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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO E APRENDIZAGEM MOTORA Patrick Gonçalves A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Relembrar as principais características do crescimento e desenvolvi- mento durante a passagem da infância para a adolescência. � Identificar os benefícios da inclusão do exercício físico no desenvol- vimento motor durante a infância e a adolescência. � Planejar os programas de intervenção física para aprimorar o desenvol- vimento motor de crianças e adolescentes a partir de estudos de caso. Introdução O aprimoramento das capacidades físicas e motoras é fundamental para o pleno desenvolvimento humano e a adoção de uma vida adulta saudável. No entanto, os estudos apontam que a infância e a adolescência são caracterizadas por poucas oportunidades de aprimoramento motor por meio das práticas corporais. Para compreender as melhores formas de abordar essas atividades, deve-se entender como os seres huma- nos se desenvolvem, sobretudo durante a passagem da infância para a adolescência, uma fase que se caracteriza por rápidas e importantes transformações. Neste capítulo, você estudará os principais aspectos presentes no desenvolvimento durante a passagem da infância para a adolescência e a importância do exercício físico nessas idades, bem como a proposta de intervenção motora a partir de estudos de caso, que possibilita diversas abordagens e um aprofundamento na coleta de informações de cada indivíduo. Características do crescimento e desenvolvimento durante a passagem da infância para a adolescência A infância e a adolescência são fases do desenvolvimento nas quais as capa- cidades físicas, motoras, afetivas e sociais ganham forma para que, na fase adulta, todas as competências se encontrem em sua plenitude. No entanto, ainda que ambas possam apresentar fatores em comum, há uma grande ruptura quanto ao desenvolvimento, ao crescimento e à maturação dos indivíduos nessa passagem, a qual não acontece em uma idade específica para todos. Mesmo que a legislação possa sugerir que ela começa aos 12 e termina aos 18 anos (BRASIL, 1995), em termos maturacionais e desenvolvimentistas, ela pode ocorrer em idades distintas, sendo marcada pela biologia e cultura. Os aspectos biológicos dizem respeito à maturação sexual dos indivíduos, e o cultural reflete a independência financeira e emocional de sua família. Assim, compreende-se que a adolescência pode ocorrer em períodos diferentes da vida em sujeitos aparentemente semelhantes. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) apontam que ela tem se manifestado de forma cada vez mais longa com o passar dos anos, em que a maturação biológica se apresenta cada vez mais cedo em diversas sociedades, já as mudanças econômicas sugerem que a independência financeira demore um pouco mais para se estabelecer. Assim, os autores propõem que o período da adolescência, em uma abordagem mais ampla, pode ocorrer desde os 8 anos e se estender até após os 20 anos. Em termos de crescimento, desenvolvimento e maturação biológica, ela é marcada por grandes modificações, que acontecem no crescimento dos indivíduos, no aparecimento da puberdade e na maturação sexual. Crescimento do adolescente A adolescência se constitui em um período em que os aumentos de estatura e peso se mostram de forma acelerada. Os períodos em que essas modificações se mostram mais consideráveis variam de acordo com cada indivíduo, em termos gerais, o que vai possibilitar isso e a intensidade do crescimento são o genótipo e o fenótipo. O genótipo consiste no potencial de crescimento de cada pessoa e é determinado pelas suas bases genéticas, influenciando, assim, as medidas corporais, a maturação esquelética, o tipo de corpo, o comprimento de braços e pernas, a estatura adulta, as formas como a gordura se distribui pelo corpo e o início da puberdade. Já o fenótipo se refere às condições ambientais, como A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência2 a alimentação, os estímulos físicos, os níveis socioeconômicos, entre outros fatores que vão possibilitar — ou não — aos indivíduos atingirem o potencial estabelecido pelo genótipo. O estirão do crescimento adolescente é o primeiro indicador visível do início da pu- berdade, o qual varia de indivíduo para indivíduo, independentemente da idade. Por exemplo, ao comparar jovens de mesma idade, observa-se o fim desse fenômeno em um dos adolescentes, já o outro pode recém tê-lo iniciado. A passagem da infância para a adolescência é caracterizada por crescimento acelerado, é comumente abordado como surto do crescimento adolescente, período de aceleração pré-adolescente ou circumpúbere e acontece antes da maturação sexual. O processo de surto do crescimento adolescente dura cerca de quatro anos e meio e ocorre em períodos variáveis, principalmente na comparação quanto ao sexo dos indivíduos. Em meninos, ele se inicia em torno dos 11 anos, estabilizando-se, em média, aos 15 anos. Já em meninas, inicia-se por volta dos 9 anos, estabilizando-se aos 13 anos. