Buscar

02 - Fontes_Combinar


Continue navegando


Prévia do material em texto

Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
0 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – PRIMEIRO ESTÁGIO 
 
 
 
 
 
 
1 – Disposições Gerais 
 
1.1 – Notas Introdutórias 
 
O processo de execução ou cumprimento de sentença pressupõe dois pontos a fim 
de que tenha sua pretensão satisfeita, implementando-se o resultado prático 
consubstanciado no título executivo: 
 
 
 
 
a) Credor possuir um título, que é uma conditio sine qua non. (depende 
da natureza do título executivo) 
 
➢ Títulos Executivos Judiciais, estão presentes no Art. 515 do CPC. 
 
Ocorre em regra, no mesmo processo em que se formou o título exequendo, 
não se fazendo necessária, portanto, a instauração de processo autônomo, destinado 
especificamente a promover a execução. Por isso, fala-se em execução imediata. É 
chamado de Cumprimento de Sentença (Art. 513 e seguintes) 
 
 
 
 
 
 
➢ Títulos Executivos Extrajudiciais, estão previstos no Art. 784 do CPC. 
 
Conforme o caput do art. 771 do CPC, o processo autônomo será necessário 
quando a atividade executiva se basear em título executivo extrajudicial, pois ocorreu 
fora do judiciário. Chamado de Processo de Execução (Art. 771 e seguintes) 
 
 
 
 
 
 
 NULLA EXECUTIO SINE TITULO: Só há execução se houver título executivo 
NULLA TITULOS SINE LEVE (tipicidade): Criação de título executivo é necessário um 
processo executivo, pois somente a lei pode criar. 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
1 
 
b) Título ter certeza, liquidez e exigibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2 – Conceito 
 
Executar é satisfazer uma prestação devida; é cumprir uma obrigação prevista em um 
título executivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 – Formas de Execução 
 
Espontânea → Quando o devedor cumpre voluntariamente a prestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Forçada → Quando o Estado-juiz, diante da lesão, atua para que a parte lesada não 
sofra as consequências do inadimplemento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
2 
 
1.4 – Fases da Execução 
 
• “Chamamento” do Executado 
o Intimação (Regra Geral) → Cumprimento de Sentença 
▪ Título Executivo Judicial 
 
 
 
o Citação → Processo de Execução 
▪ Título Executivo Extrajudicial 
 
 
 
• Defesa do Executado 
o Cumprimento de Sentença → Impugnação ao Cumprimento de Sentença 
▪ Título Executivo Judicial 
 
 
 
o Processo de Execução → Embargos à Execução 
▪ Título Executivo Extrajudicial 
 
 
 
• Título Executivo Judicial 
 
• Título Executivo Extrajudicial 
 
 
 
Petição 
Inicial
Executiva
•Pagar em 15 dias 
úteis
•Pena de multa 10% 
valor + honorários 
(+10%) + penhora
Despacho 
de 
Intimação 
Impugnação 
ao 
Cumprimento 
(15 dias)
Defesa
Petição 
Inicial
Executiva
• Pagar em 3 
dias úteis
• Sob pena de 
penhora
Despacho 
de Citação 
Embargos 
à 
Execução
Defesa
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
3 
 
1.5 – Espécies de Execução 
 
 
1.5.1 – Execução Imediata 
Aperfeiçoa-se com a instauração de um novo processo, sendo a execução de título 
extrajudicial (CPC, art. 784). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.2 – Execução Mediata 
Materializa-se sem um novo processo, como uma sequência de uma fase do 
processo de conhecimento, sendo todas de título judicial, exceto: Sentença Arbitral, 
Pena Condenatória ou Estrangeira (CPC, art. 515). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.3 – Execução Específica 
Busca a satisfação da pretensão do autor tal como prevista no título judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
4 
 
1.5.4 – Execução por Sub-Rogação (Execução Direta) 
O Estado vence a vontade do executado, substituindo sua vontade, com a 
consequente satisfação do direito do exequente. EX: Penhora/Expropriação; 
Depósito/Entrega da coisa etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.5 – Execução por Coerção (Execução Indireta) 
O Estado não substitui a vontade do executado, mas atua para convencê-lo do 
direito do exequente, atuando a pressionar, de forma psicológica, para que este 
cumpra a execução. Se a pressão funcionar, a satisfação será voluntária. 
 
