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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA ANGELA MARIA BARROS SILVA A INFLUÊNCIA DO FORTALECIMENTO DO QUADRIL SOBRE A ATIVAÇÃO MUSCULAR E O CONTROLE POSTURAL DINÂMICO NA INSTABILIDADE CRÔNICA DO TORNOZELO (ICT) João Pessoa/PB Novembro/2018 2 ANGELA MARIA BARROS SILVA A INFLUÊNCIA DO FORTALECIMENTO DO QUADRIL SOBRE A ATIVAÇÃO MUSCULAR E O CONTROLE POSTURAL DINÂMICO NA INSTABILIDADE CRÔNICA DO TORNOZELO (ICT) Trabalho de Conclusão de Curso (TCC II) sob forma de artigo submetido à banca examinadora do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientador: Prof. Dr. Heleodório Honorato dos Santos João Pessoa/PB Novembro/2018 3 4 Catalogação na publicação Seção de Catalogação e Classificação 5 AGRADECIMENTOS Ao universo, Por sua perfeita ordem; À Iraneide Barros Silva, minha mãe, Pelo infinito amor, pelos conselhos de vida, por toda força e dedicação em me ensinar valores de uma verdadeira guerreira; À Aliandre e Paula, minhas irmãs, Por todo apoio e companheirismo; Aos amigos conquistados durante a graduação, Em especial à Mariana, Paloma, Poiel, Thaís, Thayse e Wellington, que trouxeram leveza, alegria e paz aos dias de luta; Aos demais amigos, Pela escuta, pelo carinho, pelas palavras e pela compreensão; Ao meu orientador, Heleodório Honorato dos Santos, Pelo suporte e confiança, e por todas as contribuições na minha vida acadêmica/profissional, especialmente neste trabalho; À coordenação, aos professores e aos demais funcionários do Curso de Fisioterapia da UFPB, Pela empatia, dedicação e suporte; Aos profs. Kátia Suely Q. S. Ribeiro, Geraldo Eduardo G. Brito, Robson da Fonseca Neves e aos demais pesquisadores do Laboratório de Estudos e Práticas em Saúde Coletiva, pela imensurável contribuição na minha formação; À todos os pacientes que confiaram em minhas mãos e aos voluntários dessa pesquisa; À todos aqueles que fizeram parte da minha formação e concretizaram esse sonho em realidade. Gratidão! 6 A INFLUÊNCIA DO FORTALECIMENTO DO QUADRIL SOBRE A ATIVAÇÃO MUSCULAR E O CONTROLE POSTURAL DINÂMICO NA INSTABILIDADE CRÔNICA DO TORNOZELO (ICT) THE INFLUENCE OF THE STRENGTHENING OF THE HIP ON MUSCLE ACTIVATION AND DYNAMIC POSTURAL CONTROL IN CHRONIC ANKLE INSTABILITY (CAI) Angela Maria Barros Silva (angelabarrosfisio@outlook.com)¹ Paloma Lopes de Araújo Furtado (paloma_lops@hotmail.com)¹ Heleodório Honorato dos Santos (dorioufpb@gmail.com)² ¹Graduandas do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, João Pessoa, Paraíba, Brasil. ²Professor do departamento de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, João Pessoa, Paraíba, Brasil. Autor correspondente: Heleodório Honorato dos Santos Endereço: Av. Mons. Odilon Coutinho, 191/402, Cabo Branco, João Pessoa-PB. CEP: 58045-120. Fone: (83) 8750-7708 / 9613-7900 E-mail: dorioufpb@gmail.com mailto:angelabarrosfisio@outlook.com mailto:paloma_lops@hotmail.com mailto:dorioiufpb@gmail.com 7 RESUMO Objetivo: Analisar a influência do fortalecimento da musculatura abdutora e rotadora lateral do quadril sobre a ativação muscular (EMG) e o controle postural dinâmico em indivíduos com ICT. Metodologia: Amostra composta por 32 indivíduos com histórico de entorse de tornozelo, há mais de 6 meses, dividida em 3 grupos: exercícios tradicionais de tornozelo (GET); exercícios tradicionais de tornozelo e fortalecimento do quadril (GFQT) e o grupo controle (GC). Foram observados o Controle Postural Dinâmico (SEBT), a ativação muscular (EMG) durante o SEBT e a funcionalidade do tornozelo pré, 4 semanas e 8 semanas, após um protocolo de fortalecimento do tornozelo e exercícios proprioceptivos (GET), associado ao fortalecimento do quadril (GFQT). Os dados foram analisados no SPSS (20.0) pelo teste de ANOVA (two-way) e post-hoc de Bonferroni, para avaliar as diferenças entre os grupos, considerando um nível de significância de 5% para todas as comparações. Resultados: Houve diferenças significativas entre as avaliações no controle postural dinâmico, ativação muscular e na funcionalidade do GET e GFQT (P<0,05), porém, sem nenhuma diferença entre os grupos (P>0,05). Conclusão: um protocolo de 8 semanas de exercícios proprioceptivos e fortalecimento muscular do tornozelo promoveram melhora do controle postural dinâmico e da funcionalidade do tornozelo em indivíduos com ICT, independente do fortalecimento dos abdutores e rotadores laterais do quadril. Palavras-chave: Terapia por exercício, Equilíbrio postural, Eletromiografia ABSTRACT Objective: To analyze the influence of the strengthening of the hip musculature on the muscular activation (EMG) and the dynamic postural control in individuals with CAI. Method: A 32-subject sample with ankle sprain for more than 6 months, divided into 3 groups: traditional ankle exercises (TEG); traditional ankle and hip strengthening exercises (HASG) and the control group (CG). Was observed the Dynamic Postural Control (SEBT), muscle activation (EMG) during SEBT and ankle function pre, 4 weeks and 8 weeks after an ankle strengthening and proprioceptive exercise protocol (TEG), associated with hip strengthening (HASG). The data was analyzed in the SPSS (20.0) by ANOVA (two-way) and post-hoc Bonferroni test, to access the differences between the groups, considering a 5% significance level for all comparisons. Results: There were significant differences between the assessments in the dynamic postural control, muscle activation and the functionality of TEG and HASG (P<0.05), however no difference between groups (P>0.05). Conclusion: a protocol of 8 weeks of proprioceptive exercises and ankle muscle strengthening promoted improvement of dynamic postural control and ankle function in individuals with CAI regardless of strengthening of hip. Key-words: Exercise Therapy, Postural balance, Electromyography 8 SUMÁRIO 1 Introdução....................................................................................................................... 9 2 Materiais e métodos........................................................................................................ 10 2.1 Caracterização do estudo.................................................................................................. 10 2.2 Caracterização da amostra................................................................................................ 