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Direitos Humanos e Cidadania

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DIREITOS HUMANOS 
E CIDADANIA 
VOLUME 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS 
E CIDADANIA 
VOLUME 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Garças - MT 
UniCathedral 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Produzido por 
Nome 
 
 
 
Revisão Gramatical do Texto 
Nome 
 
 
 
Projeto Gráfico 
Atila Cezar Rodrigues Lima e Coelho 
Georgya Politowski Teixeira 
Matheus Antônio dos Santos Abreu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARRA DO GARÇAS - MT 
JULHO 2020 
 
 
Copyright © by UniCathedral, 2020 
Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, 
armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada, 
reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer 
sem autorização prévia do(s) autor(es). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UniCathedral – Centro Universitário 
Av. Antônio Francisco Cortes, 2501 
Cidade Universitária - Barra do Garças / MT 
www.unicathedral.edu.br
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) – Catalogação na Fonte 
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Roberta M. M. Caetano – CRB-1/2914 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE IV..................................................................................................................................... 13 
Conceito e Sentidos da Cidadania .......................................................................................................... 13 
Conceito.............................................................................................................................................. 13 
Sentidos .............................................................................................................................................. 15 
Trajetória histórica da cidadania ............................................................................................................ 17 
Antiguidade ........................................................................................................................................ 17 
Revoluções Burguesas ........................................................................................................................ 19 
Cidadania e Democracia ......................................................................................................................... 24 
O Exercício da Cidadania no Brasil ..................................................................................................... 24 
A interdependência entre a Democracia e a Cidadania ..................................................................... 29 
Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 31 
UNIDADE V...................................................................................................................................... 36 
Direitos e deveres da cidadania ............................................................................................................. 36 
Direitos da Cidadania ......................................................................................................................... 37 
Deveres da cidadania ......................................................................................................................... 37 
Exercício da cidadania no Brasil – Atuação Política, Jurídica e Legislativa ............................................. 38 
Atuação Política .................................................................................................................................. 38 
Atuação Jurídica ................................................................................................................................. 39 
Atuação Legislativa ............................................................................................................................. 39 
Cidadania na Constituição Federal – Vida e Liberdade .......................................................................... 42 
A Cidadania na Constituição Federal de 1988 .................................................................................... 42 
O direito à vida ................................................................................................................................... 43 
Vida digna ........................................................................................................................................... 43 
O direito à liberdade........................................................................................................................... 44 
Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 47 
UNIDADE VI..................................................................................................................................... 53 
O Direito à Igualdade .............................................................................................................................. 53 
O direito ao trabalho em condições justas ......................................................................................... 56 
SUMÁRIO 
 
 
8 
 
A cidadania na Constituição Federal de 1988 – Educação ..................................................................... 58 
O direito à educação .......................................................................................................................... 58 
A Cidadania na Constituição Federal de 1988 – Meio Ambiente ........................................................... 62 
O direito ao meio ambiente sadio ...................................................................................................... 62 
Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 67 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Disciplina Direitos Humanos e Cidadania, tal como já foi mencionado, por conta da apresentação do 
Volume 1, sofreu uma divisão para atender a meros propósitos didáticos. Isso significa que, mesmo tratados 
de forma separada, os temas Direitos Humanos e Cidadania são interdependentes. 
Nesse sentido, o Volume 2 da Disciplina apresentará o tema Cidadania, cuja finalidade é proporcionar ao 
graduando, o desenvolvimento de um sentimento de pertencimento e necessidade de participação, que o 
fará atuante no seio social. Tudo isso como forma de melhoria da vida de todos, mesmo que diretamente 
não se relacionem com ele. 
Indiscutivelmente, relacionada com os Direitos Humanos e eleita como um dos fundamentos da República 
Federativa do Brasil, tal como a dignidade da pessoa humana, a Cidadania coloca-se como uma das mais 
importantes conquistas advindas das lutas ocorridas no seio da sociedade contemporânea, e que uma vez 
compreendida em sua essência, torna-se elemento indispensável para a efetivação dos Direitos Humanos, 
em âmbito interno dos Estados. 
Dessa forma, mesmo promovendo, em certa medida, distinção entre as pessoas, o certo é que em seu 
sentido amplo, correlaciona-se de forma íntima, com os Direitos Humanos, chegando à sua plenitude de 
alcance, em ambiente democrático, visto que será nesse que o indivíduo encontrará a liberdade necessária 
para participar da vida política do Estado, e com isso, lutar para o alcance da plenitude de seus direitos. 
A vista disso, tal como já foi dita na apresentação do Volume 1, também agora, com os estudos advindos 
do Volume 2, o que se pretende é contribuir para a formação técnica e humana do graduando, pré-requisito 
indispensável ao desenvolvimento de um profissional cidadão. 
Nessa perspectiva, a Disciplina foi sistematizada em dois volumes, sendo que neste segundo trataremos, 
especificamente, da Cidadania, em três unidades: 
Unidade IV – Contempla o conceitoe sentidos da Cidadania; sua evolução histórica e a indissociável 
relação existente entre Cidadania e Democracia; 
Unidade V – Aborda os Direitos e Deveres da Cidadania; o Exercício da Cidadania no Brasil, por meio da 
atuação política, jurídica e legislativa; e, por fim, a apresentação da Cidadania na Constituição Federal, 
abarcando os Direitos Fundamentais à vida e à liberdade. 
Unidade VI – Esclarece a Cidadania na Constituição Federal de 1988, abarcando os Direitos Fundamentais 
à igualdade, ao trabalho em condições justas e à educação; e na sequência, o Direito Fundamental ao 
Meio Ambiente. 
INTRODUÇÃO 
 
 
10 
 
 
 
