Buscar

Dados Vitais - Semiologia Pediátrica



Continue navegando


Prévia do material em texto

Resumos Camila Alves (turma XXI A) 1 
 
SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA 
SEMIOLOGIA: Estudo dos sinais. 80% dos diagnósticos médicos originam-se da semiologia 
NOSOLOGIA: Ramo da medicina que estuda e classifica doenças. 
- Sinal: manifestação, indício ou vestígio perceptível pelo profissional 
- Sintoma: aquilo que é sentido ou percebido e relatado pelo paciente. 
 
 
Capítulo 6 – ASPECTOS ÉTICOS 
 Mudanças do mundo e novas tecnologias: novas doenças surgem (Tristeza, angústia, déficit de atenção, bulimia, 
obesidade) e os impactos de doenças antigas diminuem. 
 A medicina era essencialmente curativa, mas se torna preventiva e, hoje, cada vez mais preditiva, com capacidade 
de interferir, para o bem e para o mal, nessas previsões. 
 Queixas atuais são menos delimitadas e tornaram-se mais “fluidas” do que antes. 
 Princípios fundamentais a serem considerados no cuidado: 
 Bem-estar do paciente: atender aos melhores interesses do paciente, incluindo a beneficência e não 
maleficência. 
 Autonomia: falar sempre a verdade, prestar informações de maneira clara e objetiva, permitindo ao paciente 
tomar decisões realmente autônomas e livres. 
 Justiça distributiva: distribuição justa e equânime dos recursos destinados à saúde, sem discriminação de 
qualquer tipo. 
 Competência: manter-se atualizado e reciclar-se continuamente, respeitar a confidencialidade, respeitar a 
economicidade. 
 Para crianças e adolescentes, o médico deve trabalhar em consonância com a família e outros profissionais da 
saúde. Tríade criança-família-equipe está envolvida nesse processo e é responsável pelas consequências das 
decisões tomadas. A prioridade é o interesse da criança/adolescente, tendo os pais ou responsáveis legais dever 
de cuidar desses interesses. Isso não significa que têm o direito de decidir, arbitrariamente, aos interesses da 
criança, pois nem sempre buscam o melhor para eles (ex. maus tratos domésticos). 
 Processo de construção da história clínica e exame físico: é a oportunidade de escutar o paciente e sua família. A 
escuta é o mais importante, devendo ser observadas as comunicações verbais e não-verbais. Dentro da fala, sinais 
e sintomas do paciente/família, devem ser selecionados os fatos importantes e esclarecê-los. Ao fazer isso, o 
médico se torna responsável por eles. 
 Devem ser respeitados os limites, evitando procedimentos dolorosos e respeitando fatos que a criança e a família 
querem deixar obscuros. 
 Tópicos importantes: 
 Violência: ficar atento aos sinais de violência é dever ético. É silenciosa, insidiosa e devastadora. O desafio do 
profissional de saúde é construir defesas eficazes contra essa epidemia do século XXI. Deve-se procurar 
identificar situações de risco e comunicar o conselho tutelar, segundo Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Conhecer o desenvolvimento natural de um ser humano permite ao profissional de saúde perceber lesões que 
não condizem com atividades da faixa etária, o que pode levantar suspeitas de maus tratos. O profissional de 
saúde não deve atestar lesão por maus tratos (isso é papel do policial), mas de suspeitar e tomar providências. 
Sinais de vitimização: 
 Roupas ou materiais escolares danificados 
 Lesões de pele inexplicáveis 
 Cefaleia 
 Dor abdominal 
 Dificuldade para dormir 
 Tristeza 
 Depressão 
 Poucos ou nenhum amigo 
 Queda de rendimento escolar 
 Faltas à escola 
 Ideação suicida (se a agressão se prolonga) 
Agressores: geralmente mais fortes, impulsivos, dominantes, dificuldade de respeitar normas. Também 
precisam ser abordados, pois há grande incidência entre eles de desajustes sociais (vandalismo, alcoolismo, 
uso de drogas) 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 2 
 
Exemplos: 
 Doméstica: abusos físicos, sexuais, abandono, não manter o calendário vacinal atualizado. 
Obs: Síndrome do bebê sacudido (“Shaken baby syndrome”): lesões causadas no lactente quando 
sacudido violentamente, como hemorragias intracranianas e intraoculares, fraturas de vértebras e crânio, 
convulsões, paralisias e morte. 
Síndrome de Munchausen por procuração: um dos pais, geralmente a mãe, simula sinais e sintomas na 
criança, com a intenção de chamar atenção pra si. Como consequência, a vítima é submetida a repetidas 
internações e exposição a exames e tratamentos potencialmente perigosos e desnecessários, gerando 
sequelas psicológicas e físicas, podendo levar a morte. Ao se tornar maior, há uma tendência da criança 
em simular sintomas, mostrando que a díade família-criança que está doente. 
 Urbana: drogas, exploração sexual, discriminação, trabalho infantil, acidentes de trânsito, agressões, 
crianças sem lares, bullying e falta de políticas de proteção e de inclusão 
Obs: Bullying: denominada “maus tratos entre pares”, considerada multifacetária = desigualdade de 
poder, exercida de forma intimidatória sobre o mais fraco com intenção de causar dano. A agressão pode 
ser direta (física, verbal ou gestual) ou indireta (exclusão social, fofocas). Variante: Cyberbullying. 
 
 Adolescência: 10 a 19 anos (OMS) ou 12 a 18 anos (Estatuto da Criança e do Adolescente). Não possui 
autonomia, mas eticamente deve ser considerado sujeito de plenos direitos, como privacidade, 
confidencialidade e sigilo das informações mesmo a seus pais, desde que o menor tenha discernimento de 
solucionar seus problemas e que o sigilo não lhe cause danos ou malefícios (art. 103 do Cód. de Ética médica). 
Obs: É Estupro a relação sexual com <15 anos mesmo se consensual 
 
 Prontuário: deve conter todos os dados necessários dispostos de maneira clara, legível, de fácil acesso e evitar 
siglas e abreviaturas em excesso, pois o descumprimento desses quesitos é considerado negligência pelo Art. 39 
do Cód. de Ética médica e, se causar danos, são cabíveis ações civis e penais. Pertence ao paciente que tem direito 
a acesso ilimitado a ele. 
 
 
 
Capítulo 8 – PREVENÇÃO DE ACIDENTES 
 Acidentes constituem uma das principais causas de morte na infância 
 Fatores que contribuem: 
 Idade: cada faixa etária apresenta riscos mais comuns, devido às características fisiológicas, emocionais, 
anatômicas e psicológicas. Com o passar dos anos, a capacidade de evita-los aumenta e o “pensamento mágico” 
é substituído pelo raciocínio lógico. 
 Sexo: Meninos acidentam-se mais que meninas, devido à maior exposição aos riscos. 
 Distúrbios de Comportamento e Capacidade Física: Crianças hiperativas e dispersas se expõem mais. Déficits 
auditivos, visuais e motores levam à dificuldade de perceber riscos. 
 Fatores Sociais: mães solteiras, desempregados, baixo nível de instrução, uso de álcool e drogas são fatores 
relacionados ao maior número de acidentes de crianças. Desconhecimento dos principais acidentes na infância, 
falta de orientação por parte dos profissionais da saúde também são fatores predisponentes. 
 Fatores Comunitários: algumas medidas ajudariam na prevenção, apesar da existência da Política Nacional de 
Prevenção da Morbimortalidade por Acidentes e Violência. Exemplos: Uso obrigatório de embalagens seguras 
de produtos, uso de fórmulas menos suscetíveis a acidentes, projetos educativos em escolas e à família. 
 
 Tipos de acidente por faixa etária: 
 IDADE FRÁGIL (0 a 3 meses): Predominam atividades reflexas. Acidentes são produzidos por uma segunda 
pessoa. 
 Acidentes: 
 Administração de doses inadequadas de medicamentos 
 Queda do colo, cama ou trocador 
 Queimaduras por alta temperatura da água do banho 
 Cortes ou perfurações com objetos 
 Sufocamento 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 3 
 
 Prevenção: 
 Atentar à administração adequada dos medicamentos 
 Não deixar criança onde possa sofrer queda 
 Verificar se a temperatura da água do banho ou da mamadeira não está muito alta 
 Manter alfinetes e outros objetos pontiagudos fora do alcance do bebê 
 Evitar brinquedos com peças pequenas 
 Evitar colchões, travesseiros, toalhas e edredons muito fofos que possam sufocar 
 Não dar alimentosem pedaços 
 
 IDADE DO DESPERTAR (4 a 6 meses): há interesse pelas pessoas por parte da criança. Aumentam a 
movimentação dos olhos e mãos, inicia a busca e apreensão de objetos, que são levados à boca e o 
conhecimento do mundo em sua volta. 
 Acidentes: 
 Queda de locais altos como cama, trocador e sofá 
 Sufocamento 
 Queimaduras 
 
 Prevenção: 
 Não deixar criança sozinha em lugar alto e verificar proteção como grades e cancelas 
 Evitar objetos pequenos próximos ao bebê que possam ser levados à boca. Brinquedos devem ser 
inquebráveis. 
 Verificar se a temperatura da água do banho ou da mamadeira não está muito alta. Não deixar criança 
sozinha no banho. 
 
 IDADE DA CURIOSIDADE (7 a 12 meses): Ação da criança sobre o mundo fica mais intensa. Criança já consegue 
mudar de decúbito com frequência, deslocar-se para amplificar suas experiências. 
 Acidentes: 
 Sufocamento (fase oral) 
 Cortes ou perfurações com objetos 
 Contusões 
 Queimaduras 
 Queda 
 Choque elétrico 
 Acidentes automobilísticos 
 
 Prevenção: 
 Manter objetos pequenos fora do alcance da criança 
 Objetos pontiagudos devem ser retirados 
 Toalhas de mesa não deverão ser pendentes 
 Líquidos quentes devem permanecer longe do alcance da criança. Evitar deixar o bebê na cozinha. 
 Manter a criança em local seguro e cercado com limites protegidos 
 Proteger tomadas e fios elétricos 
 Usar cadeirinhas adequadas para a idade, no banco traseiro, de costas para o painel do veículo. 
 
