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Aula 7 - Avaliação - Apresentação

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Avaliação 
na 
Educação 
Superior
PROFA. RENATA PUCCI
1S 2022
Reprodução de 
conhecimento 
versus
Produção de 
conhecimento
Reprodução de conhecimento
➢Requer um professor ―erudito que pensa ter, com 
segurança, os conteúdos de sua matéria de ensino;
➢Privilegia a memória e a repetição do conhecimento 
socialmente acumulado;
➢Valoriza a precisão, a segurança, a certeza e o não-
questionamento;
➢Premia o pensamento convergente, a resposta única e 
verdadeira e o sentimento de certeza;
Reprodução de 
conhecimento 
versus
Produção de 
conhecimento
Produção de conhecimento
➢Requer um professor inteligente e responsável, capaz de 
estimular a dúvida e orientar o estudo para a emancipação;
➢Privilegia a intervenção no conhecimento socialmente 
acumulado; Estimula a análise, a capacidade de compor e 
recompor dados, informações, argumentos e ideias;
➢Valoriza a ação, a reflexão crítica, a curiosidade, o 
questionamento exigente, a inquietação e a incerteza, 
características básicas do sujeito cognoscente;
Desenvolvimento e aprendizagem
Perspectiva Histórico-cultural
Desenvolvimento e aprendizagem dizem respeito às experiências do 
sujeito no mundo com base nas interações, assumindo o pressuposto 
da natureza social do desenvolvimento e do conhecimento 
especificamente humano.
Nessa perspectiva, a aprendizagem precede o desenvolvimento 
(cultural). As situações de aprendizagem levam ao desenvolvimento. 
Nesse aspecto, pontuamos o papel primordial do educador como 
mediador, uma vez que, ao interagir com o educando, o auxilia a
internalizar, paulatinamente, o que vai sendo construído nessa 
relação. 
Desenvolvimento e aprendizagem
Perspectiva Histórico-cultural
❑ A aprendizagem é concebida como um processo de construção compartilhada, uma
construção social, na qual o papel do professor é o de sempre atuar no desenvolvimento
potencial do aluno para levá-lo por meio da aprendizagem a um desenvolvimento real.
❑ O bom ensino é aquele que apresenta uma orientação prospectiva, ou seja, dirigida ao que o
aluno ainda não é capaz de fazer sozinho, mas já é capaz de fazer com auxílio de um outro
mais experiente.
❑ O bom ensino é o que relaciona os conceitos científicos (conceitos construídos em situação
formal de aprendizagem) aos conceitos espontâneos (conceitos construídos em situações
cotidianas, não-sistematizadas) e auxilia o educando a internalizar os conceitos científicos
em um movimento espiralado, no qual vai aprendendo novos conceitos e, por conseguinte,
se desenvolvendo.
Desenvolvimento e aprendizagem 
Perspectiva Histórico-cultural
✓ As crianças iniciam seu aprendizado antes mesmo de entrarem
para a escola, justamente o aprendizado dos conceitos
espontâneos. Sendo assim, qualquer situação de aprendizado
apresenta uma história prévia e, consequentemente, as crianças
já possuem suas primeiras hipóteses sobre os conteúdos a
serem trabalhados, as quais só não podem ser percebidas pelos
“psicólogos e professores míopes”.
✓ Para o autor, o conceito não é simplesmente um conjunto de
conexões associativas que se assimila com a ajuda da memória,
não é um hábito mental automático, mas um autêntico e
completo ato do pensamento. Para um conceito, sua relação
com a realidade é um fator essencial.
 
 
 
 
 Cotidiano 
A elaboração conceitual não se dá no mesmo ritmo do ensino. 
Isso porque o ensino se adianta ao desenvolvimento dos conceitos
Avaliação
➢A avaliação da educação tem que ser ela
mesma educativa.
➢A avaliação do ensino e aprendizagem
precisa acontecer num processo sistemático
e contínuo, transcorrendo todo o período
da(s) aula(s), quando o professor irá obter
informações e atribuir valores.
Avaliar o desempenho do discente é a tarefa mais delicada da vida acadêmica
de professores e alunos. Além da própria dificuldade do processo em si
(atribuir valor às ações humanas), a avaliação, que envolve fatores de
subjetividade tanto dos avaliadores como dos avaliados, torna-se espaço
privilegiado de manifestação de sentimentos complexos e de desvios reais de
postura e de procedimentos, com resultados contraproducentes.
O docente sempre corre o risco de transformar sua intervenção numa mera
operação técnica de medição ou então num severo julgamento moral, capaz
de provocar uma estigmatização do aluno, quando ela deveria ser tão somente
uma análise diagnóstica destinada a identificar aspectos positivos e negativos,
de modo a que se possa orientar e reorientar o aluno na condução da sua
prática escolar.
