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16 Lição 3 - Fundamentos do Comportamento em Grupo 1. Definindo e Classificando Grupos Grupo: dois ou mais indivíduos, interdependentes e interativos, que se reú- nem visando à obtenção de um determinado objetivo. Grupo formal: grupo de trabalho definido pela estrutura da organização. Grupo informal: grupo que não é estruturado formalmente nem determinado pela organização; ele surge em resposta à necessidade de contato social. Grupo de comando: é composto por um chefe e seus subordinados imediatos. Grupo de interesse: pessoas que se reúnem para atingir um objetivo comum. Grupo de tarefa: é formado por pessoas que se reúnem para executar uma determinada tarefa. Grupo de amizade: pessoas que se reúnem por compartilharem características em comum. Motivos pelos quais as pessoas se reúnem em grupo: • Segurança; • Status; • Autoestima; • Associação; • Poder; • Alcance de metas. Conheça agora o modelo de cinco estágios. Formação: o primeiro estágio de desenvolvimento do grupo, caracterizado por uma grande dose de incerteza. Tormenta: o segundo estágio de desenvolvimento do grupo, caracterizado por conflitos entre os membros. Normalização: o terceiro estágio de desenvolvimento do grupo, caracteriza- do por relacionamentos mais próximos e pela coesão. 17 Desempenho: o quarto estágio de desenvolvimento do grupo, quando sua estrutura é totalmente funcional e aceita. Interrupção: estágio final de desenvolvimento dos grupos temporários, ca- racterizado por uma preocupação maior com a conclusão das atividades do que com o desempenho da tarefa. 2. Estágios de Desenvolvimento do Grupo 2.1. Estrutura do Grupo – Papéis Papel: conjunto de padrões comportamentais esperados atribuído a alguém que ocupa uma determinada posição em uma unidade social. Identidade do papel: determinadas atitudes e comportamentos efetivos consistentes com um papel. Percepção do papel: visão que temos sobre como devemos agir em uma determinada situação. Expectativas do papel: a forma como os outros acreditam que devemos agir em uma determinada situação. Conflito de papéis: uma situação em que um indivíduo se confronta com diferentes expectativas associadas aos papéis que desempenha. 2.2. Estrutura do Grupo – Normas Normas: padrões aceitáveis de comportamento que são compartilhados por todos os membros do grupo. Classes comuns de normas: • Normas de desempenho; • Normas de aparência; • Normas de organização social; • Normas de alocação de recursos. 18 Conclusões dos estudos em Hawthorne (série de estudos realizados por Elton Mayo na Western Electric Company, em Chicago, entre 1924 e 1932): • Comportamento e sentimentos estão intimamente relacionados; • As influências do grupo afetam significativamente o comportamento individual; • Os padrões (normas) do grupo têm uma forte influência sobre os resultados individuais; • O dinheiro é um fator menor na determinação de resultados se comparado com os padrões do grupo, os sentimentos do grupo e a segurança. Conformidade: o ajuste do comportamento de uma pessoa para que ela se alinhe às normas do grupo. Grupos de referência: grupos importantes aos quais as pessoas pertencem ou querem pertencer e com cujas normas se conformam. 3. Desvios de Comportamentos no Ambiente de Trabalho Atitudes antissociais praticadas por membros de organizações que violam intencionalmente as regras estabelecidas e resultam em consequências negativas para as empresas, para seus membros ou para ambos. 