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DIREITO PENAL - Crimes contra a Fé Pública

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@marcelomapas
ARRASTA
CRIMES
CONTRA A FÉ PÚBLICA
ART.S 289 A 311-A
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SUMÁRIO
Introdução...........................................................................................................
Moeda falsa - art. 289.....................................................................................
Crimes assimilados ao de moeda falsa - art. 290..................................
Petrechos para a falsificação de moeda - art. 291...............................
Emissão de título ao portador sem permissão legal - art. 292.........
Falsificação de papéis públicos - art. 293................................................
Petrechos de falsificação - art. 294...........................................................
Falsificação do selo ou sinal público - art. 296........................................
Falsificação de documento público - art. 297........................................
Falsificação de documento particular - art. 298.....................................
Falsificação de cartão - art. 298, § único..................................................
Falsidade ideológica - art. 299.....................................................................
Falso reconhecimento de firma ou letra - art. 300................................
Certidão ou atestado ideologicamente falso - art. 301......................
Falsidade material de atestado ou certidão - art. 301, § 1º...............
Falsidade de atestado médico - art. 302..................................................
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica - art. 303......
Uso de documento falso - art. 304.............................................................
Supressão de documento - art. 305..........................................................
Falsa identidade - arts. 307 e 308..............................................................
Fraudes em certames de interesse público - art. 311 - A..................
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INTRODUÇÃO
A Fé pública constitui-se em
realidade e interesse que a lei
deve proteger, pois sem ela seria
impossível a vida em sociedade.
O homem necessita acreditar na
veracidade de certos atos,
documentos, sinais e símbolos
empregados nas relações diárias.
Características comuns a todos os
crimes contra a fé pública:
Todos os crimes contra a fé pública são dolosos, sendo
o dolo a consciência e vontade de imitar a verdade;
Em todos os crimes há a imitação da verdade, que
pode ser realizada por:
Alteração da
verdade: altera-se o
conteúdo do
documento ou moeda
verdadeiros;
Imitação da verdade
propriamente dita: o
sujeito cria documento ou
moeda falsos, formando-
os ou fabricando-os.
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Uso: é a utilização
da coisa falsificada
INTRODUÇÃO
A imitação da verdade pode ser produzida pelos
seguintes meios:
Contrafação ou fabricação:
consiste em criar materialmente
uma coisa semelhante à verdadeira;
Alteração: é a transformação da
coisa verdadeira, de forma a
representar algo diverso da situação
original;
Supressão:
quando se
destrói ou oculta
algo para que a
verdade não
apareça;
Simulação: é a
falsidade ideológica,
relativa ao conteúdo
do documento, pois
seu aspecto exterior
ou formal permanece
autêntico;
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CRIMES EM ESPÉCIE
Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, FABRICANDO-A ou
ALTERANDO-A, moeda metálica ou papel-moeda de
curso legal no país ou no estrangeiro: Pena -
reclusão, de três a doze anos, e multa.
Na fabricação, o agente cria a
moeda – como na confecção de
notas a partir de papel comum
com aparência de cédula
verdadeira;
Na alteração, o agente
somente modifica a moeda
originariamente verdadeira para
ostentar valor superior ao real;
E se o agente falsificar várias moedas simultaneamente, ele
responderá pelo crime várias vezes? A resposta é NÃO, a
falsificação de várias moedas no mesmo contexto fático não
altera a unicidade do crime (há crime único), devendo a
quantidade de moedas ser valorada como circunstância judicial
negativa quando da fixação da pena-base.
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CRIMES EM ESPÉCIE
Moeda Falsa
CURSO LEGAL: Significa que se for moeda fora de circulação,
como cruzeiro, por exemplo, não configurará este delito.
A falsificação grosseira configura
crime impossível em relação ao crime
de moeda falsa.
Súmula 73 do STJ: “A utilização de
papel-moeda grosseiramente
falsificado configura, em tese, o
crime de estelionato, de competência
da Justiça Estadual”.
Recapitulando: 
Se grosseira, mas capaz de enganar alguém: estelionato. Se
grosseira, mas incapaz de enganar ninguém: crime
impossível.
Na visão dos Tribunais Superiores,
é inaplicável o princípio da
bagatela (insignificância) ao
crime de falsificação de moeda,
ainda que ínfimo o valor. 
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CRIMES EM ESPÉCIE
Moeda Falsa - Conduta Equiparada
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria
ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede,
empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
Tipo misto alternativo: ainda
que o agente pratique vários
verbos do núcleo do tipo, o
crime será um só.
Somente poderá ter sua conduta subsumida ao
disposto neste parágrafo o agente que não concorreu,
de qualquer modo, para a falsificação.
O agente deve ter conhecimento efetivo da falsidade da
moeda. Caso contrário, como não há modalidade culposa,
sua conduta será atípica.
Figura Privilegiada - § 2°- Quem, tendo recebido
de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou
alterada, a restitui à circulação, depois de
conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
seis meses a dois anos, e multa.
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CRIMES EM ESPÉCIE
Moeda Falsa 
Figura Privilegiada - Ex.: comerciante que, tendo recebido
inúmeras notas falsas durante o movimento semanal, e,
mesmo tendo percebido sua falsidade, decide repassar as