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) citam que é comum se encontrar um crescimento anual entre 15,2 e 20,3 cm em adolescentes durante essa fase. Ao final do surto, o crescimento da estatura continua ocorrendo, mas de forma muito mais lenta até cessar por volta dos 16 (meninas) e 18 anos (meninos). O ganho de peso também é bastante notável na adolescência. Em geral, sua curva tende a acompanhar o crescimento em altura e está relacionada à maturação esquelética, aos aumentos nos tecidos muscular e adiposo e ao cres- cimento dos órgãos. Em meninos, nota-se o ganho de peso predominantemente exercido devido aos aumentos na massa muscular e na altura, já a proporção de tecido adiposo permanece estável geralmente. Porém, em meninas, o ganho de peso ocorre em detrimento dos ganhos em massa adiposa e altura, com a massa muscular permanecendo estável. No entanto, Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) salientam que os ganhos ou as perdas de peso na adolescência não são fatores que devam ser encarados como situações alarmantes, porque podem estar relacionados à dieta, à maior quantidade de exercícios (comum entre os adolescentes), à motilidade gás- trica, ao estilo de vida, aos fatores socioeconômicos e hereditários. Portanto, 3A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência ao se considerar as variações de peso, outras mudanças também devem ser consideradas nas análises, porém, não obter ganhos significativos em altura é uma situação que merece uma investigação médica, pois pode estar atrelada às defasagens hormonais. Outras alterações ocorridas durante a adolescência também se mostram importantes, por exemplo, o coração dobra seu peso e aumenta cerca de 50% do tamanho que possuía antes do início dessa fase. Com isso, tem-se uma diminuição dos batimentos cardíacos e um aumento da pressão sistólica de repouso. Há, ainda, o crescimento dos pulmões, que ocorre de forma rápida, assim, a frequência respiratória demonstra uma queda gradual desde o início da vida, mas acontece um aumento de quantidade de ar, o qual pode ser inalado a cada inspiração, principalmente após os 12 anos. Puberdade e maturação sexual A puberdade corresponde à fase desenvolvimentista na qual ocorre a ma- turação sexual (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013), cujo período inicial é denominado de pubescência, acontecendo cerca de dois anos antes da maturação. Na pubescência, há o surto do crescimento adolescente, o aparecimento das características sexuais secundárias, as alterações no sistema endócrino e o amadurecimento dos órgãos sexuais. Em meninas, o evento demarcador do início da puberdade é a menarca, o primeiro fluxo menstrual. Em um estudo realizado na cidade de Santos (CUNHA et al., 2017), foidemonstrado que sua idade média é de 11,3 anos, variando entre 8,5 e 14,7. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) sustentam que, em meados do século XIX, sua idade média era próxima aos 15 anos, por isso, percebe-se que a idade vem diminuindo ao longo dos anos. Entre os fatores que podem contribuir com esse fenômeno, estão as mudanças nas dietas; os fatores socioeconômicos, de estresse psicológico e emocional; a obesidade na infância; os estilos de vida; e os níveis de atividade física. Já em meninos, o início da puberdade acontece de forma diferente, sendo, em geral, marcado pela primeira ejaculação (a ejeção do líquido seminal mas- culino) e não deve ser confundido, assim como a menarca, com a maturação do sistema reprodutivo. A maturidade sexual em meninas ocorre cerca de dois anos após a menarca e, em meninos, apenas quando existe a produção de espermatozoides vivos, entre os 13 e 16 anos. Como foi destacado, o surto do crescimento marca o início da maturação reprodutiva e, por isso, vem acompanhado do aparecimento das características A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência4 sexuais secundárias, como o surgimento dos pelos, dos testículos e o aumento dos seios, que se tratam de algumas das transformações físicas ocorridas durante o início da adolescência. Essas mudanças são desempenhadas pelas alterações no sistema endócrino, resultando em um papel fundamental para o processo de crescimento e maturação. Embora as idades do aparecimento das características que conduzem a criança à fase adulta possam variar, os eventos seguem uma sequência previsível, como demonstrado no Quadro 1. Fonte: Adaptado de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) e de Papalia e Feldman (2013). Meninos Meninas Idade Mudança fisiológica Idade Mudança fisiológica 9–13,5 Desenvolvimento testicular. 