10 2.3 Procedimentos de avaliação............................................................................................. 12 2.3.1 Controle Postural Dinâmico............................................................................................ 13 2.3.2 Atividade Eletromiográfica Superficial.......................................................................... 14 2.3.3 Funcionalidade do tornozelo.............……………………............................................... 15 2.4 Protocolo de treinamento................................................................................................. 15 2.4.1 Grupo Exercícios Tradicionais de Tornozelo (GET)……………….……..................... 15 2.4.2 Grupo Fortalecimento do Quadril e Tornozelo (GFQT)................................................. 17 2.4.3 Grupo Controle (GC).......................................................................................................18 2.5 Análise estatística............................................................................................................ 19 3 Resultados........................................................................................................................ 19 3.1 Controle postural dinâmico.............................................................................................. . 19 3.2 Atividade Eletromiográfica Superficial............................................................................. 20 3.3 Funcionalidade do tornozelo............................................................................................ 19 4 Discussão........................................................................................................................ 22 4.1 Controle Postural Dinâmico............................................................................................ 22 4.2 Atividade Eletromiográfica superficial........................................................................... 23 4.3 Funcionalidade do tornozelo............................................................................................ 25 5 Conclusão......................................................................................................................... 26 Referências...................................................................................................................... . 27 Apêndices......................................................................................................................... 31 Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)............................ 31 Apêndice B – Ficha de avaliação fisioterapêutica........................................................... 33 Anexos............................................................................................................................. . 34 Anexo A – Questionário CAIT......................................................................................... 34 Anexo B – Escala AOFAS................................................................................................ 35 Anexo C – Parecer do CEP/CCS/UFPB........................................................................... 36 9 1. INTRODUÇÃO A Instabilidade Crônica do Tornozelo (ICT) é caracterizada como um quadro de sequelas residuais de origem sensório-motora decorrente de uma entorse nessa articulação, e que apresenta dois aspectos principais: lesões recidivantes e a sensação subjetiva de falência articular (Brown et al., 2011; Silva et al., 2011; Gribble et al. 2014). Pode ser classificada em duas categorias: mecânica, com presença de alteração estrutural da articulação do tornozelo; e funcional, com déficits neuromusculares, proprioceptivos e/ou de força, que promovem instabilidade postural (Hertel, 2002; Hubbard et al., 2007; Holmes e Delahunt, 2009; Frase et al. 2018). Alguns estudos afirmam que os indivíduos com ICT, principalmente, de ordem funcional, apresentam diminuição da ativação da musculatura proximal do membro acometido - MA (Silva et al., 2011; Yen et al. 2017; Webster et al., 2016) influenciando, de forma negativa, no controle postural dinâmico e, consequentemente, no índice de recidivas (Kosik et al. 2017; Smith et al. 2017). Isto, porque, após uma entorse de tornozelo, há um desajuste das posições das articulações e os movimentos corretivos são executados de forma descoordenada, dificultando a manutenção do equilíbrio durante um movimento prescrito (Olmsted et al., 2002; Gribble et al., 2004). Jaber et al. (2018), avaliaram a atividade eletromiográfica (EMG) dos músculos Glúteo Máximo e Médio, Fibular Longo e Tibial Anterior durante a realização do Star Excursion Balance Test (SEBT), e concluíram que a alteração na atividade muscular proximal e distal afeta, negativamente, o controle postural e a qualidade do movimento nos indivíduos com ICT, o que pode levar a prejuízos funcionais prolongados. Outros estudos (Hale et al., 2007; McKeon et al., 2008; Cruz et al., 2018) avaliaram indivíduos com ICT antes e após serem submetidos a um programa de treinamento para o controle postural, explorando os exercícios em posições unipodais e de fortalecimento muscular do quadril e observaram melhorias significantes nas distâncias do SEBT, no entanto, tais estudos não investigaram a ativação dessa musculatura durante o teste. Embora não tenha obtido dados eletromiográficos, o estudo de Griblle et al. (2004) avaliou a qualidade do movimento durante o SEBT e os autores sugeriram que o aumento do controle postural de indivíduos com ICT está correlacionado com o aumento de ativação muscular do quadril. Para Jaber et al. (2018), ainda não estão totalmente esclarecidas quais estratégias neuromusculares os indivíduos com ICT utilizam para manter o controle postural 10 durante uma tarefa dinâmica. Sendo assim, faz-se necessário examinar a atividade muscular do tornozelo e do quadril durante o SEBT. Existem dados consistentes que sugerem uma diminuição da ativação da musculatura do quadril (glúteo médio) nos indivíduos com ICT (Friel et al., 2006; Van et al., 2007; Sedory, 2007; Zampagni et al., 2009; Webster e Gribble, 2013; Cruz et al., 2018), entretanto, poucas pesquisas treinaram a força dessa musculatura. Os estudos que realizaram tal intervenção apresentam diferenças metodológicas quanto ao protocolo de treinamento e ao método de avaliação, sendo, portanto, inconclusivos (Leavey et al., 2010; Kosik et al., 2017). Diante do exposto, observa-se que há uma lacuna na literatura quanto às evidências de que o fortalecimento da musculatura do quadril ofereça influência no controle postural dinâmico de indivíduos com ICT. Além disso, não foi encontrado nenhum estudo que avaliasse o sinal eletromiográfico do Gméd durante o SEBT após intervenção dessa musculatura para essa população em questão. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi analisar a influência do fortalecimento da musculatura abdutora e rotadora lateral do quadril sobre a ativação muscular (EMG) e o controle postural dinâmico em indivíduos com ICT. 2. MÉTODOS E MATERIAIS 2.1 Caracterização do estudo Trata-se de um ensaio clínico, controlado, aleatorizado, de caráter quantitativo (Gil, 2008), realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba (Campus I – João Pessoa), no período de maio a setembro de 2018. 2.2 Caracterização da amostra Para o cálculo amostral foi utilizado o software G* Power 3.1.0 e os procedimentos seguiram as recomendações de Beck (2013). A priori, foi adotada uma potência de 0,8 considerando um nível de significância de 5%; coeficiente de correlação de 0,5; correção de não esfericidade de 1; e um tamanho de efeito de 0,25 e para tanto, foi calculado um “n” total de 30 indivíduos, (3 grupos: n = 10) baseado em 3 medidas (repetidas). Esta análise foi realizada para reduzir a probabilidade de erro do tipo II e para determinar o número mínimo de sujeitos necessários para esta investigação. Assim, o tamanho da amostra será suficiente para fornecer 84 % de poder estatístico. 11 Inicialmente, foram selecionados 87 indivíduos, por meio de mídias digitais, folders e cartazes, no entanto apenas 43 atenderam aos critérios de inclusão. Após aplicação do questionário Cumberland Ankle Instability Tool – CAIT (Anexo A), 31 indivíduos apresentaram ICT autorrelatada (≤ 24 pontos) e estes foram distribuídos, aleatoriamente, em dois grupos de intervenção: 1) GET - exercícios tradicionais para o tornozelo (n = 16) e 2) GFQT - exercícios tradicionais para o tornozelo associado ao fortalecimento dos músculos abdutores e rotadores laterais do quadril (n = 15). Dos 43 indivíduos que atenderam aos critérios de inclusão, 12 apresentaram pontuação ≥ 25 no questionário CAIT, caracterizandoque tal grupo não possuía ICT, logo foram direcionados para compor o Grupo Controle (GC). Contudo, o estudo foi finalizado com uma amostra de 32 indivíduos, de ambos os sexos, sendo: o GET composto por 10 indivíduos (7 homens e 3 mulheres; 24,5±4,2 anos; 1,69±0,08 cm; 75,8±16,9 kg; IMC = 26,7±4,2 kg/m²); o GFQT composto por 10 indivíduos (8 homens e 2 mulheres; 26,6±4,3 anos; 1,75±0,08 cm; 80,4±14,1 kg; IMC = 26,3±4,6 kg/m² ); e o GC, permanecendo com os 12 indivíduos iniciais (11 homens e 1 mulher; 23,2±1,9 anos; 1,72±0,04 cm; 75,1±7,1 kg; IMC = 25,6±3,1 kg/m²), conforme demonstrado na Figura 1. Figura 1 – Fluxograma da amostra 12 Todos os indivíduos do estudo atenderam aos seguintes critérios de inclusão: 1) ter entre 18 e 35 anos; 2) apresentar histórico de pelo menos uma lesão de entorse do tornozelo unilateral há pelo menos 6 meses; 3) não ter bloqueio articular do movimento por fixação de cirurgia, anquilose ou artrofibrose em tornozelo; 4) não ter realizado cirurgia nos MMII, nos últimos 6 meses; 5) não estar em período gestacional; 6) não estar em tratamento fisioterapêutico para ICT; 7) não estar vinculado a nenhum programa de fortalecimento muscular durante a pesquisa; 8) ter sensação de instabilidade no tornozelo (≤ 24 pontos no CAIT) para participar de um grupo intervenção ou não referir instabilidade do tornozelo (≥ 25 pontos no CAIT) para participar do grupo controle. Foram considerados como critérios de exclusão: 1) ausência em pelo menos uma das avaliações; e, exclusivamente para GET e GFQT, 2) ausência de 2 dias consecutivos de treinamento; 3) apresentar dor ou piora do quadro clínico com a intervenção proposta; e 4) faltar mais de 3 sessões (15%) do treinamento. O Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (CEP/CCS/UFPB), sob o número do protocolo CAAE: 86816517.0.0000.5188. Todos os voluntários foram esclarecidos a respeito do envolvimento no estudo e os mesmos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice A), de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e declaração de Helsinki. 2.3 Procedimentos de avaliação Os participantes foram submetidos à avaliação fisioterapêutica a fim de se obterem as características antropométricas (idade, estatura, massa corporal e Índice de Massa Corporal/IMC) e o histórico da lesão (Apêndice B). Posteriormente, foi aplicada a escala American Orthopaedic Foot and Ankle Society – AOFAS (Anexo B). Além disso, foram obtidos o sinal eletromiográfico dos músculos glúteo médio (Gméd), fibular longo (FL) e tibial anterior (TA) do membro acometido durante a realização do Star Excursion Balance Test (SEBT). As avaliações ocorreram no Laboratório de Estudo do Equilíbrio, Dinamometria e Eletromiografia (LEEDE/CCS/UFPB) nos seguintes períodos: pré-intervenção, após 4 e 8 semanas do início do tratamento. 13 2.3.1 Controle postural dinâmico Para avaliação do Controle Postural Dinâmico foi utilizado o SEBT nas direções anterior (ANT), póstero-medial (PM) e póstero-lateral (PL). Os indivíduos foram instruídos a ficar descalços, em apoio unipodal sobre o membro acometido (MA), com o pé posicionado no centro da confluência das linhas do teste e, lentamente, deslocarem o membro contralateral ao longo da direção, tocando o chão levemente com a ponta do pé no local de maior alcance do deslocamento e retornando para a posição inicial, sem alterar o equilíbrio, enquanto que o calcanhar do membro testado permanecia em contato com o solo e as mãos apoidas no quadril (Robinson e Gribble, 2008; Lima et al., 2015). Antes de realizar o teste, os indivíduos realizaram um aquecimento por 5 minutos em uma bicicleta estacionária a 30km/h, seguido de alongamento estático dos músculos gastrocnêmio, isquiotibiais e quadríceps femoral (30 segundos para cada músculo), bilateralmente e após 5 minutos, realizavam a familiarização com o SEBT (3 vezes em cada direção – ANT, PM e PL). Cindo minutos, após a familiarização, os indivíduos realizaram o teste de alcance do membro inferior, no SEBT, nas direções ANT, PM e PL (Figura 2 – A, B e C), respectivamente, com tempo máximo de deslocamento de 1 segundo para cada direção e 3 segundos entre as mesmas, após o comando verbal de ‘’Atenção! Prepara! Vai!’’