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O PEDAGOGO FRENTE ÀS QUESTÕES MULTICULTURAIS
1ORTIZ, Everaldo RU: 1054610
RESUMO
O presente estudo tem como tema O pedagogo frente às questões multiculturais, pois é através do trabalho do Pedagogo que conseguiremos vencer as diversidade cultural e as adversidades existentes. Os objetivos proposto neste trabalho é investigar como se dá o trabalho do Pedagogo frente as questões Multiculturais junto ao currículo escolar, analisar o trabalho e a metodologia desenvolvidas pelos educadores, frente as supostas dificuldades e sua articulação junto ao Multiculturalismo no currículo escolar; e verificar a abordagem Multicultural no processo de planejamento das aulas dos professores bem como, as concepções de Multiculturalismo da Coordenação e Pedagogo frente à diversidade cultural do corpo docente, além de observar as relações estabelecidas entre professor e aluno no contexto do multiculturalismo. Este estudo tem como aporte teórico: Canem (2001, 2002, 2005) Coutinho (1996), Libâneo (2003). Este estudo terá como campo uma pesquisa bibliográfica, visando alcançar os objetivos propostos. Inicialmente, será feita uma revisão bibliográfica para descrever teorias que abordam as práticas pedagógicas e para apresentar aspectos teóricos, por projetos.
1. INTRODUÇÃO
 Com o advento da globalização o mundo sofreu grandes mudanças como informatização e terceirização da produção; implementação de programas de qualidade total e de produtividade; demissões, desemprego, recessão, exclusão e crise social; diminuição dos salários, eliminação de direitos trabalhistas e outros. Essas mudanças nos campos político e econômico, social e educacional, foram e são tão profundas que engendraram mudanças nas relações entre sociedade e suas culturas, e essas foram se encontrando e chocando-se uma com as outras.
Embora o termo globalização sugira a idéia de inclusão de todos os Países, regiões e pessoas que se adequarem aos novos padrões de desenvolvimento capitalista, o que se percebe, é a exclusão da maioria desses, pois nem todos possuem condições e aceso ao trabalho, consumo, cultura e outros. 
O presente estudo tem como tema O pedagogo frente às questões multiculturais, pois é através do trabalho do Pedagogo que conseguiremos vencer as diversidade cultural e as adversidades existentes.
Os objetivos proposto neste trabalho é investigar como se dá o trabalho do Pedagogo frente as questões Multiculturais junto ao currículo escolar, analisar o trabalho e a metodologia desenvolvidas pelos educadores, frente as supostas dificuldades e sua articulação junto ao Multiculturalismo no currículo escolar; e verificar a abordagem Multicultural no processo de planejamento das aulas dos professores bem como, as concepções de Multiculturalismo da Coordenação e Pedagogo frente à diversidade cultural do corpo docente, além de observar as relações estabelecidas entre professor e aluno no contexto do multiculturalismo.
Este estudo tem como base uma pesquisa bibliográfica, visando alcançar os objetivos propostos. Inicialmente, será feita uma revisão bibliográfica para descrever teorias que abordam as práticas pedagógicas e para apresentar aspectos teóricos, por projetos.
2. CONCEPÇOES SOBRE O MULTICULTURALISMO
O termo Multiculturalismo tem sido tema debates atuais, devido a necessidade de compreender a sociedade como constituída de identidades plurais, com base na diversidade de raças, gênero, classe social, padrões culturais e linguísticos. As varias concepções relativas e este tema surgem, de certa forma, em função do próprio termo, de sua aplicação no currículo escolar e dos diferentes ângulos interpretativos a respeito das relações da vida social. A analise etimológica do termo Multiculturalismo sugere um sentido descritivo, normativo ou prescritivo. Coutinho (1996) diz que se faz necessário uma luta pela transformação gradual do núcleo central do currículo, pela expansão dos conteúdos multiculturalistas, trabalho interdisciplinar, recursos didáticos e colaboração de variados professores entre outros. Educadores que abordam esse tema discutem também a respeito do professor como intelectual transformador, que começa desde a sua formação acadêmica. 