 
11 
 
 
U
N
ID
A
D
E 
IV
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor(a) da Unidade 
Luiz Felipe Petusk Corona 
 
 
 
Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de: 
 
• Compreender o conceito e os sentidos da Cidadania; 
• Entender a trajetória histórica da Cidadania e a relação existente entre a Antiguidade Clássica e as 
Revoluções Burguesas no tocante à Cidadania; 
• Perceber os avanços e retrocessos da Cidadania ao longo das Constituições brasileiras; 
• Verificar a interrelação existente entre a Cidadania e a Democracia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
UNIDADE IV 
CONCEITO E SENTIDOS DA CIDADANIA 
 
CONCEITO 
Na busca pelo significado da palavra “cidadania” 
encontramos sua origem latina no vocábulo 
“ciuitatis”, que designa “condição de cidadão, direito 
de cidadão”. (REZENDE e BIANCHET, 2014, p. 67). 
É certo que, o conceito que temos hoje é o resultado 
de uma caminhada histórica, que conforme será 
analisada no tópico seguinte, comungou de avanços e 
retrocessos. Não obstante a isso, hodiernamente, 
considerando que o Brasil é Estado Democrático de 
Direito1, cidadão em solo pátrio “é aquele que participa 
da dinâmica estatal, sendo que atua para conquistar, 
preservar ou proteger seus direitos”. (SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 2016, p. 231). 
Isso demonstra que a cidadania se apresenta como um exercício consciente da participação na vida 
política do Estado. Dito de outro modo, “a cidadania é esse efetivo exercício político. A cidadania é o ápice 
dos direitos fundamentais quando o ser humano se transforma em ser político no sentido amplo do termo, 
participando ativamente da sociedade em que está inserido2”. (SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 2016, p. 231). 
Portanto, tal participação não deverá estar “adstrita à participação política do indivíduo perante o Estado, 
 
1 O conceito de Estado Democrático de Direito se desenvolveu “[...] na busca de conciliar o ideal democrático ao Estado 
de Direito, não meramente uma sobreposição, mas uma conexão na qual se manifestam as conquistas democráticas, 
as garantias jurídico-legais e a preocupação social. Esse modelo é, acima de tudo, transformador da realidade, pois não 
se constrange ou restringe a uma adaptação das condições sociais. A prática é o conteúdo do Estado Democrático de 
Direito extrapolam o aspecto formal e material da concretização da vida digna ao homem e passam a agir 
simbolicamente como fomentador da participação pública no processo de construção e reconstrução de um projeto de 
sociedade. O caráter incerto da democracia abre espaço para a produção continuada de nova sociedade” (MANDUCO 
apud NOGUEIRA Y ROCHA, 2018, p. 102). 
2 De acordo com o “pensamento político de Aristóteles está centrado na associação entre os homens, pois a qualificação 
do homem só pode ser alcançada na relação indissociável com o Estado-cidade, na concretização do bem comum, tendo 
em vista que o homem, pela sua própria essência, é político e social” (NOGUEIR Y ROCHA, 2018, p. 28). 
 
 
14 
 
como votar e ser votado, mas também ao gerenciamento de questões sociais e econômicas, tendo em vista 
que a política de um Estado não mais se restringe a aspecto eleitoral” (NOGUEIRA Y ROCHA, 2018, p. 68), 
exercendo, efetivamente, a cidadania, pois cidadão é “aquele que desfruta dos direitos civis, políticos, sociais 
e econômicos [...]” (TOLFO apud NOGUEIRA Y ROCHA, 2018, p. 68). 
Corroborando com tal constatação, temos que, de maneira inequívoca, a cidadania é um predicado que 
habilita o cidadão a integrar a estrutura estatal, de modo a envolver-se ativamente na sociedade. Dito de 
outro modo, “o cidadão é aquele que participa dos negócios do Estado. Dessa forma, a cidadania ganha 
um sentido mais amplo do que o simples exercício do voto”. (SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 2016, p. 227). 
 
Indo além, e como forma de confirmar esse pensamento, temos que 
[...] ser cidadão é se reconhecer enquanto parte de um grande conjunto de pessoas 
que possuem vontades, desejos e ambições diferenciadas, mas que são unidos pela 
busca pela felicidade. Compreender que a administração pública deve prover os 
meios para que a felicidade geral seja atingida, e não a de um pequeno grupo, isto 
é, buscar beneficiar a todos e não apenas uma pequena parte, é essencial. A partir 
do entendimento dessa premissa, o indivíduo se torna cidadão, pois estaria munido 
da sensibilidade necessária para decidir, democraticamente, em prol do bem 
comum e não apenas em prol do seu bem e do bem daqueles que lhe convir. (FILHO 
et al, 2018, p. 40). 
 
Em um sentido generalista, ser cidadão consiste em agir em prol daquilo que proverá um maior bem a todos, 
mesmo que diretamente você não seja atingido. Deve-se estar consciente de que, indiretamente, toda 
decisão em prol do bem alheio também lhe proverá uma melhor condição de vida (p. ex., apoiar obras que 
trarão água potável para uma região de sua cidade, ainda que a sua região já tenha água potável), e isso 
depende da capacidade que cada um tem de olhar para o todo e se entender como parte de uma sociedade. 
Entender que a melhoria de condições sociais para a maioria consequentemente propicia uma melhor 
qualidade de vida para si é a base da cidadania. (FILHO et al, 2018, p. 40). 
 
 
 
 
15 
 
Dessa forma, não há como apartar o efetivo exercício da cidadania, do envolvimento com a sociedade. 
Trata-se de adotar uma postura ativa invocada pelo sentimento de pertencimento, para com isso buscar 
direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais 3 , além de assumir obrigações perante o grupo 
comunitário, que beneficie a todos. Essa atitude de comprometimento e, ao mesmo tempo, desprendimento 
são indispensáveis para que o exercício da cidadania gere um resultado positivo em prol da coletividade. 
 
