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NEURO-problema1

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Problema 1
PP: Como esclarecer as dúvidas de Jéssica sobre o desenvolvimento embrionário do SN?
1 Descrever a neurogênese com atenção à morfologia anato-histológica do SNP e do SNC–
2 Descrever a fisiopatologia da rubéola no desenvolvimento do SN–
3 Conceituar sensação–
4 Identificar os impactos das TORCH, álcool, drogas, desnutrição no desenvolvimento do SN–
5 Explicar a fisiologia da recepção e transmissão das sensações (com foco no impulso–
nervoso e comunicação celular)
1 Descrever a neurogênese com atenção à morfologia anato-histológica do SNP e do SNC–
REF: Neuroanatomia funcional (Machado) + Cem bilhões
Neurogênese
* 1ª sem: stz + óvulo = ovo mitoses mórula útero penetração de líquido (forma→ → → →
blastocele) blástula implantação blastocisto (já implantado)→ → →
* 2ª/3ª sem: blastocisto possui 2 folhetos embrionários (endo e ectoderma) da 2ª para a 3ª→
semana forma-se um orifício no ectoderma (fosseta primitiva) por onde as céls desse folheto
penetram dessa invaginação forma-se o mesoderma o mesoderma estimula a→ →
ectoderma (neuroectoderma), fazendo com que suas céls se proliferem e se alonguem,
tornando-se cilíndricas acontece um espessamento (20º dia), onde se forma a placa neural→
(1º indício de formação do SN) forma o sulco e goteira neural→
INDUÇÃO NEURAL: 
 No início da formação do embrião, uma região do ectoderma se transforma em→
neuroectoderma, dando início à neurulação. Isso significa que essa região adquiriu identidade
neural e agora está comprometida com um destino neural. O restante das células do
ectoderma dará origem às estruturas da pele. Isso acontece devido a um fenômeno chamado
de indução neural. 
 A diferenciação neural é o caminho normal de toda célula do ectoderma, o que significa→
que todas as células que não seguem este curso dispõem de um fator bloqueador. Neste caso,
foram identificadas moléculas com o nome de proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs), que
fazem parte de uma grande família de moléculas chamadas fatores tróficas transformantes
(TGFs). 
 Os sinais indutores emitidos pela região organizadora bloqueiam o bloqueador, ou seja,→
suprimem o efeito das BMPs no ectoderma vizinho. Desse modo, a região da placa neural
segue a via neutralizante de desenvolvimento. Fatores indutores conhecidos: folistatina, noguina
e cordina. 
* 4ª sem: há o fechamento do sulco e goteira
neural, formando o tubo neural (SNC) no→
ponto de encontro entre os 2 lábios do sulco,
algumas céls se desprendem e formam as
cristas neurais (SNP) localizadas
dorsolateralmente ao tubo neural após esse→
fechamento a extremidade cranial se dilata
formando 3 vesículas encefálicas primitivas
(prosencéfalo [anterior], mesencéfalo [intermediária] e rombencéfalo [posterior]) devido à
intensa proliferação nesta área são ocupadas por fluido orgânico que dará origem aos→
ventrículos cerebrais e seus canais de comunicação
* Por volta do período que o TN se fecha, formam-se dois espessamentos ectodérmicos:
placárdio ótico (forma vesículas óticas estruturar de audição/equilíbrio) e placárdio dos→
cristalinos (forma cristalino dos olhos / 5ª semana)
* 5ª sem: durante o 2º mês o tubo se curva e as vesículas se subdividem para trás do→
mielencéfalo o tubo neural continua cilíndrico, transformando-se na medula espinhal primitiva
* Transformações morfogenéticas ocorrem durante os 4 primeiros meses de gestação. Nessa
fase o córtex cerebral e cerebelar são lisos. O crescimento posterior, mais acelerado que o da
caixa craniana, leva à formação de dobraduras, giros e sulcos. Na medula é o oposto. A coluna
e o canal onde a medula se aloja alongam-se mais, fazendo com que a extremidade posterior
localize-se na altura das primeiras vértebras lombares. Nervos raquidianos lombossacrais de
trajeto oblíquo e longitudinal formam a cauda equina.
* Durante o período de morfogênese do SNC, a crista neural forma o SNP e outras estruturas
de alguns tecidos (ex. melanócitos). As células da crista se proliferam e migram ativamente, se
fixando em regiões específicas para formarem gânglios (ex. espinhais e autonômicos), cujas
células emitem axônios compactados que formam os nervos. As células da Schwann e a
suprarrenal também são formadas da crista neural.
PROCESSO DETALHADO
 Após a fecundação, ocorre ainda na trompa da mulher, a formação da mórula, que consiste→
em uma série de divisões mitóticas do zigoto. A mórula atinge o útero, continuando a se dividir,
e logo aparece uma cavidade em seu interior, chamado blastocele. Nessa fase, recebe o nome
de blástula e está prestes a implantar-se na parede uterina. No final da 1ª semana de gravidez, a
blástula está firmemente inserida na parede uterina, e por isso passa a se chamar blastocisto. 
 Nessa ocasião, uma nova cavidade forma-se na sua parte mais espessa, a cavidade→
amniótica. Uma estrutura plana em forma de fita, constituída por dois folhetos, separa a
cavidade amniótica da blastocele. O folheto mais interno é o endoderma, e o mais externo é o
ectoderma. É o ectoderma que vai dar origem ao sistema nervoso 
 Na passagem da 2ª para a 3ª semana de gravidez, em um certo ponto do ectoderma as→
células proliferam mais intensamente e migram para dentro de um orifício que se forma nesse
folheto. Diz-se então que ocorre a invaginação do ectoderma, formando um terceiro folheto
entre este e o endoderma, chamado mesoderma. Neste ponto o embrião fica composto por
três folhetos justapostos disco trilaminar –
 O ectoderma agora é chamado neuroectoderma, porque é a partir dele que se formará→
quase toda a totalidade do sistema nervoso. O mesoderma exerce uma influência sobre o
neuroectoderma que o cobre, e o resultado dessa interação é responsável pela proliferação
do neuroectoderma, que se alongam e tornam-se cilíndricas. A região fica mais espessa e
passa a ser chamada de placa neural. As células continuam a se dividir e tornam-se agora
prismáticas, causando com isso o dobramento da placa neural em torno de um sulco o sulco–
neural. O dobramento da placa acentua-se gradativamente, e ela acaba ase fechar por si
mesma e formar um tubo o tubo neural. Esse processo é conhecido como neurulação. O–
fechamento do tubo neural é um processo que se inicia no meio do sulco neural e é mais
lento nas suas extremidades. O neuroporo anterior (rostral) fecha no 25º dia e o neuroporo
posterior (caudal) fecha no 27º dia 
 No ponto de encontro dos lábios do sulco neural, quando o tubo está prestes a se formar,→
algumas células se destacam e constituem duas laminas longitudinais, conhecidas como cristas
neurais. As cristas neurais são contínuas no sentido craniocaudal. Elas se dividem rapidamente,
dando origem a diversos fragmentos que vão formar os gânglios espinhais, situados na raiz
dorsal dos nervos espinhais e outras estruturas do SNP. 
