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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CHÁCARA SANTO ANTÔNIO – CAMPUS ll Kaian Souza Pereira RA C175IC0 Mariana Carvalho Viudes RA N747HD1 Pedro Morais de Souza RA N124350 Rafael Brentan RA N1213C4 Stefanie Pereira das Neves RA D2706I8 Stephanie Teixeira Da Silva RA D330HC2 REDES SEMÂNTICAS E AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Memória São Paulo 2017 Kaian Souza Pereira RA C175IC0 Mariana Carvalho Viudes RA N747HD1 Pedro Morais de Souza RA N124350 Rafael Brentan RA N1213C4 Stefanie Pereira das Neves RA D2706I8 Stephanie Teixeira Da Silva RA D330HC2 REDES SEMÂNTICAS E AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Memória Trabalho realizado como parte dos requisitos para conclusão da disciplina Processos Psicológicos Básicos, apresentado à Universidade Paulista – UNIP - Chácara II. Orientadora: Prof.ª Elaine Gass São Paulo 2017 Sumário 1 MEMÓRIA DIVIDIDA ..............................................................................................04 2 EXISTEM DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NO MODO COMO CONSTRUÍMOS REDES SEMÂNTICAS NA MEMÓRIA DE LONGO PRAZO?..................................04 3 MEMÓRIA DECLARATIVA....................................................................................04 4 MEMÓRIA PROCESSUAL.....................................................................................05 5 RELAÇÃO ENTRE A MEMÓRIA E AS ÁREAS SENSORIAIS.............................06 6 QUAL A INFLUÊNCIA DA IDADE SOBRE A CONSTRUÇÃO DE REDES SEMÂNTICAS?.........................................................................................................07 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................09 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................10 4 MEMÓRIA DIVIDIDA A existência de uma divisão da memória humana em módulos de curto e longo prazo a muito deixou o status de novidade para preencher o pódio de teoria amplamente aceita no meio cientifico. As evidências e fatos a respeito do cérebro e como ele se comporta consolidam cada vez mais tal teoria, e até nos permite tirar proveito dela de maneira prática (principalmente com relação aos métodos de passagem de informações para a memória de longo prazo). Mesmo diante de inúmeras descobertas cientificas sobre o cérebro que apoiam a teoria, quando, ao estudar mais a respeito da memória de longo prazo, depare-se com as chamadas redes semânticas (conexões entre informações arquivadas na memória), é difícil não fazer uma pergunta de cunho reflexivo – “Por que nem sempre as conexões entre informações existentes na minha mente são iguais as do meu vizinho?” – A resposta pode parecer simples: experiência. Cada pessoa vivencia experiências diferentes, fazendo, assim, conexões diferentes entre informações. Entretanto, ao irmos mais fundo, é possível notar uma grande semelhança na maneira como construímos tais conexões. Apesar de serem diferentes, o modo como elas são construídas em nossa memória é aparentemente o mesmo, seguindo os mesmos processos. EXISTEM DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NO MODO COMO CONSTRUÍMOS REDES SEMÂNTICAS NA MEMÓRIA DE LONGO PRAZO? Sobre as redes semânticas, Feldman esclarece de forma simples como é possível reconhece-las na memória. Pensar a respeito de determinado conceito leva à recordação de conceitos relacionados. Por exemplo, ver um carro de bombeiros pode ativar nossa recordação de outros tipos de veículos de emergência, tais como uma ambulância, o que por sua vez pode ativar a recordação do conceito de veículo. (Feldman, 2015, Introdução à Psicologia, 10ª Ed., p. 213). Tais conceitos, a que Feldman se refere, parecem depender de diversos fatores para serem finalmente relacionados com outros correspondentes. Fatores estes que podem ser identificados segundo as pesquisas que expões teorias muito importantes como, a relação da memória com as áreas sensoriais e os módulos de memória de longo prazo: declarativa e processual. Estas teorias podem apresentar de maneira quase exata os fatores que influenciam, ou quem sabe determinam, o padrão de conexões feitas por cada pessoa em sua rede semântica. MEMÓRIA DECLARATIVA Somos capazes de armazenar informações como: rostos, nomes, regras de lógica, datas e eventos. A responsável por guardar essas informações de maneira segura é a chamada memória declarativa. 