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Resumos Psicologia Cognitiva II Pensamento e Resolução de Problemas → Lógica (como devemos pensar): é a teoria normativa para a dedução, levando a considerar a conclusão válida ou não válida. → Psicologia (como pensamos). Podemos então dizer que existe uma passagem do comportamentalismo (onde só pode ser o objecto de estudo o que é directamente observável) para o pensamento não ser directamente observável; a Psicologia Cognitiva desenvolveu-se muito nesta área. Actividades que são da área do pensamento (função superior) - O ideal seria a existência de uma taxonomia para o pensamento, pois o pensamento tem muitas áreas; - O interesse da Psicologia Cognitiva é nos processos usados para chegar à conclusão. → Associação - “Sonhar Acordado”; - Uma ideia leva à outra e a encadeação cria um raciocinio. → Cálculo - Determinístico (cada passo determina o passo seguinte). → Criatividade - Os mecanismos não são determinísticos; - É dificil estudar por ser uma área muito complexa (rompe com o normal de como pensar); - Dificulta a resolução de problemas pois leva-nos para algo novo, “rompendo” com o que é familiar e previsivel. Objectivo? Não Sim “Sonhar Deterministico? Acordado” Sim Não Cálculo Objecto Preciso? Não Sim Aumenta a informação semântica? Sim Não Indução Dedução Raciocinio → Dedutivo - não há aumento da informação semântica; - a conclusão deriva estritamente da informação das premissas (conclusão certa). → Indutivo – há aumento da informação semântica; - a conclusão é probabilistica. Resolução de Problemas Partimos de um certo estado das coisas e queremos chegar a um outro estado das coisas em que esse problema já esteja resolvido. → A resolução de problemas é aplicada a situações face às quais o sujeito não dispõe de uma conduta adaptada instantaneamente mobilizável. → Conhecimento Declarativo (são os nossos conhecimentos gerais) e Conhecimento Procedimental (é o saber como fazer algo) relacionam-se com a resolução de problemas. Heurística versus Algorítmo Operador – acção que leva a um objectivo; - podem ser descobertos por analogia ou por observação directa. Critérios para escolher o operador: - evitar operadores que anulem os anteriores; - método de redução das diferenças (entre o problema inicial e os objectivos); - análise dos meios e dos fins (estado inicial e estado final). Aquisição de operadores: - Descoberta: por tentativa-erro. Ex: “Abriu uma oficina perto da minha casa e assim já posso arranjar o carro.” - Imitação: observando uma situação já aplicada por outra pessoa. Ex: “Já sei como resolver um problema porque já vi e sei como funciona.” - Analogia: processo pela qual o solucionador “mapeia” a solução de um problema na solução de outro problema. Heurística – estratégia de pesquisa; - é o oposto do algorítmo (quando não se sabe como agir, usamos uma heurística). Algorítmo – procedimento garantido para chegar à solução do problema. Caracteristicas: - Anderson (1995) destaca 3 caracteristicas da resolução de problemas: → Direcção face a um objectivo: o comportamento é organizado em direcção a um objectivo. → Decomposição em sub-problemas: trata-se de decompor o objectivo final em sub- objectivos (sub-problemas) para se atingir aquilo que se pretende. → Aplicação do operador: são os meios que nos ajudarão a resolver o problema. - O conhecimento processual tem origem na actividade da resolução de problemas na qual um objectivo é decomposto em sub-problemas para os quais o seleccionador possui operadores. Experiências de Kohler (1927): - O macaco Sultão estava dentro de uma jaula e fora dela estava a comida que ele queria alcançar (problema → como não sabia resolvê-lo adoptou uma heurística); - Dentro da jaula, o Sultão dispunha de uma vara (operador) grande para alcançar a comida e usava-a para puxar a comida para perto de si (aplicação do operador) e resolveu o problema; - Sultão, se tivesse duas varas, juntava-as numa só (decomposição em sub-objectivos) e alcançava a comida. Os estados/espaços da resolução de problemas - Espaço do problema: espaço geral que engloba toda a resolução de um problema e inclui todos os estados desse problema. - Estado: representação de um problema em algum grau de solução. → Estado Inicial: Situação inicial do problema em que o obstáculo está por resolver. → Estado Intermédio: Passos que o solucionador dá, os operadores que aplica e que o colocam mais perto da “meta” (objectivo final). Cada estado intermédio altera o espaço do problema de alguma forma. → Estado Fim (“Meta”): Outro estado das coisas em que o problema foi resolvido (objectivo final). Resolução de Problemas Estratégia de Balanceamento – garante que exista equilibrio em “ambas as partes” do problema; - esta estratégia leva-nos a estados de beco sem saída do problema. Estratégia Meio-Fim – manifesta-se pela tendência para conduzir as pessoas para a meta do problema. Deslocamento de Estratégia – deslocamento de uma estratégia de balanceamento com uma estratégia meio-fim. Fenómenos relacionados com a Resolução de Problemas: → Flicidez Funcional – tendência dos sujeitos para representarem os objectos com a sua “utilização normal” e não percebendo que estes podem ter outras utilizações (ex: problema das duas cordas). → Efeitos de Insight – quando não sabemos como resolver um problema, a solução aparece-nos inesperadamente e nós não nos conseguimos aperceber qual é; - o insight não é um esforço consciente, é algo que surge de maneira súbita e que é sentida com um “já sei!”