 
 IDADE DA AVENTURA (1 a 2 anos): Há antecipação do pensamento pela ação. Crianças imitam e inventam, 
exploram o mundo usando a atividade motora. 
 Acidentes: 
 Intoxicação 
 Queda 
 Afogamento 
 Contusões 
 Choque elétrico 
 Queimaduras 
 Cortes ou perfurações com objetos 
 Acidentes automobilísticos 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 4 
 
 Prevenção: 
 Manter substâncias venenosas ou perigosas longe do alcance (medicamentos, produtos de limpeza, 
inseticidas) 
 Cuidado com quedas de escada, cadeiras, sofás, janelas. 
 Instalar de redes de proteção em janelas 
 Manter piscinas cobertas; não deixar criança perto de torneiras 
 Manter portas de saída para a rua e locais perigosos fechados 
 Proteger tomadas e fios elétricos 
 Manter cabos de panelas quentes voltados para dentro do fogão 
 Afastar facas, tesouras ou objetos pontiagudos 
 Manter portas dos veículos travadas e com vidros elevados. 
 Usar cadeirinhas adequadas para a idade, no banco traseiro. 
 
 
 
 IDADE DA INDEPENDÊNCIA (2 a 3 anos): Experiências se ampliam, assim como a capacidade motora. Criança 
passa a escalar móveis, desloca-se com rapidez, começa a querer fazer coisas sozinha, sem ter noção do risco. 
Começa o aprendizado dos bons exemplos. 
 Acidentes: 
 Atropelamento 
 Afogamento 
 Queda 
 Queimadura 
 Choque elétrico 
 Acidente com animais peçonhentos e plantas tóxicas 
 
 Prevenção: 
 Ensinar cuidados ao atravessar a rua, segurando a criança pela mão 
 Manter piscinas cobertas; não deixar criança perto de torneiras 
 Orientar sobre riscos na cozinha 
 Orientar sobre riscos com aparelhos elétricos 
 Orientar sobre riscos com animais e plantas 
 Orientar sobre riscos ambientais, como buracos, veículos, vidro, etc 
 
 
 
 IDADE DA EXPERIÊNCIA (3 a 12 anos): Universo torna-se ampliado para vizinhança, amigos, começam as 
aventuras de subir em árvores, nadar, correr, disputas com amigos. Cada vez maior a necessidade de ensinar 
sobre riscos e prevenção. 
 Acidentes: 
 Contusões, cortes, quedas 
 Queimaduras 
 Afogamentos 
 Acidentes automobilísticos 
 
 Prevenção: 
 Falar sobre segurança 
 Orientar quanto ao uso adequado de ferramentas 
 Atenção a líquidos inflamáveis, fogos de artifício 
 Orientar sobre riscos de nadar em rios ou lagos desconhecidos, sobre o uso de boias e coletes flutuadores 
 Orientar sobre importância do cinto de segurança 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 5 
 
 ADOLESCÊNCIA (12 a 18 anos): Julga ser capaz e estar pronto para desafios do mundo, embora sem nenhuma 
experiência. Adolescentes têm o pensamento pouco racional e muito emocional, capaz de enfrentar obstáculos 
e disputas, sem considerar riscos, impulsionados por álcool, droga e fumo. Há desejo de mostrar que já é adulto. 
 Acidentes: 
 Acidentes automobilísticos 
 Intoxicações alcóolicas ou efeitos de drogas 
 Acidentes com armas de fogo 
 Afogamento 
 Contusões 
 Danos psicossociais 
 
 Prevenção: 
 Orientar sobre não dirigir carro dos pais sem habilitação 
 Orientar sobre uso do cinto de segurança 
 Orientar sobre riscos de bebidas alcoólicas, tabagismo e drogas ilícitas 
 Orientar sobre perigo de armas de fogo 
 Orientar sobre riscos em águas profundas, alpinismo, esportes ou atividades de alta velocidade 
 Orientar sobre Bullying 
 
 Abordagem na consulta médica: 
 Tentar identificar fatores de risco 
 Verificar na história familiar e na história pregressa da criança se já houve episódio de acidente 
 Orientar pais ou responsáveis constantemente e o mais precoce possível sobre os riscos de cada faixa etária e 
de acordo com as peculiaridades de cada família. 
 A abordagem pode ser feita por meio de um questionário, exemplos em filmes, etc. 
 
 Segurança no local de atendimento 
 Pisos não devem ser escorregadios e devem ser fáceis de limpar 
 Portas com acesso a escadas devem ter trancas 
 Grades em janelas, camas e macas 
 Estoque de materiais de limpeza, medicamentos e outros materiais perigosos devem ser trancados 
 Materiais e mobiliário de fácil limpeza, sem bordas cortantes 
 Monitorar temperatura da água 
 Elevadores com ascensorista 
 Higienizar as mãos, usar precauções-padrão e outras medidas de prevenção de transmissão de 
doenças/infecções. 
 
Capítulo 11 – PRIMEIRA CONSULTA E RETORNO 
 A consulta médica de crianças é uma aliança entre médico, criança e familiares com o intuito de garantir dados 
necessários para o raciocínio clínico e diagnóstico, confiança no médico para permitir a realização do exame físico 
e adesão às orientações. 
 A criança e o adolescente devem ser o centro de atenção da consulta, sendo chamados pelo nome e colocados 
como participante. Deve-se explicar o que vai ser feito, o porquê, etc. Manter contato visual e verbal. 
 Local de atendimento deve ser adequado para que se sintam à vontade, com privacidade, claro, ventilado, 
contando alguma recreação para crianças. 
 Divisão didática da consulta: identificação, anamnese, exame físico, hipóteses diagnósticas e condutas 
1. Entrada no consultório: avaliar a relação da criança com o acompanhante, sinais de desconforto ao andar, 
sinais de dor 
2. Apresentações e explicações: são expostas as razões da consulta 
3. Anamnese formal 
4. Exame físico 
5. Hipóteses diagnósticas: envolvem crescimento, desenvolvimento, alimentação, vacinação. Realizar 
diganóstico epidemiológico para definição do diagnóstico final da queixa. 
6. Propedêutica: quando necessário, indicar exames ou procedimentos. 
7. Registro em prontuário 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 6 
 
8. Finalização: é a parte mais esperada pelos acompanhantes, seja para saber se a criança está se desenvolvendo 
adequadamente ou para ouvir um diagnóstico sobre queixas. O médico deve respondr às indagações dos 
responsáveis, justificando suas condutas, incluindo: 
 Preencher cardeneta de Saúde da Criança e explicar anotações 
 Fazer diagnósticos de crescimento, desenvolvimento, alimentação, vacinação e aspectos emocionais, 
dando retorno sobre os diagnósticos de acordo com as queixas relatadas 
 Propor modificações de hábitos necessários 
 Fazer encaminhamentos necessários para especialistas, exames e procedimentos explicando o que for 
necessário para sua efetividade. 
 Deve ter aão preventiva, adiantando aos acompanhantes o que vai acontecer à medida que a criança 
se desenvolve 
 
Capítulo 15 – ANAMNESE 
 Do Grego >>> ana = trazer de novo; mnesis = memória, recordação Consultas com o pediatra por faixa etária: 
 Pré-natal: ouvir e discutir com a gestante suas expectativas, angústias, vontade de amamentar, tipos de parto, 
alojamento conjunto e primeiros dias com o RN. Tem a finalidade de dar segurança à futura mãe. 
 Primeiros dias de vida: procurar compreender dificuldades de alimentação, sentimentos negativos, choro 
frequente, cólicas, auto cobrança e de outros. Envolver pai e avós no cuidado, escutar e lidar com as dificuldades 
maternas para ajudar no estabelecimento de um vínculo mãe e filho e da confiança entre médico e pais. 
Observar a mãe amamentando, coto umbilical, higiene, vacinação e triagem neonatal (teste do pezinho) e 
orientar. 
 Primeiro ano de vida: discutir características do desenvolvimento do lactente, necessidades afetivas, 
dependência, sono, estimulação sensoriomotora. 
 1 a 3 anos: criança mais resistente à aproximação do médico, chora muito e geralmente não deixa examinar. 
Entra na fase da autonomia, autoafirmação, egocentrismo, negativismo, irritabilidade, choro fácil, 
agressividade, ciúmes, teimosia, diminuição do apetite, etc. É a fase em que mais surgem dúvidas quanto ao 
método disciplinar e a sensação dos pais de que “deu tudo errado”. Deve-se escutar e dialogar com os pais a 
respeito de limites, persistência, autoridade x autoritarismo, modelo familiar e social, diálogo, respeito, etc. 
 Idade escolar (6 anos à puberdade): criança participa mais da consulta e relata seus problemas com suas 
próprias palavras, mais colaborativa. Buscar a participação da criança, visando maior compromisso com as 
recomendações e mudanças de hábito. Estimular atividades conjuntas dos pais com a criança, orientar sobre a 
importância de se manter um ambiente familiar tranquilo, afetivo, seguro. 
 
 Requisitos para uma anamnese adequada: 
 Anamnese completa, lógica e abrangente direcionada aos indícios diagnósticos. 
 Ambiente calmo, limpo acolhedor, silencioso e com privacidade. 
 Ter boa aparência, vestir-se adequadamente, sendo o jaleco branco opcional devido ao medo das crianças. 
Unhas cortadas e limpas, evitar adereços, mãos lavadas antes e após o exame. 
 Estabelecer empatia, comunicação apropriada para cada idade, cultura, escolaridade 
 Demonstrar disponibilidade, paciência e solidariedade. 
 Organizar de maneira objetiva a coleta da história de paciente prolixos, desorganizados, tímidos. 
 Ter conhecimento da fisiopatologia, tornando possível a exploração adequada de sinais e sintomas. 
 Registrar de maneira clara, organizada, objetiva, em ordem cronológica, letra legível. 
 
 Fatores que limitam a realização da anamnese: 
 Deficiência física: fala, audição, neurológicos, psíquicos 
 Quadro clínico: dor, prostração, sonolência, febre alta 
 Pessimismo e falta de confiança no médico/medicina 
 Inibição, timidez, culpa, vergonha 
 Incoerência, falta de onjetividade, informantes prolixos 
 Fuga da realidade, medo de rejeição 
 Ocultação de sintomas, como em casos de abusos 
 Contradições entre informantes 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 7 
 
 Componentes da anamnese: 
 Queixa principal (QP): anotar com as palavras do informante 
 
 História da moléstia atual (HMA): pesquisar sintomas com descrição detalhada, cronológica, quantificada, 
fatores de melhora e piora, sintomas associados, tratamentos realizados, repercussão da doença. Ao redigir, 
fazer objetivamente. 
 