Diante disso Moreira (1999) afirma que: 
“ Seria necessário uma proposta de formação docente Multirracial que deva implicar não o desenvolvimento de uma aceitação irrestrita de diferentes manifestações culturais, mas sim, a aprendizagem das habilidades necessárias a promoção de um dialogo que favoreça uma dinâmica de critica e autocrítica” (MOREIRA 1999 p. 87).
A educação Multicultural é o desafio que nossa Multiculturalidade faz aos professores para o século XXI ou o Terceiro Milenio. As posturas Multiculturais variam desde concepções (CANEM & MOREIRA 2001) que preconizam trabalhar com a diversidade cultural de forma folclórica, até posturas mais criticas que buscam as raízes dos preconceitos, das discriminações e dos estereótipos, com o intuito de desafiá-los. 
Canem (2002) aponta que a perspectiva Multicultural encaminha a discussão par além da valorização da diversidade cultural em termos folclóricos ou exóticos, para questionar a própria construção das diferenças e, por conseguinte, dos estereótipos e preconceitos como aqueles percebidos como diferentes no seio de sociedades desiguais e excludentes. 
Dentre as perspectivas discutidas por Canem (1999), ficam presentes as que consideram o Multiculturalismo na educação e suas possíveis implicações no trabalho pedagógico na escola. 
Multiculturalismo na educação busca valorizar os universos culturais dos alunos e, ao mesmo tempo, desafiar visões preconceituosas em relação a raça, etnia, orientação sexual, gênero, linguagens e outros marcadores de identidades, que são apontados por (CANEM 1999) como índio, homossexuais, negros, ou seja, os percebidos como diferentes pela sociedade.
De Acordo com Brandão (2002), ao pensar sobre Educação é necessário considerar, que ela apareça armada de poder realizar, ela própria, o trabalho de transformar a sociedade. Associar a educação à mudança não é novidade, segundo o mesmo autor, porque todos acham que a única solução para os problemas esta na educação, e tem sido este um costume dede pelo menos as primeiras décadas do século. Quando políticos e cientistas começarem a chamar a mudança de desenvolvimento social de comunidades, esta pode vir a representar mudança.
Segundo Brandão (2002), 
A educação existe em toda parte e faz parte dela existir entre opostos. Entre sujeitos igualados pelo trabalho comum e o saber comunitário, também a educação pertence do mesmo modo a todos e, existe diferente para alguém é para especializar, para uso de todo, o seu saber e o seu trabalho. Mais do que poder, portanto, ela atribui compromissos entre as pessoas (BRANDÃO 2002 p. 9)..
Requer que se pense na diversidade de sujeitos que compõe a educação. Quando se pensa em educação e alfabetização há que se considerar a pluralidade de sujeitos que coexistem em nossa realidade plural e desigual. Sendo assim, a perspectiva Multicultural parece oferecer caminhos férteis para a educação.
Forquin (1993) define o Multiculturalismo como uma situação concreta de coexistência, num mesmo país, de grupos de origem étnica diversa, os quais falam línguas diferentes, podendo não compartilhar as mesmas adesões religiosas nem os mesmos valores ou modos de vida. 
Conforme indicado por autores como McLaren (2000), considera a perspectiva Multicultural e, Paulo Freire, através da sua pedagogia critica, que há de o sujeito, professor, pedagogo, docente desenvolver a sensibilidade aos universos e identidades daqueles envolvidos no processo educativo.
Coutinho (1996) ainda discute a educação Multicultural como o processo e o modo de educar valorizando as diversas heranças culturais e sociais de uma nação e suas relações umas com as outras. A construção da convivência pacifica dentro e fora do País, em que se respeitem os direitos humanos e a diversidade, e, se promovam a identidade cultural, cidadania e a melhoria da qualidade de vida, são integrantesda Multiculturalidade em termos de educação, o Multiculturalismo já se apresenta enraizado historicamente. 
