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Procedimento de Prisão em Flagrante

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Av. Antonio Francisco Cortes, nº 2.501, St. Cidade Universitária – Barra do Garças/MT – CEP 78.600-000 
Fone/Fax (66) 3402- 3200 - e-mail: diretoria@barra.cathedral.edu.br 
 
 
PRISÕES 
ROTEIRO V 
 
 
■ Auto de prisão em flagrante 
- É o documento elaborado sob a presidência da autoridade 
policial, no qual constam as circunstâncias do delito e da prisão. 
- Referido auto deve ser lavrado no prazo de vinte e quatro horas 
a contar do ato da prisão, pois o art. 306, § 1º, do Código de Processo 
exige que cópia dele seja enviada ao juiz competente dentro do 
mencionado prazo; 
- Recebido o APF o juiz poderá relaxar a prisão ilegal, bem como 
verificar a possibilidade de concessão de liberdade provisória com ou 
sem fiança ou a necessidade de decretação da prisão preventiva. 
Obs: Durante a lavratura do auto de prisão em flagrante a 
autoridade policial deverá indagar do indiciado se pretende indicar 
algum familiar ou outra pessoa para que seja informada de sua 
prisão. 
Obs: Deverá também questionar se ele possui advogado que 
deva ser contatado. 
Obs: A autoridade deverá cientificar o flagrado, previamente, 
quanto a seu direito de não responder as perguntas formuladas. 
■ Quem deve presidir a lavratura do auto de prisão 
- Regra geral, a lavratura do auto de prisão se dá na mesma cidade 
em que se consumou a infração penal. 
- É, porém, possível que a prisão ocorra em local diverso daquele 
em que foi praticada a infração penal. - o art. 290 do CPP que prevê ainda 
a obrigação da autoridade de encaminhar posteriormente o auto de 
prisão e o preso para o foro competente para prosseguimento. 
Obs: Eventual desrespeito às regras supramencionadas não 
gera a nulidade do auto de prisão caso as demais formalidades legais 
tenham sido observadas, uma vez que as autoridades policiais não 
possuem jurisdição, não se podendo cogitar de incompetência 
territorial, mas de mero desrespeito a normas administrativas, que 
não maculam a validade do auto em si. 
mailto:diretoria@barra.cathedral.edu.br
 
_____________________________________________________________________________________ 
Av. Antonio Francisco Cortes, nº 2.501, St. Cidade Universitária – Barra do Garças/MT – CEP 78.600-000 
Fone/Fax (66) 3402- 3200 - e-mail: diretoria@barra.cathedral.edu.br 
 
 
■ Procedimento para a lavratura do auto de prisão 
- Dada a voz de prisão ao autor da infração penal, por policial ou 
por particular – todos (pessoa presa; testemunhas) serão levados à 
presença da autoridade policial. 
- O condutor do flagrante apresenta o preso à autoridade e narra 
o ocorrido (o crime e as circunstâncias da prisão). 
- A autoridade pode entender: 
1- Que o fato não constitui ilícito penal; 
2 - Que a situação não é hipótese de flagrante (INSTAURA O 
INQUÉRITO) – libera a pessoa que lhe foi apresentada; 
3 - Que a situação é de flagrância e que o fato que lhe foi 
apresentado configura infração penal - determina a lavratura do auto 
de prisão. 
 
- Fases do APF - art. 304 do CPP: 
a) Oitiva do condutor - policial ou qualquer outra pessoa. 
b) Oitiva das testemunhas - o entendimento de que devem ser 
ouvidas no mínimo duas. 
Obs: Caso o condutor tenha também presenciado o delito, poderá 
ser ouvido nesta dupla condição — condutor e 1ª testemunha. 
Obs: Se não existirem testemunhas da infração penal, a 
autoridade poderá lavrar o auto, mas terá de providenciar para que duas 
testemunhas de apresentação o assinem (art. 304, § 2º, do CPP). 
Testemunhas de apresentação são aquelas que presenciaram o 
momento em que o condutor apresentou o preso à autoridade. 
- Sempre que possível, deverá a autoridade ouvir a vítima. 
c) Interrogatório do preso. 
Obs: O preso tem o direito constitucional de permanecer calado, 
sem que isso possa ser interpretado em seu desfavor (art. 5º, LXIII, da 
CF). 
- Por ocasião da lavratura do APF devem ser colhidas informações 
sobre a existência de filhos do flagranteado, respectivas idades e se 
mailto:diretoria@barra.cathedral.edu.br
 