 A placa e, depois, o tubo e as cristas neurais, são as estruturas percursoras do sistema→
nervoso. O tubo neural irá formar o sistema nervoso central, enquanto a crista dará origem
aos componentes do sistema nervoso periférico
 Com 1 mês de vida intrauterina, as formações de vários órgãos já se iniciam, em paralelo→
com a do sistema nervoso 
 Logo que o tubo neural completa seu fechamento, pode-se perceber que a extremidade→
cranial vai se dilatando, formando três “bolhas”, conhecidas como vesículas encefálicas
primitivas, resultantes da intensa proliferação dessa região. São essas vesículas: 
 prosencéfalo vesícula anterior • –
 mesencéfalo vesícula do meio • –
 rombencéfalo vesícula posterior • –
 O espaço no interior das vesículas é ocupado por um fluido orgânico, e dará origem aos→
ventrículos cerebrais e aos canais de comunicação entre eles 
 Durante o segundo mês de gestação, o tubo encurva-se e as vesículas subdividem-se,→
passando a ser cinco: 
 prosencéfalo forma o telencéfalo e o diencéfalo •
 mesencéfalo não se modifica •
 rombencéfalo subdivide-se em metencéfalo e mielencéfalo •
 Para trásdo mielencéfalo, o tubo neural continua cilíndrico, transformando-se→
gradativamente na medula espinhal primitiva 
 A vesícula telencefálica cresce enormemente para os lados e para trás e forma os dois•
hemisférios cerebrais, incluindo o córtex e os núcleos da base, que acabam cobrindo as
estruturas mais posteriores. Conforme os hemisférios cerebrais se expandem, cobrem
sucessivamente o diencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo 
 O diencéfalo e o mesencéfalo são as estruturas cobertas pelos hemisférios e se originam,•
respectivamente, da vesícula diencefálica e da vesícula mesencefálica do embrião o–
diencéfalo origina as estruturas talâmicas (hipotálamo e talámo) e o mesencéfalo continua
sendo o mesmo, sendo a parte mais primitiva do cérebro 
 A vesícula metencefálica dá origem ao cerebelo e a ponte. O primeiro cresce para cima e•
acaba cobrindo esta última 
 A vesícula mielencefálica forma o bulbo •
 A medula espinhal primitiva cresce por igual sem modificar muito, e dá origem à medula•
espinhal do adulto 
 O telencéfalo é dividido externamente em lobos frontal, parietal, temporal, occipital, e se→
abrimos o temporal e o frontal, temos o 5º lobo, que é a ínsula 
 No embrião de 4 a 5 semanas, as principais estruturas anatômicas já estão constituídas →
 O córtex cerebral e o córtex cerebelar nessa fase, são lisos. Seu crescimento posterior→
adquire uma velocidade maior que o da caixa craniana, o que leva à formação das dobraduras
que constituem os giros e folhas e os sulcos e fissuras, cabendo assim dentro do crânio 
 No caso da medula, ocorre o oposto. A coluna vertebral e o canal ósseo que aloja a medula→
se alongam mais que esta (a medula espinhal cresce menos que a coluna vertebral). O
embrião de 8 semanas apresenta os nervos raquidianos de cada segmento medular alinhado
com os segmentos vertebrais. Entretanto, o crescimento maior da coluna faz com que os
segmentos vertebrais se desalinhem gradativamente dos segmentos medulares. O resultado é
que, ao nascimento, a medula do bebê termina na altura do segmento lombar, e o conjunto
dos nervos raquidianos forma uma estrutura parecida com uma cauda de cavalo cauda–
equina 
 As cristas neurais, que se formam lateralmente ao longo do tubo neural quando este se→
fecha, que vão dar origem a maioria das estruturas do SNP. As cristas contêm células-tronco,
participando da formação de outros tecidos que não fazem parte do SN, como os melanócitos
 As células da crista proliferam e migram ativamente, afastando-se do tubo neural. Ao longo→
do caminho, algumas se fixam em uma determinada região, agrupam-se e formam gânglios,
enquanto as outras continuam a migração. Assim são formados os gânglios espinhais e
gânglios autonômicos, cujas células logo em seguida emitem axônios compactados, que
constituem os nervos 
 A porção medular da glândula suprarrenal e as células da glia que formam bainha de mielina→
também são originados da crista neural 
CRISTA NEURAL
 Logo após sua formação, as cristas neurais são contínuas no sentido craniocaudal.→
Rapidamente se dividem, dando origem a diversos fragmentos que vão formar os gânglios
espinhais, situados na raiz dorsal dos nervos espinhais. Nele se diferenciam os neurônios
sensitivos, pseudounipolares, cujos prolongamentos centrais se ligam ao tubo neural, enquanto
os prolongamentos periféricos se ligam aos dermátomos dos somitos.
 Várias céls da crista neural migram e vão dar origem a céls em tecidos situados longe do→
SNC.
 Os elementos derivados da crista neural são: gânglios sensitivos, gânglios do SN autônomo→
(viscerais), medula da glândula suprarrenal, melanócitos, céls de Scwann, anficitos, odontoblastos
e as meninges dura-máter e aracnoide.
TUBO NEURAL
PAREDES
 O crescimento das paredes do tubo neural e a diferenciação de células nesta parede não→
são uniformes, dando origem às seguintes
formações:
a) duas lâminas alares (motricidade +
sensibilidade)
b) duas lâminas basais ( neurônios motores)≠
c) uma lâmina do assoalho (ventrículos
encefálicos)
d) uma lâmina do teto (ventrículos encefálicos)
 Separando de cada lado das lâminas alares das lâminas basais, há o sulco limitante.→
 Das lâminas alares e basais derivam os neurônios e grupos de neurônios (núcleos), ligados,→
respectivamente, à sensibilidade e à motricidade, situados na medula e no tronco encefálico.
 A lâmina do teto dá origem ao epêndima da tela corioide e dos plexos corioides.→
 A lâmina do assoalho forma um sulco (sulco mediano do assoalho do IV ventrículo)→
DILATAÇÕES
 Desde o início de sua formação o calibre do TN não é uniforme. A parte cranial, que dá→
origem ao encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo ou arquencéfalo.
A parte caudal, que dá origem à medula do adulto, permanece com calibre uniforme e
constitui a medula primitiva
do embrião.
 No arquencéfalo→
distinguem-se inicialmente 3
dilatações, que são as
vesículas encefálicas
primitivas (prosencéfalo,
mesencéfalo e
rombencéfalo). Com o
subsequente
desenvolvimento do
embrião, o prosencéfalo dá
origem a duas vesículas (telencéfalo e diencéfalo). O mesencéfalo não se modifica e o
rombencéfalo origina o metencéfalo e o mielencéfalo.
 Do telencéfalo se evaginam duas porções laterais, as vesículas telencefálicas laterais. A parte→
mediana é fechada anteriormente pela lâmina terminal. As vesículas crescem muito para
formar os hemisférios cerebrais.
CAVIDADES
 A luz do TN permanece no SN do adulto, sofrendo, em algumas partes, várias→
modificações. Forma, no adulto, o canal central da medula ou canal do epêndima, que no
homem é muito estreito e parcialmente obliterado.
 A cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventrículo.→
 As cavidades do diencéfalo e da parte mediana do telencéfalo formam o III ventrículo.→
 A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral que une o III ao→
IV ventrículo.
 A luz das vesículas telencefálicas laterais forma, de cada lado, os ventrículos laterais, unidos→
ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares.
 Todas essas cavidades são revestidas por um epitélio cuboidal denominado epêndima e,→
com exceção do canal central da medula, contêm o denominado liquor. 
Diferenciação e organização neuronal
 No embrião de 4 meses, as principais estruturas anatômicas já estão formadas, entretando,→
o córtex cerebral e cerebelar é liso. Os giros e sulcos são formados em razão da alta taxa de
expansão da superfície cortical. O córtex cerebral humano mede cerca de 1.100cm² e deve
dobrar-se para caber na cavidade craniana.
 Etapas dos processos de diferenciação e organização: (1) proliferação neuronal, (2)→
migração neuronal, (3) diferenciação neuronal, (4) sinaptogênese e formação de circuitos, (5)
mielinização e (6) eliminação programada de neurônios e sinapses.
Proliferação e migração neuronal
 A proliferação se intensifica após a formação do TN e→
ocorre paralelamente às transformações anatômicas. As
transformações morfogenéticas desde o espessamento da
parede do tubo até a origem das vesículas primitivas devem-
se à intensa proliferação das células precursoras dos
neurônios e da neuroglia. 
 A partir de certo momento, as céls precursoras do→
neurônio passam a se dividir de forma assimétrica, formando
outra cél precursora e um neurônio jovem que inicia o
processo de migração da região proliferativa periventricular
para a região mais externa, para formar o córtex cerebral e
suas camadas.
 A migração é um processo complexo. Precocemente, na→
superfície ventricular da parede do TN existe uma fileira de
céls justapostas da glia, cujos prolongamentos estendem-se
da superfície ventricular até a superfície externa. Essas céls
são chamadas de glia radial ou paliçada radial, como se fossem
trilhos ao longo dos quais deslizam os neurônios migrantes. Os
neurônios migrantesde cada camada param após ultrapassar a camada antecedente. Sinais
moleculares secretados pelos neurônios já migrados determinam o momento de parada.
 Nas regiões laminadas do SNC, as camadas são formadas pela migração simultânea de→
conjuntos de neurônios juvenis que param em um certo local sincronizadamente. Nas regiões
não laminadas, grupos de neurônios se agregam para formar os núcleos. 