 Hábitos de vida: 
- Alimentação: relatar esquema em 24h, horários, quantidade, aceitação, intolerâncias, preferências, recusas 
- Medicamentos: se faz uso contínuo ou esporádico, armazenamento. 
- Escolaridade: tipo de escola, desempenho, interesse, relacionamento com colegas, atitudes dos pais diante do 
desempenho 
- Atividades lúdicas e sociais: brincadeiras prediletas, espaço físico e horário livre, se brinca sozinho ou com 
crianças da mesma faixa etária ou adultos, quanto tempo assistindo TV ou eletrônicos. 
- Ambiente: como é a casa, segurança, qualidade das instalações, vizinhança (rural, casa, apartamento, 
aglomerados), presença de possíveis alérgenos, poluição. 
- Temperamento: humor, personalidade, relacionamento com pais, professores, babás; distúrbios de 
comportamento (birras, perda de fôlego, chupar bico ou dedos, tiques, agressividade. 
- Sono: características, horário, interrupções, se passa para a cama dos pais, pesadelos e atitude dos pais diante 
dos distúrbios de sono da criança. 
- Disciplina: características da criança, métodos dos pais, castigos e reação da criança. 
- Sexualidade: interesse sexual, masturbação, brincadeiras, preferências. 
 
 Anamnese Especial: objetiva revisar todo os sistemas. 
 GERAL: Febre, emagrecimento, apetite, atividade, disposição, cor, alterações de humor, etc. 
 COONG (cabeça, olhos, orelha, nariz cavidade bucal e garganta): fechamento de fontanelas, cefaleia, 
tonteiras, traumatismos, acuidade visual, exames oftalmológicos prévios, estrabismo, secreção ocular, 
audição, testes audiométricos, passado de infecções de orelha, obstrução nasal, espirros, alergia 
respiratória, epistaxes, odinofagia, erupção dentária, saúde oral, controle odontológico, troca de dentes, 
higiene oral, alterações no pescoço (linfonodomegalias, tireoide). 
 SR (Sistema Respiratório): tosse, chieira, taquidispneia, expectoração, respiração bucal, apneia do sono. 
 SCV (Sistema Cardiovascular): cianose, dispneia de esforço, taquicardia, palpitações e edemas 
 SD (Sistema Digestório): hábito intestinal, controle de esfíncter anal, dores abdominais, eliminação de 
vermes, icterícia, vômitos. 
 SGU (Sistema Geniturinário): diurese (frequência, volume, cor, odor, aspecto), jato urinário, disúria, controle 
de esfíncter diurno e noturno, corrimento vaginal, menstruação (idade da menarca, ciclo, quantidade, 
dismenorreia) e presença de pelos pubianos. 
 SL (Sistema Locomotor): marcha, deformidades, dores articulares ou de membros, edema 
 SN (Sistema Nervoso): cefaleia, tonteiras, tremores, irritabilidade, convulsões, desmaios, tiques e perda de 
fôlego. 
 
 História Pregressa e Pessoal: falar sobreo que aconteceu na vida da criança até o dia da consulta 
 Gestação e parto: GPA (números de Gestações, Partos e Abortos), se gravidez planejada, pré-natal (pedir 
cartão), quantidade de consultas, saúde materna durante a gestação (hábitos alimentares, tabagismo, 
alcoolismo, trabalho, atividade física, drogas), intercorrências, uso de medicamentos, vacinações, exames 
laboratoriais (sorologias para toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, hepatites B e C, sífilis e HIV, glicemia, 
classificação sanguínea, swabs perianal e vaginal para pesquisa de Streptococcus beta-hemolítico do grupo 
B), Ultrassonografias. Perguntar como foi o parto, Idade Gestacional, local, tipo de parto, Apgar, uso de 
incubadora, peso, altura, perímetro cefálico, teste do pezinho. 
 Período Neonatal: berçário ou alojamento conjunto, aleitamento, alta com a mãe, intercorrências, 
oxigenoterapia, fototerapia, uso de medicamentos. 
 Alimentação pregressa: tempo de aleitamento natural exclusivo, introdução e aceitação de outros alimentos 
 Vacinação: conferir anotações do Cartão de Saúde da Criança (CSC), reações vacinais, orientar sobre 
próximas vacinas. 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 8 
 
 Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM)e emocional: avaliar desenvolvimento neuropsicomotor, Escala 
de Denver (avalia atraso de desenvolvimento infantil), anotar idade de desenvolvimento de habilidades 
básicas (3 meses – pescoço durinho, 6 meses – assentar, 8 meses – engatinhar, 1 ano – andar), controle de 
esfíncter, escolaridade, sono, atividades diárias habituais, humor, relacionamento com colegas e pais. 
 Crescimento: peso, estatura, perímetro cefálico, completar CSC 
 Medicamentos: uso recente, horário, duração e frequência, inclusive polivitamínicos e ferro. 
 Banhos de sol: exposição, horário, duração e frequência. 
 Doenças anteriores, alergias, internações, acidentes, cirurgias: dados epidemiológicospara doenças 
endêmicas ou epidêmicas da região (esquistossomose, leishmaniose, Dengue, Chagas, febre maculosa, 
leptospirose) ou existência de casos semelhantes na família/vizinhança. 
 
 História Familiar (HF): idade, escolaridade, saúde dos pais, irmãos e avós, consanguinidade, doenças 
heredofamiliares (obesidade, diabetes, hipertensão, alergias, epilepsia, cardiopatias, fibrose cística, anemias, 
distúrbios mentais, etc), uso de drogas, tabagismo, alcoolismo. 
 
 História Social (HS): objetiva conhecer melhor a situação familiar, como profissão, escolaridade, renda familiar 
aproximada, habitação, quantidade de pessoas na casa. 
 
Capítulo 1 Tratado de Pediatria – BIOÉTICA 
 ATESTADO MÉDICO: documento de natureza informativa, emitido exclusivamente por médicos, que se destina a 
descrever um fato médico e suas consequências. Pode ser de 3 tipos: 
1. Administrativo: emitidos em favor do interesse público 
2. Judiciário: solicitado pela administração judiciária e relacionado a demandas jurídicas 
3. Oficioso: usado para justificar situações menos formais e corriqueiras, sendo esses os mais comuns no meio 
médico para atestar condição mórbida, justificar ausência em aulas, dispensar de atividades, declarar 
condições de sanidade física e mental ou atestar óbito. 
Art. 110 - Código de Ética Médica: deve abster-se de fornecer atestado sem ter praticado o ato profissional que o 
justifique ou que não corresponda à verdade. Se ocorrer, também infringe o Código Penal com pena de 1 mês a 1 
ano, além de multa se for usado para fim de lucro. 
Art. 110 - Código de Ética Médica: a expedição de atestado médico não pode ser negada pelo médico que realizou 
o ato profissional, quando solicitado pelo paciente/responsável legal, não devendo seu fornecimento representar 
qualquer majoração dos honorários. 
Art. 110 - Código de Ética Médica: proibido deixar folhas assinadas em branco para servirem como atestado médico, 
levando a punições de natureza ética, administrativa e/ou jurídica (civil e penal) aos médicos. 
Não há proibições expressas de que o pediatra possa atestar para seus próprios filhos, desde que observadas as 
condições éticas e legais anteriormente descritas. 
 
 REMOÇÃO: É a denominada “alta a pedido”, em que ocorre a remoção do paciente internado sem que se tenha 
encerrado o prazo adequado para sua permanência no hospital. Isso desafia a harmonia entre os princípios de 
autonomia e beneficência. Este conflito pode ser resolvido pela compreensão de que ao médico cabe respeitar o 
paciente/responsável legal na decisão de não aceitar determinadas práticas propedêuticas ou terapêuticas, salvo 
nos casos de comprovada iminência de morte ou situações que possam representar malefícios para o doente. Na 
pediatria a capacidade de autodeterminação é limitada pela falta de competência da criança em tomar decisões, 
tornando-se necessário que outras pessoas decidam por ela (“decisão de substituição” ou “decisão de 
representação”). 
Art. 148 e 146 - Código Penal: Exceto pelas situações acima, deve-se respeitar as decisões autônomas, após o devido 
esclarecimento, pois se não forem respeitadas podem configurar delito de “cárcere privado” e “constrangimento 
ilegal” pela manutenção forçada de paciente hospitalizado e adoção de procedimentos diagnósticos/terapêuticos 
sem o consentimento do paciente/responsável legal, salvo por iminente perigo de vida. 
Art. 135 - Código Penal: a remoção (alta) de paciente que necessita permanecer hospitalizado, ainda que por 
solicitação própria ou de terceiro, e que venha resultar em danos à integridade pode caracterizar “omissão de 
socorro”. 
Art. 57 - Código de Ética Médica: É recomendável a busca de um consenso entre pediatra e familiares, a fim de 
alcançar uma solução eticamente defensável e juridicamente adequada em que o paciente seja o mais favorecido. 
Nos casos em que a família solicita a transferência para hospital especializado, ou com melhores condições técnicas 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 9 
 
ou, ainda, relacionada a condições financeiras ou previstas em planos de saúde, o médico deve dispor-se a facilitar 
a remoção em favor do paciente, pois é vedado ao médico deixar de utilizar todos os meios diagnósticos e de 
tratamento disponíveis a seu alcance em favor do paciente. 
Art. 71, 83, 29 e 61 - Código de Ética Médica: Em caso de problemas de relacionamento entre médicos e familiares 
o médico não pode apenas encaminhar o paciente sem as recomendações e informações necessárias para o colega 
que dará seguimento ao caso, pois é vedado ao médico deixar de fornecer laudo médico ao paciente, quando 
encaminhado ou transferido para fins de continuidade do tratamento ou na alta, se solicitado. Também é vedado 
deixar de fornecer a outro médico informações sobre o quadro do paciente. Ainda pode ser caracterizado como 
negligência médica e abandono de paciente sob seus cuidados. Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o 
bom relacionamento com o paciente ou pleno exercício profissional, o médico tem direito de renunciar ao 
atendimento, desde que comunique previamente ao paciente/responsável legal, assegurando continuidade dos 
cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico assistente que lhe suceder. 
 