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possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável 
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
- O objetivo da Lei n° 13.257/16 foi conferir ao magistrado 
informações mais completas acerca da pessoa presa para fins de possível 
concessão de prisão domiciliar (CPP, art. 318, III, V, e VI). 
d) Lavratura do auto. 
- O indiciado deve assinar este auto. Se, porventura, ele não puder, 
não quiser ou não souber assinar, a autoridade fará com que duas 
pessoas que tenham presenciado a leitura do auto ao preso o assinem. 
■ Remessa do auto de prisão em flagrante à Defensoria Pública, 
se o autuado não informar o nome de seu advogado 
- De acordo com o art. 306, § 1º, do CPP, com redação determinada 
pela Lei nº 11.449/07, e mantida pela Lei nº 12.403/11, em até 24 h 
(vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao 
juiz competente o auto de prisão em flagrante acompanhado de todas as 
oitivas colhidas e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, 
cópia integral para a Defensoria Pública. 
■ Nota de culpa 
- É um documento por meio do qual a autoridade dá ciência ao 
preso dos motivos de sua prisão, do nome do condutor e das 
testemunhas. 
- A nota deve ser assinada pela autoridade e entregue ao preso, 
mediante recibo, no prazo de vinte e quatro horas a contar da efetivação 
da prisão (art. 306, § 2º). 
Obs: Se não for entregue nota de culpa, o flagrante deve ser 
relaxado por falta de formalidade essencial. 
Obs: Se o preso se recusar a assinar o recibo a autoridade deve 
elaborar certidão constando o incidente, que deverá ser também assinada 
por outras duas pessoas. 
■ Providências que devem ser tomadas pelo juiz ao receber a 
cópia da prisão em flagrante 
- No prazo de vinte e quatro horas a contar da prisão, a autoridade 
policial deve encaminhar ao juiz competente cópia do auto de prisão. 
- O art. 310 do CPP diz que o juiz ao receber a cópia do flagrante 
deverá, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas, na audiência 
de custódia, de forma fundamentada, tomar uma das seguintes decisões: 
I — relaxar a prisão ilegal; 
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II — converter a prisão em flagrante em preventiva se presentes 
os requisitos do art. 312 do CPP (se não se mostrar adequada ou 
suficiente a aplicação de medida cautelar diversa da prisão); 
III — conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
 
■ Relaxamento da prisão 
- art. 5º, LXV, da CF, diz que a prisão ilegal será imediatamente 
relaxada pela autoridade judiciária. 
- As hipóteses de ilegalidade da prisão que levam ao relaxamento 
são: 
a) Falta de formalidade essencial na lavratura do auto. Exs.: 
ausência de oitiva do condutor, falta de entrega da nota de culpa etc.; 
b) Inexistência de hipótese de flagrante. Ex.: pessoa presa muitos 
dias após a prática do crime. 
c) Atipicidade do fato narrado pelas pessoas ouvidas no auto de 
prisão; 
d) Excesso de prazo da prisão, ou seja, delegado que, por alguma 
razão, demora a enviar a cópia do auto de prisão ao juiz competente. 
e) Se o uso de algemas foi feito nos termos preconizados pela 
súmula vinculante n° 11 do STF. 
Obs: Contra a decisão que relaxa a prisão em flagrante cabe 
recurso em sentido estrito (art. 581, V, do CPP). 
Obs: Já a decisão que mantém o indiciadopreso pode ser 
atacada pela via do habeas corpus. 
■ Conversão do flagrante em prisão preventiva 
- Esta medida tem caráter excepcional, o juiz só poderá decretá-la 
se estiverem estritamente presentes os requisitos dos arts. 312 e 313 do 
CPP; 
■ Concessão de liberdade provisória 
- Se ausentes os requisitos para a preventiva, deve o juiz conceder 
a liberdade provisória, com ou sem fiança dependendo do caso, podendo, 
ainda, cumular a liberdade provisória com qualquer das medidas 
cautelares diversas da prisão criadas pela Lei n. 12.403/2011; 
 