6–13 Crescimento dos seios. 12–16 Aparecimento e crescimento de pelos pubianos. 6–14 Aparecimento e crescimento de pelos pubianos. 11–16 Surto do crescimento adolescente. 9–14,5 Surto do crescimento adolescente. 11–14,5 Crescimento do pênis, glândula prostática e vesículas seminais. 10–16,5 Menarca. Quase ao mesmo tempo do crescimento do pênis Mudança na voz. Dois anos após o aparecimento dos pelos pubianos Formação de pelos nas axilas. Dois anos após o aparecimento dos pelos pubianos Aparecimento de pelos faciais e corporais. 1–17 Fim do crescimento do esqueleto. 18–19 Fim do crescimento do esqueleto. Quadro 1. Sequência de eventos durante a puberdade 5A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência Com estas inúmeras mudanças físicas e hormonais, a adolescência também é marcada por alterações sociais e psicológicas. O comportamento desses indi- víduos, geralmente, se pauta por atividades exploratórias e de experimentações, uma vez que as mudanças corporais sugerem que a vida adulta logo chegará, e as indagações acerca do seu lugar na sociedade aumentam. No entanto, tais dúvidas não devem ser encaradas apenas como uma “crise” da adolescência, mas como um processo necessário para que eles possam ser bem-sucedidos emocionalmente na fase adulta. A passagem da infância para a adolescência geralmente apresenta, no aspecto socioemocional, uma busca pelo autoconceito, por isso, é comum que o adolescente procure amigos que possuam gostos e preferências mais com os seus, como uma forma de ajuda mútua. Nessa fase, como já dito, ocorrem as diferenças corporais em relação ao sexo masculino e feminino, junto ao fim do egocentrismo que marca boa parte da infância, tornando-se comum o despertar para as relações afetivas. Torna-se, então, propício abordar temas referentes aos relacionamentos afetivos, às diferenças de gênero, à gravidez precoce e aos métodos preventivos, por exemplo. A adolescência também é um marco no desenvolvimento cognitivo, em que as perspectivas intelectuais se tornam cada vez mais abstratas, possibilitando a criação de perspectivas quanto ao seu valor moral e às suas atribuições futuras. Assim, a fase da adolescência comumente encontra três dilemas principais: a escolha de uma ocupação, a adoção de valores nos quais se basear e o desenvol- vimento de uma identidade sexual satisfatória (PAPALIA; FELDMAN, 2013), em que há muita confusão e busca pelo “eu”, as habilidades construídas na infância estão gradualmente presentes nas necessidades cotidianas de inserção do adolescente na sociedade. Aqueles bem-sucedidos nessa fase chegarão à vida adulta com êxito, já os que sofrem mais com a busca do seu “eu”, aliados às vontades de explorar e obter novas experimentações, enfrentam problemas relacionados à juventude, como a drogadição. Portanto, os exercícios físicos podem contribuir para a própria descoberta dos indivíduos, bem como para o desenvolvimento das suas diversas dimensões. Benefícios do exercício físico no desenvolvimento motor na infância e na adolescência O desenvolvimento humano está ligado aos fatores hereditários, sociocultu- rais e às tarefas em que cada indivíduo é exposto ao longo de sua existência. A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência6 As possibilidades de ambientes, tarefas e relações sociais de cada indivíduo ditam as diferenças que os afastam no desenvolvimento das mais diversas dimensões, sejam físicas, cognitivas, afetivas, sociais ou motoras. Portanto, ao estabelecer critérios para compreender o desenvolvimento motor de de- terminados sujeitos (aqui se destacou as fases da infância e adolescência), deve-se considerar as formas de relações dos ambientes que frequenta, suas características hereditárias e as pessoas com quem se relaciona, pois, com essas informações, entende-se melhor o engajamento e a participação das crianças e dos adolescentes em programas de exercício físico. Essa justificativa é dada à medida que o apoio social recebido por crianças e adolescentes de pessoas com as quais o vínculo afetivo se mostra significante, como pais, amigos, professores, irmãos, entre outros, está intimamente asso- ciado aos seus graus de participação em atividades físicas (PAYNE; ISAACS, 2007). Ao possibilitarem uma infinidade de gestos motores e expressões corporais, as atividades físicas proporcionam um maior desenvolvimento motor, podendo contribuir para o seu desenvolvimento. Entre as pessoas que interagem com as crianças, a família é a que gera maior influência no