 PRONTUÁRIO MÉDICO: conjunto de documentos padronizados e ordenados no qual devem, obrigatoriamente, ser 
registrados todos os cuidados profissionais prestados aos pacientes. Tem sido a principal peça de defesa do médico 
e de hospitais nos casos de denúncia por mau atendimento com indícios de imperícia, imprudência ou negligência. 
É direito de todo paciente/responsável legal obter cópia de seu prontuário, que deve ser concedida mediante 
recibo. 
É constituído de: 
 Ficha clínica: identificação, anamnese, exame físico, hipóteses diagnósticas e plano terapêutico. 
 Exames complementares 
 Evolução clínica 
 Pedido de parecer 
 Prescrição médica 
 Quadro TPR: temperatura, pulso e respiração 
 Resumo de alta/óbito. 
Estatuo da Criança e do Adolescente: Hospitais e demais estabelecimentos de saúdesão obrigados a manter 
registro das atividades desenvolvidas através de prontuários individuais, pelo prazo de 18 anos, e identificaro RN 
mediante registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas 
normatizadas pela autoridade administrativa competente. 
Lei 5.433/1968: regula a microfilmagem de documentos oficiais 
Lei 9.434/1997: dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante. 
Art. 69 e 70 - Código de Ética Médica: é vedado ao médico deixar de elaborar prontuário médico de cada paciente 
e negar ao paciente acesso ao seu prontuário médico, bem como deixar de dar explicações necessárias à sua 
compreensão, salvo quando ocasionar riscos para o paciente ou para terceiros. 
Resolução CFM 1.605/2000: dispõe sobre o fornecimento de informações do prontuário a autoridade judiciária. 
Resolução CFM 1.638/2002: define prontuário médico e torna obrigatória a criação de comissão de revisão de 
prontuário nas instituições de saúde. 
Resolução CFM 1.639/2000: aprova normas técnicas para uso de sistemas informatizados para a guarda e manuseio 
do prontuário médico, dispõe sobre o tempo de arquivamento dos prontuários (mínimo 20 anos a partir do último 
registro em caso de prontuário em papel) e estabelece critérios para certificação dos sistemas de informação. 
Parecer CFM 24/1990: reafirma o princípio de sigilo profissional sobre prontuários mesmo quando solicitado pelo 
titular da Junta de Conciliação e Julgamento da Justiça Trabalhista. 
Parecer CFM 02/1994: o acesso ao prontuário médico pelo médico perito, para efeito de auditoria, deve ser feito 
dentro das dependências da instituição responsável pela posse e guarda. O médico perito tem, inclusive, direito a 
examinar o paciente para confrontar o descrito no prontuário. 
Parecer CFM 30/2002: prontuário médico em meio eletrônico poderá permanecer assim paraarquivamento, mas 
os prontuários de papel devem ser microfilmados antes de serem destruídos. 
 
 SIGILO MÉDICO: Inúmeros registros legais abordam esse tema. Na pediatria, o sigilo é compartilhado entre a 
criança, seus pais e o pediatra. A criança “entrega” sua autonomia a um adulto que a exerce por ela. Sua quebra 
somente pode acontecer excepcionalmente, nunca para prejudicar crianças e adolescentes. 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 10 
 
 ÉTICA E PEDIATRIA: 
 Bioética: ética vista pelo ângulo interdisciplinar e interprofissional que possam influenciar nas condutas 
assistenciais e socioculturais. 
 Princípios básicos: 
 Não maleficência e Beneficência: significa fazer o bem ao paciente em seu melhor interesse. Não significa 
necessariamente preservar sua vida a qualquer custo, pois quando chega o momento em que salvar já não 
é mais possível e s morte não deve ser mais vista como inimiga. É necessário encontrar o equilíbrio entre 
não maleficência e beneficência. Deve-se avaliar até que ponto a utilização de tecnologias para 
prolongamento da vida está realmente atendendo ao interesse do paciente. 
 Autonomia: no caso de criança e adolescente quem decide, a priori são os pais, mas não se aplica quando, 
a juízo de membros da equipe de saúde que assiste o paciente, a decisão dos pais conflita com o melhor 
interesse da criança, sendo necessário recorrer a Comissões de Ética e/ou decisões judiciais. A participação 
de crianças e adolescentes deve ser considerada se forem identificados pela equipe como capazes de 
avaliar seu problema. Devem ser respeitados seus direitos de confidencialidade e autonomia. A capacidade 
de entendera consequência de seus próprios hábitos começa aos 6 anos e vai amadurecendo até o final da 
adolescência. A criança que recusa tratamento deve ser ouvida. O consentimento livre e esclarecido é 
instrumento básico para o princípio da autonomia e quem for participar das decisões deve ter competência 
de racionalidade, entendimento, independência e capacidade de avaliar a natureza e o alcance de sua 
decisão. Em caso de testemunha de Jeová, os pais não podem impor crenças a seus filhos, negando-lhes 
oportunidade de vida com uma transfusão de sangue. Crianças e adolescentes não detêm completamente 
o princípio da autonomia e a autorização para participação em pesquisa tem de ser fornecida também pelo 
responsável legal. 
 Preservação da vida: com as novas modalidades terapêuticas, houve aumento do tempo médio de vida. 
Mas determinados procedimentos que postergam a morte ou prolongam a agonia podem gerar 
controvérsia. Muitas vezes “fazer tudo” em favor do paciente terminal pode ser oferecer cuidado paliativo, 
evitar a distanásia e proporcionar uma morte digna. Apoiar-se em dados científicos fidedignos é o meio 
efetivo de superar essa questão. 
 Justiça distributiva: objetiva garantir a equidade de benefícios e disponibilizar os recursos segundo a 
demanda, oferecendo a cada um conforme sua necessidade. Cabe à equipe de saúde não deixar que 
problemas decorrentes de recursos finitos conflitem com o atendimento oferecido, sendo as decisões 
tomadas em base médica e não econômica. 
 Criança como paciente terminal: paciente terminal é o portador de uma doença em um estágio que evolui 
para o óbito, independente dos esforços empregados e que causa grande sofrimento, sem possibilidades 
terapêuticas que possam melhorar a qualidade de vida do enfermo. No caso de crianças e adolescentes é 
especialmente mais difícil, principalmente quando se trata de doença congênita, incurável, mas não 
imediatamente fatal. Com crianças e adolescentes, o médico não está obrigado legalmente a acatar os desejos 
dos pais quando o procedimento é claramente ineficaz, devendo ser considerada a relação benefício e 
sofrimento. Se houver consenso quanto a não-indicação de meios de suporte à vida, não é necessário que os 
pais preencham TCLE, basta um registro testemunhado e detalhado em prontuário. Quanto à decisão de não 
ressuscitação cardiopulmonar (RCP), a Sociedade de Pediatria de São Paulo recomenda: 
 RCP é um procedimento no qual o consentimento do paciente e de sua família é presumido e 
universalmente aceito, porém nem sempre atende aos interesses do paciente. 
 Não havendo possibilidade de recuperação do paciente terminal, a equipe de saúde deverá focar no 
conforto físico, afetivo e emocional do paciente e sua família. 
 A equipe de saúde deve participar da discussão para propor à família a decisão de não reanimar. Havendo 
incertezas, recorrerão parecer de outros médicos. Tudo deve ser registrado e justificado no prontuário. 
 Os pais são os defensores dos interesses de seus filhos e, em tese, são eles que decidem. Deve-se explicar 
claramente aos pais sobre prognósticos e opções terapêuticas e a decisão da criança/adolescente deve 
ser considerada. 
 Situações em que a família deseja que a RCP seja efetuada, conflitando com a opinião da equipe de saúde, 
exigem que a RCP seja realizada. 
 Situações em que os responsáveis pelo paciente estejam divididos, a RCP deve ser realizada e se, mesmo 
após apoio e informações ainda não houver consenso, recorre-se à decisão judicial, com a participação 
da Comissão de Ética da instituição. 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 11 
 
 As decisões de não reanimar, adotadas em conjunto com equipe e família, deve ser claramente registrada 
e justificada no prontuário. 
 Na morte encefálica, não se aplica o conceito de preservação da vida. Nesse caso, o médico, antes da 
suspensão dos meios artificiais de sustentação de funções vegetativas, deverá comunicar o fato à família. 
Cuidados paliativos: objetiva permitir ao paciente terminal a morte mais digna possível. 
O processo de decisão sobre a adoção de cuidados paliativos segue em etapas: 
1. Entendimento da equipe sobre o quadro de terminalidade 
2. Compartilhamento desse entendimento com a famíia e, se possível, envolver o paciente 
3. As decisões compartilhadas devem incluir intervenções futuras, limites terapêuticos, cuidados 
paiativos desejados, local de assistência 
4. Registro de todo o processo e decisões no prontuário. 
Os principais alvos dos protocolos de cuidados paliativos são: 
o Dor: ~80% das crianças e adolescentes terminais experimentam dor aguda ou crônica, mas apenas 1/3 
recebe analgésicos de forma efetiva. Isso inclui escala de aferição periódica de dor e essa aferição deve 
ser considerada o 5º sinal vital 
o Fadiga: Limitações físicas e emocionais devem ser consideradas nas atividades lúdicas de terapia 
ocupacional e de fisioterapia. 
o Dispneia: disponibilizar oxigenoterapia adequada quando necessário 
o Choro constante: prevenir escaras, observar posição anatômica e a presença constante de familiares 
próximos minimizam o desconforto. 
o Suporte nutricional: priorizar via oral, mas se comprometida, avaliar vias alternativas 
o Vômitos: utilizar antieméticos. 
o Constipação intestinal: deve ser prevenida com hidratação, fibras dietéticas e medicamentos a base de 
fibras. Se necessário, utilizar enemas com solução glicerinada, evitando excesso de volume e trauma 
retal. 
 Ética nos cuidados da Neonatologia: 
CONTINUAR... (a professora não aprofundou e nem cobrou essa parte em provas...) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 12 
 
Capítulo 12 –PARTICULARIDADES DO ATENDIMENTO À CRIANÇA 
 
PARTE A – A CRIANÇA NÃO SE DEIXA EXAMINAR 
Cólica do lactente: início à noite, dura mais de 3h, em mais de 3 dias por semana e pode ocorrer por ais de 3 semanas 
consecutivas 
 
Resposta à separação de criança com vínculo materno: 
1. Protesto: criança não aceita figuras alternativas. Pode durar de horas a semanas 
2. Desespero: criança fica apática e dá falsa impressão de melhora 
3. Desapego: criança passa a aceitar cuidados de outras pessoas, não valoriza visitas maternas, mas após a alta 
pode se apegar a ela novamente 
 
PARTE B – ATENDIMENTO DA CRIANÇANA ENFERMARIA E NO CTI 
 
Sinais de alerta em neonatos, crianças e adolescentes: 
1. FR: > 60 irpm ou bradipneia 
2. Esforço respiratório: Batimento de aletas nasais, gemência, retração esternal, tiragens intercostais ou 
subdiafragmáticas ou subcostais, balanço toracoabdominal 
3. Palpação de pulsos: finos, muito rápidos, ausentes ou muito cheios 
4. Perfusão capilar: maior que 2 segundos 
5. FC: 
o RN: < 80 a 100 ou > 200 bpm 
o 0 a 1 ano: < 80 a 100 ou > 180 bpm 
o Crianças: < 60 a 80 ou > 120 bpm 
o Adolescentes: < 60 ou > 110 bpm 
 
