pacientes com histórico de hepatites crônicas e cirrose, geralmente homens acima de 50 
anos. O padrão típico em exames de imagem é a captação rápida do contraste na fase 
arterial e o “washout” na fase venosa do exame, isto é, o nódulo “limpa” o contraste antes 
do restante do parênquima hepático.
Voltando ao nosso caso clínico, o diagnóstico provável seria o de adenoma hepático, uma 
vez que é o principal nódulo hepático benigno associado ao uso de contraceptivo oral 
combinado em mulheres jovens.
34
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 04
Agora que descomplicamos um pouco sobre este tema, vamos às alternativas?
Alternativa A - Correta: Perfeito, uma vez que o adenoma hepático é o principal nódulo 
hepático benigno associado ao uso de contraceptivo oral combinado em mulheres jovens.
Alternativa B - Incorreta: Hiperplasia nodular focal não guarda relação com contraceptivo 
oral combinado e, sim, com a presença de cicatriz fibrosa central ao exame de imagem.
Alternativa C - Incorreta:  Hemangioma hepático também não guarda relação com 
contraceptivos, apesar de ser o subtipo de nódulo hepático benigno mais comum.
Alternativa D - Incorreta: Carcinoma hepatocelular em paciente jovem e sem histórico de 
hepatopatia prévia, usuária ainda de ACO, não nos faz pensar em um CHC como principal 
hipótese diagnóstica.
Assim, a resposta certa é a letra A.
35
Hepatites e tumores hepáticos
Comentário da Questão 05
Saca só esta questão que o Revalida preparou para a edição de 2021.
Sabemos que a presença de hepatite B crônica é um dos principais fatores de risco para 
o desenvolvimento de carcinoma hepatocelular (CHC). Geralmente, o nódulo surge após 
um processo de insuficiência hepática e cirrose, mas no caso da hepatite B, pode haver o 
surgimento do CHC sem passar por essa fase de cirrose.
Temos, então, um paciente com hepatite B e que, na tomografia computadorizada, 
apresenta um nódulo hepático com  rápida captação de contraste na fase arterial  e, 
logo após, o contraste desaparece rapidamente na fase portal/venosa. Esse fenômeno é 
denominado wash out  e esse quadro nos remete ao diagnóstico de CHC; assim, não é 
necessário biópsia para confirmação.
Vamos às alternativas:
Alternativa A - Incorreta: Não é necessário prosseguir com a biópsia, pois o diagnóstico de 
CHC já está dado de maneira não invasiva, com epidemiologia + imagem sugestiva.
Alternativa B - Incorreta: Para transplante hepático no CHC, seguindo os critérios de Milão, 
deveremos ter um nódulo de até 5 cm ou até 3 nódulos menores que 3 cm. Nosso paciente 
apresenta um nódulo de 3,6 cm, sendo candidato ao transplante.
Alternativa C - Incorreta:  Não é necessário complementar a investigação com novos 
exames de imagem, já que a presença de wash out em nódulo na TC já é sugestivo de CHC.
Alternativa D - Correta: Como vimos, o diagnóstico de CHC é altamente provável e, assim, 
o próximo passo é o planejamento terapêutico, que pode ser por meio de ressecção ou 
transplante hepático.
Portanto, a resposta certa é a alternativa D.
	Sumário
	1. Conceitos gerais de hepatologia
	1.1 Hiperbilirrubinemia
	1.2 Síndrome hepatocelular
	2. Hepatites virais
	2.1 Conhecimentos básicos
	2.2 Quadro clínico
	2.3 Exames laboratoriais
	2.4 Tratamento
	2.5 Profilaxia
	3. Tipos de hepatite viral
	3.1 Hepatite A
	3.2 Hepatite B ⚠
	Questão 01	 
	3.2.1 Aspectos gerais
	3.2.2 Painel sorológico
	3.2.3 Profilaxia da hepatite B
	3.3. Hepatite C ⚠
	Questão 02	 
	3.4 Hepatite D 
	3.5 Hepatite E
	3.6 Diagnóstico das hepatites virais através de exames laboratoriais ⚠
	Questão 03	 
	4. Hepatite autoimune
	5. Outras hepatites6. Tumores hepáticos
	6.1. Lesões benignas ⚠
	Questão 04	 
	6.1.1 Hemangioma cavernoso 
	6.1.2 Hiperplasia nodular focal
	6.1.3 Adenoma hepático
	6.2 Carcinoma hepatocelular (CHC) ⚠
	Questão 05	 
	6.2.1 Quadro clínico e diagnóstico 
	6.2.2 Tratamento
	TOP FIVE
	Tesoura 1 A 27: 
	Tesoura 1 C 29: 
	A 28: 
	Botão de rádio 16: Off
	Tesoura 1 D 27: 
	Tesoura 1 E 28: 
	Tesoura 1 B 27: 
	B 28: 
	C 29: 
	D 31: 
	E 30: 
	Resposta 28: 
	Respostas 14: 
	Tesoura 1 A 28: 
	Tesoura 1 C 30: 
	A 29: 
	Tesoura 1 D 28: 
	Tesoura 1 B 28: 
	B 29: 
	C 30: 
	D 32: 
	Resposta 29: 
	Respostas 15: 
	Tesoura 1 A 29: 
	Tesoura 1 C 31: 
	A 30: 
	Tesoura 1 D 29: 
	Tesoura 1 B 29: 
	B 30: 
	C 31: 
	D 33: 
	Resposta 30: 
	Respostas 17: 
	Tesoura 1 A 30: 
	Tesoura 1 C 32: 
	A 31: 
	Tesoura 1 D 30: 
	Tesoura 1 B 30: 
	B 31: 
	C 32: 
	D 34: 
	Resposta 31: 
	Respostas 16: 
	Tesoura 1 A 31: 
	Tesoura 1 C 33: 
	A 32: 
	Tesoura 1 D 31: 
	Tesoura 1 B 31: 
	B 32: 
	C 33: 
	D 35: 
	Resposta 32: 
	Respostas 18: 
	Botão 185: 
	Página 27: 
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