Em um sentido teórico, ser cidadão demanda 
responsabilidade para com o próximo, reconhecimento de 
pertencimento e confiança em seus governantes. Em 
contrapartida, o governo deve manter um canal de 
comunicação constante com seus cidadãos e, acima de tudo, 
deve ser ético em seu compromisso de prover o bem comum. 
(FILHO et al, 2018, p. 40). 
 
SENTIDOS 
Não é de agora que a palavra cidadania assume sentidos distintos. Prova disso é que, conforme veremos 
posteriormente, o fato é que desde a sociedade grega e romana, bem como, posterior às Revoluções 
Burguesas, a cidadania era utilizada como atributo de diferenciação entre pessoas. É por isso que, mesmo 
atualmente, em pleno ambiente democrático brasileiro, a cidadania apresenta dois sentidos distintos: o 
sentido restrito e técnico e o sentido amplo. 
No primeiro sentido (restrito e técnico), cidadão é aquela pessoa que exerce os direitos políticos por meio 
do voto, já no segundo sentido (amplo), cidadão é aquele que usufrui de seus direitos fundamentais, 
conforme lhe possibilita o Estado Democrático e Social de Direito. 
 
No sentido restrito e técnico “o status de cidadão é alcançado 
com a condição de eleitor. [...] No sentido amplo do termo, a 
cidadania é o exercício de outras prerrogativas constitucionais 
que surgiram como consectário lógico do Estado Democrático e 
Social de Direito4”. (SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 2016, p. 232). 
 
A vista disso é que hoje, 
[...] numa visão mais democrática, de Estado de Direito, de participação, não se 
concebe mais a cidadaniacomo o simples direito de votar e ser votado, por homens e 
mulheres, haja vista que a participação na vida política de um país não se restringe a 
esse aspecto – eleitoral (hoje, de cunho mais partidário do que, genericamente, 
político) –, porquanto a Política ultrapassa a seara dos partidos políticos e é muito mais 
complexa do que a atividade destes. (SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 2016, p. 232). 
 
 
 
3 O Exercício da cidadania por uma postura ativa, se realiza na busca dos Direitos Humanos, conforme já estudado nas 
Unidades anteriores. 
4 Estado Democrático e Social de Direito, nesse contexto, assume o mesmo sentido de Estado Democrático de Direito. 
 
 
16 
 
 
Logo, “[...] o sentido do princípio da cidadania é bem mais amplo do 
que a titularidade de direitos políticos, pois qualifica os participantes 
da vida do Estado, reconhecendo os indivíduos como pessoas 
integradas na sociedade estatal 5 e tem conexão com a ideia de 
soberania popular 6 , com o conceito de direitos humanos, de 
liberdade e oportunidades iguais para todos”. (COSTA e QUEIROZ, 
2017, p. 29). 
 
A vista disso, a cidadania, considerada em seu sentido amplo, é um atributo que abarca a todos, sem 
distinção, pois está relacionada aos Direitos Humanos, abarcando direitos não só políticos, mas também civis, 
econômicos, sociais e culturais. Direitos cuja amplitude atinge não somente aos brasileiros, mas também aos 
estrangeiros e apátridas7, em território nacional. 
Noutra volta, a cidadania em sentido restrito, abarca apenas aos brasileiros8, que graças ao vínculo da 
nacionalidade9, possuem direitos políticos o que significa direitos de votar e ser votado. 
 
 
5 Sociedade Estatal, nesse contexto, assume o mesmo significado de Estado. 
6 Soberania “é o supremo poder ou o poder político de um Estado” (SILVA, 2008, p. 1310). Soberania popular “se dá 
quando esse poder supremo do Estado é exercido pelo povo”. (SILVA, 2008, p. 1312). 
7 Apátrida é o “indivíduo que perdeu a nacionalidade de origem e não adquiriu outra, ou, adquirindo-a e perdendo-a, 
não readquiriu a de origem”. (SIDOU, 2019, p. 42). 
8 Sejam eles natos ou naturalizados. Contudo, a esses últimos, haverá restrição quanto ao exercício de certos cargos ou 
funções consideradas privativas para brasileiros natos, por uma questão segurança nacional. Essas vedações estão 
presentes no art. 12, § 3°, da Constituição Federal de 1988, de acordo com o qual: “São privativos de brasileiro nato os 
cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente 
do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças 
Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa”. (BRASIL, 1988, p. 1). 
9 Nacionalidade é o “vínculo existente entre o indivíduo e o Estado, em função do ius soli ou do ius sanguinis”. (SIDOU, 
2019, p. 421). Trata-se do vínculo em razão de critério do solo – ius soli - (nascimento no território do Estado) e critério 
do sangue – ius sanguinis – (ter pai ou mãe ou ambos como nacionais desse Estado). (SILVA, 2008, p. 1134). 
 
