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A vida de Jesus do nascimento ao sermão do monte

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A Vida de Jesus
Do Nascimento ao Sermão do Monte
Leandro Lima
Sérgio Lima
Volume 1
Leandro Lim
a / Sérgio Lim
a 
 
 
A VIda de Jesus 
1
Continuando
bíblicos para Escola Dominical, ou grupos de 
estudos teológicos, apresentamos a Revista “A 
vida de Jesus”. Dois volumes para um ano de 
estudos, abordando toda a trajetória de Cristo, 
do nascimento à ascensão, passando pelos 
principais eventos da vida daquele que foi o 
maior de todos os seres humanos que já viveu, 
o qual, segundo a Bíblia, veio para nos salvar de 
nossos pecados. 
Um destaque, entre tantos, está justamente 
no paradoxo visto entre sua humilhação e sua 
glória. Aquele que nasceu de uma virgem pobre 
e desconhecida, foi posto num comedouro 
de animais, teve como suas primeiras visitas 
rudes pastores do campo, foi o mesmo a quem 
anjos anunciaram, diante de quem magos se 
prostraram e reis temeram. Ele veio para inverter 
todos os status da sociedade daqueles dias (e 
também dos atuais). Não nasceu em um palácio, 
não foi filho de príncipes reconhecidos, não andou 
entre os principais religiosos, antes preferiu a 
companhia de pescadores, de cobradores de 
impostos, e, não poucas vezes, de prostitutas e 
adúlteras regeneradas. Sua maior derrota foi sua 
grande vitória, seu trono foi sua cruz; no auge de 
sua simplicidade, humilhação e sofrimento, ele 
revelou sua glória, a glória do unigênito do Pai.
a série de estudos
Este E-Book é exclusivo para alunos do IRSP
Instituto Reformado de São Paulo
É proibido qualquer reprodução, cópia ou
compartilhamento, total ou parcial deste livro.
A Vida de Jesus
Do Nascimento ao Sermão do Monte
LEANDRO LIMA
SÉRGIO LIMA
© Leandro Lima \ Sérgio Lima
Projeto gráfico
Vanessa Sousa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)
L732c Lima, Leandro Antonio de, 1975-
 Lima, Sérgio Paulo de, 1970-
 A Vida de Jesus - Do Nascimento ao Sermão do Monte. -
 São Paulo : Agathos, 2014.
 v.1.
 
 
 ISBN: 978-85-99704-18-9
 
 
 1. CRISTIANISMO. 2. JESUS CRISTO. 3. NOVO TESTAMENTO. 4. A VIDA DE JESUS
 5. BÍBLIA - COMENTÁRIOS. 9. BÍBLIA - CITAÇÕES.
 ASPECTOS RELIGIOSOS. I.Título. 
PeR – BPE 12-002 CDU261
CDD 261.22
2014
Todos os direitos reservados e protegi-
dos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
Agathos Editora
(011)5521-4495
A vida de Jesus
Do Nascimento ao Sermão do Monte
LEANDRO LIMA
SÉRGIO LIMA
Volume 1
1ª Edição
2014
SUMÁRIO
Volume 1
1 JESUS CRISTO, O CENTRO 9
2 O ANUNCIADO 16
3 A CHEGADA IMINENTE DO MESSIAS 23
4 FILHOS NO VENTRE, CUMPRIMENTOS A CAMINHO 30
5 ELE ESTÁ ENTRE NÓS 37
6 GLÓRIA E MAJESTADE NA MANJEDOURA 44
7 NA CASA DO PAI 51
8 O MENINO MESTRE 58
9 A DIGNIDADE DO TESTEMUNHO 65
10 A TRINDADE NA CONSAGRAÇÃO DO MESSIAS 72
11 TENTAÇÃO: O TESTE INICIAL DO MINISTÉRIO 79
12 SALVAÇÃO - UM TESOURO PARA COMPARTILHAR 87
13 O PRIMEIRO MILAGRE - SINAL DE SUA AUTORIDADE 94
14 ZELO PELA CASA DE DEUS 101
15 ENSINO, PREGAÇÃO E “TERAPIA” 108
16 SERMÃO DO MONTE: LEI DO CORAÇÃO 115
17 A VERDADEIRA FELICIDADE 122
JESUS CRISTO O CENTRO 9
INTRODUÇÃO
Foi anunciado, mas ao chegar não foi 
reconhecido. Era esperado, mas causou 
imensa surpresa. Era ouvido, mas 
nem sempre compreendido. Causava 
preocupações, reconsiderações, temores, 
e ao mesmo tempo, esperança e alegria. 
“Quem dizeis que eu sou?”, perguntou 
certa vez. Simplesmente, o Filho do 
Deus vivo, disse Pedro. Sim! Deus se 
fez homem e habitou entre nós. Não é 
mais um fato corriqueiro da sofrida vida 
humana. É a plenitude dos tempos com 
o melhor presente. A régua, o prumo que 
mediria o mundo estava entre nós. A vida 
humana amaria a ele conformando-se à 
sua pessoa e obra, ou o odiaria com todas 
as suas forças. 
Ele é Jesus Cristo! Um impacto inigualável 
na história do mundo. Mais do que dividir 
o próprio tempo em antes e depois de 
Cristo, Jesus veio para estabelecer um 
tempo realmente novo. Uma nova era de 
acesso a Deus e comunhão com ele.
Os seus ensinos vieram das Escrituras 
existentes até o momento, foram vividos 
pelos que o acompanharam, o seu 
exemplo foi assimilado e as suas novas 
instruções foram registradas por seus 
discípulos. Um mestre em Israel, que 
abençoaria o mundo. Luz para os povos! 
Ele é o caminho, a verdade, a vida, a água, 
o pão, a porta, o pastor. Existe um pastor 
para as ovelhas perdidas da Casa de Israel! 
Não continuarão perdidas! As que lhe 
pertencem o ouvirão e o seguirão por fé.
I. O TEMPO DE DEUS (PLENITUDE)
Deus sempre amou ao mundo. Moisés 
registra que na criação, a cada novidade, 
a cada novo dia, Deus expressava sua 
satisfação com a frase: Tudo era bom! 
(Gn 1.10, 12, 18, 25).
A queda, porém, trouxe consigo uma 
dura pena ao homem. Expulso do jardim, 
JESUS CRISTO,
O CENTRO
Gálatas 4.1-7
1
10 A VIDA DE JESUS
o homem teria dificuldade em buscar ao 
Senhor, conviver com o seu semelhante e 
administrar a natureza. 
Quanto tempo isso duraria? Alguns 
milênios. Mas Deus sempre amou ao 
mundo, e nunca retrocedeu no seu 
propósito de redimir o homem do seus 
pecados. Haveria um dia em que a relação 
com Deus seria restaurada, a relação entre 
semelhantes seria uma possibilidade e 
a administração da natureza seria um 
propósito almejado por seus filhos.
