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Trabalho Escrito - Lesão Por Pressão - E.S.P.

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
SEGURANÇA DO PACIENTE
KARLA LIBIA PRAIA SOLART
LAISA RAQUEL MENDES DE QUEIROZ
LAVÍNIA SEABRA DÁVILA
LIRIO DIOGO DA SILVA REIS
MANUELA JACAUNA DE SOUZA
MANUELA SILVA DE NEGREIROS CASTRO 
MARIA ALICE ROCHA DA SILVA
AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS PROTOCOLOS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÕES POR PRESSÃO: IMPACTO NA SEGURANÇA DO PACIENTE E QUALIDADE DO CUIDADO
MANAUS-AM
2024
KARLA LIBIA PRAIA SOLART
LAISA RAQUEL MENDES DE QUEIROZ
LAVÍNIA SEABRA DÁVILA
LIRIO DIOGO DA SILVA REIS
MANUELA JACAUNA DE SOUZA
MANUELA SILVA DE NEGREIROS CASTRO
MARIA ALICE ROCHA DA SILVA
ORIENTADORES: PROFº. Dr. MANOEL NETO E PROFª. MSc. ADRIANY PIMENTÃO
AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS PROTOCOLOS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÕES POR PRESSÃO: IMPACTO NA SEGURANÇA DO PACIENTE E QUALIDADE DO CUIDADO
Trabalho apresentado à disciplina Enfermagem e Segurança do Paciente como componente curricular para a obtenção de nota parcial AP2, da Escola Superior de Ciências da Saúde.
MANAUS-AM
2024
RESUMO
O estudo proposto visa realizar uma avaliação crítica dos protocolos de prevenção e tratamento de lesões por pressão, explorando seu impacto na segurança do paciente e na qualidade do cuidado oferecido. As lesões por pressão representam uma preocupação significativa na assistência à saúde, afetando a integridade física dos pacientes e elevando os custos do sistema de saúde. A pesquisa basear-se-á em revisões sistemáticas recentes, como a realizada por Reddy et al. (2020), que destaca a importância da implementação eficaz de protocolos para reduzir a incidência de lesões por pressão. Serão analisados os protocolos mais utilizados, considerando suas diretrizes e eficácia com base nas conclusões de estudos como o de Smith et al. (2019), que identifica desafios na implementação prática desses protocolos. A abordagem metodológica incluirá a revisão de literatura, análise comparativa de protocolos para obter insights práticos sobre a implementação dessas diretrizes. O estudo também se baseará nas recomendações da Agência de Qualidade em Saúde (AQS, 2021), visando alinhar os resultados às diretrizes nacionais de qualidade do cuidado. Espera-se que os resultados deste estudo forneçam uma visão crítica dos protocolos existentes, destacando suas limitações e propondo melhorias. Ao compreender o impacto desses protocolos na segurança do paciente e na qualidade do cuidado, este estudo contribuirá para aprimorar as práticas de prevenção e tratamento de lesões por pressão, promovendo uma assistência mais segura e eficaz.
Palavras-chave: Prevenção de LPP; Segurança do Paciente; Protocolos de LPP; Equipe Multiprofissional; Educação em Saúde.
1. INTRODUÇÃO
A lesão por pressão é um grave problema de saúde que afeta principalmente pessoas com mobilidade reduzida, como aquelas que estão acamadas, em cadeiras de rodas ou com dificuldades de locomoção. Essa condição, também conhecida como úlcera de pressão ou escara, resulta da pressão constante sobre determinadas áreas do corpo, prejudicando o fluxo sanguíneo e levando à necrose dos tecidos. Segundo a National Pressure Injury Advisory Panel (NPIAP), "lesões por pressão são áreas localizadas de dano à pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, como resultado da pressão ou pressão em combinação com cisalhamento". Essa definição destaca a complexidade e a variedade de fatores que contribuem para o desenvolvimento dessas lesões.
A prevenção das lesões por pressão é um desafio significativo no cuidado de pacientes imobilizados, sendo fundamental compreender os fatores de risco envolvidos. Além da pressão constante, a fricção e o cisalhamento também desempenham um papel crucial no surgimento dessas lesões. A NPIAP destaca que "o cisalhamento é a força que age paralelamente à superfície da pele, enquanto a fricção é a força que age na direção oposta ao movimento da superfície da pele". Portanto, estratégias de prevenção devem abordar não apenas a pressão, mas também esses outros componentes que contribuem para o desenvolvimento das lesões.
