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SISTEMAS ESPECIALISTAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Caracterizar as aplicações candidatas a sistemas especialistas. > Apresentar os domínios de aplicações de sistemas especialistas. > Reconhecer vantagens e limitações de sistemas especialistas. Introdução Dentre os múltiplos avanços proporcionados pela evolução da tecnologia, certa- mente a inteligência artificial (IA) está entre os mais relevantes nos últimos anos na sociedade, gerando grandes impactos na vida humana. A IA influenciou muitas áreas e continua contribuindo com seu crescimento, como o desenvolvimento de software, o aprendizado de máquina (machine learning), a robótica, dentre muitos outros ramos de atividades. Os sistemas especialistas (do inglês expert systems), foco do nosso estudo, representam uma vertente da IA. Neste capítulo, você vai entender o que são sistemas especialistas, identifi- cando quais podem ser suas aplicações. Além disso, terá uma visão abrangente das principais vantagens e desvantagens inerentes a esses sistemas. Características e aplicações de sistemas especialistas Wheslley Rimar Bezerra Sistemas especialistas A base do conhecimento humano é muito ampla e impossível de ser dominada por uma única pessoa ou por apenas um grupo específico. Se faz necessário, portanto, a especialização de profissionais nas mais diferentes áreas, visando evoluí-las, extraindo o que cada uma tem de melhor para benefício da sociedade. No entanto, em questão de produtividade, uma pessoa, por mais ágil que seja, está condicionada e sujeita às limitações comuns aos humanos. Essas limitações dificultam a execução de um grande número de tarefas ao mesmo tempo, e ainda que alguém consiga cumpri-las quase simultaneamente, fica inviável manter a qualidade e assertividade em todas elas. Desta forma, sistemas especialistas surgiram com o propósito de suavizar a carga de trabalho imposta às pessoas, adicionando agilidade, qualidade e alto nível de assertividade nessas tarefas. Na prática, um sistema especialista é um software dedicado a resolver problemas que seriam tratados apenas por pessoas conhecedoras de determinado ramo de atividade. Badin, Bordignon e Agosti (2017) reforçam que os sistemas especialistas, como o próprio nome diz, representam sistemas dedicados a um conhecimento específico, atuando como se fossem um humano especialista em determinado assunto. Tais ferramentas podem ser desenvolvidas para atuar em diversas áreas, como medicina, educação, tecnologia, transporte, turismo, cultura, dentre muitas outras. Sendo assim, há uma infinidade de usos para elas. Como os sistemas especialistas funcionam? Antes de nos aprofundarmos nas aplicações de sistemas especialistas, ve- jamos quais são as principais percepções da literatura em relação a essas ferramentas. O’Brien e Marakas (2013), por exemplo, afirmam que os sistemas que possuem como base fundamental o conhecimento representam uma das implementações mais práticas da IA nas empresas. Guerra et al. (2020), por sua vez, destacam que um sistema especialista é modularizado, ou seja, dividido em componentes como base de conhecimento, máquina/motor de inferência e interface de usuário. Vamos entender cada um desses componentes a seguir: � Base de conhecimento — é o conjunto de fatos e informações adquiridos sobre determinada área, somado ao mecanismo que estrutura o raciocí- nio de um especialista (expert). Essas informações são guardadas para serem utilizadas em momento oportuno pela máquina de inferência. Características e aplicações de sistemas especialistas2 Uma base de conhecimento pode ser representada de diversas formas em sistemas especialistas, como frames e raciocínio baseado em casos. � Máquina/motor de inferência — é o componente responsável pela in- formação já processada que será enviada ao usuário, ou seja, a decisão. � Interface de usuário — é o componente que interage diretamente com o usuário, conferindo-lhe o poder de enviar suas requisições ao motor de inferência. Além disso, é por meio da interface que o usuário poderá visualizar as respostas às suas solicitações. Na Figura 1, é possível observar um exemplo de modelo de sistema espe- cialista utilizado para análises de acessibilidade em textos. Figura 1. Arquitetura de um sistema especialista para avaliação de acessibilidade em textos. Fonte: Guerra et al. (2020, documento on-line). No exemplo, é possível observar como funciona a interação entre os usu- ários, o sistema especialista e seus componentes e, por fim, o especialista. Podemos traduzir esse funcionamento em um passo a passo simplificado (GUERRA et al., 2020): 1. O usuário envia um arquivo em formato docx ou ePUB pela interface do sis- tema especialista, para que a acessibilidade do documento seja analisada. 