. → Efeitos de Incubação – quando não sabemos como resolver um problema, devemos abandoná-lo e mais tarde chegaremos à conclusão rapidamente (o nosso inconsciente fica a “matutar” sobre o problema). → Efeitos de Conjunto– quando vários problemas têm a mesma resolução, aplica-se a mesma estratégia a todos. → Importância dos Factores Sociais – estes factores operam no interior do próprio mecanismo cognitivo, não devendo, portanto, ser encarados como meras variáveis adicionais. Raciocinio e Afectos Afecto - pode referir-se a emoções, humor (“mood”) ou apenas valência. Enquanto que o humor e as emoções correspondem a estados afectivos que um sujeito experiencia, a valência refere-se normalmente ao tom afectivo da informação (positiva ou negativa), o que não induz necessariamente o correspondente estado afectivo no sujeito. Emoções – têm um referente especifico (sentimos uma emoção em relação a algo); - têm normalmente um tempo curto, alta intensidade e duração limitada. Humor – refere-se ao próprio sentimento, ao estado de espirito do sujeito, quando o objecto ou a causa não é o foco da atenção (as pessoas, normalmente, não têm consciência das causas do seu humor); - não têm um referente especifico, surge habitualmente de modo gradual, tem fraca intensidade e pode durar algum tempo. Processamento da Informação Duas formas de processar a informação: - Com poderação e Consciência (Humor Negativo); - Intuitivamente (Humor Positivo). Humor Positivo: - Uso de uma estratégia “satisficing”; - Apoio nos conhecimentos; - Processamento “top-down”: → apoia-se no conhecimento que já possuímos da tarefa a realizar. - Heurístico; - Pouca atenção aos detalhes. Humor Negativo: - Uso de uma estratégia de “optimizing”;- Processamento sistemático com base nos dados; - Processamento “bottom-up”: → apoia-se nas caracteristicas da tarefa. - Automático; - Atenção considerável aos detalhes. O humor e as emoções tanto podem facilitar como inibir a resolução de problemas, dependendo da natureza da tarefa. Pensamento Contrafactual Que tipos de coisas ocupam o nosso pensamento? Factos – como as coisas realmente são. Possibilidades Reais ou Factuais – como as coisas poderão ser. Possibilidades Contrafactuais – como as coisas poderiam ter sido. Impossibilidades – como as coisas não são e nunca poderão ser. Pensamentos Contrafactuais - Alternativas da realidade que não chegaram a acontecer; - Pensar sobre como as coisas poderiam ter sido é uma reacção cognitiva a acontecimentos negativos ou que não confirmam as expectativas; - Ao pensar contrafactualmente, as pessoas elaboram simulações mentais de situações passadas, nas quais as coisas ocorrem de uma forma diferente daquilo que aconteceu na realidade → a alteração mental de resultados passados, presentes nestes pensamentos, é uma reacção cognitiva a acontecimentos negativos ou que não confirmam as expectativas e podem relacionar-se com a resolução de problemas. Expressões de pensamentos contrafactuais: “se...então...”; “podia ter...”; “(mas) porque é que...”. Representação Mental (Modelos Mentais) Contrafactual: “Se tivesse espirrado, então teria morrido.” Factual: “Se espirrar, então morre.” → Só existe uma possibilidade de opção. Dois pensamentos: - Não espirrou, não morreu (o que aconteceu). - Espirrou e morreu (imaginado). 1. Coisas que alteram Leis Naturais (“Ele não teria caído se não houvesse gravidade.”) - Aquilo que nós mudamos quando pensamos contrafactualmente; Mudamos os antecedentes de forma a obter outro resultado. 2. Coisas de um Mundo Fantástico (“Se os Romanos tivessem tido a bomba atómica...”) - Aquilo que nós mudamos não são coisas ao disparate de cada um; O que mudamos tem uma certa racionalidade. 3. Coisas que sejam Impossibilidades (Coisas que nunca poderiam ser dado o modo como o mundo é). - Aquilo que nós mudamos cria alternativas da realidade plausíveis. Imaginação Racional Segundo Byrne, a ideia de que a imaginação é racional assenta em 3 pontos: - As pessoas são capazes de pensamento racional; são racionais, em principio, e podem errar na prática; - As pessoas fazem inferências através do pensamento sobre as possibilidades; - Os pensamentos contrafactuais assentam no pensamento sobre possibilidades, tal como os pensamentos racionais. Os condicionantes do pensamento contrafactual → Mutabilidade – A prontidão relativa com que os elementos da realidade, antecedentes de um acontecimento inesperado, podem ser alterados mentalmente para construir uma alternativa contrafactual; - Coisas sobre as quais temos controlo e sobre as quais podemos decidir. Ex: “Se estivesses estado com mais atenção, não terias partido o copo.” → Valência de Resultado – Vantagens e desvantagens do pensamento. → Expectativas – Quando uma expectativa é grande e não se concretiza, pensamos contrafactualmente. → Proximidade de um Resultado Positivo – A pessoa ao nosso lado morre, pensamos contrafactualmente ↔ Se a pessoa que morre está a 500m já não pensamos contrafactualmente. → Excepcionalidade – O sujeito faz algo fora do seu habitual e a tendência é para repôr o habitual. → Contrabilidade – O controlo que