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e-Tec Brasil29 Aula 3 - Diversidade e diferenças individuais Nesta aula, você vai conhecer o conceito de personalidade e quais os fatores que compõe as características que identificam os indivíduos. As diferenças individuais são apresentadas pelos dados demográficos, personalidade, etc. Procure também observar ao longo da leitura, como a subjetividade humana, ou seja, como a individualidade está presente no cotidiano das pessoas. Bom estudo! 3.1 Características de identificação dos indivíduos - Personalidade O ser humano é ao mesmo tempo um ser genérico, pois trás as características da espécie humana – bipedia (anda sobre dois apoios), polegar e indicador com movimento de pinça, linguagem, pensamento, criatividade - e guarda aspec- tos singulares, próprios de cada pessoa. Neste segundo ponto é que se pode afirmar que a característica mais marcante do indivíduo é a sua personalidade. Este termo pode ser definido como a individualidade ou aspectos que ca- racterizam uma pessoa em específico, como caráter, moral, índole, tempe- ramento, cultura, grau de instrução, preconceitos, habilidades, aptidões... A palavra identidade acaba sendo utilizada no senso comum como sinônimo de personalidade. A carteira de identidade trás dados específicos do cida- dão: nome completo, filiação, data de nascimento, naturalidade, nacionali- dade, sexo, número de registro geral (RG), assinatura e a digital do polegar direito. Estes dados são considerados como demográficos, pois apre- sentam características básicas que ajudam a reconhecer a formação ou origem de uma pessoa. Schermenhorn (1999) ainda inclui a estes dados demográficos, fatores como: etnia, profissão, estado civil e capacitação física e mental. Simples perguntas como: Qual o seu nome? É casado? O que você faz? Onde estuda? Onde mora? Quantos anos você tem? Levam à identificação e reconhecimento, quem é a pessoa e o que ela faz. Genérico: Adj. Que pertence ao gênero: característica genérica. Os estudos em psicologia afirmam que a personalidade é formada, na sua essência, nos sete primeiros anos de vida. À medida que o individuo cresce, torna-se um adolescente, adulto e posteriormente idoso, aspectos periféri- cos ou superficiais da personalidade vão sofrendo mudanças. Algumas crises de identidade, questionamentos, redefinições, dificuldades alteram a forma de ver e de se auto-conceber. Não é possível imaginar que ao longo de toda uma vida as ideias que compõe a mente e comporta- mentos de um menino de dez anos permaneçam, perdurem exatamente as mesmas até quando ele estiver com quarenta anos ou mesmo mais tarde, aos setenta anos. As pessoas com quem o indivíduo convive, atuam de forma muito incisiva nas características emocionais e afetivas. Outro fator são os genes herdados dos pais e avós que caracterizam o fenótipo, ou seja, o tipo físico que a pessoa apresenta: alto ou baixo, gordo ou magro, cabelos crespos ou lisos, olhos claros ou escuros. Não há como caracterizar a personalidade das pessoas em boas ou ruins, fortes ou fracas. O que existe é a personalidade em si, a subjetividade do indivíduo. O julga- mento de valor sobre a personalidade alheia é próprio de cada um e comu- mente está carregado de estigmas ou favoritismos. É comum ouvir o seguinte comentário: ela é uma boa pessoa, pois sempre faz o que solicito. Esta colocação não pode ser considerada como verdadei- ra, pois há poucos valores analisados para afirmar se a pessoa em questão é boa, ou seja, tem bom caráter - é gentil e honesta somente porque atende aos meus pedidos? O psicólogo analítico Carl Gustav Jung (1875 – 1961), além das inúmeras pesquisas sobre arquétipos, sonhos e símbolos, desenvolveu estudos na busca da exploração do inconsciente humano e determinou os tipos psi- cológicos, isto é, características em termos gerais, mas que