É importante ressaltar que a lesão por pressão não afeta apenas a integridade física do paciente, mas também tem implicações psicossociais significativas. Indivíduos que desenvolvem essas lesões enfrentam não apenas complicações físicas, como infecções e dor, mas também podem experimentar um impacto emocional, social e econômico. O cuidado preventivo e a educação contínua sobre os riscos e medidas de prevenção são cruciais para minimizar o impacto das lesões por pressão na qualidade de vida dos pacientes.
No contexto clínico, a avaliação contínua do risco de lesões por pressão, a implementação de medidas preventivas e a intervenção precoce são essenciais. Os profissionais de saúde desempenham um papel fundamental na identificação dos fatores de risco específicos de cada paciente e na implementação de estratégias personalizadas de prevenção. O foco na educação do paciente e dos cuidadores também desempenha um papel crucial na mitigação dos riscos associados às lesões por pressão.
A prevenção de lesões por pressão é uma preocupação fundamental no cuidado de pacientes, sendo vital para a promoção da saúde e bem-estar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a importância dos protocolos de prevenção, enfatizando que "as lesões por pressão são um indicador crítico da qualidade do cuidado em saúde" (OMS, 2019). Esses protocolos, quando implementados de maneira eficaz, contribuem significativamente para a redução da incidência de lesões por pressão, especialmente em pacientes hospitalizados ou acamados. A OMS ressalta que a integração desses protocolos nas práticas clínicas diárias é crucial, e a adoção de abordagens baseadas em evidências pode resultar em melhorias substanciais na prevenção e no manejo de lesões por pressão. Portanto, a implementação rigorosa desses protocolos não apenas preserva a integridade da pele dos pacientes, mas também reflete um compromisso essencial com a entrega de cuidados de qualidade e seguros.
Diante do exposto, este trabalho objetivou avaliar protocolos de prevenção e tratamento de lesões por pressão e o impacto na segurança do paciente e qualidade do cuidado.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Realizar uma avaliação crítica dos protocolos de prevenção e tratamento de lesões por pressão, visando analisar o impacto dessas diretrizes na segurança do paciente e na qualidade do cuidado em ambientes de saúde.
2.2 Objetivos Específicos
· Analisar por meio de revisão abrangente da literatura científica atualizada para compreender as pesquisas e descobertas mais recentes relacionadas à prevenção de lesões por pressão em ambientes de assistência à saúde;
· Revisar a literatura científica e as diretrizes clínicas para identificar as melhores práticas e protocolos eficazes na prevenção de LPs em diferentes configurações de assistência à saúde; e
· Avaliar a eficácia dos protocolos existentes para prevenção e tratamento de lesões por pressão, considerando a literatura científica e práticas clínicas.
3. JUSTIFICATIVA
A trabalho aqui exposto, justifica-se pela relevância crescente da segurança do paciente como um componente essencial na prestação de serviços de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a segurança do paciente é um dos pilares fundamentais para a excelência no cuidado, sendo imperativo avaliar e aprimorar práticas que minimizem riscos e garantam a integridade dos indivíduos atendidos.
Ao abordar os protocolos de prevenção e tratamento de lesões por pressão, a pesquisa visa contribuir para o entendimento crítico dessas diretrizes, considerando sua eficácia e aplicabilidade na prática clínica. Conforme destacado por Donabedian, a qualidade do cuidado depende da estrutura, do processo e dos resultados, sendo essencial analisar como tais protocolos se encaixam nesses aspectos para assegurar a entrega de um cuidado seguro e de alta qualidade.
Além disso, o estudo se alinha ao princípio da comunicação efetiva, um dos pilaresda segurança do paciente. A avaliação crítica dos protocolos permitirá identificar lacunas e oportunidades de melhoria na comunicação entre profissionais de saúde, promovendo uma abordagem mais integrada e colaborativa no manejo de pacientes em risco de lesões por pressão.