2. O arquivo é submetido a uma interface de programação de aplicativos (API), que faz a extração de parâmetros e devolve para o sistema tais parâmetros já extraídos. Características e aplicações de sistemas especialistas 3 3. Esses parâmetros são salvos no formato JSON e são lidos pelo sistema. 4. Uma vez na máquina de inferência, as análises são feitas de acordo com os dados existentes na base de conhecimento. 5. Em seguida, após análise, o aplicativo retorna para o usuário em quan- tas regras o arquivo inicial enviado pelo usuário foi analisado e em quantas ele passou. São exibidas ainda as informações relacionadas à quantidade de regras em que o arquivo foi reprovado. Há ainda uma interface para o especialista efetuar as manutenções ne- cessárias na base de conhecimento, de modo a garantir maior acurácia nas análises feitas pelo sistema. As siglas ePub e docx representam formatos de arquivos digitais. O ePub é um formato muito utilizado em livros e revistas digitais. Já o docx é um formato para textos, geralmente processados no Microsoft Word. Na Figura 2 é possível observar outro modelo, dessa vez mais gené- rico, de como ocorre a comunicação dos componentes de um sistema especialista. Figura 2. Componentes de um sistema especialista. Fonte: O'Brien e Marakas (2013, p. 383). Características e aplicações de sistemas especialistas4 Nesse exemplo, a estrutura simplificada é a seguinte: 1. O usuário faz sua solicitação por meio de um computador com um programa de interface de usuário. 2. A solicitação é encaminhada à máquina/motor/mecanismo de inferên- cia, que faz suas consultas à base de conhecimento, processa as infor- mações e retorna para o usuário uma resposta da análise dos dados. Além disso, há outra interface, dessa vez para manutenções na base de conhecimento, que funciona assim: 1. O especialista se conecta ao computador que possui um Programa de Aquisição de Conhecimento e envia suas solicitações de alteração ou atualização da base de conhecimento. Aqui, ele pode submeter todas as alterações que achar importante para o sistema especialista. 2. O Programa de Aquisição de Conhecimento faz as alterações na base de conhecimento e retorna para o especialista uma mensagem de confirmação de alteração e/ou de atualização realizada. Os dois modelos estruturais de sistemas especialistas aqui exem- plificados são apenas exemplos e podem variar de acordo com a característica do ramo de atividade e do planejamento do software. Segundo O’Brien e Marakas (2013), um sistema especialista assume o papel de consultor do usuário final, questionando o usuário sobre quais são suas necessidades. Em seguida, faz uma consulta na base de conhecimento a partir das informações passadas pelo usuário. Ao final, retorna com um raciocínio montado, explica-o ao usuário e o orienta na tomada de decisões. Características das aplicações candidatas a sistemas especialistas Mas quais são os critérios determinantes para que uma aplicação seja clas- sificada como um sistema especialista? Para O’Brien e Marakas (2013), tais critérios podem ser definidos como domínio, especialidade, complexidade, estrutura e disponibilidade. Vejamos suas principais características:Características e aplicações de sistemas especialistas 5 � Domínio — o campo exclusivo a que pertence o problema a ser solu- cionado pelo sistema especialista, limitado e bem específico da área em que a aplicação deve ser atuante. � Especialidade — o problema que a aplicação irá resolver, e que seria naturalmente solucionado por um especialista, por meio de técnicas e insights que são comuns às pessoas que se dedicaram a estudar a área de conhecimento em questão. � Complexidade — o problema a ser solucionado pela aplicação requer uma análise profunda e minuciosa, uma vez que aplicações tradicionais não conseguiriam resolvê-la de maneira convencional. � Estrutura — os sistemas especialistas lidam com dados de todos os tipos. Em alguns momentos, esses dados podem estar desestruturados, incompletos, duplicados ou até mesmo conflitantes. Mesmo assim, a aplicação especialista conseguirá fazer análises por meio de inferência, obtendo os respectivos resultados. � Disponibilidade —os sistemas especialistas são desenvolvidos com o apoio de um profissional da área, bem como das pessoas que farão uso dos sistemas no dia a dia. Desenvolvimento de sistemas especialistas e suas aplicações Os sistemas especialistas são desenvolvidos