O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas: 
“vindo, porém, a plenitude do tempo, 
Deus enviou seu Filho, nascido de 
mulher, nascido sob a lei, para resgatar 
os que estavam sob a lei, a fim de que 
recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 
4.4-5). Os antigos contavam o tempo 
como um recipiente onde iam gotejando 
os minutos, horas, dias, semanas, meses 
e anos. Na perspectiva do Apóstolo 
Paulo, era como se esse recipiente tivesse 
finalmente se enchido. Quando esse 
tempo se “encheu” Deus enviou seu 
Filho. Ele esperou o tempo do mundo, 
literalmente o “chronos” se encher. 
Todavia, Deus não esperou que o último 
grão de areia caísse no recipiente do 
tempo de braços cruzados, ele agiu 
efetivamente a fim de preparar o mundo 
para o nascimento de seu Filho.
Homens como tipificações do Messias 
foram conhecidos desde a antiguidade. 
Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué, 
Davi, e alguns outros, lembravam o 
povo acerca do Deus que tinham, e da 
sua relação com ele. A Lei determinava 
limites. Os profetas não se cansavam 
de propagar a centralidade de Deus. 
Os heróis da fé viveram e morreram na 
certeza de que Deus orquestrava um 
plano redentivo para o seu povo.
Deus preparou o mundo através dos 
séculos, para o nascimento de Jesus. 
Não poderia ser diferente, a maior e 
mais definitiva intervenção de Deus 
na história do mundo não poderia 
acontecer de qualquer jeito. Deus 
preparou cuidadosamente o mundo 
para o nascimento de seu Filho, a fim 
de que ele pudesse realizar a obra para a 
qual veio. No contexto da afirmação de 
Paulo aos Gálatas sobre a plenitude do 
tempo destaca-se o papel realizado pela 
Lei. Acima de tudo, essa foi a grande 
preparação de Deus nesse mundo. 
Séculos antes de enviar seu Filho, Deus 
enviou sua Lei. A Lei ajudou a preparar o 
mundo para que Jesus nascesse.
Portanto, a Plenitude dos Tempos se 
refere ao tempo quando Deus, em sua 
soberania, terminou os preparativos para 
executar o plano da Redenção. A Lei já 
havia cumprido seu propósito de mostrar 
ao homem seu estado de completa 
inaptidão para servir a Deus, e o próprio 
Deus já havia largamente indicado que a 
forma de salvação era pelo derramamento 
de sangue, conforme o sistema de 
sacrifício vigente no templo demonstrava. 
Além disso, sabe-se que Israel desejava 
ardentemente a vinda do Messias. Deus 
se incumbiu de deixar pistas no Antigo 
Testamento sobre a vinda de um homem 
que libertaria o povo e o levaria a uma era 
de paze prosperidade. Sem essa crença, 
a vinda de Jesus não teria tido o mesmo 
 
JESUS CRISTO O CENTRO 11
impacto.
O ato de enviar o seu filho foi a maior 
demonstração do amor de Deus. A conta 
era impagável, o preço era de sangue. Jesus 
derramou o seu sangue pelos homens. A 
cruz foi o local do martírio do filho de 
Deus e da redenção dos filhos de Deus.
II. O FILHO DE DEUS (REDENTOR)
No começo do seu ministério, foi 
considerado alguém muito inteligente, 
que despertava atenção por sua alta 
concentração nas coisas de Deus. Mas 
isso, outros também fizeram. Poderia ser 
mais um mestre em Israel, mesmo sem 
passar pela escola clássica? Sempre houve 
alguém sobre a terra que pregava, ensinava 
e testemunhava a respeito de Deus. No 
entanto, quando ele afirmou que era o 
Filho prometido de Deus, que fazia a obra 
do seu pai, e que era o salvador, dividiu as 
águas. Amar e odiar, seguir e perseguir, 
glorificar e profanar tornaram-se práticas 
antagônicas resultantes da interpretação 
de quem ele era. 
Não existe personagem mais debatido 
em toda a história do mundo do que 
Jesus, o carpinteiro de Nazaré. Ninguém 
é como Ele, amado ou odiado, adorado 
ou profanado. Uma coisa é certa, ele 
mexe com todos. O curioso é que, 
enquanto os mais eruditos e capacitados 
pesquisadores se calam ou falam demais 
perante o mistério de sua pessoa, pessoas 
simples têm a coragem de dizer que o 
conhecem e que ele é o Filho de Deus. 
Até aos dias de hoje repercute a questão 
que Jesus levantou para seus discípulos: 
“quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15).
A. O Filho eterno é a solução para o 
problema do mal
A iniquidade não tem limites. O homem 
em seu estado decaído pratica o mal, 
e se especializa em fazer sempre o 
que é errado porque o seu coração é 
desesperadamente corrupto. Somente 
uma intervenção externa poderia alterar 
uma essência terrivelmente dominada 
pelo pecado desde a queda. O estado 
espiritual do homem é degenerativo, 
autodestrutivo e contaminante. Não há 
nenhum ser humano saudável, nesse 
sentido (Rm 3.23).
Para a Escritura, não resta dúvida, Jesus 
é o Filho de Deus, o único possível 
interventor. Paulo diz: “na Plenitude dos 
tempos, Deus enviou seu Filho”. Como 
nenhum outro, Jesus recebe na Escritura 
o título de “Filho”. Ele veio a esse mundo 
porque foi enviado. Isso significa que 
veio com uma missão: resolver o estado 
caótico em que se encontra o mundo. 
Com a entrada do pecado, o mundo se 
tornou “território” de Satanás. O homem 
corrompido pelo pecado, destituído 
de qualquer capacidade de mudar sua 
situação, marcha para a autodestruição 
numa vida de separação de Deus. 
A vinda de Jesus é a grande intervenção 
de Deus na história a fim de recuperar o 
território perdido, e reconduzir o mundo 
ao propósito original. Paulo escreveu: 
“Digo, pois, que, durante o tempo em que 
o herdeiro é menor, em nada difere de 
escravo, posto que é ele senhor de tudo. 
Mas está sob tutores e curadores até ao 
tempo predeterminado pelo pai. Assim, 
12 A VIDA DE JESUS
também nós, quando éramos menores, 
estávamos servilmente sujeitos aos 
rudimentos do mundo” (Gl 4.1-3). Paulo 
está fazendo uma comparação do homem 
antes da vinda de Jesus com o filho 
herdeiro antes de assumir a herança: não 
são superiores a escravos. O que Paulo 
está dizendo é que antes da manifestação 
de Cristo, os homens eram escravos dos 
“rudimentos do mundo”. 