traduzem uma diferenciação entre os comportamentos e forma de pensar das pessoas. Há dois grandes grupos: os extrovertidos, formado por pessoas que apre- sentam confiança e partem ao encontro ou busca de seus ideais e da resolu- ção de problemas; e os introvertidos, pessoas que hesitam, adiam ou mes- mo recuam, pois não se sentem confiantes para partir ao embate sozinhas. Arquétipos: s.m. Modelo pelo qual se faz uma obra material ou intelectual. / Filosofia. Modelo ideal, inteligível, do qual se copiou toda coisa. e-Tec Brasil 30 Psicologia do Trabalho e-Tec Brasil31Aula 3 - Diversidade e diferenças individuais Não há aqui julgamento de valor ou uma personalidade melhor que outra. Há apenas duas formas distintas de enfrentamento interpessoal. Jung ainda estabelece subgrupos presentes tanto para as características in- trovertidas quanto para as extrovertidas: • sensação: adaptação da pessoa à realidade objetiva; • pensamento: aspecto mais racional que busca esclarecer o significado dos objetos e fatos; • sentimento: as emoções sempre antecedem as decisões; • intuição: percepção do ambiente externo por intermédio do inconsciente. Sua teoria finaliza com o cruzamento ou combinações dos dois grandes gru- pos com os subgrupos resultando em oito tipos psicológicos. Desta forma, fica mais fácil compreender porque as relações interpessoais para alguns é algo extremamente complexo e tenebroso, motivo de sudorese excessiva, calafrios e vertigens, se for necessário iniciar um bate-papo, ou fa- zer uma apresentação na frente dos colegas de classe ou na sala de reuniões da chefia. Isto, provavelmente advenha das características presentes em indi- víduos do tipo - pensamento introvertido. Para outros, algo muito tranqui lo, pois comunicação e extroversão não trazem maiores desconfortos. Resumo Nessa aula, aprendemos o conceito de personalidade e a classificação dos tipos psicológicos segundo a teoria Junguiana. Apresentamos as diferentes formas dos indivíduos expressarem a personalidade nas relações com outras pessoas e analisamos alguns estigmas referentes ao conceito de personalida- de, tais como: categorizações ou juízos de valor que não procedem. Defini- mos, portanto, que personalidade é um conceito genérico que se relaciona diretamente com a subjetividade da pessoa. Leia o texto: A teoria dos tipos psicológicos de Elvina Lessa, disponível no site: http://tinyurl.com/7g7c5yu O texto traz de forma complementar as características de cada um dos tipos psicológicos prescritos por Jung. Boa leitura! Acesse o site do Instituto Junguiano do Rio de Janeiro e descubra uma série de eventos, livros e outros artigos para complementar a sua pesquisa. http://www.jung-rj.com.br/ Assista aos filmes: Jornada da Alma. O filme retrata a história de Sabina, uma jovem russa de 19 anos, que, em 1905, sofre de histeria e recebe tratamento em um hospital psiquiátrico de Zurique, na Suíça. Seu médico, o jovem Carl Gustav Jung (Iain Glen), aproveita o caso para aplicar pela primeira vez as teorias do mestre Sigmund Freud. Crash – No limite (2004) O filme mostra o encontro de vários personagens totalmente diferentes nas ruas de Los Angeles. É interessante analisar a diversidade de características dos personagens e como o preconceito está presente em muitas situações do cotidiano das pessoas. Babel. (2006) Um ônibus repleto de turistas atravessa uma região montanhosa do Marrocos. Entre os viajantes estão Richard (Brad Pitt) e Susan (Cate Blanchett), um casal de americanos. Ali perto, os meninos Ahmed (Said Tarchani) e Youssef (Boubker At El Caid) manejam um rifle que seu pai lhes deu para proteger a pequena criação de cabras da família. Um tiro atinge o ônibus, ferindo Susan. A partir daí o filme mostra como este fato afeta a vida de pessoas em vários pontos diferentes do mundo.
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