Buscar

analise socio filosofica do trabalho docente e do curriculo,

Prévia do material em texto

A escola abrange diversas vertentes que colaboram para formação com excelência de alunos, sendo um espaço além de emancipatório ou libertador, é um cenário ideal de socialização que busca mudanças evolutivas. Sendo um ambiente social, tem um duplo currículo, o explicito e o formal, o oculto e informal. A prática do currículo é geralmente acentuada na vida dos alunos estando associada às mensagens de natureza afetiva e às atitudes e valores. O Currículo educativo representa a composição dos conhecimentos e valores que caracterizam um processo social. Ele é proposto pelo trabalho pedagógico nas escolas.
Nos dias atuais, o currículo passou a ser baseado nas construções sociais, sem perder a essência do foco cientifico, contudo, deve ser vinculado ao momento histórico em que vivemos, à determinada sociedade e às relações com o conhecimento. Nesse sentido, a educação e currículo são vistos intimamente envolvidos com o processo cultural, como construção de identidades locais e nacionais.
Contemporaneamente, emergiram diversas maneiras de se desenvolver o processo de ensino-aprendizagem, dentre elas está o currículo oculto, sendo este “o conjunto de atitudes, valores e comportamentos que não fazem parte explícita do currículo, mas que são implicitamente ensinados através das relações sociais, dos rituais, das práticas e da configuração espacial e temporal da escola”.
Ao imaginarmos o homem como sendo um componente histórico, reflete-se também em um currículo que atenderá, em épocas diferentes a interesses, em certo espaço e tempo histórico. Existe uma diferença conceitual entre currículo, que é o conjunto de ações pedagógicas e a matriz curricular, que é a lista de disciplinas e conteúdo do currículo, sendo este não imparcial, é social e culturalmente definido, reflete uma concepção de mundo, de sociedade e de educação, implica relações de poder, sendo o centro da ação educativa. A visão do currículo está associada ao conjunto de atividades intencionalmente desenvolvidas para o processo formativo.
O currículo caracteriza-se por ser um instrumento político que se vincula à ideologia, à estrutura social, à cultura e ao poder. O conteúdo da educação está diretamente vinculado a fatores culturais, sua essência e sua defesa, e currículo é a opção realizada dentro dessa cultura. As teorias críticas nos informam que a escola tem sido um lugar de subordinação e reprodução da cultura da classe dominante, das elites, da burguesia. Porém, com a pluralidade cultural, aparece o movimento de exigência dos grupos culturais dominados que lutam para ter suas raízes culturais reconhecidas e representadas na cultura nacional, pois por trás das nossas diferenças, há a mesma humanidade.
Existem diversas maneiras de composição curricular, mas os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) indicam que os modelos dominantes na escola brasileira, multidisciplinar e pluridisciplinar, marcados por uma forte fragmentação, devem ser substituídos, na medida do possível, por uma perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar.
No que concerne a elaboração de um currículo escolar, deve-se levar em consideração as vertentes caracterizadas pela: natureza do ser; a definição da natureza dos conhecimentos e o processo de conhecer; a natureza do bom e mau, incluindo o estético. As ciências evidenciam que não há desenvolvimento sustentado sem o capital social, gerador de inovação, de responsabilidade e de participação cívica. E que a escolarização é a condição fundamental de acesso à cultura, ao sentido crítico, à participação cívica, ao reconhecimento do belo, e ao respeito pelo outro.
Levando em consideração a questão organizacional curricular por meio legislatório, tem-se que o Sistema Federal, que são Instituições de educação superior e técnicas mantidas pela União e pela iniciativa privada, tem função de supervisionar e inspecionar as diversas instituições de educação superior particulares por meio do MEC.
Já o Sistema Estadual, que são instituições de ensino superior mantidas pelo poder público, instituições de ensino médio e fundamental mantidas pelo poder público e pela iniciativa privada e ensino técnico pelas duas esferas. Uma de suas principais funções é manter a organização do sistema de ensino supletivo e cursos livres que ocorrem fora da escola, abrange ainda funções normativas, deliberativas, consultivas e fiscalizadoras nas redes oficial e particular
Sistema Municipal, que são instituições de ensino médio, fundamental e infantil mantidas pelo poder público municipal e de educação infantil mantidas pela iniciativa privada, estes atuam no ensino fundamental e na pré-escola, ou seja, atendem a um público inicial, onde o processo falho, geram intercorrências no desenvolvimento posterior e primordial ao aluno. 
Criado pela lei 9.131/95, o CNE (Conselho Nacional de Educação) é composto pelas Câmara de Educação Básica e Câmara de Educação Superior. Com 12 membros cada uma, tem a incumbência de: subsidiar a elaboração e acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação; manifestar-se sobre questões que abranjam mais de um nível de ensino; assessorar MEC e deliberar sobre medidas de aperfeiçoamento do sistema de ensino; emitir parecer sobre assuntos da área de educação; manter intercâmbio com os sistemas dos estados e distrito federal; e elaborar seu regimento. Em síntese, o CNE tem por missão a busca democrática de alternativas e mecanismos institucionais que possibilitem, no âmbito de sua esfera de competência, assegurar a participação da sociedade no desenvolvimento, aprimoramento e consolidação da educação nacional de qualidade.
A escola exerce dois papeis de suma importância na sociedade, sendo eles a socialização e democratização do acesso ao conhecimento, além da promoção a construção moral e ética nos estudantes. Esses dois papéis compõem a formação de pessoas conscientes, críticas, engajadas e com potencial de transformação de si mesmas e da sociedade. Contudo, se não estiverem em consonância com os interesses de órgãos fiscalizadores e legisladores, o processo educacional tende a não ser funcional como se imagina. 
REFERENCIAS:
SILVA, T.T.da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo.
KRAWCZYK, N. Reflexão sobre alguns desafios do ensino médio no Brasil hoje.
BOURDIEU, P. Escritos de Educação “A Escola Conservadora: As desigualdades frente à escola e a cultura”.
SILVA, E. C. Teoria do capital humano e a relação educação e Capitalismo.
LIBÂNEO, J.C; OLIVEIRA, J.F.; TOSCHI, M.S. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 2012.

Continue navegando