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glorias-de-Maria-jovens-da-cruz-170

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abater e confundir a soberba do inimigo como declara S. Agostinho, ou quem
quer que seja o autor do Comentário do Gênesis.
Sobretudo um motivo levou o Eterno Pai a tornar ilesa do pecado de
Adão a esta sua Filha. Ei-lo:
4. A eleição dessa Virgem para Mãe de seu Filho unigênito
Assim fala S. Bernardo à Senhora: Antes de toda criatura fostes
destinada na mente de Deus para Mãe do Homem-Deus. Se não por outro
motivo, pois ao menos pela honra de seu Filho que é Deus, era necessário que o
Pai Eterno a criasse pura de toda mancha. Escreve S. Tomás: Devem ser santas e
limpas todas as coisas destinadas para Deus. Por isso Davi, ao traçar o plano do
templo de Jerusalém com a magnificência digna do Senhor, exclamou: Não se
prepara a morada para algum homem, mas para Deus (1Cr 29,1). Ora, o
soberano Criador havia destinado Maria para Mãe de seu próprio Filho. Não
devia, então, lhe adornar a alma com todas as mais belas prendas, tornando-a
digna habitação de um Deus? Afirma o Beato Dionísio Cartuxo: O divino artífice
do universo queria preparar para seu Filho uma digna habitação, e por isso ornou
a Maria com as mais encantadoras graças. Dessa verdade assegura-nos a própria
Igreja. Na oração depois da Salve-Rainha, atesta que Deus preparou o corpo e a
alma da Santíssima Virgem, para serem na terra digna habitação de seu
Unigênito.
Como é sabido, a primeira glória para os filhos é nascer de pais nobres.
“A glória dos filhos (são) os seus pais” (Pr 17,6).
Por isso, na sociedade menos mortifica passar por pobre e pouco
formado, do que ser tido por vil de nascença. Pois com sua indústria pode o pobre
enriquecer, e o ignorante fazer-se douto com seus estudos. Mas quem nasce vil,
dificilmente pode nobilitar-se, ainda que o consiga, está exposto a ver que lhe
atirem em rosto a baixeza de sua origem. Deus, entretanto, podia dar a seu Filho
uma Mãe nobilíssima e ilibada da culpa original. Como então admitir que lhe
tenha dado uma manchada pelo pecado? Como dar a Lúcifer o ensejo de
exprobrar ao Filho de Deus a vergonha de ter nascido de uma Mãe que outrora
fora escrava sua e inimiga de Deus? Não; o Senhor não lho permitiu. Proveu à
honra de seu Filho, fazendo com que Maria fosse sempre imaculada. Assim a fez
digna Mãe de tal Filho, como testemunha a Igreja Oriental.
Dom algum jamais concedido a alguma criatura, do qual não fosse
enriquecida também a Virgem. É este um axioma comum entre os teólogos.
Para confirmá-lo eis as palavras de S. Bernardo: O que a poucos mortais foi

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