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Psicologia Cognitiva II

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Resumos Psicologia Cognitiva II 
 
Pensamento e Resolução de Problemas 
 → Lógica (como devemos pensar): é a teoria normativa para a dedução, levando a 
considerar a conclusão válida ou não válida. 
 → Psicologia (como pensamos). 
 
 Podemos então dizer que existe uma passagem do comportamentalismo (onde 
só pode ser o objecto de estudo o que é directamente observável) para o pensamento não ser 
directamente observável; a Psicologia Cognitiva desenvolveu-se muito nesta área. 
 
 Actividades que são da área do pensamento (função superior) 
- O ideal seria a existência de uma taxonomia para o pensamento, pois o pensamento tem 
muitas áreas; 
 - O interesse da Psicologia Cognitiva é nos processos usados para chegar à conclusão. 
 
 → Associação - “Sonhar Acordado”; 
 - Uma ideia leva à outra e a encadeação cria um raciocinio. 
 
 → Cálculo - Determinístico (cada passo determina o passo seguinte). 
 
 → Criatividade - Os mecanismos não são determinísticos; 
 - É dificil estudar por ser uma área muito complexa (rompe com 
o normal de como pensar); 
 - Dificulta a resolução de problemas pois leva-nos para algo novo, 
“rompendo” com o que é familiar e previsivel. 
 
Objectivo? 
 
 
Não Sim 
 
 
“Sonhar Deterministico? 
Acordado” 
 
 Sim Não 
 
 
 Cálculo Objecto Preciso? 
 
 
 Não Sim Aumenta a informação semântica? 
 
 Sim Não 
 
 Indução Dedução 
Raciocinio 
 → Dedutivo - não há aumento da informação semântica; 
 - a conclusão deriva estritamente da informação das premissas (conclusão 
certa). 
 → Indutivo – há aumento da informação semântica; 
 - a conclusão é probabilistica. 
 
 Resolução de Problemas 
Partimos de um certo estado das coisas e queremos chegar a um outro estado das coisas em 
que esse problema já esteja resolvido. 
 → A resolução de problemas é aplicada a situações face às quais o sujeito não dispõe de 
uma conduta adaptada instantaneamente mobilizável. 
 → Conhecimento Declarativo (são os nossos conhecimentos gerais) e 
Conhecimento Procedimental (é o saber como fazer algo) relacionam-se com a resolução de 
problemas. 
 
Heurística versus Algorítmo 
 
Operador – acção que leva a um objectivo; 
 - podem ser descobertos por analogia ou por observação directa. 
 
Critérios para escolher o operador: 
 - evitar operadores que anulem os anteriores; 
 - método de redução das diferenças (entre o problema inicial e os objectivos); 
 - análise dos meios e dos fins (estado inicial e estado final). 
 
 
Aquisição de operadores: 
 - Descoberta: por tentativa-erro. 
 Ex: “Abriu uma oficina perto da minha casa e assim já posso arranjar o 
carro.” 
 - Imitação: observando uma situação já aplicada por outra pessoa. 
 Ex: “Já sei como resolver um problema porque já vi e sei como 
funciona.” 
 - Analogia: processo pela qual o solucionador “mapeia” a solução de um 
problema na solução de outro problema. 
 
 
Heurística – estratégia de pesquisa; 
 - é o oposto do algorítmo (quando não se sabe como agir, usamos uma heurística). 
 
Algorítmo – procedimento garantido para chegar à solução do problema. 
 
 Caracteristicas: 
- Anderson (1995) destaca 3 caracteristicas da resolução de problemas: 
 
 → Direcção face a um objectivo: o comportamento é organizado em direcção a um 
objectivo. 
→ Decomposição em sub-problemas: trata-se de decompor o objectivo final em sub-
objectivos (sub-problemas) para se atingir aquilo que se pretende. 
 
→ Aplicação do operador: são os meios que nos ajudarão a resolver o problema. 
 
- O conhecimento processual tem origem na actividade da resolução de problemas na qual um 
objectivo é decomposto em sub-problemas para os quais o seleccionador possui operadores. 
 
 
 Experiências de Kohler (1927): 
- O macaco Sultão estava dentro de uma jaula e fora dela estava a comida que ele queria 
alcançar (problema → como não sabia resolvê-lo adoptou uma heurística); 
- Dentro da jaula, o Sultão dispunha de uma vara (operador) grande para alcançar a 
comida e usava-a para puxar a comida para perto de si (aplicação do operador) e resolveu o 
problema; 
- Sultão, se tivesse duas varas, juntava-as numa só (decomposição em sub-objectivos) e 
alcançava a comida. 
 
 Os estados/espaços da resolução de problemas 
 
- Espaço do problema: espaço geral que engloba toda a resolução de um problema e 
inclui todos os estados desse problema. 
 
- Estado: representação de um problema em algum grau de solução. 
 → Estado Inicial: Situação inicial do problema em que o obstáculo está por 
resolver. 
 → Estado Intermédio: Passos que o solucionador dá, os operadores que aplica e 
que o colocam mais perto da “meta” (objectivo final). Cada estado intermédio altera o 
espaço do problema de alguma forma. 
 → Estado Fim (“Meta”): Outro estado das coisas em que o problema foi resolvido 
(objectivo final). 
 
 
Resolução de Problemas 
 Estratégia de Balanceamento – garante que exista equilibrio em “ambas as partes” do 
problema; 
 - esta estratégia leva-nos a estados de beco sem saída do 
problema. 
 Estratégia Meio-Fim – manifesta-se pela tendência para conduzir as pessoas para a meta 
do problema. 
 Deslocamento de Estratégia – deslocamento de uma estratégia de balanceamento com 
uma estratégia meio-fim. 
 
 Fenómenos relacionados com a Resolução de Problemas: 
 
→ Flicidez Funcional – tendência dos sujeitos para representarem os objectos com a sua 
“utilização normal” e não percebendo que estes podem ter outras utilizações (ex: problema das 
duas cordas). 
→ Efeitos de Insight – quando não sabemos como resolver um problema, a solução aparece-nos 
inesperadamente e nós não nos conseguimos aperceber qual é; 
 - o insight não é um esforço consciente, é algo que surge de maneira súbita 
e que é sentida com um “já sei!”. 
 
