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Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA Apresentação Este documento é o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) resumindo as principais informações do Estudo de Impactos Ambiental (EIA) da Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra. O estudo do impacto deste empreendimento, reunido em 07 volumes, apresenta os estudos de diagnóstico da região em que esta rodovia se insere, as alternativas estudadas, as características detalhadas do projeto recomendado, o planejamento de sua execução e, finalmente, a avaliação socioambiental detalhada da obra e de sua operação futura. O EIA/RIMA avalia a viabilidade ambiental da duplicação da atual rodovia em um traçado novo no Trecho da Serra. A escolha de alternativas tecnológicas diferentes do traçado atual foi inevitável. O atual Trecho Serra da Rodovia dos Tamoios foi construído há décadas, adotando um traçado sinuoso acompanhando as curvas de nível para vencer o desnível de 800 metros entre o Planalto e a Planície Litorânea. A existência de Unidade de Conservação de Proteção Integral – o Parque Estadual da Serra do Mar, inserido na paisagem já percorrida pela atual rodovia e que obrigatoriamente deverá ser atravessada pelo novo traçado, impõe restrição determinante à concepção do projeto e das alternativas de traçado. O traçado recomendado para a Duplicação do Trecho Serra ao final dos estudos de engenharia e socioambientais resultou em uma rodovia de 21,5 km de extensão, que tem 12,6 km percorridos em túneis e 2,5 km em viadutos e pontes, minimizando as interferências no Parque Estadual da Serra do Mar. Para realizar a avaliação dos impactos, uma equipe multidisciplinar de especialistas realizou levantamentos bibliográficos e de campo detalhados com o intuito de conhecer a região a ser percorrida pela rodovia. Este conhecimento, agregado ao conhecimento da solução de engenharia proposta, permitiu verificar as conseqüências da construção e operação desse trecho entre os km 60,48 e 82,00. Os resultados foram integralmente apresentados no EIA do Trecho Serra. Este RIMA resume as principais informações e conclusões apresentadas no EIA sobre a Duplicação do Trecho Serra. As recomendações dos programas e medidas que permitem realizar a obra com gestão ambiental adequada também são apresentadas. Recomenda-se a leitura do EIA àqueles que desejem conhecer pormenores do processo construtivo e o conteúdo científico e técnico dos estudos realizados. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA CONTEÚDO 1.0 Apresentação 1.1 Objeto de Licenciamento 1.2 Dados Básicos 1.3 Localização 1.4 Antecedentes do Processo de Licenciamento Ambiental 1.5 Caracterização sumária do Empreendimento 2.0 Justificativas do Empreendimento 3.0 Avaliação de Alternativas 4.0 Diagnóstico Ambiental 4.1 Áreas de Influência 4.2 Diagnóstico Ambiental da Área de Influência Direta (AID) 4.3 Diagnóstico Ambiental da Área Diretamente Afetada (ADA) 5.0 Detalhamento da Construção 5.1 Principais Procedimentos Executivos 5.2 Principais Quantitativos de Obras 5.3 Áreas de Apoio 5.4 Cronograma 5.5 Investimentos 5.6 Mão de Obra 5.7 Padrão Operacional 6.0 Avaliação de Impacto Ambiental 6.1 Referencial Metodológico Geral 6.2 Ações Impactantes 6.3 Potenciais Impactos Ambientais 7.0 Programas Ambientais e Medidas Mitigadoras e/ou Compensatórias Propostas 8.0 Conclusões 9.0 Bibliografia 10.0 Glossário de Termos Técnicos Ambientais 11.0 Equipe Técnica Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 1 1.0 Apresentação O objeto de licenciamento do EIA/RIMA é a Duplicação da Rodovia dos Tamoios (SP-099) no Trecho Serra, compreendido entre o km 60,48, em Paraibuna, e o km 82,00 na Interseção com o Contorno Sul de Caraguatatuba e de São Sebastião A duplicação será feita com a construção de uma pista paralela a atual no trecho entre o km 60,48 e 64,40 e uma nova pista com traçado diferente até o km 82 A futura pista será a ascendente do trecho da Serra, e a atual será a pista descendente Foto 1.0.a Rodovia SP-099 no Trecho Serra 1.1 Objeto de Licenciamento O objeto de licenciamento do presente EIA/RIMA é a Duplicação da Rodovia dos Tamoios (SP-099) no Trecho Serra, compreendido entre o km 60,48, em Paraibuna, e o dispositivo de interseção com o Contorno Sul de Caraguatatuba e de São Sebastião (SP-053), em área de planície do município de Caraguatatuba. Esse trecho de duplicação fará a transposição da Serra do Mar, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Caraguatatuba, parte em traçado parcialmente paralelo ao atual do km 60,48 até km 64,40 e, predominantemente em um novo traçado, com características geométricas totalmente distintas da atual rodovia, do km 64,40 a 82,00. O presente estudo visa avaliar a viabilidade ambiental da duplicação da rodovia. Para tanto, considera o estudo de alternativas de traçado, que inclui um amplo conjunto de levantamentos que englobam a situação ambiental das áreas de influência da duplicação do Trecho Serra (Foto 1.0.a), bem como a identificação dos impactos ambientais potencialmente decorrentes da implantação e operação da rodovia e as respectivas medidas mitigadoras e compensatórias. Assim, o licenciamento é constituído pelo trecho de duplicação de cerca de 4 km paralelo à pista existente e mais 17,5 km em diretriz de traçado nova. Do total de 21,5 km, cerca de 12,6 km da travessia será em túneis e 2,5 km em viadutos e pontes. Ainda como parte do objeto de licenciamento inclui-se a construção dos túneis de serviço (12 km) paralelos aos túneis principais, além de túneis de interligação entre estes a cada 250 m. Todas as áreas de apoio necessárias à execução das obras da duplicação do Trecho Serra, incluindo área de empréstimo, depósitos de materiais excedentes, depósitos de espera de material a ser britado, canteiros, centrais de britagem e concreto, entre outras, são também objeto de licenciamento do presente EIA/RIMA (inclusive as praças de trabalho e acessos indicados para as frentes de obra). Outras intervenções necessárias e indissociáveis da implantação do projeto, tais como adequação de acessos e caminhos de serviço, remanejamentos de interferências aéreas e subterrâneas também são entendidas como objeto de licenciamento. Destaca-se que este licenciamento integra convênio firmado entre o Departamento de Estradas de Rodagem – DER e a empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. – DERSA, responsáveis pelo projeto de engenharia e a gestão do processo de implantação do empreendimento. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 2 Empreendedor: DER-SP - DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DE SÃO PAULO Av. do Estado, 777 - 2º andar - Bairro Ponte Pequena CEP: 01107-000 São Paulo – SP Telefone: (11)3311-1652 Fax: (11)3311-1654 Responsável: Eng. Estanislau Marcka DERSA – DESENVOLVIMENTO RODOVIÁRIO S/A Rua Iaiá, 126 – Itaim CEP: 04542-906 São Paulo - SP Telefone: (011)3702-8264 Gerente de Meio Ambiente: Eng. Marcelo Arreguy Barbosa Responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental: Consórcio JGP – Ambiente Brasil Rua Américo Brasiliense, 615. Chácara Santo Antônio – CEP: 04715-003 São Paulo - SP Telefone: (11)5546-0733 Responsável: Ana Maria Iversson 1.2 Dados Básicos A concepção do traçado da atual Rodovia dos Tamoios no Trecho Serra, construída há décadas, onde existeum desnível de 800 metros a ser vencido, oferece uma série de restrições em termos de elevada interferência em áreas dentro de uma Unidade de Conservação e velocidades diretrizes de projeto muito baixas devido ao traçado muito sinuoso. No projeto de engenharia para a duplicação, a escolha de alternativas tecnológicas diferentes do traçado atual foi inevitável. Existem, por exemplo, na rodovia atual no Trecho Serra, segmentos com velocidade regulamentada de 30 km/h, a qual dificilmente é superada devido ao elevado grau de sinuosidade do traçado e às elevadas declividades das rampas existentes. A extensão total do traçado recomendado para a Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra é de 21,5 km, o qual inclui segmento da Rodovia dos Tamoios situado entre os km 60+480 e 64+400, ainda no planalto permitindo a duplicação na faixa lindeira à pista atual, porém já no interior do PESM. O padrão rodoviário no trecho restante, de traçado novo a ser implantado, é de uma pista ascendente com duas faixas de rolamento e acostamento. Finalmente, o presente Relatório de Impacto Ambiental resume os principais conteúdos apresentados no Estudo de Impacto Ambiental. Para facilitar qualquer consulta ao EIA, a numeração das Figuras anexadas ao presente RIMA foi mantida com a numeração original do EIA. 1.3 Localização A Rodovia SP-099 tem início no entroncamento com a Rodovia Presidente Dutra (BR-116), na área urbana do município de São José dos Campos, e fim no entroncamento com o futuro Contorno Sul de Caraguatatuba e de São Sebastião, no município de Caraguatatuba. O presente trecho em licenciamento abarca o segmento desta Rodovia a partir do km 60+48, no limite do PESM. As obras de Duplicação do Subtrecho Planalto entre o km 11+50 e 60+48 foram objeto de outro licenciamento e já estão sendo executadas. Em razão da sua localização em distintos compartimentos do relevo paulista, seu traçado é dividido em dois trechos, denominados Planalto e Serra. