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Teoria da Memória e Cognição

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Nova teoria explica melhor como o cérebro armazena
memórias
PixabayTradução
Quão útil é uma memória para situações futuras determina onde ela reside no cérebro, de acordo com
uma nova teoria proposta por pesquisadores do Janelia Research Campus da HHMI e colaboradores da
UCL.
A teoria oferece uma nova maneira de entender a consolidação dos sistemas, um processo que
transfere certas memórias do hipocampo – onde elas são inicialmente armazenadas – para o neocórtex
– onde residem a longo prazo.
Sob a visão clássica da consolidação de sistemas, todas as memórias se movem do hipocampo para o
neocórtex ao longo do tempo. Mas essa visão nem sempre se sustenta; a pesquisa mostra que algumas
memórias residem permanentemente no hipocampo e nunca são transferidas para o neocórtex.
Nos últimos anos, os psicólogos propuseram teorias para explicar essa visão mais complicada da
consolidação dos sistemas, mas ninguém ainda descobriu matematicamente o que determina se uma
memória permanece no hipocampo ou se está consolidada no neocórtex.
Agora, os pesquisadores da Janelia estão apresentando uma nova visão quantitativa da consolidação de
sistemas para ajudar a resolver esse problema de longa data, propondo uma teoria matemática de redes
neurais nas quais as memórias se consolidam no neocórtex somente se melhorarem a generalização.
As generalizações são construídas a partir dos componentes confiáveis e previsíveis das memórias,
permitindo aplicá-las a outras situações. Podemos generalizar certas características das memórias para
https://www.nature.com/articles/s41593-023-01382-9
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nos ajudar a entender o mundo, como o fato de que os cânions preveem a presença de água.
Isso é diferente das memórias episódicas – lembranças detalhadas do passado que têm características
únicas, como uma memória individual que temos de caminhar até um desfiladeiro particular e de vir
sobre um corpo de água.
Sob essa visão, a consolidação não copia memórias de uma área do cérebro para outra, mas cria uma
nova memória que é uma generalização de memórias anteriores. A quantidade que uma memória pode
ser generalizada – não sua idade – determina se ela está consolidada ou permanece no hipocampo.
Os pesquisadores usaram redes neurais para mostrar como a quantidade de consolidação varia com
base em quanto de uma memória é generalizável. Eles foram capazes de reproduzir padrões
experimentais anteriores que não podiam ser explicados pela visão clássica da consolidação de
sistemas.
O próximo passo é testar a teoria com experimentos para ver se ela pode prever quanto uma memória
será consolidada. Outra direção importante será testar os modelos dos autores de como o cérebro pode
distinguir entre componentes previsíveis e imprevisíveis das memórias para regular a consolidação.
Descobrir como a memória funciona pode ajudar os pesquisadores a entender melhor uma parte
integrante da cognição, potencialmente beneficiando a saúde humana e a inteligência artificial.

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