. O teste era considerado inválido se houvesse alteração da posição incial durante o teste, se houvesse descarga de peso no membro de alcance ou qualquer desequilíbrio. Figura 2 - Distâncias de alcance anterior (A), póstero-medial (B) e póstero-lateral (C) no SEBT A C B 14 A medida de alcance do MI, no SEBT, em cada avaliação e para cada indivíduo, foi realizada 3 vezes, pelo mesmo avaliador e normalizada pela média das 3 tentativas dividida pelo comprimento do membro do indivíduo e multiplicada por 100 (Leavey et al., 2010). 2.3.2 Atividade Eletromiográfica Superficial (EMGs) Para o registro do sinal elétrico dos músculos, foi utilizado um eletromiógrafo (modelo W4X8, BiometricsLtd., UK) de 8 canais (Bluetooth), apresentando as seguintes características técnicas: hardware com placa de conversão analógico-digital (A/D) de 12 bits; amplificador com ganho de 1000 vezes; filtro passa banda de 20 a 500 Hz (Butterworth de 2a ordem); razão de rejeição de modo comum (RRMC) > 100 dB; taxa de ruído do sinal < 3 V RMS; impedância de 109 Ohms; eletrodos superficiais, bipolares, ativos, simples diferencial, com pré-amplificação de 20 vezes e eletrodo de referência. Os eletrodos foram posicionados com suas barras perpendiculares as fibras dos músculos glúteo médio: ponto médio da linha entre a crista ilíaca e o trocânter maior (Figura 3A); fibular longo: 1/4 proximal da linha entre a cabeça da fíbula e o maléolo lateral (Figura 3B); e tibial anterior: 1/3 proximal entre a cabeça da fíbula e o maléolo medial (Figura 3C) do MA. Após a localização e marcação dos pontos (Figura A, B e C), foi feita a tricotomia, abrasão e limpeza da pele com álcool a 70% e, em seguida, a fixação dos eletrodos com os indivíduos em posição de teste. Todos os procedimentos de preparação e aquisição do sinal foram realizados pelo mesmo avaliador. Figura 3 – Posicionamento dos eletrodos para captura do sinal elétrico do glúteo médio (A), fibular longo (B) e tibial anterior (C) A B C 15 Os sinais foram coletados e analisados pelo software DataLOG com frequência de amostragem de 1000 Hz, processados por meio da Root Mean Square (RMS) e normalizados pico máximo do sinal EMG (da Silva Júnior, 2013). A análise dos dados foi realizada por um avaliador independente, que estava cego quanto à distribuição dos indivíduos pelos grupos. 2.3.3 Funcionalidade do tornozelo A avaliação da função foi baseada na escala da AOFAS para tornozelo e retropé, que propõe uma pontuação baseada em fatores clínicos e de exame físico, incluindo a mensuração de dor (40 pontos), dos aspectos funcionais (50 pontos) e o alinhamento postural (10 pontos), totalizando 100 pontos correspondentes a uma funcionalidade normal (Rodrigues et al., 2008). Dentre os instrumentos existentes na literatura que avaliam a função de indivíduos com ICT, a escala AOFAS é a única traduzida e adaptada para a língua portuguesa, sendo, inclusive, a mais recomendada para avaliação funcional do complexo tornozelo-pé, atualmente, no Brasil (Moreira et al., 2010). 2.4 Protocolo de treinamento 2.4.1 Grupo Exercícios Tradicionais de Tornozelo (GET) Foi realizado um treinamento baseado em exercícios tradicionais utilizados na reabilitação do tornozelo: fortalecimento dos dorsiflexores e eversores do tornozelo com tubos elásticos, exercícios na prancha de equilíbrio (wobble board) e exercícios de equilíbrio unipodal, com progressão durante 8 semanas de intervenção (Webstere Gribble, 2013; Kosik et al., 2017). Para o fortalecimento de dorsiflexores e eversores de tornozelo (Figura 4) foram utilizados tubos elásticos (Elastos, RJ – Brasil), com 50% de deformidade, variando no número de repetições e da cor (do menos resistente ao mais resistente: azul ao dourado), de acordo com a semana de tratamento: 3x20 repetições nas duas primeiras semanas e 3x25 na 3° e 4° semana, evoluindo na resistência do equipamento a cada série (azul, preta e uva, respectivamente); 3x20 repetições na 5° e 6° semana e 3x25 nas duas últimas semanas, evoluindo na resistência do equipamento a cada série: preta, uva e dourado, respectivamente (Khayambashi et al., 2012; Webster e Gribble 2013; Kosik et al., 2017). 16 Figura 4 – Posicionamento de treinamento de força dos músculos dorsiflexores (A) e eversores (B) O exercício na prancha de equilíbrio (wobble board) foi executado por meio de movimentos de circunduções do tornozelo acometido, realizados da seguinte forma: inicialmente o MA apoiado sobre a prancha de equilíbrio e o MNA apoiado no chão (Figura 5A), nas duas primeiras semanas, com 3x30 repetições (15 no sentido horário e 15 no sentido anti-horário); na 3ª e 4ª semanas evoluiu para ambos os membros sobre a prancha (Figura 5B) com 3x20 repetições (10 no sentido horário e 10 no sentido anti- horário); na 5° e 6° semana, ainda com ambos os membros sobre a prancha, com 3x30 repetições (15 no sentido horário e 15 no sentido anti-horário) e, por fim, com MA sobre a prancha e o MNA com joelho a 90º (Figura 5C), sendo realizado 3 séries de 20 repetições (10 no sentido horário e 10 no sentido anti-horário) nas duas semanas finais (7º e 8º). Todas as repetições foram intervaladas com 30 segundos de descanso. Figura 5 – Execução do exercício na prancha de equilíbrio: unipodal com apoio do MNA (A), bipodal (B), unipodal sem apoio do MNA (C) A B C A B 17 Para o exercício unipodal os voluntários apoiavam-se sobre o MA com as mãos nos ombros e sustentavam a postura durante 30 segundos, repetindo o exercício 3 vezes com descanso de 30 segundos entre as repetições. Nas primeiras duas semanas, o exercício foi executado com os olhos abertos e em uma superfície estável, evoluindo para uma superfície instável (colchão de espuma: 1,85 x 0,89 x 0,10) ainda com olhos abertos na 3° e 4° semanas. Nas 5ª e 6ª semanas, os voluntários ficavam sobre superfície estável de olhos fechados; e, nas últimas duas semanas, retornavam para a superfície instável, ainda com os olhos fechados, conforme demonstrado na Figura 6. Figura 6 – Execução do exercício unipodal: superfície estável (A) e instável (B). 