 
17 
 
TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA CIDADANIA 
 
A trajetória da cidadania denuncia que ela é fruto de uma construção histórica, que desde a Antiguidade 
Clássica repercute na vida do ser humano em sociedade. Considerada como atributo de poucos, como ocorria 
na Antiguidade, passa a ter uma conotação cada vez mais generalista, a partir das Revoluções Burguesas, 
cujo ideário de liberdade e igualdade para todos foi decisivo para a lapidação do que viria a ser a cidadania, 
na contemporaneidade. 
ANTIGUIDADE 
Mesmo não havendo uma data precisa de seu surgimento, é certo que já na Antiguidade Clássica, a 
cidadania se fazia presente, tanto entre os gregos, quanto entre os romanos. 
Incontestadamente, nossa atual acepção de cidadania, descende do ideário grego, já que 
Na Grécia, a polis era entendida, ao mesmo tempo, como cidade e como 
comunidade política. Era justamente este segundo sentido que remetia às ideias 
basilares de cidadania, já que, nas cidades-estados gregas, eram os próprios 
membros das comunidades políticas que estabeleciam suas leis e escolhiam seus 
governantes. (SIQUEIRA e LOPES, 2019, p. 04). 
Além disso, Aristóteles, em sua obra 
“Política”, esclareceu que a cidadania é um 
atributo reservado àqueles que têm “o direito de 
voto nas Assembleias e de participação no 
exercício do poder público em sua pátria”. 
(ARISTÓTELES, 2019, p. 24). 
Revela-se aí, portanto, uma característica 
marcante da cidadania e que, ao mesmo tempo a 
torna elemento de exclusão. Isso porque, desde 
a Antiguidade Clássica, ela era reservada à uma 
pequena parcela da sociedade, visto que dentre os gregos, possuía cidadania aqueles que “eram indivíduos 
do sexo masculino que gozavam de direitos e tinham participação dentro das cidades”. (MORAES; KIM, 2013, 
p. 18). 
 
 
18 
 
Na Roma Antiga, por sua vez, “a cidadania ciuitas era conceito ligado à cidade e ao Estado. Para os 
romanos, cidadania, cidade e Estado eram conceitos próximos, surgindo essa ideia do cidadão, do homem 
livre, que vem antes mesmo da organização estatal” (SIQUEIRA JUNIOR; OLIVEIRA, 2016, p. 227). 
Portanto, para os romanos o atributo da cidadania designava a situação política do indivíduo, que 
considerado como “cidadão romano”, galgava evidentes benefícios perante os demais. Tal fato demonstrava 
que também dentre os romanos, assim como dentre os gregos, a cidadania revelava-se como predicado 
reservado à uma minoria, apartando destes os estrangeiros, os escravos, as mulheres e as crianças. 
Em especial, na Roma Antiga, a cidadania era utilizada como um critério para promover a discriminação, 
segregando as pessoas em diferentes classes sociais e inclusive preservando privilégios. 
 
 
 
Na Roma Antiga “havia, em primeiro lugar, os romanos e os estrangeiros, mas os romanos não eram 
considerados todos iguais, existindo várias categorias. Em relação à liberdade das pessoas era feita a 
diferenciação entre livres e escravos, mas entre os que eram livres também não havia igualdade, fazendo-se 
distinção entre os patrícios – membros das famílias mais importantes que tinham participado da fundação 
de Roma e por isso considerados nobres – e os plebeus – pessoas comuns que não tinham o direito de ocupar 
todos os cargos políticos. Com o tempo foram sendo criadas categorias intermediárias, para que alguns 
plebeus recebessem um título que os colocava mais próximos dos patrícios e lhes permitia ter acesso aos 
cargos mais importantes”. (DALLARI, 2004, p. 17-18). 
 
Na Roma Antiga, “os romanos eram cidadãos, mas não podiam ocupar todos os cargos políticos. Só́ alguns 
cidadãos podiam participar das atividades políticas e ocupar cargos elevados no governo. A cidadania era 
excludente”. (SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 2016, p. 233). Prova disso era o fato de que apesar de todos os 
romanos livres serem considerados cidadãos, “nem todos podiam ocupar os cargos políticos, como o de 
senador ou de magistrado, nem os mais altos cargos administrativos”. (DALLARI, 2004, p. 18). 
Surge aí, um importante conceito (cidadania e cidadania ativa) que não ficará esquecido na história, mas 
será retomado, posteriormente, para legitimar novas distinções entre pessoas, no tocante à participação da 
vida política do Estado, conforme revelado nos tópicos que seguem. 
 
 
 
 
19 
 
Na Roma antiga “fazia-se uma distinção entre cidadania e 
cidadania ativa. Só os cidadãos ativos tinham o direito de 
participar das atividades políticas e de ocupar os mais altos 
postos da Administração Pública. Uma particularidade que 
deve ser ressaltada é que as mulheres não tinham a cidadania 
ativa, e por esse motivo nunca houve mulheres no Senado 
nem nas magistraturas romanas”. (DALLARI, 2004, p. 18). 
 
Tal como já foi dito na Unidade I, na Antiguidade, em especial, graças às Leis Gregas e Romanas, os Direitos 
Humanos estavam fortemente relacionadosà participação política de certos indivíduos na vida do Estado. 
Tratava-se, portanto, do exercício do atributo da cidadania, que apesar de expressar a manifestação dos Direitos 
Humanos da época, muito distante estava de significar a promoção da Dignidade da Pessoa Humana, pois a 
cidadania, nessa época, apesar de possibilitar a participação política, também significava critério de distinção entre 
pessoas, exaltando um grupo seleto, e ao mesmo tempo, marginalizando a maior parte da população. 
REVOLUÇÕES BURGUESAS 
 
 
 
 
20 
 
Assim, como também já foi falado na Unidade I, as Revoluções Burguesas ocorreram na Idade Moderna, 
e dentre esses movimentos que angariaram o reconhecimento progressivo dos Direitos Humanos, a Bill of 
Rights (1689), representou um decisivo ganho com relação à cidadania. Isso porque, foi por meio dela que 
finalmente o poder do monarca foi contido de forma definitiva em favor do Parlamento, que agora passava 
a ser composto por burgueses e não mais por nobres. 
Esse acontecimento representou uma grande mudança, pois antes tínhamos um cenário em que 
Os nobres gozavam de muitos privilégios, eram proprietários de grandes extensões de 
terras, não pagavam impostos e ocupavam os cargos políticos mais importantes. Ao lado 
deles existiam as pessoas chamadas comuns, mas entre estas havia grande diferença 
entre os que eram ricos, que compunham a burguesia, e os outros que, por não terem 
riqueza, viviam de seu trabalho, no campo ou na cidade. (DALLARI, 2004, p. 18). 
 