sucesso da obtenção das habilidades motoras, pois seu contato com esses sujeitos comumente se inicia ao nascimento e ocorre em muitas horas a cada dia. Importância do exercício físico na infância Ao nascer e em parte da primeira infância, o corpo e os gestos motores são as principais formas de interação entre a criança e o mundo que a cerca, ela constrói os significados do seu mundo a partir das experimentações motoras e sensoriais que são possíveis com os movimentos (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Nos anos que correspondem à idade pré-escolar, os exercícios físicos devem proporcionar o refinamento das habilidades motoras referentes aos movimentos fundamentais, que foram adquiridos ainda na primeira infân- cia, possibilitando a sua combinação. Nesse sentido, as atividades físicas se constituem como possibilidades de sistematizar e objetivar tarefas para que a aquisição das habilidades se mostre com eficiência. Tal proposta é essencial para que a criança consiga desenvolver as atividades esportivas, culturais e sociais que se ampliarão na segunda infância e sucederão a terceira, como os jogos e as danças. Por volta dos 6 anos, espera-se que as crianças tenham adquirido um padrão maduro das habilidades motoras fundamentais. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) sustentam que a segunda e a terceira infâncias são fundamentais para a 7A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência aquisição desse padrão, pois as oportunidadespara ensaios de gestos motores não adquiridos vão diminuindo com o passar dos anos. Assim, aquelas que não atingem o estágio maduro das habilidades motoras fundamentais dificilmente vão conseguir desenvolvê-los nos anos posteriores. Ainda que seu potencial (o genótipo) suponha que podem atingir um estágio maduro, muitos estudos realizados no âmbito do desenvolvimento motor têm sugerido que poucas atingem tal nível. Ao investigar o nível de habilidade motora em 59 crianças de escolas públicas em regiões de vulnerabilidade social da Região Sertão Central do Ceará, Nobre, Bandeira e Valentini (2016) identificou que 96,6% delas apre- sentaram atrasos nas habilidades locomotoras e 89,8%, nas habilidades de controle de objetos. Os autores sustentam que em regiões de extrema pobreza as possibilidades de práticas corporais que exploram a plenitude dos movi- mentos são raras. Nessas condições, os locais públicos como parques e escolas geralmente se encontram em má conservação e com poucos materiais para explorar essas habilidades. Além disso, a perspectiva que os pais constroem acerca da importância por tais vivências vão de encontro ao desenvolvimento motor de seus filhos, pois, para eles, as crianças devem auxiliar nas tarefas domésticas e no trabalho que aumenta a renda familiar. Buscando estabelecer uma comparação entre crianças de classes sociais diferentes, Silva Neto (2018) aplicou testes motores em crianças de escolas de rede pública e rede privada no município de Jequié, na Bahia. Como resultado reconheceu que os escolares da escola privada apresentaram escores maiores em relação aos da escola pública, corroborando com Nobre, Bandeira e Valentini (2012). No entanto, ainda que os escores de escolares da rede privada tenham sido maiores, a maioria ainda apresentou classificação abaixo do desempenho motor recomendado para sua idade. Nessa perspectiva, Castro e Lima (2016) apontam que o desenvolvimento motor está relacionado aos estilos de vida de crianças e adolescentes. Buscando relacionar os estilos de vida ao desempenho motor, os autores propuseram questionários e testes motores aos escolares de um município da região norte do Brasil. Como resultado, trazem que crianças e adolescentes que passam três horas ou mais interagindo em mídias eletrônicas apresentam um desempenho motor muito inferior em relação àquelas que não fazem uso dessas tecnologias. Assim, o desempenho motor pobre e abaixo do esperado pode ser explicado pelas poucas oportunidades de práticas de atividades voltadas ao desempenho motor. Esse fenômeno está associado às mudanças sociais que vêm ocorrendo nos últimos anos, nas quais as tecnologias digitais, o aumento da insegurança dos centros urbanos, a restrição dos momentos de práticas corporais em de- A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência8 trimento das atividades intelectuais nas instituições escolares e os escassos momentos em família, considerando as modificações das configurações pa- rentais e de jornada laboral atuais, restringem os momentos de vivências e consolidação de experiências motoras e exercícios físicos em crianças. O exercício físico regular e sistematizado, portanto, é fundamental para o desenvolvimento motor na infância, sendo que os