2.4.2 Grupo Fortalecimento do Quadril e Tornozelo (GFQT) Esse grupo realizou os exercícios tradicionais de tornozelo, descritos no GET, associados a exercícios para fortalecimento dos músculos abdutores e rotadores laterais do quadril, seguindo o mesmo protocolo de treinamento de força descrito para os músculos dorsiflexores e eversores. Para o fortalecimento da musculatura abdutora do quadril, os indivíduos ficaram em posição ortostática, lateralmente a uma barra paralela, na qual uma das pontas do tubo elástico estava fixada, com um apoio anterior para os membros superiores (Figura 7), e para fixar a outra ponta do tubo elástico, uma tornozeleira foi posicionada a 1 cm acima do maléolo lateral (Fukuda et al., 2010; 2012; Khayambashi et al., 2012). A B 18 Figura 6 – Treinamento de força dos músculos abdutores do quadril: posição inicial (A) Para o exercício de rotação lateral de quadril os indivíduos ficaram sentados numa maca lateralmente a barra paralela com 90° de flexão de quadril e joelho com coxa fixada por uma cinta inelástica e uma tornozeleira para fixação do tubo elástico situada a 1 cm acima do maléolo lateral, conforme demonstrado na Figura 8 (Fukuda et al., 2010; 2012; Khayambashi et al., 2012). Figura 8 – Treinamento de força dos músculos rotadores laterais do quadril: posição inicial (A) 2.4.3 Grupo Controle (GC) Por ser considerado um grupo saudável, comparado aos indivíduos com ICT, esse grupo não foi submetido à intervenção fisioterapêutica, no entanto foram avaliados no mesmo período de tempo dos demais grupos. A B A B 19 As intervenções, tanto para o GET quanto para o GFQT ocorreram na Clínica Escola de Fisioterapia da UFPB, e foram realizadas 3x/semana, em dias alternados, com duração de 40 minutos, por sessão. 2.5 Análise estatística Os dados foram tabulados em uma planilha eletrônica (Microsoft Office Excel 2010) e, posteriormente, analisados por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS – 20.0). Após terem sido observadas a normalidade dos dados (Shapiro Wilks), a homogeneidade das variâncias (Levene), e a esfericidade (Mauchly), que quando não assumida, utilizou-se a correção de Greenhouse-Geisser, foi realizado o teste de ANOVA (two-way) de medidas repetidas, seguido pelo post-hoc de Bonferroni, considerando P≤0,05 para todas as comparações. 3. RESULTADOS 3.1 Controle Postural Dinâmico Na comparação do alcance do membro inferior (MI) por meio do SEBT, entre os grupos, o teste ANOVA (medidas repetidas) mostrou diferença significante, entre as avaliações (P<0,001), além de interação “avaliação versus direções” (P<0,008), porém não foram observadas diferenças significantes entre os grupos (P>0,05) e nem interação grupos versus direções (P>0,05). A respeito das avaliações no alcance do MI, no SEBT, o teste de post hoc de Bonferroni mostrou que houve aumento nas distâncias entre: Av1 x Av2 (P=0,008); Av1 x Av3 (P=0,002) e Av2 x Av3 (P=0,001), na direção PM; e entre Av1 x Av2 (P<0,016) e Av1 x Av3 (P=0,022), na direção PL, no GET. No GFQT, houve diferença, entre: Av1 x Av2 (P<0,014) e Av1 x Av3 (P=0,007), na direção PM; e entre Av1 x Av3 (P=0,023), na direção PL. Porém, no GC, não foram encontradas diferenças significantes (P>0,05) em nenhuma das avaliações e direções. 20 Tabela 1 – Comparação do alcance médio do MI (cm), no SEBT, entre as avaliações Direção GET GFQT GC Av 1 Av 2 Av 3 Av 1 Av 2 Av 3 Av 1 Av 2 Av 3 ANT 58,4±6,6 61,3±5,2 63,8±3,7 63,5±7,1 66,4±6,9 65,6±6,0 64,3±6,2 63,7±5,6 62,8±4,9 PM 70,2±8,2a,b 78,2±8,8a,c 84,1±8,4b, c 71,3±10,3a,b 78,4±10,0a 82,5±8,8b 79,5±9,4 81,4±11,2 82,3±11,5 PL 66,2±11,5a, b 73,2±9,1ª 77,9±8,8b 65,0±12,5a 69,7±11,9 75,3±13,5a 73,8±8,2 75,3±11,9 76,2±11,7 Legenda: ANT = Anterior; PM = Póstero-medial; PL = Póstero-lateral Av 1 = Avaliação Pré-intervenção; Av 2 = Avaliação intermediária; Av 3 = Avaliação pós-intervenção Nota: Letras iguais (diferenças estatisticamente significantes) 3.2 Atividade Eletromiográfica Superficial (EMGs) Na análise do sinal EMG, durante o SEBT, a Anova (medidas repetidas) mostrou diferença significante, entre as avaliações (P<0,001), porém não foram observadas diferenças significantes entre os grupos (P=0,073), nem interações entre as variáveis (grupos X músculos X direções X avaliações: P>0,05). O teste de post hoc de Bonferroni mostrou que, no GET, houve aumento significante da amplitude do sinal EMG no Glúteo Médio, entre AV1 x Av3, na direção ANT (P=0,009) e PM (P=0,002). No GFQT, esse aumento da amplitude do sinal EMG, também foi observado no glúteo médio, entre AV1 x Av2, na direção ANT (P=0,022), enquanto que houve a diminuição do sinal EMG de Gméd nas direções PM (P=0,020) e PL (P=0,004). No GC, também foi observado diferenças significantes na atividade EMG entre Av1 x Av2, no Tibial anterior nas direções ANT (P=0,035) e PM (P=0,036), e no Fibular Longo, nas direções ANT (P=0,041) e PL (P=0,049). No Glúteo Médio, entre AV1 x Av2, nas direções ANT (P=0,004) e PL (P=0,005) e entreAV1 x Av3, nas direções ANT (P=0,030) e PM (P=0,018). 21 Tabela 2 – Comparação da RMS do sinal EMG, normalizada pelo pico, entre as avaliações e direções do SEBT Músculos/ Direções SEBT GET GFQT GC Av 1 Av 2 Av 3 Av 1 Av 2 Av 3 Av 1 Av 2 Av 3 Tibial Anterior Anterior 0,201±0,036 0,207±0,024 0,207±0,040 0,96±0,045 0,212±0,051 0,221±0,052 0,271±0,099a 0,270±0,091a 0,275±0,090 Póstero-medial 0,234±0,060 0,227±0,040 0,226±0,040 0,251±0,098 0,242±0,060 0,239±0,063 0,287±0,077a 0,279±0,109a 0,296±0,084 Póstero-lateral 0,246±0,053 0,247±0,053 0,243±0,075 0,262±0,067 0,261±0,062 0,271±0,077 0,309±0,080 0,311±0,118 0,330±0,105 Fibular longo Anterior 0,211±0,051 0,195±0,037 0,197±0,032 0,184±0,035 0,197±0,025 0,185±0,038 0,165±0,030a 0,172±0,042a 0,188±0,027 Póstero-medial 0,198±0,054 0,200±0,027 0,208±0,041 0,188±0,030 0,204±0,060 0,188±0,019 0,195±0,041a 0,202±0,020a 0,203±0,027 Póstero-lateral 0,208±0,043 0,204±0,040 0,203±0,043 0,188±0,030 0,183±0,034 0,177±0,050 0,198±0,036 0,218±0,055 0,213±0,047 Glúteo Médio Anterior 0,193±0,033a 0,221±0,058 0,216±0,035a 0,214±0,022a 0,210±0,024ª 0,188±0,037 0,207±0,034ª,b 0,211±0,042a 0,211±0,039b Póstero-medial 0,183±0,038a 0,201±0,048 0,198±0,041a 0,205±0,033a 0,230±0,040ª 0,212±0,029 0,221±0,027a 0,208±0,035 0,209±0,022a Póstero-lateral 0,185±0,039 0,177±0,027 0,191±0,041 0,223±0,024a 0,212±0,033a 0,197±0,038 0,194±0,048a 0,184±0,030a 0,280±0,269 Legenda: Av 1 = Avaliação Pré-intervenção; Av 2 = Avaliação intermediária; Av 3 = Avaliação