 
 
 
 
 
1) Executado é alertado da ameaça da piora da situação, por aplicação de 
astreints ou prisão (alimentar). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) É a oferta da melhora da situação (EX: Art. 827, §1 do CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
5 
 
1.7 – Dispensa da Caução 
 
1) Credito de natureza alimentar, independente da origem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Credor demonstrar a necessidade por razões humanitárias ou por saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) Pendência de Agravo em REsp ou RE, no juízo prévio de admissibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Sentença a ser cumprida estiver em plena sintonia com Enunciados de 
Súmula do STJ ou STF ou Acórdão de Recursos Repetitivos ou de 
Repercussão Geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
6 
 
1.8 – Princípios Norteadores 
 
1.7.1 – Princípio da Autonomia 
Existe com uma fase a mais do processo, em razão do desencadeamento da nova 
fase. 
 
 
 
 
 
 
 
1.7.2 – Princípio da Patrimonialidade 
A execução é fundada nos bens e não da pessoa do devedor (CPC, art. 789), sendo 
que meios de coercitibilidade como multa, busca e apreensão e a tomada de bens 
não são variáveis violadoras deste princípio, porquanto afetam o patrimônio e não 
a pessoa. 
 
Art. 789 – O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o 
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.7.3 – Princípio do Exato Adimplemento 
A execução deve ser específica, atribuindo ao credor exatamente aquilo que faz jus 
(CPC, arts. 497 e 498). O credor deve, dentro do possível, obter o mesmo resultado 
que seria alcançado, caso o devedor tivesse cumprido voluntariamente a obrigação. 
 
Art. 497 – Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, 
se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências 
que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
Parágrafo Único – Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, 
a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a 
demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
7 
 
Art. 498 – Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a 
tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. 
Parágrafo Único – Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela 
quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, 
se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo 
juiz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.7.4 – Princípio da Disponibilidade do Processo pelo Credor 
A execução é feita em benefício do credor para satisfazer seu crédito, podendo 
desistir a qualquer tempo sem consentimento do devedor (CPC, art. 775), exceto se 
houver impugnação aos embargos, que versarem sobre matéria de fato e não apenas 
a questões processuais. 
 
Art. 775 – O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas 
alguma medida executiva. 
Parágrafo Único – Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: 
I – serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões 
processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários 
advocatícios; 
II – nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do 
em- bargante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
8 
 
1.7.5 – Princípio da Utilidade 
A execução só se justifica se tiver algumautilidade para o credor, razão pela qual 
existe impedimento da penhora na situação em que se torna inservível ao processo 
(CPC, art. 836). 
 
Art. 836 – Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da 
execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das 
custas da execução. 
§1 – Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de 
determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens 
que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quando este for 
pessoa jurídica. 
§2 – Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado 
depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.7.6 – Princípio da Menor Onerosidade (Art. 805 do CPC) 
Caso existe outra alternativa de forma menos gravosa, esta deverá ser a opção. 
 
Art. 805 – Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz 
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. 
Parágrafo Único – Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa 
incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de 
manutenção dos atos executivos já determinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © Werveson Silva (@wcassian7) 2024. Todos os direitos reservados. 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO AMBIENTAL – ANOTAÇÕES DE ESTUDO 
 
WERVESON SILVA | 6 
 
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 
 
 
 
 
1 – Nota Introdutória 
 
A Lei de Responsabilidade Fiscal — LRF, como ficou conhecida a Lei 
Complementar 101, representou uma mudança estrutural do regime fiscal nacional, 
ao fixar normas direcionadas à organização e ao equilíbrio das contas públicas. 
Trata-se, pois, na sua essência, de um verdadeiro código regulamentador da conduta 
gerencial dos administradores públicos de todo o País. 
 
Baseia-se nos princípios da administração pública e tem como objetivos a 
diminuição da dívida pública, estabilização dos preços, o desenvolvimento 
sustentável, dentre outros, de modo que o orçamento público seja efetivamente 
mecanismo de limitação de gastos, organização estatal e representação dos anseios 
sociais. 
 
Em outras palavras, a LRF regulamenta, especificamente, as regras previstas 
nos artigos 163, 165§9 e 169 da CF/1988, estabelecendo normas de finanças públicas 
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal bem como disciplina outras 
providências. 
 