prejuízos da sua ausência não se limitam apenas à baixa aquisição de habilidades e capacidades estritamente relacionadas a esse desenvolvimento. O desenvolvimento humano é multidi- mensional (PAPALIA; FELDMAN, 2013) e ocorre em todas as dimensões humanas, sejam motoras, cognitivas, físicas e sociais, de forma conjunta, em que uma afeta a outra. Assim, a falta de atividades físicas acarreta prejuízos motores, cognitivos, sociais, afetivos e físicos. Medina-Papst e Marques (2010), por exemplo, afirmam que atrasos no desenvolvimento motor também geram problemas nas demais aprendizagens escolares e no pleno desenvolvimento dos sujeitos nas fases subsequentes. Nessa perspectiva, Antunes et al. (2006) abordam que o exercício físico possui ações diretas e indiretas nas funções cognitivas. � Ações diretas: o exercício físico promove uma série de alterações fisio- lógicas agudas, como uma melhora na circulação cerebral e alteração na síntese e degradação de neurotransmissores, as quais acarretam em um aumento das funções cognitivas. � Ações indiretas: as alterações crônicas do exercício físico também se mostram benéficas às funções cognitivas. Antunes et al. (2006) apontam que sua sistematização promove a plasticidade cerebral, uma maior quantidade de neurônios agindo em determinadas funções, entre elas, as cognitivas. Além disso, os autores citam que a diminuição da pressão arterial e o decréscimo dos níveis de LDL e triglicerídeos no plasma sanguíneo parecem agir indiretamente, fornecendo uma melhora da funcionalidade geral e, consequentemente, cerebral. Nas dimensões socioafetivas, há uma forte relação entre os exercícios físicos e a diminuição de patologias que comprometem o desenvolvimento social, como o transtorno de ansiedade e a depressão, em que as atividades hormonais que ocorrem com a prática regular de exercícios agem como promotoras de bem- -estar, inibindo a síntese de hormônios característicos dessas patologias. Além disso, as práticas corporais, como os esportes, as danças, as ginásticas, entre outras possibilidades, geralmente acontecem com a integração entre sujeitos diferentes, sendo que, na infância, esse convívio é fundamental para que as 9A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência perspectivas acerca do mundo em que cada criança se encontra se ampliem. Assim, ao construírem suas aprendizagens, experiências e vivências junto às outras pessoas, pode ser mais fácil compreender e respeitar as diferenças, reconhecendo o valor de cada um na sociedade e encontrando sua própria identidade no meio social em que se vive. Importância do exercício físico na adolescência Como já discutido, a passagem da infância para a adolescência é marcada por inúmeros eventos que afetam o desenvolvimento. As mudanças físicas se potencializam pela maturação sexual, responsável pelo desenvolvimento das características que conduzirão os adolescentes na aquisição do corpo da fase adulta. Já as habilidades e capacidades adquiridas e desenvolvidas na infância são colocadas em prática na adolescência, permitindo que o envolvimento nas atividades esportivas, culturais e sociais ocorra com êxito. No entanto, a adolescência é marcada pelos ganhos físicos, e as habilidades necessárias para uma vida saudável se fundamentam a partir desses processos. Nesse sentido, Guedes (2007) divide a aptidão física em duas características. A primeira está relacionada à saúde e envolve as capacidades de resistência cardiorrespiratória, força e resistência muscular, e flexibilidade. Já a segunda corresponde à aptidão física relacionada ao desempenho motor, abrangendo as capacidades de potência (força explosiva), velocidade, agilidade, coorde- nação e equilíbrio. Mello et al. (2015) informam que os estudos que abordam a aptidão física relacionada ao desempenho motor ainda são muito escassos, dificultando a obtenção de dados que possam estabelecer um perfil ou orientar os programas de intervenção motora por profissionais de Educação Física. A adolescência é marcada pelo surto do crescimento ado- lescente, em que o ganho em altura é bastante evidente e, corriqueiramente, as dúvidas quanto à relação entre ele e o exercício físico são alvos de debate. Você pode ler um artigo sobre essas correlações no link ou código a seguir. https://goo.gl/CQ8qkJ A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência10 https://goo.gl/CQ8qkJ De modo geral, pode-se elaborar a perspectiva de que adolescentes que obtiveram poucas experiências motoras e, por consequência, não conseguiram desenvolver um padrão maduro das habilidades motoras,provavelmente en- frentarão dificuldades no que tange à aptidão física relacionada ao desempenho motor (GUEDES, 2007). Consequentemente, o afastamento dos