→ Efeitos de Incubação – quando não sabemos como resolver um problema, devemos 
abandoná-lo e mais tarde chegaremos à conclusão rapidamente (o nosso inconsciente fica a 
“matutar” sobre o problema). 
 
→ Efeitos de Conjunto– quando vários problemas têm a mesma resolução, aplica-se a mesma 
estratégia a todos. 
 
→ Importância dos Factores Sociais – estes factores operam no interior do próprio mecanismo 
cognitivo, não devendo, portanto, ser encarados como meras variáveis adicionais. 
 
 
Raciocinio e Afectos 
 Afecto - pode referir-se a emoções, humor (“mood”) ou apenas valência. 
 
 Enquanto que o humor e as emoções correspondem a estados afectivos que um sujeito 
experiencia, a valência refere-se normalmente ao tom afectivo da informação (positiva ou 
negativa), o que não induz necessariamente o correspondente estado afectivo no sujeito. 
 
 Emoções – têm um referente especifico (sentimos uma emoção em relação a algo); 
 - têm normalmente um tempo curto, alta intensidade e duração limitada. 
 
 Humor – refere-se ao próprio sentimento, ao estado de espirito do sujeito, quando o 
objecto ou a causa não é o foco da atenção (as pessoas, normalmente, não têm consciência das 
causas do seu humor); 
 - não têm um referente especifico, surge habitualmente de modo gradual, tem 
fraca intensidade e pode durar algum tempo. 
 
 
Processamento da Informação 
 Duas formas de processar a informação: 
 - Com poderação e Consciência (Humor Negativo); 
 - Intuitivamente (Humor Positivo). 
 
 Humor Positivo: 
 - Uso de uma estratégia “satisficing”; 
 - Apoio nos conhecimentos; 
 - Processamento “top-down”: 
 → apoia-se no conhecimento que já possuímos da tarefa a realizar. 
 - Heurístico; 
 - Pouca atenção aos detalhes. 
 
 Humor Negativo: 
 - Uso de uma estratégia de “optimizing”;- Processamento sistemático com base nos dados; 
 - Processamento “bottom-up”: 
 → apoia-se nas caracteristicas da tarefa. 
 - Automático; 
 - Atenção considerável aos detalhes. 
 
 O humor e as emoções tanto podem facilitar como inibir a resolução de problemas, 
dependendo da natureza da tarefa. 
 
 Pensamento Contrafactual 
 Que tipos de coisas ocupam o nosso pensamento? 
 Factos – como as coisas realmente são. 
 Possibilidades Reais ou Factuais – como as coisas poderão ser. 
 Possibilidades Contrafactuais – como as coisas poderiam ter sido. 
 Impossibilidades – como as coisas não são e nunca poderão ser. 
 
Pensamentos Contrafactuais 
 - Alternativas da realidade que não chegaram a acontecer; 
 - Pensar sobre como as coisas poderiam ter sido é uma reacção cognitiva a 
acontecimentos negativos ou que não confirmam as expectativas; 
 - Ao pensar contrafactualmente, as pessoas elaboram simulações mentais de situações 
passadas, nas quais as coisas ocorrem de uma forma diferente daquilo que aconteceu na 
realidade → a alteração mental de resultados passados, presentes nestes pensamentos, é uma 
reacção cognitiva a acontecimentos negativos ou que não confirmam as expectativas e podem 
relacionar-se com a resolução de problemas. 
 Expressões de pensamentos contrafactuais: “se...então...”; “podia ter...”; “(mas) 
porque é que...”. 
 
 
Representação Mental (Modelos Mentais) 
 Contrafactual: “Se tivesse espirrado, então teria morrido.” 
 Factual: “Se espirrar, então morre.” → Só existe uma possibilidade de opção. 
 
 Dois pensamentos: 
 - Não espirrou, não morreu (o que aconteceu). 
 - Espirrou e morreu (imaginado). 
 
1. Coisas que alteram Leis Naturais (“Ele não teria caído se não houvesse gravidade.”) 
- Aquilo que nós mudamos quando pensamos contrafactualmente; Mudamos os 
antecedentes de forma a obter outro resultado. 
 
2. Coisas de um Mundo Fantástico (“Se os Romanos tivessem tido a bomba atómica...”) 
- Aquilo que nós mudamos não são coisas ao disparate de cada um; O que 
mudamos tem uma certa racionalidade. 
 
3. Coisas que sejam Impossibilidades (Coisas que nunca poderiam ser dado o modo como 
o mundo é). 
- Aquilo que nós mudamos cria alternativas da realidade plausíveis. 
Imaginação Racional 
 Segundo Byrne, a ideia de que a imaginação é racional assenta em 3 pontos: 
 - As pessoas são capazes de pensamento racional; são racionais, em principio, e 
podem errar na prática; 
 - As pessoas fazem inferências através do pensamento sobre as possibilidades; 
 - Os pensamentos contrafactuais assentam no pensamento sobre 
possibilidades, tal como os pensamentos racionais. 
 
 Os condicionantes do pensamento contrafactual 
 
→ Mutabilidade – A prontidão relativa com que os elementos da realidade, antecedentes de um 
acontecimento inesperado, podem ser alterados mentalmente para construir uma alternativa 
contrafactual; 
 - Coisas sobre as quais temos controlo e sobre as quais podemos decidir. 
 Ex: “Se estivesses estado com mais atenção, não terias partido o copo.” 
 
→ Valência de Resultado – Vantagens e desvantagens do pensamento. 
 
→ Expectativas – Quando uma expectativa é grande e não se concretiza, pensamos 
contrafactualmente. 
 
→ Proximidade de um Resultado Positivo – A pessoa ao nosso lado morre, pensamos 
contrafactualmente ↔ Se a pessoa que morre está a 500m já não pensamos 
contrafactualmente. 
 