3.1. Tipologia de Desvios de Comportamentos no Ambiente de Trabalho Categoria Exemplos Produção Sair mais cedo Reduzir o ritmo de trabalho interna- cionalmente Desperdiçar recursos Propriedade Sabotagem Mentir sobre as horas trabalhadas Roubar da organização Política Mostrar favoritismos Fazer fofocas e espalhar boatos Culpar colegas Agressões pessoais Assédio sexual Abuso verbal Roubar dos colegas cassia.schuck Destaque cassia.schuck Destaque cassia.schuck Destaque 19 ► 3.1.1. Estrutura do Grupo – Status Status: uma posição social definida ou atribuída pelas pessoas a um grupo ou a membros de um grupo. ► 3.1.2. Estrutura do Grupo – Tamanho “Folga” social: tendência que as pessoas têm de se esforçarem menos ao trabalhar em grupo do que o fariam se estivessem trabalhando sozinhas. Desempenho Tamanho do Grupo Outras Conclusões: • Grupos com número ímpar de membros tendem a ser melhores do que aqueles com número par. • Grupos com cinco ou sete membros conseguem obter o melhor das caracterís�cas dos grupos pequenos e grandes. ► 3.1.3. Estrutura do Grupo – Coesão O grau em que os membros são atraídos entre si e motivados a permanecer como grupo. Medidas para estimular a coesão do grupo • Reduzir o tamanho do grupo; • Estimular a concordância sobre os objetivos do grupo; • Aumentar o tempo que os membros do grupo passam juntos; • Aumentar o status do grupo e a dificuldade percebida para a admissão nele; • Estimular a competição com outros grupos; • Dar recompensas ao grupo, em vez de recompensar seus membros individualmente; • Isolar fisicamente o grupo. 4. Tomada de Decisões em Grupo Pontos fortes: • Informações e conhecimentos mais completos; • Maior diversidade de pontos de vista; 20 • Decisões de qualidade mais elevada (maior precisão); • Melhor aceitação de uma solução. Pontos fracos: • Consome muito tempo; • Pressões para a conformidade dentro do grupo; • Possibilidade de domínio de um indivíduo ou de um pequeno subgrupo; • Ambiguidade da responsabilidade. 4.1. Pensamento Grupal Fenômeno no qual as normas para o consenso passam por cima da avaliação realista das alternativas de ação. ► 4.1.1. Mudança de Posição Grupal Situação em que, ao discutir um conjunto de alternativas e escolher uma so- lução, os membros do grupo tendem a exagerar suas posições iniciais; pode tender para o conservadorismo ou para a postura de risco. ► 4.1.2. Sintomas do Fenômeno do Pensamento Grupal Os membros do grupo racionalizam qualquer resistência às suas premissas. Os membros exercem pressões diretas sobre aqueles que momentaneamente expressam dúvidas a respeito de qualquer visão compartilhada pelo grupo ou sobre quem questiona a validade dos argumentos que apoiam a alternativa favorita do grupo. Os membros que têm dúvidas ou pontos de vista diferentes procuram não se desviar do que parece ser o consenso do grupo, seja calando-se sobre suas apreensões, seja minimizando para si mesmos a importância de suas dúvidas. Parece haver uma ilusão de unanimidade. 4.2. Técnicas de Tomada de Decisões em Grupos Grupos de interação: grupos nos quais os membros interagem face a face, usando a interação verbal e a não verbal para se comunicarem. Técnica de grupo nominal: método por meio do qual os membros se reúnem para escolher uma solução de maneira sistemática, porém independente. 21 Brainstorming: processo de geração de ideias que estimula especificamente toda e qualquer alternativa, ao mesmo tempo que impede críticas a essas alternativas. Reunião eletrônica: reunião na qual os participantes interagem com computadores, o que permite o anonimato dos comentários e dos votos de cada um. 5. Avaliação da Eficácia dos Grupos Tipo de Grupo Critério de eficaácia Interação Brainstorming Nominal Eletrônico Número e qualidade de ideias Baixo Moderado Alto Alto Pressão social Alto Baixo Moderado Baixo Custo Baixo Baixo Baixo Alto Velocidade Moderado Moderado Moderado Moderado Orientação para a tarefa Baixo Alto Alto Alto Potencial de confli- tos interpessoais Alto Baixo Moderado Baixo Comprometimento com a solução Alto Não se aplica Moderado Moderado Desenvolvimento da coesão do grupo Alto Alto Moderado Baixo Por que as equipes se tornaram tão populares? • O desempenho das equipes é melhor que o dos indivíduos; • As equipes exploram melhor o talento dos funcionários; • As equipes são mais flexíveis e reagem melhor às mudanças do ambiente;• As equipes facilitam o envolvimento dos funcionários; • As equipes são uma boa maneira de democratizar a organização e aumentar a motivação. 