 Ainda durante a migração, o neurônio juvenil pode emitir um axônio, que cresce ao longo→
de um trajeto preciso e consistente até a proximidade das células-alvo, com as quais
estabelece contatos especializados. 
 O axônio emerge como um prolongamento do corpo celular, e logo forma uma estrutura→
característica na sua extremidade chamada cone de crescimento, Ele não só possui uma
ultraestrutura especializada para movimentar-se, como também sensores químicos capazes de
reconhecer pistas presentes no microambiente no qual o axônio cresce. Os filopódios são
“dedos” que tateiam o ambiente para reconhecer as pistas químicas. As membranas que os
unem são os lamelipódios, que se movem como bandeiras ao vento durante o deslocamento
do cone de crescimento. São constituídos de finos filamentos contendo actina, uma proteína
contrátil. A ela se deve a grande mobilidade dos filopódios e por extensão, do cone de
crescimento. A região mais interna do cone possui um grande número de microtúbulos,
estruturas que participam também da sua motilidade. 
 O axônio em crescimento realiza um percurso específico através de um meio cheio de→
sinais moleculares que o vão orientando até alcançar o seu alvo também específico. Os
receptores são proteínas na membrana do cone, geralmente com uma parte voltada para o
exterior (a que reconhece a pista externa) e outra voltada para o citoplasma (que produz
sinais intracelulares para modificar o movimento dos filopódios e do próprio cone). Uma mesma
molécula sinalizadora pode ter ações distintas sobre diferentes axônios, dependendo do
receptor que estes apresentarem na membrana de seus cones. 
 Ao prosseguir sua navegação, o cone se defronta com células que apresentam proteínas→
de membrana que podem promover sua adesão a elas. Algumas podem promover a repulsão
de contato. O axônio pode aderir em outro axônio e assim crescer juntamente a ele, dando
origem aos fascículos, feixes e nervos. Existem sinalizadores capazes de atuar a longa distância.
Eles geram gradientes de concentração e o cone de crescimento os percebe, promovendo a
repulsão ou atração. 
 Ao chegar ao alvo, o terminal axônico sofre intensa ramificação. Nesse momento inicia-se a→
sinaptogênese. Em cada ramo aparecem botões sinápticos que tocam os dendritos e o corpo
das células alvo e ali se estabelece a comunicação interneuronal. 
Diferenciação neuronal
 Após a migração, os neurônios jovens irão adquirir as características morfológicas e→
bioquímicas próprias da função que irão exercer. Começam a emitir seu axônio que tem que
alcançar seu alvo e ai estabelecer sinapses.
 A diferenciação em um ou outro tipo de neurônio depende da secreção de fatores→
indutores por determinados grupos de neurônios que influenciarão outros grupos a expressar
determinados genes e desligar outros.
 Os axônios têm que encontrar o seu alvo correto para poder exercer sua função. Por ex:→
os neurônios motores situados na área motora do córtex cerebral referente à flexão do hálux
têm que descer por toda a medula e fazer sinapse com o motoneurônio específico, que
inerva o músculo responsável por esta função.
 A extremidade do axônio, chamada de cone de crescimento, é especializada em ‘tatear” o→
ambiente e conduzir o axônio até o alvo correto, por meio de pistas químicas presentes no
microambiente neuronal que irão atrai-lo ou repeli-lo.
 Ao chegar próximo da região alvo, a extremidade do axônio se ramifica e começa a→
sinaptogênese.
* CEM BILHÕES:
 No plano morfológico, o corpo celular cresce e vão formando os dendritos. Ao mesmo→
tempo, em um dos polos do somado soma de cada neurônio ocorre a emissão de um axônio
que cresce numa direção determinada para buscar alvos sinápticos próximos ou distantes. 
 No plano bioquímico, as células começam a sintetizar as moléculas que garantirão a função→
neuronal madura (enzimas). 
 No plano funcional, começam a parecer e a amadurecer os diferentes sinais elétricos que→
serão utilizados pelos neurônios para gerar, receber e transmitir informações. A diferenciação
da neuroglia é semelhante, porém mais prolongada. As células de glia radial diferenciam-se em
astrócitos. Outros tipos celulares se formam a partir de precursores nas proximidades da
parede ventricular e se espalham por todo o tecido nervoso. Do mesmo modo, ocorre a
diferenciação bioquímica e funcional de modo compatível com as funções da neuroglia. 
 A diferenciação deve ser entendida como uma sequência ordenada de expressão de→
diferentes genes em cada tipo neuronal, que leva as células a se tornarem maduras. Um certo
grupo de células passa a sintetizar e a secretar uma molécula difusível que atua a distância
sobre um outro grupo de células, levando-as a produzir sinais intracelulares que ligam ou
desligam determinados genes, modificando o padrão de expressão do genoma. O resultado é
que esse grupo de células passa a se diferenciar por um caminho distinto do primeiro. 
Morte neuronal programada e eliminação de sinapses
 Todas as etapas da embriogênese descritas resultam em um número maior de neurônios→
e sinapses do que o necessário para o nascimento, então ocorre uma morte neuronal
programada, que é regulada pela quantidade de tecido-alvo presente.
 O tecido-alvo e os aferentes produzem uma série de fatores neurotóficos que são→
captados pelos neurônios. Atuam sobre o DNA neuronal, bloqueando um processo ativo de
morte celular por apoptose.
 Ocorre também a eliminação de sinapses não utilizadas ou produzidas em excesso. →
 Em caso de lesões, neurônios que normalmente morreriam podem ser utilizados para→
recuperá-las. Portanto, essa reserva neuronal e de sinapses é conhecida por plasticidade
neuronal existente em crianças e que vai diminuindo com a idade. É por isso que quanto mais
nova a criança, melhor o prognóstico em recuperação de lesões e também por isso que
crianças tem maior facilidade de aprendizado.
 Estudos recentes mostram que o cérebro continua crescendo até o início da puberdade e→
este crescimento não se deve ao aumento do número de neurônios e sim do número de
sinapses. A partir daí começa um processo de eliminação de sinapses desnecessárias.
Mielinização
 O processo de mielinização marca o estagio final de maturação ontogenética do sistema→
nervoso. Acontece quando a membrana glial toca as fibras nervosa e vai se enrolando ao
redor delas até formar uma espessa espiral que cobre a fibra toda a não ser em alguns
pontos. É um dispositivo que permite adquirir maior eficiência na transmissão da informação. 
 Esse processo se completa em épocas diferentes e em áreas diferentes do SNC. A última→
região a concluir é o córtex da região anterior do lobo frontal do cérebro (área pré-frontal),
responsável pelas funções psíquicas superiores. Ela cresce até os 16/17 anos, quando começa o
processo de eliminação das sinapses. O processo de mielinização no lobo frontal só termina
próximo aos 30 anos.
Correlações anatomoclínicas
 Substâncias teratogênicas, irradiação, medicamentos, álcool, drogas e infecções congênitas→
podem afetar diretamente as diversas etapas do desenvolvimento embriológico.
 Quando ocorrem no 1º trimestre, podem afetar a proliferação neuronal, resultando na→
redução do número de neurônios e microcefalia.
 No 2º ou 3º trimestre, podem interferir na fase de organização neuronal, redução do→
número de sinapses e ocasionar quadros de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e
retardo mental.
 A desnutrição materna ou nos primeiros anos de vida da criança pode interferir no→
processo de mielinização.Essa etapa está diretamente relacionada à aquisição de habilidades e
ao desenvolvimento neuropsicomotor normal da criança.
Defeitos de fechamento
 Falhas no fechamento da goteira neural para formar o tubo neural são relativamente→
comuns, 1 em 500 nascimentos.
 Falha no fechamento da porção posterior = malformações (espinha bífida e→
mielomeningocele). Na espinha bífida, a meninge dura-máter e a medula são normais,
entretanto, a porção dorsal da vértebra não está fechada; esse quadro geralmente é
assintomático. Na meningocele ocorre um déficit ósseo maior, a dura-máter sobressai como
um balão e necessita de correção cirúrgica; além da dura-máter, parte da medula e das raizes
nervosas é envolvida, mesmo após correção cirúrgica, permanecerão déficits neurológicos
variáveis de acordo com o nível e extensão da lesão (podem ocorrer desde distúrbios no
controle vesical até paraplegia).
 Falha no fechamento da porção anterior = anencefalia. É muito sensível a teratógenos→
ambientais e tem incidência de 1:1000 nascimentos. Caracteriza-se pela ausência do prosencéfalo
e do crânio e é sempre fatal.