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 3 O Trecho Serra é parte de outras obras rodoviárias para melhoria da infraestrutura rodoviária do Litoral Norte, como o Subtrecho Planalto, já em execução, e os Contornos Sul e Norte de Caraguatatuba e de São Sebastião O segmento Serra abrange área restrita da hidrográfica do Rio Paraibuna, formador do Rio Paraíba do Sul e parte da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos de mesmo nome (UGRHI - 6) em área do município de Paraibuna e áreas das bacias dos Rios Juqueriquerê e Santo Antônio, pertencentes à Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Litoral Norte – UGRHI - 03. O Mapa de Localização (Figura 1.3.a ) indica a localização da Duplicação da Rodovia dos Tamoios - Trecho Serra em relação aos municípios de Paraibuna e Caraguatatuba, ao Parque Estadual da Serra do Mar e às principais bacias de drenagem. 1.4 Antecedentes do Processo de Licenciamento Ambiental A elaboração e apresentação do EIA/RIMA para a CETESB é parte do processo de licenciamento ambiental. A obra em estudo é parte de outras intervenções previstas para melhoria da infraestrutura rodoviária do Litoral Norte, amparadas por estudos e programas sendo desenvolvidos desde o final da década de 1980. O presente processo de licenciamento foi iniciado no dia 28 de junho de 2011, quando foi protocolado no Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental – TA/CETESB o documento intitulado “Plano de Trabalho para Elaboração do EIA/RIMA da Duplicação da Rodovia Estrada dos Tamoios – Trecho Serra”. Desta forma, atende-se ao Artigo 5º da Resolução SMA Nº 54/2004, que define o início do processo de licenciamento ambiental com a protocolização do Plano de Trabalho para elaboração do EIA/RIMA. A sequência do processo deu-se com a definição do Termo de Referência (TR) para elaboração do EIA/RIMA do empreendimento (Parecer Técnico No 192/11/IE), encaminhado ao DER-SP em 25 de novembro de 2011. O presente EIA/RIMA foi elaborado visando a atender ao TR emitido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. 1.5 Caracterização do Empreendimento O projeto da Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra - já buscou a incorporação da experiência adquirida no projeto da Duplicação da Rodovia dos Imigrantes e outras obras rodoviárias de grande porte e complexidade. Assim, o projeto prevê túneis longos a fim de minimizar a quantidade de emboques, trechos em viadutos com amplos vãos entre os pilares, e procedimentos construtivos que representam as melhores práticas ambientais para obras rodoviárias similares. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 4 Serão construídos 5 túneis com 2 faixas de rolamento e 1 acostamento, todos localizados no trecho da rodovia situado em área do município de Caraguatatuba e em áreas do Parque Estadual da Serra do Mar, com topografia acidentada recoberta de mata atlântica Foto 1.0.b Vales profundos e paredes rochosas caracterizam o trecho que será atravessado por túneis O trecho em túneis permitirá um traçado geométrico favorável e uma redução dos impactos ambientais Além disso, o planejamento estratégico da logística da obra, também apresentado como parte do EIA, permitiu uma otimização das áreas de apoio e frentes de trabalho necessárias, reduzindo significativamente as intervenções dentro do PESM. Ao longo de sua extensão de aproximadamente 21,5 km, estão previstas uma interseção com a atual Rodovia dos Tamoios no km 65 e uma Interseção em Caraguatatuba , no km 82 do novo traçado. Além disso, foram previstas duas ligações operacionais com a atual Rodovia dos Tamoios, situadas na altura do km 69,3 e km 76. As duas ligações operacionais com a atual Rodovia dos Tamoios proporcionarão acesso a frente de ataque para a realização das obras a partir da rodovia existente e a possibilidade de utilização futura em operação conjunta e/ou emergencial entre as pistas existentes e de duplicação. No projeto de engenharia estão previstas a implantação várias obras de arte especiais (OAEs), tais como túneis, viadutos e pontes. As OAEs tem como objetivo transpor obstáculos naturais (talvegues e corpos d’água) ou manter a comunicação entre os dois lados da rodovia sem interferir com o fluxo viário e com o Parque Estadual da Serra do Mar. Na Tabela 1.5.a são apresentadas as principais características geométricas do projeto de engenharia do empreendimento. Os principais componentes permanentes do empreendimento serão uma pista principal, ramos de interseção, acessos, obras de arte especiais (túneis, pontes e viadutos) contenções e obras de arte correntes. Os cinco (5) túneis projetados, com 2 faixas de rolamento e 1 acostamento, totalizam uma extensão de 12,6 km, sendo todos localizados no trecho da rodovia situado em área do município de Caraguatatuba e em áreas do Parque Estadual da Serra do Mar. Destaca-se que a utilização de túneis em áreas com cobertura vegetal florestal e topografia acidentada (Foto 1.0.b ), como é o caso do trecho do empreendimento, tem a vantagem de permitir um traçado geométrico mais favorável e com redução dos impactos ambientais em comparação à alternativa de execução de extensos percursos em superfície, em terraplenagem. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 5 Tabela 1.5.a Principais Características Técnicas e Geométricas d a Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Características Pista Ascendente Ramos Velocidade (km/h) 100 30 Raio Mínimo (m) 230 35 Greide máximo (%) 5% 6% Greide mínimo (%)0,5% 0,5% Superelevação Máxima (%) 4% 5% Número de faixas 2 1 ou 2 Largura total mínima da faixa de domínio (m) 130 m 65 m Largura de cada faixa de rolamento (m) 3,5 m 3,5 m Largura da cada faixa de segurança (m) 0,6 m 0,6 m Largura de cada acostamento (m) 3,50 m 3,0 m Gabarito vertical mínimo 5,50 m 5,50 m Plataforma total (2 faixas de rolamento + 1 acostamento + área de drenagem) As características do Trecho Serra visam dotar o traçado de 21,5 km, com condições que permitam o tráfego em velocidade de 80 km/h e dentro dos padrões de segurança necessários Entre os km 60,48 e 64,40 o traçado seguirá as mesmas características do projeto de duplicação do trecho de planalto da Tamoios Entre os km 64,40 e 82,00 a pista utilizará uma diretriz inteiramente nova Características Geométricas Básicas As características geométricas projetadas para a Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra - visam dotar esse trecho de 21,5 km, de condições que permitam o tráfego em velocidade compatível com o nível de serviço pretendido, de 80 km/h e dentro dos padrões de segurança necessários. No projeto de engenharia estão previstas a implantação de obras de arte especiais (OAEs), tais como pontes, viadutos e túneis rodoviários. As OAEs têm como objetivo principal a travessia de obstáculos naturais, principalmente localizados em área do PESM. Assim, intercalados aos túneis, foram projetados viadutos para a travessia de talvegues profundos, além de muros de contenção e cortes e aterros em trechos restritos em que o traçado segue pela meia encosta. As obras de arte especiais previstas como parte integrante do empreendimento compreendem uma (1) ponte, um (1) pontilhão, nove (9) viadutos e cinco (5) túneis totalizando, respectivamente 245 m, 18 m, 2.314 m e 12.620 m de extensão. Seções Típicas Pista Principal No Subtrecho 1 da duplicação, ao longo do eixo atual da Rodovia dos Tamoios (km 60,48 a 64,40), o traçado segue as mesmas características do projeto de duplicação do trecho de Planalto da Rodovia dos Tamoios e será implantado pelo lado direito (pista sul) da pista existente. Nessa condição o Subtrecho 1 deverá apresentar as seguintes características básicas: Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 6 Os túneis principais serão em solo e rocha, com gabarito vertical mínimo de 5,5 metros e diâmetro médio de 14,7 metros • Pista de rolamento: 2 pistas com 2 faixas, sendo cada faixa com 3,6 m de largura separadas por barreira rígida de concreto; • Acostamento: 1 acostamento externo com 3 m de largura para cada pista; • Refúgio: 1 refúgio ao “canteiro central” com 1,00 m de largura para cada pista; • Faixa de segurança: 1 faixa de segurança externa com 2,0 m de largura. No Subtrecho 2 da duplicação entre os km 64,40 e 82,00, a pista será desenvolvida utilizando-se uma diretriz inteiramente nova. Ao longo dessa diretriz o projeto rodoviário será implantado em uma primeira etapa com uma pista ascendente com duas faixas de rolamento. O projeto já prevê uma futura pista descendente a ser oportunamente executada paralela à pista ascendente. Neste segmento as características da pista principal são: • Pista de rolamento: 1 pista com duas faixas de rolamento de 3,5 m de largura cada; • Acostamentos: 1 acostamento com largura de 3,50 m; • Faixa de segurança: 2 faixas de segurança externa com 0,6 m de largura cada. Foi prevista uma faixa marginal à atual pista da rodovia Tamoios entre o acesso ao Bairro Alto da Serra e o dispositivo de interseção da SP 099. Por outro lado, o traçado situa-se em grande proporção em áreas do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) e não interceptará áreas com ocupação urbana lindeira.. Pontes e Viadutos As obras de arte especiais (OAEs) somam uma extensão total de 2,56 km sendo compostas por uma ponte, um pontilhão e nove viadutos. Túneis Como já comentado serão construídos 5 túneis totalizando 12,6 km de extensão, todos no município de Caraguatatuba e em áreas do PESM. Os túneis principais serão em solo e rocha, com gabarito vertical mínimo de 5,5 m e diâmetro médio de 14,7 m. