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Impacto do Uso da Terra no Clima

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USO DA TERRA E MUDANÇA DO 
CLIMA
O solo e as emissões 
As atividades ligadas aos usos da terra e à agricultura res-
pondem por cerca de 32% das atuais emissões de Gases de 
Efeito Estufa (GEE) do planeta. O desmatamento em áreas 
de florestas tropicais ocupa a posição de segunda maior fon-
te emissora de GEE, com participação estimada que varia 
entre 18% e 25% das emissões mundiais.
No Hemisfério Norte (bloco dos países industrializados), as 
emissões são, prioritariamente, originadas do setor energético, 
enquanto no Hemisfério Sul estão fortemente concentradas 
nas atividades de usos da terra, em especial no desmatamen-
to de suas florestas. Esse fato reflete 
claramente as fortes diferenças nos es-
tágios de desenvolvimento dos países 
que compõem os dois blocos.
No Norte, a produção de riquezas é ba-
seada no setor de serviço e produção de 
bens de maiores valores agregados. No 
Sul, o modelo de desenvolvimento recai 
sobre o uso dos seus recursos naturais. 
Vejamos, então, como estão os remanes-
centes de florestas em todo o mundo.
As florestas no mundo
Os maiores reservatórios de biodiversidade do planeta es-
tão imersos nas florestas ainda existentes. Estudos apontam 
Figura 6.8. A segunda maior fonte emissora de 
gases de efeito estufa, em áreas de florestas tro-
picais, é o desmatamento.
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que estas áreas abrigam pouco mais da metade de todas as 
espécies de animais e vegetais.
As fl orestas se revestem de importância ainda maior na atu-
alidade pelo fato de que atuam como centros absorvedores 
de carbono atmosférico – armazenando carbono na forma 
de sua biomassa viva, solos e brejos associados –, além de 
atuar fortemente no ciclo dos regimes de chuva.
Por milhares de anos, o ser humano vem ocupando a maio-
ria da superfície do planeta de uma forma que intervém pro-
fundamente no equilíbrio dos ecossistemas terrestres. E o 
uso das fl orestas, principalmente pautado em sua destruição, 
é uma das principais formas de como o ser humano usa os 
recursos naturais para satisfazer suas necessidades, muitas 
vezes consideradas não-primordiais.
O estoque fl orestal do planeta, na sua grande maioria, 
sofreu de algum modo uma transformação. Grandes áre-
as foram e seguem sendo queimadas e preparadas para o 
plantio, ou deram espaço para a ampliação do pasto. Outra 
parte signifi cativa foi adaptada ao estilo de vida humano, 
dando lugar às cidades.
A escalada de desmatamento, fruto da ação direta do ser 
humano, nos últimos 200 anos, é alarmante. Os registros 
de aumento na taxa de desmatamento se mostraram sig-
nifi cativos, desde a consolidação do modelo capitalista 
industrial. A aceleração do desmatamento preocupa os am-
bientalistas e gestores de todo o mundo, quer pela perda 
de biodiversidade, que tem custos irreparáveis, quer pelos 
riscos que esta ação impõe ao 
equilíbrio dos ciclos biogeo-
químicos existentes no pla-
neta e seus impactos, agora 
agravados pelos cenários das 
mudanças globais do clima.
Mapas e gráficos que tra-
tam do tema abordado nesta 
leitura podem ser acessa-
dos em http://atlas.aaas.
org/. Eles constam do Atlas of 
Population and Environment, 
publicado em 2000 pela AAAS.

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