cédulas a outros clientes para não ficar com o prejuízo
Caso o sujeito tenha agido
de má-fé, ou seja, tenha
ciência da falsificação da
moeda desde o momento em
que recebeu, deverá
responder pelo § 1°.
Caso o agente só saiba da falsidade depois de transmitir a
moeda, não responderá pelo delito, nem mesmo caso se
recuse a receber de volta ou a indenizar o recebedor após a
descoberta. Quem apenas guarda a moeda, sem intenção de
restituir à circulação, também não pratica o crime.
Figura qualificada - § 3º - É punido
com reclusão, de três a quinze anos,
e multa, o funcionário público ou
diretor, gerente, ou fiscal de banco
de emissão que fabrica, emite ou
autoriza a fabricação ou emissão:
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CRIMES EM ESPÉCIE
Moeda Falsa 
Figura qualificada - § 3º .
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Crime formal - se consuma no exato
momento em que se pratica o verbo do
tipo, não exigindo resultado posterior.
Diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica,
emite ou autoriza a fabricação ou emissão..
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Crime comum - Pode ser praticado por qualquer pessoa.
Objeto material - é a moeda verdadeira e fabricada
legitimamente, mas é colocada em circulação antes da
autorização competente.ut e não as do § 3º.
Importante! As penas cominadas a essa figura são as do caput e
não as do § 3º
Crime próprio - sujeito ativo o funcionário público (art. 327 do
CP) que pratica o fato em violação de dever funcional inerente ao
ofício ou atividade de emissão de moedas.
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CRIMES EM ESPÉCIE
Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo demoeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes
verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos,
para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua
inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em
tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: 
 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Aqui há a utilização de meio
fraudulento para conseguir o
ressurgimento ou a remontagem de
cédulas, bilhetes ou notas já
inutilizadas ou fora de circulação.
Formação de cédulas com
fragmentos - o agente reúne
fragmentos de cédulas, notas ou
bilhetes verdadeiros para formar
uma unidade nova, falsificada.
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CRIMES EM ESPÉCIE
Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa
Supressão de sinal indicativo ou inutilização
- Aqui, o agente retira o sinal do bilhete, da nota
ou cédula que demonstra sua inutilização, para
restituí-la à circulação.
Restituição à circulação - Nos
incisos anteriores há elaboração,
mediante o uso de fraude com a
formação e supressão, aqui há
somente restituição à circulação,
tanto do material já inutilizado,
quanto daquele recolhido para
inutilização.
Crime comum e crime formal.
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze
anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que
trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido,
ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo. 
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CRIMES EM ESPÉCIE
Petrechos Para Falsificação De Moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou
gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento
ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de
moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Trata-se de punição dos atos
preparatórios para a falsificação,
configurando exceção à regra da
não punibilidade dos atos
preparatórios.
Conforme entendimento do STJ “para tipificar o crime do art.
291 do CP, basta que o agente detenha a posse de petrechos
destinados à falsificação de moeda, sendo prescindível que o
maquinário seja de uso exclusivo para esse fim” STJ. 6ª Turma.
REsp 1758958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
11/09/2018 (Info 633). 
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CRIMES EM ESPÉCIE
EMISSÃO DE TÍTULO AO PORTADOR SEM PERMISSÃO LEGAL
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou
título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao
portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem
deva ser pago: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Quem recebe
ou utiliza como dinheiro qualquer
dos documentos referidos neste
artigo incorre na pena de
detenção, de quinze dias a três
meses, ou multa.
Crime de menor potencial ofensivo nas duas modalidades
(emitir e receber). 
Sujeito ativo é qualquer um que emita título ao portador fora
dos casos autorizados, bem como aquele que recebe ou utiliza
como dinheiro os referidos documentos (crime comum).
Norma penal em branco, pois a
permissão é encontrada em outra lei.
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CRIMES EM ESPÉCIE
FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS
Sujeitos do crime
Se for funcionário público, haverá uma causa de aumento de
pena.
Crime formal, cuja consumação dispensa a efetiva
circulação do papel público falsificado ou a ocorrência de
dano a terceiro.
Art. 293 - Falsificar, FABRICANDO-OS ou ALTERANDO-OS:
I - Selo destinado a controle tributário, papel selado ou
qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de
tributo;
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso
legal;
III - vale postal; este inciso foi revogado pelo art. 36 da Lei
6.538/78 que pune, de forma especial, o crime de falsificação
do vale postal.
IV - Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa
econômica ou de outro estabelecimento mantido por
entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou
caução por que o poder público seja responsável;
VI - Bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte
administrada pela União, por Estado ou por Munícipio.
o Sujeito passivo – Estado;
o Sujeito ativo – crime comum;
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§2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com
o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo
de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
 