temos das coisas. Acção/Inacção - Curto Prazo: O sujeito que se arrepende mais é o que agiu (o que tinha antes e o que tem agora) pois esse que agiu teve mais trabalho, etc. - Longo Prazo: O que nos arrependemos mais é daquilo que não fazemos. Categorização dos Pensamentos Contrafactuais - Direcção: Ao comparar as circunstâncias factuais com a alternativa contrafactual, esta alternativa pode ser considerada como mais ou menos favorável do que as circunstâncias contrafactuais. Ex: Situação Factual – “O Ronaldo jogou mal, perdemos o jogo.” Situação Contrafactual – “Se o Ronaldo jogar bem, ganhamos o jogo.” A comparação é de origem ascendente. Situação Factual – “Tive sorte, tenho o braço.” Situação Contrafactual – “Não tive sorte, perco o braço.” A comparação é de origem descendente. - Estrutura: Ao elaborar um pensamento contrafactual podemos adicionar ou eliminar um antecedente para alterar mentalmente o resultado. Pensamentos Contrafactuais Aditivos – Relacionados com a comparação de direcção ascendente. Pensamentos Contrafactuais Subtractivos – Relacionados com a comparação de direcção descendente. Consequências dos Pensamentos Contrafactuais: - Consequências Psicológicas; - Consequências Emocionais; - Consequências Cognitivas. Consequências Psicológicas: Efeito de Contraste – ocorre quando uma avaliação se torna mais extrema por ser contratada com um padrão; - está relacionado com as consequências emocionais (desilução, culpa, perda,...). Atribuições Causais: Influencia as atribuições de culpa, a elaboração de expectativas e a formação de atitudes e de intenção em relação a comportamentos futuros. Consequências Emocionais: - Contrafactuais ascendentes e Emoções negativas; - Contrafactuais descendentes e Emoções positivas. - As emoções podem depender da informação focalizada numa comparação; O contexto influencia as emoções consequentes da ideação contrafactual. Consequências Cognitivas: - As inferências causais envolvidas no pensamento contrafactual e a elaboração de modelos alternativos à situação factual em que a valência negativa do resultado é evitada, podem contribuir para que as pessoas se sintam preparadas para situações semelhantes no futuro. → Passado: Resultado negativo; Emoções negativas subsequentes. → Presente: Elaboração de uma representação mental alternativa à situação real desfavorável (processamento contrafactual). → Futuro: Transformação dessa representação em atitudes e/ou estratégias comportamentais que promovem a adaptação eficaz. Modelo Funcional do Comportamento Contrafactual Função Preparativa – Atribuição causal; Contrafactuais de categorias diferentes possuem diferentes valores preparativos. → Os ascendentes sugerem como podemos melhorar a situação; → Os descendentes apontam para a manutenção do estado anterior das coisas; → Os contrafactuais aditivos têm um valor preparativo mais elevado que os contrafactuais subtractivos. - Os contrafactuais que possuem o mais alto valor em termos preparativos são os de direcção ascendente e estrutura activa. Função Afectiva – Regulação dos efeitos negativos que resultam de um acontecimento negativo; - Direcção descendente (“Podia ter sido pior.”) Pensamento Contrafactual Disfuncional: - Análise causal comprometida → A acessibilidade orienta o foco da alteração. Juízo Moral: As pessoas imaginam mais alternativas para eventos inapropriados. O que mudamos quando pensamos contrafactualmente? - Mudamos os eventos que controlamos; - Mudamos mais os eventos socialmente inapropriados (do que os apropriados); - Mudamos a primeira causa numa sequência causal (e não as causas subsequentes); - Mudamos o evento mais recente numa sequência temporal não causal; - Mudamos mais as acções do que as inacções. O “lado negro” dos Contrafactuais: - Focam-se em aspectos incontroláveis da vida e em aspectos únicos que não se vão repetir; - Ruminação; - Contrafactuais e o jogo compulsivo. Pensamento Contrafactual e Depressão - Menos Contrafactuais espontâneos; - Funcionalidade comprometida; - Os perigos da disfuncionalidade. Os deprimidos têm uma visão negativa sobre tudo.Raciocinio Dedutivo Dedução – Relacionar a informação previamente fornecida e concluir algo que já estava implicito; - A relação entre os silogismos e a conclusão deve ser lógica. Lógica e Psicologia do Pensamento Inferências Kant Contexto Forma Lógica Válidas Leis Necessárias .................. Mais (+) Psicologia Todas Leis Contingentes Mais (+) Mais (+) - Em relação às inferências, à lógica interessa se é válida ou não e como chegamos às válidas, enquanto que, para a Psicologia, interessam todas, independentemente se são lógicas ou não (muitas vezes, os sujeitos não fazem inferências de forma válida). - Kant diz que a lógica são leis necessárias (como devemos pensar de forma a pensar validamente) e a psicologia são as leis contingentes (como pensamentos de facto). - À lógica só interessa a forma, enquanto à Psicologia é o contexto (conteúdo do problema) e a forma (como o problema é resolvido). Silogismo Linear: - Envolve uma inferência transitiva → propriedade com base na qual podemos comparar e ordenar objectos/pessoas. Ex: O João (A) é mais alto que o Rui (B). O Rui (B) é mais alto que o Pedro (C). Logo (então), o João (A) é mais alto que o Pedro (C). Estrutura: A > B, B > C → A > C. Silogismo Categórico: - Tem duas premissas e uma conclusão → cada premissa tem sempre um quantificador antes e podem ser positivas ou negativas. 