Comentando o texto de Gálatas, uma 
excelente interpretação da expressão 
“rudimentos do mundo” nos é dada 
por Hendriksen: “ensinos elementares 
acerca de regras e ordenanças, pelos 
quais, antes da vinda de Cristo, os 
indivíduos, tanto judeus como gentios, 
cada um à sua maneira, buscavam por 
seu próprio esforço alcançar, e segundo 
a disposição de sua própria natureza 
carnal, sua salvação”1. Ele é a solução para 
o problema do mal. Ele é o libertador 
dos escravos, que agora se tornam filhos, 
tendo sua condição alterada totalmente e 
definitivamente.
B. O Filho eterno se torna o menino de 
Belém
Existente antes da concepção, desde os 
primeiros marcos do mundo, estava com 
o Pai. A Glória era sua honra, o mundo 
fora criado para ele. O tempo cronológico, 
que não consegue dimensionar a sua 
existência, por lhe faltar recursos, o terá 
por trinta e três anos. Uma das coisas que 
essa expressão “Deus enviou seu Filho” 
representa é a própria pré-existência 
do Filho. Ele abriu mão da sua glória, e 
semelhante a um homem, se esvaziou, e 
servo se tornou, tornando-se obediente 
até a morte, e morte de cruz.
Pré-existente, enviado, nascido de 
mulher, filho de homem e filho de Deus, 
anunciador, professor, pastor, acusado, 
condenado, morto.
O tempo da vida de Jesus na terra 
representou o que houve de mais 
completo na existência. Nada do que 
aconteceu antes, mesmo quando 
os grandes impérios surgiram e 
desapareceram, mudou a monotonia do 
tempo como quando os pequenos grãos 
de areia caíram um a um até os tempos 
ficarem plenos. A vinda do Filho de 
Deus tornou aqueles dias plenos, como 
disse Pohl “os anos 1 a 30 foram, nesse 
sentido, tempo pleno, mais que cheio, 
porque alimentaram de sentido toda a 
história da revelação antes e depois deles 
e, assim, a história propriamente dita”2. O 
tempo que Jesus esteve aqui foi a grande 
intervenção de Deus na história. Aqueles 
dias tornam o resto da história cheia de 
sentido e expectativa.
Quando nasceu, o colocaram em uma 
manjedoura. Um recipiente de madeira, 
provavelmente. Da manjedoura em Belém 
para a cruz de madeira dos malditos em 
Jerusalém, este foi o seu percurso, do 
nascimento à morte. Mas a tão temida 
morte não o deteve, e o viu tornar-se o 
primogênito entre os homens. Deus o 
ressuscitou e o exaltou e lhe deu o nome 
que é sobre todo o nome tanto no céu 
quanto na terra. A glória e a eternidade 
são o seu destino.
1 William Hendriksen. 
Gálatas. São Paulo: 
Cultura Cristã, 1999, 
p. 228.
2 Adolf Pohl. Carta aos 
Gálatas. Curitiba: Editora 
Esperança, 1999. p. 143.
JESUS CRISTO O CENTRO 13
3 João Calvino. Gálatas. 
São Paulo: Editora 
Paracletos, 1998. p. 123 
(Com. Gl 4.4)
C. O Filho eterno se torna homem entre 
os homens.
Não era aparência de homem. Era 
homem mesmo, sujeito às fragilidades 
da raça humana. Menino, adolescente, 
jovem e adulto. Feliz, triste, cansado e 
animado. Jesus veio a esse mundo realizar 
a missão de salvar o homem tornando-
se ele próprio um homem. Também isso 
estava no plano de Deus. Paulo aponta 
para isso com a expressão “nascido de 
mulher”. Essa expressão por sua vez nos 
aponta para o maior mistério dessa vida. 
Por séculos os teólogos têm debatido em 
cima do mistério cristológico e não têm 
conseguido entender suficientemente a 
essência desse Deus que se fez homem. 
Essa porém, é a essência do cristianismo: 
Deus adentrou ao tempo e se fez um 
de nós. Ao vir para esse mundo, Jesus 
entrou pela porta comum pela qual todos 
entram, nascendo da mulher.
João Calvino diz que Jesus “se vestiu de 
nossa natureza”3. Isso é uma repercussão 
do autor do quarto evangelho que 
disse: “e o verbo se fez carne”. Tudo 
isso nos aponta para a real e específica 
encarnação de Cristo, o maior de todos 
os mistérios da teologia. Ele não apenas 
pareceu um homem, ele foi um homem 
de fato em todos os sentidos. Tanto 
sua divindade quanto sua humanidade 
eram absolutamente necessárias para a 
obra que precisava realizar. Era Deus e 
homem, pleno homem e pleno Deus. 
Duas naturezas em uma só pessoa. Deus e 
homem, sem confusão, sem mistura. Mas 
não duas pessoas num ser. Um só ser, uma 
só pessoa, duas naturezas perfeitamente 
unidas, para que o supremo propósito de 
Deus se cumprisse. Unir sem misturar a 
criatura ao seu criador.
D. O Filho eterno redime os filhos adotivos 
de Deus 
Qual é a principal missão do Filho Eterno? 
De acordo com Paulo a grande missão do 
Filho que veio na Plenitude dos tempos foi 
“resgatar os que estavam sob a lei, a fim de 
que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 
4.5). Ele expressa o benefício concedidode uma forma negativa: “resgate”, e outra 
positiva: “adoção”. O resgate da Lei dos 
rudimentos do mundo que escravizava 
o homem aconteceu porque “Cristo nos 
resgatou da maldição da lei, fazendo-
se ele próprio maldito em nosso lugar, 
porque está escrito: maldito todo aquele 
que for pendurado em madeiro” (Gl 
3.13). A maldição que Cristo assumiu foi 
o pagamento do resgate da tutela da lei. 
Ao mesmo tempo que fomos livrados 
da escravidão por esse ato de Cristo, 
também fomos elevados à categoria de 
filhos por adoção. Tanto o resgate de 
escravos como a adoção de filhos são 
aspectos legais comuns no tempo do 
Apóstolo Paulo. O que a adoção sugere 
é exatamente a maioridade do cristão, 
que em Jesus, deixa de ser escravo sob os 
rudimentos do mundo e passa a desfrutar 
da verdadeira liberdade do filho em todos 
os seus direitos.
Enviando Jesus ao mundo, Deus não só 
resgatou o homem da escravidão da lei e 
do mundo, elevou o homem a categoria 
de filho, como deu plena garantia disso 
enviando o Espírito Santo. Paulo diz: “E, 
porque vós sois filhos, enviou Deus ao 
nosso coração o Espírito de seu Filho, 
14 A VIDA DE JESUS
que clama: Aba, Pai! De sorte que já não 
és escravo, porém filho; e, sendo filho, 
também herdeiro por Deus” (Gl 4.6-7). 
A certidão de nascimento do filho de 
Deus é o Espírito Santo que habita seu 
interior e que clama: “Aba, Pai”, uma 
expressão íntima de um filho para seu pai. 