6. Pressão Arterial: 
o Sistólica menor que o percentil 5 
o Sistólica ou Diastólica maior que percentil 90 
7. Cianose: presença de cianose 
8. Hipóxia: pode ser notada por saturimetria, palidez cutânea, alteração do sensório, sinais de má circulação. 
9. Alterações de consciência: não reconhece pais, confusão mental, sonolência, irritabilidade, prostração 
10. Débito urinário: redução do débito urinário 
11. Em fetos / RN: 
o Bradicardia fetal 
o Líquido amniótico meconial 
o Diagnóstico prévio de malformações 
o Idade materna < 16 anos ou > 35 anos 
o Prematuridade 
o Crescimento intrauterino restrito 
o Parto de urgência em local não apropriado 
o Doenças maternas 
o Uso de medicamentos ou drogas pela mãe 
o Ausência de pré-natal 
o Hemorragia 
o Morte fetal ou neonatal prévia 
o Gemelaridade 
o Pós-maturidade 
o Atividade fetal ou do neonato diminuída 
o Oligoidrâmnio 
o Apresentação pélvica 
o Mão com infecção 
o Parto operatório 
o Rotura prolongada de membranas 
o Prolapso de cordão umbilical 
o Sedação materna 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 13 
 
Exame físico inicial do paciente gravemente enfermo: “AABC” 
 Aparência 
 Abertura de Vias Aéreas 
 Boa respiração 
 Circulação 
 
 
 
 
 
 
Choque descompensado: Hipotensão arterial 
Limite inferior para a pressão sistólica 
Idade Pressão Arterial percentil 5 
RN 60 
Até 1 ano 70 
1 a 10 anos 70 + (idade em anos x 2) 
> 10 anos 90 
 
 
Causas mais comuns de internação em CTI: 
 Insuficiência Respiratória 
 Choque de diversas etiologias 
 Traumatismos 
 PCR 
 Dificuldade respiratória (asma, obstrução de vias aéreas, PNM grave) 
 Prematuridade 
 Cuidados pós-operatórios 
 Convulsões 
 Sepse 
 Crise falciforme 
 Afogamentos 
 Anafilaxia 
 Intoxicações 
Sinais de Choque: 
 Redução da perfusão capilar percebida 
pelo tempo de recoloração prolongado (> 
2 segundos). 
 Pulsos periféricos cheios e rápidos ou finos 
 Pele mosqueada 
 Cianose 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 14 
 
Capítulo 13 – CONSULTA DO RN 
 
PERÍODOS CRONOLÓGICOS: 
1. Após o nascimento, ainda na sala de parto 
- RN = “um velho de 9 meses” 
- Anamnese na emergência de um recém-nascido: 
a) IG: Gestação a termo ou pré-termo? 
b) Gemelaridade: Feto único ou gemelar? 
c) Medicamentos / Drogas: Gestante usou alguma droga ou medicamento? Quando foi a última dose 
d) Mecônio: Indícios de mecônio no líquido amniótico 
 
As respostas a essas perguntas são importantes para o planejamento da estratégia de assistência do RN que está 
detalhada no Manual de Reanimação Neonatal. Para isso deve-se responder as seguintes perguntas: 
I. IG: Gestação a termo ou pré-termo? (já deveria ser respondida até antes) 
II. Mecônio: Indícios de mecônio no líquido amniótico (já deveria ser respondida até antes) 
III. Respiração: RN respirando? 
IV. Tônus muscular: adequado? 
V. Aspecto: Corado ou com acrocianose? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 15 
 
2. Exame físico na sala de parto: leva em consideração os critérios do Apgar do 1º e 5º minutos de vida. Se 
permanecer abaixo de 7, reavaliar a cada 5 minutos 
 
 
 
- Parâmetros para início da reanimação neonatal: 
 Ausência de movimentos respiratórios eficazes 
 FC < 100 bpm 
 Cianose ou palidez significativa 
 
- Exame físico na sala de parto: 
 ECTOSCOPIA: 
o Malformações grosseiras: fenda palatina ou labial, anomalias anorretais, defeitos de parede abdominal, 
defeitos do tubo neural, alterações da genitália, características sindrômicas, massas visíveis. 
o Pele: petéquias, rash, equimoses, lacerações, manchas, icterícia 
 COONG: 
o Fontanelas: abaulamento, depressão, anormalidade 
grande 
o Bossa serossanguinolenta: corresponde a edema do 
couro cabeludo devido à pressão durante o trabalho de 
parto, é diagnosticado mediante palpação (sinal de 
godê positivo) e ultrapassa as linhas de sutura óssea. 
o Cefalohematoma: coleção sanguínea subperióstea, de 
consistência elástica à palpação, bem delimitada, não 
ultrapassando a sutura óssea. É mais frequente sobre os 
parietais, uni ou bilateralmente. É reabsorvido, porém 
em um tempo maior que a bossa sanguinolenta, 
podendo calcificar-se. 
o Olhos: edema, hemorragia, hiper ou hipotelorismo 
(distância entre as pupilas aumentada ou reduzida) 
o Orelha: posição, forma, canal auditivo patente 
o Nariz: forma, atresia de coanas (falha no 
desenvolvimento da comunicação da cavidade nasal 
posterior para a nasofaringe.) 
 
 
 
 
 
 ACV 
o FC 
o Arritmias 
o Sopros 
o Pulsos femorais 
 
 
 AR 
o Movimentos respiratórios 
regulares 
o Ausculta simétrica 
o Estridores, sibilos, 
gemidos, sinais de esforço 
respiratório 
o Cianose 
 
 
 Abdome e Pelve 
o Massas palpáveis 
o Visceromegalias 
o Distendido ou 
escavado 
o Vasos do cordão 
umbilical (2 artérias e 
1 veia) 
o Hérnias inguinais 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 16 
 
 
 AN 
o Tônus 
o Paresias ou paralisias 
Reflexo de Moro: desencadeado por queda súbita da 
cabeça, amparada pela mão do examinador. Observa-se 
extensão e abdução dos membros superiores seguida por 
choro. 
 
Reflexo de Sucção: desencadeado pela estimulação dos 
lábios. Observa-se sucção vigorosa. Sua ausência é sinal 
de disfunção neurológica grave. 
Reflexo de busca ou dos pontos cardeais: desencadeado 
por estimulação da face ao redor da boca. Observa-se 
rotação da cabeça na tentativa de “buscar” o objeto, 
seguido de sucção reflexa. 
 
Reflexo do Esgrimista ou 
Tônico-Clônico Cervical Assimétrico: desencadeado por 
rotação da cabeça enquanto a outra mão do examinador 
estabiliza o tronco do RN. Observa-se extensão do 
membro superior ipsilateral à rotação e flexão do 
membro superior contralateral. 
 
Reflexo de preensão palmar e plantar: desencadeado 
pela pressão da palma da mão. Ocorre flexão dos dedos. 
 
Reflexo de Marcha: desencadeado por inclinação do 
tronco do RN após obtenção do apoio plantar. Observa-
se cruzamento das pernas, uma à frente da outra. 
 
Reflexo de Galant ou de encurvamento do tronco: 
desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral. 
Observa-se encurvamento do tronco ipsilateral. 
 Genitália 
o Masculina: posição dos testículos, fimose, 
hipospádia (distal, peniana ou proximal) 
 
 
o Feminina: hímen imperfurado, hipertrofia 
clitoriana 
ANULAR SEPTADO CRIBIFORME IMPERFURADO 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 17 
 
 AL 
o Fraturas: clavícula e membros 
o Deformidades: nanismo, osteogênese imperfeita 
o Sinais de Ortolani e Barlow: realizada ao se aduzir o 
quadril enquanto se aplica uma pequena pressão sobre 
o joelho, direcionando a força posteriormente. Se o 
quadril é deslocável, ou seja, se pode ser deslizado para 
fora do acetábulo com esta manobra, o teste é 
considerado positivo. Na existência de uma displasia de 
quadril, ocorre um estalo (o sinal de Ortolani). 
 
3. Período de transição e adaptação: Dura de 1 a 4 horas. Manipular o RN o mínimo possível, observar se houve 
diurese ou eliminação de mecônio, anormalidades como salivação abundante, icterícia, cianose, palidez e 
dificuldade respiratória. 
 
4. Primeiro exame completo: 
RN alcançou um equilíbrio homeostático e fica calmo, geralmente 10 a 24h de vida 
- Exame físico geral: 
 Parâmetros antropométricos: 
o Peso de nascimento 
o Comprimento 
o Perímetros cefálico, torácico e abdominal 
 Estado geral, postura e choro 
o Normal:flexão dos 4 membros, quadris abduzidos, parcialmente fletidos e com flexão dos 
joelhos; braços abduzidos e fletidos na altura dos cotovelos. 
o Anormal: extensão de MMII sobre o tronco (apresentação pélvica) ou hiperextensão da cabeça 
simulando opistótono (apresentação de face) 
o Prematuros ou com sofrimento fetal: hipotônicos e postura em extensão com os membros 
“largados”. 
- Irritabilidade excessiva, tremores, movimentos repetidos ou apatia constante durante o exame físico 
devem ser considerados anormais 
 Choro 
o Normal: sonoro e de timbre variável, geralmente relacionado a frio, fome ou outro desconforto. 
o Anormal: 
- Muito agudos e constates, intermitente e agudo pode estar associado a lesão neurológica. 
- Fraco, semelhante a um miado geralmente estão associados a deleção do braço curto do 
cromossomo 5 (Síndrome do miado de gato). 
- Ausência de choro à manipulação pode indicar enfermidade grave. 
 