1. Universal Afirmativa (“Todos são”); 2. Universal Negativa (“Nenhum é”); 3. Particular Afirmativa (“Alguns são”); 4. Particular Negativa (“Alguns não são”). Ex: Alguns (A) professores (B) são psicólogos (C). Nenhum (D) engenheiro (E) é psicólogo (C). Logo, alguns (A) professores (B) não são engenheiros (E). Estrutura: A --- B, C --- B. A --- B. Raciocinio Proposicional - Raciocinio que se faz apartir de duas frases que estão ligadas. - “Se...então...” → Implicação - “E” → Disjunção - “Ou” → Conjugação Ex: “Se há um marciano, então há um raio de luz verde.” Raciocinio com Condicionais - Área mais estudada no domínio do raciocinio dedutivo. - “Se limpares o quarto, então deixo-te ir sair” → Promessa - “Se não comeres a sopa, não vês televisão” → Ameaça - “Se ando de mota, então tenho de usar capacete” → Deôntica (obrigação) Teorias Psicológicas da Dedução - É possivel agrupar as teorias psicológicas da dedução de acordo com três perspectivas: Primeira Perspectiva: existiria um conjunto de regras formais que constituiram o raciocinio proposicional. Segunda Perspectiva: coloca a tónica na importância do conteúdo, relativamente ao qual o sujeito raciocina e do contexto no qual o raciocinio ocorre. Terceira Perspectiva: teoria da dedução tem de centrar-se nos mecanismos da representação mental e nos procedimentos ligados às referidas representações. Evans, Newstead e Byne (1993) falam em 4 abordagens teóricas do raciocinio dedutivo: - Teoria das Regras Formais; - Teoria dos Modelos Mentais; - Teoria do Conteúdo/Contexto; - Teoria das Heurísticas e Enviesamento. Teoria das Regras Formais - O raciocinio é um processo de cálculo proposicional, sendo a lógica proposicional uma descrição adequada do raciocinio humano. Lógica Mental: Constituída por algumas regras formais, mais simples e é com a lógica mental que estabelecemos as conclusões. Ex: Há morangos ou amoras; Não há morangos. Logo, há amoras. - Na discussão levada a cabo por MacNamara (1986) sobre o lugar da lógica na psicologia, ele afirma não defender nem a união entre as duas nem o seu divórcio posterior, mas antes uma relação baseada num beneficio mutuo. Criticas à Teoria: - Dado que as regras formais são aplicadas independentemente do conteúdo das proposições, dependendo estritamente da sua forma lógica, os teóricos das regras formais consideram que a influência do conteúdo funciona a um nivel anterior ao do raciocinio, ou seja, a um nivel anterior que define o processo de compreensão. Logo, os erros de raciocinio não seriam erros lógicos mas antes de compreensão. Teoria do Conteúdo/Contexto - O contexto é considerado habitualmente como sendo um conjunto de factores relacionado com o conteúdo do problema. Regras para Conteúdos: Quanto maior é o significado social de uma regra/conteúdo, maior é o sucesso de alguém resolver uma tarefa em que isso está envolvido → Papel do Alter (Significado Social). Tarefa de Selecção de Cartões: - Uma critica que pode ser feita aos estudos com esta tarefa reside no facto de não se verificar um controlo rigoroso de metodologias e procedimentos utilizados nas diversas investigações → Tal facto, pode conduzir a uma avaliação errada do efeito do conteúdo, no caso em que o desempenho dos sujeitos se encontre sob a influência de outras variáveis presentes na tarefa. Esquemas Pragmáticos: - Tentativa de estabelecimento de um compromisso entre as duas posições já assinaladas, ou seja, entre a teoria das regras formais e as hipóteses baseadas nos conhecimentos armazenados na memória; - Têm o objectivo de definir a natureza dos conhecimentos relativos às regulações sociais, com as premissões e obrigações, de forma a poder explicar os efeitos do conteúdo sobre o raciocinio. As regras dos esquemas de premissão são as seguintes: → Modus Ponens: Se é para realizar a acção, então a pré-condição tem de ser satisfeita. Ex: “Para eu beber cerveja, tenho de ter mais de 18 anos.” → Modus Tollens: Se a pré-condição não é satisfeita, então a acção não pode ser realizada. Ex: “Se eu não tiver mais de 18 anos, não posso beber cerveja.” → Negação do Antecedente: Se a acção não é para realizar, então a pré-condição não é necessária. Ex: “Se não é para beber cerveja, então não preciso de ter mais de 18 anos.” → Afirmação do Consequente: Se a pré-condição é satisfeita, então a acção pode ser realizada. Ex: “Se tenho mais de 18 anos, então posso beber cerveja.” Criticas à Teoria: -Independentemente das criticas, a vantagem mais evidente desta teoria reside no facto das referidas teorias terem mostrado a importância do conteúdo/contexto em que os sujeitos raciocinam e algumas das suas consequências em termos de desempenho; - A limitação mais óbvia reside no facto das teorias terem um suporte empirico praticamente limitado a uma única tarefa de raciocinio (tarefa de selecção), e o facto de não explicarem como o ser humano raciocina com o material não social. Teoria dos Modelos Mentais - Esta teoria opõem-se à ideia de que o ser humano raciocina através de regras de inferência, que funcionam de forma basicamente sintática, sem especificar qualquer tipo de semântica para as conjuções; - Permite explicar os fenómenos encontrados com mais frequência no