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Conceito de Responsabilidade

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e-Tec Brasil23
Aula 3 - O conceito de 
responsabilidade I
Após a contextualização e resgate histórico que fizemos nas aulas 
anteriores, passaremos a analisar o conceito legal de responsabilidade.
3.1 Conceito de responsabilidade
De acordo com o Dicionário Jurídico de José Naufel (1997, p.729), respon-
sabilidade é a “obrigação de responder pelos próprios atos e seus efeitos, 
ou por atos de terceiros, em virtude de lei ou convenção”.
Para Lopes (2000, p.550):
A violação de um direito gera a responsabilidade em relação ao que a 
perpetrou. Todo ato executado ou omitido em desobediência a uma 
norma jurídica, contendo um preceito de proibição ou de ordem, re-
presenta uma injúria privada ou injúria pública, conforme a natureza 
dos interesses afetados, se individuais ou coletivos. Daí a ideia do ato 
ilícito, que se caracteriza ou por uma ação ou omissão (...). Assim, o 
transgressor da lei, que viola o direito ou causa prejuízo a outrem, fica 
obrigado a reparar o dano e incorre, assim, em responsabilidade.
3.2 Responsabilidade civil
Mas, afinal, o que é responsabilidade civil?
Para solucionar essa dúvida recorremos aos ensinamentos do Prof. Silvio de 
Salvo Venosa (2009, p.1), que lembra que a atividade humana pode ou não 
resultar num dano. Em havendo esse dano, nasce para a vítima o direito 
de tê-lo reparado (seja pelo retorno ao estado anterior ou mediante o pa-
gamento de uma indenização para compensar financeiramente o evento 
causado).
Essa é a ideia central da responsabilidade civil (dano x reparação).
Ainda, nessa mesma linha de pensamento, continua lecionando que:
Haverá, por vezes, excludentes que impedem a indenização, como vere-
mos. O termo responsabilidade é utilizado em qualquer situação na qual 
alguma pessoa, natural ou jurídica, deva arcar com as consequências 
de um ato, fato ou negócio jurídico. Sob essa noção, toda atividade 
humana, portanto, pode acarretar o dever de indenizar; Desse modo, o 
estudo da responsabilidade civil abrange todo o conjunto de princípios 
e normas que regem a obrigação de indenizar.
Não diferente é o entendimento de Jorge Neto; Cavalcante (2005, p. 749), 
quando explicam que a responsabilidade civil é:
[...] o instituto jurídico capaz de proporcionar à vítima a reparação dos danos 
causados, sejam eles com repercussões no âmbito material ou moral, com o 
restabelecimento da situação anterior ao ato danoso (status quo ante) ou, 
alternativamente ou simultaneamente, por uma compensação pecuniária 
equivalente à extensão do dano causado.
Portanto, em linhas gerais, podemos dizer que responsabilidade civil nada 
mais é do que o dever de reparar um dano que o indivíduo causou (ATO 
ILÍCITO) voluntária ou involuntariamente. 
Nessa linha de raciocínio, Diniz (2002, p.754) explica que “o ato ilícito cria, 
portanto, para o autor, a obrigação de reparar danos por ele causados a 
terceiros. Essa obrigação recebe a denominação de responsabilidade civil.”
Esclarece ainda que a responsabilidade civil “é, portanto, a aplicação de 
medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial 
causado a terceiros, em razão de ato por ela mesmo praticado, por pessoa 
por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou por simples 
imposição legal.”
Responsabilidade Civil e Criminale-Tec Brasil 24
Figura 3.1: O dever de reparar
Fonte: www.shutterstock.com
e-Tec Brasil25
Você sabia?
A Revista Veja publicou em sua Edição nº 1.740, de 27 de fevereiro 
de 2002, uma matéria noticiando que as seguradoras vêm ofere-
cendo apólices para os mais variados casos de responsabilidade 
civil: “AS SEGURADORAS OFERECEM APÓLICES AINDA POUCO 
CONHECIDAS PARA QUEM PRECISA DE COBERTURAS ESPECÍFI-
CAS OU TEMPORÁRIAS. Se seu cachorro morder o vizinho, será 
difícil evitar ouvir alguns desaforos. Mas a conta dos curativos e do 
tratamento medido, pelo menos, dá para passar adiante. Existem 
no mercado brasileiro, diversas modalidades de seguro que bem 
poucas pessoas conhecem, mas que tendem a se tornar populares 
no futuro. É possível, por exemplo, fazer um seguro especial – e 
mais barato – para acasos que são usados apenas em fins de se-
mana ou para cobrir os riscos decorrentes de algumas atividades 
profissionais. Numa situação extrema, corretores de seguro que 
equivocadamente deixam de incluir numa apólice determinado ris-
co podem ter, eles próprios, um seguro que garanta o pagamento 
ao cliente se este vier a ter um acidente justamente nos moldes 
daquele esquecido na contratação”.
Pois bem, podemos concluir que o dano material, ou seja, aquele em que é 
possível mensurar economicamente deve ser reparado.
Um exemplo de dano material: ao manobrar seu veículo na garagem do 
edifício, acaba riscando a lataria do carro do vizinho, e por essa razão, será 
obrigado à pagar às custas com o conserto (e, como vimos anteriormente, 
também deverá arcar com as despesas havidas pelo fato do veículo em ques-
tão ficar parado nesse período).
Resumo
Tivemos uma aula um pouco mais conceitual, em que foi possível compre-
ender os conceitos iniciais de responsabilidade civil e do dever de reparar o 
dano material.
Atividades de aprendizagem
Após essas primeiras lições, responda o motivo de haver o instituto da res-
ponsabilidade civil em nosso Direito.
Aula 2 - O conceito de responsabilidade I
Responsabilidade Civil e Criminale-Tec Brasil 26

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