Por sua vez, o discente corre o risco de transformar sua atitude frente à
intervenção avaliativa do professor em mera cobrança de uma retribuição
quantitativa ou num sofrimento subjetivo, que compromete sua autoestima e
confiança na sua capacidade. (Severino, 2008)
Avaliação
Deve ser vista e vivenciada como momento de
análise e reflexão para identificar dificuldades e
obstáculos, para contextuar sucessos e insucessos
na aprendizagem e para que sejam lançados
novos pontos de partida para a reorientação de
ações futuras na interação com os processos de
estudo e aprendizagem.
Deve ter uma ligação entre a avaliação e os
objetivos. É através da elaboração do Plano de
Ensino a partir dos objetivos que orientaremos o
processo ensino-aprendizagem, determinando
também o que e como avaliar. É por este motivo
que o processo de avaliação começa na definição
dos objetivos.
Espera-se, pois, da prática avaliativa que o
professor informe o aluno, o esclareça, o encoraje,
orientando-o no prosseguimento de sua caminhada
de aprendiz. Quaisquer que sejam as modalidades
de tarefas passadas aos alunos, é preciso que haja
orientação clara a respeito do que estará sendo
esperado e avaliado, fornecendo-lhes diretrizes
técnicas para a realização dessas tarefas. Mas, na
realização dessas tarefas, o que deve ser
privilegiado e considerado na avaliação é a efetiva
demonstração de habilidades de compreensão, de
criação, de invenção. Nunca demandar apenas a
capacidade de memorização e de reprodução
mecânica. Trata-se de por em ação a inteligência do
aprendiz mais que sua memória. (Severino, 2008)
Avaliação Diagnóstica 
❖A avaliação adequadamente conduzida deve ser uma abordagem diagnóstica do
desempenho do aluno, levantando aspectos positivos e negativos sempre com vistas à
reorientação das ações de estudo e aprendizagem.
❖A Avaliação Diagnóstica é sucessiva e acontece no dia a dia da sala de aula, permitindo
que ao docente fazer intervenções privilegiando a aprendizagem dos alunos. Quando o
professor trabalha com avaliação contínua, ela possibilita a identificação das conquistas
e os problemas dos alunos.
❖A avaliação Diagnóstica não ocorre somente no início do ano letivo, ou do semestre,
mas poderá ser utilizada no início de uma unidade de ensino, sempre que se pretende
introduzir uma nova aprendizagem, pois ela fornece informação de orientação do
processo formativo. Desta forma, este tipo de avaliação permite o discente a crescer e a
se desenvolver tanto cognitiva quanto emocionalmente.
Avaliação Formativa
❑A Avaliação Formativa geralmente é trabalhada durante todo o processo de ensino-
aprendizagem, oportunizando ao aluno corrigir eventuais erros de interpretação do conteúdo
ensinado, assim, o aluno poderá recuperar o conhecimento, isso será possível através do
feedback do professor, esta modalidade de avaliação é orientadora, tendo como ênfase a
aprendizagem do aluno.
❑Podemos afirmar que a avaliação formativa proporciona informações acerca do
desenvolvimento de um processo de ensino e aprendizagem, é o termômetro do professor,
tendo a função de inventariar, harmonizar, tranquilizar, apoiar, orientar, reforçar, corrigir e
reinventar metas.
❑A Avaliação Formativa assume a função reguladora, permitindo alunos e professores ajustarem
estratégias e dispositivos, contribuindo para a melhoria da aprendizagem do aluno. A avaliação
formativa possibilita ao docente identificar e detectar as deficiências em sua didática,assim ele
poderá reformular a forma como tem trabalhado, aperfeiçoando e inovando a forma de ensinar.
Avaliação Somativa
✓A Avaliação somativa é normalmente uma avaliação pontual, pois acontece no final do
curso, da unidade de ensino, do bimestre letivo, da disciplina e outros, tendo como
objetivo classificar o aluno, avaliando seu avanço e verificando a operacionalização do
que foi trabalhado.
✓Essa modalidade de avaliação tem como característica o julgamento que se alcança do
discente, docente e currículo sob o ponto de vista da eficácia do ensino-aprendizagem,
após o desenvolvimento deste processo.
✓É importante frisar que o professor não deverá tomar decisões em relação aos alunos,
tendo como base um simples número (ou letra) que muitas vezes é falho na verificação
do desempenho do discente. Como também, o docente deverá ter cautela, pois a
avaliação somativa ocorre apenas no final do processo, sendo tarde para recuperar o
aluno que evidenciou dificuldades no alcance de determinados objetivos.
Modalidades de tarefas já consagradas 
no trabalho pedagógico
trabalhos escritos
exercícios de 
reflexão
relatórios de 
leitura
elaboração de 
resumos, de 
resenhas
relatórios de 
pesquisa de 
diversas naturezas
seminários provas 
•Leve em conta as circunstâncias contextuais das turmas.
•Estas tarefas tenham consistência e coerência
•Ensejem a análise precisa, a reflexão crítica e a criatividade
•Privilegiem o exercício da inteligência mais que o da memória
•Sejam exequíveis para o tempo disponível.