dominio da dedução; - Permite ainda explicar os efeitos do conteúdo e do contexto, dado que estes factores afectam quer a elaboração dos modelos mentais, quer a procura de modelos alternativos. Ex: “Todos os Homens são mortais. Sócrates é Home. Logo, Sócrates é mortal.” → Todos os homens são mortais,mas nem todos os mortais são homens. → Raciocionar não é um processo sintático e sim semântico, de acordo com esta teoria. A dedução envolve 3 fases: Compreensão: Onde o sujeito mobiliza o seu conhecimento da língua e os seus conhecimentos gerais de modo a compreender a informação (premissas), enquanto elabora um modelo mental do estado de coisas descritas pelas premissas. Descrição: Onde os sujeitos tentam formular uma descrição dos modelos que elaboraram, ou seja, tentam concluir alguma coia que não seja aquilo que já esteja afirmado nas premissas. Validação: O sujeito procura modelos alternativos das premissas que possam constituir um contra-exemplo relativamente à conclusão suposta.Criticas à Teoria: - As criticas estão mais significativas estão ligadas aos aspectos relativos ao desenvolvimento das competências dedutivas e aos aspectos relacionados com o conteúdo/contexto da informação, com base na qual o sujeito raciocina; - Evans (1993) afirma que esta teoria serve para explicar o modo como raciocionamos com material novo, e não serve para explicar o modo como raciocionamos com material familiar. Modelo de Possibilidades - Corolário: Quanto mais modelos existem mais dificil é o problema; o que se constata empiricamente; as pessoas dão mais erros e demoram mais tempo. - Contra-Exemplos: É uma possibilidade consistente com as premissas mas não com a conclusão. - Modelação Semântica e Pragmática: De acordo com o significado das coisas e de acordo com os nossos conhecimentos, nós mudamos as nossas representações mentais e consequentemente, as conclusões que tiramos. → A Modulação é a ponte para a Indução. Pensamento Crítico - Assenta num conjunto de habilidades que permitem pensar racional e objectivamente. - Compreender a linguagem com exactidão: - Interpretação; - Identificação de Assunções. - Perceber a ligação lógica entre proposições: - Inferência; - Dedução; - Avaliação de Argumentos. Identificação de Assunções: - Uma suposição é algo pressuposto ou um dado adquirido. Ex: Quando se diz “Eu vou ser médico daqui a 2 anos”, tem-se como adquirido que vamos estar vivos daqui a 2 anos, que se vai passar nos exames, etc. Inferências: - Uma inferência é a conclusão que uma pessoa pode tirar de certos factos observados ou supostos. Dedução: - A palavra “alguns” em qualquer frase significa uma parte indefinida de quantidade de uma classe de coisas. Avaliação de Argumentos: - Na tomada de decisões, é desejável que sejamos capazes de distinguir entre os argumentos que são fortes e os que são fracos. - Para um argumento ser forte, deve ser importante e directamente relacionado com a questão; - Um argumento é fraco quando não está directamente relacionado com a questão, se é de menor importância ou se está apenas relacionado com aspectos triviais da questão. Raciocinio Indutivo - Leva a conclusõs prováveis mas não certas. Formação de Hipóteses - Experiências de Brunner: - O autor levou a cabo várias experiências com cartões, através das quais considerou quatro atributos (formas das figuras, nº das figuras, nº das molduras, cores das figuras); - As experiências consistiam em pedir aos sujeitos que chegassem ao conceito que o experimentador pretendia. Assim, o sujeito ia fazendo representações, tendo em conta os conceitos disponibilizados pelo experimentador, e o experimentador ia dizendo se era esse o conceito que pretendia, até o sujeito chegar ao conceito certo. Teorema de Bayes - Oferece um meio de se avaliar quanto uma hipótese é plausível; Combina o que se chama de probabilidade à priori, probabilidade condicional e probabilidade posterior/final. 1. Probabilidade à priori: É a probabilidade de que uma hipótese seja verdadeira antes de se considerar a evidência. 2. Probabilidade Condicional: É a probabilidade de que um determinado tipo de evidência seja verdadeiro se uma determinada hipótese for verdadeira. 3. Probabilidade Posterior/Final: É a probabilidade de que uma hipótese seja verdadeira depois de se considerar a evidência. Heurísticas (Kahneman e Tversky) - Tentavam descrever as estratégias que utilizamos para raciocionar; - São apoios fundamentais para tomar determinadas decisões, são sub-utilizadas e nesse contexto podem ser enviesadas. 1. Heuristica da Disponibilidade: → Atalho cognitivo para estimar a probabilidade de um objecto/acontecimento é julgado através de como nos vem à mente; → O interesse emocional torna uma informação mais viva e mais disponivel; → Por vezes, a informação que nós recebemos e que nos é fornecida pode ser enviesada. Ex: O caso da letra “R” aparecer primeiramente na 1ª ou na 3ª letras de cada palavra – Os individuos tendem a dizer na 1ª, o que é um erro formado devido à disponibilidade. 