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· Objetivos de Estudo Estudante, confira os objetivos propostos para esta Unidade: Objetivos: · Abordar o surgimento do fenômeno da globalização e sua relação com o direito, especialmente os impactos surgidos desse inter-relacionamento. · Possibilitar um aprofundamento nos conhecimentos sobre os temas estudados e descritos no conteúdo citado. · Introdução ao Tema Nesta unidade, veremos que a crise do petróleo (1973) gerou um refluxo em várias conquistas sociais e trabalhistas, postas em xeque por seus altos custos para toda a sociedade, dando ensejo ao surgimento da globalização, um fenômeno de matriz econômica. A globalização se funda num ambiente informacional e na tecnologia (internet), na unificação de procedimentos e ideias, na desregulação normativa estatal, na livre circulação do capital, no embate entre trabalho x emprego, na valorização da propriedade. Também se diz, sobre a globalização, ser ela inevitável, um fenômeno que cria um mundo sem fronteiras, baseada na flexibilização laboral, demandante de uma reinvenção contínua e defensora de uma descentralização do poder. O direito, que já vivia a sua própria crise independente da globalização, vê esses aspectos críticos se aprofundarem. O modelo jurídico tradicional já não responde de modo adequado às demandas de uma sociedade global. Junto com o direito, o Estado Moderno (território, população e soberania) vive sua própria crise. Por fim, também a democracia moderna passa a ser fortemente questionada, especialmente porque está conectada a uma concepção de mundo e de sociedade, tal como no caso do Estado Moderno, já inexistente. E os problemas surgem: consenso médio e regra da maioria, democracia e desenvolvimento, representatividade (quem a democracia representa?). Dessa situação de crise múltipla, resulta que o direito vive sua própria crise: Legitimidade em xeque: o modelo jurídico vigente precisa que a lei – instrumento máximo de normatização social – seja visto e aceito como legítimo (obediência/adesão), mas a identificação da sociedade com o texto legal torna-se cada vez mais tormentosa; Perda de eficácia na solução dos conflitos: se a legitimidade da lei segue questionada, evidentemente que o conflito daí advindo – fundado ele próprio na lei – tenderá à ineficácia. O Estado, via judiciário, assim, enfrenta, também ele, o mesmo problema da norma positivada: baixo acatamento, baixa resolução dos conflitos, alta ineficácia. Rigidez do sistema x globalização: como o modelo jurídico vigente é fechado, sua modificação é lenta e não acompanha a multiplicidade de temas novos para regular e nem consegue resolver os conflitos daí surgidos: meio ambiente, crimes via internet, crime organizado, narcotráfico, tráfico de órgãos e pessoas, biodireito (clonagem, modificação genética de animais e plantas etc.). Por que o modelo tradicional de direito (direito liberal) ainda sobrevive? Porque: a) longevidade do modelo jurídico tradicional: o direito vigente já, há tempos, dá sinais de perda de eficácia, excessiva abstração, pouca flexibilidade – contudo, ainda que limitadamente, confere uma segurança pelo menos relativa às relações sociais; b) ausência de viabilidade de modelos jurídicos alternativos: as propostas alternativas ao direito tradicional mostram-se inviáveis na prática. Não há organismo internacional ou, ainda menos, qualquer Estado que tenha aplicado concretamente qualquer modelo alternativo, o que reforça a ideia de estarmos, atualmente, numa fase em que os debates sobre os rumos do direito se mostram inconclusivos. · 📚 | Orientação para Leitura Obrigatória As indicações de leituras obrigatórias são de suma importância ao longo do seus estudos e auxiliam no reconhecimento de pontos de vista de diversos autores que contribuirão para sua formação profissional e pessoal. O direito no mundo globalizado: reflexos na atividade empresarial FERREIRA NETTO, A. G. O direito no mundo globalizado: reflexos na atividade empresarial. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp040862.pdf>. O assoprador de apto, quem faz a denúncia. Página 1 de 1 image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.png image1.png image2.png Página 1 de 1 · Objetivos de Estudo Estudante, confira os objetivos propostos para esta Unidade: Objetivos: · Abordar o surgimento do fenômeno da globalização e sua relação com o direito, especialmente os impactos surgidos desse inter - relacionamento. · Possibilitar um aprofundamento nos conhecimentos sobre os temas estudados e descritos no conteúdo citado. · Introdução ao Tema Nesta unidade, veremos que a crise do petróleo (1973) gerou um refluxo em várias conquistas sociais e trabalhistas, postas em xeque por seus alto s custos para toda a sociedade, dando ensejo ao surgimento da globalização, um fenômeno de matriz econômica. A globalização se funda num ambiente informacional e na tecnologia (internet), na unificação de procedimentos e ideias, na desregulação normativa e statal, na livre circulação do capital, no embate entre trabalho x emprego, na valorização da propriedade. Também se diz, sobre a globalização, ser ela inevitável, um