 Classificação do RN: 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 18 
 
Obs: Idade Corrigida (IC): A idade de todo prematuro deve ser corrigida 
para o termo, sendo considerado como parâmetro o feto de 40 semanas. 
IC = Idade cronológica – (40 – IG) 
Exemplo: um bebê nascido com 35 semanas e que está com 2 meses de 
vida  sua idade cronológica é 2 meses, mas sua idade corrigida é de 3 
semanas (2 meses = 8 semanas)  IC = 8 – (40 – 35) ... IC = 3 semanas. 
Significa que a análise de todos os parâmetros dessa criança deve ser 
realizada de acordo com 3 semanas a menos do que a idade cronológica. 
Ou seja, aos 2 meses (8 semanas), a criança deve ser analisada pelos 
parâmetros de uma criança de 1 mês e 1 semana (5 semanas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Exame físico específico: (pág. 93) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pele e anexos 
 
 
Face 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pescoço 
 
 
Crânio 
 
Sistema Respiratório 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema Cardiovascular 
 
 
Abdome 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 21 
 
 
Genitais 
 
Sistema Nervoso 
 
 
 
Sistema Locomotor 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 22 
 
5. Exames rotineiros durante internação na unidade neonatal: Geralmente entre 24 a 72h, deve ser avaliado a cada 
12 ou 24h. Não precisa ser tão detalhada quanto os anteriores, mas deve incluir: 
- Avaliação de informações sobre estado geral do RN 
- Aceitação e método de oferta da alimentação 
- Eliminações fisiológicas 
- Náuseas ou vômitos 
- Outras anotações da equipe multiprofissional 
- Ectoscopia: alterações de postura, distensão abdominal, icterícia, cianose, palidez, outras lesões de pele 
- AR: ritmo respiratório e ausculta pulmonar 
- ACV: ausculta cardíaca, palpação de pulsos periféricos e verificação da perfusão capilar 
- Abdome: palpação e percussão em caso de distensão. 
6. Exame para alta hospitalar: Reavaliação global com ênfase em: 
- Icterícia 
- Sopros cardíacos 
- Distensão abdominal 
- Distúrbios respiratórios 
- Destacar com os pais achados normais, incluindo perda de peso fisiológica, obstrução nasal do lactente, 
lesões cutâneas. 
 
Capítulo 14 – CONSULTA DO ADOLESCENTE 
- Conceito de adolescência (OMS): 10 a 19 anos, período caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, 
que se manifesta por transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais. 
- Etapas da adolescência: 
 Precoce (10 a 13 anos): apresenta modificações e do próprio corpo e começa a conviver com elas. Ainda há 
pouco esforço para separar-se dos pais. 
 Média (14 a 16 anos): grande preocupação em melhorar a própria imagem com vestuário e exercícios físicos. 
Conflito com familiares é frequente. Sexualidade ainda autoerótica, mas há interesse claro pelo outro sexo. 
 Tardia (17 a 20 anos): frequente preocupação profissional e econômica. Relacionamentos afetuosos e 
namoros são mais frequentes. 
- Primeiros sinais de puberdade: broto mamário no sexo feminino e o aumento do volume testicular no sexo 
masculino (limite inferior da adolescência). 
- Consulta médica na adolescência pode ser dividida em: 
1. Atendimento do adolescente junto ao familiar: investigar HF, QP e HMA pela visão familiar. 
2. Atendimento apenas ao adolescente: completar consulta quanto à anamnese, exame físico, HD e plano 
terapêutico. 
3. Retorno do acompanhante ao consultório: discutir junto os diagnósticos e tratamentos e esclarecer dúvidas. 
- Princípios: 
 Adolescente no centro da relação paciente-médico: deixá-lo participar ativamente. 
 Sigilo: passar segurança quanto ao caráter confidencial da consulta, mas deixar claras as situações nas quais o 
sigilo possa ser quebrado. Transmitir à família apenas o que for absolutamente necessário. 
 Saber ouvir: atentar para o verbal e não verbal. 
 Tempo: atender o adolescente demanda tempo e paciência. Consultas são longas e, muitas vezes, 
improdutivas. 
 Identidade do médico: inspirar respeito e confiança. Não adotar comportamentos semelhantes aos dos jovens 
nem de um “pai substituto”. 
 Família: se a família deseja conversar em particular com o médico, isso deve ser permitido e deve ser mantido 
o mesmo sigilo. 
 Questões éticas: respeitar o sujeito como ser em formação em todos os momentos do atendimento. 
- Anamnese: 
 Dimensões: paciente + moléstia a + circunstâncias. Ou seja, além da atenção à moléstia, deve envolver o 
paciente e o contexto familiar e social. HMA deve envolver moléstia, queixas, incômodos. 
 Investigar condições da gravidez e do nascimento, alimentação pregressa, desenvolvimento neuropsicomotor 
e imunizações, antecedentes pessoais fisiológicos e patológicos. 
 Dedicar o momento a sós com o adolescente para dedicar à sua escuta, permitir expressão livre, sem 
interrogações, evitando observações precipitadas. 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 23 
 
 - Exame físico 
 Segue as normas gerais estabelecidas para o adulto. 
 Garantir a privacidade, perguntando se deseja ou não a presença de um acompanhante durante o exame ou 
não. 
 Avaliar estadiamento puberal pelos critérios de Tanner (mudanças de um estágio para o outro ocorre em ~ 6 
meses): 
 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 24 
 
 
 
 Ectoscopia: considerar a alta frequência de acne. 
 Exame de Genitálias: é obrigatório nos adolescentes, mesmo quando não há queixas, para determinar a 
maturação sexual. 
o Puberdade fisiológica: pode ter início entre 8 e 13 anos (feminino) e entre 9 e 14 anos (masculino). 
o Puberdade: 10 a 11 anos (feminino) e 12 a 13 anos (masculino), durando ~4 a 5 anos. 
o Primeiro sinal da puberdade feminina: Telarca (1° menstruação), seguida de pubarca (aparecimento 
de pelos pubianos) e aparecimento de pelos axilares. 
o Primeiro sinal da puberdade masculina: aumento testicular (usar o orquidômetro de Pader), seguido 
de crescimento do pênis, pigmentação do escroto e aparecimento de pelos pubianos, axilares e 
faciais, mudança da voz e pode ocorrer acne. Ginecomastia é comum e sofre regressão em até 3 anos. 
Deve ser diferenciada da lipomastia, que está relacionada à obesidade. 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 25 
 
o Estirão da puberdade: fase de rápido crescimento físico (só “perde” para o crescimento do 1° ano de 
vida) e maturação sexual, que se inicia com o aparecimento dos caracteres sexuais secundários. Ganho 
de aproximadamente 50% do peso e 20% da altura do adulto. Coincide com os estágios 2 e 3 para o 
sexo feminino e 3 e 4 para o masculino na escala de Tanner. Meninas podem crescer até 20cm e os 
meninos 30cm. O pico de velocidade nas meninas ocorre antes da menarca, sendo 8 a 9 cm/ano. Após 
a menarca, o crescimento médio é de 6cm/ano até a altura final. 
o Obrigatório o exame ginecológico completo se: 
 Atividade sexual 
 Vulvovaginites rebeldes ao tratamento de rotina 
 Nos 2 primeiros anosapós menarca e com amenorreia superior a 6 meses 
 Mais de 2 anos após a menarca e com amenorreia superior a 4 meses 
 Amenorreia de qualquer duração acompanhada de hirsutismo (Crescimento indesejado de pelos 
com padrão masculino no rosto, no peito e nas costas de uma mulher) ou galactorreia (produção 
de leite fora do período pós-parto ou de lactação). 
 Dismenorreia importante rebelde aos tratamentos de rotina 
 Ausência de menarca até 16 anos 
 Dor abdominal ou pélvica importante. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 16 – EXAME FÍSICO 
- Inclui inspeção, palpação, percussão e ausculta. Sempre em sentido cefalocaudal, mas em crianças muitas vezes não 
é possível. Porém o registro sempre deve ser nessa ordem. 
- Explicar detalhadamente o que será feito, o motivo, os instrumentos que serão usados, a participação que se espera 
e motivo de ser feito com ou sem roupa. 
-A presença dos pais/acompanhante é desejável para mostrar alguma alteração, chamar atenção para cuidados e 
higiene e ensiná-los a cuidar do corpo da criança. Para o adolescente, deve-se respeitar a decisão do adolescente. 
- Retirar aos poucos a roupa da criança relutante. Manter a abertura da camisola para a frente, permitindo avaliação 
de anormalidades da pele e constituição 
- Ao final, fazer levantamento dos problemas detectados na anamnese e exame físico e elaborar hipóteses 
diagnósticas. 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 26 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 27 
 
 
 
 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 28 
 
Capítulo 17 – ANTROPOMETRIA 
 
- Antropometria: Conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano, com especial importância na 
pediatria/herbiatria para acompanhar o adequado crescimento corporal na faixa etária. 
 
- Índices antropométricos: é quando as medidas antropométricas são correlacionadas entre si ou com outros 
indicadores e têm a finalidade de permitir a comparação dos dados individuais com os de uma população de 
referência. Os mais utilizados na pediatria/herbiatria são: peso/idade, altura/idade, PC/idade e IMC [peso/(altura)2] 
 
A obtenção dos dados antropométricos segue 4 etapas: 
 Escolha do equipamento: escolher equipamentos adequados para cada idade, condições de preservação, 
calibração, nivelamento, ângulo de 90° para as réguas antropométricas 
- Peso: Utilizar balança pediátrica em criança até 3 anos ou até 16kg (padronizamos em sala até 15kg 
independente da idade) 
- Estatura: Utilizar Estadiômetro ou Régua antropométrica horizontal em crianças de 0 a 36 meses, até 1m. 
Depois passar para a régua antropométrica vertical, preferencialmente de parede. 
- Perímetro cefálico (PC): obrigatoriamente até p 3º ano de vida por meio de fita métrica convencional. 
 
 Obtenção das medidas: 
- Peso: verificar calibração (agulha alinhada com o fiel) com o forro descartável do prato da balança já 
posicionado; criança deve estar despida e descalça ou com camisola a partir da idade pré-escolar; posicionar 
a criança pequena deitada ou sentada no centro do prato, sem que os membros encostem em outras partes 
da balança, parede ou acompanhante. RN perde até 10 % do peso após o nascimento. 
- Estatura: necessária a ajuda do acompanhante até crianças de 3 anos. Posicionar a régua antropométrica 
sobre a mesa de exame, o acompanhante deve segurar a cabeça da criança com as duas mãos, mantendo-a 
alinhada com o corpo e com o nariz apontado para o teto, de modo que a região occipital torque a mesa e a 
região parietal toque a parte fixa da régua. O examinador deve colocar uma das mãos sobre os joelhos da 
criança, mantendo-os unidos e alinhados com o corpo e, com a outra mão, movimentar o cursor até que ele 
toque a planta dos pés em ângulo reto com o eixo do corpo. Crianças maiores e adolescentes devem ficar de 
pé com os braços estendidos ao longo do corpo e a cabeça erguida, mantendo olhar fixo em um ponto na 
altura da cabeça. Calcanhares, ombros e nádegas devem ficar encostados na parede e os pés juntos. 
(Comprimento = quando medida em decúbito; Altura = quando medida de pé) 
- Perímetro cefálico: posicionar a fita métrica horizontalmente em torno da cabeça da criança, tomando como 
referência anterior a glabela e posterior a porção mais proeminente da cabeça (occipital) 
 
 Registro e interpretação dos dados 
Registrar todos os dados antropométricos no prontuário e na Cardeneta dessaúde da Criança, analisando 
peças curvas-padrão. Exemplo: toda vez que a criança for pesada, um ponto deverá ser marcado na cardeneta 
correspondendo ao encontro das coordenadas de peso (eixo vertical) e idade (eixo horizontal). A união desses 
pontos sequenciais formará um traçado do canal de crescimento da criança naquele período. Todos os índices 
devem ser analisados por sexo e idade. 
 