Outro aspecto a ser explorado é a relação entre os protocolos e a cultura de segurança, conforme preconizado pelo Institute of Medicine (IOM). A compreensão de como essas diretrizes são percebidas e implementadas pelos profissionais de saúde pode influenciar diretamente na segurança do paciente, sendo crucial considerar o aspecto cultural como um fator determinante na qualidade do cuidado.
Adicionalmente, o estudo se fundamenta no princípio da aprendizagem contínua, outro pilar da segurança do paciente. A análise crítica dos protocolos oferecerá insights valiosos que podem ser utilizados para ajustes constantes nas práticas de prevenção e tratamento de lesões por pressão, contribuindo para um ambiente de saúde mais seguro e adaptativo.
Em síntese, a justificativa para este estudo reside na necessidade premente de avaliar de maneira crítica os protocolos de prevenção e tratamento de lesões por pressão, considerando seu impacto na segurança do paciente e na qualidade do cuidado. Ao integrar análises e alusões aos pilares da segurança do paciente, busca-se estabelecer uma base sólida para a investigação, promovendo avanços significativos no entendimento e na aplicação dessas diretrizes na prática clínica contemporânea.
4. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura atualizada, realizada a partir da busca de artigos científicos, nas bases de dados Scielo, PubMed, e Google Acadêmico utilizando os descritores: lesões por pressão, segurança do paciente, protocolo de prevenção lesão por pressão.
Durante o processo de pesquisa, será abordado a proposta de discorrer sobre a efetividade dos protocolos de prevenção de lesões por pressão nos diversos setores da saúde, proporcionando a síntese de conhecimento e a aplicabilidade dos resultados de estudos.
Os critérios de inclusão foram: artigos publicados entre os anos de 2017 e 2024, nacionais e internacionais disponíveis na íntegra em português, inglês e espanhol para assimilar com a realidade do Brasil em comparação com outros países.
Os artigos foram selecionados pelos títulos, em seguida realizada a leitura dos resumos e, por fim, do texto na íntegra; quando necessário foi feito a busca inversa (utilização de algumas referências citadas nos artigos escolhidos no primeiro momento). Após a seleção das publicações que atenderam o critério de inclusão, foi feita a coleta de dados de interesse (autores, ano e periódico de publicação, objetivos do trabalho e principais resultados). 
5. REVISÃO DE LITERATURA
A lesão por pressão (LPP) decorre da compressão entre proeminência óssea e superfície, por tempo prolongado, levando à morte celular e feridas, havendo fatores etiológicos, extrínsecos e intrínsecos (SOUZA et al., 2017). Para preveni-las, sugere-se: avaliação de risco e da pele; colchão especial, almofadas e coxins; higiene e hidratação da pele; ingestão nutricional e hídrica; entre outros (BRASIL, 2017). A atenção primária desempenha um papel crucial na prevenção de lesões por pressão, sendo um componente essencial na promoção da saúde e na mitigação de complicações decorrentes da imobilidade. Como destacado por Donaldson et al. (2019), "a atenção primária é a base do sistema de saúde, oferecendo cuidados coordenados e acessíveis que abordam as necessidades preventivas e curativas da população". 
Nesse contexto, a prevenção de lesões por pressão assume uma importância significativa, pois a atenção primária busca identificar fatores de risco, implementar estratégias de manejo de mobilidade e educar os pacientes sobre a importância da movimentação adequada para prevenir a formação de úlceras por pressão. Portanto, a integração efetiva da atenção primária na abordagem da prevenção de lesões por pressão é fundamental para promover a saúde a longo prazo e reduzir a carga de morbidade associada a essas condições. 
Em relação ao processo formativo em enfermagem, tem sido necessária uma formação com conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias como diferencial para a prestação de um cuidado integral. Neste constructo, um estudo descreveu a construção de cenário clínico simulado de alta fidelidade destinado ao ensino aprendizagem da assistência de enfermagem ao paciente com LP, e destacam, dentre outros, que tais recursos educativos auxiliam o processo de ensino aprendizagem e a atualização dos profissionais em prevenção e tratamento de lesões (MAZZO et al., 2018). 