→ Excepcionalidade – O sujeito faz algo fora do seu habitual e a tendência é para repôr o 
habitual. 
 
→ Contrabilidade – O controlo que temos das coisas. 
 
 Acção/Inacção 
- Curto Prazo: O sujeito que se arrepende mais é o que agiu (o que tinha 
antes e o que tem agora) pois esse que agiu teve mais trabalho, etc. 
- Longo Prazo: O que nos arrependemos mais é daquilo que não 
fazemos. 
 
 Categorização dos Pensamentos Contrafactuais 
 - Direcção: Ao comparar as circunstâncias factuais com a alternativa 
contrafactual, esta alternativa pode ser considerada como mais ou menos favorável do que as 
circunstâncias contrafactuais. 
 Ex: Situação Factual – “O Ronaldo jogou mal, perdemos o jogo.” 
 Situação Contrafactual – “Se o Ronaldo jogar bem, ganhamos o jogo.” 
 
 
 A comparação é de origem ascendente. 
 
 
 
Situação Factual – “Tive sorte, tenho o braço.” 
 Situação Contrafactual – “Não tive sorte, perco o braço.” 
 
 
 A comparação é de origem descendente. 
 
- Estrutura: Ao elaborar um pensamento contrafactual podemos adicionar ou 
eliminar um antecedente para alterar mentalmente o resultado. 
 Pensamentos Contrafactuais Aditivos – Relacionados com a comparação 
de direcção ascendente. 
Pensamentos Contrafactuais Subtractivos – Relacionados com a 
comparação de direcção descendente. 
 
 Consequências dos Pensamentos Contrafactuais: 
 - Consequências Psicológicas; 
 - Consequências Emocionais; 
 - Consequências Cognitivas. 
 
 Consequências Psicológicas: 
 
Efeito de Contraste – ocorre quando uma avaliação se torna mais extrema por ser 
contratada com um padrão; 
 - está relacionado com as consequências emocionais (desilução, 
culpa, perda,...). 
 
 Atribuições Causais: Influencia as atribuições de culpa, a elaboração de 
expectativas e a formação de atitudes e de intenção em relação a comportamentos futuros. 
 
 
 Consequências Emocionais: 
- Contrafactuais ascendentes e Emoções negativas; 
- Contrafactuais descendentes e Emoções positivas. 
 
- As emoções podem depender da informação focalizada numa comparação; O contexto 
influencia as emoções consequentes da ideação contrafactual. 
 
 Consequências Cognitivas: 
- As inferências causais envolvidas no pensamento contrafactual e a elaboração de 
modelos alternativos à situação factual em que a valência negativa do resultado é evitada, 
podem contribuir para que as pessoas se sintam preparadas para situações semelhantes no 
futuro. 
→ Passado: Resultado negativo; Emoções negativas subsequentes. 
→ Presente: Elaboração de uma representação mental alternativa à situação real 
desfavorável (processamento contrafactual). 
→ Futuro: Transformação dessa representação em atitudes e/ou estratégias 
comportamentais que promovem a adaptação eficaz. 
 
 
Modelo Funcional do Comportamento Contrafactual 
 Função Preparativa – Atribuição causal; Contrafactuais de categorias diferentes 
possuem diferentes valores preparativos. 
 → Os ascendentes sugerem como podemos melhorar a situação; 
 → Os descendentes apontam para a manutenção do estado anterior das coisas; 
 → Os contrafactuais aditivos têm um valor preparativo mais elevado que os 
contrafactuais subtractivos. 
 - Os contrafactuais que possuem o mais alto valor em termos 
preparativos são os de direcção ascendente e estrutura activa. 
 
 Função Afectiva – Regulação dos efeitos negativos que resultam de um acontecimento 
negativo; 
 - Direcção descendente (“Podia ter sido pior.”) 
 
 Pensamento Contrafactual Disfuncional: 
- Análise causal comprometida → A acessibilidade orienta o foco 
da alteração. 
 
 Juízo Moral: As pessoas imaginam mais alternativas para eventos 
inapropriados. 
 
O que mudamos quando pensamos contrafactualmente? 
 - Mudamos os eventos que controlamos; 
 - Mudamos mais os eventos socialmente inapropriados (do que os apropriados); 
 - Mudamos a primeira causa numa sequência causal (e não as causas subsequentes); 
 - Mudamos o evento mais recente numa sequência temporal não causal; 
 - Mudamos mais as acções do que as inacções. 
 
 O “lado negro” dos Contrafactuais: 
- Focam-se em aspectos incontroláveis da vida e em aspectos 
únicos que não se vão repetir; 
- Ruminação; 
- Contrafactuais e o jogo compulsivo. 
 
 Pensamento Contrafactual e Depressão 
- Menos Contrafactuais espontâneos; 
- Funcionalidade comprometida; 
- Os perigos da disfuncionalidade. 
 
 Os deprimidos têm uma visão negativa sobre tudo.Raciocinio Dedutivo 
 Dedução – Relacionar a informação previamente fornecida e concluir algo que já estava 
implicito; 
 - A relação entre os silogismos e a conclusão deve ser lógica. 
 
 
 Lógica e Psicologia do Pensamento 
 Inferências Kant Contexto Forma 
Lógica Válidas Leis Necessárias .................. Mais (+) 
Psicologia Todas Leis Contingentes Mais (+) Mais (+) 
 
 - Em relação às inferências, à lógica interessa se é válida ou não e como chegamos às 
válidas, enquanto que, para a Psicologia, interessam todas, independentemente se são lógicas 
ou não (muitas vezes, os sujeitos não fazem inferências de forma válida). 
 
 - Kant diz que a lógica são leis necessárias (como devemos pensar de forma a pensar 
validamente) e a psicologia são as leis contingentes (como pensamentos de facto). 
 
 - À lógica só interessa a forma, enquanto à Psicologia é o contexto (conteúdo do 
problema) e a forma (como o problema é resolvido). 
 