O Espírito Santo, também chamado por 
Paulo de “penhor da nossa herança” (Ef 
1.14) é a garantia de que somos herdeiros 
de Deus e que certamente receberemos 
essa herança.
CONCLUSÃO
Nunca houve e nem haverá outro como 
Jesus, o Cristo, que nasceu, viveu, 
morreu e ressuscitou no primeiro século. 
Impactou e dividiu a história. Colocou-
se no meio de dois testamentos, e gerou 
uma nova contagem cronológica para 
os calendários do mundo. Colocou-se 
no meio de dois mundos, o divino e o 
humano, e possibilitou a união desses 
dois lugares separados por causa do 
pecado.
Toda uma civilização foi construída sobre 
as bases do cristianismo. Os melhores 
conceitos de adoração a Deus, de amor 
ao próximo e de convivência pacífica com 
a existência se devem a Ele. A civilização 
ocidental, que tem estado na vanguarda 
do mundo desde o estabelecimento do 
cristianismo, deve sua própria origem 
ao cristianismo de Jesus. O mundo tem 
uma dívida impagável com o homem de 
Nazaré. 
Dá para imaginar um budismo sem Buda 
e até um islamismo sem Maomé, e muitas 
outras religiões também passariam 
bem sem seus fundadores, pois não 
dependem deles e sim dos ensinos deles. 
O cristianismo, porém, não existe sem 
Cristo. De fato, “seria mais fácil separar 
todos os raios de luz que atravessam o 
espaço e deles remover uma das cores 
primárias, do que retirar do mundo o 
caráter de Jesus”4. As vezes as pessoas se 
dizem cristãs porque fazem certas obras 
ou têm certos comportamentos, mas isso 
é um equívoco, ninguém é cristão por 
algo que faz e sim por sua postura em 
relação a Cristo. Não somos salvos pelos 
ensinos de Jesus somos salvos por Jesus. 
O Cristianismo é Jesus.
APLICAÇÃO
Jesus perguntou: Quem dizeis que eu sou 
(Mateus 16.13-20)? O que ele é para nós?
João escreveu que a vinda do Filho foi 
uma prova de amor de Deus por nós 
( João 3.16). Amamos por que ele nos 
amou primeiro? 
A vinda de Jesus na plenitude dos tempos 
impactou a existência ( João 1). Qual é o 
impacto da vinda de Jesus sobre sua vida?
4 E. H. Bancroft. Teologia 
Elementar. São Paulo: 
Editora Batista Regular, 
1966. p. 97
 15
Anotações
16 A VIDA DE JESUS
O ANUNCIADO
Mateus 1.1-17
2
INTRODUÇÃO
Houve um momento no jardim do Éden, 
um instante forense, em que o Senhor 
Deus estabeleceu um veredicto judicial 
sobre Adão, por conta da desobediência 
e anunciou suas consequências (Gn 
3.14,15). Entendemos que foi um 
instante crucial1, no melhor sentido da 
palavra. Parecia não haver solução para a 
situação do homem. E, de fato, o homem 
não solucionaria o seu problema por sua 
própria condição. Condenado, restava 
cumprir sua pena. Dali em diante, imerso 
no pecado, o homem apenas geraria os 
pecadores para sempre. Neste momento, 
o redentor foi anunciado pela primeira 
vez. 
Então, ele foi anunciado no jardim do 
Éden (Gn 3.14,15), e continuou a ser 
anunciado no monte Moriá quando 
Abraão sacrificaria o seu filho (Gn 
12.1-14), no cordeiro pascal quando 
os israelitas comemoraram a primeira 
páscoa (Ex 12.1-28), no Maná que caía 
do céu como pão (Ex 16.1-4), na água da 
rocha quando o povo andava pelo deserto 
(Nm 20.1-11), através dos profetas que 
sempre disseram que o redentor viria (Is 
11.1-6), e muitas outras vezes.
Na plenitude dos tempos, o sempre 
anunciado Messias viria...
I. O DIREITO DE JESUS AO TRONO 
DAVÍDICO
Do tronco de Jessé nasceria um renovo, 
um rebento... (Is 11.1). A casa davídica 
permaneceria para sempre. Mas como 
isso seria possível uma vez que o povo 
de Deus era frágil? Um povo assim entre 
tantos povos mais poderosos conseguiria 
tal feito? Sustentaria a propriedade? 
Protegeria as suas fronteiras? 
Em Mateus 1.1-17 vemos a linhagem 
do Messias sendo preservada. A palavra 
Cristo tem origem no termo hebraico 
mashiac, ou seja, Messias, que significa 
ungido. No Antigo Testamento usava-
1 Crucial vem de “cruz”.
O ANUNCIADO 17
se óleo para ungir alguém chamado 
por Deus para um ofício (1Sm 16.13), 
contudo, no tempo de Jesus, Messias 
trazia a conotação de Rei.
De onde viria o rei prometido? Os 
israelitas davam muita importância às 
genealogias porque para eles era uma 
questão vital. Quando o povo entrou 
em Canaã, a terra foi dividida entre as 
tribos, de maneira que era preciso saber 
exatamente a que ascendência uma 
determinada pessoa pertencia para saber 
qual pedaço de terra herdaria (Nm 26.34-
35).
Com certeza, a principal razão pela qual 
tanto Mateus quanto Lucas fizeram 
questão de colocar a genealogia de Jesus 
em seus Evangelhos foi para provar que 
Jesus era um legítimo descendente de 
Davi e, consequentemente, um herdeiro 
do Trono de Israel. A diferença básica 
entre os dois evangelistas é que Mateus 
segue a ascendência de José que era 
tido como pai de Jesus e Lucas segue a 
ascendência de Maria. Fosse por José, 
fosse por Maria, Jesus era igualmente 
descendente de Davi. Mateus, que escreve 
para os judeus, faz questão de demonstrar 
a genealogia de Jesus a partir de Abraão. 
Lucas, que escreve para gentios, vai mais 
atrás até o próprio Adão, originador de 
toda a raça humana.
A descendência davídica de Jesus Cristo 
era muito importante, pois Deus havia 
prometido a Davi que o descendente dele 
se assentaria no Trono de Israel (2Sm 
7.12-17). Em seu ministério, Jesus sofreu 
várias acusações sobre sua origem. O 
povo ignorava sua ascendência davídica. 
Era de domínio popular a informação de 
que o Messias nasceria em Belém e seria 
descendente de Davi ( Jo 7.41-42), e 
todos pensavam que Jesus era da Galileia. 
Os Evangelhos escritos corrigiram essa 
noção errônea (Mq 5.2).