6. As Diferenças Entre Grupos e Equipes Grupo de trabalho: grupo que interage basicamente para compartilhar infor- mações e tomar decisões a fim de ajudar cada membro em seu desempenho na sua área de responsabilidade. Equipe de trabalho: grupo em que os esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais. 22 7. Comparação Entre Grupos de Trabalho e Equipes de Trabalho Grupos de Trabalho Obje�vo Sinergia Responsabilidade Habilidades Equipes de Trabalho 7.1. Tipos de Equipes ► 7.1.1. Equipes de Solução de Problemas Grupos de 5 a 12 funcionários do mesmo departamento que se reúnem durante algumas horas por semana para discutir formas de melhorar a qualidade, a eficiência e o ambiente de trabalho. ► 7.1.2. Equipes de Trabalho Autogerenciadas Grupos de 10 a 15 pessoas que assumem muitas das responsabilidades de seus antigos chefes. ► 7.1.3. Equipes Multifuncionais Funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da empresa, que se juntam para cumprir uma tarefa. ► 7.1.4. Equipes Virtuais Equipes que usam a tecnologia da informática para reunir seus membros, fisicamente dispersos, e permitir que eles atinjam um objetivo comum. Características da equipe virtual: • Ausência de gestos não verbais ou paraverbais; • Contexto social limitado; • Capacidade de superar limitações de tempo e espaço. Solução de problemas ? Autogerenciada Multifuncional Virtual Tecnologia 23 Criando equipes eficazes Contexto: • Recursos adequados; • Liderança e estrutura; • Clima de confiança; • Sistemas de avaliação de desempenho e recompensas. Composição: • Capacidades dos membros; • Personalidade; • Alocação de papéis; • Diversidade; • Tamanho das equipes; • Flexibilidade dos membros; • Preferências dos membros. Projeto do trabalho: • Liberdade e autonomia; • Variedade de habilidades; • Identidade da tarefa; • Significância da tarefa. Processo: • Propósito comum; • Metas específicas; • Eficácia da equipe; • Níveis de conflito; • “Folga” social. 8. Efeitos dos Processos de Grupo Eficácia real do grupo Perdas dos processos Ganho dos processos Eficácia potencial do grupo 24 9. Transformando Indivíduos em Membros de Equipe O desafio: • Superar as resistências individuais; • Levar em conta as influências da cultura de cada um; • Introduzir o trabalho em equipe em organizações que sempre valorizaram as conquistas individuais. Modelando os membros da equipe: • Selecionar funcionários que possam desempenhar seus papéis no grupo; • Treinar os funcionários para que se tornem membros de equipes; • Reformular o sistema de recompensas para estimular os esforços cooperativos, ao mesmo tempo que se reconhece as contribuições individuais. As equipes e a gestão da qualidade A eficácia das equipes e a gestão da qualidade requerem que as equipes: • Sejam suficientemente pequenas para serem eficientes e eficazes; • Sejam adequadamente treinadas nas habilidades de que seus membros necessitarão; • Tenham tempo suficiente para tratar dos problemas focados; • Tenham autoridade para solucionar os problemas e implementar as ações corretivas adequadas; • Tenham um “campeão” designado para ajudá-la a superar as dificuldades que surgirem. Cuidado! Nem sempre as equipes são a solução! Três perguntas para determinar a adequação das equipes ao trabalho: • O trabalho pode ser mais bem realizado por mais de uma pessoa? • A tarefa cria um propósito comum, ou um conjunto de metas para os membros da equipe, maior do que a soma de seus objetivos individuais? • Os membros do grupo são interdependentes?
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