 Silogismo Linear: 
- Envolve uma inferência transitiva → propriedade com base na 
qual podemos comparar e ordenar objectos/pessoas. 
 Ex: O João (A) é mais alto que o Rui (B). 
 O Rui (B) é mais alto que o Pedro (C). 
 Logo (então), o João (A) é mais alto que o Pedro (C). 
 Estrutura: A > B, B > C → A > C. 
 Silogismo Categórico: 
- Tem duas premissas e uma conclusão → cada premissa tem 
sempre um quantificador antes e podem ser positivas ou 
negativas. 
 
1. Universal Afirmativa (“Todos são”); 
2. Universal Negativa (“Nenhum é”); 
3. Particular Afirmativa (“Alguns são”); 
4. Particular Negativa (“Alguns não são”). 
Ex: Alguns (A) professores (B) são psicólogos (C). 
 Nenhum (D) engenheiro (E) é psicólogo (C). 
 Logo, alguns (A) professores (B) não são engenheiros (E). 
 Estrutura: A --- B, C --- B. A --- B. 
 
Raciocinio Proposicional 
 - Raciocinio que se faz apartir de duas frases que estão ligadas. 
 - “Se...então...” → Implicação 
 - “E” → Disjunção 
 - “Ou” → Conjugação 
 Ex: “Se há um marciano, então há um raio de luz verde.” 
 
Raciocinio com Condicionais 
 - Área mais estudada no domínio do raciocinio dedutivo. 
 - “Se limpares o quarto, então deixo-te ir sair” → Promessa 
 - “Se não comeres a sopa, não vês televisão” → Ameaça 
 - “Se ando de mota, então tenho de usar capacete” → Deôntica (obrigação) 
Teorias Psicológicas da Dedução 
 - É possivel agrupar as teorias psicológicas da dedução de acordo com três perspectivas: 
 
 Primeira Perspectiva: existiria um conjunto de regras formais que 
constituiram o raciocinio proposicional. 
 Segunda Perspectiva: coloca a tónica na importância do conteúdo, 
relativamente ao qual o sujeito raciocina e do contexto no qual o 
raciocinio ocorre. 
 Terceira Perspectiva: teoria da dedução tem de centrar-se nos 
mecanismos da representação mental e nos procedimentos ligados às 
referidas representações. 
 
Evans, Newstead e Byne (1993) falam em 4 abordagens teóricas do raciocinio dedutivo: 
 - Teoria das Regras Formais; 
 - Teoria dos Modelos Mentais; 
 - Teoria do Conteúdo/Contexto; 
 - Teoria das Heurísticas e Enviesamento. 
 
 
Teoria das Regras Formais 
 - O raciocinio é um processo de cálculo proposicional, sendo a lógica 
proposicional uma descrição adequada do raciocinio humano. 
 Lógica Mental: Constituída por algumas regras formais, mais simples e é com a 
lógica mental que estabelecemos as conclusões. 
 Ex: Há morangos ou amoras; Não há morangos. Logo, há amoras. 
 
- Na discussão levada a cabo por MacNamara (1986) sobre o lugar da lógica na psicologia, ele 
afirma não defender nem a união entre as duas nem o seu divórcio posterior, mas antes uma 
relação baseada num beneficio mutuo. 
 
 Criticas à Teoria: 
 - Dado que as regras formais são aplicadas 
independentemente do conteúdo das proposições, dependendo estritamente da sua forma 
lógica, os teóricos das regras formais consideram que a influência do conteúdo funciona a um 
nivel anterior ao do raciocinio, ou seja, a um nivel anterior que define o processo de 
compreensão. Logo, os erros de raciocinio não seriam erros lógicos mas antes de compreensão. 
 
Teoria do Conteúdo/Contexto 
 - O contexto é considerado habitualmente como sendo um conjunto de 
factores relacionado com o conteúdo do problema. 
 Regras para Conteúdos: Quanto maior é o significado social de uma regra/conteúdo, 
maior é o sucesso de alguém resolver uma tarefa em que isso está envolvido → Papel do Alter 
(Significado Social). 
 
 Tarefa de Selecção de Cartões: 
- Uma critica que pode ser feita aos estudos com esta tarefa reside no facto de 
não se verificar um controlo rigoroso de metodologias e procedimentos utilizados nas 
diversas investigações → Tal facto, pode conduzir a uma avaliação errada do efeito do 
conteúdo, no caso em que o desempenho dos sujeitos se encontre sob a influência de 
outras variáveis presentes na tarefa. 
 
 Esquemas Pragmáticos: 
- Tentativa de estabelecimento de um compromisso entre as duas posições já 
assinaladas, ou seja, entre a teoria das regras formais e as hipóteses baseadas nos 
conhecimentos armazenados na memória; 
- Têm o objectivo de definir a natureza dos conhecimentos relativos às 
regulações sociais, com as premissões e obrigações, de forma a poder explicar os efeitos 
do conteúdo sobre o raciocinio. 
 
 As regras dos esquemas de premissão são as seguintes: 
 
→ Modus Ponens: Se é para realizar a acção, então a pré-condição tem de ser satisfeita. 
 Ex: “Para eu beber cerveja, tenho de ter mais de 18 anos.” 
 
→ Modus Tollens: Se a pré-condição não é satisfeita, então a acção não pode ser realizada. 
 Ex: “Se eu não tiver mais de 18 anos, não posso beber cerveja.” 
 
→ Negação do Antecedente: Se a acção não é para realizar, então a pré-condição não é 
necessária. 
 Ex: “Se não é para beber cerveja, então não preciso de ter mais de 18 anos.” 
 
→ Afirmação do Consequente: Se a pré-condição é satisfeita, então a acção pode ser realizada. 
 Ex: “Se tenho mais de 18 anos, então posso beber cerveja.” 
 
Criticas à Teoria: 
 -Independentemente das criticas, a vantagem mais 
evidente desta teoria reside no facto das referidas teorias terem mostrado a importância do 
conteúdo/contexto em que os sujeitos raciocinam e algumas das suas consequências em termos 
de desempenho; 
 - A limitação mais óbvia reside no facto das teorias 
terem um suporte empirico praticamente limitado a uma única tarefa de raciocinio (tarefa de 
selecção), e o facto de não explicarem como o ser humano raciocina com o material não social. 
 