Como afirma John MacArthur Jr. “é 
igualmente interessante e significante 
que desde a destruição do Templo em 70 
d.C. não existam genealogias que possam 
traçar a ascendência de algum judeu 
que vive nos dias de hoje. O significado 
primário deste fato é que, para aqueles 
judeus que esperam pelo Messias, sua 
linhagem até Davi nunca poderá ser 
estabelecida. Jesus Cristo é o último 
pretendente ao trono de Davi que pode 
ser verificado”2.
Todos os registros dos judeus que 
esperavam um sucessor de Davi 
apontaram para Cristo, e nunca mais 
houve registros que apontem para outro 
redentor. Ou é Cristo, ou nenhum. Este 
é o dilema judeu, negar os seus próprios 
registros e as suas próprias expectativas 
messiânicas, rasgando assim, milhares 
de anos de história, ou reconhecer Jesus 
como Messias.
II. OS HONRADOS PELO REGISTRO 
SAGRADO
Quando olhamos para a extensa lista de 
nomes descrita na genealogia de Jesus 
alguns são absolutamente estranhos 
para nós. E defato, alguns nomes 
somente aparecem aqui na Bíblia. Não 
temos qualquer informação adicional 
sobre eles, mas percebemos que Deus é 
suficientemente justo e misericordioso 
2 John F. MacArthur. 
Mathew - The MacAr-
thur New Testament 
Commentary. Chicago: 
Moody Press, 1983. 
Mt 1.1.
18 A VIDA DE JESUS
para não deixar ninguém esquecido.
A. Abraão e Davi
Precisaríamos muito tempo para falar 
desses dois homens de Deus, que estão 
entre os personagens bíblicos mais 
importantes de todos os tempos. O que 
eles têm em comum é a fé inabalável nas 
promessas de Deus. A ambos Deus fez 
promessas. Abraão foi chamado de Ur 
dos caldeus para ser uma bênção para 
todas as famílias da terra (Gn 12.1-3). 
Sua descendência seria numerosa como 
as estrelas do céu (Ex 32.13). Abraão é 
chamado pelo Novo Testamento de o “pai 
de todos os que creem” (Rm 4.11). Jesus 
é o descendente de Abraão que abençoa 
todas as famílias da terra e que torna a 
descendência de Abraão numerosa como 
as estrelas do céu ou como a areia do 
mar. De Davi, como já dissemos, Deus 
disse que seu descendente se assentaria 
para sempre no seu trono. Jesus é o 
descendente de Davi, o legítimo herdeiro 
de seu Trono.
B. As mulheres
Significativamente na ascendência de 
Jesus, citam-se várias mulheres. Mais do 
que a lógica, porque sem elas ninguém 
nasceria, há a intenção de honrar quem 
deve ser honrado. A começar por 
Maria, a mãe de Jesus. Maria era uma 
jovem e desconhecida mulher que foi 
agraciada por Deus para uma tarefa 
sem precedentes. Como Abraão e Davi, 
Maria também era pecadora e precisava 
de salvação. Por isso ela mesma disse: “o 
meu espírito se alegrou em Deus, meu 
salvador” (Lc 1.47). 
Mais quatro mulheres são citadas na 
lista: Tamar, Raabe, Rute e Bateseba 
(essa última não é citada pelo nome). As 
três primeiras têm algo em comum: são 
estrangeiras. E Bateseba, antes de Davi, 
era mulher de outro homem. 
Tamar era canaanita e nora de Judá. 
Sua história é contada em Gênesis 38. 
O marido de Tamar chamava-se Er. Ele 
morreu sem deixar filhos. No costume 
da época, o irmão mais moço deveria 
suscitar a descendência do irmão morto. 
Assim, Onã, irmão de Er se casou com 
Tamar, mas se recusou a engravidá-la, 
consciente de que o primeiro filho seria 
legalmente descendente de Er. Punido 
por Deus, Onã morreu. Judá prometeu a 
Tamar o filho caçula, mas não cumpriu a 
promessa. Um dia Tamar se disfarçou de 
prostituta e se deitou com o próprio Judá. 
Tendo engravidado, Judá ordenou que 
fosse morta, foi quando ela provou que 
estava grávida dele. Dessa ilícita união 
nasceram Perez e Zera. Perez entrou na 
linhagem do Messias. 
Raabe é a próxima citada na genealogia. 
Era estrangeira, habitante de Jericó e 
prostituta de profissão. Seu grande feito 
foi proteger dois israelitas enviados por 
Josué para espiar a terra ( Js 2.1-21). Por 
causa disso foi poupada quando Jericó 
foi destruída ( Js 6.22-25). Ela se tornou 
esposa de Salmom e mãe de Boaz, que foi 
avô de Davi.
Rute, a moabita, é a terceira mulher 
citada na lista. Foi a mulher que se 
casou com Boaz, e portanto, acabou 
sendo nora de Raabe. Mas, antes disso 
foi nora de Noemi, e permaneceu junto 
O ANUNCIADO 19
dessa, mesmo quando o marido, filho de 
Noemi, morreu. Voltou junto para Israel 
com Noemi, tendo aceitado o Senhor 
como seu Deus. Foi avó de Davi, o grande 
rei de Israel.
Bateseba é identificada na lista como a 
mãe de Salomão, e antes fora mulher de 
Urias. Davi cometeu adultério com ela, e a 
criança que resultou do adultério morreu. 
Salomão, entretanto, foi o sucessor de 
Davi no trono e continuou a linhagem 
messiânica (2 Sm. 11:1-27; 12:14, 24).
O que essas quatro mulheres têm em 
comum é que, aos olhos humanos, 
não seriam consideradas dignas, nem 
muito honradas. Entretanto, Deus 
as incluiu na linhagem de seu Filho. 
Isso nos mostra como Deus tem seus 
“caminhos secretos”, realiza o improvável 
e escolhe o inesperado. A graça de Deus 
é o que se destaca acima de tudo nessas 
escolhas. De fato Jesus veio buscar 
pecadores ao arrependimento (Mt 
9.13), pois pecadores foram tanto seus 
“descendentes” quanto seus ascendentes.
III. OS DIFERENTES PERÍODOS 
Ao todo Mateus lista três grupos de 
ancestrais de Jesus (Mt 1.17). O objetivo 
de Mateus ao dividir as gerações dessa 
forma é demonstrar que a graça de Deus 
esteve presente em três épocas bem 
distintas da nação.
A. O Tempo das Peregrinações
O tempo de Abraão até Davi incluiu o 
tempo dos Patriarcas, de Moisés, Josué e 
dos Juízes. Foi uma longa época em que 
o povo de Deus contemplou os grandes 
feitos do Senhor para libertação. Foi nesse 
tempo que o povo tomou conhecimento 
da Aliança, recebeu a Lei e conquistou a 
Terra Prometida.
De um homem, Deus fez para si um 
povo, que se multiplicou e se tornou 
uma genealogia, uma luz ascendente 
entre as nações, com registros históricos 
que confirmam a sua trajetória objetiva 
de chegar ao melhor lugar da terra. Isso 
aconteceu nos tempos de Josué, o povo, 
instalado no lugar escolhido, começou a 
sua organização política. Eles querem um 
rei... 