CRIMES EM ESPÉCIE
Crime próprio - no exercício de atividade comercial ou industrial;
Lei penal em branco homogênea (a norma explicativa está contida
no §5º);
Crime formal.
Figuras equiparadas
 
§ 1º - Incorre na mesma pena quem:
I - Usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que
se refere este artigo;
(Pratica a figura equiparada prevista neste inciso I qualquer pessoa
diferente de quem falsificou).
II - Importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda,
fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle
tributário;
III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em
depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário,
falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina
a obrigatoriedade de sua aplicação.
 
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Causa de aumento que incide aos crimes dos arts.
293 e 294
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
CRIMES EM ESPÉCIE
Figura privilegiada
 
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé,
qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este
artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração,
incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou
multa.
 
§ 5º - Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do §
1º, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o
exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em
residências (ex.: CAMELÔS).
 
 
Petrechos De Falsificação
 
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto
especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis
referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
Este tipo penal criminaliza atos que seriam meramente preparatórios,
pois tipifica a mera posse ou guarda do “petrecho”. 
Assim, o agente que falsifica não responde pelo crime de petrecho,
mas apenas pela falsificação de papéis públicos.
 
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CRIMES EM ESPÉCIE
Selo ou sinal público - é marca a ser estampada em determinados
papéis para atribuir-lhes autenticidade (chancela, carimbo ou sinete,
por exemplo).
NÃO caracteriza este crime a falsificação de carimbo para o
reconhecimento de firma em tabelionato. Esse carimbo não é sinal
público.
NÃO caracteriza este crime quando a falsificação recair sobre selos
destinados a autenticar atos oficiais do Distrito Federal.
Falsificação do Selo ou Sinal Público
 
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - SELO público destinado a autenticar atos oficiais da União, de
Estado ou de Município;
II - SELO ou SINAL atribuído por lei a entidade de direito público, ou a
autoridade, ou sinal público de tabelião.
 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
 
 
 
Figuras equiparadas
 
§ 1º - Incorrenas mesmas penas:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; (desde que não tenha
praticado a falsificação).
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo
de outrem ou em proveito próprio ou alheio;
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos,
siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de
órgãos ou entidades da Administração Pública.
 
Forma majorada
 
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
 
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CRIMES EM ESPÉCIE
“Falsificar no todo” - significa dizer que o documento é inteiramente
criado;
 “Falsificar em parte” - consiste no fato de que o agente adiciona novos
elementos nos espaços em branco do documento.
 “Alterar” - o agente modifica documento público verdadeiro,
substituindo ou alterando dizeres da peça.
SE quem usa o documento é terceiro que não concorreu, de qualquer
modo, para a falsificação: O falsificador responde pelo art. 297 e quem
usa pelo art. 304, ambos do CP.
Crime comum - Qualquer pessoa pode praticar!
Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, aumenta-se sexta parte (1/6) da pena.
A falsificação do cartão de crédito ou débito configura a falsificação
de documento público ou particular? O cartão de crédito NÃO é
documento público, sequer por equiparação, mas é documento particular.
Falsificação de Documento Público
 
Art. 297 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
 
Conduta: Pune-se aqui a falsidade material, sendo aquela que diz respeito à
forma do documento.
ATENÇÃO! Em razão do princípio da consunção, o uso do documento
falsificado pelo agente falsificador é impunível.
Sujeito ativo: 
ATENÇÃO! Os documentos escritos a lápis, ainda que emanados do
funcionário no exercício de suas funções, não serão considerados públicos,
tendo em vista a insegurança em relação à manutenção da integridade.
ATENÇÃO! Para o STJ, nos termos de sua súmula 17, quando o falso é
utilizado como meio para a prática de estelionato e se exaure neste sem mais
potencialidade lesiva, é por este absorvido. MAS, se o agente falsifica um
documento público para acobertar a prática de outro crime, responderá por
ambos os crimes, não incidindo o princípio da consunção!
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CRIMES EM ESPÉCIE
O tipo objetivo consiste em INSERIR (introduzir, colocar) ou FAZER
INSERIR (estimular, incentivar que outrem introduza ou coloque;
FIGURA EQUIPARADA
 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o
emanado de entidade paraestatal (as entidades paraestatais são as
pessoas jurídicas de direito privado atuando em colaboração com o
Estado, sem fins lucrativos), o título ao portador ou transmissível por
endosso (ex: cheque), as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular.
 