Embora as discussões acentuadas sejam recentes, estas se originam desde a Revoluçao Industrial no Renascimento. No período pós-guerra, o multiculturalismo já estava inserido enquanto discussão na segregação. 
Na idade Média a segregação era sentida, porém não admitida. Hoje a discriminação se processa discretamente, como em questões religiosas, classe social, raça e outros. 
2.1 EDUCAÇÃO E O MULTICULTURALISMO
 De acordo com Brandão (2002), a educação é um meio pelo qual o homem desenvolve potencialidades, mas que não atingiram o seu amadurecimento, o seu desenvolvimento. 
Não importa considerar sob que condições sociais e através de que recursos e procedimentos externos a pessoa aprende, mas apenas o ato de aprender do ponto de vista do que acontece do educando para dentro. Ou seja é ao ato de buscar essa educação que vai fazer com que o indivíduo realmente aprenda e cresça.
Segundo Brandão (2002) o fim da educação é desenvolver em cada individuo toda a perfeição de que ele seja capaz.
 Capacitar o homem para a vida em sociedade, para torná-lo melhor, é o que se espera da educação, pois ela deve ser dada completa ao cidadão para que ele possa adquirir tudo a que tem direito. A esse respeito Brandão (2002), discute que:
Podemos definir de modo mais preciso objetivo da educação como sendo o de guiar o homem no desenvolvimento dinâmico, no curso do qual se constituirá uma pessoa humana dotada das armas do conhecimento, do poder de julgar e das virtudes morais transmitindo-lhes ao mesmo tempo o patrimônio espiritual da nação e da civilização as quais pretende e conservando a herança secular das gerações (BRANDÃO, 2002 P. 56).
A Escola tem o significado papel de pensar em uma educação plena, que vai além de conteúdos pré-estabelecidos, mas de uma educação que possa desenvolver no individuo sensibilidade e respeito, a fim, de que este cidadão possa respeitar todas as manifestações de pensamentos, idéias dentro e fora da escola.
Segundo Apple (1999) relações de poder, é de fato complexas e nós precisamos realmente levar muito a sério o foco pós-moderno no local e na multiplicidade das formas de luta nas quais necessitamos nos envolver. É também importante reconhecer as mudanças que estão ocorrendo em muitas sociedades e ver a complexidade do nexo poder>saber. 
A fala de Apple (1999) constitui-se em algo quase impossível fingir que as relações de classe não existam que o capitalismo não pesa sob essas diferenças, a negação dos direitos humanos, as condições ambientais sob as quais as pessoas sobrevivem, acaba sendo muito significativos no futuro do ser humano. Na escola, essas diferenças de classe social, acabam sendo bem visíveis, e por vezes, acontece o que menos se deseja os grupos que se consideram majoritários se colocam acima dos que são vistos como minoritários. O espaço escolar poderá se constituir em lugar de mudança de atitudes e pensamentos, para que haja respeito e aprendizagem. Quando pessoas são respeitadas e amadas, as mudanças acontecem de dentro pra fora, se sentem valorizadas e suas auto-estima cresce.
2.2 A ESCOLA FRENTE AO MULTICULTURALISMO
De acordo com Apple (1999) a escola torna-se responsável em trabalhar essas questões denominadas hoje como multiculturais, trazidas nas teorias curriculares como Multiculturalismo, sendo o pedagogo o grande articulador dentro da instituição tornando-se o elo entre conhecimento, professor e aluno. Para isto pretende-se sua formação acadêmica bem ampla, em áreas como: Psicologia, Didática, Avaliação, orientação e supervisão. Espera-se que esse profissional desenvolva a sua sensibilidade as questões como: a discriminação, o racismo, o espaço de silencio, segregação e pode. Tais questões fazem parte do cotidiano escolar e devem ser discutidos, refletidos e estudados, para que os alunos não só conheçam, mas aprendam e respeitem o seu próximo.