 
Teoria dos Modelos Mentais 
 - Esta teoria opõem-se à ideia de que o ser humano raciocina através de 
regras de inferência, que funcionam de forma basicamente sintática, sem especificar qualquer 
tipo de semântica para as conjuções; 
 - Permite explicar os fenómenos encontrados com mais frequência no 
dominio da dedução; 
 - Permite ainda explicar os efeitos do conteúdo e do contexto, dado que 
estes factores afectam quer a elaboração dos modelos mentais, quer a procura de modelos 
alternativos. 
 Ex: “Todos os Homens são mortais. Sócrates é Home. Logo, Sócrates é mortal.” 
 → Todos os homens são mortais,mas nem todos os mortais são homens. 
 → Raciocionar não é um processo sintático e sim semântico, de acordo 
com esta teoria. 
 
A dedução envolve 3 fases: 
 
 Compreensão: Onde o sujeito mobiliza o seu conhecimento 
da língua e os seus conhecimentos gerais de modo a 
compreender a informação (premissas), enquanto elabora 
um modelo mental do estado de coisas descritas pelas 
premissas. 
 Descrição: Onde os sujeitos tentam formular uma descrição 
dos modelos que elaboraram, ou seja, tentam concluir 
alguma coia que não seja aquilo que já esteja afirmado nas 
premissas. 
 Validação: O sujeito procura modelos alternativos das 
premissas que possam constituir um contra-exemplo 
relativamente à conclusão suposta.Criticas à Teoria: 
 - As criticas estão mais significativas estão ligadas aos 
aspectos relativos ao desenvolvimento das competências dedutivas e aos aspectos relacionados 
com o conteúdo/contexto da informação, com base na qual o sujeito raciocina; 
 - Evans (1993) afirma que esta teoria serve para explicar 
o modo como raciocionamos com material novo, e não serve para explicar o modo como 
raciocionamos com material familiar. 
 
 Modelo de Possibilidades 
 - Corolário: Quanto mais modelos existem mais dificil é o problema; o que se 
constata empiricamente; as pessoas dão mais erros e demoram mais tempo. 
 - Contra-Exemplos: É uma possibilidade consistente com as premissas mas não 
com a conclusão. 
 - Modelação Semântica e Pragmática: De acordo com o significado das coisas e 
de acordo com os nossos conhecimentos, nós mudamos as nossas representações mentais e 
consequentemente, as conclusões que tiramos. → A Modulação é a ponte para a Indução. 
 
 
Pensamento Crítico 
 - Assenta num conjunto de habilidades que permitem pensar racional e objectivamente. 
 - Compreender a linguagem com exactidão: 
 - Interpretação; 
 - Identificação de Assunções. 
 - Perceber a ligação lógica entre proposições: 
 - Inferência; 
 - Dedução; 
 - Avaliação de Argumentos. 
 
 Identificação de Assunções: 
 - Uma suposição é algo pressuposto ou um dado adquirido. 
 Ex: Quando se diz “Eu vou ser médico daqui a 2 anos”, tem-se como 
adquirido que vamos estar vivos daqui a 2 anos, que se vai passar nos exames, etc. 
 
Inferências: 
 - Uma inferência é a conclusão que uma pessoa pode tirar de certos factos 
observados ou supostos. 
 
Dedução: 
 - A palavra “alguns” em qualquer frase significa uma parte indefinida de 
quantidade de uma classe de coisas. 
 
Avaliação de Argumentos: 
 - Na tomada de decisões, é desejável que sejamos capazes de distinguir entre os 
argumentos que são fortes e os que são fracos. 
 - Para um argumento ser forte, deve ser importante e directamente 
relacionado com a questão; 
 - Um argumento é fraco quando não está directamente relacionado com 
a questão, se é de menor importância ou se está apenas relacionado com aspectos triviais da 
questão. 
 
 
Raciocinio Indutivo 
 - Leva a conclusõs prováveis mas não certas. 
 
 Formação de Hipóteses 
- Experiências de Brunner: - O autor levou a cabo várias 
experiências com cartões, através das quais considerou quatro 
atributos (formas das figuras, nº das figuras, nº das molduras, 
cores das figuras); 
 - As experiências consistiam em 
pedir aos sujeitos que chegassem ao conceito que o 
experimentador pretendia. Assim, o sujeito ia fazendo 
representações, tendo em conta os conceitos disponibilizados 
pelo experimentador, e o experimentador ia dizendo se era esse 
o conceito que pretendia, até o sujeito chegar ao conceito certo. 
 
 Teorema de Bayes 
- Oferece um meio de se avaliar quanto uma hipótese é 
plausível; Combina o que se chama de probabilidade à priori, 
probabilidade condicional e probabilidade posterior/final. 
 
 
1. Probabilidade à priori: É a probabilidade de que uma hipótese seja verdadeira antes de 
se considerar a evidência. 
2. Probabilidade Condicional: É a probabilidade de que um determinado tipo de evidência 
seja verdadeiro se uma determinada hipótese for verdadeira. 
3. Probabilidade Posterior/Final: É a probabilidade de que uma hipótese seja verdadeira 
depois de se considerar a evidência. 
 Heurísticas (Kahneman e Tversky) 
- Tentavam descrever as estratégias que utilizamos para 
raciocionar; 
- São apoios fundamentais para tomar determinadas decisões, 
são sub-utilizadas e nesse contexto podem ser enviesadas. 
 
1. Heuristica da Disponibilidade: 
→ Atalho cognitivo para estimar a probabilidade de um objecto/acontecimento é 
julgado através de como nos vem à mente; 
→ O interesse emocional torna uma informação mais viva e mais disponivel; 
→ Por vezes, a informação que nós recebemos e que nos é fornecida pode ser 
enviesada. 
 Ex: O caso da letra “R” aparecer primeiramente na 1ª ou na 3ª letras de cada 
palavra – Os individuos tendem a dizer na 1ª, o que é um erro formado devido à 
disponibilidade. 
 