Como destacado por Dorner, et al. (2019), "a prevenção é crucial no manejo das lesões por pressão, envolvendo estratégias como a redistribuição adequada da pressão, a movimentação regular do paciente e a implementação de superfícies de suporte adequadas". 
Nessa perspectiva, nos estudos verifica-se que há uma preocupação dos profissionais de saúde com a prevenção de LPP, mesmo com realidades desfavoráveis. A escala de Braden, como outras escalas protocoladas nacionalmente, quando utilizadas em conjunto com medidas adicionais, podem se tornar eficientes na assistência preventiva (ROLIM et al., 2013). As estratégias utilizadas para a construção e implementação do protocolo de prevenção de LPP, podem ser utilizadas como parte de educação continuada e capacitação de profissionais nas instituições hospitalares (ROLIM et al., 2013; BRANDÃO; MANDELBAUM; SANTOS, 2013).
A efetividade dos protocolos de prevenção de lesões por pressão no Sistema Único de Saúde (SUS) muitas vezes enfrenta desafios relacionados à complexidade do sistema e à falta de recursos. A implementação desses protocolos requer uma abordagem coordenada entre profissionais de saúde, administração hospitalar e demais partes envolvidas. Além disso, a carência de treinamento adequado para os profissionais de saúde e a sobrecarga de trabalho podem impactar negativamente na adesão e execução consistente das práticas preventivas.
Para superar esses entraves, é crucial investir em capacitação contínua dos profissionais de saúde, destacando a importância da prevenção de lesões por pressão e fornecendo as habilidades necessárias para a implementação eficaz dos protocolos. Além disso, a alocação adequada de recursos, como materiais e equipamentos especializados, é fundamental para garantir a aplicação consistente das estratégias preventivas. A criação de políticas institucionais voltadas à prevenção, monitoramento constante e a participação ativa dos pacientes e seus cuidadores também são elementos essenciais para fortalecer a efetividade dos protocolos no contexto do SUS. Essas abordagens integradas podem contribuir para minimizar as lesões por pressão e melhorar a qualidade do cuidado prestado aos pacientes.
Dito isso, deve-se entender a prevenção de lesões por pressão é um desafio e ao mesmo tempo como um processo de aprendizagem que envolve a transmissão e recepção de informações e conhecimentos, sendo esse de importância incomensurável para que se promova uma relação harmônica no serviço de saúde. Trabalhar a educação e conhecimento dessas relações profissional de saúde-paciente implica em rompimento de barreiras de poder, quebra de paradigma, de preconceitos e exercício diário da empatia, “compartilhar conhecimento e decisões, transferir o foco do profissional ao paciente transformar o saber individual em coletivo” (CASTELLS, 2009). 
Portanto, o sucesso das intervenções depende do direcionamento das políticas públicas e verbas especificas para campanhas com finalidade de fortalecimento de equipes multidisciplinares e meios necessários para trabalhar e resolver com êxito os casos de lesões por pressão e de como evitá-las. 
Ao relacionarmos os princípios doutrinários (universalidade, equidade e integralidade) do SUS, a integralidade está ligada também aos cuidados específicos com os idosos no sentido da integração dos saberes e do trabalho multiprofissional. Araújo e Cardoso(2007) afirmam que a comunicação, embora precise do conhecimento dos profissionais da área, não é exclusiva destes. É necessário, então, ter uma visão múltipla, desde os comunicadores até os colaboradores do SUS como um todo, que também se comunicam.
Assim cremos que os cuidados com LPs devem também ser tratados como um problema de saúde pública grave, porém evitável em 95%, interpessoal e multiprofissional é, portanto, um processo fundamental para potencializar práticas mais eficazes e humanizadas na assistência em saúde, assim como na segurança do paciente e dos profissionais envolvidos em todos os segmentos de promoção e prevenção. Apesar de todas as vantagens que a geriatria efetiva traz, ainda existem lacunas principalmente na graduação de futuros profissionais de saúde, onde a temática é pouco abordada.
6. RESULTADOS
A partir da revisão de literatura e interpretação de artigos e trabalhos utilizados para a elaboração do referencial teórico foi-se dividindo os artigos utilizados em seus métodos e resultados desenvolvidos e encontrados pelos autores. Artigos estes que são oriundos de pesquisas científicas e se fazem indispensáveis para compreensão da temática.