fenômeno que cria um mundo sem fronteiras, baseada na flexibilização laboral, demandante de uma reinvenção contínua e defensora de uma descentralização do poder. O direito, que já vivia a sua própria crise independente da globalização, vê esses aspectos críticos se aprofundarem. O modelo jurídico tradicional já não responde de modo adequado às demandas de uma sociedade global. Junto com o direito, o Estado Moderno (território, população e soberania) vive sua própria crise. Por fim, também a democracia moderna passa a ser fortemente questionada, especialmente porque está conectada a uma concepçã o de mundo e de sociedade, tal como no caso do Estado Moderno, já inexistente. E os problemas surgem: consenso médio e regra da maioria, democracia e desenvolvimento, representatividade (quem a democracia representa?). Dessa situação de crise múltipla, res ulta que o direito vive sua própria crise: Legitimidade em xeque: o modelo jurídico vigente precisa que a lei – instrumento máximo de normatização social – seja visto e aceito como legítimo (obediência/adesão), mas a identificação da sociedade com o texto legal torna - se cada vez mais tormentosa; Perda de eficácia na solução dos conflitos: se a legitimidade da lei segue questionada, evidentemente que o conflito daí advindo – fundado ele próprio na lei – tenderá à ineficácia. O Estado, via judiciário, assim, enfrenta, também ele, o mesmo problema da norma positivada: baixo acatamento, baixa resolução dos conflitos, alta ineficácia. Rigidez do sistema x globalização: como o modelo jurídico vigente é fechado, sua modificação é lenta e não acompanha a multiplicid ade de temas novos para regular e nem consegue resolver os conflitos daí surgidos: meio ambiente, crimes via internet, crime organizado, narcotráfico, tráfico de órgãos e pessoas, biodireito (clonagem, modificação genética de animais e plantas etc.). Por q ue o modelo tradicional de direito (direito liberal) ainda sobrevive? Porque: a) longevidade do modelo jurídico tradicional: o direito vigente já, há tempos, dá sinais de perda de eficácia, excessiva Página 1 de 1 Objetivos de Estudo Estudante, confira os objetivos propostos para esta Unidade: Objetivos: Abordar o surgimento do fenômeno da globalizaçãoe sua relação com o direito, especialmente os impactos surgidos desse inter-relacionamento. Possibilitar um aprofundamento nos conhecimentos sobre os temas estudados e descritos no conteúdo citado. Introdução ao Tema Nesta unidade, veremos que a crise do petróleo (1973) gerou um refluxo em várias conquistas sociais e trabalhistas, postas em xeque por seus altos custos para toda a sociedade, dando ensejo ao surgimento da globalização, um fenômeno de matriz econômica. A globalização se funda num ambiente informacional e na tecnologia (internet), na unificação de procedimentos e ideias, na desregulação normativa estatal, na livre circulação do capital, no embate entre trabalho x emprego, na valorização da propriedade. Também se diz, sobre a globalização, ser ela inevitável, um fenômeno que cria um mundo sem fronteiras, baseada na flexibilização laboral, demandante de uma reinvenção contínua e defensora de uma descentralização do poder. O direito, que já vivia a sua própria crise independente da globalização, vê esses aspectos críticos se aprofundarem. O modelo jurídico tradicional já não responde de modo adequado às demandas de uma sociedade global. Junto com o direito, o Estado Moderno (território, população e soberania) vive sua própria crise. Por fim, também a democracia moderna passa a ser fortemente questionada, especialmente porque está conectada a uma concepção de mundo e de sociedade, tal como no caso do Estado Moderno, já inexistente. E os problemas surgem: consenso médio e regra da maioria, democracia e desenvolvimento, representatividade (quem a democracia representa?). Dessa situação de crise múltipla, resulta que o direito vive sua própria crise: Legitimidade em xeque: o modelo jurídico vigente precisa que a lei – instrumento máximo de normatização social – seja visto e aceito como legítimo (obediência/adesão), mas a identificação da sociedade com o texto legal torna-se cada vez mais tormentosa; Perda de eficácia na solução dos conflitos: se a legitimidade da lei segue questionada, evidentemente que o conflito daí advindo – fundado ele próprio na lei – tenderá à ineficácia. O Estado, via judiciário, assim, enfrenta, também ele, o mesmo problema da norma positivada: baixo acatamento, baixa resolução dos conflitos, alta ineficácia. Rigidez do sistema x globalização: como o modelo jurídico vigente é fechado, sua modificação é lenta e não acompanha a multiplicidade de temas novos para regular e nem consegue resolver os conflitos daí surgidos: meio ambiente, crimes via internet, crime organizado, narcotráfico, tráfico de órgãos e pessoas, biodireito (clonagem, modificação genética de animais e plantas etc.). Por que o modelo tradicional de direito (direito liberal) ainda sobrevive? Porque: a) longevidade do modelo jurídico tradicional: o direito vigente já, há tempos, dá sinais de perda de eficácia, excessiva
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