Falsificação de documento previdenciário
 
§ 3º - Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
 
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não
possua a qualidade de segurado obrigatório;
 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
 
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento
relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
 
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos
mencionados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de
serviços. 
ATENÇÃO! Tratando-se de autor funcionário público, não incidirá a causa
de aumento do §1º, tendo em vista sua posição topográfica, de modo que
se aplica apenas ao caput.
 obs.: A inserção deve ser juridicamente relevante e ter potencialidade
para prejudicar direitos.
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CRIMES EM ESPÉCIE
A respeito do § 3º, I: São segurados obrigatórios, na forma do art.
11 da Lei n.º 8.213/90, o empregado, o empregado doméstico, o
contribuinte individual, o trabalhador avulso e o segurado especial.
O conceito de documento particular deve ser feito por exclusão,
sendo todo aquele que não seja público ou equiparado a público.
Para a configuração do delito, é preciso que o documento tenha
algum interesse jurídico. Se for totalmente irrelevante para o
direito, é objeto absolutamente impróprio.
 
Falsificação de Documento Particular
 
Art. 298 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento particular
ou ALTERAR documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
 
Trata-se de crime comum, formal, de forma livre, comissivo,
instantâneo, de perigo abstrato, unissubjetivo e
plurissubsistente.
ATENÇÃO! O fato de o documento particular ser registrado em
cartório não o transforma em documento público, pois o registro serve
apenas para dar publicidade ao documento. Cópia autenticada de
documento particular é documento particular.
ATENÇÃO! O cheque será considerado como documento particular
quando já tiver sido apresentado ao banco e recusado por falta de
fundos, por não ser mais transmissível por endosso.
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Falsificação de cartão
 
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a
documento particular o CARTÃO DE CRÉDITO ou DÉBITO.
 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
ATENÇÃO! Clonagem de cartão + saques na conta bancária da vítima por
meio do caixa eletrônico = furto mediante fraude. 
ATENÇÃO! Clonagem de cartão + saques na conta bancária da vítima ou
compras em lojas por meio de atendimento no balcão por funcionário =
estelionato.
CRIMES EM ESPÉCIE
Por isso, não temos a necessidade de perícia para a constatação do
crime de falsidade ideológica, uma vez que não deixa vestígios materiais. 
Falsidade Ideológica
 
Art. 299 - OMITIR, em documento público ou particular, declaração que
dele devia constar, ou nele INSERIR ou FAZER INSERIR declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos
de réis, se o documento é particular.
 
Causas de aumento de pena
 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de
assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
ATENÇÃO! Na falsidade ideológica, não há modificação na estrutura do
documento, pois ele é elaborado, preenchido e assinado por quem estava
autorizado a fazê-lo, mas somente falsidade quanto ao conteúdo, que não
corresponde à realidade.
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ATENÇÃO! Se o agente, além de falsificar ou alterar a forma, ainda insere
nele informações falsas, não responderá por falsidade ideológica, mas
apenas pelo falso material, por força do princípio da consunção. 
ATENÇÃO! Note que o crime somente é punido a título de dolo
específico, ou seja, só haverá crime quando o agente o faz “com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre o fato
juridicamente relevante”.
O Particular somente pode praticar falsidade ideológica em
documento público em três hipóteses:
▪ Faz funcionário público de boa-fé inserir declaração falsa em
documento público – nessecaso, o particular irá praticar o crime pelo
núcleo “fazer inserir”;
▪ Elabora documento público por equiparação, de sua alçada, com
declaração falsa;
▪ Concurso de pessoas com o funcionário público.
CRIMES EM ESPÉCIE
Adquiriu de forma legítima, tendo
autorização para preencher e
preencheu em desconformidade
com a realidade.
 
Adquiriu de forma ilegítima, não
tendo autorização para preencher.
Adquiriu de forma legítima, mas a
autorização para preencher fora,
posteriormente, revogada.
 
Haverá crime de falsidade
ideológica (art. 299). 
 
 Haverá crime de falsidade
material (art. 297 ou art.
298).
 
 Haverá crime de falsidade
material (art. 297 ou art.
298).
 