Dessa forma, após essa revolução, amplia-se a participação nas decisões do Estado, mas principalmente, 
em favor da burguesia. Mesmo assim, esse acontecimento promoveu um efeito “dominó”, haja vista que 
desencadeou outras revoluções como a Independência das Treze Colônias Americanas, em 1776, e poucos 
anos depois a Revolução Francesa, que em 1789, pôs fim à Idade Moderna, inaugurou a Contemporânea, 
além de também inaugurar um “novo modelo de sociedade, criado em consequência da Revolução”. 
(DALLARI, 2004, p. 18). 
Também foi em 1789, conforme já foi visto na Unidade I, que foi promulgada a Declaração Universal dos 
Direitos do Homem e do Cidadão, que com seus 17 artigos, enalteceu os direitos de liberdade, igualdade e 
fraternidade do ser humano, em um dos primeiros passos rumo à construção da cidadania, conforme é 
concebida na contemporaneidade. 
Nesse sentido, merece destaque o fato de que um ideário de liberdade, igualdade e fraternidade para todos 
 
 
21 
 
[...] foi defendido pelos burgueses, que desejavam ter o direito de participar do 
governo, para não ficarem mais sujeitos a regras que só convinham ao rei e aos 
nobres. O povo que trabalhava, que vivia de salários e que dependia dos mais ricos 
também queria o reconhecimento da igualdade, achando que, se todos fossem 
iguais, as pessoas mais humildes também poderiam participar do governo e desse 
modo as leis seriam mais justas. (DALLARI, 2004, p. 19-20). 
 
Tanto é dessa maneira que, de acordo com a 
 
[...] Declaração de 1789: “Os homens nascem e permanecem livres e iguais em seus 
direitos”. Essa mesma declaração afirma que a finalidade de toda e qualquer 
associação política é a de assegurar esses direitos naturais e inalienáveis. Ou, em 
outros termos: os direitos do homem precedem e condicionam os direitos do 
cidadão. (FILHO et al, 2018, p. 43). 
Posteriormente, no ano de 1791, a primeira Constituição Francesa foi proclamada, e nela a antiga 
concepção de cidadania utilizada na Roma antiga foi retomada. Isso significou um contrassenso completo na 
ideia de cidadania defendida pelos revolucionários franceses, forjada em ideais de liberdade, igualdade e 
fraternidade para todos. 
 
 
 
 
“Recuperando a antiga diferenciação romana entre cidadania e cidadania ativa, os membros da Assembleia 
e os legisladores que vieram depois estabeleceram que para ter participação na vida política, votando e 
recebendo mandato e ocupando cargos elevados na Administração Pública, era preciso ser cidadão ativo, 
não bastava ser cidadão. [...] E para ser cidadão ativo era preciso, entre outras coisas, ser francês do sexo 
masculino, não ter a condição de empregado, pagar uma contribuição equivalente a três jornadas, devendo 
 
 
22 
 
o legislativo fixar o valor da jornada, além de ser inscrito na municipalidade de seu domicílio como integrante 
da guarda nacional”. (DALLARI, 2004, p. 20-21). 
 
Nesse sentido, a Constituição Francesa, também, influenciou outras legislações a adotarem a 
diferenciação entre cidadania e cidadania ativa. 
Em decorrência disso, “as mulheres, os trabalhadores, as camadas mais pobres da sociedade, todos esses 
grupos sociais foram excluídos da cidadania ativa e tiveram que iniciar uma nova luta, desde o começo do 
século XIX, para obterem os direitos da cidadania”. (DALLARI, 2004, p. 21). 
Inquestionavelmente, as Revoluções Burguesas foram responsáveis por um caminhar de conquistas que 
em muito agregaram ganhos significativos rumo aos Direitos Humanos, ao mesmo tempo em que, também, 
promoveram certos retrocessos em relação à noção de cidadania, que após a Revolução Francesa, deixou de 
estar aliada à igualdade, para retomar a antiga concepção romana de cidadania e cidadania ativa. 
É por isso que 
Na história do desenvolvimento dos direitos do cidadão, a evolução da cidadania 
na Europa centro-ocidental, transcorre por pelo menos três séculos de acirrados 
conflitos sociais, relacionados à conquista de três conteúdos de direitos diversos 
entre si, quais sejam, os direitos civis, no século XVIII; os direitos políticos, no século 
XIX; e os direitos sociais, no século XX. (COSTA e QUEIROZ, 2017, p. 15). 
 
 
 
Thomas Humphrey Marshall (1893 a 1981), professor emérito de sociologia 
da Universidade de Londres, em sua obra Cidadania e Classe Social, ao tratar 
do desenvolvimento da cidadania até o fim do Século XIX, esclareceu que a 
cidadania, em seu aspecto histórico, é composta por três elementos 
distintos: o elemento civil, o elemento político e o elemento social. Nesse 
sentido, assim afirma o autor: O elemento civil é composto dos direitos 
necessários à liberdade individual - liberdade de ir e vir, liberdade de 
imprensa, pensamento e fé, o direito à propriedade e de concluir contratos 
válidos e o direito à justiça [...]. Por elemento político se deve entender o 
direito de participar no exercício do poder político, como um membro de um 
organismo investido da autoridade política ou como um eleitor dos membros 
de tal organismo. [...] O elemento social se refere a tudo o que vai desde o 
direito a um mínimo de bem-estar econômico e segurança ao direito de 
participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado 
de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade. As instituições mais intimamente ligadas com ele 
são o sistema educacional e os serviços sociais”. (MARSHALL, 1988, p. 63-64). (grifos nossos). 
 
