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A divisão dos poderes
Filosofia e sociedade moderna
1º bimestre – Aula 03
Ensino Médio
2024_EM_B1_V1
A divisão dos poderes
Consolidar, por meio de análise a importância da divisão dos poderes.
Conteúdo
Objetivo
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(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações problema envolvendo temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
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05 MINUTOS
"O Estado sou eu" (“L’État c’est moi”)
Essa frase é conferida ao Rei Luís XIV, Rei Sol (1638-1715) e sintetiza a ideia de centralização total do poder na figura do Rei.
Agora é com você! Crie uma frase que sintetize o ideal de poder absoluto. 
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Para começar
Absolutismo versus divisão do poder político 
Pode parecer que os filósofos são unanimes no que se refere à divisão do poder em executivo, legislativo e judiciário. Contudo, essa impressão não é uma realidade. Thomas Hobbes (1588-1679), por exemplo, na sua obra Leviatã, justificou a concentração do poder nas mãos do soberano
Hobbes defendeu o poder absoluto, não porque apoiava uma certa pessoa para exercer o poder político, mas porque entendia que essa é a melhor forma de defender a existência do Estado, sem o qual não há condições para a preservação da vida e garantias para a manutenção da paz entre os homens.
Segundo a teoria hobbesiana um soberano deve se submeter apenas à lei natural, a lei da razão e esta não pode ser revogada pelo poder do estado. 
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Foco no conteúdo
Absolutismo versus divisão do poder político 
Por outro lado, além das experiências de arbitrariedades e abusos do poder político nos estados absolutistas, a ascensão da burguesia e a demanda por garantias jurídicas para o desenvolvimento econômico demandava um estado de direito. 
Entretanto, vale destacar que a ideia de divisão dos poderes é mais antiga do que se pode imaginar. Não foram apenas filósofos modernos que defenderam essa causa. Aristóteles (384-322 a.C.) já trazia essa ideia na sua obra Política. 
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Foco no conteúdo
É a partir da obra Política de Aristóteles que podemos observar no mundo grego, experiências voltadas para a divisão dos poderes. 
Na obra Política, o filósofo procurou entender a natureza dos governos e as melhores formas de viver em sociedade. 
A divisão dos poderes na história da filosofia – Aristóteles 
Busto - Aristóteles 
Jastrow/ Wikimedia
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Foco no conteúdo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
Sobre as diferentes estruturas de sociedades, analisou a utopia proposta por Platão, assim como constituições de diferentes cidades e suas experiencias legislativas, como a de Sólon. 
“Quanto a Sólon [...] fundou a democracia primitiva com uma feliz mistura de diferentes poderes: o conselho do Areópago é um poder oligárquico; as magistraturas por eleição são um poder aristocrático; os tribunais, um poder democrático” (ARISTÓTELES. Política, 1998, p. 177).
A divisão dos poderes na história da filosofia – Aristóteles 
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Foco no conteúdo
John Locke (1632-1704) filósofo empirista (todo conhecimento deriva da experiência) e defensor da liberdade religiosa é reconhecido como “pai” do liberalismo. Para Locke, o poder numa sociedade que se pretende livre, não pode ficar nas mãos de uma única pessoa. Segundo Locke aquele que escreve as leis não deve ser responsável pela sua aplicação. Vale destacar que, segundo Locke, o poder legislativo estava acima dos outros poderes. 
A divisão dos poderes na história da filosofia – Locke
Busto - John Locke
Daderot/ Wikimédia
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Foco no conteúdo
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Library_Bust_of_John_Locke,_Josiah_Wedgwood_and_Sons,_c._1850,_black_basalt_-_Chazen_Museum_of_Art_-_DSC01962.JPG
“Em uma sociedade política organizada, que se apresenta como um conjunto independente e que age segundo sua própria natureza, ou seja, que age para a preservação da comunidade, só pode existir um poder supremo que é o legislativo [...] não obstante, como o legislativo é apenas um poder fiduciário se limita a certos fins determinados, permanece ainda no povo um poder supremo para destituir ou alterar o legislativo quando considerar o ato legislativo contrário à confiança que nele depositou” (LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil, 1994, p. 173)
A divisão dos poderes na história da filosofia - Locke
Fiduciário: 
Que representa ou age em nome de outra pessoa ou grupo e por isso depende da confiança e da reputação para atuar.