Sendo assim, o pedagogo poderá ser um possível mediador de conteúdos curriculares na perspectiva Multicultural, esta articulação terá que ser um processo comunicativo, vivo, dinâmico de sentidos e de relações. Atitudes discriminatórias, excludentes, individualistas, preconceituosas deverão ser discutidas e questionadas para não gerar baixa autoestima nos indivíduos. Acredita-se que é um currículo integrado e não celetista, que essas questões poderão ser pensadas e discutidas, para que o pluralismo de idéias, gêneros, das aparências físicas, comportamentos e das religiões, possam ser vistos, respeitados e considerados como formas de aprendizagem e discussão com vistas ao conhecimento dos alunos.
Apple (1999) e Libâneo (2003) discutem como devem ser elaborados e que conteúdos devem ser agregados ao currículo. 
Percebe então a necessidade de se ter um planejamento nas escolas para que o currículo seja inserido no espaço escolar de forma que os professores possam se embasar nos conteúdos a serem tratados em sala com os alunos.
Segundo Apple (1999), é necessária que aprendamos a elaborar currículos que capacitem esses alunos a criticar não só os arranjos sociais e as desigualdades existentes, mas também o caráter machista racista de nossa sociedade de classes. 
Percebe-se que os professores precisam ter onde se apoiar no sentido de preparar suas aulas e assim tornar as aulas prazerosas para seus alunos.
Libâneo (2003), discute que os currículos precisam ser redimensionados, agregando temáticas relativas as questões de classe social, etnia, gênero e outras. O Pedagogo poderá ser esse possível articulador de mudanças e conscientização de pensamentos e paradigmas estáticos. As mudanças devem começar a partir do professor e posteriormente ao aluno.
De acordo com Freire (1996), aceitar e respeitar as diferenças são uma dessas virtudes sem o que a escuta não se pode dar. Se, discrimino o menino pobre, o negro, ou índio, não posso evidentemente escutá-lo e se não escuto não posso falar com ele, me proíbo a entendê-lo. 
O pensamento, as atitudes docentes são grande armas na quebra de ações excludentes, pois é dentro da sala de aula onde se ensina e se aprende, onde o professor tem total autonomia, é que deveriam ser espaços de lidar com os conhecimentos sistematizados, construir significados, reforçar, questionar e construir interesses sociais e vivencias em comum, mas que normalmente são ignoradas. 
Freire (1996) ainda expõe que, quando o docente acha que a estrutura do seu pensamento é a única certa, ele não escuta quem pensa ou elabora seu discurso de outra maneira que não a sua não escuta quem fala fora dos padrões da gramatica dominante. 
Essas questões exercem um papel importante na definição do significado e do propósito da escolarização, do que realmente significa ensinar e de que forma os alunos devem ser ensinados.
2.2 O EDUCADOR
Considerando que os educadores são possíveis agentes transformadores da educação na perspectiva Multicultural faz-se necessário segundo MOREIRA (1999) uma proposta de mudança de formação docente Multicultural, que deva implicar não o desenvolvimento de uma aceitação irrestrita de diferentes manifestações culturais, mas sim, a aprendizagem das habilidades necessárias a promoção de um dialogo que favoreça uma dinâmica de critica e autocrítica, o que se propõe é a formação de um profissional tanto capaz de analisas criticamente sua pratica, a fim de aprimorá-la e desenvolver conscientizando seus estudantes da diversidade cultural.
Acentua-se nesse enfoque para Canem (1999), a necessidade de discutir, no preparo do professor, situações escolares em que se revelem preconceitos e estereótipos, bem como de problematizar conteúdos curriculares e praticas pedagógicas, ressaltando seus aspectos culturais e os elementos discriminatórios presentes. 