•E que, uma vez realizadas e relatadas pelos alunos, devem ser efetivamente avaliadas, com retorno
formal dos resultados dessa avaliação, com as necessárias justificativas dos mesmos. Este retorno
com esclarecimentos do porque do resultado é fundamental para dar à avaliação seu significado
pedagógico, tirando dela sua conotação de mero exercício de poder. (Severino, 2008)
Comparação entre a concepção tradicional de 
avaliação com uma mais adequada
Modelo tradicional Modelo adequado
Foco na promoção – o alvo dos alunos é a promoção.
Nas primeiras aulas, se discutem as regras e os modos
pelos quais as notas serão obtidas para a promoção de
uma série para outra. Implicação – as notas vão sendo
observadas e registradas. Não importa como elas foram
obtidas, nem por qual processo o aluno passou.
Foco na aprendizagem - o alvo do aluno deve ser a 
aprendizagem e o que de proveitoso e prazeroso dela 
obtém. 
Implicação - neste contexto, a avaliação deve ser um 
auxílio para se saber quais objetivos foram atingidos, 
quais ainda faltam e quais as interferências do 
professor que podem ajudar o aluno.
Foco nas provas - são utilizadas como objeto de 
pressão psicológica, sob pretexto de serem um 
‘elemento motivador da aprendizagem’
Implicação - as provas são utilizadas como um fator 
negativo de motivação. Os alunos estudam pela 
ameaça da prova, não pelo que a aprendizagem pode 
lhes trazer de proveitoso.
Foco nas competências - o desenvolvimento das 
competências previstas no projeto educacional devem 
ser a meta em comum dos professores. 
Implicação - a avaliação deixa de ser somente um 
objeto de certificação da consecução de objetivos, mas 
também se torna necessária como instrumento de 
diagnóstico e acompanhamento do processo de 
aprendizagem. 
Comparação entre a concepção tradicional de 
avaliação com uma mais adequada
Modelo tradicional Modelo adequado
Os estabelecimentos de ensino estão centrados nos
resultados das provas e exames - eles se preocupam
com as notas que demonstram o quadro global dos
alunos, para a promoção ou reprovação.
Implicação - o processo educativo permanece oculto. A
leitura das médias tende a ser ingênua (não se buscam
os reais motivos para discrepâncias em determinadas
disciplinas).
Estabelecimentos de ensino centrados na qualidade -
os estabelecimentos de ensino devem preocupar-se 
com o presente e o futuro do aluno, especialmente com 
relação à sua inclusão social (percepção do mundo, 
criatividade, empregabilidade, interação, 
posicionamento, criticidade). 
Implicação - o foco da escola passa a ser o resultado de 
seu ensino para o aluno e não mais a média do aluno na 
escola.
O sistema social se contenta com as notas - as notas
são suficientes para os quadros estatísticos. Resultados
dentro da normalidade são bem vistos, não importando
a qualidade e os parâmetros para sua obtenção.
Implicação - não há garantia sobre a qualidade,
somente os resultados interessam, mas estes são
relativos.
Sistema social preocupado com o futuro – olhar com 
atenção para o ensino, especialmente o público. 
Reverter o quadro de uma educação "domesticadora" 
para "humanizadora". 
Implicação - valorização da educação de resultados 
efetivos para o indivíduo.
A prática avaliativa, para além de sua condição de uma
prática técnica e simbólica, ela é, sobretudo, um
exercício de relacionamento de cunho político, cuja
medida básica é a justiça. Tem-se alegado que o ato de
avaliação seria um ato de amor. Mas, talvez, o mais
apropriado seria afirmar que ela é um ato de justiça.
ou seja, que ele não se deixasse marcar nem por
atitudes de dominação ou de protecionismo. A
avaliação dever ser conduzida sem ser ela mesma um
ato de dominação, que oprimisse o sujeito, ou um ato
de proteção, que desqualifica a dignidade do educando
e desrespeita o direito de terceiros, inviabilizando a
cidadania como dimensão coletiva. (Severino, 2008)
Referências
ARAÚJO, Víviam Carvalho de; ARAÚJO, Rita de Cássia B. F.; SCHEFFER, Ana Maria M. DISCUTINDO 
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA À LUZ DO REFERENCIAL HISTÓRICO-
CULTURAL. Disponível em: https://www.ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/vertentes/viviam_e_outras.pdf. Acesso em: 08 jun 2022.
DIAS SOBRINHO, José. AVALIAÇÃO EDUCATIVA: PRODUÇÃO DE SENTIDOS COM VALOR DE 
FORMAÇÃO. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 13, n. 1, p. 193-207, mar. 2008. Disponível 
em: https://www.scielo.br/j/aval/a/RbsQFJt9w7Xyqc9gpjrXYFg/?format=pdf&lang=pt. Acesso 
em: 08 jun 2022.
NÉBIAS, C. Formação dos conceitos científicos e práticas pedagógicas. Interface - comunicação, 
saúde, educação, p. 133- 140, fev. 1999.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Ensino e pesquisa na docência universitária: caminhos para a 
integração. São Paulo: USP, 2008. Disponível em: 
http://flacso.redelivre.org.br/files/2012/07/233.pdf. Acesso em: 08 jun 2022.

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