2. Heuristica da Representatividade: → Juízo realizado centrado nos aspectos relevantes de um objecto que são representativos ou similares à categoria em causa. Ex: Lei dos Números Maiores – uma amostra aleatória estima tanto mais as caracteristicas da população a que pertence, quanto maior for ela. → As pessoas têm que estimar a probabilidade de um dado objecto ou acontecimento particular pertencente a uma determinada categoria, fazendo frequentemente através da comparação da semelhança entre a instância particular e um protótipo da categoria. Enviesamentos no Raciocinio Humano: - Evans tenta fazer uma abordagem integrada nos dois tipos de raciocinio (dedutivo e indutivo). Evans centra-se em 3 grandes questões: 1) Processamento Selectivo da Informação - Factores que influenciam a selecção da informação: - Vivacidade da informação; - Capacidade limitada da memória de trabalho; - Disponibilidade da informação; - Representatividade da informação. 2) Enviesamento para a Confirmação - Enviesamento: Tendência sistemática para responder de determinada maneira, mesmo não sendo a resposta correcta; Tendência para envolver no raciocinio factores irrelevantes para a tarefa e/ou ignorar factores que sejam relevantes. - Enviesamento para a Comunicação: Há uma tendência sistemática no ser humano para procurar informação que seja consciente com as nossas hipóteses, com as nossas crenças e evitamos a informação que nos contrarie, ou seja, procuramos o que nos confirma. 3) Efeitos do Conteúdo e do Contexto - Só vamos procurar outras coisas quando o que encontramos não está de acordo com as nossas crenças; - Não é fácil corrigir estes erros porque muitos dos nossos erros e enviesamentos são criados por algo pré-consciente e portanto as pessoas não sabem porque não tiveram consciência disso, o que podem fazer é racionalizar a resposta que deram. → Na resolução de problemas, há normalmente o sujeito que resolve o problema, há o problema, e alguém que coloca o problema para o sujeito resolver. → Em relação ao problema, temos de ter noção se o problema é fácil ou dificil e a sua forma/conteúdo: - É na forma e no conteúdo que a questão da dificuldade se pode colocar: - Relativamente à forma, se for um problema de dedução, é na maneira de operacionalizar que pode existir o problema; - Relativamente ao conteúdo, temos de ter atenção se é mais abstracto ou mais arbitrário, se é dotado de significado social ou se é mais ou menos familiar à pessoa. → A questão do emissor do problema: - Em relação a esta pessoa, é importante o seu estatuto, ou seja, se é um colega que nos coloca um problema ou se é uma entrevista para um emprego porque não conhecemos a pessoa que nos coloca o problema (basta mudar o modo como se dá a instrução, para mudar o desempenho das pessoas. → Relativamente às caracteristicas do sujeito, este pode ser mais ou menos ansioso ou calmo e isso pode facilitar ou dificultar a resolução de problemas: - O sujeito é um processador activo da informação, ou seja, tem limites e selecciona a informação importante; - É importante o nivel de conhecimento que os sujeitos têm e o seu nivel de personalidade pois estes interferem no tipo de informação que é seleccionada e inferida pelos sujeitos. Desenvolvimento do Raciocinio Teorias do Desenvolvimento Cognitivo a) Teoria das Regras Formais - Piaget diz que é um desenvolvimento cada vez mais lógico desde tenra idade e que é um cálculo proposicional em que o desenvolvimento se faz desde cedo desenvolvendo o raciocinio dedutivo ou indutivo. → A lógica proposicional é oelemento fundamental para que o sujeito tenha um desempenho esperado: - Markowitz afirma que o desenvolvimento se faz à medida que aumenta a nossa capacidade de usar modelos mais abstractos. → O desenvolvimento dá-se no sentido do poder obter representações de modo a obter uma progressão, ou seja: - Aprender a produzir modelos das condicionais que dependem das memórias e contextos; - Aprender a produzir modelos com classes de acontecimentos e já não só com acontecimentos específicos; - Aprender a produzir modelos que têm representações abstractas. b) Teorias do Conteúdo/Contexto - A ideia é de que trabalhar com crianças mais novas ou colocar-lhes problemas que são dotados de significados sociais (marca social) tenham um efeito organizador nas regulações cognitivas. → Marca Social – as normas, as representações, os scripts e os cenários são muito importantes nas regulações cognitivas e têm essa marca social quando são pertinentes para a tarefa e resultam em respostas melhores; - Funciona como um efeito facilitador sobre a resolução de problemas que favorece o desenvolvimento cognitivo. Ex: “Pôr a mesa” (dotado de significado social): - as crianças começam por fazer tarefas de conteúdo marcadamente social e depois passam para outras mais abstractas, deste modo, o significado social da tarefa ajuda a criança a adquirir uma competência visto que a tarefa assenta com coisas baseadas no quotidiano. c) Teoria dos Modelos Mentais - Compreender a informação; - Construir os modelos; - Procurar contra-exemplos. → A memória de trabalho tem que comportar tudo isto (conseguimos uma economia que nos permite uma maior eficácia, para além da proximidade com o assunto tratado). → Nesta perspectiva, é importante perceber como se desenvolve a língua pois assegura-nos a comunicação. - Asseguração da validade de um raciocinio: - a questão de procurar contra-exemplos e que está ligada à memória de trabalho. Como se desenvolve a memória de trabalho? - Existe um desenvolvimento de uma certa eficácia em outros tipos de operações e isso permite a libertação de espaço