Distúrbios de migração neuronal
 Quando neurônios não terminam sua migração ou fazem de forma anômala gera grupos→
de neurônios ectópicos que tendem a apresentar alta excitabilidade e potencial epileptogênico.
As epilepsias decorrentes desses distúrbios tendem a ser de difícil controle, muitas vezes
intratáveis com medicamentos.
 Em alguns casos graves de distúrbios de migração envolvendo grandes áreas cerebrais→
podem ocasionar quadros de retardo mental ou paralisia cerebral.
Período crítico
 Neuroplasticidade: capacidade de adaptação constante dos neurônios às mudanças nas→
condições do ambiente no dia a dia. É verificada pelo nascimento de novos neurônios
(neurogênese), pelo aumento ou pela redução no tamanho de dendritos e das espinhas
dendríticas, pela formação ou pela eliminação de sinapses, pelo aumento da atividade glial e
pelas alterações nas atividades metabólicas de distintas áreas cerebrais.
 Pequenas proteínas atuantes no cérebro (Nts) são importantes para a plasticidade neuronal.→
São algumas delas: fator de crescimento neuronal (NFG), fator neurotrófico derivado do
cérebro (BDNF), NT-3 e NT-4/5.
Divisões do sistema nervoso
Critérios anatômicos
 SNC é aquele que se localiza dentro do→
esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral)
 SNP é aquele que se encontra fora do esqueleto→
axial
* Distinção não exata pois os nervos e raízes
nervosas para fazer conexão com o SNC penetram
no esqueleto axial; além disso, alguns gânglios
localizam-se dentro desse esqueleto.
 Encéfalo é a parte do SNC situada dentro do→
crânio
 A medula se localiza dentro do canal vertebral→
 Encéfalo + medula = SNC→
 No encéfalo temos cérebro, cerebelo e tronco→
encefálico
 A ponte separa o bulbo, situado caudalmente,→
do mesencéfalo, situado cranialmente
 Dorsalmente à ponte e ao bulbo, localiza-se o→
cerebelo
 Nervos são cordões esbranquiçados que unem→
o SNC aos órgãos periféricos. Se a união faz com
o encéfalo, os nervos são cranianos. Se com a
medula, espinhais. 
 Em relação com alguns nervos e raízes→
nervosas, existem dilatações constituídas de corpos de neurônios, que são os gânglios
 Do ponto de vista funcional, existem gânglios sensitivos e glânglios motores viscerais (do SN→
autônomo)
 Na extremidade das fibras que constituem os nervos situam-se as terminações nervosas→
que, do ponto de vista funcional, são de dois tipos: sensitivas/aferentes e motoras/eferentes
 No cérebro, a superfície enrugada cheia→
de giros e sulcos é o córtex cerebral,
região em que estão representadas as
funções neurais e psíquicas mais complexas.
Grandes regiões do cérebro de delimitação
pouco precisa são os chamados lobos:
frontal, parietal, occipital, temporal e insular
(invisível por fora). No interior dos
hemisférios estão os núcleos da base e o
diencéfalo
 No cerebelo a superfície também é→
enrugada, mas os giros são chamados de
“folhas” e os sulcos de “fissuras.”. Igualmente
ao cérebro, no interior dos hemisférios
cerebelares estão os núcleos profundos.
Critérios embriológicos
 Nesta divisão as partes do SNC do adulto→
recebem o nome da vesícula encefálica
primordial que lhes deu origem.
Critérios funcionais
 Pode-se dividir o SN em somático e visceral→
 O somático (ou da vida de relação) relaciona o organismo com o meio ambiente.→
Apresenta um componente aferente e outro eferente. O aferente conduz aos centros
nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que se passa
no meio ambiente. O eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos
centros nervosos, resultando em movimentos voluntários.
 O visceral (ou da vida vegetativa) se relaciona com a inervação e controle das estruturas→
viscerais. Também apresenta 2 componentes. O aferente conduz os impulsos nervosos
originados em receptores das vísceras a áreas específicas do SNC. O eferente (SN autônomo,
pode ser subdividido em simpático e parassimpático) leva os impulsos originados em certos
centros nervosos até as vísceras, terminando em glândulas, músculos lisos ou cardíaco. 
Critério da segmentação ou metameria
 Pode-se dividir o SN em segmentar e suprassegmentar.→
 A segmentação no SN é evidenciada pela conexão com os nervos.→
 SN segmentar: todo o SNP + partes do SNC que estão em relação direta com os nervos→
típicos, ou seja, a medula espinhal e o tronco encefálico
 SN suprassegmentar: cérebro e cerebelo→
* OBS: nervos olfatório e óptico se ligam diretamente ao cérebro mas não são nervos típicos
 No suprassegmentar existe o córtex (camada fina de subst cinzenta situada fora da subst→
branca). No segmentar não há córtex que a subst cinzenta pode localizar-se dentro da branca,
como ocorre na medula.
 O segmentar surgiu, na evolução, antes do suprassegmentar e, funcionalmente, lhe é→
subordinado. Ou seja, as comunicações entre o suprassegmentar e os órgãos periféricos,
receptores e efetuadores, se fazem através do segmentar.
 Com base nessa divisão, pode-se classificar os arcos reflexos em suprassegmentares,→
quando o componente aferente se liga ao eferente no suprassegmentar e segmentares
quando isso ocorre no segmentar.
Organização geral do SN
 Os neurônios sensitivos, cujos→
corpos estão nos gânglios
sensitivos, conduzem à medula ou
ao tronco encefálico impulsos
nervosos originados em
receptores situados na superfície
(ex pele) ou no interior (ex
vísceras, músculos e tendões). Os
prolongamentos centrais destes
neurônios ligam-se diretamente
(reflexos simples) ou por meio de
neurônios de associação, aos
neurônios motores (somáticos ou
viscerais), os quais levam o
impulso a músculos ou a
glândulas, formando-se assim
arcos reflexos mono ou
polissinápticos. Por esse
mecanismo, podemos rápida e
involuntariamente retirar a mão
quando tocamos em uma chapa
quente. Nesse caso, entretanto, é
conveniente que o cérebro seja
“informado” do corrido. Para isso,
os neurônios sensitivos ligam-se a
neurônios de associação situados
na medula. Estes levam o impulso
ao cérebro, onde o mesmo é interpretado, tornando-se consciente e manifestando-se como
dor. As fibras que levam ao sn suprassegmentar as informações recebidas no sn segmentar
constituem as grandes vias ascendentes do sn. No exemplo, tornando-se consciente do
ocorrido, o indivíduo, por meio de áreas de seu córtex cerebral, decidirá se deve tomar
algumas providências (cuidar de sua mão/desligar a chapa). Qualquer dessas ações irá envolver
a execução de um ato motor voluntário. Para isso, os neurônios das áreas motoras do córtex
cerebral enviam uma “ordem”, por meio de fibras descendentes, aos neurônios motores
situados no sn segmentar. Estes “retransmitem” a ordem aos músculos estriados,de modo que
os movimentos sejam realizados. A coordenação desses movimentos é feita por várias áreas
do SNC, sendo o cerebelo uma das mais importantes.. Ele recebe, por meio do sn segmentar,
informações sobre o grau de contração dos músculos e envia, através de vias descendentes
complexas, impulsos capazes de coordenar a resposta motora, que é também coordenada por
algumas partes do cérebro. Por ser relevante, a situação que produziu a queimadura será
armazenada em algumas partes do cérebro relacionadas com a memória, resultando em
aprendizado que ajudará a evitar novos acidentes.
Neurônio
 É a unidade morfofuncional fundamental do sistema nervoso., produz e veicula sinais→
elétricos que são como bits de informação, capazes de codificar tudo o que percebemos a
partir do mundo exterior e do interior do organismo, os comandos que damos aos
efetuadores nosso corpo e tudo o que sentimos e pensamos a partir de nossa atividade
mental.
 Gliócito é a unidade de apoio, ela lida com sinais também (diferentes): químicos de→
orientação do crescimento e da migração de neurônios durante o desenvolvimento, de
comunicação entre eles durante a vida adulta, de defesa e reconhecimento na vigência de
situações patológicas e outras funções. Os gliócitos interferem na comunicação entre os
neurônios, podendo assim modificar o conteúdo da informação transmitida.