pós-intervenção; RMS = Root Mean Square Nota: Letras iguais (diferenças estatisticamente significantes) 3.3 Funcionalidade do tornozelo A ANOVA medidas repetidas mostrou diferença significante, entre as avaliações (P<0,001), além de interação “grupos versus avaliações” (P=0,033), porém não foram observadas diferenças significantes entre os grupos (P=0,300). O teste de post hoc de Bonferroni mostrou aumento significante no escore da escala AOFAS entre Av1 x Av2 (P<0,001) e Av1 x Av3 (P=0,001), no grupo GET; entre Av1 x Av2 (P=0,012), Av1 x Av3 (P<0,001) e Av2 x Av3 (P=0,020) no GFQT, porém, não foram encontradas diferenças significantes (P>0,05) entre as avaliações, no GC (Tabela 3). Tabela 3 – Comparação dos escores médios do AOFAS, entre as avaliações Grupos Avaliações Av 1 Av 2 Av 3 GET 82,5ª, b 92,2a 95,4b GFQT 80,1ª,b 88,9ª,c 94,6b,c GC 89,9 90,5 93,6 22 Legenda: Av 1 = Avaliação Pré-intervenção; Av 2 = Avaliação intermediária; Av 3 = Avaliação pós- intervenção. Nota: Letras iguais (diferenças estatisticamente significante) 4. DISCUSSÃO No geral, foi observado que 8 semanas de intervenção com o programa de treinamento tradicional (fortalecimento de dorsiflexores e eversores e exercícios proprioceptivos) melhorou o controle postural, o recrutamento do Gméd e a funcionalidade de indivíduos com ICT, independente da adição de fortalecimento de abdutores e rotadores laterais do quadril. 4.1 Controle Postural Dinâmico Quanto ao SEBT, foi observado que tanto GET quanto GFQT aumentaram o alcance nas direções PM e PL. Corroborando achados anteriores que realizaram treino de equilíbrio (McKeon et al., 2008), alongamento muscular, controle neuromuscular e fortalecimento dos membros inferiores (Hale et al., 2007) e, ambos, observaram aumento significante no alcance das direções PM e PL, enquanto que o mesmo não foi observado na direção anterior. Ainda, nessa linha, Smith et al. (2018), avaliaram o controle postural dinâmico, de 26 indivíduos com ICT após 12 sessões de fortalecimento dos músculos abdutores e rotadores laterais do quadril do MA, e, também, observaram melhora no desempenho no SEBT nas direções PM e PL, mesmo sem utilizar fortalecimento muscular e treino proprioceptivo, específico para o tornozelo. Conforme Piegaro (2003) e Samson (2005), as direções posteriores do SEBT (PM e PL) são, biomecanicamente, mais fáceis de serem realizadas por indivíduos com ICT, comparadas a anterior (ANT), uma vez que, segundo Amin e Herrington (2014) e Gabriner et al. (2015), a ADM de dorsiflexão de tornozelo, que é bastante solicitada nesta direção, geralmente, está diminuída em indivíduos com ICT, além do mais, o programa de treinamento utilizado no presente estudo não enfatizou o ganho de ADM do tornozelo. Por outro lado, Jaber et al. (2018), compararam o controle postural de indivíduos com e sem ICT e concluíram que a direção PL é a mais desafiadora para o grupo com ICT, pois o deslocamento exige nivelamento de pelve e uma boa ADM combinada de dorsiflexão e eversão. Dessa forma, o aumento do alcance na direção PL observado no presente estudo pode estar relacionado à funcionalidade do quadril quando comparada à 23 direção ANT, uma vez que o fortalecimento da musculatura póstero-lateral do quadril foi parte integrante do protocolo utilizado pelo GFQT. Com relação à comparação entre os protocolos de tratamento, Kosik et al. (2017), submeteram 24 indivíduos com ICT à uma intervenção semelhante à do estudo em foco (fortalecimento de tornozelo, exercício no wobble board e de equilíbrio unipodal) e em um grupo adicionaram exercícios funcionais de fortalecimento da musculatura do quadril, no MA e, também, não encontraram diferença entre os grupos no alcance das direções PM, PL e ANT. Leavey et al. (2010), avaliaram o membro dominante de indivíduos sem histórico de lesão, no SEBT, antes e após 6 semanas de intervenção (treino proprioceptivo, fortalecimento do Gméd, a associação de ambas terapias ou nenhuma intervenção) e, também, observaram que todos os grupos apresentaram ganhos significantes nas direções PM e PL, exceto o GC. Embora essa amostra tenha sido de indivíduos sem ICT, os resultados foram semelhante ao presente estudo. 4.2 Atividade Eletromiográfica Superficial (EMGs) No geral, ambas as intervenções promoveram alteração no padrão de recrutamento dos músculos avaliados. O GET apresentou aumento de ativação de Gméd nas direções ANT e PM, enquanto que o GFQT aumentou ativação do Gméd apenas na direção PM, ao mesmo tempo em que diminuiu nas direções ANT e PL. Apesar do GET não ter realizado fortalecimento de abdutores e rotadores laterais, tudo leva a crer que o ganho na ativação de Gméd durante a realização do SEBT foi uma resposta ao exercício de apoio unipodal que recruta essa musculatura para manter a pelve em posição neutra durante essa postura e, assim, fornecer estabilidade à extremidade inferior (Earl, 2005). Em relação às direções, os grupos GET e GFQT aumentaram ativação muscular do Gméd, no deslocamento PM, proporcional ao alcance nessa mesma direção. Earl e Hertel (2001), afirmam que, para alcançar maiores distâncias, os indivíduos precisam deslocar o centro de pressão em direção à borda lateral do pé, promovendo o movimento de supinação e, por sua vez, recrutando TA. Dessa forma, acredita-se que a ativação de Gméd foi uma resposta compensatória para manter o controle postural, visto que, em indivíduos com ICT, esse músculo possui a função de estabilizador dinâmico da articulação do tornozelo diminuindo a sobrecarga nos músculos dessa articulação durante atividades funcionais (Webster et al., 2016). 