sujeitos das práticas corporais se acentua, e a falta dos exercícios físicos no seu cotidiano pode reduzir as oportunidades de aprimorar as habilidades motoras, as capa- cidades coordenativas, bem como as habilidades cognitivas e sociais. O fato de não dominar com eficiência as capacidades motoras pode gerar nos adolescentes uma inibição em desenvolver e participar de práticas corporais e esportivas, pois essa fase é marcada por uma descoberta das qualidades e pela preferência às atividades em que suas habilidades se sobressaem. Ao abandonarem as práticas corporais, os riscos de problemas de saúde quanto à hipocinética também aumentam. Nesse aspecto, Cureau et al. (2016) iden- tificaram que 26,5% dos jovens brasileiros não praticam nenhum exercício físico, e 54,3% praticam menos de 300 minutos semanais, caracterizando-os como estando em um nível de inatividade física. Os índices dessa inatividade e o sedentarismo ainda são maiores quando se analisa somente as meninas, considerando que os aspectos socioculturais ainda carregam uma visão mas- culinizante da maioria das práticas corporais. Guerra, Farias Júnior e Florindo (2016) abordam que o sedentarismo na adolescência está bastante associado à obesidade, aos níveis de triglicerídeos elevados, à acumulação da gordura visceral e à elevação da pressão sanguínea, fatores que são adversos a uma boa saúde. Os autores ainda mostram que há indicativos que propõem uma relação entre o nível de atividade física na adolescência e na fase adulta, em que adolescentes que praticam exercícios físicos possivelmente continuarão mantendo níveis parecidos de atividade na fase adulta, já aqueles que praticam pouco ou nenhum exercício podem apresentar uma vida sedentária nas fases que sucedem a adolescência. Portanto, os exercícios físicos na adolescência podem potencializar o desenvolvimento das capacidades motoras. Consequentemente, a melhora da performance em jogos, danças, esportes, ginásticas e em outras atividades corporais age estimulando a prática de atividades físicas na adolescência e evita os riscos que o sedentarismo oferece à saúde. Além disso, como já abor- dado, a característica multidimensional do desenvolvimento necessita que as capacidades motoras sejam desenvolvidas também nessa fase, uma vez que ela é caracterizada por uma busca de identidade e expressões de habilidades que se materializam a partir do aperfeiçoamento das diversas dimensões humanas. Assim, os exercícios físicos são componentes que auxiliam os adolescentes na 11A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência busca dos dilemas de escolha de uma ocupação, adoção de valores nos quais se basear e de desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória. Sua prática, quando orientada por profissionais de Educação Física, pode fazer os adolescentes cruzarem essa fase delicada e turbulenta sem cair em armadilhas sociais que depreciam a sua saúde, como a drogadição. Além disso, os adolescentes que adotam uma vida fisicamente ativa, como dito, tendem a manter esses níveis de atividades na vida adulta. Da mesma forma, o apoio social é fundamental para estimular as práticas corporais que possibilitam o aprendizado motor e a manutenção de uma vida saudável. Logo, adultos fisicamente ativos disseminam valores culturais que conduzem seus filhos à busca de atividades saudáveis, desenvolvendo-se plenamente, constituindo em uma cultura transgeracional voltada às práticas corporais, aos exercícios físicos e, por consequência, à saúde. No entanto, ainda que o ciclo de apoio social seja quebrado, em que um indivíduo recebe pouco ou nenhum apoio de sua família, há o estímulo e a prática de exercícios físicos a partir de programas de intervenção motora, que serão discutidos na seção a seguir. Programas de intervenção física para aprimorar o desenvolvimento motor de crianças e adolescentes a partir de estudos de caso Para que possam maximizar seus efeitos nos sujeitos a fim de auxiliar e de- senvolver suas competências motoras, os programas de intervenção motora devem ser elaborados reunindo as informações elementares dos fatores que ditam o desenvolvimento humano, o qual é afetado por fatores hereditários, ambientais e socioculturais. Logo, com o intuito de promover esses programas, considera-se estas e outras variáveis de modo detalhado para que se possa compreender e agir sobre o comportamento motor de determinados indivíduos. Assim, embora existam diversas formas de pesquisa e de obter informações acerca de alguma pessoa, os estudos de caso se demonstram ferramentas muito relevantes em uma abordagem do desenvolvimento motor. Os estudos de caso buscam coletar informações detalhadas e profundas de uma única situação ou fenômeno e são desenvolvidos