O povo de Deus necessita ter a mesma 
organização dos povos? Quais são as suas 
leis?
B. O Tempo da Monarquia
De Davi até a deportação para a Babilônia 
foi o período em que Israel se manteve 
organizado em forma de Reino. O povo 
quis um rei em semelhança das nações 
ao redor (1Sm 8.5). Foi um tempo de 
declínio e apostasia. 
Enquanto os reis se alternavam entre 
bons e maus, os profetas iniciaram uma 
atividade reformatória apontando para 
um rei acima dos reis. Deus era o rei 
dos reis. Ele sustentava a existência pela 
força do seu poder. Este período de 
aproximadamente quinhentos anos foi 
um tempo para conhecer a disciplina 
de Deus, embora a mais dura disciplina 
ainda estava por vir.
Apenas quatro reis se destacaram 
20 A VIDA DE JESUS
nesse período como defensores da 
verdade de Deus: Davi, um homem 
segundo o coração de Deus; Josafá, 
que compreendeu a necessidade de 
um rei sobre si; Ezequias que estreitou 
o relacionamento e foi abençoado por 
Deus, e Josias, que foi um dos mais jovens 
restauradores da ortodoxia perdida.
Era de reis que o povo necessitava? Ou 
de voltar-se para o supremo rei, com a 
instrução mais segura, e um cuidado 
garantido pela Graça? Ao mesmo tempo, 
levantando reis fiéis e tementes, Deus 
mostrou sua misericórdia e “adiou” 
por várias vezes a destruição de Judá e 
Jerusalém. Tudo isso fez parte do plano 
de trazer o Messias ao mundo.
 C. O Tempo do Cativeiro
As catorze gerações que viveram desde 
a deportação para Babilônia até Cristo 
experimentam a “Era das Trevas” de 
Israel. Durante todo esse período, Israel 
jamais deixou de ser escravo de potências 
estrangeiras.
Templo queimado, muros assolados, 
política danificada, famílias destruídas, 
sistema religioso avariado. Nações ímpias 
comandaram o seu destino, reis foram 
humilhados e o povo foi escravizado. Uma 
coisa permanece: o pacto da redenção 
através da linhagem messiânica. E mais 
do que nunca, o anseio pelo Messias 
perdura.
Durante esses três distintos períodos 
da história de Israel, Deus continuou 
agindo ininterruptamente a fim de 
trazer a salvação ao mundo. Apesar de 
toda apostasia e declínio, a linhagem 
santa prosseguiu através de heróis como 
Davi, ou desconhecidos como Azor. Nas 
palavras de MacArthur: “a genealogia de 
Jesus é um misto de glória e vergonha, 
heroísmo e desgraça, renovação e 
obscuridade. Israel levanta, cai, estagna 
e finalmente rejeita e crucifica o Messias 
que Deus enviou para eles. Mas Deus, em 
sua infinita graça, já enviou seu Messias 
através deles”3.
IV. O ÚLTIMO NOME
Como já vimos, muitos nomes citados 
na lista nos falam de histórias tristes, 
cheias de violência e atos pecaminosos. 
Encontramos defeitos em todos os 
nomes citados nessa lista. A Bíblia 
não é um livro parcial, ela faz questão 
de mostrar a realidade sem disfarçar 
os defeitos dos personagens como se 
fosse um filme de ficção. Homens como 
Abraão quementiu sobre sua mulher Sara 
(Gn 12.13), e em outra ocasião tomou a 
serva Agar como mulher para “apressar” 
a promessa de Deus (Gn 16.1-4). Ou 
Arão que construiu os bezerros de ouro 
fazendo Israel se desviar (Ex 32.1-4). Ou 
Davi que adulterou com Bateseba e foi 
responsável pela morte do marido dela 
(2Sm 11.1-27). Ou Salomão que deixou 
suas mulheres lhe perverterem o coração 
e caiu na idolatria (1Rs 11.3-4). Ou Acaz 
que foi um rei ímpio, que desviou o povo 
do caminho do Senhor e chegou até a 
queimar seu próprio filho em sacrifício 
segundo as abominações dos povos da 
terra (2Rs 16.1-4). Ou Manasses, que 
além das abominações de Acaz, chegou 
a colocar um poste-ídolo dentro do 
Templo do Senhor em Jerusalém (2Cr 
3 John F. MacArthur. 
Mathew - The MacAr-
thur New Testament 
Commentary. Chicago: 
Moody Press, 1983. Mt 
1.17. 
O ANUNCIADO 21
33.1-7). Todos esses figuram na lista e 
carregam histórias particulares de vitórias 
e derrotas. Mas, ao fim de todos esses 
nomes figura o nome do Senhor Jesus 
Cristo. 
Cristo é a salvação para seu povo não 
importa como esse povo vivia antes 
de conhecê-lo. Ao mesmo tempo, a 
pecaminosidade desses homens (e a 
nossa) tornou necessária a vinda do 
Senhor. Num sentido podemos dizer que 
Cristo termina uma lista e começa outra. 
Ele termina a lista dos pecadores da terra 
e inicia a dos pecadores regenerados e 
arrolados no céu.
CONCLUSÃO
Ao estudarmos a vida de Jesus, precisamos 
nos deter nos Evangelhos escritos 
(Mateus, Marcos, Lucas e João). Eles 
são nossa fonte. Neles nos deparamos 
com a pessoa impressionante de Jesus 
de Nazaré. Cada detalhe desses escritos 
sagrados é de máxima importância para 
nós. 
Nas genealogias do Oriente Próximo, as 
mulheres geralmente não eram contadas, 
mas na genealogia bíblica elas figuram 
como parte da história. As cinco contadas 
são: Tamar (Gn 38.6-30), Raabe ( Js 2), 
Rute (Dt 23.3-5), Bateseba (2Sm 11) e 
Maria (que cumpriu a promessa de Isaías 
7.14 e Gênesis 3.15, conforme Gálatas 
4.4).
Pessoas do ocidente não costumam 
dar muita importância a Genealogias. 
Por essa razão, achamos enfadonho ter 
que ler as extensas listas genealógicas 
do Antigo Testamento. Mas o Novo 
Testamento também começa com uma 
lista genealógica: A Genealogia do Filho 
de Deus como homem. Ela é de suprema 
importância, pois revela a soberania e a 
fidelidade de Deus.
Aqueles que costumam “pular” esse 
texto até encontrar algum assunto mais 
interessante, não fazem ideia do que 
estão perdendo ao deixar de considerar a 
Genealogia de Jesus Cristo. Se o Espírito 
Santo fez questão de que ela estivesse aí 
é porque faz sentido e é importante para 
nossa vida.