5 Não é segredo para ninguém, nem mesmo para um leigo no assunto, que é mais eficaz lembrar de alguma informação quando, ao entrar em contato com ela, relacionamos suas características com alguma outra informação já presente em nossa memória. Entretanto o que não é tão fácil de se compreender é como e baseado em quê é feito o processo de conexão. Segundo Myers (2012), os determinantes para as conexões entre informações novas e antigas são o contexto e a experiência. Quando processamos as informações verbais para armazenamento, geralmente codificamos seu significado, associando-as, por exemplo, ao que já sabemos ou às nossas suposições. Se ouvimos a mar ela como “amarela” ou “amar ela” dependerá de como o contexto e a nossa experiência nos guiam na interpretação e codificação dos sons (Myers, 2012, Psicologia, 9ª Ed., pg. 253). Sendo assim, no caso da memória declarativa, é possível inferir que as influências do contexto e a experiência que carregamos irão determinar com qual informação já conhecida será feita uma nova conexão com a informação recém- aprendida. Assim, quando apresentado a alguém pela primeira vez, sua associação das características físicas desta pessoa com qualquer outra memória declarativa vai depender das circunstâncias em que a conheceu, por meio de quem vocês foram apresentados, e ainda se as características da tal pessoa são fortes o suficiente para desencadear uma lembrança marcante para você. MEMÓRIA PROCESSUAL A memória processual, como o seu próprio nome já diz, é um registro de algum procedimento, tarefa ou ação, que ficam armazenados a longo prazo em nossa memória, como o ato de andar de bicicleta ou até mesmo caminhar ou correr, por exemplo. Todo aprendizado de procedimentos que possuímos podem ser considerados automatizados, ou seja, nós os realizamos de maneira inconsciente, e quanto mais os praticamos mais automatizadas ficam nossas ações. Apesar de se tratar de um módulo completamente voltado para procedimentos não-declarativos, isso não significa que seja desprovido de conexões ou esteja a parte das redes semânticas. Da mesma maneira que na memória declarativa, pode-se fazer associações entre procedimentos na memória processual. Assim, aprender a dirigir uma moto está ligado a saber andar de bicicleta, e aprender a tocar um instrumento parece abrir portas para o aprendizado de vários outros. Segundo o Professor do Departamento de Psicologia e Educação da USP - Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto - deve-se levar em conta sempre um contexto atual e as experiências individuais de cada ser humano, já que a memória nos permite compreender o mundo em que vivemos, e também manipulá-lo. O que fica armazenado é um “sumário interpretativo” de toda nossa experiência passada. A capacidade dos neurônios de se transformar, 6 adaptando sua estrutura ao contexto (plasticidade neural), seria o suporte desse funcionamento da memória (José Lino Bueno, 2017, http://www.oei.es/historico/divulgacioncientifica/reportajes_224.htm). Até mesmo Charles Darwin, que colaborou em muito na Psicologia do Desenvolvimento, percebeu que os seres diferiam entre si, e este também levava em conta o modo como cada organismo funcionava e se adaptava ao ambiente que estava inserido. O funcionalista e psicólogo americano William James, dizia que a pessoalidade, a mutação, oreferenciar de objetos e a seletividade são propriedades básicas da nossa consciência, podendo assim problemas e aspectos físicos, tanto no ambiente quanto em si próprio, afetar