na memória de trabalho; - Existem experiências que mostram que as crianças têm melhores memórias que os adultos. Afinal o que se desenvolve? - O desenvolvimento do raciocinio deve ser paralelo com a capacidade de interpretar/representar a informação; - Tem de ser concomitante para representar as informações; - O nº de modelos pode aumentar com a idade; - Inclui o alargamento do nosso poder representacional; - Considera-se existir uma relação linear positiva entre o desenvolvimento do raciocinio e a capacidade de trabalhos com modelos mentais mais complexos. Experiências: Conservação de um objecto: um bebé está a ver um urso de peluche, quando este é tapado o bebé acha que o urso desapareceu (ainda não há conservação do objecto). Conservação do volume: duas bolas têm a mesma quantidade de plasticina e o experimentador utiliza uma das bolas para formar um cilindro; se a criança não tem esta “conservação” diz que é o rectângulo que tem mais plasticina, se tiver esta “conservação” diz que tem a mesma quantidade. Pensamento e Linguagem - Para que exista comunicação, é pressuposto que o outro entenda pois tem os mesmos conceitos e que exista uma atribuição de significado; - A linguagem é uma actividade que surge entre duas ou mais pessoas, cuja função é a transmissão de pensamentos, sentimentos, etc. Os modelos recentes distinguem 2 processos: 1) Tratamento Central e Sistemático, centrado no conteúdo do problema; 2) Tratamento Periférico e Heurístico, descoberta da informação onde nós agimos sem dar verdadeira atenção às informações do nosso meio. → O sujeito trata activamente o conteúdo da informação. Sistemas de Comunicação A. Verbalização - Caracterizada por uma dupla articulação entre fonemas (sons) e monemas (palavras) e por uma arbitrariedade dos signos linguísticos, não existindo nenhuma relação lógica entre o significante e o significado. B. Entoação - Acompanha sempre a verbalização e esclaresse o significado daquilo que estamos a dizer (só percebemos se as frases são perguntas ou afirmações pela entoação). C. Vocalização - Quando emitimos uma mensagem, considera-se também as vocalizações (fenómenos paralinguísticos como por exemplo “Hum”; “Ah”), onde o ritmo, as pausas e as hesitações também são englobados. D. Cinésica (Não Verbal) - Envolve movimentos faciais e corporais e têm um grande significado comutativo (por exemplo, a expressão do rosto, a maneira de colocar as mãos,...). → Todos estes sistemas de comunicação cooperam entre si e os sistemas não linguisticos servem sobretudo para enfatizar os linguisticos. Tipos de Comunicação: → Comunicação Não Verbal - Regular a interacção. → Comunicação Interpessoal – Transmissão de pensamentos; - Utilização simultânea do sistema verbal e não verbal de comunicação. → Comunicação Representacional – Se existe partilha de conhecimentos é porque os sujeitos partilham uma série de pressupostos. → Comunicação Defensiva – Se damos a ideia que estamos a avaliar o outro, vamos provocar no outro uma comunicação defensiva. Variáveis que determinam a comunicação: - Conhecimento; - Motivação; - Contexto; - Intimidade. Aquisição da Linguagem - A linguagem humana não se adquire, já nascemos com ela, ou seja, ela é inata: 0 – 3 meses: emissão não voluntária dos sons; 3 – 4 meses: descoberta da relação entre a emissão e a percepção dos sons; 4 – 6 meses: começam a palrar; 6 – 8 meses: inicio da compreensão (atribuição de significados a contextos sociais que enquadram a fala); 12 meses: surgem as primeiras palavras; 12 – 18 meses: formação de palavras e frases; 18 – 24 meses: frases de duas palavras; 6 anos: domínio da linguagem e aperfeiçoamento da mesma até aos 10 anos. Linguagem Pensamento Abordagem do Determinismo Linguistico (Whorf) - A linguagem influencia o modo como as pessoas percebem ou pensam o mundo; - A estrutura da linguagem determina a estrutura do pensamento, no entanto, as diferenças na linguagem não determinam o modo como percepcionamos o mundo; - A linguagem é um instrumento moldado pelo pensamento que nos permite exprimir os nossos pensamentos. Pensamento Linguagem (Aristóteles) - Aristóteles afirmava que as categorias do pensamento determinavam as categorias as categorias da linguagem; - A estrutura da linguagem reflecte a estrutura de como a nossa mente processa o mundo. Pensamento ≠ Linguagem Modularidade da Linguagem (Chomsky e Fodor) - Pensamento e Linguagem são independentes (a linguagem é um componente cognitivo à parte que funciona separadamente do restante da cognição); - Não se nega a hipótese que a linguagem transmite o pensamento, mas propõem-se que a linguagem opera com base independente da cognição geral, ou seja, é um modelo autónomo. Dois dominios de pesquisa: 1) Aquisição da Linguagem: Se a linguagem é adquirida de acordo com principios de aprendizagem especias ou se ela é adquirida como outras habilidades cognitivas. 