A genealogia, o nascimento, os primeiros 
dias, a infância de Jesus nos mostram que 
ele era o Messias aguardado. Desde cedo, 
Deus o conduziu para ser apresentado 
como o rei dos judeus e dos gentios para 
todo o sempre.
Ninguém pode ser tão pecador que se 
exclua do alcance da graça de Cristo. 
APLICAÇÃO
Anunciado no Éden, anunciado no 
Monte Moriá, anunciado no cordeiro 
Pascal, anunciado no Maná, anunciado na 
Rocha, anunciado na Serpente de Bronze, 
anunciado no templo. Anunciado.
O Antigo Testamento afirmou a vinda 
do justo servo do Senhor (Is 42.1-9), ele 
seria profeta como Moisés (Dt 18.18-19), 
ministro da ordem de Melquisedeque (Sl 
110.4), rei da linhagem de Davi (Is 55.1-
3). 
Por mais terríveis que sejam os nossos 
22 A VIDA DE JESUS
pecados, eles não fecham o céu para nós. 
Nossa vida de pecado acaba em Cristo. 
Após Cristo não há mais nomes a serem 
citados. Ele é o fim de tudo. É o nosso 
destino. Todos nós somos chamados pelo 
nome dele. Somos cristãos.
Anotações
CHEGADA IMINENTE DO MESSIAS 23
INTRODUÇÃO
Salvador, Cristo e Senhor. É assim que 
ele foi anunciado no Antigo Testamento. 
Assim ele foi descrito pelo anjo na 
noite do seu nascimento, mostrando 
que o Novo Testamento é apenas o 
cumprimento de todas as expectativas do 
Antigo Testamento. Desde o Éden Deus 
fez muitos anúncios sobre o nascimento 
de seu Filho (Gn 3.15). Por todo o 
Antigo Testamento existem profecias 
reveladoras do caráter e da missão do 
Messias. Porém, profecias ainda mais 
claras, nesse sentido, foram feitas pouco 
antes do nascimento de Jesus para Maria, 
através de Zacarias e aos pastores na noite 
do próprio nascimento. Viva o Rei! Uma 
virgem conceberá, uma manjedoura por 
trono, pastores como testemunhas, luz 
sobre as trevas, o maior acontecimento 
do mundo, enquanto o mundo... dorme.
I. ANÚNCIO A MARIA (LC 1.26-38)
O anjo Gabriel aparece na Bíblia muito 
antes desse acontecimento, ainda nos 
tempos de Daniel, quando foi enviado 
para dar resposta a uma oração do 
mesmo (Dn 8.16; 9.21). Ele também foi 
o responsável pelo anúncio à prima de 
Maria chamada Isabel, que igualmente 
teria um filho, o qual se chamaria João 
Batista. O anúncio para Maria, porém, 
sem dúvida foi a maior missão que aquele 
anjo já teve.
Quando Gabriel se apresentou, saudou-a 
chamando-a de “muito favorecida”, que 
também pode ser entendido como “cheia 
de graça”, não como fonte de graça para 
os outros, mas como beneficiária de 
uma graça especial, indicando o alto 
privilégio concedido a Maria de ser a 
geradora do Filho do próprio Deus, para 
o estabelecimento do governo de Deus 
sobre toda a terra. O anjo continuou 
falando para ela: “Maria, não temas; 
A CHEGADA IMINENTE
DO MESSIAS
Lucas 1.26-38; 1.67-79; 2.8-20
3
24 A VIDA DE JESUS
porque achaste graça diante de Deus. Eis 
que conceberás e darás à luz um filho, 
a quem chamarás pelo nome de Jesus” 
(Lc 1.28-29). Mateus nos diz que Jesus 
receberia esse nome porque de fato seria 
o salvador, conforme suas palavras: “ele 
salvará o seu povo dos pecados deles” 
(Mt 1.21). Isso nos leva a pensar que 
com certeza não foi um nome escolhido 
aleatoriamente. De fato, o nome de Jesus 
anunciado pelo anjo Gabriel enuncia 
claramente quem seria aquela criança. O 
nome “Jesus” significa “Yahweh salva”.
O anjo continuou: “Este será grande e 
será chamado Filho do Altíssimo; Deus, 
o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu 
pai; ele reinará para sempre sobre a casa 
de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc 
1.32-33). O Antigo Testamento anunciou 
que o Messias seria chamado de “Filho 
de Deus” e se assentaria no “Trono de 
Davi” (2Samuel 7.12-16 e Salmos 89.29). 
Aqui está a confirmação do próprio anjo 
identificando o menino que nasceria 
de Maria com o Messias prometido. 
Notamos também a promessa angelical 
de um reino sem fim sobre a casa de 
Jacó. Essa era uma promessa do Antigo 
Testamento que até o nascimento de 
Jesus ainda não havia se cumprido e nem 
se quer parecia ter chance de se cumprir, 
mas segundo o anjo, ela se cumpre 
integralmente na pessoa de Jesus.
Diante do anúncio do anjo, Maria tem 
uma dúvida: Como poderia ela, uma 
jovem não desposada, conceber um filho? 
Uma mulher casada poderia esperar 
um filho, mas alguém poderia gerar 
sem a inseminação de um pai humano? 
O anjo esclareceu: “Descerá sobre ti o 
Espírito Santo, e o poder do Altíssimo 
te envolverá com a sua sombra; por isso, 
também o ente santo que há de nascer 
será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). 
Jesus não nasceria pelo processo comum 
no qual todos os homens nascem, até 
porque ele não seria um homem comum. 
De alguma forma miraculosa, Maria 
conceberia do Espírito Santo, que a 
envolveria com poder e realizaria em seu 
ventre a fecundação e o nascimento de 
uma criança. Em termos semelhantes à 
ação divina primordial, quando o Espírito 
de Deus pairou sobre as águas e fez a vida 
surgir do nada na criação do mundo; ao 
descer sobre Maria, o Espírito criou um 
ser santo e sem pecado. Essa criança, esse 
“ente santo”, nas palavras de Gabriel, seria 
chamado com todo direito de o “Filho de 
Deus”.
A resposta de Maria demonstra o 
entendimento de que ela seria um vaso 
para a glória do Altíssimo. Estou aqui, 
disse ela, como serva, para que seja 
cumprida a vontade do soberano. Uma 
virgem daria a luz pelo poder do EspíritoSanto, este foi o anúncio de Gabriel a 
Maria, e ela fora escolhida para a missão. 
Esta era a vontade de Deus.