Tais preconceitos e estereótipos estão presentes em todos os momentos na escola, por exemplo, dos grupos tidos como diferentes, como esqueitistas, movimento de jovens e adolescentes com vestuário, linguagem e gestual diferente dos padrões consideradoscomo normais, as patricinhas, jovens do sexo feminino que se diferenciam do padrão do vestuário e maquiagem. O grupo masculino correlato é denominado, mauricinhos.
Canem (2002) questiona em que medida os discursos e as praticas dos professores e professoras têm colaborado para silenciar e discriminar certas vozes e identidade culturais, ou, ao contrario, tem caminhado para valorizá-las, incluí-las na formação da cidadania, processo em que a escola e os professores são peças fundamentais.
Formar o professor multiculturalmente orientado implica (CANEM 2005) em trabalhar em prol de um modelo de professor apto a compreender o conhecimento e o currículo como processos discursivos. Implica ainda em tencionar conteúdos pré-estabelecidos e pretensões a verdades únicas, procurando detectar vozes silenciadas aos sujeitos citados acima.
 Portanto um educador que possa mobilizar a favor dos conteúdos curriculares, os conhecimentos desses alunos a fim de que o grande grupo se aproprie desses conhecimentos, questione-os e aprenda-os.
De acordo com Canem (2002) para o alfabetizador penar em suas concepções enquanto educador é tentar desafiar preconceitos com relação a esses sujeitos, entendendo a formação de sua própria identidade como construção, portanto resultante de condições de vida especificas, e marcadas por inserções relativas a sua raça, religião e outros condicionantes.
O Multiculturalismo critico, ao enfocar a questão da identidade, segundo Canem (2002)
Tem contribuído para um desafio a visões que tendem a essencializar ou biologizar, ao contrario visualizar a identidade como construção, contribui-se para um desafio da noção de normalidade e de diferença. Entendendo estes conceitos como contingentes, dependentes de quem os enunciam (CANEM 2002 p. 64). 
Canem (2001).O Multiculturalismo foi sem, sombra de duvida o postulado teórico que exerceu grande influencia na inclusão do pluralismo cultural como um tema transversal no PCN. Em relação a aplicação no currículo escolar, a Multiculturalidade depara-se com duas diferentes posições FORQUIN (1993), o Multiculturalismo unitarista defende um mesmo tipo de currículo, cujos conteúdos são provenientes de uma pluralidade de tradições culturais. Enfatiza o respeito as culturas, considerando que a identidade cultural não é um rotulo, nem tampouco um obstáculo ao desenvolvimento individual.
A distinção escolar deve-se ao fato de que a coexistência de crianças provenientes de varias culturas, em um mesmo ambiente pode levar a neutralização mutua de identidades culturais em proveito de uma cultura hegemônica. Neste caso, trata-se de um Multiculturalismo de justaposição, de compartimentalização, promotor se segregação e, portanto, incoerente com um projeto de cidadania cultural (FORQUIN 1993 p. 138).
Nessa perspectiva, o multiculturalismo dentro do currículo é reduzido a um adendo, definido como a comemoração de datas especiais, tais como dia da consciência negra, dia do índio e assim por diante.
3. PROCEDIMENTO METODOLOGICO
A presente pesquisa trata-se de uma investigação qualitativa. As pesquisas qualitativas procuram mensurar, medir, a realidade estudada, as pesquisas qualitativas se dedicam ao estudo de fenômenos em que a quantificação não é apropriada. Diante da natureza da investigação, esta se enquadra como uma pesquisa exploratória.