 Compartilhamento das informações com a família 
Orientar familiares para que compreendam o processo individual de crescimento do filho, minimizando 
ansiedade e evitando modificações desnecessárias e inadequadas na alimentação da criança. Além disso, 
corresponsabiliza a família pelo acompanhamento do crescimento do filho e a envolve nas condutas. 
 
- Situações emergenciais: quando crianças chegam ao pronto atendimento acidentadas ou gravemente enfermas, 
pode não ser possível obter imediatamente os dados antropométricos do paciente. Estimativas podem ser feitas a 
partir de fórmulas e tabelas. 
 
 
 
 
 
Cálculo para crianças de 3 a 11 anos 
 
PESO = (idade x 2) + 9 
 
ALTURA = [(IDADE – 3) X 6] + 95 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 29 
 
 Ganho mensal médio de peso 0 a 24 meses Crescimento estatural médio do nascimento à puberdade 
 
 
 
 Crescimento mensal médio do perímetro cefálico (PC) 
 
Obs: do 2º ano de vida até o início da vida adulta, o PC cresce mais 10cm no total 
Referência de PC do RN = de 32 a 35 cm 
Medir até os 3 anos 
 
Capítulo 18 – DADOS VITAIS 
 
PRESSÃO ARTERIAL 
- HAS em crianças e adolescentes pode variar de 6% a 8%. Por isso, a medida da PA é fundamental na avaliação 
semiológica do sistema cardiovascular, objetivando diagnosticar e intervir precocemente, e pelo fato de que a criança 
hipertensa geralmente é assintomática. 
- Os valores são normatizados por faixa etária de acordo com o percentil de estatura. 
- Devem ser investigados: 
 Fatores de risco associados à HAS: obesidade, sedentarismo, dislipidemia, DM I e II, características do sono, 
presença de ronco, apneia do sono, uso de medicamentos e drogas ilícitas (anticoncepcionais orais, anti-
histamínicos, descongestionantes nasais, antidepressivos tricíclicos, corticosteroides, esteroides 
anabolizantes, moderadores de apetite, hormônios tireoidianos, vasoconstritores nasais, antiácidos ricos em 
sódio, carbenoxolona, alcaloides derivados do “ergot”, ciclosporina, inibidores de monoaminaoxidase -IMAO, 
chumbo, cádmio, tálio, eritropoetina, cafeínas em altas doses e cocaína). 
 História familiar: AVE, DAC prematura (homens <55 anos e mulheres <65 anos), doença renal, DM, 
dislipidemia e morte prematura e súbita. 
 Exame físico: fáscies e aspecto físico sugestivos de HAS secundária, IMC palpação e ausculta das carótidas e 
da tireoide, sinais vitais, palpação e características dos pulsos, precórdio, bulhas cardíacas, hiperfonese de 
segunda bulha em foco aórtico, sopros, aferição da PA, edema e exame de fundo de olho. 
- Aferição da PA: até os 3 anos de idade a medida deve ser feita com a criança deitada. Após essa idade, deve ser 
sentada, com as costas recostadas no encosto da cadeira e o braço apoiado ao nível do coração, palma da mão 
supinada. O método de aferição pode ser direto (por meio de cateter para PIA) ou indiretamente, seguindo as etapas 
idênticas ao de um adulto. Considera-se normal valores de medida abaixo do percentil 90; entre 90 e 95 é limítrofe 
e maiores que o percentil 95 definem HAS. A cada consulta, realizar no mínimo duas medidas de PA com intervalo de 
1 a 2 minutos entre elas, sendo que as pressões diastólicas obtidasnão devem apresentar diferença maior que 
5mmHg. Se ocorrer, medir novamente até que seja inferior. 
 Velocidade de insuflação/ desinsuflação do esfigmomanômetro: 10mmHg/s para insuflar e de 2 a 3mmHg/s 
para desinsuflar. 
 Tamanho da parte inflável do manguito: 
o Adultos: envolver 80% da circunferência braquial e ter a largura de 40% do braço. 
o Crianças: envolver até 100% da circunferência braquial e ter a largura de até 70% da distância entre o 
acrômio e o cotovelo (proporção ideal entre largura e comprimento é de 1:2). 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 30 
 
- Fatores que interferem na PA: 
 Idade: PA feminino < PA masculino, mas na prática adotam-se os mesmos valores. 
 Raça: relacionado à alimentação 
 Sono: durante o sono PA reduz ~10% 
 Emoções 
 Alimentação: aumenta após alimentação 
 Posição: ortostatismo provoca queda de até 15mmHg da sistólica e queda ou aumento de 5 a 10mmHg na 
diastólica 
 
- Causas de erro na medida da PA: 
 Observador: não dominar a técnica, baixa acuidade auditiva ou visual, controle motor inadequado, vícios em 
arredondamentos 
 Paciente: omissão de informação 
 Ambiente: barulhento e estressante 
 Equipamento: conservação inadequada, qualidade inferior 
 
- Informações complementares: 
 Pressão diferencial: diferença entre a sistólica e diastólica geralmente ficam entre 30 e 60 mmHg 
 PA nos MMII: para aferições nas coxas costumam ser utilizados manguitos de 18cm de largura. O valor da PAS 
intra-arterial costuma ser 10 a 40mmHg mais alta do que no braço e a PAD praticamente igual. A ausculta é 
realizada na artéria poplítea. 
 Aferição em ortostatismo: braço deve ser mantido na altura do coração com apoio. Se fibrilação atrial por 
dificuldade de determinação da PA, considerar valores aproximados. Em portadores de disautonomias e/ou 
uso de medicações anti-hipertensivas, a PA deve ser medida na posição ortostática. 
 Gestantes: realizar em posição sentada e a PAD deve ser considerada na fase V de Kototkoff. Se batimentos 
arteriais permanecem audíveis até o nível zero, utilizar a fase IV para registro da PAD. 
 Obesos: utilizar tamanhos adequados de manguito e, se nenhum tamanho de manguito for apropriado para 
aferição no braço, aferir pelo antebraço e auscultar na artéria radial. 
 
 
TEMPERATURA 
- Temperatura do equilíbrio interno: 37°C, com limites de 36,1°C a 37,2°C. 
- Temperatura corpórea normal: entre 36,5°C e 37°C. 
- Ritmo circadiano da temperatura: menor pela manhã (mínima entre 2h e 6h), aumenta durante o dia e atinge a 
máxima entre 17h e 19h. Pode ser observado a partir dos 6 meses de vida, sendo: 
 Até 2 anos: variação diária de 0,6°C 
 Entre 2 e 6 anos: variação diária de 0,9°C 
 Maior de 6 anos: variação diária de 1,1°C 
 Atividade física: aumento de até 1,1°C 
 
- Termogênese: a quantidade de calor gerada é diretamente proporcional à taxa de metabolismo basal, que é 
influenciada por: 
 Sexo: Homem > Mulher em 10% devido à massa muscular 
 Idade: crianças , jovens e mulheres grávidas ou amamentando tema a taxa de metabolismo mais alta. Diminui 
após os 30 anos cerca de 2% a 3% por década. 
 Peso: metabolismo de pessoas altas e magras é maior por possuírem superfície corporal maior e perderem 
calor mais rápido 
 Temperatura ambiente: varia de acordo com o ambiente 
 Febre: metabolismo basal aumenta cerca de 7% para cada grau de elevação da temperatura acima do normal. 
 Alimentação: metabolismo diminui quando há redução de suprimento energético. 
 Atividade física: Consumo calórico despendido é cerca de 15% a 40% do total de calorias diárias consumidas, 
mudando de acordo com o tipo de exercício, duração e intensidade. 
 Hormônios: taxa de metabolismo basal é influenciada por tiroxina, hormônio do crescimento e testosterona. 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 31 
 
- Controle da temperatura corporal: mecanismo quase totalmente controlado por mecanismos centrais de feedback. 
É essencial a integridade de todos os elementos envolvidos na regulação. 
 Sensores térmicos: termorreceptores localizados no SNC e periférico interligados por vias aferentes, que 
conduzem os impulsos térmicos provenientes de todos os tecidos até o hipotálamo 
 Hipotálamo anterior e área prá-óptica: integração das informações das vias aferentes térmicas. 
 Hipotálamo posterior: localização dos neurônios sensíveis à estimulação térmica 
 Receptores cutâneos térmicos: sensíveis ao frio (maior número) e ao calor. A transmissão por esses receptores 
é acrescida dos estímulos de receptores de dor, principalmente em variações extremas de temperatura. 
 Receptores em órgãos corporais profundos: possuem sensibilidade mais acentuada para redução da 
temperatura corporal central e estão presentes na medula espinhal. Vísceras abdominais e vasos torácicos e 
abdominais 
 Centro integrador no hipotálamo: recebe todas as informações (aferências) de receptores e emite 
informações para os órgãos ou sistemas eferentes para regulação da temperatura: 
 SNC: responde com diversas ações como deslocamento para áreas mais quente/frias, remoção/adição de 
roupas, etc. 
 SNA: controla o tônus vascular (vasoconstrição ou dilatação), aumento da sudorese, frequência 
respiratória, etc. 
 Termogênese química celular: aumento da lipólise da gordura marrom ou branca, glicogenólise no músculo 
e fígado, hidrólise de ATP. 
 Piloereção: tentativa de inibir a perda de calor por convecção e condução. 
 Contração muscular: voluntária (vem do córtex) ou involuntária (vem do hipotálamo) 
 Hipófise: hipotálamo, pela ação do hormônio liberador de tireotrofina (TRH), estimula a hipófise a liberar 
TSH que estimula a liberação de T4 que aumenta a produção de energia térmica. 
- A criança tem, proporcionalmente ao adulto, maior área de superfície corporal, o que aumenta a probabilidade de 
troca de calor e a tendência à hipotermia. 
- O limite de tolerância a extremos de temperatura depende da umidade. 
 
- Monitoração da temperatura: Deve ser medida em repouso no leito ou meia hora após a atividade física ter sido 
interrompida e 1 hora após uma refeição. 
 