em etapas (ou fases) bem de- finidas, que geralmente apresentam a seguinte estrutura (KERSCHBAUMER, [2018?]): 1. Seleção do problema — nesta primeira etapa, o problema que o sistema tentará resolver deverá ser definido. Algumas direções podem ser tomadas para auxiliar nesta tomada de decisão: ■ o problema selecionado deve envolver algo que esteja afetando muitas pessoas, pois somente assim se justificaria a sua escolha; ■ a seleção do profissional especialista deve ser feita com muita atenção, afinal, as soluções que o sistema construirá serão baseadas na expertise do especialista; ■ define-se junto com o especialista qual será a acurácia esperada e aceitável pelo sistema especialista. 2. Aquisição de conhecimento — segundo Hidalgo (2015), a aquisição de conhecimento se dá por sua compreensão, organização, extração e Características e aplicações de sistemas especialistas6 estruturação, sendo então armazenado em uma base de conhecimento. Aqui ocorrem os seguintes passos: ■ reunião com o especialista, a fim de entender melhor a área de conhecimento e explanar o problema com maior profundidade; ■ seleção junto com o especialista de quais são as informações mais relevantes e que farão parte da base de conhecimento do sistema especialista. 3. Representação do conhecimento — o conhecimento que está arma- zenado na base de conhecimento deve ser organizado em forma de regras ou scripts. 4. Codificação — etapa de desenvolvimento do sistema propriamente dito, em que os desenvolvedores iniciam a programação dos módulos, vinculando-os à base de conhecimentos. 5. Teste e avaliação — etapa em que o sistema deve ser testado com um determinado número de usuários para verificar se está atendendo às necessidades e se a base de conhecimento está consistente. Alguns pontos de atenção: ■ é importante que o especialista participe do processo de testes, a fim de atestar se as informações passadas pelo sistema estão coerentes com o problema a ser solucionado; ■ é o momento de colher feedback dos usuários do sistema, pois podem ser identificados problemas que passaram despercebidos na fase de codificação. 6. Implementação e manutenção — depois de tudo pronto, é chegado o momento de implementar o sistema oficialmente. Aqui, alguns cuidados devem ser tomados: ■ um treinamento deve ser marcado para que os usuários entendam o sistema não apenas de forma teórica, mas principalmente na prática; ■ a equipe de desenvolvimento também deve ser treinada para que possa efetuar as devidas manutenções, quando necessário; ■ é importante construir uma documentação para o sistema especialista. Aplicação dos sistemas especialistas São praticamente infinitas as possibilidades de aplicação de sistemas es- pecialistas. Observe, a seguir, cinco categorias em que eles podem ser utilizados: Características e aplicações de sistemas especialistas 7 � Gerenciamento de decisões — nesta categoria encontram-se os sis- temas que auxiliam no processo de tomada de decisão, baseando- -se em fatos e informações que lhes são submetidas. São utilizados principalmente em áreas de gestão administrativa de empresas, pois podem ajudar em decisões importantes para o andamento da institui- ção. Essas decisões podem afetar diretamente os recursos humanos e financeiros da empresa. � Diagnóstico/solução de problemas — nesta categoria encontram-se os sistemas que, por exemplo, com base em dados clínicos, podem auxiliar na identificação de diagnósticos para doenças, de acordo com os sintomas informados pelo paciente. Tais sintomas informados são comparados com o histórico de outros pacientes, que se encontram na base de conhecimento do sistema especialista. Embora esses sistemas ofereçam insumos suficientes para o diag- nóstico e a identificação de quais medicamentos são mais indicados ao paciente, é importante que a decisão final ainda seja tomada pelo médico, que analisará o relatório dado pelo sistema e comunicará ao paciente quais devem ser os próximos passos no tratamento. Hidalgo (2015), afirma que a área médica foi uma das primeiras a receber os sistemas especialistas. � Projeto/configuração — nesta categoria encontram-se os sistemas utilizados em instalações e configurações de equipamentos. Eles têm a capacidade de definir quais são as melhores alternativas de software para determinado hardware, priorizando a melhor performance, ou ainda se determinado software é compatível ou não com um hardware. � Seleção/classificação — nesta categoria encontram-se os sistemas que, com base no conhecimento, ajudam o usuário a escolher um processo ou produto em detrimento de alternativas. Tais sistemas