Fonte: Priberam dicionário https://dicionario.priberam.org/fiduci%C3%A1rio (Adaptado para esse contexto)
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Foco no conteúdo
Por fim, a formulação que ficou mais conhecida por ter sido adotada por diferentes constituições, é a de Montesquieu, que dividiu os poderes em executivo, legislativo e judiciário. Para o filósofo, os poderes assim divididos devem ser independentes e autônomos. 
A divisão dos poderes na história da filosofia - Montesquieu
Estatua - Montesquieu 
Kolm-Jany/ Pixabay
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Foco no conteúdo
https://pixabay.com/pt/photos/montesquieu-fil%C3%B3sofo-bordeaux-4127883/
Qual a principal intenção para a divisão dos poderes?​
Segundo John Locke, qual é o principal poder?​
Qual modelo de tripartição do poder é o mais aceito?​
5 MINUTOS
Responda as questões 
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Na prática
Qual a principal intenção para a divisão dos poderes?​
Evitar a concentração dos poderes nas mão de um só homem ou grupo e dar condições para uma sociedade livre. 
2. Segundo John Locke, qual é o principal poder?​
Legislativo. Contudo, este poder está submetido ao poder do povo.
3. Qual modelo de tripartição do poder é o mais aceito?​
O modelo apresentado por Montesquieu.
Correção 
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Na prática
Leia e analise o excerto de uma notícia:​
“Não é uma questão de tradições, mas de valores europeus”, sublinhou o eurodeputado Guy Verhofstadt. "Colocar os juízes sob controle político não faz parte dos nossos valores", disse o liberal belga. “Isto não é uma questão de tradição, é uma questão dos princípios da nossa comunidade. O que o governo polonês fez foi liquidar sistematicamente o sistema democrático de separação de poderes” (Rádio França Internacional publicado em 04/07/2018)​
Agora, responda por que, segundo o deputado belga, o governo polonês inutilizou o sistema de democrático? ​
Puxe mais
10 MINUTOS
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Aplicando
Para saber mais
Assista o vídeo e reflita sobre a atual divisão dos poderes no Brasil e como ela se aproxima da proposta por Montesquieu. 
A atual divisão dos poderes no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=2K5wJ5Bz5co&t=1s 
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A refletir sobre a importância do poder político;
A ponderar sobre diferentes opiniões sobre o poder absoluto e a divisão dos poderes;
A analisar os valores voltados para a divisão do poder político no contexto democrático. 
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O que aprendemos hoje?
ARISTÓTELES. Política. Tradução e notas Antônio Capelo Amaral e Carlos Gomes. Lisboa: Vega, 1998.
LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência. Tradução: Leda Beck. Consultoria e revisão técnica: Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. 2. ed. São Paulo: Da Prosa/Fundação Lemann, 2011.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Tradução Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Rio de Janeiro Petrópolis: Vozes, 1994.
PELICIOLI, Angela Cristina. A atualidade da reflexão sobre a separação dos poderes. Revista de Informação Legislativa n. 169 jan./mar. 2006. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/43/169/ril_v43_n169_p21.pdf 
Rádio França Internacional. “Governo polonês liquidou o sistema democrático de separação de poderes", acusam eurodeputados”, publicado em 04 jul. 2018. Disponível em: https://www.rfi.fr/br/europa/20180704-governo-polones-liquidou-o-sistema-democratico-de separacao-de-poderes-acusam-eurode. Data de acesso: 25 nov. 2023.​​
Vídeose slides
Slide 14 – TV Senado. Você acha que sabe o que são os três poderes? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2K5wJ5Bz5co&t=1s Data de acesso: 25 nov. 2023.​
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Referências
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