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abater e confundir a soberba do inimigo como declara S. Agostinho, ou quem quer que seja o autor do Comentário do Gênesis. Sobretudo um motivo levou o Eterno Pai a tornar ilesa do pecado de Adão a esta sua Filha. Ei-lo: 4. A eleição dessa Virgem para Mãe de seu Filho unigênito Assim fala S. Bernardo à Senhora: Antes de toda criatura fostes destinada na mente de Deus para Mãe do Homem-Deus. Se não por outro motivo, pois ao menos pela honra de seu Filho que é Deus, era necessário que o Pai Eterno a criasse pura de toda mancha. Escreve S. Tomás: Devem ser santas e limpas todas as coisas destinadas para Deus. Por isso Davi, ao traçar o plano do templo de Jerusalém com a magnificência digna do Senhor, exclamou: Não se prepara a morada para algum homem, mas para Deus (1Cr 29,1). Ora, o soberano Criador havia destinado Maria para Mãe de seu próprio Filho. Não devia, então, lhe adornar a alma com todas as mais belas prendas, tornando-a digna habitação de um Deus? Afirma o Beato Dionísio Cartuxo: O divino artífice do universo queria preparar para seu Filho uma digna habitação, e por isso ornou a Maria com as mais encantadoras graças. Dessa verdade assegura-nos a própria Igreja. Na oração depois da Salve-Rainha, atesta que Deus preparou o corpo e a alma da Santíssima Virgem, para serem na terra digna habitação de seu Unigênito. Como é sabido, a primeira glória para os filhos é nascer de pais nobres. “A glória dos filhos (são) os seus pais” (Pr 17,6). Por isso, na sociedade menos mortifica passar por pobre e pouco formado, do que ser tido por vil de nascença. Pois com sua indústria pode o pobre enriquecer, e o ignorante fazer-se douto com seus estudos. Mas quem nasce vil, dificilmente pode nobilitar-se, ainda que o consiga, está exposto a ver que lhe atirem em rosto a baixeza de sua origem. Deus, entretanto, podia dar a seu Filho uma Mãe nobilíssima e ilibada da culpa original. Como então admitir que lhe tenha dado uma manchada pelo pecado? Como dar a Lúcifer o ensejo de exprobrar ao Filho de Deus a vergonha de ter nascido de uma Mãe que outrora fora escrava sua e inimiga de Deus? Não; o Senhor não lho permitiu. Proveu à honra de seu Filho, fazendo com que Maria fosse sempre imaculada. Assim a fez digna Mãe de tal Filho, como testemunha a Igreja Oriental. Dom algum jamais concedido a alguma criatura, do qual não fosse enriquecida também a Virgem. É este um axioma comum entre os teólogos. Para confirmá-lo eis as palavras de S. Bernardo: O que a poucos mortais foi
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