 
 
 
23 
 
 
Acerca do caminhar histórico de conquistas da cidadania “deve-se dizer que, apesar desta conquista 
fundamental para a humanidade, a cidadania liberal foi excludente, diferenciadora de “cidadãos ativos” e 
“cidadãos passivos”, “cidadãos com posses” e “cidadãos sem posses”. Contudo, a cidadania liberal foi o 
primeiro passo para romper com a figura do súdito que tinha apenas e tão somente deveres a prestar. 
Entretanto, seus fundamentos universais “todos são iguais perante a lei”, traziam em si a necessidade 
histórica de um complemento essencial: a inclusão dos despossuídos e o tratamento dos “iguais com 
igualdade” e dos “desiguais com desigualdade”. Para tal fim, por uma “cidadania positiva” veio à tona nos 
séculos seguintes a luta pela igualdade política e social, tarefa árdua que não foi conquistada pelos liberais, 
mas regularmente contra eles, pelas forças democráticas e socialistas. Uma luta contínua que não cessa até 
o tempo presente”. (COSTA; QUEIROZ, 2017, p. 15). 
 
Conscientes desse gradativo caminhar da cidadania rumoa conquistas cada vez mais significativas, não 
se pode perder de vista que, na atualidade, por força dos ganhos constitucionais, ser cidadão em um 
ambiente democrático, como no Brasil, 
[...] é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em 
resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser 
votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a 
democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do 
indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à 
saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, 
políticos e sociais. (PINSKY, 2013, p. 7). 
 
 
 
24 
 
CIDADANIA E DEMOCRACIA 
 
Etimologicamente, a palavra “democracia” deriva do grego demokratia, e significa “governo do povo 
expressado na maioria política, assentado nos princípios de liberdade e igualdade, e em que a representação 
popular das minorias é assegurada por plena fiscalização e crítica”. (SIDOU, 2017, p. 188). 
Consequentemente, como não poderia deixar de ser, “liberdade e igualdade são os valores que servem de 
fundamento à democracia”. (BOBBIO apud BITTAR, 2016, p. 338). 
O EXERCÍCIO DA CIDADANIA NO BRASIL 
No Brasil, tal como ocorreu com os gregos, já não se acredita numa ordem emanada dos deuses, mas 
diferente do que, também, ocorreu com eles, paira no imaginário coletivo, que não somos capazes de alterar 
a realidade, mesmo insatisfeitos com ela. Além disso, “insistimos em pensar e agir como se a situação em 
que vivemos fosse obra do outro”. (WERNECK; TORO, 2004, p. 17). 
Ledo engano, visto que 
Como a ordem social é criada por nós, o agir ou não agir de cada um contribui para 
a formação e consolidação da ordem em que vivemos. Em outras palavras, o caos 
que estamos atravessando não surgiu espontaneamente. A desordem que tanto 
criticamos também foi criada por nós. Portanto – e antes de converter a discussão 
em um juízo de culpabilidades –, se fomos capazes de criar o caos, também 
podemos sair dele. (WERNECK; TORO, 2004, p. 17). 
 
 
 
25 
 
 
 
“O paradoxo do brasileiro é o seguinte: cada um de nós isoladamente tem o sentimento e a crença sincera 
de estar muito acima de tudo isso que aí está. Ninguém aceita, ninguém aguenta mais, nenhum de nós pactua 
com o mar de lama, o deboche e a vergonha da nossa vida pública e comunitária. O problema é que, ao 
mesmo tempo, o resultado final de todos nós é exatamente isto que aí está!” (FONSECA apud WERNECK e 
TORO, 2004, p. 17). 
 
Contudo, como tentativa de explicar por que existe um entrave no exercício efetivo da cidadania no Brasil, 
talvez o histórico de sua formação, em solo pátrio, contribua para a construção de uma resposta. Isso porque, 
considerando como a cidadania foi concebida em outros locais, temos que a cidadania no Brasil 
“[...] fugiu à trajetória desenhada por Marshall em relação ao modelo da 
Inglaterra10, posto que neste país o processo levou à consolidação dos direitos civis, 
políticos e sociais na medida em que, na sequência indicada, o exercício de um 
conduzia à conquista do outro, operando uma lenta edificação movida pelo próprio 
povo, sedimentando-se como um sólido valor coletivo”. (CARVALHO apud COSTA; 
QUEIROZ, 2017, p. 18). 
Mas, no Brasil, graças à sua trajetória histórica, os “[...] direitos políticos precederam os direitos civis, ou 
seja, antes mesmo que o povo tivesse lutado, e por vontade própria, buscando os direitos civis, estes foram 
‘outorgados11’. (COSTA; QUEIROZ, 2017, p. 18). 
 
 
“No Brasil a independência ocorreu em 1822, e as decisões 
de maior peso da república foram tomadas pelas elites a 
partir de 1889, cuja proclamação moveu-se por articulações 
das cúpulas, entre militares e liberais, sem a participação 
efetiva do povo. A cidadania foi arquitetada de cima para 
baixo, com o Estado paternalista aquinhoando direitos 
políticos às pessoas sem que houvesse uma real reivindicação 
 
10 Conforme exposto na II Parte desta Unidade, que tratou do histórico da cidadania, com destaque de “Importante”, 
na parte final do tópico Revoluções Burguesas. 
11 Outorgados derivado de outorgar que é o ato de “Estar de acordo ou demonstrar concordância em relação a; aprovar: 
o juiz outorgou o pedido”. (DICIO, 2019, p. 01) 
 
 
26 
 
e conquista desses mesmos direitos, o que prejudicou a consolidação da consciência cidadã no Brasil, em 
função da falta de sentimento constitucional” (COSTA; QUEIROZ, 2017, p. 19). 
 
