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Federalismo e Formas de Estado

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Publicação: no DOU, em dez dias da decisão. 
Obs.: decisão da Súmula não suspende processos em andamento, mas se ela a contrariar, 
cabe reclamação junto ao STF, após o prévio esgotamento das vias administrativas. Julgando 
procedente, o STF manda anular ato ou cassar decisão, mandando o Juiz proferir outra em 
conformidade com a Súmula. 
 
 
8. FEDERALISMO: 
 
 Conceito: é uma forma de Estado, baseada em um certo modo de distribuir e exercer o poder político 
numa sociedade, sobre um determinado território, que resulta da necessidade de preservar a diversidade de 
culturas ou da constatação das origens diferenciadas da história e das tradições políticas dos Estados-Membros, 
necessitando, portanto, de um estatuto que garanta a autonomia local. 
 
 Classificação das Formas de Estado: conforme Dirceo Tordecillas Ramos, há 4 diversas formas de 
Estado: 
 
 
• Estado Unitário/Simples: é aquele em que o poder central é exercido sobre todo o território sem as 
limitações impostas por outra fonte do poder. Como se pode notar, é a unicidade do poder, seja na 
estrutura, seja no exercício do mando, o que bem caracteriza esse tipo de Estado. A França e o Brasil 
de 1824 são os exemplos mais pertinentes. 
 
Darcy Azambuja disserta com clareza sobre o assunto: “O tipo puro do Estado Simples é aquele 
em que somente existe um Poder Legislativo, um Poder Executivo e um Poder Judiciário, 
todos centrais, com sede na Capital. Todas as autoridades executivas ou judiciárias que 
existem no território são delegações do Poder Central, tiram dele sua força; é ele que as 
nomeia e lhes fixa as atribuições. O Poder Legislativo de um Estado Simples é único, nenhum 
outro órgão existindo com atribuições de fazer leis nesta ou naquela parte do território”. 
Pelo fato de apresentar a centralização política, o Estado Unitário só tem uma fonte de Poder, o que 
não impede a descentralização administrativa (estado unitário descentralizado), visto que o Estado 
Unitário Simples é considerado pela doutrina como modelo ultrapassado. 
 
• Estado Unitário Descentralizado é aquele que possui uma descentralização política, dividindo-se 
em departamentos e comunas que gozam de relativa autonomia em relação aos serviços de seus 
interesses, tudo, porém como uma delegação do Poder Central e não como poder derivado ou de auto-
organização. Há a divisão do território do Estado em diversas regiões, ou em regiões e outras divisões 
territoriais menores, como departamentos ou províncias, comunas ou municipalidades e 
arrondissements ou regionais. A terminologia é diferenciada de país para país mas em geral 
encontramos quatro níveis administrativos. 
 
Havendo apenas a desconcentração, em cada divisão territorial haverá um representante do poder 
central, sendo que podem haver divisões territoriais, uma dentro da outra. 
Desta forma, o Estado nacional pode ser dividido em regiões, que, por sua vez, podem ser divididas 
em departamentos ou províncias, estes em comunas ou municipalidades, estas, de acordo com a 
dimensão, em regionais, distritos, arrondissementes ou qualquer outro nome que possa ser adotado 
para designar está última subdivisão. Entretanto, havendo apenas a desconcentração, em cada uma 
destas divisões para finalidades administrativas haverá um representante do poder central, que não 
poderá tomar nenhuma decisão autônoma, tendo a função de levar ao Poder central as questões que 
sejam de interesse das diversas esferas de divisão territorial, para a decisão final, permitindo, assim, 
que a decisão central possa ocorrer sobre bases de informações e verdadeiras reivindicações de cada 
divisão territorial, aproximando o Poder central da população. Entretanto, por outro lado, a criação de 
diversas esferas apenas desconcentradas, ou seja sem autonomia de decisão, sobrecarrega o poder 
central, criando uma imensa burocracia, o que torna a decisões lentas, tomadas fora do tempo 
adequado. 
 
• Estado Constitucionalmente Descentralizado ou Estado Regional é aquele em que a 
descentralização política está prevista na Constituição. As regiões não possuem poder constituinte 
próprio. São organizadas por lei nacional. Devido à acentuada autonomia que é dada às regiões, esta 
forma de Estado muitas vezes é confundida com o Estado Federal ou prevista constitucionalmente como 
tal. A Itália e a Espanha são exemplos de Estados que adotam o Estado Constitucionalmente 
Descentralizado como forma de Estado. A diferença básica entre o Estado Unitário descentralizado e 
o Estado Regional está no grau de descentralização ou no número de competências transferidas para 
as regiões, assim como quais tipos de competências são transferidas. Enquanto no primeiro só há 
transferência de competências administrativas, no Estado Regional, além destas, as regiões possuem 
crescentes competências legislativas ordinárias. 
 
No Estado regional, a descentralização ocorre de cima para baixo, sendo que o Poder central transfere,

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