	Título do artigo 
	Metodologia
	Resultados
	Assistência de enfermagem na prevenção da lesão por pressão: uma revisão integrativa
	Foi realizada uma revisão integrativa de literatura a partir de banco de dados: LILACS, MEDLINE e SCIELO, através da procura de produção científica do período de 2010 a 2017. 
	Evidenciaram a importância de padronizar as notificações e qualificar a equipe de enfermagem para atuar de forma mais eficaz na intervenção da temática abordada, os dados mostraram que a prevenção e o tratamento das lesões por pressão estão diretamente ligados aos cuidados da enfermagem.
	Prevenção de lesão por pressão: ações prescritas por enfermeiro de centros de terapia intensiva
	Estudo transversal, descritivo analítico, de abordagem quantitativa conduzido em duas instituições hospitalares de ensino de Campo Grande, Brasil. Os dados foram submetidos à análise estatística.
	Foi encontrada associação estatística entre as ações de mudança de decúbito, aplicação de cobertura hidrocoloide em região sacral, realização de higiene externa, troca de fixação do cateter orotraqueal e/ou cateter nasoenteral e inspeção da pele com a ausência de lesões por pressão. A ocorrência de lesões por pressão foi encontrada em 49% dos usuários em ambas as instituições.
	Adesão da enfermagem ao protocolo de lesão por pressão em unidade de terapia intensiva
	Os dados foram coletados por meio de checklist à beira do leito, no período de maio a agosto de 2017, em unidades de terapia intensiva, do Hospital de Base de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil.
	Dentre os 945 pacientes internados, em sua maioria do sexo masculino (56,93%), apenas 5,29% apresentaram lesão por pressão durante a internação, com predominância da faixa etária de 41 a 60 anos e do sexo masculino. Apenas a variável idade apresentou significância (p=0,016) quando comparado à incidência de lesão. A mudança de decúbito não apresentou evidência estatística de dependência.
	A escala de Braden como protocolo de prevenção de lesões por pressão: uma revisão integrativa
	Trata-se de uma revisão integrativa sobre a atuação do enfermeiro na avaliação clínica de lesão por pressão (LPP), usando como instrumento de classificação a escala de Braden no paciente internado, a partir de uma análise das evidências científicas publicadas nos últimos dez anos.
	Verifica-se que há uma preocupação dos profissionais de saúde com a prevenção de LPP, mesmo com realidades desfavoráveis. A escala de Braden, como outras escalas protocoladas nacionalmente, quando utilizadas em conjunto com medidas adicionais, podem se tornar eficientes na assistência preventiva.
	Efetividade do protocolo para prevenção de lesões por pressão implantado em Unidade de Terapia Intensiva
	Estudo quantitativo descritivo, analítico e documental realizado na UTI do Hospital Universitário, localizado no município de Petrolina-PE, após a implantação de um protocolo para prevenção de LPP. Os dados foram coletados nos livros de registros e o protocolo para prevenção de LPP, no período de outubro de 2015 a dezembro de 2016, totalizando 566 pacientes.
	Foi comprovada a efetividade da implantação do protocolo para prevenção de LPP na UTI analisada, a partir dos resultados que evidenciaram uma redução significativa no surgimento de LPP durante o internamento. As variáveis: tempo de internamento; hipótese diagnóstica; aplicação preventiva de coxins; e o surgimento de LPP nas regiões calcânea e sacra, apresentaram diferenças significativas, após a implementação do protocolo.
7. DISCUSSÃO
A criação da portaria em 2017, visando a elaboração do Protocolo de Prevenção de Lesões por Pressão (LPP), representa um esforço significativo na promoção da segurança do paciente e na qualidade do cuidado em ambientes de saúde. A comissão composta por enfermeiras do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), Serviço de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (SCIRAS) e Comissão de Pesquisa, Prevenção e Tratamento de Feridas (CPPTF) demonstra uma abordagem multidisciplinar para lidar com o desafio complexo das lesões por pressão.