A vista disso, percebe-se que a formação da cidadania em território 
nacional ocorreu de forma a deformá-la, pois, não partindo do povo, uma 
vez concedida não foi capaz de despertar nele o sentimento de 
pertencimento. 
Nesse sentido, convém entender como a cidadania se manifestou nas 
constituições brasileiras: 
A Constituição de 1824, também chamada de Constituição Imperial, 
adotou a noção de cidadania e cidadania ativa, de modo que, no Brasil 
imperial, somente “os homens livres, maiores de 25 anos e com renda 
anual líquida de, no mínimo, 100 mil-réis eram considerados os cidadãos 
brasileiros ativos, os únicos com poder de voto e, portanto, responsáveis 
pela condução política do país”. (PEREIRA, 2019, p. 58). 
Instaurava-se aí o voto censitário, que excluía da vida política do país 
os homens pobres, juntamente com as mulheres, os estrangeiros e 
escravos. Esses últimos, inclusive, nem ao menos eram considerados 
cidadãos, diferentes dos outros que eram cidadãos passivos. A 
escravidão no Brasil, que perdurou até 1888, expunha uma realidade de 
total desrespeito à dignidade humana. 
 
A Constituição de 1891, que marcou a passagem do Brasil para o regime republicano, abandonou a noção 
de cidadania e cidadania ativa, além do voto censitário. Ademais, “estrangeiros residentes no país passaram 
a ter os mesmos direitos e deveres civis que os cidadãos brasileiros” (PEREIRA, 2019, p. 60). Também houve 
a “proibição da pena de morte e das penas criminais mais severas. Além disso, passavam a ser permitidas 
por lei as reuniões e associações de pessoas, e aparecia na Carta o importante instrumento de garantia 
individual que é o habeas corpus”. (PEREIRA, 2019, p. 60). 
A Constituição de 1934, promulgada pelo então Presidente Getúlio Vargas, representou um importante 
passo rumo ao avanço da cidadania. Isso porque tornou o “[...] voto obrigatório e secreto a partir dos 18 
anos, com direito de voto às mulheres, mas mantendo proibição do voto aos mendigos e analfabetos” 
(PONTUAL, 2019, p. 02). 
 
 
27 
 
 
Além disso, trouxe como ganho à cidadania a “criação de leis trabalhistas, instituindo jornada de trabalho 
de oito horas diárias, repouso semanal e férias remuneradas; mandado de segurança e ação popular” 
(PONTUAL, 2019, p. 02). 
 
Posteriormente, dada sua inspiração fascista e, em razão do 
autoritarismo,o que passou a imperar no país, a cidadania, que até então 
avançou por concessões legais, sofre evidente retrocesso por obra da 
Constituição de 1937, pois “o direito de igualdade deixou de ser 
reconhecido e foi imposta a censura, cerceando-se a liberdade de 
manifestação de pensamento” (PEREIRA, 2019, p. 61), além do que, de 
acordo com o art. 13 “restabeleceu-se a pena de morte para crimes 
políticos e ‘homicídio cometido por motivo fútil ou com extremos de 
perversidade’” (PEREIRA, 2019, p. 61). 
Em 1945, Getúlio Vargas é deposto, o que liberta o Brasil do regime 
autoritário. Consequentemente, é promulgada a Constituição de 1946, 
que restaura a ordem democrática e reaviva a cidadania no país. Nesse 
momento, além da abolição da pena de morte, são permitidos “[...] 
protestos e greves, que também haviam se tornado um direito do 
trabalhador”, (PERERA, 2019, p. 62). Além disso, o trabalho ganha status 
de “obrigação social”, de modo que “os trabalhadores ganhavam novos 
direitos, mas tinham também o dever de colaborar para o funcionamento 
da sociedade” (PERERA, 2019, p. 62). 
Consideradaum dos maiores marcos do retrocesso dos direitos 
do cidadão no Brasil, a Constituição de 1967 trazia em seu bojo 
novas leis que “permitiam a violação e a invasão de domicílios, a 
suspensão de direitos políticos, o fechamento de casas legislativas 
(Câmara dos Deputados, por exemplo), a cassação de mandatos 
eletivos, a demissão de funcionários e a prisão arbitrária de 
pessoas”. (PERERA, 2019, p. 63). 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
“Essa Constituição foi emendada por sucessiva expedição de Atos Institucionais (AIs), que serviram de 
mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas dos militares, dando a eles poderes extra-
constitucionais. De 1964 a 1969, foram decretados 17 atos institucionais, regulamentados por 104 atos 
complementares. Um deles, o AI-5, de 13 de dezembro de 1968, foi um instrumento que deu ao regime 
poderes absolutos e cuja primeira consequência foi o fechamento do Congresso Nacional por quase um ano 
e o recesso dos mandatos de senadores, deputados e vereadores, que passaram a receber somente a parte 
fixa de seus subsídios” (PONTUAL, 2019, p. 1). 
 
“Entre outras medidas do AI-5, destacam-se: suspensão de qualquer reunião de cunho político; censura aos meios 
de comunicação, estendendo-se à música, ao teatro e ao cinema; suspensão do habeas corpus para os chamados 
crimes políticos; decretação do estado de sítio pelo presidente da República em qualquer dos casos previstos na 
Constituição; e autorização para intervenção em estados e municípios”. (PONTUAL, 2019, p. 1). 
 