CORPO CELULAR
 Contém núcleo e citoplasma com organelas→
 O citoplasma do corpo celular recebe o nome de pericário. No pericário salientam-se a→
riqueza em ribossomas, RER, REL e CG (organelas envolvidas em síntese de proteínas)
 O CC é o centro metabólico do neurônio,→
responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais,
bem como pela maioria dos processos de degradação e
renovação
 A forma e o tamanho são extremamente variáveis→
 Do CC partem os prolongamentos (dendritos e→
axônio)
 O CC é, como os dendritos, local de recepção de→
estímulos, através de contatos sinápticos. Nas áreas da
MP que não recebem contatos sinápticos, apoiam-se
elementos gliais.
DENDRITOS
 Geralmente são curtos, ramificam-se profusamente e→
apresentam as mesmas organelas do pericário.
 São especializados em receber estímulos, traduzindo-→
os em alterações do potencial de repouso da membrana
que se propagam em direção ao CC e deste em
direção ao cone de implantação do axônio.
 As espinhas dendríticas constituem expansões da MP→
do neurônio com características específicas. Cada espinha
é constituída por um componente distal globoso, ligado à
superfície do dendrito por uma haste. A parte globosa
está conectada a um ou dois terminais axônicos,
formando com eles sinapses axodendríticas.
]
AXÔNIO
 Prolongamento longo e fino que se origina do CC ou de um dendrito principal, na região do→
cone de implantação, praticamente desprovida de subst cromidial.
 Tem comprimento muito variável, desde milímetros a mais de um metro→
Atividade elétrica dos neurônios
 MP separa 2 ambientes: intracelular (íons e K+) e extracelular (Na+ e Cl-)→ –
 As cargas elétricas dentro e fora da cél são responsáveis por estabelecerem um potencial→
elétrico de membrana. Na maioria dos neurônios, o potencial de membrana em repouso está
em torno de -60mV a -70mV, com excesso de cargas negativas dentro da cél.
 Movimentos de íons através da membrana permitem alterações deste potencial. Íons só→
atravessam a MP através de canais iônicos, obedecendo os gradientes de concentração e
elétricos. Assim, temos canais iônicos sensíveis: à voltagem, a neurotransmissores, à
fosforilação de sua porção citoplasmática ou a estímulos mecânicos, como distensão e
pressão.
 Os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações de→
potencial de repouso da membrana. Tais alterações podem expressar-se por pequena
despolarização ou hiperpolarização. 
 A despolarização é excitatória e significa redução da carga negativa do lado citoplasmático→
da membrana. 
 A hiperpolarização é inibitória e significa aumento da carga negativa do lado citoplasmático→
da membrana ou então aumento da positiva do lado de fora.
 Ex: canais de Cl- sensíveis a um dado neurotransmissor abrem-se quando há ligação com→
esse neurotransmissor, permitindo a entrada de íons cloro para o citoplasma. Em
consequência, o potencial de membrana pode, por ex, passar de -60mV para -90mV, ou seja,
há hiperpolarização da membrana. Já canais de Na+ fechados em situação de repouso, ao se
abrir causam entrada de íons sódio para dentro da cél, diminuindo o potencial de membrana,
por ex, a -45mV. Neste caso há despolarização.
 Os distúrbios elétricos que ocorrem ao nível dos dendritos e do CC constituem potenciais→
graduáveis (podem somar-se), também chamados eletrotônicos, de pequena amplitude (-10mV)
e que percorrem pequenas distâncias (1 a 2 mm) até que se extinguam. Esses potenciais
propagam-se em direção ao corpo e, neste, em direção ao cone de implantação do axônio,
até a chamada zona de disparo (ou de gatilho), onde existem canais de Na+ e K+ sensíveis à
voltagem. 
 A abertura dos canais de Na+ sensíveis à voltagem no segmento inicial do axônio (zona de→
disparo) gera alteração do potencial de membrana denominado potencial de ação ou impulso
nervoso, ou seja, despolarização da membrana de grande amplitude (70 a 110mV), do tipo “tudo
ou nada”, capaz de repetir-se ao longo do axônio, conservando sua amplitude até atingir a
terminação axônica. 
 Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. Constitui o→
local onde o primeiro potencial de ação é gerado e a zona de disparo na qual concentram-se
canais de sódio e potássio sensíveis a voltagem, isto é, canais iônicos que ficam fechados no
potencial de repouso e se abrem quando despolarizações de pequena amplitude (potenciais
graduáveis) os atingem. O potencial de ação originado na zona de disparo repete-se ao longo
do axônio, uma vez que ele próprio origina distúrbio local eletrotônico que se propaga até
novos locais ricos em canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem, dispostos ao longo do
axônio.
Classificação dos neurônios quanto a seus prolongamentos
 Multipolar: vários dendritos e um axônio→
 Bipolar: dois prolongamentos deixam o corpo, um dendrito e um axônio (neurônios→
bipolares da retina e do gânglio espiral do ouvido interno)
 Pseudounipolar: apenas um prolongamento deixa o corpo, logo dividindo-se à maneira de→
um T, em dois ramos, um periférico e outro central (gânglios sensitivos)
(A) pseudounipolar, (B) estrelado, © de Purkinge, (D) unipolar e (E) piramidal
Fluxo axoplasmático
 Por não conter ribossomos, os axônios são incapazes de sintetizar proteínas, portanto, toda→
proteína necessária deriva do pericário
Neuróglia
SNC: astrócitos, oligodendrócitos, microgliócitos e céls ependimárias (disposição epitelial). Com
exceção dos microgliócitos, essas céls derivam do neuroectoderm.a Astrócitos +
oligodendrócitos = macrogliócitos.
Astrócitos
 Nome vem da forma semelhante à estrela. São abundantes e caracterizados por inúmeros→
prolongamentos. 
 Podem ser protoplasmáticos, localizados na subst cinzenta, com prolongamentos mais→
espessos e curtos que se ramificam profusamente. Ou fibrosos, na subst branca, com
prolongamentos mais finos e longos que se ramificam pouco.
 Funções de sustentação e isolamento de neurônios.→
 Os astrócitos também são importantes para a função neuronal, uma vez que participam do→
controle dos níveis de potássio extraneuronal, captando esse íon e, assim, ajudando na
manutenção da sua baixa concentração extracelular. 
 Contribuem também para a recaptação de neurotransmissores, em especial o glutamato,→
cujo excesso é neurotóxico.
 Constituem também o principal sítio de armazenagem de glicogênio no SNC, podendo→
liberar glicose para os neurônios.
 Nos casos de lesão do tecido, os astrócitos ativados aumentamlocalmente por mitoses e→
ocupam áreas lesas à maneira de cicatriz.
 Em caso de degeneração axônica, adquirem função fagocítica nas sinapses.→
 Também secretam fatores neurotróficos essenciais para sobrevivência e manutenção de→
neurônios.
Oligodendrócitos
 Menores que os astrócitos e possuem poucos prolongamentos, que também podem→
formar pés vasculares.
 Conforme sua localização, distinguem-se dois tipos: satélite/perineuronal, situado junto ao→
pericário e dendritos e fascicular, encontrado junto às fibras nervosas (responsáveis pela
formação da bainha de mielina em axônios do SNC)
Microgliócitos
 São céls pequenas e alongadas, com núcleo também alongado e de contorno irregular.→
Possuem poucos prolongamentos, que partem das suas extremidades. São encontrados tanto
na subst branca como na cinzenta e apresentam funções fagocíticas.
 Origem mesodérmica (de monócitos), equivalendo, no SNC, a um tipo de macrófago.→
Aumentam em caso de injúria e inflamação, sobretudo por novo aporte de monócitos, vindos
pela corrente sanguínea.
Células ependimárias
 São remanescentes do neuroepitélio embrionário, sendo coletivamente designadas→
epêndima ou epitélio ependimário.
 Constituem céls cuboidais ou prismáticas que forram, como epitélio de revestimento→
simples, as paredes dos ventrículos cerebrais, do aqueduto cerebral e do canal central da
medula espinhal.
 Nos ventrículos cerebrais, um tipo de cél ependimária modificada recobre tufos de tecido→
conjuntivo, rico em capilares sanguíneos, que se projetam da pia-máter, constituindo os plexos
corióideos, responsáveis pela formação do líquor.
SNP: céls satélite/anfícitos e céls de Schwann, derivadas da crista neural. Essas céls podem ser
consideradas como um único tipo de cél que pode expressar 2 fenótipos dependendo da
parte do neurônio com que se relaciona.