24 O estudo de Norris e Trudelle-Jackson (2011), avaliou a atividade muscular de 22 indivíduos nas direções ANT, PM e Medial do SEBT e observou que a amplitude do sinal EMG do Gméd é maior na direção Medial. Os autores concluíram que a direção Medial é capaz de oferecer estímulo de fortalecimento muscular, podendo ser prescrita como intervenção, enquanto que nas direções PM e ANT o Gméd foi recrutado apenas o suficiente para fornecer estabilidade pélvica durante o deslocamento. Foi observado o aumento de ativação deGméd na direção ANT no GET, entretanto, o GFQT apresentou diminuição do sinal EMG do Gméd nas direções ANT e PL, sem diferença na ativação de TA e FL. Esse achado sugere que o fortalecimento de abdutores e rotadores laterais do quadril foi capaz de promover estabilização proximal (quadril) em detrimento da distal (tornozelo) durante o deslocamento nessas direções. Das 3 direções do SEBT utilizadas nesse estudo, o deslocamento PL é o que mais provoca estresse lateral no tornozelo, promovendo assim, maior demanda do músculo FL em indivíduos com histórico de lesão, nessa articulação (Jaber et al., 2018). O fato do GFQT ter obtido aumento no alcance nessa direção mesmo com a diminuição da ativação de Gméd, sugere que, ao passo que essa musculatura é fortalecida, a pelve torna-se mais estável e exige menos recrutamento muscular do tornozelo para manter o controle postural, o que também foi observado no estudo de Norris e Trudelle-Jackson (2011). É interessante notar que o GET não apresentou aumento da amplitude EMG de nenhum músculo avaliado na direção PL, embora tenha sido observado aumento do alcance no SEBT. É possível que esse grupo tenha utilizado estratégias de ativação de outros músculos (p. ex: Eretores da Espinha e Glúteo Máximo), para promover a estabilização da pelve, nessa direção, conforme foi observado por Bhanot et al. (2018) e Jaber et al. (2018), respectivamente. Em relação ao GC, vale ressaltar que esse grupo não foi submetido à nenhuma intervenção, portanto, as alterações observadas no padrão de ativação muscular, podem ter ocorrido, provavelmente, pelo fato dos indivíduos não terem interrompido suas atividades físicas durante o estudo, conforme sugerido pelos pesquisadores, por não apresentarem limitação funcional por ICT, ou ainda, por possuírem uma musculatura saudável que responde aos estímulos impostos durante as atividades diárias, poderia ter interferido nos resultados. De toda forma, estudos que compararam a atividade EMG entre indivíduos com e sem ICT, relataram que os lesionados ativaram mais a musculatura do tornozelo (TA e FL) 25 do que os não-lesionados, o que representa uma estratégia de compensação para manter a estabilidade dinâmica da articulação do tornozelo (Hiller et al., 2011; Gutierrez et al., 2012; Dundas et al., 2014). Apesar de ter sido estabelecido o tempo mínimo de 6 meses pós-lesão, não foi padronizado um tempo máximo, para o GC, o que pode ter interferência no padrão de ativação, visto que, segundo Pozzi et al. (2015), os indivíduos que não desenvolvem ICT após uma entorse apresentam estratégias musculares para manter o controle postural dinâmico, contudo não se sabe em que momento pós-lesão esse mecanismo protetor surge. Jaber et al. (2018), observaram que os indivíduos sem ICT, utilizam estratégias de tornozelo e quadril (TA, FL e Gméd) e alcançam maiores distâncias no SEBT, enquanto que os com ICT, além de alcançarem menores distâncias, recrutam apenas o tornozelo durante o deslocamento ANT, PM E PL. Eles afirmam que o aumento de ativação de Gméd, poderia ser interpretada como uma estratégia utilizada para manter a estabilidade corporal durante uma tarefa dinâmica. Vale salientar que o presente estudo foi o primeiro, na literatura, a comparar a atividade eletromiográfica do TA, FL e Gméd, durante a execução do SEBT, entre dois protocolos de reabilitação em indivíduos com ICT, embora alguns estudos (Feger et al., 2014; Norris e Trudelle-Jackson, 2011; Bhanot et al. 2018, Jaber et al., 2018) tenham avaliado a ativação muscular durante a execução do SEBT em diferentes populações, mas sem comparar intervenções. 4.3 Funcionalidade do tornozelo Quanto à funcionalidade articular, dos indivíduos com ICT, o aumento significante no escore da AOFAS, demonstra que as intervenções foram eficazes em ambos os grupos (GET e GFQT). É importante avaliar a funcionalidade após um protocolo de reabilitação, pois indivíduos com ICT tendem a apresentar quadro álgico, alteração da mobilidade articular e da força muscular, tanto em repouso quanto em movimento (Fraser et al., 2018). Estudos afirmam (Bischof et al., 2010; Caputo et al., 2009; Golditz et al., 2014; Kosik et al., 2018) que a sintomatologia da ICT está relacionada com a cinemática anormal do tornozelo, além do comprometimento neuromuscular, que gera sobrecarga e cisalhamento articular. 26 Segundo Kosik et al. (2018), essas anormalidades estão presentes em até 6 meses pós lesão, transformando-se em queixas residuais que, em longo prazo, podem resultar em sinais precoces de osteoartrite pós-traumática nessa articulação. Cruz et al. (2018), identificaram que programas de exercícios com foco no equilíbrio e propriocepção melhoraram o desempenho funcional e diminuíram a instabilidade subjetiva de indivíduos com ICT, enquanto que Wright et al. (2016), observaram que o exercício de equilíbrio no Wobble Board foi mais efetivo que o fortalecimento muscular do tornozelo na funcionalidade articular. No presente estudo, ambos os grupos (GET e GFQT) realizaram exercícios de apoio unipodal e no Wobble Board o que pode ter sido suficiente para promover uma estabilidade articular, com consequente melhora da funcionalidade. Vale ressaltar que, apesar do instrumento não apresentar variáveis categóricas (excelente, regular, bom e péssimo) para classificar o estado da funcionalidade dos grupos, na pré-intervenção, pode-se inferir pelo resultado estatístico (P>0,05) que todos se encontravam em mesmas condições e que os grupos tratados (GET e GFQT) aumentaram seus escores ao longo do tratamento, em todos os domínios (dor, aspectos funcionais e alinhamento), chegando, inclusive, a escores próximo a 100, semelhante à pontuação da amostra do estudo de Barbosa et al. (2018) que foi composta por atletas não-lesionados. O fato de não ter havido diferença significante, entre os grupos, em nenhuma variável estudada, pode ter sido devido à escolha dos exercícios de fortalecimento do quadril, que podem não ter desafiado o sistema neuromuscular suficiente para restaurar os padrões de ativação nesses indivíduos. Além disso, a falta de dados cinemáticos e pouca quantidade de músculos avaliados podem ter sido responsáveis por não apoiar as hipóteses levantadas. 5. CONCLUSÃO Os resultados do presente estudo indicam que um protocolo de 8 semanas de exercícios proprioceptivos e fortalecimento muscular do tornozelo promoveram melhora do controle postural dinâmico e da funcionalidade do tornozelo em indivíduos com ICT, independente da adição de fortalecimento de abdutores e rotadores laterais do quadril. Contudo, o fortalecimento da musculatura do quadril foi capaz de alterar o padrão de recrutamento muscular nesses indivíduos. 