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CRIMES EM ESPÉCIE
O verbo nuclear é “reconhecer”, no sentido de afirmar, declarar,
autenticar como verdadeira firma (assinatura) ou letra que não o sejam.
Crime próprio, que só pode ser praticado por quem exerça função
pública, com poderes para reconhecer firmas ou letras (tabelião de
notas, oficial do Registro Civil, os cônsules etc.).
“no exercício de função pública”: Exige que o agente esteja no
exercício da função, SE o agente pratica o ato fora do exercício de sua
função, ou se não tem legítima atribuição para o reconhecimento, este
crime não se consuma.
Falso Reconhecimento de Firma ou Letra
 
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública,
firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e
de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
 
Crime próprio, que só pode ser cometido por funcionário público
autorizado a emitir atestados e certidões.
Atestado é um documento que traz em si o testemunho de um
fato ou circunstância de que o funcionário tomou conhecimento;
Certidão (ou certificado) é o documento pelo qual o funcionário,
no exercício de suas atribuições oficiais, afirma a verdade sobre
fato ou circunstância contida em documento público.
Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso
 
Art. 301 - ATESTAR ou CERTIFICAR falsamente, em razão de
função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter
cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
qualquer outra vantagem:
 
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
 
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“Em razão de função pública”: não se exige que o agente esteja
no exercício da função; basta que cometa uma das condutas
típicas em razão das facilidades proporcionadas pela posição
funcional.
Ex.: O dentista, funcionário público, que, no exercício de sua
função pública, emite atestado falso, em favor do amigo,
certificando consulta inexistente, para abono de falta no
trabalho, pratica o crime de certidão ou atestado
ideologicamente falso.
Crime comum - Aqui qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo,
diferentemente do caput, que só pode ser praticado por
funcionário público.
Crime formal - consuma-se com a falsificação ou alteração,
independentemente do uso ou qualquer consequência ulterior.
Falsidade material de atestado ou certidão
 
§ 1º - FALSIFICAR, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou
ALTERAR o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova
de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer
outra vantagem:
 
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
 
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da
pena privativa de liberdade, a de multa.
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Crime próprio - restringe sua aplicação ao médico.
Se o médico é funcionário público e fornece certidão que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou
serviço público - o crime é do art. 301.
Se o médico for funcionário público, e solicitar ou receber,
para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem,
para emitir o atestado falso, estará configurado o crime de
corrupção passiva (CP, art. 317).
Falsidade de Atestado Médico
 
Art. 302 - Dar o MÉDICO, no exercício da sua profissão, atestado
falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
 
Assim, dentistas, veterinários, enfermeiros etc., caso forneçam
atestados falsos no exercício da profissão, incorrerão nas penas
previstas para o delito do art. 299 (falsidade ideológica).
ATENÇÃO!!
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-
se, também, a pena de multa.
CRIMES EM ESPÉCIE
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Crime remetido - é aquele que indica outros tipos para ser
integralmente compreendido.
Norma penal em branco homogênea homovitelinea - já que
o complemento advém de lei penal.
O crime é comum, razão pela qual o sujeito ativo pode ser
qualquer pessoa, desde que não seja a responsável pela
falsificação do documento.
Reprodução ou Adulteração de Selo ou Peça
Filatélica
 
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha
valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está
visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
ATENÇÃO!
Não se configura o crime se, não tendo sido feita a anotação visível a
respeito da reprodução ou alteração, o vendedor anuncia que se trata
de selo reproduzido ou alterado. A essência do delito é a fraude, que
não ocorre em tal caso.
USO DE DOCUMENTO FALSO
 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
 
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A conduta típica consiste em fazer uso de qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302.
Portanto, em regra, não há crime se a pessoa apenas possui ou
porta o documento falso, pois a lei não criminalizou os verbos
“portar” e “possuir”.
Exceção: Basta “portar” para que se configure, dispensando a
apresentação do documento: Carteira Nacional de Habilitação
falsa, tendo em vista ser de porte obrigatório.
Os Tribunais Superiores entendem que o uso de documento falso
e a atribuição a si mesmo de falsa identidade são condutas
típicas mesmo em alegada situação de autodefesa, vez que há
limites para o exercício desta e as condutas mencionadas
ofendem a fé pública. (HC 111.706/SP, rei. Min. Cármen Lúcia,
DJe 17/12/2012).
No caso do uso de vários documentos falsos distintos no mesmo
contexto fático – crime único (só há a violação da fé pública uma
vez).
No caso de uso de documento falso em contextos diversos –
concurso material ou continuidade delitiva – se presentes os
requisitos do art. 71 do CP.
ATENÇÃO!
É imprescindível que a pessoa tenha consciência da falsidade do
documento, de modo que não haverá crime se o agente usar o
documento falso não sabendo de sua origem ilícita.
 