o intelectual dos indivíduos, assim como nossas necessidades e desejos podem influenciar em nossas decisões de maneiras diferentes. Cada pessoa leva consigo suas diferenças, dificuldades e suas experiências, logo, como já mostrado nos parágrafos anteriores, cada ser é único, e pode reagir de uma maneira completamente divergente ao outro dependendo dos estímulos que lhe são aplicados, e de sua maneira de enxergar como as coisas são e funcionam. A memória, que faz parte da assimilação do indivíduo em quaisquer atividades e, em mais especifico a abordada nestes tópicos, a memória processual, tem em si característica de ser distinta entre todos. RELAÇÃO ENTRE A MEMÓRIA E AS ÁREAS SENSORIAIS Atualmente o que se sabe sobre o aspecto físico da memória no cérebro chama atenção, principalmente, para o hipocampo (que ajuda na codificação inicial da informação) e para a amígdala (relacionada a memórias envolvendo emoção). Todavia, as pesquisas e teorias não se limitam a estes dois componentes do cérebro. Muitos pesquisadores creem que a memória se expande e atua em vários pontos do cérebro, e além disso o armazenamento de informações pode estar estritamente ligado às áreas sensoriais, onde o processamento dos sinais, sejam visuais, auditivos ou táteis, aconteceram primeiro (Feldman, 2015). Compreendendo que de fato a memória não é um simples bloco, reunindo de maneira compacta tudo o que há para ser lembrado, mas se relaciona com cada experiência sensitiva procurando reproduzi-la quando solicitado a “lembrar” dela, é possível dizer que um estímulo sensitivo pode ser armazenado de maneira distorcida por causa de alguma conexão com outra memória? A resposta é: sim. E para confirma-la nem é preciso muito esforço, basta lembrar que muitas vezes quando expostos a alguma experiência ou informação qualquer, tendemos a interpretá-la supervalorizando, ou subestimando algum aspecto seu. Isso pode fazer com que um simples cachorro caminhando na mata a noite se transforme em um demônio amedrontador. Quando o praticante de um crime mostra um revólver ou uma faca, ela age 7 como um imã perceptual, atraindo os olhos das testemunhas. Em consequência disso, elas prestam menos atenção a outros detalhes do crime e são menos capazes de recordar o que realmente aconteceu (Feldman, 2015, Introdução à Psicologia, 10ª Ed., p. 224). A razão para interpretarmos os estímulos a que somos expostos de maneira distorcida também pode ter uma profunda raiz nas redes semânticas. Elas são construídas o tempo todo, formando um emaranhado tão complexo (mas não sem sentido) que seria difícil ir a fonte real que explicaria o padrão hermenêutico que utilizamos ocasionalmente. Algumas vezes essa tarefa não é tão difícil, outras muito complicada. Mas é possível afirmar que quando entramos em contato com um estímulo, e uma de suas facetas sensitivas nos chama mais atenção que outras, isso se deve a experiências e conexões anteriores, o que acaba por construir mais uma ligação semântica singular. QUAL A INFLUÊNCIA DA IDADE SOBRE A CONSTRUÇÃO DE REDES SEMÂNTICAS? Para que se possa compreender melhor os possíveis impactos da idade de um indivíduo sobre a construção de suas redes semânticas é preciso ajustar o foco para os estudos a respeito do ciclo vital, que nos oferece luz sobre as características próprias dos períodos de desenvolvimento humano. Jean Piaget nos apresenta à teoria da assimilação e acomodação que acompanha o ser humano durante seu desenvolvimento. Assim é possível para um sujeito, desde o nascimento, criar estruturas cognitivas e prosseguir aprimorando-as através do ato de interiorizar novas informações e acomodá-las de alguma forma em suas estruturas. Tal teoria dá mais suporte para o entendimento de como se formam as redes semânticas na memória de longo prazo, já que compreende as estruturas cognitivas como relacionadas. Sobre o primeiro período do desenvolvimento, Piaget expõe a teoria de que um recém-nascido tem poucas estruturas cognitivas