Também, pode ser considerada como uma pesquisa bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referencias
teóricas publicadas em livros, revistas e pode ser realizada independente, ou como parte de outros tipos de pesquisa (RAMPAZZO, 2002).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde muito cedo, os pais começam a ensinar seus filhos certas decodificações como: a maneira correta de se escovar os dentes e os cabelos, como comer, dormir, orar, se portar perto das visitas, e outros. Esses ensinamentos variam de família para família, dependendo de sua origem ou cultura, mas uma coisa todas tem em comum, todas elas fazem educação. Uma educação que não se restringe aos quatro cantos de uma sala de aula, ou em uma palestra ou curso. 
A educação está em todo lugar, na casa na rua, na igreja, marcada pela singularidade de cada individuo. Desse modo se não há um só lugar onde há a educação nem uma única forma ou modelo padrão, pode-se afirmar que não há uma única educação correta. 
 Em relação a educação é difícil pensarmos que so existe um único padrão certo, pois a educação esta relacionada com a cultura, que se constitui em tudo o que é construção humana, o saber o fazer e o ser de cada grupo, com seus valores e significados, com suas características diversas, mudando de pessoa para pessoa, de lugar para lugar.
 A abordagem Multicultural surge com vistas à mudanças e superação desses pensamentos de que só o que eu penso é certo, ou digno, para que o espaço escolar seja lugar de trocas e não de dominação. E em relação a escola o que se percebe é que teoria e pratica não andam juntas, portanto ve-se a necessidade de um redimensionamento de olhares, de praticas e atitudes, visando uma aprendizagem democrática. 
Isto porque a educação Multicultural não é tranqüila ou harmoniosa, ela troca em sentimentos valores e visões de mundo arraigadas, destruindo certezas, instaurando duvidas, empurrando para o novo, para o desconhecido, para o plural.
 Uma sociedade realmente democrática precisa superar as barreiras de classe assim como deve superar as barreiras étnicas raciais. O multiculturalismo requer professores críticos com relação aos discursos que não ignorem as diferenças dentro das diferenças, que não congelem identidades, que saibamos trabalhar com o plural com o diverso, em nossas dinâmicas de sala de aula. 
 A defesa de um currículo Multicultural nas escolas tanto de ensino fundamental e médio, professores capacitados e abertos a discussões que envolvam questões sobre diversidade cultural e a quebra de preconceito, equipe pedagógica que esteja preparado a auxiliar seu corpo docente em como trabalhar essas questões poderá representar um primeiro passo para a construção da democracia que tanto se almeja. 
REFERÊNCIAS
APPLE, M.W. Power, meaning and identity: essas incritical educational studies. New York: Peter Lang. 1999.
BANKS, J. Na Introdution to multicultural Education, Boston: Allyn and Bacon, 1999.
BRANDÃO, C. R. o que é Educação. São Paulo, 2002.
CANEM, A. Multiculturalismo e formação de docente: experiências narradas. Educação e realidade, v. 24,1999.
_______. Sentidos e dilemas do Multiculturalismo: desafios curriculares para novo milênio. In. LOPES, A. C. M. (orgs) Curriculo: debates contemporâneos. São Paulo: Cortez, 2002.
_______. Multiculturalismo, Pesquisa e formação de professores: o caso das Diretrizes Curriculares para a formação do docente. Ensaio: aval Pol. Públi. Educ, Rio de Janeiro, v.13 , n 48, 2005.
_______. Identidade negra e espaço Educacional: vozes, historias e contribuições do Multiculturalismo, 2001.
COUTINHO, J. M. Por uma Educação Multicultural: uma alternativa de cidadania para o Século XXI. Ensaio avaliação e política publicam em Educação Fundação Cesgranio, v. n1 1996.
FORQUIN,J. C. Escola e Cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. Sáo Paulo: Paz e Terra, 1996.
LIBÂNEO, J. C. et al. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003
MOREIRA, A. F. B. (org). Curriculo: politicas e praticas. 6 ed. Campinas: Papirus, 1990.
MCLAREN, P. A luta por justiça social: breves reflexões sobre o ensino multicultural nos Estados Unidos. Revista Pátio, 1990.

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