2. Heuristica da Representatividade: 
→ Juízo realizado centrado nos aspectos relevantes de um objecto que são 
representativos ou similares à categoria em causa. 
 Ex: Lei dos Números Maiores – uma amostra aleatória estima tanto mais as 
caracteristicas da população a que pertence, quanto maior for ela. 
→ As pessoas têm que estimar a probabilidade de um dado objecto ou 
acontecimento particular pertencente a uma determinada categoria, fazendo 
frequentemente através da comparação da semelhança entre a instância particular e um 
protótipo da categoria. 
 
 Enviesamentos no Raciocinio Humano: 
 - Evans tenta fazer uma abordagem integrada nos dois 
tipos de raciocinio (dedutivo e indutivo). 
 Evans centra-se em 3 grandes questões: 
 
1) Processamento Selectivo da Informação 
- Factores que influenciam a selecção da informação: 
 - Vivacidade da informação; 
 - Capacidade limitada da memória de trabalho; 
 - Disponibilidade da informação; 
 - Representatividade da informação. 
 
2) Enviesamento para a Confirmação 
- Enviesamento: Tendência sistemática para responder de determinada 
maneira, mesmo não sendo a resposta correcta; Tendência para envolver no 
raciocinio factores irrelevantes para a tarefa e/ou ignorar factores que sejam 
relevantes. 
- Enviesamento para a Comunicação: Há uma tendência sistemática no 
ser humano para procurar informação que seja consciente com as nossas 
hipóteses, com as nossas crenças e evitamos a informação que nos contrarie, ou 
seja, procuramos o que nos confirma. 
 
3) Efeitos do Conteúdo e do Contexto 
- Só vamos procurar outras coisas quando o que encontramos não está 
de acordo com as nossas crenças; 
- Não é fácil corrigir estes erros porque muitos dos nossos erros e 
enviesamentos são criados por algo pré-consciente e portanto as pessoas não 
sabem porque não tiveram consciência disso, o que podem fazer é racionalizar 
a resposta que deram. 
 
 
→ Na resolução de problemas, há normalmente o sujeito que resolve o problema, há o 
problema, e alguém que coloca o problema para o sujeito resolver. 
 
→ Em relação ao problema, temos de ter noção se o problema é fácil ou dificil e a sua 
forma/conteúdo: 
 - É na forma e no conteúdo que a questão da dificuldade se pode colocar: 
 - Relativamente à forma, se for um problema de dedução, é na maneira de 
operacionalizar que pode existir o problema; 
 - Relativamente ao conteúdo, temos de ter atenção se é mais abstracto ou mais 
arbitrário, se é dotado de significado social ou se é mais ou menos familiar à pessoa. 
 
→ A questão do emissor do problema: 
 - Em relação a esta pessoa, é importante o seu estatuto, ou seja, se é um colega que nos 
coloca um problema ou se é uma entrevista para um emprego porque não conhecemos a pessoa 
que nos coloca o problema (basta mudar o modo como se dá a instrução, para mudar o 
desempenho das pessoas. 
 
→ Relativamente às caracteristicas do sujeito, este pode ser mais ou menos ansioso ou calmo e 
isso pode facilitar ou dificultar a resolução de problemas: 
 - O sujeito é um processador activo da informação, ou seja, tem limites e selecciona a 
informação importante; 
 - É importante o nivel de conhecimento que os sujeitos têm e o seu nivel de 
personalidade pois estes interferem no tipo de informação que é seleccionada e inferida pelos 
sujeitos. 
 
 
Desenvolvimento do Raciocinio 
 Teorias do Desenvolvimento Cognitivo 
 
a) Teoria das Regras Formais 
- Piaget diz que é um desenvolvimento cada vez mais lógico desde tenra idade e 
que é um cálculo proposicional em que o desenvolvimento se faz desde cedo 
desenvolvendo o raciocinio dedutivo ou indutivo. 
 → A lógica proposicional é oelemento fundamental para que o sujeito 
tenha um desempenho esperado: 
 - Markowitz afirma que o desenvolvimento se faz à medida que 
aumenta a nossa capacidade de usar modelos mais abstractos. 
 → O desenvolvimento dá-se no sentido do poder obter representações 
de modo a obter uma progressão, ou seja: 
 - Aprender a produzir modelos das condicionais que dependem 
das memórias e contextos; 
 - Aprender a produzir modelos com classes de acontecimentos 
e já não só com acontecimentos específicos; 
 - Aprender a produzir modelos que têm representações 
abstractas. 
 
b) Teorias do Conteúdo/Contexto 
- A ideia é de que trabalhar com crianças mais novas ou colocar-lhes problemas 
que são dotados de significados sociais (marca social) tenham um efeito organizador nas 
regulações cognitivas. 
 → Marca Social – as normas, as representações, os scripts e os cenários 
são muito importantes nas regulações cognitivas e têm essa marca social quando são 
pertinentes para a tarefa e resultam em respostas melhores; 
 - Funciona como um efeito facilitador sobre a resolução 
de problemas que favorece o desenvolvimento cognitivo. 
Ex: “Pôr a mesa” (dotado de significado social): 
 - as crianças começam por fazer tarefas de conteúdo marcadamente 
social e depois passam para outras mais abstractas, deste modo, o significado social da 
tarefa ajuda a criança a adquirir uma competência visto que a tarefa assenta com coisas 
baseadas no quotidiano. 
 
c) Teoria dos Modelos Mentais 
- Compreender a informação; 
- Construir os modelos; 
- Procurar contra-exemplos. 
→ A memória de trabalho tem que comportar tudo isto (conseguimos uma economia 
que nos permite uma maior eficácia, para além da proximidade com o assunto tratado). 
 → Nesta perspectiva, é importante perceber como se desenvolve a língua pois 
assegura-nos a comunicação. 
- Asseguração da validade de um raciocinio: 
 - a questão de procurar contra-exemplos e que está ligada à memória 
de trabalho. 
 