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■ Audiência de custódia 
- Em diversas unidades da federação, fora implantado por meio de 
atos emanados do Poder Judiciário local, normas que estabelecem a 
obrigatoriedade de a pessoa presa ser apresentada ao magistrado, no 
prazo de 24 horas, para que, após manifestação do Ministério Público e 
do defensor, delibere sobre a necessidade de manutenção da prisão. 
- Sua realização decorre de aplicação da Convenção Americana 
sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), que, em seu 
art. 7º, item 5, 1ª parte, prevê que: 
“toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem 
demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a 
exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável 
ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo”. 
- Em regra, todo preso em flagrante, salvo se impedirem as 
condições pessoais (como ocorrerá, por exemplo, no caso de alguém que 
precisa receber assistência ininterrupta à saúde), deverá ser apresentado 
pela autoridade policial, em até 24 horas após a prisão. 
- Na audiência, o juiz, depois de informar o preso sobre o direito ao 
silêncio, o indagará sobre: 
1- Sua qualificação e condições pessoais (estado civil, grau de 
alfabetização, meios de vida ou profissão, local da residência, lugar onde 
exerce sua atividade); 
2- Sobre as circunstâncias objetivas da prisão, sem que faça ou 
admita perguntas que antecipem instrução própria de eventual processo 
de conhecimento. 
3- Indagar se foi oportunizado o contato com seu advogado; com 
familiar indicado; se foi visto por médico. 
- Em seguida, será oferecida oportunidade para o Ministério 
Público manifestar-se sobre a legalidade da prisão e sobre a necessidade 
de decretação da prisão preventiva ou de adoção de outras medidas 
cautelares; 
- Após colher-se a manifestação do defensor; 
- Feitas as manifestações o juiz decidirá, no próprio ato e de 
maneira fundamentada, pelo relaxamento da prisão em flagrante, sua 
conversão em prisão preventiva ou pela concessão de liberdade 
provisória, com ou sem imposição de medidas cautelares diversas da 
prisão. 
- Com o advento da lei anticrime, não há mais motivo para discutir 
a constitucionalidade da audiência de custódia, que é preservada, 
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respeitada a oralidade e contraditório, devendo verificar a legalidade da 
segregação e sua continuidade – ART. 310, CPP. 
Importante: Embora o art. 310, CPP, faça menção apenas a prisão 
em flagrante, o art. 287 do mesmo diploma, prevê a realização da 
audiência de custódia também em prisões oriundas de mandado 
(temporária e preventiva). 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra 
organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo 
de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem 
medidas cautelares. 
- A doutrina diz não existir constitucionalidade quando nos 
deparamos com o §2º. Após longo tempo, volta a existir no meio de nós a 
liberdade provisória proibida, aquela mesmo que era prevista na lei de 
drogas e foi declarada inconstitucional pelo STF, de forma incidental, no 
julgamento do Habeas Corpus n.º 104.339/SP. 
- Não se mostra arrazoado a vedação à liberdade provisória, 
independentemente de qual crime tenha sido praticado. Para se manter 
uma pessoa presa provisoriamente, é necessário que essa liberdade seja 
prejudicial ao processo, que a liberdade do agente venha se mostrar 
perigosa à efetividade processual. 
- A vedação à liberdade provisória, somente em razão do crime 
praticado, tirará a fundamentação da decisão que segregar a liberdade 
da pessoa, além de ir de encontro à presunção de inocência. 
- O parágrafo segundo retira do juiz competente a oportunidade de, 
no caso concreto, analisar os pressupostos da necessidade do cárcere 
cautelar. 
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não 
realização da audiência de custódia no prazo estabelecido 
no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente 
pela omissão. 
- Discussão se o juiz será responsabilizado por abuso de autoridade 
ou não. 
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do 
prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de 
audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a 
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, 
sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão 
preventiva. 
- Neste ponto, há a garantia que o prazo para realização será de 24 
horas. Prazo este por diversas vezes mitigado e chancelado pelos 
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tribunais superiores que não viam constrangimento ilegal, entendendo 
ser mera irregularidade a não realização dentro do prazo estabelecido. 
- Caso não ocorra dentro do prazo, a prisão em flagrante será 
imediatamente relaxada. 
- O §4º, foi suspenso pelo Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 
6.305. 
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