O intuito declarado da referida lei complementar é estabelecer um regime 
de “responsabilidade na gestão fiscal“ (art. 1, caput), a qual pressupõe “a ação 
planejada e transparente (publicidade e prestação de contas), em que se previnem 
riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas” (art. 1, 
§1). Objetiva, em síntese, melhorar a administração das contas públicas no Brasil. 
 
a) Ação Planejada: A ação deve ser planejada na forma de leis a 
fim de que seja submetida apreciação legislativa. É essencial 
para a garantia da utilização dos meios adequados, 
cumprimento de prazos e alcance de resultados. 
b) Ação Transparente: A transparência exige que todos os atos de 
entidades públicas sejam praticados com publicidade e com 
ampla prestação de contas em diversos meios. 
c) Prevenção de riscos capazes de afetar o equilíbrio das contas 
públicas: Mecanismos para que exista precaução em condições 
de incerteza; identificar os fatos que possam impactar os 
resultados fiscais estabelecidos para o período, mantendo-se a 
estabilidade e o equilíbrio nas contas públicas. 
DIREITO AMBIENTAL – ANOTAÇÕES DE ESTUDO 
 
WERVESON SILVA | 7 
 
Tenha em mente que a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – estabelece 
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, 
mediante ações que previnam riscos e corrijam os desvios capazes de afetar o 
equilíbrio das contas públicas, destacando-se o planejamento, o controle, a 
transparência e a responsabilização como premissas básicas. 
 
Por fim, objetiva o equilíbrio financeiro, evitando o aumento de despesas e 
déficit do governo; impõe limites e regras, com o cumprimento de metas e prestações 
de contas; e o desenvolvimento sustentado do país. Em resumo, visa evitar que os 
entes da Federal gastem mais do que aquilo que arrecadam; ou, se necessário, que 
tais entes recorram ao endividamento apenas caso sigam regras rígidas e 
transparentes. 
 
 
 
2 – Princípios ou Eixos da LRF 
 
A Lei de Responsabilidade Fiscal — LRF – é sustentada, apoiada por quatro 
princípios ou eixos, os quais nortearam sua concepção e são essenciais para sua 
aplicação: planejamento, transparência, controle e responsabilização. 
 
2.1 – Planejamento 
 
Serve para determinar os objetivos a alcançar e as ações a serem realizadas, 
compatibilizando-as com os meios disponíveis para a sua execução. O planejamento 
diz respeito às metas (caso os gestores não a cumpram, são penalizados como com 
bloqueios de contas), limites e condições para renúncia (abrir mão de benefícios, com 
aumento de despesas) e arrecadação de receitas e geração de despesas, refletidas 
nas peças orçamentárias, ou seja, no Plano Plurianual – PPA, na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias – LDO e na Lei Orçamentária Anual – LOA. 
 
2.2 – Transparência 
 
Exige que todos os atos de entidades públicas sejam praticados com 
publicidade e com ampla prestação de conta, isto é, promover o acesso e a 
participação da sociedade em todos os fatores relacionados com a arrecadação 
financeira e a realização das despesas públicas. 
 
São criadas novas peças e procedimentos, como o AMF – Anexo de Metas 
Fiscais, o ARF – Anexo de Riscos Fiscais, o RREO – Relatório Resumido da Execução 
Orçamentária – e o RGF – Relatório de Gestão Fiscal –, com foco também no uso da 
internet para essa divulgação. 
DIREITO AMBIENTAL – ANOTAÇÕES DE ESTUDO 
 
WERVESON SILVA | 8 
 
 
 
2.3 – Controle 
 
Permite gerenciar o risco por meio de ações fiscalizadoras e de imposição 
de prazos na gestão de políticas e de procedimentos, que podem ser de natureza 
legal, técnica ou de gestão. 
 
São controlados por meio da transparência e da qualidade das informações, 
impondo um efetivo e rigoroso controle da arrecadação e dos gastos públicos e 
ampliando a ação de fiscalização dos Tribunais de Contas, no qual não pune, por ser 
apenas um órgão consultivo. 
 
2.4 – Responsabilização 
 
É a obrigação de prestar contas e de responder por suas ações, a LRF imputa 
sanções administrativas ao agente e ao Ente Federativo, que violar a norma, tais 
como o impedimento de receber transferências voluntárias, a proibição de contratar 
operações de crédito e prestação de garantias. Os responsáveis sofrerão ainda, as 
sanções pessoais introduzidas no ordenamento brasileiro pela Lei de Crimes de 
Responsabilidade Fiscal (Lei 10.028). 
 
 
 
3 – Abrangência, Alcance da LRF 
 
A Lei de Responsabilidade Fiscal — LRF – estabelece normas de finanças 
públicas, a serem observados pelos três Poderes nas três esferas de Governo: 
federal, estadual, distrital e municipal, voltadas para a responsabilidade na gestão 
fiscal. 
A ela estão sujeitos os três Poderes — Executivo, Judiciário e Legislativo, 
neste incluídos os Tribunais de Contas — nas três esferas de governo (federal, estadual 
e municipal), além do Ministério Público (art. 1, §3, inciso I alínea A). 
DIREITO AMBIENTAL – ANOTAÇÕES DE ESTUDO 
 
WERVESON SILVA | 9 
 
Vale ressaltar que as referências às pessoas políticas, feitas ao longo do texto 
da LRF, compreendem as respectivas Administrações diretas (presidente, vice 
presidente, governador, secretários de Estado, prefeito e secretarias municipais),e 
indiretas (as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as 
fundações públicas), conforme o art. 1, §3, inciso I, alínea b. 
 