 Como se desenvolve a memória de trabalho? 
- Existe um desenvolvimento de uma certa eficácia em outros tipos de operações e isso 
permite a libertação de espaço na memória de trabalho; 
- Existem experiências que mostram que as crianças têm melhores memórias que os 
adultos. 
 
 Afinal o que se desenvolve? 
- O desenvolvimento do raciocinio deve ser paralelo com a capacidade de 
interpretar/representar a informação; 
- Tem de ser concomitante para representar as informações; 
- O nº de modelos pode aumentar com a idade; 
- Inclui o alargamento do nosso poder representacional; 
- Considera-se existir uma relação linear positiva entre o desenvolvimento do raciocinio 
e a capacidade de trabalhos com modelos mentais mais complexos. 
Experiências: 
 
 Conservação de um objecto: um bebé está a ver um urso de peluche, 
quando este é tapado o bebé acha que o urso desapareceu (ainda não 
há conservação do objecto). 
 Conservação do volume: duas bolas têm a mesma quantidade de 
plasticina e o experimentador utiliza uma das bolas para formar um 
cilindro; se a criança não tem esta “conservação” diz que é o rectângulo 
que tem mais plasticina, se tiver esta “conservação” diz que tem a 
mesma quantidade. 
 
 
Pensamento e Linguagem 
 - Para que exista comunicação, é pressuposto que o outro entenda pois tem os mesmos 
conceitos e que exista uma atribuição de significado; 
 - A linguagem é uma actividade que surge entre duas ou mais pessoas, cuja função é a 
transmissão de pensamentos, sentimentos, etc. 
 
 Os modelos recentes distinguem 2 processos: 
 
1) Tratamento Central e Sistemático, centrado no conteúdo do problema; 
2) Tratamento Periférico e Heurístico, descoberta da informação onde nós agimos 
sem dar verdadeira atenção às informações do nosso meio. 
→ O sujeito trata activamente o conteúdo da informação. 
 
 
Sistemas de Comunicação 
 
A. Verbalização 
- Caracterizada por uma dupla articulação entre fonemas (sons) e monemas 
(palavras) e por uma arbitrariedade dos signos linguísticos, não existindo nenhuma 
relação lógica entre o significante e o significado. 
 
B. Entoação 
- Acompanha sempre a verbalização e esclaresse o significado daquilo que 
estamos a dizer (só percebemos se as frases são perguntas ou afirmações pela 
entoação). 
 
C. Vocalização 
- Quando emitimos uma mensagem, considera-se também as vocalizações 
(fenómenos paralinguísticos como por exemplo “Hum”; “Ah”), onde o ritmo, as pausas 
e as hesitações também são englobados. 
 
D. Cinésica (Não Verbal) 
- Envolve movimentos faciais e corporais e têm um grande significado 
comutativo (por exemplo, a expressão do rosto, a maneira de colocar as mãos,...). 
 
 
→ Todos estes sistemas de comunicação cooperam entre si e os sistemas não linguisticos servem 
sobretudo para enfatizar os linguisticos. 
 
 
Tipos de Comunicação: 
 → Comunicação Não Verbal - Regular a interacção. 
 → Comunicação Interpessoal – Transmissão de pensamentos; 
 - Utilização simultânea do sistema verbal e não verbal de 
comunicação. 
 → Comunicação Representacional – Se existe partilha de conhecimentos é porque os 
sujeitos partilham uma série de pressupostos. 
 → Comunicação Defensiva – Se damos a ideia que estamos a avaliar o outro, vamos 
provocar no outro uma comunicação defensiva. 
 
 Variáveis que determinam a comunicação: 
 - Conhecimento; 
 - Motivação; 
 - Contexto; 
 - Intimidade. 
 
 
Aquisição da Linguagem 
 - A linguagem humana não se adquire, já nascemos com ela, ou seja, ela é inata: 
 0 – 3 meses: emissão não voluntária dos sons; 
 3 – 4 meses: descoberta da relação entre a emissão e a percepção dos sons; 
 4 – 6 meses: começam a palrar; 
 6 – 8 meses: inicio da compreensão (atribuição de significados a contextos 
sociais que enquadram a fala); 
 12 meses: surgem as primeiras palavras; 
 12 – 18 meses: formação de palavras e frases; 
 18 – 24 meses: frases de duas palavras; 
 6 anos: domínio da linguagem e aperfeiçoamento da mesma até aos 10 anos. 
 
 Linguagem Pensamento 
 
 Abordagem do Determinismo Linguistico (Whorf) 
- A linguagem influencia o modo como as pessoas percebem ou pensam o 
mundo; 
- A estrutura da linguagem determina a estrutura do pensamento, no entanto, 
as diferenças na linguagem não determinam o modo como percepcionamos o mundo; 
- A linguagem é um instrumento moldado pelo pensamento que nos permite 
exprimir os nossos pensamentos. 
 
 
 Pensamento Linguagem (Aristóteles) 
 
- Aristóteles afirmava que as categorias do pensamento determinavam as 
categorias as categorias da linguagem; 
- A estrutura da linguagem reflecte a estrutura de como a nossa mente processa 
o mundo. 
 
Pensamento ≠ Linguagem 
 
 Modularidade da Linguagem (Chomsky e Fodor) 
- Pensamento e Linguagem são independentes (a linguagem é um componente 
cognitivo à parte que funciona separadamente do restante da cognição); 
- Não se nega a hipótese que a linguagem transmite o pensamento, mas 
propõem-se que a linguagem opera com base independente da cognição geral, ou seja, 
é um modelo autónomo. 
 Dois dominios de pesquisa: 
 
1) Aquisição da Linguagem: Se a linguagem é adquirida de acordo com principios de 
aprendizagem especias ou se ela é adquirida como outras habilidades cognitivas. 
2) Compreensão da Linguagem: Se os principais aspectos do processamento da linguagem 
ocorrem sem utilização de quaisquer processos cognitivos gerais. 
 
 
A perspectiva de Vigotsky 
 - A relação entre pensamento e linguagem é algo dinâmico, em constante interacção e 
baseia-se em modificações e comportamentos; 
 - A linguagem interior (a que temos de nós próprios) é o objecto central em Vigotsky: 
 → Não temos acesso directo a ela, visto ser interior. 
 → Isto resolve-se através do estudo da linguagem egocêntrica (a que as 
crianças usam quando falam sozinhas). 
 