conseguem identificar se determinado processo apresenta riscos ao usuário, exibindo o grau de probabilidade do usuário sofrer alguma consequência por uma escolha errada. � Monitoramento/controle de processo — nesta categoria encontram-se os sistemas que gerenciam processos e equipamentos que atendem em larga escala. Eles conseguem medir o estado de funcionamento do equipamento, considerando ainda quando a máquina deve parar para manutenção. Características e aplicações de sistemas especialistas8 No Quadro 1, são destacados alguns exemplos de usos de sistemas espe- cialistas, de acordo com cada categoria citada anteriormente. Quadro 1. Categorias de aplicação de sistemas especialistas Categoria Onde utilizar Gerenciamento de decisões � Análise de carteira de empréstimo � Avaliação de desempenho de funcionário � Apólice de seguros � Projeções demográficas Diagnóstico/solução de problemas � Calibragem de equipamentos � Centrais de atendimento � Verificação de erros em software � Diagnósticos médicos Projeto/configuração � Instalação de equipamentos � Redes de comunicação � Plano ideal de montagem Seleção/classificação � Seleção de materiais � Verificação de fraudes � Classificação de informações Monitoramento/controle de processo � Controle de equipamentos � Controle de estoque � Monitoramento da produção � Testes químicos Fonte: Adaptado de O'Brien e Marakas (2013). Vantagens, limitações e diferenças entre sistemas especialistas Como toda e qualquer tecnologia em ascensão, os sistemas especialistas pos- suem vantagens e desvantagens/limitações, que podem afetar o dia a dia de quem utiliza essas ferramentas. Dessa forma, vamos destacar a seguir as prin- cipais vantagens, desvantagens e diferenças entre esses sistemas de software. Vantagens Uma das grandes vantagens de um sistema especialista é a disponibilidade. Diferentemente de um profissional da área, os sistemas especialistas estão Características e aplicações de sistemas especialistas 9 à disposição em todos os momentos, não passando porproblemas comuns aos seres humanos, como doenças, cansaço, incompatibilidade de perfil, motivação por questões éticas ou até mesmo a morte. Isso garante que esse tipo de ferramenta dedique-se em praticamente 100% do tempo na execu- ção de suas tarefas, salvo em situações de manutenção programada, que o colocam em um estado de indisponibilidade temporária. Outras vantagens importantes são: � A tecnologia utilizada na construção de um sistema especialista pode ser aproveitada em diversas outras áreas do conhecimento, permitindo o surgimento de outros sistemas de mesmo porte. � Em geral, sistemas especialistas são de fácil manutenção, pois as regras de negócio são organizadas em um modelo compreensível ao profis- sional especialista naquele conhecimento ao qual o sistema se propõe a atender, facilitando possíveis alterações na estrutura do software. � O nível de assertividade de um sistema especialista é alto, visto que sua base de conhecimento é oriunda de um grupo de pessoas especia- lizadas naquela área de conhecimento. Sua performance, portanto, é muito elevada, superando o desempenho de um especialista humano. � Os sistemas especialistas, em geral, são rápidos e suas respostas apresentam grande confiabilidade, por serem bastante completas e estáveis, pois se baseiam no conhecimento de especialistas e no histórico de outros atendimentos. � São sistemas flexíveis, adaptando-se facilmente ao ambiente onde estão inseridos. � São sistemas estáveis, manuteníveis e possibilitam integração com outras ferramentas. � Não dependem de muitos profissionais no processo de interação. Desvantagens � Quando um sistema especialista é mantido por muitos especialistas humanos que possuem vivências e experiências diferentes sobre de- terminado assunto, pode ser que utilizem abordagens completamente diversas entre si, prejudicando a qualidade de respostas que o sistema repassa aos usuários. � Por ser um sistema especialista, seu conhecimento encontra-se limitado à sua área de atuação, não tendo em sua base conhecimentos de outras Características e aplicações de sistemas especialistas10 áreas. Isso acarreta certa fragilidade, sendo que conhecimentos gerais e até mesmo considerados mais simples não são abordados pelo sistema. � Muitos usuários, descrentes do poder da tecnologia, não confiam na forma como os sistemas especialistas tratam os problemas que lhes são apresentados. Assim, tais usuários podem preferir ser atendidos pelo próprio especialista da área. � Em raras ocasiões, é possível que o sistema especialista não dê uma resposta precisa, gerando algumas interpretações