2) Compreensão da Linguagem: Se os principais aspectos do processamento da linguagem ocorrem sem utilização de quaisquer processos cognitivos gerais. A perspectiva de Vigotsky - A relação entre pensamento e linguagem é algo dinâmico, em constante interacção e baseia-se em modificações e comportamentos; - A linguagem interior (a que temos de nós próprios) é o objecto central em Vigotsky: → Não temos acesso directo a ela, visto ser interior. → Isto resolve-se através do estudo da linguagem egocêntrica (a que as crianças usam quando falam sozinhas). Para Piaget,a linguagem egocêntrica é uma expressão do próprio pensamento egocêntrico, uma espécie de autismo, daí que precede a socialização. - Quando as crianças falam sozinhas, não visam a comunicação. Piaget diz que só serve para as acompanhar. - Quando as crianças vão para a escola, de acordo com Piaget, esta linguagem desaparece. Para Vigotsky, esta linguagem é transformada em pensamento e tem a mesma função que a linguagem interior. Linguagem Egocêntrica: - Quanto mais velha for a criança menos se entende o que se diz, porque se vai dizendo menos e pensando mais; - Inicialmente, tem uma estrutura igual à linguagem de comunicação (social); - Cada vez é menos complexa, quase só depois predicativa, tende a condensar. Linguagem Interior: - Não existe vocalização, portanto a sua forma mais natural é a predicação; - Linguagem quase sem palavras, é uma espécie de rascunho que dá suporte à nossa linguagem oral ou escrita. Linguagem Oral: - Diálogo (não nos permite grandes formulações complexas pois ocorrem de forma quase espontânea) e Monólogos (formulações mais complexas). Linguagem Escrita: - Ausência de contexto e de expressões; - Organização prévia do que vamos escrever (rascunho); - O pensamento é globalizante e o discurso parcializante. → Vigotsky diz que a palavra sem pensamento é uma “coisa vazia”. Linguagem - Os componentes da linguagem são a sintaxe, a semântica e a pragmática: → Não são estruturas cognitivas independentes e estão activos simultaneamente, e não alinhados em sequência linear. Bara, distingue 3 classes de sistemas de comunicação: a) Fechado: Cada sinal corresponde a um significado, limitando-se assim a emitir e receber sinais que já se encontram geneticamente determinados. b) Semi-Fechado: Um certo nº de significados, que podem ser agrupados, dando origem a significados mais complexos. c) Aberto: O nº de significados conectores entre esses significados são infinitos (possuído apenas pelos humanos). Sintaxe (Forma) o Diz respeito à estrutura gramatical das frases (como são geradas) e à relação entre os símbolos; o Destaca-se os trabalhos de Chomsky (maior linguista contemporâneo). Gramática Transformacional – São as regras transformacionais que nos permitem passar da estrutura superficial para a profunda. Componente Sintática – Articula-se com a componente fonológica (sons), lexical (palavras) e semântica (correlaciona as palavras com os significados). → Estrutura Superficial: fonológica (sons) → Estrutura Profunda: léxico (dicionário) e semântica (significado). - Passar da estrutura superficial para a profunda Compreensão da Linguagem. - Passar da estrutura profunda para a superficial Produção da Linguagem. → Aquilo que recordamos é a estrutura profunda e não a superficial. Ex: “Ele enviou uma carta sobre isso a Galileu.” Resposta Errada: Galileu enviou-lhe uma carta sobre isso. Resposta Correcta: Uma carta sobre isso foi enviada a Galileu. Semântica (Significado) o Significado de cada palavra e das palavras quando estão ordenadas numa frase; relação entre os símbolos e o mundo; o Os autores defendem que, para analisar uma frase, o importante é o seu significado e não a sua estrutura. 1. Dependência Conceptual - Uma grande parte da compreensão da linguagem tem origem nos conhecimentos gerais e são eles que nos permitem esperar uma coisa e não outra. 2. Representação do Significado das Frases - Duas afirmações que tenham o mesmo significado vão dar lugar apenas a uma representação; - As frases podem ser diferentes na estrutura superficial mas têm a mesma estrutura profunda. 3. Procedimentos Semânticos - São importantes para a linguagem: relacionar a linguagem com os modelos do mundo (modelos mentais); - Temos uma informação e apartir disso fazemos um modelo mental, e a esse modelo podemos acrescentar mais informação. 4. Significado com Referência - O significado de uma palavra ou frase é tudo aquilo que se refere ao mundo real. Significado com Imagem – as manifestações são imagens mentais. 5. Teoria da Definição - Descreve o significado das palavras como um conjunto ilimitado de atributos ou caracteristicas. 6. Teoria dos Protótipos - O significado é a junção de alguns traços, mas nenhum deles é necessário o suficiente (é uma espécie de protótipo interno que fazemos do conceito). Pragmática (Contexto) o Remete para o contexto em que a frase é enunciada, para o objectivo que pretendemos atingir quando dizemos algo a alguém e tem a ver com o uso efectivo de símbolos. → Wittgensteion (Tese do Verificacionismo): A frase só tem um valor de verdade se podermos dizer se é verdadeira ou falsa. Jogo de Linguagem/Conceitos - O significado das coisas tem a ver com o uso que é feito delas; - Estudam a linguagem no seu quotidiano (abandonam o estudo mais abstracto); - Não são as normas linguísticas que lhe interessam, mas sim os jogos de linguagem que as pessoas têm (a conversação). → Numa mesma situação, nós podemos descrevê-la de maneiras diferentes se atendermos a quem estamos a comunicar isso e ao estado mental do outro. → Aquilo que dizemos acerca duma situação não é uma mera descrição da mesma; está relacionado com crenças e desejos do interlocutor.
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