 
 
A LRF, contudo, não alcança todas as entidades da Administração indireta, 
porquanto destas estão excluídas as empresas estatais que não dependem do 
Tesouro do ente ao qual se vinculam. Com efeito, nem todas as empresas estatais se 
sujeitam aos comandos da LRF, mas apenas aquelas qualificadas pela LRF como 
dependentes. 
 
a) EMPRESA ESTATAL CONTROLADA: Sociedade cuja maioria do 
capital social com direito a voto pertença, direta ou 
indiretamente, a ente da Federação. Entretanto, não 
dependem do capital público para se manter, o capital privado 
se mantem sozinho, logo, não são alcançadas pela LRF. Porém, 
seus investimentos integram a LOA por ter o dinheiro público. 
 
b) EMPRESA ESTATAL DEPEDENTE: Empresa controlada que 
recebe do ente controlador recursos financeiros para 
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral 
ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes 
de aumento de participação acionária. 
 
Nem toda empresa estatal controlada é obrigada a cumprir a LRF, mas toda 
estatal que segue a LRF é uma estatal controlada, ou seja, é empresa dependente. 
DIREITO AMBIENTAL – ANOTAÇÕES DE ESTUDO 
 
WERVESON SILVA | 10 
 
4 – Receita Corrente Líquida (RCL) 
 
A Receita Corrente Líquida representa o total das receitas correntes, 
diminuídas de algumas receitas estabelecidas pela própria LRF. Em outras palavras, 
é a base de cálculo para parâmetros de limites de endividamento, do somatório das 
receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de 
serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: 
 
■ na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios, por 
determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do 
inciso I e no inciso II do art. 195, bem como no art. 239, ambos da CF. 
 
■ nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação 
constitucional; 
 
■ na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores 
para o custeio do seu sistema de previdência social e as receitas provenientes da 
compensação financeira citada no §9 do art. 201 da CF. 
 
 
 
4.1 – Apuração 
 
A RCL será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em 
referência e nos 11 anteriores, excluídas as duplicidades. Assim, é feita durante o 
período de um ano, não necessariamente coincidente com o ano civil. Ocorre 
duplicidade quando se conta duas ou mais vezes os mesmos repasses. 
DIREITO AMBIENTAL – ANOTAÇÕES DE ESTUDO 
 
WERVESON SILVA | 11 
 
5 – Restrição para o Fim do Mandato 
 
Objetivando disciplinar a utilização de recursos públicos no último ano de 
mandato, a LRF estabeleceu uma série de restrições especiais: 
 
a) Serão considerados nulos os atos de que resultem aumento das 
despesas de pessoal a partir de 1 de julho do último ano do mandato 
do titular de cada Poder (art. 21, parágrafo único); (apenas àquelas 
previstas anteriormente) 
 
A partir de 1 de julho do último ano de mandato, qualquer aumento nas 
despesas com pessoal realizadas pelos governantes será considerado nulo. 
 
b) Não será concedido, no último ano do mandato, o prazo de adaptação 
de 8 meses (art. 23, caput) para o Poder ajustar-se aos limites da 
despesa de pessoal, aplicando-se de imediato as penalidades cabíveis 
(art. 23, §4); (caso ultrapasse o teto de gastos) 
 
No último ano do mandato, não será concedido o prazo de adaptação de 8 
meses para o governo se ajustar aos limites de gastos com pessoal. Isto é, não pode 
os gastos estar acima do permitido. 
 
c) É vedada, no último ano de mandato, a contratação de Operação de 
Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) (art. 38, inciso 
IV, alínea b); (a cada 3 meses há prestação de contas) 
 
Não é permitido ao governo contrair empréstimos utilizando como 
garantia receitas futuras do orçamento. Evitar comprometer as finanças futuras com 
dívidas de curto prazo. 
 
d) É vedada, nos últimos 8 meses de mandato, a assunção de 
compromisso que não possa ser cumprido integralmente dentro dele, 
ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que 
haja suficiente disponibilidade de caixa para esse fim (art. 42, caput); 
 
Nos últimos 8 meses de mandato, o governo não pode assumir 
compromissos que não possam ser totalmente cumpridos dentro do período de seu 
mandato. Assim como não pode fazer compromissos que tenham parcelas a serem 
pagas no próximo mandato sem ter recursos disponíveis para isso. 
 