ambíguas e, por consequência, dependência de um especialista humano para que o problema seja de fato resolvido. Em geral, isso ocorre quando uma base de conhecimento não foi adequadamente completada pelos especialistas. Embora existam desvantagens nos sistemas especialistas, certamente suas vantagens superam as expectativas, e na maioria dos casos só se tem a ganhar ao fazer uso desse tipo de software. Certamente, nos próximos anos os sistemas especialistas se tornarão cada vez mais presentes em nossas vidas. Quanto mais a IA evolui, mais “humanizadas” estão as percepções desses sistemas. Diferenças Algumas diferenças, contudo, são encontradas entre os sistemas especialistas e os sistemas convencionais. Sistema convencional Software projetado com base em algoritmos, que possuem uma sequência finita e predefinida de processos. Por conseguinte, seu comportamento é totalmente previsto em código, ou seja, o resultado de suas operações está sempre dentro do esperado. Além disso, um sistema convencional trabalha da mesma forma sempre que é executado, processando os dados que lhes são imputados de maneira repetitiva. De forma geral, um sistema convencional recebe um conjunto massivo de dados, os processa em larga escala e retorna respostas para o usuário por meio de uma interface. Contudo, esse processamento não requer o uso de IA, uma vez que o resultado do processamento estará sempre dentro do esperado pelo programador. Isso ocorre porque a lógica e regra de negócio do sistema é totalmente definida no código da aplicação. Características e aplicações de sistemas especialistas 11 Sistema especialista Software reconhecido por trabalhar com grandes bases de informações, ou seja, os insumos não são considerados simplesmente como dados, mas como conhecimento. Geralmente, essas bases são oriundas dos próprios especialistas da área na qual o sistema atua. Ao contrário do que ocorre com os sistemas conven- cionais, nos sistemas especialistas as respostas aos usuários são dadas após uma busca heurística ser realizada pelo software. Dessa forma, os resultados podem não seguir um padrão. Isso significa que a IA por trás de um sistema especialista tentará encontrar novas soluções aos problemas. Nos sistemas especialistas, o conhecimento é abordado nas estruturas de dados e não nas instruções em si, fazendo com que o sistema se torne independente do conhecimento do domínio do problema. É importante deixar claro que um sistema especialista não é criado pelo especialista no assunto, e sim por um engenheiro do conhecimento, profissional res- ponsável por traduzir o conhecimento do especialista em regras a serem adicionadas ao sistema por um desenvolvedor em alguma linguagem de programação. Na prática, o engenheiro do conhecimento é um profissional da área de IA. Apesar de não ter o domínio sobre o conhecimento específico em que o sistema está sendo projetado para atuar, ele sabe como o conhecimento é estruturado e como deve ser implementado no sistema. Assim, suas percep- ções são muito importantes, pois quanto maior a profusão de informações, regras e fatos definidos para o sistema, mais precisas serão suas respostas aos usuários. Referências BADIN, E.; BORDIGNON, M.; AGOSTI, C. Inteligência artificial aplicada ao ensino de expressões algébricas: sistema tutor inteligente PAT2Math. Unoesc & Ciência-ACET, v. 8, n. 1, p. 61–68, 2017. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/acet/ article/view/12666. Acesso em: 7 nov. 2020. GUERRA, P. et al. Aplicativo mobile para avaliar a acessibilidade de objetos de apren- dizagem utilizando um sistema especialista. Revista Educação Especial, v. 33, p. 1–26, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/42711/ html. Acesso em: 7 nov. 2020. HIDALGO, E. M. P. Método de aquisição de conhecimento para sistemas especialistas destinados à diagnose de falhas: aplicação de técnicas de análise de confiabilidade e de risco. 2015. Tese (Doutorado em Engenharia) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3151/tde-16112015- 112404/publico/Tese_ERICK.pdf. Acesso em: 7 nov. 2020. Características e aplicações de sistemas especialistas12 KERSCHBAUMER, R. Sistemas especialistas. Santa Catarina: IFC, [2018?]. Disponível em: http://professor.luzerna.ifc.edu.br/ricardo-kerschbaumer/wp-content/uploads/ sites/43/2018/02/3-Sistemas-Especialistas.pdf. Acesso em: 7 nov. 2020. O'BRIEN, J. A.; MARAKAS, G. M. Administração de sistemas de informação. 15. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Características e aplicações de sistemas especialistas 13
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