em muitas áreas do conhecimento, além da Educação Física, por exemplo, antropologia, psicologia, sociologia, medicina, ciências políticas, patologias ligadas à fala e áreas edu- cacionais com problemas disciplinares e dificuldades de leitura. As principais vantagens oferecidas por eles incluem a profundidade e a ampla variedade de obtenção nas informações, bem como a flexibilidade de instrumentos de A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência12 coletas de dados (entrevistas, questionários, observações, entre outros) e de instrumentos avaliativos (relatórios, exames médicos, testes psicomotores, etc.). Já suas principais desvantagens se tratam da impossibilidade de generalizar os dados obtidos, uma vez que refletem as compreensões acerca de um único fenômeno. Thomas, Nelson e Silverman (2012) sugerem que há três tipos de estudos de caso. � Estudos descritivos: apresentam a descrição detalhada dos fenômenos, mas não buscam testar ou construir modelos teóricos. Servem como base de dados ou como o passo inicial para pesquisas subsequentes. � Estudos interpretativos: buscam compreender os fenômenos na ten- tativa de formular novos conceitos e classificar informações sobre determinados fenômenos. � Estudos avaliativos: utilizam métodos descritivos e interpretativos. No entanto, seu objetivo principal é usar os dados obtidos acerca de uma situação ou um fenômeno para avaliar o mérito de práticas, programas, eventos, entre outras sistematizações. Ainda que esses estudos remetam à ideia de trabalhar com apenas um indivíduo, eles podem ser utilizados como base para elaborar interpretações de situações bastante semelhantes, como uma escola ou um centro comunitário. Embora sejam bastante flexíveis na sua elaboração, eles devem apresentar alguns procedimentos que viabilizam sua execução. A seguir, você conhecerá alguns aspectos importantes para um estudo de caso. Estudo de caso — coletando informações Esta fase é necessária para que o profissional levante aspectos presentes na bibliografia e que conduzirão o trabalho interventivo, o qual visa obter informações aprofundadas para compreender fenômenos específicos. Assim, muitos instrumentos podem ser necessários para aprofundar as informações acerca de determinado sujeito ou fenômeno, como baterias de testes motores, questionários que avaliam o perfil familiar e dos hábitos de vida, testes antro- pométricos e anedotários que registram as observações diárias. 13A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência Estudo de caso — executando a intervenção Após o levantamento, a identificação dos sujeitos e das informações, assim como a pesquisa bibliográfica referente aos outros estudos que possam ter sido executados em situações semelhantes, deve-se elaborar o programa de intervenção motora. Cabe destacar que esse levantamento de informações pode sugerir um trabalho interdisciplinar, porque é possível diagnosticar informaçõessocioeconômicas desfavoráveis no ambiente familiar, exigindo a participação de profissionais ligados à assistência social, por exemplo. Estudo de caso — avaliação A avaliação é um processo fundamental no programa de intervenção motora, pois, a partir dela, se obtém pistas de que os objetivos primordiais foram alcançados. Além disso, ela torna possível traçar novas metas e buscar formas diferenciadas de atingir objetivos que não foram alcançados. Para realizá-la, Rosa Neto (2009) recomenda que os mesmos testes de aptidão aplicados no início do programa de intervenção motora sejam utilizados, ela também cita que as avaliações não devem ser executadas apenas no final do programa, mas ao longo de toda a intervenção, de forma sistemática, garantindo a constante adequação aos objetivos propostos. Estudo de caso — exemplo A seguir, você verá, de forma sintética, um exemplo de programa de intervenção para o aprimoramento do desenvolvimento motor de uma criança de 11 anos. Participante: J.P, do sexo masculino, com 11 anos de idade cronológica, participante de uma instituição de inclusão social, desenvolvido em um bairro periférico de Florianópolis/SC. Sua inclusão no programa de intervenção mo- tora ocorreu devido ao fato de o profissional de Educação Física da instituição relatar um desempenho motor muito abaixo do esperado para sua idade, bem como dificuldade de aprendizagem no ambiente escolar. Conforme relatado pelos seus pais, a respeito dos antecedentes pré, peri e pós-natal, a criança nasceu com idade gestacional de 9 meses por parto normal. Apresentou, ao nascer, peso de 2.900 gramas com 49 centímetros de altura; A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência14 notas do Apgar equivalentes a 9 no primeiro minuto, e 9 no quinto minuto. A idade materna no