Células satélite
 Envolvem pericários dos neurônios, dos gânglios sensitivos e do SN autônomo→
 Geralmente são lamelares ou achatadas, dispostas de encontro aos neurônios→
Células de Schwann
 Circundam os axônios, formando seus envoltórios (bainha de mielina e neurilema/2ª bainha)→
 Ao contrário dos gliócitos do SNC, apresentam-se circundadas por membrana basal.→
 Tem núcleos ovoides ou alongados, com nucléolos evidentes→
 Em caso de injúria de nervos, desempenham importante papel na regeneração,→
fornecendo substrato. Além disso, nessas condições apresentam capacidade fagocítica.
Fibras nervosas
 Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de→
origem glial. O principal envoltório é a bainha de mielina, que funciona como isolante elétrico.
 Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados fibras nervosas→
mielínicas. Na ausência, fibras nervosas amielínicas. Ambos os tipos ocorrem no SNP e no SNC,
sendo a bainha formada por céls de Schwann no SNP e por oligodendrócitos no SNC
 No SNC, as fibras nervosas mielínicas e neuróglia constituem a subst branca. Essas fibras→
reúnem-se em feixes denominados tratos ou fascículos.
 No SNP também agrupam-se em feixes, formando os nervos→
Fibras nervosas mielínicas
 No SNP cada axônio é circundado por céls de Schwann. Nos axônios motores e na maioria→
dos sensitivos, essas céls formam duas bainhas, a de mielina e de neurilema. Para isso, cada cél
de Scwann forma um cilindro de mielina ao redor do axônio e o restante da cél fica
completamente achatado sobre a mielina, formando a segunda bainha, o neurilema. 
 Essas bainhas interrompem-se em intervalos mais ou menos regulares para cada tipo de→
fibra. As interrupções são chamadas de nódulos de Ranvier e cada segmento de fibra situado
entre eles é denominado internódulo.
 Cada internódulo compreende a região ocupada por uma cél de Scwann. Assim, uma fibra→
mielínica de um nervo longo, como o isquiático, apresenta aproximadamente mil nódulos de
Ranvier, portanto, cerca de mil céls de Schwann podem participar da mielinização de um único
axônio.
 Ao longo dos axônios mielínicos, os canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem→
encontram-se apenas nos nódulos de Ranvier. Portanto, a condução do impulso nervoso é
saltatória, ou seja, potenciais de ação só acontecem nos nódulos de Ranvier e saltam em
direção a um próximo nódulo, o que confere maior velocidade ao impulso nervoso
 No SNC, prolongamentos de oligodendrócitos fazem a bainha. No entanto, os corpos dessas→
céls ficam a certa distância do axônio, de modo que não há formação de qualquer estrutura
semelhante ao neurilema.
 No SNP, em cada cél de Scwann forma-se um sulco/goteira que contém o axônio. Segue-→
se o fechamento dessa goteira, com formação de uma estrutura com dupla membrana
chamada mesaxônio. Este alonga-se e enrola-se ao redor do axônio diversas vezes. O restante
da cél de Schwann (citoplasma e núcleo) forma o neurilema. Terminando o processo ao longo
de toda a fibra, reconhecem-se os nódulos de Ranvier e os internódulos.
 No SNC, a mielinização é similar, com a diferença de que são os oligodendrócitos que→
produzem a mielina.
Fibras nervosas amielínicas
 Fibras do SN autônomo (pós-ganglionares) e algumas fibras sensitivas muito finas, que se→
envolvem por céls de Scwann sem que haja formação de mielina. 
 No SNC as fibras amielínicas não apresentam envoltórios. Apenas os prolongamentos de→
astrócitos tocam os axônios amielínicos.
 Elas conduzem o impulso nervoso mais lentamente.→
Nervos
 Saindo do tronco encefálico, da medula espinhal ou de gânglios sensitivos, as fibras motoras→
e sensitivas reúnem-se em feixes que se associam a estruturas conjuntivas, constituindo
nervos espinhais e cranianos.
 Os grandes nervos (radial, mediano, etc) são mielínicos e apresentam um envoltório de→
tecido conjuntivo rico em vasos, denominado epineuro. Em seu interior, colocam-se as fibras
nervosas organizadas em fascículos. O epineuro, com seus vasos, penetra entre os fascículos.
No entanto, cada fascículo é delimitado pelo perineuro, o qual compreende tecido conjuntivo
denso ordenado e céls epiteliais lamelares/achatadas que formam inúmeras camadas entre
esse tecido e as fibras nervosas. Entre as camadas de céls epiteliais perineurais há também
fibras colágenas. Dentro de cada fascículo, delicadas fibrilas colágenas formam o endoneuro,
que envolve cada fibra nervosa; ele limita-se internamente pela membrana basal da cél de
Scwann.
 Na medida em que o nervo se distancia de sua origem, os fascículos, com sua integridade→
preservada, o abandonam para entrar nos órgãos a serem inervados. Assim, encontram-se
nervos mais finos, formados por apenas um fascículo e seu envoltório perineural.
Correlações anatomoclínicas
ANESTESIAS LOCAIS: como a lidocaína, bloqueiam a geração de potenciais de ação dos
axônios por se ligarem aos canais de sódio dependentes de voltagem.
DOENÇAS DESMIELINIZANTES: esclerose múltipla e síndrome de Guillain-Barré.
 Esclerose múltipla (SNC): progressiva destruição das bainhas de mielina de feixes de fibras→
nervosas do encéfalo, da medula e do nervo ótico. Com isso, a cessa a condução saltatória nos
axônios, levando à diminuição da velocidade dos impulsos nervosos. 
 Síndrome de Guillain-Barré (SNP): acomete os nervos periféricos, levando à paralisia.→
INFECÇÕES: o vírus da raiva chega ao pericário dos neurônios da medula pelo fluxo
axoplasmático retrógrado e atinge os axônios que se comunicam com áreas cerebrais.
Também o bacilo da hanseníase penetra por esse caminho. Outro exemplo é o vírus varicela
zoster, onde após um quadro de varicela o vírus permanece alojado no gânglio sensitivo da
raiz dorsal.
EPILEPSIAS: ocorre uma alteração na excitabilidade de um grupo de neurônios, em geral
envolvendo os canais iônicos de sódio e cálcio. Podem também ocorrer alterações nos
mecanismos inibitórios.
3 Conceituar sensação–
REF: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/download/4652/3412/0
 A sensação → é nossacapacidade de detectar sentidos como toque, dor, visão ou o
movimento e o posicionamento do nosso corpo. Percepção é a maneira pela qual o cérebro
processa e comunica esses sentidos com o restante do corpo. 
 O termo sensação refere-se à experiência sensorial iniciada por um estímulo externo cuja→
origem está nos mecanismos biológicos dos sentidos, tais como a audição ou a visão.
Diferentemente, a percepção relaciona-se à interpretação que o sistema cognitivo,
principalmente o cérebro, tem da sensação recebida ou que ele mesmo é capaz de produzir
(GAZZANIGA; IVRY; MANGUNL, 2006). 
https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/download/4652/3412/0
5 Explicar a fisiologia da recepção e transmissão das sensações (com foco no impulso–
nervoso e comunicação celular)
REF: Princípios da neurociência
Codificação sensorial
 Em cada modalidade sensorial, um tipo específico de energia representa o estímulo, e essa→
energia é transformada em sinais elétricos via receptores especializados. A informação
sensorial é transmitida ao SNC por trens de potencial de ação que representam determinados
aspectos do estímulo.
Sinapses
Elétricas
 Exclusivamente interneuronais.. As mp dos neurônios envolvidos entram em contato em→
pequena região onde há acoplamento iônico, isto é, através de canais iônicos concentrados em
cada uma das membranas em contato. Esses canais projetam-se no espaço intercelular,
justapondo-se de modo a estabelecer comunicações intercelulares que permitem a passagem
direta de pequenas moléculas do citoplasma de uma cél para o da outra. Tais junções servem
para sincronizar a atividade de grupos de neurônios. 