 
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Crime comum - Qualquer pessoa pode praticar este crime,
inclusive o proprietário do documento, desde que dele não
pudesse dispor. 
ATENÇÃO! Se o documento é falso, não há crime.
Se a intenção do agente for fazer o documento desaparecer
para não servir como prova de algum fato relevante
juridicamente, trata-se de supressão de documento (art.
305).
Caso a intenção do agente seja somente causar um prejuízo
para a vítima, é delito contra o patrimônio na forma de “dano”
(art. 163);
Se o documento for subtraído para ocultação, por ser valioso
em si mesmo (ex.: documento histórico), trata-se de furto
(art. 155).
SUPRESSÃO DE DOCUMENTO
 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de
outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular
VERDADEIRO,de que não podia dispor:
 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é
público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
é particular.
Diferença entre supressão do documento, dano e furto:
 
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Se faz passar por terceira pessoa, existente ou fictícia;
Faz com que terceiro se passe por outro indivíduo, real ou não.
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros
fins
 
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal
empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou
na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa
natureza, falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
 
Paragrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a
autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para
autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o
cumprimento de formalidade legal:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
Falsa Identidade
Art. 307 - ATRIBUIR-SE ou ATRIBUIR A TERCEIRO falsa identidade
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para
causar dano a outrem:
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não
constitui elemento de crime mais grave.
 
Conduta: Haverá o crime quando o agente, por escrito ou
verbalmente:
ATENÇÃO!
 Diferentemente do delito de uso de documento falso, aqui não há
apresentação de documento falso. A falsa identidade se caracteriza
pela atribuição a si mesmo ou a outrem de características que gerem
erro na correta identificação do agente ou da terceira pessoa.
 Ex: Ao ser parado no trânsito pela polícia, o agente diz nome diverso
do seu.
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A expressão território nacional deve ser tomada no seu sentido
jurídico, incluindo, portanto, o mar territorial e o espaço aéreo
correspondente à coluna atmosférica.
Este é crime praticado por terceiro que atribui falsa qualidade ao
estrangeiro, enquanto o caput é o crime do próprio estrangeiro.
Aqui se fala de falsa QUALIDADE, permitindo, ao contrário do
caput, que a falsidade da informação recaia sobre outros
elementos além do nome.
Uso ou Cessão para Uso de Documento de Identificação
Civil de Terceiro
 
Art. 308 - USAR, como próprio, passaporte, título de eleitor,
caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade
alheia ou CEDER a outrem, para que dele se utilize, documento
dessa natureza, próprio ou de terceiro:
 
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato
não constitui elemento de crime mais grave.
Fraude de lei sobre estrangeiros
 
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para ENTRAR ou PERMANECER no
território nacional, NOME que não é o seu:
 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
 
 
Crime próprio, que só pode ser praticado por estrangeiro, inclusive o
apátrida.
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro FALSA QUALIDADE para
promover-lhe a ENTRADA em território nacional:
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 
CRIMES EM ESPÉCIE
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Em atenção ao princípio da legalidade, a doutrina majoritária
entende que se o sujeito raspar o chassi do veículo não haverá
este crime, tendo em vista que o tipo exige alteração ou
remarcação. Não consta “suprimir”.
 O STJ entende que a substituição de placa de um veículo pela
de outro configura este crime, pois se trata de um sinal
indicador do veículo que foi alterado.
A pessoa que recebe o veículo já adulterado, sabendo dessa
circunstância, não pratica o crime do art. 311, mas sim o do
art. 180 (receptação).
Fraude à Proibição da Propriedade ou da Posse de
certos Bens por Estrangeiros
 
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de
ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em
que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais
bens:
 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Adulteração de Sinal Identificador de Veículo
Automotor
 
Art. 311 - ADULTERAR ou REMARCAR número de chassi ou
qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
componente ou equipamento:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
 
 
 
CRIMES EM ESPÉCIE
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Crime próprio - o funcionário público presta auxílio àquele que
adulterou ou remarcou o número do chassi ou outro sinal
identificador do veículo.
 Crime de forma vinculada - a contribuição prestada pelo
funcionário público ocorre por meio do fornecimento indevido de
material ou informação oficial que é necessário para o
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado.
Causa de aumento de pena (§1º)
 
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública
ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.
Figura Equiparada (§2º)
 
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que
contribui para o licenciamento ou registro do veículo
remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material
ou informação oficial.
 