27 REFERÊNCIAS Brown CN, Padua DA, Marshall SW, Guskiewicz, KM. 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Você será um dos participantes deste estudo e passará por alguns procedimentos avaliativos como: questionário quanto à sensação de instabilidade autorrelatada, teste para análise da estabilidade do tornozelo, avaliação da atividade elétrica dos músculos: glúteo médio, fibular longo e tibial anterior e força muscular do quadril e tornozelo. Será submetido a uma avaliação antes, durante, e depois do tratamento com os mesmos métodos utilizados na avaliação. Além dos períodos de avaliação você será submetido a aplicação de um dos dois protocolos terapêuticos propostos, durante 24 sessões, 3 vezes na semana (segunda, quarta e sexta), em um horário a combinar com o pesquisador (a), nas dependências da Clínica-Escola de Fisioterapia da UFPB. Por sorteio, você deverá ser incluído em 1 dos 2 grupos do estudo: GET que fará exercícios tradicionais para o tornozelo – fortalecimento de dorsiflexores e eversores com tubos elásticos, na prancha de equilíbrio (wobble board) e exercícios de equilíbrio unipodal; GFQT que fará os exercícios tradicionais para o tornozelo associado ao fortalecimento dos abdutores e rotadores laterais do quadril. 32 Independente dos grupos que você fará parte, o tratamento proposto poderá reverter seu quadro de instabilidade crônica, melhorar seu controle postural, e diminuir a sensação de falseio durante as atividades diárias e/ou esportivas; e não oferecerá risco potencial à sua saúde. Porém, se acaso sentir qualquer desconforto devido aos exercícios durante o treinamento, imediatamente, prestaremos atendimento. A finalidade deste trabalho é contribuir em possíveis estratégias de intervenção no tratamento fisioterapêutico em indivíduos com instabilidade crônica do tornozelo. Prestar-lhe-emos quaisquer esclarecimentos que se tornem necessários no decorrer dos processos avaliativos e de tratamento. Os resultados desta pesquisa podem ser publicados para a informação e benefício de todos os profissionais envolvidos diretamente com a fisioterapia, embora sua identidade permaneça anônima. Portanto, seu nome e sua imagem não serão publicados ou usados sem o seu consentimento. Você ficará ciente de qualquer informação nova ou mudança na natureza deste estudo ou nos procedimentos que devam afetar sua boa vontade para continuar nesta pesquisa. Sua recusa em participar não vai de maneira nenhuma envolver penalidade, pois sua participação é estritamente voluntária e você pode retirar-se deste projeto de pesquisa a qualquer hora. Se você tiver qualquer questão, agora ou depois, por favor, pergunte-nos. Vai ser dada a você uma cópia deste formulário. Se em qualquer momento você sentir que houve infração dos seus direitos, você deve contatar com o Comitê de Ética em Pesquisas e Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde da UFPB (3216-7791), o professor Heleodório Honorato dos Santos (83) 99613-7900/98767-7574, ou as pesquisadoras Angela Maria Barros Silva (98717-3336) e Paloma Lopes de Araújo Furtado (98835-0888) para respostas sobre qualquer questão da pesquisa e de seus direitos. Admito que revisei totalmente e entendi o conteúdo deste formulário de consentimento, estando participando deste estudo de livre e espontânea vontade, não tendo sido forçado ou coagido na minha participação. Assinatura do Voluntário: __________________________________________________Data: ____/___/______ Ass. dos Pesquisadores: __________________________________________________Data: ____/___/______ __________________________________________________Data: ____/___/______ 33 APÊNDICE B FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Data da avaliação: ___/___/___ N° da ficha: _____ Grupo intervenção: _________ Nome do participante: ____________________________________________________ Data de nascimento: ___/___/______ Idade: ____anos Sexo: ( ) Fem ( ) Masc Está em período gravídico? ( ) sim ( ) não Quantos meses? ____________________ Escolaridade:___________________ Profissão: ____________________________ Telefone:________________ E-mail:______________________________Massa Corporal: ____kg Estatura:_______m IMC (kg/m2): ______ Membro dominante: ( ) D ( ) E Quantidade de entorses:________ Foi em: ( ) inversão ( ) eversão ( ) ambos / Tornozelo(s) afetado(s): ( ) D ( ) E ( ) ambos Diagnóstico médico: ____________ Tempo que ocorreu a última lesão:_____________ Foi em: ( ) inversão ( ) eversão Grau da lesão: ( ) I ( ) II ( ) III ( ) não sabe Causa: ( ) queda ( ) praticando esporte ( ) trauma ( ) outra:________________________ Como? ____________________________________________________________ Já fez Fisioterapia: ( ) Sim ( ) Não ( ) Outros Qual(is)?_________________________ Pratica atividade física: ( ) Sim ( ) Não Qual(is)?______________________________ Frequência: ___________________ Tempo de prática:_____________________ Já realizou alguma cirurgia nos membros inferiores? ( ) sim ( ) não Qual(is)? _____________________________ Há quanto tempo?____________ Perimetria MMII (EIAS – maléolo medial) MID MIE 34 ANEXO A QUESTIONÁRIO CAIT Fonte: Noronha et al. (2008) 35 ANEXO B ESCALA AOFAS Fonte: Rodrigues et al. (2008) 4 36 ANEXO C PARECER DO CEP 37 38 Catalogação na publicação Seção de Catalogação e Classificação AGRADECIMENTOS Ao universo, Por sua perfeita ordem; A INFLUÊNCIA DO FORTALECIMENTO DO QUADRIL SOBRE A ATIVAÇÃO MUSCULAR E O CONTROLE POSTURAL DINÂMICO NA INSTABILIDADE CRÔNICA DO TORNOZELO (ICT) RESUMO Objetivo: Analisar a influência do fortalecimento da musculatura abdutora e rotadora lateral do quadril sobre a ativação muscular (EMG) e o controle postural dinâmico em indivíduos com ICT. Metodologia: Amostra composta por 32 indivíduos com histórico... 2. MÉTODOS E MATERIAIS Cruz AL, Oliveira R, Silva AG. Exercise based interventions for physically active individuals with functional ankle instability: a systematic literature review. J Sports Med Phys Fitness. 2018; 58(10); https://doi: 10.23736/S0022-4707.18.08544-4. Bhanot K, Kaur N, Brody LT, Pontes J, Berry DC, Ode JJ. Hip and trunk muscle activity during the star excursion balance test in healthy adults. J Sport Rehabil. 2012; 1-33. https://doi: 10.1123/jsr.2017-0145.
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