momento do parto era de 28 anos. J.P. é o segundo filho de um total de três irmãos, todos dos mesmos pais. Quanto ao desenvolvimento psicomotor, a criança sentou sozinha entre os 4 e 8 meses e começou a caminhar sem apoio por volta de 1 ano. O sono é tranquilo, embora nos primeiros meses dormisse pouco. Vive em condições socioeconômicas estáveis, com renda familiar entre 3 e 5 salários mínimos. Sua mãe possui o Ensino Fundamental completo e exerce a função de caixa- -operadora, e o pai, com o Ensino Fundamental incompleto, é técnico em manutenção. Não possui diagnóstico patológico ou sindrômico. Para avaliar o seu desempenho motor, foi aplicada a Escala de Desenvol- vimento Motor, proposta por Rosa Neto (2002), composta de sete testes para verificar o desempenho nas habilidades de motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal, bem como a lateralidade, em que a criança em questão obteve a classificação de desempenho motor “muito inferior”. Objetivo: estimulação do desenvolvimento da motricidade da criança com atraso no desenvolvimento motor, proporcionando o aprimoramento das capacidades de todas as suas dimensões. As atividades foram realizadas buscando um ambiente lúdico e englobaram as áreas da motricidade fina e global, lateralidade, esquema corporal, equilíbrio, organização espacial e temporal. A criança participou das intervenções motoras junto a dois alunos com diagnósticos de atraso no desenvolvimento motor semelhantes. Após o período estipulado para as sessões de intervenção, a criança foi submetida a uma nova avaliação motora com a Escala de Desenvolvimento Motor (ROSA NETO, 2002). Procedimento: para aperfeiçoar as habilidades motoras, foi elaborado um programa de intervenção composto de 36 sessões, distribuídos em 3 meses, três vezes na semana, com duração aproximada de uma hora. Essas atividades visaram ao aprimoramento das áreas da motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal, bem como a lateralidade, conforme você pode ver no Quadro 2. 15A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência Reavaliação: após a aplicação da intervenção motora, foi realizado novamente o teste de Escala de Desenvolvimento Motor e observou-se que J.P. evoluiu na maioria das áreas, ainda que na motricidade fina e na orientação temporal não tenha obtido grandes avanços. Sua classificação encontra-se agora como “inferior”. O anedotário permitiu observar que ele se apresenta alegre e mo- tivado em todas as sessões, criando vínculo afetivo com o profissional e os demais participantes da sessão. Por não obter um grande êxito em todas as Quantidade de sessões Área Atividades desenvolvidas 6 Motricidade fina Jogos de encaixe, quebra-cabeças, pareamento de blocos de diferentes tamanhos, furar pontos no papelão, atividades de pinçar objetos de diferentes tamanhos, atividades de passar fios em furos, jogos de recorte. 6 Motricidade global Circuito com obstáculos (feitos por cadeiras, pneus, cones, cordas e bolas), jogos com música (estátua, dança das cadeiras, jogos cooperativos com bolas). 5 Equilíbrio Exercícios sobre a trave, sustentação do corpo em diversas posições, deslocamento em diferentes níveis. 5 Esquema corporal Totem humano, jogos nos espelhos, desenhos do corpo dos colegas, atividades musicais envolvendo as partes do corpo. 4 Orientação espacial Jogos de classificação e encaixe de formas e tamanhos, manuseios de materiais de diferentes texturas, circuitos envolvendo obstáculos (passar por túneis). 4 Orientação temporal Atividades rítmicas e expressivas, constituição de músicas e frases musicais, jogo das cadeiras. 6 Lateralidade Jogos de arremesso, de chute, de pulo em apenas uma perna, brincadeiras com binóculos, olho-mágico, conchas e fones de ouvido. Quadro 2. Programa de intervenção A importância do exercício físico no crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência16 áreas psicomotoras, é recomendável que seja elaborado um novo programa interventivo, a fim de proporcionar o êxito nas áreas que possuem maior defasagem. Ao finalizar este capítulo, percebe-se que a intervenção motora é fundamen- tal para o desenvolvimento de crianças e adolescentes que se apresentam com alguma defasagem. No entanto, as intervenções apenas se mostram possíveis com o conhecimento aprofundado das fases do desenvolvimento humano e das características aprofundadas do sujeito em quem ela será aplicada. Com isso, os estudos de caso podem se mostrar eficientes instrumentos para a ampliação das capacidades e habilidades motoras, que contribuirão para o pleno desenvolvimento e o êxito nas diversas fases da vida. ANTUNES, H. K.M. et al. Exercício físico e função cognitiva: uma revisão. 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