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 7 Também foram previstos no projeto básico túneis de ligação e serviço, os quais servirão como passagem de emergência. Os acessos e saídas de emergências serão constituídos por: a) corredores laterais com proteção de defensas, corrimão e escadas ou rampas; b) faixa de rolamento na via lateral do túnel para uso prioritário de veículos de emergência; e, c) áreas de refúgio de veículos a cada 500 m. Está previsto um túnel de serviço (paralelo e contíguo) para passagem de pessoas, com acessos por meio de portas corta-fogo a cada 250 m. Contenções Em vários trechos em superfície da rodovia optou-se por soluções em contenções tendo em vista diminuir as grandes escavações e, consequentemente, a área de desmatamento. Localizam-se entre os túneis e ocasionalmente interferem com as implantações dos viadutos. Essas áreas são previstas para propiciar o isolamento lateral das estruturas dos viadutos contra empuxos de terra, e garantir a estabilidade geral do maciço de modo a não comprometer suas fundações. Obras de Arte Correntes O projeto de drenagem prevê o direcionamento do escoamento original das águas superficiais de maneira a recompor a situação de drenagem natural do terreno, sem interferir nas condições de segurança rodoviária da pista. Características Geométricas das Obras Auxiliares Para a execução do empreendimento serão implantados três (03) caminhos de serviços em superfície, com 10 m de largura, sendo que o caminho de serviço CS2 é composto por segmentos descontínuos. Os caminhos de serviços previstos para implantação situam-se principalmente nas frentes de obras localizadas entre os túneis longos e nas proximidades com a atual Rodovia dos Tamoios, conforme descrição apresentada na Tabela 1.5.a e na Figura 1.5.a . Tabela 1.5.a Localização e Extensão dos Caminhos de Serviços das Obras da Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Caminho de Serviço Localização Extensão (m) Função CS 01 Entre os Túneis T2 e T3 nas proximidades dos Viadutos V2 e V3 1.101,0 Execução do emboque de jusante do Túnel T2, dos viadutos V2 e V3 e emboque de montante do Túnel T3 CS 02 Entre os Túneis T4 e T5 nas proximidades dos Viadutos V4 e V5 595,0 Execução do emboque de jusante do Túnel T4 e dos viadutos V4 e V5 e do emboque de montante do Túnel T5 CS 03 Entre o final do Túnel T5 e o Viaduto V6 536,2 Acesso ao emboque e jusante do Túnel 5 e encontro do Viaduto V6 Total 2.232,2 Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 8 2.0 Justificativas do Empreendimento Foto 2.0.a Área urbanizada de Caraguatatuba A Rodovia dos Tamoios é a principal ligação viária entre os municípios do Litoral Norte com as demais regiões do Estado de São Paulo, com destaque para a região denominada Macrometrópole Paulista, onde vivem cerca de 26 milhões de habitantes A Rodovia dos Tamoios (SP 099) foi construída pelo DER/SP para fazer a ligação entre as cidades de São José dos Campos e Caraguatatuba, sendo pavimentada em 1957. Em associação com a Rodovia Manoel Hyppólito Rego (SP 055), que faz a ligação dos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião, permitiu, a partir da década de 60, o acesso ao Litoral Norte, envolvendo as regiões de Caraguatatuba (Foto 2.0.a ), Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela, que conformam atualmenteuma das principais regiões turísticas do Estado de São Paulo, recebendo um crescente fluxo de visitantes. A partir desse período ocorreu nessa região litorânea um processo de intensificação da ocupação, principalmente com atividades associadas ao turismo baseado na segunda residência, que configura o modelo de turismo vigente atualmente no Litoral Norte do Estado de São Paulo. Complementa o sistema de acesso ao Litoral Norte a Rodovia Oswaldo Cruz (SP 125), que liga as cidades de Taubaté a Ubatuba. A Rodovia dos Tamoios é a principal ligação viária entre os municípios do Litoral Norte com as demais regiões do Estado de São Paulo, com destaque para a região denominada Macrometrópole Paulista, onde vivem cerca de 26 milhões de habitantes, formada pelas seguintes regiões: (i) Região Metropolitana de São Paulo- RMSP (21 milhões de habitantes); (ii) Região Metropolitana da Baixada Santista (1,6 milhões de habitantes); (iii) Região Metropolitana de Campinas (2,7 milhões habitantes); (iv) aglomerações urbanas de Sorocaba, e do Vale do Paraíba (2,2 milhões e habitantes), no entorno de São José dos Campos, e microrregiões contidas no seu perímetro. De acordo com informações do Plano Diretor de Desenvolvimento de Transportes do Estado de São Paulo - PDDT, mais de 50% de todas as cargas transportadas dentro do Estado têm origem ou destino na região da Macrometrópole Paulista. Em termos de infraestrutura de transporte regional de cargas, a Rodovia dos Tamoios faz parte do Sistema Logístico Norte, contribuindo para o escoamento de produção do interior do Estado de São Paulo, em conjunto com o Porto de São Sebastião e as rodovias SP 055, SP 065 - Rodovia Dom Pedro I - e SP 070 - Rodovia Carvalho Pinto. Dois trechos distintos, tanto em termos de tráfego como em termos de configuração física, compõem a Estrada dos Tamoios: o Trecho Planalto e o Trecho Serra. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 9 As perspectivas de evolução da demanda na Rodovia dos Tamoios estão fortemente associadas às demandas de transportes no Litoral Norte As atividades que geram as demandas de transporte de cargas ou passageiros no Litoral Norte são: turismo litorâneo; implantação de projetos do setor de petróleo e gás e o Porto de São Sebastião • O Trecho Planalto tem início no entroncamento com a Rodovia Presidente Dutra (BR 116), no município de São José dos Campos, intercepta a Rodovia Governador Carvalho Pinto (SP 070) na região do km 10,5, ainda no município de São José dos Campos, passa pelos acessos aos municípios de Jambeiro (km 23) e Paraibuna (km 32), pela interligação com a Rodovia Alfredo Rolim de Moura (SP 088) de acesso a Salesópolis no km 55, até o início do Trecho Serra. • O Trecho Serra, com diferente padrão de sinuosidade e relevo, é o objeto do presente licenciamento. Faz a ligação entre o Planalto e o Litoral Norte, com um desnível de aproximadamente 700 m, desde o km 60+480, onde termina o trecho Planalto fora do PESM, nas imediações da divisa dos municípios de Paraibuna e de Caraguatatuba, até o km 83,4 quando intercepta a Rodovia Manoel Hyppólito Rego (SP 055), com uma extensão de aproximadamente 19 km, em pista simples com uma faixa de tráfego por sentido. Atualmente as perspectivas de evolução da demanda na Rodovia dos Tamoios estão fortemente associadas às perspectivas de intensificação ou crescimento de três grupos predominantes de atividades que direta ou indiretamente são geradoras de demandas de transportes de cargas e ou de passageiros no Litoral Norte: (i) atividades de turismo litorâneo; (ii) implantação de projetos do setor de petróleo e gás; (iii) atividades do Porto de São Sebastião. As análises realizadas com base nos dados do DER indicam que hoje, mesmo com as medidas de restrição ao tráfego de veículos pesados, há uma saturação da capacidade viária, que opera também com nível inadequado de segurança. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 10 3.0 Avaliação de Alternativas Foram desenvolvidas, analisadas e comparadas um total de 7 (sete) alternativas de traçado ligando o Planalto e a Baixada em Caraguatatuba, com percurso pela Serra do Mar e pelo Parque Estadual (PESM) Em função do grande desnível e da pequena distância horizontal entre os pontos que devem ser interligados (Planalto e a Planície em Caraguatatuba), não há distanciamento horizontal suficiente para transpor diretamente a Serra do Mar com a rampa máxima de projeto estabelecida, de 5% (Figura 3.0.a ). Por tal motivo, a formulação das alternativas aumentou propositadamente o percurso de cada uma, de forma que seja possível transpor o desnível da Serra do Mar com a rampa máxima previamente definida como parte do padrão da rodovia ou do nível de serviço a ser alcançado. Considerando o fato de que o objeto de licenciamento é uma duplicação rodoviária, a primeira opção locacional e tecnológica considerada foi a implantação na nova pista dentro dos limites da faixa de domínio, ou seja, ao lado da pista existente mediante o alargamento da plataforma ou do corpo estradal. Outra opção foi a implantação da nova pista através de um novo traçado, com desenvolvimento fora dos limites da faixa de domínio da pista existente. Trata-se de alternativa que deve ser considerada em projetos de duplicação rodoviária em função da necessidade de correções de características geométricas inadequadas para o enquadramento da rodovia na classe de serviço proposta ou em razão de interferências significativas com a ocupação ou outros atributos ambientais lindeiros à faixa de domínio da pista existente, como é o caso do atual Trecho Serra da Rodovia dos Tamoios. Assim, dadas as características e condicionantes geomorfológicos e geotécnicos locais, a opção pela simples ampliação lateral do corpo estradal não é a opção locacional ou tecnológica de menor impacto socioambiental, sobretudo pela necessária movimentação de terra e pelo potencial de desequilíbrio nas encostas. Assim, outras opções tecnológicas e locacionais para transposição da escarpa prioritariamente através de túneis longos mostra-se como alternativa à opção convencional de duplicação rodoviária em uma região montanhosa e úmida como a Serra do Mar. As alternativas de traçado foram formuladas e detalhadas pelo Consórcio Projetista Engevix-Themag como parte dos estudos de viabilidade do empreendimento. Foram desenvolvidas, analisadas e comparadas um total de 7 (sete) alternativas de traçado ligando o Planalto e a Baixada em Caraguatatuba, com percurso pela Serra do Mar e pelo Parque Estadual. Seis dessas alternativas, denominadas 1.000, 2.000, 3.000, 4.000, 5.000 e 6.000, têm como característica principal a predominância de percursos em túnel, em detrimento de trechos em superfície. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 11 Figura 3.0.a Serra do Mar em Caraguatatuba Fonte: Google Earth (2012) A alternativa 1.000 foi a escolhida já que permite uma menor interferência no PESM e utiliza áreas que já foram impactadas pelo atual Trecho Serra, além de permitir várias frentes de ataque às obras pela proximidade à atual rodovia (Figura 3.0.b ). Por outro lado, já na baixada, esta alternativa desemboca em trecho próximo ao Contorno Sul de Caraguatatuba, em região ainda não urbanizada, sem impactos sobre usos antrópicos. A Alternativa selecionada foi objeto ainda de novas otimizações resultando no projeto recomendado para o Trecho. No que se refere à execução das obras, tendo como referênciaas características do traçado, bem como a quantidade e a posição dos emboques dos túneis, o Consórcio Projetista Engevix-Themag individualizou 8 frentes de ataque, conforme consolidado na Tabela 3.0.a . O prazo estimado para a implantação desta alternativa é de 38 meses. Planalto Planície Caraguatatuba Escarpa ~ 800 m ~ 4 km Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 12 Tabela 3.0.a Alternativa 1000 – Frentes de ataque às obras Frente Obras / Sequência de execução Acesso 1 Viaduto 1 / viaduto 2 / túnel 1 SP-099 – km 64,5 2 Túnel 2 / viaduto 3 / túnel 1 SP-099 – km 71,7 3 Viaduto 4 / túnel 3 SP-099 – km 72,5 4 Túnel 4 / túnel 3 SP-099 – km 77,0 5 Túnel 6 SP-099 – km 77,5 6 Caminho de serviço / túnel 6 Caminho de serviço – Córrego do Canivetal 7 Caminho de serviço / viaduto 5 / viaduto 6 / túnel 7 Caminho de serviço - Córrego Canivetal 8 Viaduto 7 Estrada do Pau D´Alho 4.0 Diagnóstico Ambiental O diagnóstico ambiental da região de abrangência da duplicação do Trecho Serra foi desenvolvido com o objetivo viabilizar a análise das relações entre os diversos componentes dos sistemas físico, biótico e antrópico das áreas de influência do empreendimento O diagnóstico ambiental da região de abrangência da duplicação do Trecho Serra foi desenvolvido no EIA com o objetivo viabilizar a análise das relações entre os diversos componentes dos sistemas físico, biótico e antrópico das áreas de influência do empreendimento. Atendendo a essa diretriz geral, o diagnóstico ambiental foi estruturado por um sistema de aproximações sucessivas, ou seja, analisam-se, em primeiro lugar, todos os aspectos de interesse na escala regional de forma a contextualizar e facilitar, no segundo nível, a análise mais detalhada dos aspectos ambientais locais. 4.1 Áreas de Influência A delimitação das áreas de influência é um aspecto estratégico na condução dos Estudos de Impacto Ambiental - EIAs. Na prática tal procedimento constitui-se na definição das unidades espaciais de análise adotadas nos estudos, norteando não apenas a elaboração do diagnóstico ambiental (ou seja, a delimitação das áreas de estudo), mas também a avaliação dos impactos socioambientais potencialmente decorrentes da implantação e operação do empreendimento (ou seja, as áreas sujeitas a alterações atribuíveis ao empreendimento). As delimitações das áreas de influência, além de atender a legislação têm, portanto, a dupla função de delimitar geograficamente as áreas de estudo, onde são coligidas e analisadas as informações pertinentes à completa caracterização atual e tendências sem o empreendimento, e as áreas passíveis de serem impactadas, direta ou indiretamente, positiva ou negativamente, em função do empreendimento. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 13 A AID é o espaço geográfico que contemplou todas as alternativas de traçado propostas, permitindo mapeamentos e estudos detalhados, como os usualmente feitos ao nível de AID para Estudos de Impacto Ambiental. Em um segundo momento, após a confirmação da alternativa de traçado recomendada, que inclusive prioriza a utilização de túneis minimizando as intervenções em superfície, houve a delimitação de uma AID onde os impactos diretos da obra na alternativa recomendada estarão potencialmente ocorrendo, onde foi contemplada uma área envoltória de no mínimo 100 metros além de cada frente de trabalho em superfície. Consequentemente, na etapa de avaliação de impactos potenciais, a AID originalmente ampliada para abarcar toda área de estudo de alternativas de traçados, foi redefinida em função da avaliação de impactos potenciais diretamente atribuíveis ao planejamento, construção e operação do traçado rodoviário recomendado. Como nesta obra, dada a sensibilidade ambiental do entorno, o mapeamento de todas as áreas a serem afetadas para viabilizar a construção da rodovia foi considerado como parte integrante da etapa de decisão da viabilidade ambiental do empreendimento, este planejamento detalhado de cada frente de obra foi antecipado de maneira a já ser contemplado no EIA, mapeado em escala compatível e apresentado juntamente com a Área Diretamente Afetada – ADA e referenciada como AID envoltória do traçado. Nesta escala, já foram definidas e incorporadas as medidas de controle e mitigação ambiental, consolidadas em programas ambientais, e que se adequadamente executadas, recomendam a viabilidade ambiental do projeto. Outro aspecto a ser considerado na delimitação das áreas de influência refere-se a que este trecho de duplicação da Rodovia dos Tamoios no Trecho Serra é parte integrante de um conjunto de obras rodoviárias para o Litoral Norte, que incluem a duplicação do trecho Planalto da mesma rodovia, atualmente já em execução, e a construção dos Contornos rodoviários em Caraguatatuba e São Sebastião, ordenando o tráfego rodoviário na zona litorânea. Como último trecho a ser licenciado, neste conjunto de obras voltado à ampliação de capacidade e melhoria nas condições de segurança rodoviária, a execução deste trecho capitalizará os benefícios decorrentes do conjunto de investimentos em todo o sistema que interliga o Vale do Paraíba com os municípios de Caraguatatuba e São Sebastião. Portanto, a futura operação do Trecho Serra concretizará benefícios e também riscos principalmente socioeconômicos em nível regional atribuíveis ao conjunto de melhorias rodoviárias, em uma influência de caráter difuso, tratada no presente EIA no diagnóstico de temas relevantes em uma Área de Abrangência Regional – AAR. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 14 A análise desenvolvida no diagnóstico incorporou, nos casos pertinentes, as variáveis temporais, levando em consideração as tendências de evolução futura dos componentes caracterizados dentro do âmbito da região de interesse. Assim, por exemplo, a situação do tráfego regional foi prognosticada, com base em técnicas de modelagem, para um horizonte de 30 anos (ver Seção 3.0 do EIA). Da mesma forma, o diagnóstico socioeconômico incluiu projeções populacionais até 2020. Essas simulações, projeções e análises constituem o prognóstico das variáveis de interesse no nível regional que viabilizaram a incorporação da variável temporal na avaliação ambiental do empreendimento. A proposição de uma Área de Abrangência Regional (AAR) como unidade de análise no presente EIA está fundamentada no fato da Rodovia dos Tamoios constituir-se na principal ligação entre o Litoral Norte e as demais regiões do estado. De acordo com o TR, este recorte permite uma análise integrada e mais abrangente do empreendimento, e sua interação com os demais projetos previstos para o Litoral Norte, considerando principalmente os aspectos socioeconômicos. Os limites da AAR incluem os quatro municípios do Litoral Norte, que são Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela, além do município de Paraibuna, já no Planalto. A área regional assim delimitada totaliza o território de cinco municípios, atingindo 276.370 ha. A Área de Influência Indireta é definida em função da susceptibilidade potencial aos impactos indiretos decorrentes de ações de planejamento, implantação e operação do empreendimento, abrangendo os componentes ambientais e socioeconômicos. A AII considera os territórios dos municípios de Paraibuna e Caraguatatuba tanto para o Meio Socioeconômico como para os Meios Físico e Biótico, totalizando área de 129.103 ha. Visando aprofundar ainda mais a avaliação, diversos impactos do empreendimento, principalmentedurante a fase de implantação, processar-se-ão de forma espacialmente restrita, limitada às áreas de intervenção direta das obras, exigindo uma caracterização mais detalhada da faixa de intervenção. Nessa faixa de intervenção quantificar-se-ão, por exemplo, as necessidades de supressão de vegetação nativa e a extensão das interferências em áreas de preservação permanente. Devido a isto, delimita-se, complementarmente à AAR, AII e AID, a Área Diretamente Afetada pelo traçado recomendado - ADA, abrangendo basicamente: • Toda a faixa de intervenção direta das obras, até 5 metros do off-set de cortes, 10 metros da base das saias de aterro, e 10 metros do limite do acostamento em trechos que se desenvolvem na cota do terreno natural. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 15 A delimitação da AID procurou abranger área que incluísse todas as alternativas de traçado estudadas para a duplicação da rodovia, bem como as bacias de drenagens interceptadas • Todas as áreas de apoio necessárias durante a construção da rodovia, como as áreas de depósito de matéria excedente, empréstimo, depósito de espera, áreas industriais, canteiros, frentes de obra, e os caminhos de serviço a ser utilizados. A ADA, que totaliza 68,20 ha. As informações resultantes dos estudos desenvolvidos foram, sempre que possível, lançadas sobre bases cartográficas ou imagens de satélite ou aéreas, em escalas compatíveis com as necessidades de análise. Para a AID, o mapeamento apresentado utilizou principalmente ortofotocartas nas escalas 1:10.000 e 1:20.000, resultantes da restituição de fotografias aéreas verticais, métricas, coloridas, de recobrimento aerofotogramétrico feitas no período de 2005, ampliados para a escala 1:10.000 e/ou 1:5.000. Além disso, foram utilizadas imagens mais recentes (2010), disponibilizadas pelo Google Pro, do Satélite World View 2. Para o mapeamento da ADA, utilizou-se a mesma base e escala da AID. Os estudos feitos para a AID, utilizada nos estudos de macro-diretrizes, foram feitas na escala 1:25.000 ou menor. 4.2 Diagnóstico Ambiental da Área de Influência Direta (AID) O Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar foi utilizado no nível de diagnóstico da AID, incluindo levantamentos de campo e mapeamentos em escala 1:10.000, que permitem uma visão clara das restrições ambientais a cada traçado. No caso dos dados socioeconômicos, foi mantida a mesma delimitação da AID para os meios físico e biótico, utilizando-se os setores censitários do IBGE no diagnóstico antrópico. A AID considerou uma área total de 20.433 ha, é representada na Figura 4.2.a . Posteriormente, com a definição de um traçado recomendado, uma AID mais detalhada foi definida e mapeada em escala 1:5.000. Dessa forma, utilizou-se área envoltória de cerca de 100 m a partir de cada frente de obras (296,71 ha), sendo que para o meio físico utilizou-se uma área de até 500 m ao longo de todo o traçado do empreendimento. Meio Físico Para a análise do meio físico da área foram consideradas as informações dos mapas geológicos e geomorfológicos compilados, as informações sobre solo, sobre o comportamento geotécnico das diversas áreas interceptadas pela rodovia e os dados de campo que foram sistematizados para caracterizar os diferentes atributos dos terrenos. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 16 Foto 4.2.a Terrenos amorreados angulosos Foto 4.2.b Terrenos íngrimes escarpados, com alta declividade das encostas Foto 4.2.c Córrego dos Quinhentos Réis Foto 4.2.d Afluente do Ribeirão da Lagoa na Fazenda Serramar Foto 4.2.e coleta de água para análise Terrenos O conceito de terreno, utilizado nessa avaliação, refere-se a uma porção da superfície terrestre que é caracterizada pela similaridade do arranjo espacial de seus componentes e atributos e que pode ser facilmente reconhecida pela sua fisionomia, tanto no campo quanto por meio de imagens de sensores remotos. Os terrenos definem-se por sua forma (relevo), sua constituição (substrato rochoso ou sedimentos), sua cobertura detrítica (solo) e por sua dinâmica superficial. A análise permitiu a identificação de nove (9) tipos de terrenos na AID: Amorreados angulosos (Foto 4.2.a ), Amorreados baixos, Íngremes e Escarpados (Foto 4.2.b ), Detrítico fluviogravitacional, Detrítico fluviocoluvial, Detrítico fluviomarinho, Detrítico marinho e Praias. Os estudos permitiram avaliar as potencialidades, restrições e sensibilidade ambiental de cada unidade de terreno para a construção do Trecho Serra e definir a melhor alternativa de traçado. Qualidade da Água A avaliação da qualidade das águas superficiais seguiu a Resolução CONAMA 357/05. Foram realizados levantamentos em campo no PESM (Fotos 4.2.c , 4.2.d e 4.2.e), contemplando as estações seca e chuvosa, com foco principal na avaliação da qualidade ambiental do ecossistema aquático utilizado pelas comunidades de fitoplâncton, zooplâncton, macroinvertebrados bentônicos e peixes. Todos os corpos d’ água analisados apresentaram, de modo geral, boas condições de qualidade da água em relação aos parâmetros analisados. Passivos Ambientais O levantamento de passivos ambientais teve como foco principal a identificação de áreas contaminadas localizadas na AID do empreendimento e de áreas degradadas do ponto de vista dos processos do meio físico, situadas principalmente nas proximidades do traçado do empreendimento e ao longo do eixo da atual Rodovia dos Tamoios. Foram cadastradas na AID 16 (dezesseis) áreas contaminadas, sendo todas relacionadas como postos de combustível. A maioria situa-se ao longo da SP 055, da Rodovia dos Tamoios ou em áreas urbanas de Caraguatatuba incluídas na AID do empreendimento. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 17 Foto 4.2.f Escorregamentos frequentes nas vertentes alteradas pela implantação da atual rodovia Foto 4.2.g Atual travessia do Reservatório de Paraibuna, que será duplicada, com vegetação herbácea Para a localização das áreas degradas do ponto de vista do meio físico buscou-se um mapeamento de áreas de solo exposto e/ou com evidências de processos erosivos e de movimentos de massa (Fotos 4.2.f ). Meio Biótico Vegetação Em virtude do ultimo mapeamento do uso do solo apresentado no Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) contemplar toda a AID do Trecho Serra, o mesmo foi adotado como mapa da cobertura vegetal da AID do empreendimento. Este mapeamento foi baseado na base de dados da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (REBIO)/Instituto Florestal do Estado de São Paulo (IF) para o PPMA. No entanto, para o presente estudo, foi elaborado um mapa das formações vegetais nativas e/ou antropizadas e áreas antrópicas existentes em um buffer de 100 metros no entorno das áreas em que haverá intervenções sobre a cobertura vegetal para implantação do empreendimento. As observações de campo efetuadas nas vistorias terrestres, realizadas entre os dias 15 e 24 de julho de 2009, além dos dados provenientes do inventário florestal e levantamento florístico de 2009 e 2012, subsidiaram a interpretação das imagens aerofotogramétricas e o mapeamento e caracterização da cobertura vegetal. Em 10 de agosto de 2012 foi realizado um sobrevôo sobre a AID para atualizar o mapeamento inicialmente elaborado, com foco nas alternativas de traçado e possíveis áreas de intervenção para implantação do empreendimento (Foto 4.2.g). Os mapeamentosforam espacializados nas escalas 1:25.000, para a AID e 1:10.000 e 1:5.000 nas áreas de intervenção e entorno.Foram amostradas um total de 42 parcelas ou 21.000 m2 (2,1 ha) de área inventariada, contemplando a sazonalidade. Os resultados mostram que a distribuição e o estado de preservação ou degradação da cobertura vegetal nativa na AID estão intimamente ligados ao tipo e intensidade da ocupação antrópica, cuja aptidão ao uso se deu em função do relevo desta região. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 18 Assim, a distribuição da cobertura vegetal nativa atual na AID é resultado da ocupação antrópica passada, em decorrência principalmente da implantação de áreas destinadas à atividade agropecuária, pelo crescimento da mancha urbana e a implantação de infraestruturas diversas, com destaque para a própria Rodovia dos Tamoios, além de dutos e linhas de transmissão. As principais formações vegetais presentes na AID são as florestas ombrófilas densas montana, submontana, das terras baixas e aluvial, floresta alta de restinga, floresta paludosa, mangue e vegetação secundária. Também foram identificados diferentes tipos de vegetação antropizada (herbácea, reflorestamentos, áreas de cultivo e bambuzais). A Tabela 4.2.a apresenta a quantificação de cada uma das categorias de mapeamento existentes na AID do Trecho Serra da Duplicação da Rodovia dos Tamoios, conforme o mapeamento do uso do solo apresentado no Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar, bem como a quantificação das mesmas dentro do Parque. De todas as espécies de plantas vasculares levantadas no presente estudo, 38 espécies apresentam algum grau de ameaça, representando 5,3% do total de espécies encontradas no levantamento executado. Tabela 4.2.a Cobertura vegetal na AID (ha) Unidades de Mapeamento Área na AID % AID Área no PESM % no PESM Vegetação nativa 13.182,55 64,66 11.205,94 54,97 Floresta Ombrófila Densa Alto Montana 3,18 0,01 3,20 0,01 Floresta Ombrófila Densa Montana 4.368,29 21,43 4.368,15 21,44 Floresta Ombrófila Densa Submontana 3.023,89 14,83 2.869,34 14,08 Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas 49,14 0,24 0,00 0,00 Formação Arbórea/Arbustiva/Herbácea de Terrenos Marinhos Lodosos (manguezal) e Várzea 31,35 0,15 6,19 0,03 Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila 5.706,69 28,01 3.959,07 28,61 Vegetação antrópica 4.701,87 23,07 674,02 3,31 Campo Antrópico 1.700,96 8,34 568,83 2,79 Reflorestamento 140,99 0,70 71,08 0,35 Agricultura 2.859,92 14,04 34,11 0,17 Outras 2.502,12 12,28 408,81 2,01 Área Urbana 1.708,63 8,39 2,12 0,01 Mineração 18,78 0,09 8,57 0,04 Corpo d´água 683,46 3,35 370,50 1,82 Areia 24,68 0,12 0,00 0,00 Solo Exposto 66,58 0,33 27,61 0,14 Total 20.386,54 100 12.288,76 60,28 Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 19 Foto 4.2.h Armadilha de queda para levantamento da fauna na AID (método invasivo) Foto 4.2.i Registro de anta, com câmera infravermelha na AID (método não invasivo Foto 4.2.j Registro de onça parda registrada com câmera na AID Foto 4.2.k Saíra militar ( Tangara cyanocephala) coletada na AID Foto 4.2.l Perereca ( Aplastodiscus leucopygius) coletada na AID Fauna Terrestre O levantamento de fauna terrestre na AID do Trecho Serra foi realizado de acordo com o Termo de Referência – TR para elaboração do EIA-RIMA (Parecer Técnico No 192/11/IE) e Autorizações de manejo in situ N° 20/2012 e Nº 46/2012 emitidas pelo Centro de Fauna Silvestre da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Foto 4.2.h ). O trabalho de campo foi realizado em dois períodos distintos: a 1ª campanha, no período úmido, foi realizada entre os dias 27 de fevereiro a 10 de março de 2012; e a 2ª Campanha, no período seco, foi realizada entre os dias 18 e 30 de junho de 2012. Em ambas as campanhas, os trabalhos de campo dividiram- se em duas etapas: na Etapa A foi realizado o reconhecimento das áreas de amostragem, foram solicitadas autorizações dos proprietários das áreas onde foram feitas as amostragem e instalados os sistemas de captura; na Etapa B foram realizadas as atividades de ativação dos sistemas de captura e demais procedimentos metodológicos para o levantamento da fauna de vertebrados terrestres (métodos invasivos e não invasivos). O levantamento de mastofauna na AID do empreendimento permitiu o registro de 52 espécies de mamíferos (médios e grande, pequenos e quirópteros), pertencentes a 19 Famílias e 9 Ordens (Fotos 4.2.i e 4.2.j). Dentre o número total de mamíferos amostrados no presente levantamento, 18 espécies encontram-se com algum grau de ameaça de extinção. O levantamento de aves permitiu registrar 240 espécies da avifauna, pertencentes a 52 famílias e 20 ordens (Foto 4.2.k). O levantamento da herpetofauna (anfíbios e répteis) na AID do empreendimento permitiu o registro de um total de 36 espécies, distribuídas em 13 famílias e 2 ordens, totalizando 230 indivíduos registrados (Foto 4.2.l ). Cabe agregar que o esforço amostral foi adequado e a maioria das espécies coletadas é de ampla distribuição. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 20 Foto 4.2.m Mimagoniates microlepis coletado na AID Foto 4.2.n Estabelecimentos comerciais e de serviços em Caraguatatuba Fauna Aquática Os resultados das avaliações das comunidades de Fitoplâncton, Zooplâcton, Macroinvertebrados bentônicos e Peixes, referentes às coletas realizadas em duas épocas sazonais distintas, chuvosa e seca em cinco pontos de coleta (autorização SMA/CFS 8588/11), indicam que as características do ambiente podem favorecer as espécies de ambientes lóticos (rios) de pouca profundidade e de maior correnteza. Já a comunidade de macroinvertebrados bentônicos esteve representada por insetos, gastrópodes e anelídeos. Os grupos mais representativos apresentam adaptação a ambientes aquáticos em diversos estados de conservação e, em muitos casos, são utilizados como indicadores das alterações antrópicas (despejo de efluentes, retirada de mata ciliar). A composição da ictiofauna (peixes) encontrada nas cinco localidades amostradas mostram que os indivíduos coletados estão distribuídos em 4 ordens (Characiformes, Siluriformes, Cyprinodontiformes e Gymnotiformes), 8 famílias (Characidae, Crenuchidae, Callichthyidae, Heptapteridae, Loricariidae, Trichomycteridae, Poeciliidae e Gymnotidae) e 12 espécies (Foto 4.2.m ). Todas as espécies são de origem autóctone, de pequeno porte, sedentárias, com hábito alimentar caracterizado como detritívoro, insetívoro, herbívoro, onívoro e carnívoro. Nove (09) espécies foram classificadas como em “Menor risco à extinção” e, as demais, como não ameaçada ou em perigo, segundo a lista oficial adotada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Meio Antrópico Na Área de Influência Direta encontram-se vários bairros da cidade de Caraguatatuba, além de setores rurais de Paraibuna, onde foram mapeados e georreferenciados os equipamentos sociais e de infraestrutura existentes (Fotos 4.2.n e 4.2.o). Para o levantamento e diagnóstico da infraestrutura física e social presente, os dados utilizados foram extraídos do Zoneamento Ecológico-Econômico do Litoral Norte do Estado de São Paulo, elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente em 2006; além de dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e da Prefeitura Municipal da Estância Balneária de Caraguatatuba. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER -DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 21 Foto 4.2.o Área urbanizada consolidada de Caraguatatuba (Bairros Centro, Indaiá, Jd. Progresso) Estes dados foram complementados com o levantamento de uso do solo, informações disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de Caraguatatuba e no Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar, e ainda consulta a sites de imobiliárias locais e realização de levantamentos de campo. Com relação direta ao traçado selecionado e suas áreas de influência, cabe observar que somente no subtrecho final, entre o limite do PESM e a interligação com o Contorno Sul de Caraguatatuba e de São Sebastião, na altura da Fazenda Serramar encontra-se em área de expansão urbana, ainda sujeita a futuras alterações no uso do solo. Todas as outras áreas inventariadas já apresentam uso do solo consolidado e definido, sem ocupação antrópica. Uso e Ocupação do Solo A análise do uso e ocupação do solo na Área de Influência Direta do Trecho Serra foi realizada com base no mapeamento de usos em ortofotocarta na escala 1:10.000, sendo esta resultante de mosaico elaborado com fotografias aéreas verticais métricas coloridas obtidas em levantamento aerofotogramétrico realizado em 2004/05, na escala original de 1:25.000. Esse mapeamento foi complementado por levantamento de campo, com foco nos bairros próximos às alternativas de traçado estudadas, sendo realizada também documentação fotográfica. No município de Caraguatatuba a mancha urbana assenta- se sobre a planície litorânea, cuja disposição física influenciou o crescimento das áreas urbanizadas, de maneira mais expressiva no sentido norte-sul (ao longo da costa), conformando áreas contínuas de adensamento urbano (Foto 4.2.o ). Na visão geral da AID, são as dinâmicas relacionadas a três áreas principais que determinam o uso e a ocupação do solo: a área urbanizada de Caraguatatuba, a área destinada à produção pecuária na Fazenda Serramar e uma parcela do Parque Estadual da Serra do Mar que apresenta algumas propriedades rurais e estradas de acesso. Assim, do ponto de vista de uso e ocupação do solo na AID, não existem usos antrópicos significativos e muito menos, conflitantes com o projeto e traçado recomendado. Sistema Viário A estrutura viária existente na AID do empreendimento foi levantada em campo e identificada com base em informações cartográficas existentes e fornecidas pelas Prefeituras Municipais. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 22 As duas principais rodovias são a própria Rodovia dos Tamoios/SP 099 e a Rodovia Dr. Manoel Hyppólitto Rego Junior/SP 055. Estão também presentes algumas estradas que fazem a conexão dos municípios vizinhos à Rodovia dos Tamoios e entre os municípios,, além de diversas vias de acesso a fazendas e núcleos de edificações rurais. As obras recentemente licenciadas e já parcialmente em execução do denominado Projeto Nova Tamoios, do governo estadual, em que o presente Trecho Serra é a última etapa, representam uma mudança estrutural no sistema rodoviário e viário regional, ao ampliar a capacidade rodoviária e, principalmente, ordenar e separar os fluxos de curta e longa distância, aumentando as condições segurança tanto para o tráfego local, como para o regional. Zoneamento Municipal Parte do traçado do Trecho Serra está inserida na área urbana ou destinada à expansão urbana, em Caraguatatuba. Mas a área envolvendo mais especificamente as alternativas de traçado está situada totalmente dentro da área do Parque Estadual da Serra do Mar, incluindo tanto áreas dos municípios de Caraguatatuba como de Paraibuna, aplicando-se aqui as diretrizes do Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar (2006). Outro trecho analisado corresponde às zonas de uso estabelecidas nas áreas em que ocorrerão impactos relacionados à movimentação de veículos quando das obras de construção do empreendimento em análise, em Caraguatatuba, principalmente nos bairros Tinga, Rio do Ouro e Jaraguazinho. O principal documento vigente atualmente quanto à regulação urbanística em Caraguatatuba é a Lei Complementar nº 42, de 24 de novembro de 2011, que dispõe sobre o Plano Diretor do Município da Estância Balneária de Caraguatatuba e dá outras providências. Foram definidos neste Plano Diretor também os dispositivos referentes ao novo Zoneamento Municipal e ao Parcelamento do Solo Urbano. O Plano Diretor considerou, ainda, as disposições do Zoneamento Ecológico Econômico do Litoral Norte na definição do seu zoneamento e diretrizes de uso, ao qual se remete em muitos artigos. Paraibuna tem seu Plano Diretor Participativo ainda em processo de discussão, tendo sido observadas notícias na Internet, divulgando a realização da primeira audiência pública, no município em 06 de setembro de 2011. Mas as áreas do município incluídas na AID estão localizadas totalmente dentro do perímetro do Parque Estadual da Serra do Mar. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 23 Finalmente, nas áreas de Caraguatatuba como nas de Paraibuna, localizadas dentro da área do PESM, as características e usos permitidos são os definidos pelo Plano de Manejo do Parque Estadual. Direitos Minerários O levantamento dos Direitos Minerários incidentes sobre a AID do empreendimento em estudo foi realizado junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), por meio de consulta ao Sistema de Informações Geográficas da Mineração (DNPM/SIGMINE, 2012) e ao Cadastro Minerário (DNPM, 2012). Existrem 57 processos ativos e 4 em situação de disponibilidade, que apresentam sobreposição parcial ou total com a área de estudo. Porém, apenas áreas de processos em Fase de Autorização de Pesquisa são interceptadas pelo traçado em foco, ou seja, ainda não possuem a sua viabilidade econômica demostrada. Bens de Interesse Arqueológico e Histórico Os dois municípios envolvidos na área de influência do empreendimento, Caraguatatuba e Paraibuna, apresentam ocupação bastante antiga. Essa antiguidade, no que se refere ao período histórico, é atestada pela grande quantidade de bens edificados de interesse cultural, identificados principalmente no município de Caraguatatuba, onde a Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba – FUNDACC - identificou vários bens edificados de interesse cultural no município, como a Igreja Matriz de Santo Antônio de Caraguatatuba, a Fazenda Serramar, também conhecida como Fazenda dos Ingleses, bem como outras edificações. Em relação ao patrimônio arqueológico, destaca-se o fato de que estudos arqueológicos desenvolvidos em outras oportunidades identificaram uma intensa ocupação indígena pré-colonial e, através de levantamentos etno-históricos sabe-se que, na região, houve intenso contato entre índios e europeus no século XVI. Ainda, são frequentes as alusões aos processos históricos ocorridos a partir do período colonial e, consequentemente, aos vestígios desta época. Os estudos desenvolvidos apontam que não há indícios ou evidências de materiais arqueológicos na área onde se pretende instalar o empreendimento. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 24 Na seleção do traçado proposto, além da opção por túneis e viadutos ao invés de cortes e aterros, que reduzem o impacto sobre as matas nativas existentes, priorizaram- se áreas já antropizadas ou com vegetação nativa alterada, e a minimização de interferências comformações nativas preservadas 4.3 Diagnóstico Ambiental da Área Diretamente Afetada (ADA) Visando aprofundar ainda mais a avaliação, diversos impactos do empreendimento, principalmente durante a fase de implantação, processar-se-ão de forma espacialmente restrita, limitada às áreas de intervenção direta das obras, exigindo uma caracterização mais detalhada da faixa de intervenção. A Área Diretamente Afetada pelo traçado recomendado - ADA totaliza 68,20 ha e abrange basicamente: • Toda a faixa de intervenção direta das obras, até 5 metros do off-set de cortes, 10 metros da base das saias de aterro e 10 metros do limite do acostamento em trechos que se desenvolvem na cota do terreno natural. • Todas as áreas de apoio necessárias durante a construção da rodovia, como as áreas de depósito de matéria excedente, empréstimo, depósito de espera, áreas industriais, canteiros, frentes de obra, e os caminhos de serviço a ser utilizados. Elementos do Meio Físico A análise efetuada indica que a área mais critica para a implantação da transposição da serra está relacionada aos terrenos Íngremes e escarpados devido a sua susceptibilidade geoambiental muito alta. Embora esses terrenos ocorram em grande extensão a ser vencida pela rodovia, as alterações devem ser restritas as áreas de emboques, a medida que a maior parte da transposição deve ser feita por meio de túneis, que serão implantados em maciço rochoso sem fraturas ou falhas. Cobertura Vegetal da ADA O diagnóstico da cobertura vegetal existente na ADA do Trecho Serra foi executado através da caracterização ambiental e mapeamento da vegetação encontrada na área considerada; dados primários obtidos com o inventário das formações florestais mais representativas e levantamento florístico de todos ambientes existentes, além das informações coletadas durante as vistorias de campo. Apesar das opções construtivas e a priorização de áreas já impactadas, haverá algumas interferências sobre porções de remanescentes florestais nativos, o que seria muito difícil evitar dada a necessidade de atravessar o grande contínuo florestal existente na Serra do Mar. As áreas de apoio externas e temporárias poderão ocupar aproximadamente 100 ha. Todas estão localizadas em áreas de vegetação secundária, arbustiva e antropizadas e serão recuperadas totalmente após a fase de construção. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 25 Tabela 4.3.a Vegetação da ADA (em ha) TIPO Rodovia Dentro do PESM Florestas nativas bem conservadas e/ou desenvolvidas (médio e avançado de regeneração, primária) 19,0 17,0 Florestas nativas degradadas e/ou pouco desenvolvidas (inicial de regeneração) 10,2 9,8 Vegetação nativa não florestal (arbustiva pioneira) 3,9 4,2 Vegetação de áreas antropizadas (pastagens, reflorestamento, agrupamentos de árvores etc.) 22,9 12,1 Áreas sem vegetação (água, solo exposto, pavimento) 12,3 11,8 Total 68,2 54,9 5.0 Detalhamento da Construção A experiência em obras como a duplicação da Rodovia dos Imigrantes serve como referência para a duplicação do Trecho Serra da Rodovia dos Tamoios Foto 5.1.a Exemplo de abertura de frente de obra A seguir são resumidas as principais características construtivas do empreendimento proposto, com ênfase na análise dos aspectos mais pertinentes à avaliação do impacto ambiental. 5.1 Principais Procedimentos Executivos O fato da obra se desenvolver em áreas do Parque Estadual da Serra do Mar e em áreas de difícil acesso, determina que a estratégia de logística da sua implantação seja o principal fator condicionante da delimitação das áreas de trabalho e dos impactos ambientais potenciais derivados, conforme também ocorreu com as obras da Duplicação da Rodovia dos Imigrantes. A experiência na elaboração do plano de ataque, logística aplicada e procedimentos de obra utilizados para a construção dessa última obra servem como referência para o empreendimento de Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra. Dessa forma, muitos destes aspectos são incorporados ao planejamento apresentado a seguir, bem como são introduzidos novos elementos como, por exemplo, o uso de apoio aéreo de helicóptero e muros de contenção para substituir grandes cortes e taludes. Para a abertura das frentes de trabalho haverá a delimitação prévia das áreas de intervenção com a delimitação das áreas de supressão da vegetação (Foto 5.1.a ), buscando-se sempre a menor intervenção em área, seja o acesso efetuado por helicóptero, trilha a pé ou caminho de serviço. Primeiramente foram realizados serviços de apoio geotécnicos e de topografia. Destaca-se que durante a fase de elaboração do projeto de engenharia foram realizados vários serviços e estudos geológico-geotécnicos nas áreas de alternativas do traçado. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 26 Foto 5.1.b Exemplo de utilização de grua para construção dos viadutos Foto 5.1.c Exemplo de emboque de túnel falso Após aprovação dos estudos ambientais serão executados serviços preliminares constituídos por um conjunto de operações destinadas a liberar a área a ser terraplanada, com implantação de cercas, tapumes e demolições. Caso necessário serão realizadas tarefas de relocação ou proteção de redes públicas. Seguidamente será executada a limpeza e preparação do terreno. Para a movimentação de terra dos serviços convencionais de corte e aterro serão utilizados equipamentos ou processos adequados, compatíveis com a dificuldade extrativa e as distâncias de transporte, que possibilitem a obtenção das produtividades requeridas. No caso da necessidade de exploração de áreas de empréstimo e de deposição de material excedente, serão executadas tarefas em estrita concordância com os planos de aproveitamento previamente aprovados. Para a condução de águas sobre a pista de rolamento serão construídas sarjetas, valetas, bueiros, talvegues naturais e caixas de contenção. Com o objetivo de reter eventuais vazamentos de cargas perigosas e possibilitar a retirada desses líquidos por meio de caminhões-tanque, antes que alcancem as drenagens naturais, serão implantados sistemas de drenagem específicos e caixas de contenção de cargas perigosas. Para a construção dos viadutos de menor extensão e/ou configuração reta serão pré-moldados, com base em componentes a serem pré-fabricados localmente. As fundações das obras de arte especiais serão compostas por fundações diretas. A estrutura intermediária será composta por pilares circulares e a estrutura superior por vigas e os encontros serão diretamente sobre os tubulões e no meio do vão em pilares. Com o intuito de minimizar a intervenção em áreas de fundações de pilares foram previstas a implantação de 9 (nove) plataformas para gruas, as quais possibilitarão o desenvolvimento dos trabalhos sem a necessidade de abertura de caminhos de serviço (Foto 5.1.b ). Execução de Emboques de Túneis O projeto procurou diminuir a altura dos taludes dos cortes nos emboques dos túneis e a área de tratamento com uso de contenções de concreto, de maneira a minimizar as interferências com a vegetação e a paisagem. Dessa forma, o projeto prevê que os túneis serão embocados com baixa cobertura de maneira a minimizar alterações no terreno natural (Foto 5.1.c ). Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 27 Esses emboques serão realizados a partir de túneis falsos apoiados em superfíciessubverticais protegidas nas adjacências com concreto projetado, tela metálica e chumbadores (em solo) ou com tela metálica de alta resistência afixada com chumbadores (em maciço rochoso). Na Figura 5.1.a é apresenta a localização das Frentes de Obra Junto aos Emboques dos Túneis. A Figura 5.1.b apresenta como exemplo o detalhamento da Frente de Obras entre os Túneis T1 e T2. 5.2 Principais Quantitativos das Obras Cortes, Aterros e Escavações de Túneis No nível do projeto de engenharia proposto, o traçado buscou ajustar seu alinhamento horizontal a fim de possibilitar ajustes de cortes e aterros. Os emboques dos túneis foram estudados de maneira a minimizar alterações no terreno natural. Esses emboques serão realizados a partir de túneis falsos apoiados em superfícies subverticais, protegidas nas adjacências com concreto projetado, tela metálica e chumbadores (em solo) ou com tela metálica de alta resistência afixada com chumbadores (em maciço rochoso). O projeto também procurou diminuir a altura dos taludes dos cortes nos emboques dos túneis e a área de tratamento com uso de contenções de concreto, para minimizar as interferências com a vegetação e a paisagem. Dessa forma, o projeto prevê que os túneis serão embocados com baixa cobertura. Os quantitativos principais das obras de arte e intervenções são indicados na Tabela 5.2.a . O volume total estimado de corte escavados ao longo do traçado será de 3.199.583 m3, sendo que deste total 413.427 m3 serão utilizados como aterro na própria obra, na formação dos corpos de aterro da plataforma e ramos das interseções, resultando em um volume de 2.782.197 m3. Do exposto, verifica-se que se considerando os dados do balanço de materiais por subtrecho (pista principal e túneis) e incluindo no balanço geral os cortes e aterros dos caminhos de serviços, o total de corte será de 3.724.000 m3 e de aterro 417.000 m3, o que resulta num total de cerca de 3.300.000 m3 de material excedente. Parte desse material poderá ser britado e empregado como material de construção, sendo o restante disposto no DME Planalto ou DME/DE Planície. É prevista a destinação de parte do material para a realização de obras de interesse público de contenções em drenagem urbana pela Prefeitura de Caraguatatuba. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 28 Tabela 5.2.a Quantitativos das Obras de Arte e Intervenções Planalto Serra Total Extensão/Área Quantidade Extensão/Área Quantidade Extensão/Área Quantid ade Viadutos, Pontes e Pontilhão 292 m 2 2.285 m 9 2.577 m 11 Túneis 0 0 12.620 m 5 12.620 5 Terraplanagem 3.680 m - 2.654 m - 6.334 m - Área de Intervenção 17,33 ha - 50,87 ha 68,20 ha - 5.3 Áreas de Apoio As áreas de apoio correspondem aos locais onde serão implantadas instalações provisórias necessárias para dar suporte ao processo de execução das obras. Incluem canteiro de obras, canteiro industrial, áreas de Disposição de Material Excedente (DME), áreas de empréstimo (AE), paiol de explosivos, depósitos de espera (DE), além de outras áreas de apoio, apresentadas resumidamente na Tabela 5.3.a . Tabela 5.3.a Áreas de Apoio Pré-Selecionadas para a Duplicação d a Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Tipo/Função Código Instalações Localizaç ão Canteiro de Obra Administrativo CO - 1 (Planalto) Escritórios, almoxarifado, ambulatório, refeitório sem cozinha e sanitários Altura do km 65,5 Canteiro de Obra Principal CO - 2 (Planície) Alojamentos, cozinha, refeitório, local de armazenamento de combustíveis, refeitório, ETE, escritórios, almoxarifado, oficinas Entre os km 80,5 e 81,0 Área de Apoio 1 AA1 Depósito de espera, usina de concreto, usina de solo, britagem, ETA, sanitário químico Altura do km 65,0 Área de Apoio 2 AA2 Heliponto, Estacionamento e Área de Transbordo Altura do km 66,5 da atual pista da SP-099 Área de Apoio 3 AA3 Estacionamento e Área de Transbordo Altura do km 67,5 da atual pista da SP-099 Área Industrial AI Usina de concreto, usina de solo e unidade de britagem Entre os km 80,5 e 81,0 Área de Apoio de Frente de Obras AA4, AA5, AA6 e AA7 Depósitos de espera, ETA, áreas de manobras, contêineres (escritório, almoxarifado) e sanitário químico 4 áreas Praça de Emboque - Área de trabalho para implantação dos emboques Todos os emboques Plataforma para Grua - Plataforma para fundação com estacas da grua e área de trabalho 9 plataformas Paiol de Explosivos PE Galpão para Depósito de Explosivos Distante cerca de 4,5 km do emboque de jusante do T5 Depósitos de Material Excedente DME Planalto Disposição de Material Km 51 da pista sul da Rodovia dos Tamoios Depósito de Espera DME/DE (Planície) Disposição Temporária de Material Entre os km 81,5 e 82,0 Área de Empréstimo AE -1 Retirada de Material Km 82,5 da atual pista da SP-099 Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 31 O investimento total será de R$ 2,5 bilhões O cronograma de implantação do empreendimento prevê a execução das obras no prazo total de 38 meses Para a implantação do Trecho Serra prevê-se a contratação de aproximadamente 2.500 pessoas Faixa de Domínio Cerca de 18,7 km do empreendimento deverá ser implantado em área no interior do Parque Estadual da Serra do Mar – PESM, pertencentes ao Estado. Entretanto, dadas as características do projeto, somente 5,2 km serão em superfície, sendo o restante em maciço rochoso. Em 6,1 km (entre o km 61,6 e o km 67,7) ampliam a faixa de domínio já existente da rodovia dos Tamoios, faixa implantada anteriormente a criação do PESM. O uso das áreas necessárias a construção de emboques de túneis, viadutos, pontes e trechos em superfície no PESM deverão ser objeto de autorização do órgão gestor desta Unidade de Conservação (Fundação Florestal). 5.4 Cronograma O cronograma de implantação do Trecho Serra prevê a execução das obras no prazo total de 38 meses. 5.5 Investimentos O investimento total previsto para a implantação do empreendimento, incluindo obras civis, desapropriação, serviços de engenharia e outros é da ordem R$ 2.500.000.000,00. 5.6 Mão de Obra Para a implantação do Trecho Serra considerando o porte de obras rodoviárias similares, prevê-se a contratação de aproximadamente 2.500 pessoas. Deste total, cerca de 30% deverá ser mão de obra qualificada, usualmente integrante do quadro permanente das empresas construtoras, a qual será alojada no Canteiro Principal da Obra, localizado nas proximidades do final do traçado da obra, na planície de Caraguatatuba. A mão de obra restante, ou cerca de 70%, deverá ser contratada preferencialmente na região. 5.7 Padrão Operacional A operação do empreendimento deverá ser compatível com a classificação da rodovia e disporá de recursos diferenciados de apoio ao usuário, coordenados por um CCO - Centro de Controle Operacional. Consórcio JGP – Ambiente Brasil Engenharia DER - DERSA Duplicação da Rodovia dos Tamoios – Trecho Serra Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 32 6.0 Avaliação de Impacto Ambiental O ponto de partida da avaliação de impactos é a identificação das ações impactantes e dos impactos potencialmente decorrentes sobre cada um dos componentes ambientais em estudo Este CCO contará com uma equipe de tráfego que funcionará 24 horas por dia, ininterruptamente, trabalhando em turnos com escala de revezamento e com Serviços de Apoio aos Usuários – SAUs que dispõem de ambulâncias, veículos de apreensão de animais, caminhões-pipa, guinchos
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