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Dominação e Resistência

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331Relações de dominação e resistência na sociedade ocidental moderna
História
18
Marli Francisco1n
1Colégio Estadual Chateaubriandense – Assis Chateaubriand – PR
Observe as imagens presentes nos documentos 1 e 2. Você 
conseguiria descrever as pessoas que nelas estão repre-
sentadas? Quem são essas pessoas? O que elas estão rei-
vindicando? É comum ver esse tipo de imagem pela tele-
visão ou vivenciá-la no seu dia-a-dia? Hoje, que imagem 
você colocaria junto a essas representadas abaixo? 
Documento 1 Documento 2
Jacquerie: A batalha de Meaux de 1358, c. século 
XIV, iluminura, Crônicas de Jean Froissart, de Flan-
dres, século XIV.
n
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n FRANÇOIS DUBOIS (1790-1871), An Eyewitness Ac-
count of the Saint Bartholomew’s Day Massacre, s/d. 
Óleo sobre tela. Museu Cantonal de Belas Artes, Lausan-
ne, Suíça. O dia do Massacre de São Bartolomeu, 24 de 
agosto de 1572.
n
RELAÇÕES CULTURAIS:
Relações de dominação e resistência na 
sociedade ocidental moderna
332 Relações Culturais
Ensino Médio
 Transformações do mundo moderno
As manifestações sociais estiveram presentes nas mais diversas so-
ciedades e em vários contextos espaço-temporais. Estudaremos neste 
Folhas algumas das razões que levaram as pessoas a se manifestarem 
no decorrer dos séculos XVI a XVIII e conhecer os grupos sociais que 
delas participaram. Afinal, por que pessoas fazem contestações?
Historicamente, costuma-se definir a Idade Moderna como o perí-
odo assinalado por dois importantes acontecimentos: a tomada da ci-
dade de Constantinopla pelos turcos, em 1453, e a Revolução France-
sa, em 1789. Durante os 336 anos que transcorreram entre essas duas 
datas, o mundo ocidental passou por transformações importantes, as 
quais levaram o conceito de modernidade a se projetar por toda a his-
tória contemporânea.
A idéia de modernidade começou a se afirmar na Europa a partir 
do século XVI, quando as grandes navegações, iniciadas no final do 
século XV, resultaram na Revolução Comercial, ocorrendo, dessa for-
ma, a acumulação de capital – de início comandado pelos Estados atra-
vés do mercantilismo – e contribuindo como importante alicerce pa-
ra a futura Revolução Industrial ocorrida a partir de meados do século 
XVIII.
Contestação - do latim 
contestatione, ato ou efeito de 
contestar. Debate, polêmica, 
questão, contradição. 
(Novo Dicionário Auré-
lio da Língua Portugue-
sa,1986.) p. 373.) 
n
Texto 1
Antigo/moderno
O par antigo/moderno está ligado à história do Ocidente, embora possamos encontrar equivalentes 
para ele em outras civilizações e em outras historiografias. Durante o período pré-industrial, do século V 
ao XIX, marcou o ritmo de uma oposição cultural que, no fim da Idade Média e durante as Luzes, irrom-
peu na ribalta da cena intelectual. A oposição antigo/moderno, que emerge periodicamente nas contro-
vérsias dos intelectuais europeus desde a Idade Média, não pode ser reduzida à oposição progressão/
reação, pois se situa fundamentalmente em nível cultural. Os “antigos” são os defensores das tradições, 
enquanto os “modernos” se prenunciam pela inovação. 
No caso especial da história, a oposição antigo/moderno introduz uma periodização, que é vista 
também no quadro do contraste entre concepções cíclicas e concepções lineares do tempo. Quando, 
no século V, o termo “moderno” aparece no baixo-latim, só tem o sentido de “recente”, que mantém por 
muito tempo ao longo da Idade Média; “antigo” pode significar “o que pertence ao passado” e à épo-
ca em que a história a que o Ocidente, desde o século XVI, chama Antigüidade, ou seja, a época ante-
rior ao triunfo do cristianismo no mundo greco-romano, da grande regressão demográfica, econômica e 
cultural da Alta Idade Média, marcada pela diminuição da escravatura e pela intensa ruralização. 
Na metade do século XIX, transforma-se (o par antigo/moderno) com o aparecimento do conceito 
de “modernidade”, que constitui uma reação ambígua da cultura à agressão do mundo industrial. No 
fim do século XIX, a oposição antigo/moderno volta a encontrar-se no campo das artes, pois várias ten-
dências se definiram como modern style (estilo moderno). No campo religioso, origina-se uma corrente 
modernista, condenada pela Igreja como heresia. No século XX, o ponto de vista dos “modernos” ma-

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