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267 USO DA TERRA E MUDANÇA DO CLIMA O solo e as emissões As atividades ligadas aos usos da terra e à agricultura res- pondem por cerca de 32% das atuais emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do planeta. O desmatamento em áreas de florestas tropicais ocupa a posição de segunda maior fon- te emissora de GEE, com participação estimada que varia entre 18% e 25% das emissões mundiais. No Hemisfério Norte (bloco dos países industrializados), as emissões são, prioritariamente, originadas do setor energético, enquanto no Hemisfério Sul estão fortemente concentradas nas atividades de usos da terra, em especial no desmatamen- to de suas florestas. Esse fato reflete claramente as fortes diferenças nos es- tágios de desenvolvimento dos países que compõem os dois blocos. No Norte, a produção de riquezas é ba- seada no setor de serviço e produção de bens de maiores valores agregados. No Sul, o modelo de desenvolvimento recai sobre o uso dos seus recursos naturais. Vejamos, então, como estão os remanes- centes de florestas em todo o mundo. As florestas no mundo Os maiores reservatórios de biodiversidade do planeta es- tão imersos nas florestas ainda existentes. Estudos apontam Figura 6.8. A segunda maior fonte emissora de gases de efeito estufa, em áreas de florestas tro- picais, é o desmatamento. D ag m ar z im o va . h tt p :/ /w w w .s x c. h u / 268 que estas áreas abrigam pouco mais da metade de todas as espécies de animais e vegetais. As fl orestas se revestem de importância ainda maior na atu- alidade pelo fato de que atuam como centros absorvedores de carbono atmosférico – armazenando carbono na forma de sua biomassa viva, solos e brejos associados –, além de atuar fortemente no ciclo dos regimes de chuva. Por milhares de anos, o ser humano vem ocupando a maio- ria da superfície do planeta de uma forma que intervém pro- fundamente no equilíbrio dos ecossistemas terrestres. E o uso das fl orestas, principalmente pautado em sua destruição, é uma das principais formas de como o ser humano usa os recursos naturais para satisfazer suas necessidades, muitas vezes consideradas não-primordiais. O estoque fl orestal do planeta, na sua grande maioria, sofreu de algum modo uma transformação. Grandes áre- as foram e seguem sendo queimadas e preparadas para o plantio, ou deram espaço para a ampliação do pasto. Outra parte signifi cativa foi adaptada ao estilo de vida humano, dando lugar às cidades. A escalada de desmatamento, fruto da ação direta do ser humano, nos últimos 200 anos, é alarmante. Os registros de aumento na taxa de desmatamento se mostraram sig- nifi cativos, desde a consolidação do modelo capitalista industrial. A aceleração do desmatamento preocupa os am- bientalistas e gestores de todo o mundo, quer pela perda de biodiversidade, que tem custos irreparáveis, quer pelos riscos que esta ação impõe ao equilíbrio dos ciclos biogeo- químicos existentes no pla- neta e seus impactos, agora agravados pelos cenários das mudanças globais do clima. Mapas e gráficos que tra- tam do tema abordado nesta leitura podem ser acessa- dos em http://atlas.aaas. org/. Eles constam do Atlas of Population and Environment, publicado em 2000 pela AAAS.
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