 A membrana dessa região, em ambas as células,→
possui canais iônicos especiais (os conexons) formados
por seis subunidades proteicas chamadas conexinas, que
se acoplam quimicamente formando poros, passando
entre eles várias espécies iônicas e até mesmo
moléculas pequenas 
 Nesse caso, quando uma das células entra em→
atividade, ou seja, produz potenciais de algum tipo, as
correntes iônicas correspondentes passam diretamente
pelas junções comunicantes para a outra célula, sendo
uma transmissão ultrarrápida 
 Elas existem, por ex, no centro respiratório situado→
no bulbo e permitem o disparo sincronizado dos neurônios lá localizados, responsáveis pelo
ritmo respiratório. Ainda, tal tipo de sinapse é útil em casos de necessidade da rapidez da
transmissão, como nas células cardíacas, ou durante o desenvolvimento 
 Ao contrário das sinapses químicas, as sinapses elétricas não são polarizadas, ou seja, a→
comunicação entre os neurônios envolvidos se faz nos dois sentidos.
Químicas
 A comunicação depende da liberação de substs químicas, os neurotransmissores→
 Entre os neurotransmissores conhecidos, estão a acetilcolina, certos aminoácidos como a→
glicina e o glutamato, o GABA (ácido gama-amino-butírico) e as monoaminas dopamina,
noradrenalina, adrenalina, serotonina e histamina. Além disso, muitos peptídeos podem funcionar
como neurotransmissores, como a subst P em neurônios sensitivos e os opioides (endorfinas e
encefalinas)
 As sinapses químicas são polarizadas, ou seja, apenas um dos dois elementos em contato,→
o chamado elemento pré-sináptico, possui o neurotransmissor. Este é armazenado nas
vesículas sinápticas.
SINAPSES QUÍMICAS INTERNEURONAIS
 Compreende o elemento pré-sináptico, que armazena e libera o neurotransmissor; o→
elemento pós-sináptico, que contém receptores para o neurotransmissor; e uma fenda
sináptica, que separa as duas membranas sinápticas.
 Uma terminação axônica entra em contato com qualquer parte de outro neurônio,→
formando-se assim sinapses axodendríticas, axossomáticas (com o pericário) ou axoaxônicas.
 Nas sinapses em que o axônio é o elemento pré-sináptico, os contatos se fazem não só→
através de sua ponta dilatada, denominada botão terminal, mas também em dilatações que
podem ocorrer ao longo de toda a sua arborização terminal, os botões sinápticos de
passagem. 
 No caso de→
sinapses
axodendríticas, o
botão sináptico pode
entrar em contato
com uma espinha
dendrítica.
 Ex de sinapse axodendrítica: o elemento pré-sináptico no caso é um botão terminal que→
contém em seu citoplasma muitas vesículas sinápticas agranulares. Além disso, encontram-se
algumas mitocôndrias, túbulos de REL, neurofilamentos e microfilamentos de actina. A
membrana do botão, na face em aposição à membrana do dendrito, chama-se membrana
pré-sináptica. Sobre ela se arrumam, em intervalos regulares, estruturas proteicas sob a forma
de projeções densas que, em conjunto, formam a densidade pré-sináptica. Desse modo, as
vesículas se aproximam adequadamente da membrana pré-sináptica para com ela se fundir
rapidamente, liberando o neurotransmissor por um processo de exocitose. A densidade pré-
sináptica corresponde à zona ativa da sinapse, isto é, local no qual se dá, de maneira eficiente,
a liberação do neurotransmissor clássico na fenda sináptica. Sinapses com zona ativa são,
portanto, direcionadas.
SINAPSES QUÍMICAS NEUROEFETUADORAS
 Essas sinapses, também chamadas junções neuroefetuadoras, envolvem os axônios dos→
nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal. 
 Se a conexão se faz com céls musculares estriadas esqueléticas, tem-se uma junção→
neuroefetuadora somática. Compreende as placas motoras e em cada uma o elemento pré-
sináptico é terminação axônica de neurônio motor somático, cujo corpo se localiza na coluna
anterior da medula espinhal ou no tronco encefálico. As placas motoras são sinapses
direcionadas, ou seja, em cada botão sináptico de cada placa há zonas ativas representadas,
nesse caso, por acúmulos de vesículas sinápticas junto a barras d ensas que se colocam em
intervalos sobre a membrana pré-sináptica; densidades pós sinápticas com disposição
característica também ocorrem.
 Se com céls musculares lisas ou cardíacas ou com céls glandulares, tem-se uma junção→
neuroefetuadora visceral.. São os contatos das terminações nervosas dos neurônios do SN
autônomo, cujos corpos se localizam nos gânglios autonômicos. As junções neuroefetuadoras
viscerais não são direcionadas, ou seja, não apresentam zonas ativas e densidades pós
sinápticas.
Tipos funcionais de sinapses
 → EXCITATÓRIA: o resultado da transmissão é um potencial pós-sináptico despolarizante que
tende a aproximar o potencial de repouso do nível limiar da zona de disparo, onde se origina o
potencial de ação, que logo é propagado ao longo do axônio 
 → INIBITÓRIA: o resultado da transmissão é um potencial pós-sináptico hiperpolarizante, que
afasta o potencial de repouso do limiar da zona de disparo do neurônio. Fica mais difícil para o
neurônio pós-sináptico produzir potencias de ação, podendo se dizer que ele foi inibido 
Tipos de sinapses de acordo com a natureza de seus elementos
 → AXODENDRÍTICAS: conectam terminais axônicos com um dendrito.
 → AXOSSOMÁTICAS: conectam terminais axônicos com um corpo celular, tendem a ser
mais eficazes que as axodendríticas, porque exercem sua ação mais perto da zona de disparo
do neurônio situado logo após o cone de implantação do axônio 
 → DENDRODENDRÍTICAS: conectam terminais axônicos com o próprio axônio do neurônio
pós-sinap,as sinapses dendro-dendríticas e somatossomáticas são mais raras e conectam dois
dendritos e duas regiões do corpo celular diferentes 
Tipos morfológicos de sinapses
 → ASSIMÉTRICAS: são aquelas que apresentam a membrana pós sináptica mais espessa que
a membrana pré-sináptica. Geralmente, apresentam vesículas sinápticas esféricas e são
funcionalmente excitatórias 
 → SIMÉTRICAS: apresentam as duas membranas com igual espessura. Apresenta vesículas
achatadas e são inibitórias 
Estágios da sinapse química
 → POTENCIAL DA MEMBRANA EM REPOUSO: o potencial dentro da fibra é mais negativo do
que o potencial no líquidoextracelular, do lado de fora da fibra. Diz-se que a membrana está
polarizada 
 → DESPOLARIZAÇÃO: a membrana fica muito permeável aos íons de sódio, permitindo que
eles, positivamente carregados, se difundam para o interior do axônio 
 → REPOLARIZAÇÃO: rapidamente após a membrana ter ficado permeável aos íons sódio, os
canais de sódio começam a fechar e os canais de potássio se abrem mais que o normal.
Então, os íons de potássio vão para o exterior da membrana, voltando a repolarizção da
mesma 
 O canal de sódio regulado pela voltagem é o agente responsável por provocar a→
despolarização e a repolarização das membranas nervosas, e o canal de potássio tem
participação importante para aumentar a rapidazer da repolarização da membrana 
 Durante o estado de repouso, o canal de potássio se encontra fechado, e os íons de→
potássio são impedidos para passar para o exterior. Quando o potencial de membrana
aumenta através da ativação do canal de sódio (a entrada de sódio deixa a célula mais positiva),
a variação de voltagem provoca a abertura desse canal, permitindo a locomoção do potássio
para fora da membrana 
 Eles só se abrem no mesmo momento em que os canais de sódio começam a se fechar.→
Assim, a redução da entrada de sódio na célula e, ao mesmo tempo, o aumento da saída de
potássio fazem com que o processo de repolarização da membrana seja acelerado 
Mecanismo da transmissão sináptica 
 Quando o impulso nervoso atinge a membrana pré-sináptica, origina pequena alteração do→
potencial de membrana capaz de abrir canais de cálcio sensíveis à voltagem, o que determina
a entrada desse íon. 
 O aumento de íons cálcio na membrana pré-sináptica provoca uma série de fenômenos.→
Alguns deles culminam com a fusão de vesículas sinápticas com a membrana pré-sináptica, e
subsequente processo de exocitose. 
 Para evitar o aumento da quantidade de membrana pós sináptica pela exocitose, ocorre o→
fenômeno oposto, a endocitose, que internaliza a membrana sob a forma de vesículas, as quais
podem ser reutilizadas. 
 Por meio da exocitose ocorre a liberação de neurotransmissor na fenda sináptica e sua→
difusão, até atingir seus receptores na membrana pós-sináptica. 