e que é por meio de sua interação com o ambiente que ele começa a construir suas estruturas iniciais. Dentro da hipótese sobre as diferenças individuais na formação das redes semânticas é neste momento que um sujeito começaria a arquivar memórias e desenvolver ligações entre elas. Porém o mais interessante ainda está por vir, pois ao prosseguir na análise da teoria, depare-se também com os estágios cognitivos, onde cada período da infância é característico. Portanto o cérebro humano só se desenvolve plenamente (no aspecto cognitivo) quando atinge o estágio operatório-formal, após os 12 anos de idade (PAPALIA, DIANE E., 2006, cap. 2). Seguindo a teoria então, uma criança de 6 anos de idade, por exemplo, não poderia fazer ligações ou construir estruturas cognitivas relacionadas a ideias abstratas (habilidade cognitiva que se desenvolve apenas no estágio operatório- formal), tornando seu repertório de ligações semânticas menor que de um adolescente ou adulto e influenciando diretamente em sua visão de mundo (que irá diferir de um sujeito que vivencia outro estágio cognitivo). 8 As diferenças individuais causadas pela idade não se limitam à infância. As doenças que de alguma forma atingem o cérebro também são agentes responsáveis por grandes mudanças no processo de assimilação e acomodação e nas próprias estruturas cognitivas já existentes. Podemos citar doenças como Huntington, Alzheimer, Parkinson e Acidente Vascular cerebral (AVC). Todas capazes de mudar e até destruir informações e ligações presentes na memória de longo prazo. 9 Considerações Finais Após uma análise de várias pesquisas e teorias a respeito da memória de longo prazo, a resposta ao problema: Existem diferenças individuais no modo como construímos redes semânticas na memória de longo prazo?, é: sim. Elas existem, e se existem, suas determinantes são contexto, experiência e também fatores biológicos. Tais determinantes são como uma bola de neve crescente. Elas constroem caminhos que se tornam base para novos caminhos. Apesar de parecer um tanto falho da natureza humana ser tão fortemente influenciada por diversos fatores anteriores para a tarefa de arquivar memórias, a verdade é que tal processo nos ajuda e muito no processo de recordação e reconhecimento do mundo em que vivemos. Não seria viável arquivar informações com foco de atenção em todos os aspectos do estímulo a que somos expostos. É provável que se assim fosse com alguém, seu cérebro ficaria sobrecarregado e o mesmo teria grandes dificuldades para recordar e até mesmo reconhecer pessoas, objetos, informações verbais e eventos. Por isso, construir uma rede semântica singular é necessário e eficaz para usufruir da memória em todo seu potencial. Além disso, o desenvolvimento cognitivo do ser humano ao longo da vida passa por períodos que são fortes influenciadores das ligações que são construídas na memória de longo prazo. Tal influencia somada aos outros fatores expande ainda mais as diferenças individuais existentes. 10 BIBLIOGRAFIA FELDMAN, ROBERT S., Introdução à Psicologia, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora Ltda, 2015 (Capítulo 6). MYERS, DAVID G., Psicologia, 9ª ed. Rio de Janeiro: LTC. Ltda, 2012 (Capítulo 8). SANTROCK, JOHN W., Psicologia Educacional, 3ª ed., 2017 (página 276). http://www.ic.unicamp.br/~wainer/cursos/906/trabalhos/M5.pdf em 24/09/2017 as 23:30 https://www.ebiografia.com/william_james/ em 17/05/2017 as 23:35 http://www.psicologiafree.com/curiosidades/7-memorias-do-ser-humano/ em 24/09/2017 as 23:40 http://www.webartigos.com/artigos/definicao-funcao-e-tipos-de-memoria/36064/ em 24/09/2017 as 23:40 http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/memoria-implicita/em 24/09/2017 as 23:50 http://www.oei.es/historico/divulgacioncientifica/reportajes_224.htm em 24/09/2017 as 23:50 PAPALIA, DIANA E., Desenvolvimento Humano, 8ª ed. Porto Alegre: Editora S.A. Ltda, 2006 (Capítulo 2).
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