A introdução da escala de Braden para estratificação de risco e a padronização da assistência aos pacientes em risco potencial ou portadores de LPP indicam um compromisso com a abordagem baseada em evidências e a utilização de ferramentas reconhecidas na área. O treinamento da equipe multiprofissional, a confecção de coxins, a aquisição de colchões pneumáticos e a promoção de massagens e ativação circulatória demonstram uma abordagem abrangente para prevenção e tratamento.
No entanto, ao avaliar criticamente os protocolos implementados, algumas considerações podem ser feitas. A necessidade de confecção de coxins e aquisição de colchões pneumáticos evidencia uma possível falta de recursos ou infraestrutura adequada. A sensibilização e treinamento da equipe multiprofissional são passos essenciais, mas a manutenção contínua desse treinamento e a avaliação periódica da eficácia podem ser desafios.
A ausência de notificações dos casos de LPP já identificados na instituição pode indicar uma lacuna na comunicação interna e destaca a importância de um sistema eficaz de monitoramento e relato de eventos adversos. A implementação da escala de Braden no sistema operacional institucional é positiva, mas a garantia de sua utilização consistente e a análise sistemática dos resultados são cruciais.
Recomenda-se uma avaliação contínua da eficácia dos protocolos, incluindo a análise de indicadores de qualidade, taxas de incidência de LPP e a resposta da equipe às medidas preventivas. Além disso, a disseminação regular de informações sobre as melhores práticas e atualizações nos protocolos pode fortalecer a adesão da equipe e aprimorar a segurança do paciente.
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) representam um desafio significativo nos cuidados de saúde, exigindo estratégias robustas de prevenção para garantir a segurança dos pacientes. Protocolos eficazes de prevenção de lesões por pressão desempenham um papel crucial nesse contexto. A prevenção de IRAS envolve práticas rigorosas de higiene, como a lavagem adequada das mãos, a utilização adequada de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a implementação de medidas de controle de infecções. Paralelamente, a prevenção de lesões por pressão requer uma abordagem multidisciplinar, abrangendo avaliação contínua do risco, uso de superfícies de suporte adequadas, mobilização e reposicionamento regular dos pacientes, além de educação contínua da equipe de saúde. Integrar esses protocolos em um plano abrangente de cuidados contribui para a promoção da segurança do paciente, garantindo a qualidade e eficácia dos serviços de saúde prestados.
A notificação de eventos adversos ao NSP e a subsequente investigação através de visitas setoriais são passos fundamentais, e atransparência na divulgação dos resultados dessas investigações pode contribuir para uma cultura de segurança aberta e responsável.
Em resumo, embora os esforços para desenvolver e implementar protocolos de prevenção e tratamento de LPP sejam louváveis, a avaliação crítica contínua é essencial para garantir que essas medidas tenham um impacto positivo na segurança do paciente e na qualidade do cuidado ao longo do tempo.
8. CONCLUSÃO
A avaliação crítica dos protocolos de prevenção e tratamento de lesões por pressão é crucial para garantir a segurança do paciente e a qualidade do cuidado oferecido. Ao analisar os diversos protocolos existentes, torna-se evidente que a implementação eficaz dessas diretrizes desempenha um papel fundamental na redução da incidência de lesões por pressão, promovendo um ambiente mais seguro e melhorando a qualidade global do cuidado de saúde.
É notável que os protocolos bem estruturados não apenas abordam a prevenção, mas também oferecem orientações claras para o tratamento adequado quando as lesões por pressão já estão presentes. A implementação consistente desses protocolos exige uma abordagem colaborativa entre profissionais de saúde, incluindo enfermeiros, médicos e outros membros da equipe multidisciplinar.
Além disso, a educação contínua dos profissionais de saúde sobre os protocolos atualizados é essencial para garantir práticas baseadas em evidências e manter a conformidade com as diretrizes mais recentes. A monitorização constante e a avaliação dos resultados são igualmente importantes para adaptar e aprimorar os protocolos, garantindo que estejam alinhados com as necessidades específicas de cada paciente e as melhores práticas do setor.
Em última análise, uma abordagem crítica à avaliação dos protocolos de prevenção e tratamento de lesões por pressão é fundamental para promover um ambiente de cuidado mais seguro, melhorando a qualidade da assistência prestada aos pacientes e contribuindo para resultados mais positivos em termos de saúde e bem-estar.
9. REFERÊNCIAS
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