Todo esse cenário de autoritarismo, com “a política da chamada segurança nacional, que visava combater 
inimigos internos ao regime, rotulados de subversivos” (PONTUAL, 2019, p. 04), somente se desfez com a 
redemocratização do Brasil. 
A partir de 1985, por obra da instauração de uma nova Assembleia Nacional Constituinte, três anos 
depois, um novo texto constitucional é apresentado à nação brasileira. 
De fato, a Constituição de 1988, advinda daí, trouxe inquestionável ganho no campo dos direitos 
fundamentais e da cidadania. Isso porque, além das menções indiretas, ao longo de todo o texto 
constitucional, fez a ela menção direta ao elevá-la como um dos fundamentos da República, ao lado da 
dignidade da pessoa humana12. 
 
 
12 “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] II - a cidadania; [...] III - a 
dignidade da pessoa humana”; (BRASIL, 1988, p. 1). 
 
 
29 
 
 
A Constituição Federal de 1988 “[...] compõe o Estado 
Democrático em dois fundamentos relacionados ao indivíduo: 
cidadania e dignidade da pessoa humana. A dignidade da 
pessoa humana é o valor fundamental do indivíduo, ao passo 
que a cidadania se refere ao aspecto social”. (SIQUEIRA 
JUNIOR; OLIVEIRA, 2016, p. 234). 
 
Além disso, também inovou ao trazer o cuidado para com a pessoa, antes da organização do Estado, tal como as 
anteriores faziam, enumerando os direitos fundamentais do indivíduo no extenso rol do art. 5°13, da Constituição 
Federal de 1988, que ao longo de seus 78 incisos, tentou remediar as marcas deixadas pelo período ditatorial. 
 
 
Sobre a Constituição de 1988 
Art. 5º, da Constituição Federal – acesse o link: 
 
A INTERDEPENDÊNCIA ENTRE A DEMOCRACIA E A CIDADANIA 
A implementação de todos ganhos na seara da cidadania, somente se torna possível graças ao ambiente 
democrático que é restaurado no Brasil. Caso contrário, não seria possível, a efetivação da democracia sem 
a cidadania, pois, é somente por meio de uma que a outra se realiza. Em outras palavras, é somente por meio 
da consciência cidadã que a participação acontece, e temos, a partir disso, a instauração de um genuíno 
ambiente democrático. 
 
“A democracia realiza-se por intermédio da cidadania. ‘Assim, um 
país não tem um regime democrático, pelo simples fato de a 
Constituição estabelecer liberdades e procedimentos próprios da 
democracia, mas porque, efetivamente, há uma pluralidade de 
opiniões e interesses articulados em partidos, ou seja, só é possível 
se existe uma realidade política democrática, se os indivíduos 
consideram que a democracia é algo a conservar e dela participam 
exercendo os seus direitos’”. (FERRARI apud SIQUEIRA JUNIOR; 
OLIVEIRA, 2016, p. 236). 
 
 
13 “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
[...]”. (BRASIL, 1988, p. 1). 
 
 
30 
 
Por isso, se hodiernamente esses direitos já são reconhecidos num ambiente democrático, carecemos de 
uma noção de pertencimento e visão transformadora, capaz de entender que é possível alterar a realidade 
a partir de uma mudança de postura pessoal. 
Nesse passo, “não aceitar a responsabilidade pela realidade em que vivemos é, ao mesmo tempo, nos 
desobrigarmos da tarefa de transformá-la, colocando na mão do outro a possibilidade de agir”. (WERNECK; 
TORO, 2004, p. 18). 
 
Uma democracia com cidadania precária é fruto de Estados 
incapazes de tornar efetivas suas próprias regulações. Mesmo 
que os direitos políticos sejam assegurados e respeitados, a 
cidadania é deficiente, especialmente no que se refere à garantia 
dos direitos humanos fundamentais às camadas populares e 
outros setores estigmatizados e excluídos, o que é, aliás, uma 
prerrogativa indispensável para a perfeita apreciação da 
condição cidadã. (COSTA; QUEIROZ, 2017, p. 15). 
 
Assim, se a cidadania corresponde à efetiva participação na vida do Estado, isso significa que cidadania 
está, umbilicalmente, ligada à democracia, não havendo como dela dissociar-se. 
Nesse passo, “cidadania implica sentimento comunitário, processos de inclusão de uma população, um 
conjunto de direitos civis, políticos e econômicos e significa, também, inevitavelmente, a exclusão do outro”. 
(SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 2016, p. 233-234). Justifica-se a exclusão, como já foi visto, nos sentidos que 
ela assume na atualidade (sentido restrito e técnico e sentido amplo). 
Logo, não há como negar que a cidadania possui uma profunda relação de dependência da democracia, 
haja vista que se aquela somente se constrói de forma plena, por meio do efetivo exercício de direitos civis, 
políticos, econômicos, sociais e culturais, esta constitui o único ambiente realmente favorável para que isso 
de fato aconteça. 
Nesse sentido, o que temos é que “sem democracia, não há possibilidade de haver cidadania, a qual é 
exercida no espaço público, por indivíduos conscientes”. (SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 2016, p. 234). Isso 
porque, “[...] em suma, cidadania é a prática da Constituição Democrática” (SIQUEIRA JUNIOR e OLIVEIRA, 
2016, p. 237), ou seja, a busca pela realização efetiva do que prevê a Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988, que, não por outro motivo, é chamada de “Constituição Cidadã”. 
 
 
 
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	Páginas de DHC - Direitos Humanos e Cidadania - Volume 02.pdf
	Páginas de DHC - Direitos Humanos e Cidadania - Volume 022.pdf

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