 
CRIMES EM ESPÉCIE
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Fraudes em Certames de Interesse Público
 
Art. 311-A - Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do
certame, conteúdo sigiloso de:
 
I - concurso público;
II - avaliação ou exame públicos; Ex: exame escrito no processo
de habilitação de motorista.
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; Ex: ENEM
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei; Ex: OAB
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa
 
Trata-se de crime comum, podendo praticá-lo qualquer pessoa que
participa do certame, seja como candidato, seja como integrante,
direto ou indireto, da estrutura organizadora
 
 
CRIMES EM ESPÉCIE
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@marcelomapas
ARRASTA
CRIMES
CONTRA A PAZ PÚBLICA
ART.S 286 A 288-A
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CRIMES EM ESPÉCIE
INCITAÇÃO AO CRIME
 
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
 
Pena: detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.
SUJEITOS DO CRIME:
CONDUTA:
A incitação deve ser de CRIME, e de FATO DETERMINADO, feita
PUBLICAMENTE, por qualquer meio, e atingir número
indeterminado de pessoas.
O elemento subjetivo é o dolo.
Trata-se de crime de perigo abstrato, ou seja, consuma-se com a
mera incitação, independentemente da prática do crime incitado.
O bem jurídico tutelado é a paz pública.
ATIVO: Trata-se de crime comum - pode ser qualquer pessoa. 
PASSIVO: é a coletividade .
INCITAR (induzir, provocar, estimular, instigar), publicamente, a
prática de determinado crime.
Ex.: Conclamar publicamente titulares de determinado direito a fazer
justiça com suas próprias mãos - Trata-se de incitação ao crime de
exercício arbitrário das próprias razões.
STF já decidiu que o deputado que, em entrevista à imprensa, afirma
que determinada deputada “não merece ser estuprada”, pratica, em
tese, incitação ao crime (art. 286 do CP). STF. 1ª Turma. Inq 3932/DF e
Pet 5243/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 21/6/2016 (Info 831)
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A tentativa é possível se o crime não é
praticado de forma oral. 
A ação penal será pública incondicionada.
A pena cominada ao delito admite a transação
penal e a suspensão condicional do processo (Lei
9.099/95).
Ex.: Mensagem enviada em massa por e-mail, não é
enviada por circunstâncias alheias a vontade do agente.
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INCITAÇÃO AO CRIME
 
Figura Equiparada
 
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem incita,
publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas
contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a
sociedade.
A incitação à práticade crimes contra a segurança nacional se
enquadra no art. 23 da Lei 7.170/83;
A incitação à prática de genocídio está prevista no art. 3º da Lei
2.889/56. 
A incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional é crime tipificado no art. 20 da Lei
7.716/89. 
O art. 155 do Decreto-lei 1.001/69 pune a incitação à
desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar
praticada na forma do art. 9º daquele diploma.
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
1.
2.
3.
4.
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SUJEITOS DO CRIME:
CONDUTA:
FAZER APOLOGIA (elogio, exaltação) de FATO
CRIMINOSO ou de AUTOR DE CRIME feita
PUBLICAMENTE, por qualquer meio, e atingir número
indeterminado de pessoas.
O elemento subjetivo é o dolo.
A consumação ocorre com a apologia,
independentemente da efetiva perturbação da
ordem pública. Trata-se de crime formal e de
perigo abstrato.
O bem jurídico tutelado é a paz pública.
ATIVO: Pode ser qualquer pessoa, exceto aqueles
invioláveis por suas opiniões (senadores, deputados e
vereadores).
PASSIVO: é a coletividade.
Ex.: Elogiar o nazismo, fazendo saudações ou propagando
suas ideias.
INCITAÇÃO AO CRIME - TRATA-SE DE FATOS FUTUROS;
APOLOGIA DE CRIME - TRATA-SE DE FATOS PASSADOS.
CRIMES EM ESPÉCIE
APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO
 
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor
de crime:
 
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa
 
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CRIMES EM ESPÉCIE
APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO
“MARCHA DA MACONHA”
O STF, no julgamento da ADPF 187 (j. 15.06.2011),
por unanimidade, decidiu ser legal (e legítima) a
reunião de pessoas para manifestarem
publicamente sua posição em favor da
legalização das drogas.
Os Ministros, em resumo, argumentaram tratar-se
de um movimento social espontâneo que
reivindica, por meio de livre manifestação de
pensamento, a possibilidade da discussão
democrática do modelo proibicionista (o consumo
de drogas) e dos efeitos que esse modelo produz
em termos de incremento da violência.
A tentativa é possível se o crime não é praticado de
forma oral. 
A ação penal será pública incondicionada.
A pena cominada ao delito admite a transação
penal e a suspensão condicional do processo (Lei
9.099/95).
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Trata-se de crime coletivo, plurissubjetivo (ou de concurso
necessário), de condutas paralelas (umas auxiliando as outras),
pois o tipo incriminador estabelece a presença de, no mínimo, três
associados.
ATENÇÃO! Conforme entendimento do STJ: “As pessoas não
identificadas ou os eventuais inimputáveis são incluídos no
número legal” (STJ, 5ª T., AgRg no AgRg no AREsp 546448, j.
20/02/2018). 
 
Sujeitos do crime:
 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
 
 
Parágrafo único - A pena aumenta-se até a metade se a
associação é armada OU se houver a participação de criança
ou adolescente.
 
 
O sujeito passivo é a coletividade.
 