 
 Para Piaget,a linguagem egocêntrica é uma expressão do próprio pensamento 
egocêntrico, uma espécie de autismo, daí que precede a socialização. 
 
 - Quando as crianças falam sozinhas, não visam a comunicação. Piaget diz que só serve 
para as acompanhar. 
 
 - Quando as crianças vão para a escola, de acordo com Piaget, esta linguagem 
desaparece. Para Vigotsky, esta linguagem é transformada em pensamento e tem a mesma 
função que a linguagem interior. 
 
 Linguagem Egocêntrica: 
- Quanto mais velha for a criança menos se entende o que se diz, porque se vai 
dizendo menos e pensando mais; 
- Inicialmente, tem uma estrutura igual à linguagem de comunicação (social); 
- Cada vez é menos complexa, quase só depois predicativa, tende a condensar. 
 
 Linguagem Interior: 
 - Não existe vocalização, portanto a sua forma mais natural é a predicação; 
 - Linguagem quase sem palavras, é uma espécie de rascunho que dá suporte à 
nossa linguagem oral ou escrita. 
 Linguagem Oral: 
- Diálogo (não nos permite grandes formulações complexas pois ocorrem de 
forma quase espontânea) e Monólogos (formulações mais complexas). 
 
 Linguagem Escrita: 
- Ausência de contexto e de expressões; 
- Organização prévia do que vamos escrever (rascunho); 
- O pensamento é globalizante e o discurso parcializante. 
 
→ Vigotsky diz que a palavra sem pensamento é uma “coisa vazia”. 
 
 
 Linguagem 
 - Os componentes da linguagem são a sintaxe, a semântica e a pragmática: 
 → Não são estruturas cognitivas independentes e estão activos 
simultaneamente, e não alinhados em sequência linear. 
 
 Bara, distingue 3 classes de sistemas de comunicação: 
 
a) Fechado: Cada sinal corresponde a um significado, limitando-se assim a emitir e 
receber sinais que já se encontram geneticamente determinados. 
b) Semi-Fechado: Um certo nº de significados, que podem ser agrupados, dando 
origem a significados mais complexos. 
c) Aberto: O nº de significados conectores entre esses significados são infinitos 
(possuído apenas pelos humanos). 
 
 Sintaxe (Forma) 
o Diz respeito à estrutura gramatical das frases (como são geradas) e à relação 
entre os símbolos; 
o Destaca-se os trabalhos de Chomsky (maior linguista contemporâneo). 
 Gramática Transformacional – São as regras transformacionais que nos 
permitem passar da estrutura superficial para a profunda. 
 Componente Sintática – Articula-se com a componente fonológica 
(sons), lexical (palavras) e semântica (correlaciona as palavras com os 
significados). 
 
→ Estrutura Superficial: fonológica (sons) 
→ Estrutura Profunda: léxico (dicionário) e semântica (significado). 
 
 - Passar da estrutura superficial para a profunda Compreensão da Linguagem. 
 - Passar da estrutura profunda para a superficial Produção da Linguagem. 
 
→ Aquilo que recordamos é a estrutura profunda e não a superficial. 
 Ex: “Ele enviou uma carta sobre isso a Galileu.” 
 Resposta Errada: Galileu enviou-lhe uma carta sobre isso. 
 Resposta Correcta: Uma carta sobre isso foi enviada a Galileu. 
 
 
 Semântica (Significado) 
o Significado de cada palavra e das palavras quando estão ordenadas numa frase; 
relação entre os símbolos e o mundo; 
o Os autores defendem que, para analisar uma frase, o importante é o seu 
significado e não a sua estrutura. 
 
1. Dependência Conceptual 
- Uma grande parte da compreensão da linguagem tem origem nos conhecimentos 
gerais e são eles que nos permitem esperar uma coisa e não outra. 
 
2. Representação do Significado das Frases 
- Duas afirmações que tenham o mesmo significado vão dar lugar apenas a uma 
representação; 
- As frases podem ser diferentes na estrutura superficial mas têm a mesma estrutura 
profunda. 
 
3. Procedimentos Semânticos 
- São importantes para a linguagem: relacionar a linguagem com os modelos do 
mundo (modelos mentais); 
- Temos uma informação e apartir disso fazemos um modelo mental, e a esse 
modelo podemos acrescentar mais informação. 
 
4. Significado com Referência 
- O significado de uma palavra ou frase é tudo aquilo que se refere ao mundo 
real. 
 Significado com Imagem – as manifestações são imagens mentais. 
 
5. Teoria da Definição 
- Descreve o significado das palavras como um conjunto ilimitado de atributos 
ou caracteristicas. 
 
6. Teoria dos Protótipos 
- O significado é a junção de alguns traços, mas nenhum deles é necessário o 
suficiente (é uma espécie de protótipo interno que fazemos do conceito). 
 
 Pragmática (Contexto) 
o Remete para o contexto em que a frase é enunciada, para o objectivo que 
pretendemos atingir quando dizemos algo a alguém e tem a ver com o uso 
efectivo de símbolos. 
 
→ Wittgensteion (Tese do Verificacionismo): A frase só tem um valor de verdade se podermos 
dizer se é verdadeira ou falsa. 
 
 Jogo de Linguagem/Conceitos 
 - O significado das coisas tem a ver com o uso que é feito delas; 
 - Estudam a linguagem no seu quotidiano (abandonam o estudo mais 
abstracto); 
 - Não são as normas linguísticas que lhe interessam, mas sim os jogos de 
linguagem que as pessoas têm (a conversação). 
 
 
→ Numa mesma situação, nós podemos descrevê-la de maneiras diferentes se atendermos a 
quem estamos a comunicar isso e ao estado mental do outro. 
 
→ Aquilo que dizemos acerca duma situação não é uma mera descrição da mesma; está 
relacionado com crenças e desejos do interlocutor.

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