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113As Cidades na História
História
6
Fábio Oliveira Cardoso1n
1Colégio Estadual Tania Varela Ferreira – Maringá – PR
O canto da cidade
A cor dessa cidade sou eu
O canto dessa cidade é meu
A cor dessa cidade sou eu
O canto dessa cidade é meu
O grito a rua fé
Eu vou saindo a pé
Pela cidade
Bonita
O toque do afoxé
E a força de onde vem
Ninguém explica
Ela é bonita
O grito a rua fé
Eu vou saindo a pé
Pela cidade
Bonita ..
(Composição: Daniela Mercury http://www2.uol.com.br/cante/lyrics/Daniela _
Mercury_-_O_canto_da_cidade.htm; Acessado em: 05/10/2005).
n
s cidades têm inspirado vários artistas, exemplo 
disso, você pôde perceber no tema da música 
O canto da cidade, da cantora Daniela Mercury 
(1965 -). Por outro lado, as cidades despertam 
o interesse de muitos pesquisadores, entre eles os 
arqueólogos, os historiadores, os geógrafos, os arquitetos, 
os quais buscam explicar as características próprias das 
cidades em determinadas sociedades. Mas, como surgiram 
as cidades? Como era viver nas cidades neolíticas, gregas, 
romanas, pré-colombianas, islâmicas e medievais? A 
vida nestas cidades tinha o mesmo significado 
que tem nas cidades contemporâneas? 
RELAÇÕES CULTURAIS:
As cidades na História
114 Relações culturais
Ensino Médio
 As cidades neolíticas: o caso de Çatalhöyük
Por volta de 10.000 a 7.000 a.C., surgiram os primeiros núcleos 
urbanos na região do vale do rio Indo, na atual Índia, e também na 
região do Crescente Fértil (atual Oriente Médio) devido ao processo 
conhecido como revolução agrícola. As cidades foram construídas à beira 
dos rios com a finalidade de centralizar a administração da economia 
ligada às terras e aos produtos agrícolas tal como ocorria em Harappa, 
Mohenjo Daro e Lothal, no vale do rio Indo, Jericó, na Palestina e 
Çatalhöyük, na atual Turquia. Essa última cidade parece trazer algumas 
evidências descobertas por arqueólogos contemporâneos de que talvez 
não tenha havido um matriarcado no início do período Neolítico, 
como acreditavam os adeptos de uma longa tradição do pensamento 
europeu, nem a instituição generalizada de um patriarcado, mas sim 
uma possível igualdade dos sexos tanto na vida material como na 
espiritual dos seus habitantes.
Em 8000 a.C., Çatalhöyük (“chah-tahl-HU-yook”), a maior cidade 
do Neolítico, teve aproximadamente 8000 habitantes e 2000 casas. 
Como esta cidade não tinha ruas, seus habitantes se movimentavam 
pelos telhados e entravam nas casas por meio de escadas a partir 
do teto. Essas habitações eram decoradas com esculturas e pinturas 
que representavam, principalmente, touros, leopardos, cervos, abutres 
e seres humanos. Seus moradores produziam ferramentas de pedra 
polida, domesticavam ovelhas e cultivavam cereais. 
Entretanto, o que faz esta cidade importante para os pesquisadores é 
que os vestígios descobertos pela arqueologia contemporânea apontam 
para uma relação igualitária entre mulheres e homens do Crescente 
Fértil nos milênios que vão de 10000 a 5000 a.C. Restos de alimentos 
como carne, por exemplo, provam que não havia disparidade entre a 
dieta de homens e mulheres. Os túmulos são igualmente adornados. 
Em Çatalhöyük, seguindo uma ampla tradição dos povos agrícolas do 
Crescente Fértil, eram cortadas as cabeças de algumas pessoas notáveis 
após a sua morte, para serem utilizadas em cerimônias religiosas; tanto 
homens quanto mulheres eram igualmente homenageados por meio 
desta prática. 
O excesso de carbono encontrado nas costelas dos corpos femininos 
e masculinos demonstra que ambos trabalhavam, inalando imensa 
quantidade de fumaça durante muito tempo, próximos aos fornos 
ou lareiras das suas casas, as quais possuíam pouca ventilação. Isso 
significa que os homens não passavam mais tempo fora de casa do 
que as mulheres. Se havia alguma divisão de trabalho, provavelmente 
eram as mulheres que preparavam o alimento, mas os restos de cinzas 
encontrados nas proximidades das ferramentas de pedra apontam que 
tanto os homens quanto as mulheres podem tê-las confeccionado.

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