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ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
 
Art. 288 - Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes:
 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
 
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“Associar-se” significa reunir-se em sociedade para determinado
fim (tornar-se sócio);
Existe vinculação sólida, quanto à estrutura, e durável, quanto ao
tempo (que não significa perpetuidade);
É muito mais que um mero ajuntamento ocasional ou encontro
transitório (típico do concurso de agentes).
Mínimo de três pessoas, sendo indiferente a posição ocupada
por cada associado na organização, se conhecem uns aos
outros ou não (possível a associação via internet), se há ou não
hierarquia. Se o vínculo associativo estável e permanente for
identificado, haverá o crime.
Trata-se de crime de perigo abstrato. A mera
associação entre ao menos 3 integrantes, com o fim
de cometer crimes é suficiente para a consumação,
desta forma, independe da prática de delitos pelo
grupo. 
CONDUTA:
 
Consumação:
IMPORTANTE: eventuais infrações praticadas geram, para
seus autores – que participaram, direta ou indiretamente
da execução –, concurso material entre o crime praticado
e o crime de associação criminosa aqui tratado.
 Se trata também de crime permanente, uma vez que a
consumação se protrai no tempo.
ATENÇÃO! A retirada de um associado, deixando o grupo com
menos de três agentes, cessa a permanência, mas não interfere
na existência do crime, já consumado para todos.
 A tentativa é inadmissível, pois os atos praticados com a
finalidade de formar a associação são meramente
preparatórios.
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ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
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CRIMES EM ESPÉCIE
Deve partir de integrante ou partícipe;
 Deve possibilitar o desmantelamento da associação,
havendo nexo entre a delação e a desorganização do
bando.
Crime de ação penal pública incondicionada;
A pena cominada ao delito admite a suspensão condicional
do processo (art. 89 da Lei 9.099/95), desde que não incida a
majorante do art. 288, parágrafo único, do CP.
Qualificadora 
 
A Lei 8.072/90, traz em seu art. 8º uma circunstância
qualificadora, que eleva a pena de reclusão para 3 (três) a 6 (seis)
anos, quando a associação visar à prática de crimes
hediondos ou a eles equiparados (tortura, tráfico13 e
terrorismo).
DELAÇÃO PREMIADA COM DIMINUIÇÃO DE PENA
 
Ainda no art. 8º, parágrafo único, da Lei 8.072/90 existe a
possibilidade da delação premiada com diminuição de um a dois
terços da pena.
A minorante, para ser reconhecida (direito subjetivo do réu),
depende do preenchimento dos seguintes requisitos:
 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
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SUJEITOS DO CRIME:
CONDUTA:
constituir - compor a organização, o grupo
criminoso;
organizar - encontrar a melhor maneira de agir;
integrar - fazer parte;
manter ou custear - sustentar, pagar o custo, não
apenas financeiramente, mas com o fornecimento
de materiais;
O bem jurídico tutelado é a paz pública.
ATIVO: Pode ser qualquer pessoa, trata-se de crime
coletivo, plurissubjetivo (ou de concurso necessário).
PASSIVO: é a coletividade.
organização paramilitar (são associações civis,
armadas e com estrutura semelhante à militar),
milícia particular (grupo de pessoas, civis ou não,
tendo como finalidade devolver a segurança retirada
das comunidades mais carentes, restaurando a paz,
para tanto utilizam-se de violência
e grave ameaça) grupo ou esquadrão ou grupo de
extermínio (reunião de pessoas, matadores,
justiceiros que atuam na ausência ou inércia do poder
público, tendo como finalidade a matança
generalizada, chacina de pessoas supostamente
rotuladas como marginais ou perigosas).
CRIMES EM ESPÉCIE
CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA
 
Art. 288-A - Constituir, organizar, integrar, manter ou custear
organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a
finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.
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CRIMES EM ESPÉCIE
Art. 288 do CP
Art. 2º da Lei
12.850/13
Art. 288-A do CP
Pena: reclusão de 1 a 3
anos
Pena: reclusão de 3 a
8 anos
Pena: reclusão, de 4
a 8 anos
Associarem-se 3
(três)
ou mais pessoas
Associação de 4
(quatro)
ou mais pessoas
Constituir
organização
paramilitar,
milícia particular ou
grupo
de extermínio
Para o fim específico
de cometer
crimes (dolosos, não
importando
o tipo ou a sua pena).
Prática de infrações
penais (inclui
contravenções)
cujas penas
máximas sejam
superiores a
4 (quatro) anos, ou
que sejam
de caráter
transnacional
Com a finalidade de
praticar
qualquer dos crimes
previstos
no Código Penal
Associação
criminosa
 
 
Organização
criminosa
 
 
 
Constituição de
milícia privada
 
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