Local de aferição Características 
Oral 
- 0,5°C maior que a axilar 
- Contraindicada em crianças muito novas, pacientes graves, inconscientes, 
psiquiátricos, com alterações em orofaringe, em uso de máscara de oxigênio ou 
entubados ou com traumatismos maxilofacial. 
Retal 
- 0,5 a 0,6°C maior que a oral 
- 0,8 a 1°C maior que a axilar 
- Mede a temperatura visceral 
- Desvantagem: desconforto físico e emocional, presença de fezes compromete a 
exatidão da medida 
- Contraindicada em pacientes com algum comprometimento retal ou perineal 
Tímpano 
- Febre: temperatura timpânica > 37,8°C 
- Vantagens: mais próxima da temperatura hipotalâmica, rápida e exata 
- Desvantagens: custo do aparelho, posicionamento para medir, interferência da 
temperatura ambiente e presença de cerúmen 
- Contraindicada em fraturas maxilofacial ou de base de crânio e em otorragia. 
Testa ou fronte - Vantagens: facilidade e relativa precisão 
- Desvantagens: interferência da temperatura ambiente e oleosidade. 
Axila 
- Temperatura axilar norma: entre 36,5°C pela manhã e 37,2°C à tarde. 
- Vantagens: não invasivo, facilidade 
- Desvantagens: menor acurácia, questionável a exatidão em quadros de hipotermia, 
dificuldade técnica em pacientes desnutridos, deslocamento do termômetro durante 
a medida. 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 32 
 
- FEBRE: o aumento da temperatura diminui o crescimento e a virulência de vários microrganismos e aumenta a 
capacidade fagocítica e bactericida dos neutrófilos e os efeitos citotóxicos dos linfócitos. 
 RN: ainda não possuem bom controle de temperatura, adquirindo-o a partir o segundo mês de vida. 
Geralmente a temperatura é menor que a dos adultos, principalmente os RNPT, e podem não desenvolver 
febre ou hipotermia quando infectados 
 Lactente: temperatura tende a ser maior que a dos adultos até 1 ano de vida. 
Mulheres: temperatura maior pela influência do ciclo menstrual, aumentando no período de ovulação. 
A excessiva produção de calor pode ocorrer em resposta a ação de pirógenos exógenos (microrganismos ou 
toxinas), que provocam a produção de pirógenos endógenos. Também pode ocorrer em casos de hipertireoidismo, 
desidratação hipernatrêmica e hiperpirexia maligna, embora incomum. 
Características da febre: 
 Início: súbita ou gradual 
 Intensidade: 
 Febre ou febrícula: <37,5°C 
 Moderada: >37,5°C < 38,5°C 
 Alta ou elevada: >38,5°C 
 Duração: se >10 dias é considerada prolongada e está muito associada a TBC, sepse, endocardite e linfomas. 
 Modo de evolução: pelo menos 2 anotações diárias ou, em ambiente hospitalar, por curva térmica. 
 Contínua: permanece acima do normal, sem grandes oscilações, com variação de até 1°C. 
 Remitente: hipertermia diária, sem períodos de apirexia, com variação >2°C. 
 Intermitente: é intercalada com períodos de temperatura normal com intervalo de horas ou poucos 
dias. Conforme o intervalo é denominada: 
- Cotidiana: intervalos de 24h 
- Terçã: intervalos de 48h 
- Quartã: intervalos de 72h 
- Irregular 
 Recorrente ou ondulante: períodos de temperatura norma que duram dias seguidos de elevações 
variáveis de temperatura 
 Término: 
 Em crise: desaparece subitamente e geralmente acompanhada de sudorese profusa e prostração. 
 Em lise: gradualmente. 
 
- HIPERTERMIA MALIGNA: Síndrome miopática hipermetabólica caracterizada por aumento da temperatura corporal 
central, contrações musculares vigorosas, acidose respiratória e metabólica e arritmias ventriculares. Ocorre em 
pacientes com defeito hereditário dos canais liberadores de Cálcio presentes no retículo sarcoplasmático. Acontece 
na presença de determinados estímulos, como exposição a anestésicos halogenados ou agentes neuromusculares 
despolarizantes (ex: succinilcolina). Geralmente é rápida e fatal. 
 
- POIQUILOTERMIA: perda da capacidade de manter a temperatura dentro de um determinado intervalo apesar das 
variações térmicas do meio ambiente. O portador não sente qualquer desconforto com as alterações térmica. Pode 
ser secundária ao uso de fármacos (fenotiazinas) ou à lesão do centro integrador hipotalâmico. 
 
- HIPOTERMIA: A redução da temperatura corporal desencadeia mecanismos de produção de calor po termogênese 
muscular e liberação de catecolaminas pelo SNS e glândulas suprarrenais. A capacidade do hipotálamo em regular a 
temperatura diminui com temperaturas <35°C e é perdida quando <30°C. 
 
PULSO ARTERIAL 
- É a sensação tátil da onda de pulso ocasionada pela força de contração e ejeção do VE, que se propaga ao longo das 
artérias. É influenciado pelo volume ejetado e pela elasticidade das artérias. Quanto mais distante a palpação é feita 
em relação ao coração, maior será a distorção perceptível. 
- Para melhor análise das características do pulso, escolher a carótida D pela proximidade com o coração. 
- A pressão sistólica se eleva em 10% e a diastólica e média diminuem ligeiramente à medida que a onda é transmitida. 
- Principais fatores que influenciam na percepção do pulso: pressão intravascular, dimensão da artéria e pressão 
exercida pelos dedos do examinador. 
- A frequência deve ser contada no intervalo de 1 minuto. 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 33 
 
- Ordem de palpação: 
1. Radial: na goteira radial 
2. Braquial: superfície medial do terço médio do braço na prega do cotovelo 
3. Subclávia: acima ou abaixo do terço médio da clavícula 
4. Axilar: na fossa axilar com o braço do paciente abduzido à 90° e apoiado no examinador 
5. Aorta: fúrcula esternal 
6. Carótida: borda interna do m. esternocleidomastoideo. Não devem ser palpadas simultaneamente para evitar 
a síndrome do seio carotídeo, especialmente em idosos. 
7. Temporal: na fossa temporal, acima das arcadas zigomáticas 
8. Aorta abdominal: no epigástrio até 2 dedos abaixo da cicatriz umbilical. 
9. Femoral: no nível da arcada crural, no ponto médio entre a sínfise púbica e a espinha ilíaca anteroposterior. 
10. Poplíteo: na fossa poplítea com flexão dos joelhos a 90° 
11. Tibiais posteriores: por detrás do maléolo medial 
12. Tibiais Anteriores: face anterior do tornozelo, entre os tendões do m. tibial anterior. 
13. Pediosos: lateralmente ao tendão extensor do hálux, no prolongamento dos pulsos tibiais. 
 
- Características a serem avaliadas: 
 Frequência cardíaca: contar em 1 minuto se não houver arritmias ou extrassístoles. Se houver, contar 3 
minutos e anotar quantas estão presentes. 
 
 Ritmo: 
- É normal se tem amplitudes iguais com intervalos também iguais. 
- Fazer a ausculta cardíaca concomitantemente para verificar se todos os batimentos cardíacos são 
acompanhados de uma onda de pulso. Caso não ocorra, caracteriza-se uma arritmia que pode ser contínua ou 
intermitente. 
- Arritmia sinusal respiratória: ocorre aceleração dos batimentos na inspiração e redução na expiração. 
Comum em crianças. 
- Pode ser irregular na presença de FA e extrassístoles. O exercício acentua a irregularidade na FA e as extra-
sístoles desaparecem com o exercício, exceto em casos graves. 
 
 Velocidade: 
- Rápidos: taquicardia. Pode ser por Taquicardia sinusal (cujo ritmo é normal), Arritmia cardíaca de origem 
não sinusal (cujo ritmo é anormal) 
RN ...........................110 a 150 
1ª semana................ 100 a 140 
1 ano........................ 100 a 120 
2 a 4 anos................. 85 a 115 
6 anos ...................... 65 a 100 
Adolescentes............60 a 100 com média de 90 
Adultos .................... 60 a 100 com média de 70 a 80 
- Lento: bradicardia. Encontrado em pessoas normais, atletas e pessoas com ótimo condicionamento físico. 
 
 
 Simetria: devem ter as mesmas características do pulso contralateral. Características diferentes sugerem 
obstrução arterial (Coarctação aórtica) ou outras doenças vasculares periféricas com obstrução. 
 
 
 Características da onda: 
 Forma: análise do contorno da onda, difícil percepção 
 Amplitude: caracterizada como normal, aumentada (alto débito, aumento do volume de VE e 
vasodilatação) ou diminuída (choque, taquicardia, disfunção de VE, estenose mitral e estenose aórtica). 
 
 
 
 
Resumos Camila Alves (turma XXI A) 34 
 
- Pulsos especiais: 
 Pequeno e célebre = insuficiência mitral 
 Parvus tardus = estenose aórtica acentuada 
 Anácroto = estenose aórtica moderada ou grave 
 Bisferiens = estenose leve e insuficiência dominante (variedade do pulso anácroto) 
 Decapitado = choque e coarctação aórtica grave 
 Em martelo d’água ou “de Corrigan” = Insuficiência grave da válvula aórtica e em condições hipercinéticas 
(anemia, beribéri). 
 Na arritmia respiratória: acelera na inspiração e diminuem na inspiração = normal e encontrado em jovens 
 Paradoxal: desaparece ou diminui na inspiração 
 Alternante: rítmico, de batimentos desiguais 
 Bigeminado: batimentos duplos; uma contração normal seguida de uma prematura = Extrassístole ventricular 
bigeminada 
 Dicrótico: onda de pulso alta seguida de onda dicrótica = falência da bomba na miocardiopatia dilatada, PO 
de cirurgia cardíaca, principalmente substituições valvares, e no tamponamento cardíaco. 
 Filiforme: rápido, fraco e de amplitude pequena = hipotensão arterial, desidratação e choque 
 Irregular: arritmia completa tanto na frequência quanto na amplitude = Fibrilação atrial (FA) 
 
 
 
 
PULSO VENOSO 
- Utilizado para estimar a pressão venosa central e identificar patologias que modifiquem a forma da onda do pulso 
venoso. Reflete a circulação do lado direito do coração. 
- Visível, mas na maioria das vezes não é palpável. 
- A cada ciclo cardíaco apresenta mais de uma oscilação visível à inspeção. Devido à queda da pressão intratorácica, 
na inspiração há diminuição da amplitude e tendência a ficar na base do pescoço ou até deixar de ser visível por ter se 
deslocado para o interior da cavidade torácica. 
- A VJI é onde a curva de onda venosa pode