 Ex: o receptor A do neurotransmissor GABA é ou está acoplado a um canal de cloro.→
Quando ativado via ligação, há passagem de Cl- para dentro da célula, com hiperpolarização
(inibição). Já um dos receptores da acetilcolina, chamado nicotínico, é um canal de sódio;
quando ativado, há entrada de Na+ com despolarização (excitação). 
 Esses receptores que se abrem para passagem de íons, são chamados de ionotrópicos.→
 Existem também os metabotrópicos, que se combinam com o neurotransmissor, dando→
origem a uma série de reações químicas que resultam na formação, no citoplasma, do
neurônio pós-sináptico, de uma nova molécula, chamada segundo mensageiro, que levará a
modificações na cél pós-sinap, resultando, por ex, na abertura ou fechamento de canais iônicos.
 Cada neurônio pode receber da mil a 10 mil contatos sinápticos em seu corpo e dendritos.→
Inativação do neurotransmissor 
 A perfeita função das sinapses exige que o neurotransmissor seja rapidamente removido→
da fenda sináptica. Do contrário, ocorreria excitação ou inibição da membrana pós-sinap por
tempo prolongado.
 A remoção pode ser feita por ação enzimática. É o caso da ach, que é hidrolisada pela→
acetilcolinesterase em acetato e colina; a colina é imediatamente captada pela terminação
nervosa colinérgica, servindo como substrato para síntese de nova ach pela própria
terminação.
 Já no caso das monoaminas e dos aas, o principal mecanismo é a captação do→
neurotransmissor pela membrana pré-sinap, por meio de mecanismo ativo e eficiente (bomba
de captação). Essa captação pode ser bloqueada por drogas (cocaína, etc) e pode facilmente
causar distúrbios psíquicos, porque a monoamina permanecerá acessível aos receptores de
maneira contínua. Uma vez dentro do neurônio pré-sinap o neurotransmissor pode ser
reutilizado ou inativado.
4 Identificar os impactos das TORCH, álcool, drogas, desnutrição no desenvolvimento do SN–
Hormônios da tireoide
 O feto só produz hormônios tireoidianos a partir da 2ª metade da gestação, logo, é→
dependente dos hormônios maternos durante os primeiros meses. Estes hormônios são
responsáveis pela organogênese do sistema nervoso central até os dois anos de vida 
 A mãe necessita de um aporte maior de iodo para produzir os hormônios e suprir a→
dependência fetal, eliminando com isso as possibilidades da criança desenvolvimento
hipotireoidismo congênito 
 Déficits no desenvolvimento intelectual da criança estão aparentemente correlacionados à→
deficiência materna de iodo no hipotireoidismo 
Nutrição 
 Os lipídios têm importância fundamental na obtenção de um crescimento satisfatório tanto→
na vida intrauterina quanto na pós-natal. Eles fornecem ácidos graxos para o desenvolvimento
do SNC, pois sã parte integrante para suas membranas celulares 
 O cérebro contém grandes quantidades de ácidos graxos, principalmente de ácido→
araquidônico. Em gestações normais, esses compostos são incorporados predominantemente
no último trimestre da gravidez por transporte direto da mãe para o feto. Caso não ocorram
condições ideias para esse transporte, o feto poderá desenvolver alterações das membranas
fosfolipídicas 
Tabagismo 
 Nicotina diminui o fluxo placentário e a circulação fetal, causando episódios de→
hipóxiaisquemia e desnutrição no feto 
 O monóxido de carbono reduz a oferta de oxigênio materno e fetal →
 Depois da exposição a nicotina, ativa-se uma proteína no cérebro (prooncogenese c-fos)→
que induz a apoptose neural 
 Algumas consequências na criança pode ser déficit de atenção e déficit cognitivo →
TORCHS 
 O vírus da rubéola apresentar habilidade de inibir o crescimento e a maturação celular,→
reduzindo a taxa de desenvolvimento e divisão celular e, consequentemente, alterando o
crescimento e desenvolvimento de todos os sistemas do organismo 
 Assim como o ZikaVírus, o vírus da Rubéola contém em sua superfície a glicoproteína E-1,→
que está envolvida no reconhecimento da mielina do oligodendrócitos, receptor celular deste
vírus que induz anticorpos neutralizantes. Então, observa-se que o vírus também apresenta
neurotropismo, justificando os achados neurológicos da síndrome da rubéola congênita 
 As consequências da aquisição das TORCHS são: necrose neural, microcefalia, calcificações,→
encefalite em evolução, alterações em órgãos sensoriais, com surdez neurossensorial,
coriorretinite e microftalmia 
Álcool
 O etanol se distribui livremente no tecido fetal, alcançando as mesmas concentrações no→
sangue materno, isto porque as enzimas hepáticas fetais estão em baixos níveis, ocorrendo
uma difusão passiva por gradiente de concentração 
 A Síndrome do Álcool Fetal pode levar à hipóxia fetal e restrição de crescimento→
intrauterino por interferir nas circulações placentária e fetal 
 O efeito danoso final da exposição ao etanol ou aos seus metabólitos, é a interferência na→
proliferação normal e migração das células neuronais e gliais 
Ácido fólico
 A suplementação vitamínica com ácido fólico é recomendada para mulher em idade fértil 3→
meses antes de engravidar e nos 3 primeiros meses de gestação 
 O ácido fólico tem papel fundamental no processo de multiplicação celular e síntese de→
DNA r DNA, sendo vital para a síntese proteica também 
 Ele age no fechamento do tubo neural →
 Os defeitos no tubo neural são malformações que ocorrem na fase inicial do→
desenvolvimento fetal, entre a terceira e a quinta semana de gestação, envolvendo a estrutura
primitiva que dará origem ao cérebro e a medula espinhal 
 Anecenfalia e a espinha bífida são as principais malformações. Em caso de anecenfalia, o→
neuroporo cranial não fecha, resultando na ausência do cérebro, já quandoo neuroporo caudal
não fecha ocorre a espinha bífida, com defeitos medulares 
2 Descrever a fisiopatologia da rubéola no desenvolvimento do SN–
REF: https://www.sanarmed.com/sindrome-da-rubeola-congenita-colunistas 
Rubéola congênita
 A rubéola é uma doença viral transmitida por gotículas, tem caráter leve em crianças e sua→
evolução se dá com febre baixa e linfadenopatia, evoluindo com rash maculopapular
eritematoso generalizado e frustro.
 Apesar do caráter benigno fora da gestação, a rubéola na gestação causa desfechos→
catastróficos ao feto, especialmente se ativa durante o 1ª trimestre.
 A rubéola congênita é uma síndrome causada pela infecção do feto intra útero que se→
caracteriza por uma tríade clássica:
1 Catarata –
2 Anormalidades cardíacas –
3 Surdez sensorial–
 O vírus da rubéola se multiplica na placenta e as alterações fetais por ele causadas vão→
variar de acordo com o momento do desenvolvimento que a gestante contrai. A infecção fetal
é mais incidente no 1º trimestre e as malformações são mais frequentes em fetos entre 2 e 10
semanas de gestação.
 A forma como o vírus causa as alterações é pouco conhecida e compreendida, mas→
parece ser multifatorial, advindas de necrose não inflamatória, inibição da polimerização da
actina e regulação positiva de interferon e citocinas inflamatórias.
 No 1º trimestre o sistema imune fetal é incapaz de debelar a infecção, esse organismo→
então conta com IgG advindos da mãe, mas essa passagem é ineficiente sendo que apenas
10% da imunoglobulina materna é atingida no feto.
 A partir do 2º trimestre a chance de passagem do vírus pela placenta se reduz→
drasticamente, assim como aumenta a capacidade fetal de realizar defesa humoral e citotóxica
contra o vírus. Com isso, há diminuição do risco de infecção e de ocorrência de malformações
fetais.
https://www.sanarmed.com/sindrome-da-rubeola-congenita-colunistas
 A manifestação clássica da rubéola congênita é a combinação de malformações cardíacas,→
oculares e auditivas, apesar disso qualquer sistema do corpo pode ser afetado pelo vírus. As
principais manifestações são: surdez, retardo do desenvolvimento, defeitos cardiovasculares e
defeitos oculares. Em menor frequência estão trombocitopenia, hepatite, miocardite, lesões
ósseas, defeitos dentários, hipospádia, criptorquidismo, hérnia inguinal, pneumonite,
meningoencefalite, calcificação cerebral, fibrose esplênica, nefroesclerose e nefrocalcinose.

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