e) Não será concedido, no último ano do mandato, o prazo de 12 meses 
(art. 31, caput) para o ente se ajustar aos limites da dívida consolidada, 
aplicando-se de imediato as penalidades cabíveis (art. 31, §3). (dívida 
parceladas por 12 meses é vedada) 
DIREITO AMBIENTAL – ANOTAÇÕES DE ESTUDO 
 
WERVESON SILVA | 12 
 
6 – Sanções pelo Descumprimento da LRF 
 
6.1 – Sanções Institucionais 
 
As sanções institucionais são aquelas dirigidas aos Poderes, entes da 
Federação ou órgãos que não cumpram as regras estabelecidas na Lei de 
Responsabilidade Fiscal, e não aos seus dirigentes. 
 
a) Proibição de recebimento de transferências voluntárias (aquelas 
não obrigatórias), salvo aquelas relativas a ações de educação, 
saúde e assistência social, à exceção do não cumprimento dos 
limites de despesas com pessoal, quando todos os repasses de 
verbas serão suspensos, inclusive os relativos a ações na área social; 
 
b) Proibição de contratação de operações de crédito; 
 
c) Proibição de obtenção de garantias para a contratação de 
operações de crédito. 
 
6.2 – Sanções Pessoais 
 
As sanções institucionais são aquelas aplicadas à pessoa física que praticou 
o ilícito. 
 
a) SANÇÃO PENAL 
 
Crimes comuns, conforme os Art. 359-A ao 359-H; 
 
b) SANÇÃO POLÍTICA: 
 
Crimes de responsabilidade, conforme a Lei de Improbidade Administrativa, 
como a inabilitação por 8 anos; 
 
c) SANÇÃO ADMINISTRATIVA: 
 
Atos Ilícitos praticados contra as finanças públicas, punido com multa de 35% 
dos vencimentos anuais (salário) do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da 
multa de sua responsabilidade pessoal; 
 
d) SANÇÕES CIVIS: São aplicáveis aos agentes públicos, servidores 
ou não, pela prática de atos de improbidade administrativa, 
como sendo: 
DIREITO AMBIENTAL – ANOTAÇÕES DE ESTUDO 
 
WERVESON SILVA | 13 
 
a. Enriquecimento Ilícito (vantagem patrimonial 
indevida em razão do exercício de cargo): 
 
- Ressarcimento integral do dano, se houver; 
- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; 
- Perda da função pública; 
- Suspensão dos direitos políticos até 14 anos; 
- Pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial; 
- Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de 
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 anos. 
 
b. Prejuízo ao Erário (enseje, efetiva e 
comprovadamente, perda patrimonial, desvio, 
apropriação etc): 
 
- Ressarcimento integral do dano; 
- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se 
concorrer esta circunstância; 
- Perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 anos; 
- Pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano; 
- Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio 
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 anos. 
 
c. Violação dos Princípios da Administração: 
 
- Ressarcimento integral do dano, se houver; 
- Pagamento de multa civil de até 24x o valor da remuneração percebida pelo 
agente 
- Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefíciosou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio 
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 anos. 
 
 
 
 
 
 
	1 - Disposições Gerais
	1 – Disposições Gerais
	1.1 – Notas Introdutórias
	1.2 – Conceito
	1.3 – Formas de Execução
	1.4 – Fases da Execução
	1.5 – Espécies de Execução
	1.5.1 – Execução Imediata
	1.5.2 – Execução Mediata
	1.5.3 – Execução Específica
	1.5.4 – Execução por Sub-Rogação (Execução Direta)
	1.5.5 – Execução por Coerção (Execução Indireta)
	1.7 – Dispensa da Caução
	1.8 – Princípios Norteadores
	1.7.1 – Princípio da Autonomia
	1.7.2 – Princípio da Patrimonialidade
	1.7.3 – Princípio do Exato Adimplemento
	1.7.4 – Princípio da Disponibilidade do Processo pelo Credor
	1.7.5 – Princípio da Utilidade
	1.7.6 – Princípio da Menor Onerosidade (Art. 805 do CPC)
	02 - Fontes
	Direito Financeiro 2
	LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
	1 – Nota Introdutória
	2 – Princípios ou Eixos da LRF
	2.1 – Planejamento
	2.2 – Transparência
	2.3 – Controle
	2.4 – Responsabilização
	3 – Abrangência, Alcance da LRF
	4 – Receita Corrente Líquida (RCL)
	4.1 – Apuração
	5 – Restrição para o Fim do Mandato
	6 – Sanções pelo Descumprimento da LRF
	6.1 – Sanções Institucionais
	6.2 – Sanções Pessoais