Em seguida Maria expressa gratidão 
dizendo que sua alma engrandecia ao 
Senhor, e o seu espírito se alegrava em 
Deus, o seu Salvador, pois a contemplou 
na sua humildade, e isso a tornaria bem-
aventurada, porque o Poderoso e Santo 
nome lhe fizera grandes coisas. Maria 
entende a intensidade da misericórdia 
de Deus que ultrapassou gerações, 
dispersando pensamentos soberbos, 
derrubando tronos de poderosos e 
CHEGADA IMINENTE DO MESSIAS 25
exaltando os humildes. Deus sustentara 
os famintos, amparando Israel a fim de 
lembrar-se da sua misericórdia a favor 
de Abraão e de sua descendência para 
sempre. Enfim, Deus estava cumprindo o 
que prometera. Maria entendeu isso (Lc 
1.46-55). 
II. ANÚNCIO A ZACARIAS (LC 1.67-79)
A expressão “Bendito seja” (eulogetos) 
ajuda-nos a entender o motivo da sua 
oração. É uma maneira comum para a 
época ao iniciar uma declaração de ação 
de graças (Sl 72.18; 124.6).
A expressão “Poderosa salvação” (Keras) 
é uma metáfora que se refere ao chifre 
de um animal como símbolo de força, 
indicando que a salvação seria um ato de 
intensa força de Deus. Uma alusão ao seu 
poder por honra às suas promessas.
Quando João Batista nasceu, seu 
pai Zacarias cheio do Espírito Santo 
profetizou a respeito da missão de João. 
Mas ao profetizar sobre João, Zacarias 
profetizou também sobre Jesus, a quem 
João precederia. Zacarias destaca a “visita” 
divina a seu povo que estava acontecendo. 
Ele diz: “Bendito seja o Senhor, Deus de 
Israel, porque visitou e redimiu o seu 
povo, e nos suscitou plena e poderosa 
salvação na casa de Davi, seu servo” 
(Lc 1.68-69). E mais adiante completa: 
“graças à entranhável misericórdia de 
nosso Deus, pela qual nos visitará o sol 
nascente das alturas” (Lc 1.78).
A. A misericórdia de Deus é a fonte da luz
Toda a ação redentiva de Deus está 
baseada na sua entranhável misericórdia. 
Essa visita é “graças a entranhável 
misericórdia de Deus” (v. 78) que não 
se conformou com o estado do nosso 
mundo e resolveu agir para mudar a nossa 
sorte. 
A expressão “entranhável” (splagchnon) 
vem da anatomia humana e significa 
“baço”. As entranhas para os antigos 
hebreus eram consideradas o centro 
dos sentimentos mais extremos. Para os 
hebreus significava a sede das afeições 
mais sensíveis, especialmente, bondade, 
benevolência e compaixão. Daí, nosso 
“coração” ser a sede da misericórdia, 
afetos, etc.
No mesmo padrão da libertação israelita 
do Egito, quando Deus diz: “Certamente, 
vi a aflição do meu povo, que está no 
Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos 
seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; 
por isso, desci a fim de livrá-lo” (Ex 3.7-
8), a vinda de Jesus é uma demonstração 
da misericórdia libertadora de Deus. 
Entranhável é uma misericórdia que vem 
das entranhas do ser de Deus.
A plenitude dos tempos seria o tempo 
da mais profunda misericórdia de Deus. 
Ele se movimentaria em graça na direção 
do seu povo para iluminar mentes e 
corações, fendas e caminhos. João Batista 
anunciaria esta luz.
B. Luz para o conhecimento
Zacarias descreve a vinda de Jesus igual 
ao nascimento do Sol (v. 78). Embora não 
fossem tempos para dimensionar detalhes 
acerca do astro que iluminava a vida na 
26 A VIDA DE JESUS
terra, o sol tinha um grande significado 
para eles. Havia um tipo de beneficência 
no sol que os afetava diretamente. Via-se 
na produção agrícola, na manutenção da 
vida, na luz que espantava a escuridão. 
E não existe figura mais impressionante 
do que o nascer do Sol. Os seus raios 
de luz o antecedem. Ele divide o tempo 
entre as trevas e a luz. Significa o fim da 
noite e o raiar de um novo dia. É tempo 
de esperança e de alegria, quando o 
choro passa (Sl 30.5). O nascimento 
de Jesus pôs fim a uma era e deu início 
a outra. A partir daí o mundo não seria 
mais dominado pelas trevas, pois o Sol 
da justiça tinha nascido. No Antigo 
Testamento somente o povo de Israel 
tinha conhecimento de Deus, enquanto 
que o resto do mundo vivia mergulhado 
nas trevas da ignorância e do pecado. 
A vinda de Jesus não é só para Israel, 
mas para o mundo todo. A partir de seu 
ministério, Jesus enviaria seus discípulos 
a todas as nações, pondo fim ao terrível 
período de escuridão que cobria os povos 
(Is 60.2). Finalmente a alegria da manhã 
seria conhecida (Sl 30.5)
C. Luz para o caminho
O nascimento de Jesus não só põe fim 
a uma era de trevas do mundo como 
significa luz individual para os homens. 
Ele veio para “alumiar os que jazem nas 
trevas e na sombra da morte, e dirigir 
os nossos pés pelo caminho da paz” (Lc 
1.79). “Jazer nas trevas” é uma figura da 
morte. A morte é para o mundo o fim 
da esperança. Essas trevas simbolizam 
o pecado que desgraça esse mundo. 
Jesus nasceu para trazer luz, ou seja, 
tirar o pecado do mundo ( Jo 1.29). Seu 
nascimento, sua vida, seu sacrifício, sua 
ressurreição derrotaram o pecado. Para 
todos aqueles a quem ele comprou essa 
liberdade há um caminho iluminado a ser 
percorrido.
III. ANÚNCIO AOS PASTORES (LC 2.8-
20)
Os próximos que receberam um anúncio 
do nascimento de Jesus foram os pastores. 
As tarefas do “pastor” (poimen) no 
Oriente Próximo eram: Ficar atento aos 
inimigos que tentavam atacar o rebanho, 
defender o rebanho dos agressores, curar 
a ovelha ferida e doente, achar e salvar a 
ovelha perdida ou presa em armadilha, 
cuidar do rebanho com todo o esforço e 
diligência e assim ganhar a confiança das 
ovelhas, de forma que elas ouviriam a sua 
voz e seriam conduzidas por ele.
Existem pessoas que parecem 
predestinadas a ver coisas excepcionais 
acontecerem. É uma questão de estar no 
lugar certo na hora certa. Mas o anjo não 
apareceu para eles aleatoriamente. Ele foi 
buscá-los.
A. Uma visita celestial
Era uma noite comum, como outra 
qualquer. Provavelmente uma fria 
noite de inverno. Um grupo de homens 
estava guardando ovelhas nos arredores 
de Jerusalém. Ali estava uma classe 
desprezada de homens, eram pastores. 
Eram desprezados porque seu trabalho 
os impedia de obedecer a lei cerimonial, e 
de participar das grandes festas judaicas. 
Eram considerados malfeitores, tidos 
como ladrões, e indignos de confiança. 
CHEGADA IMINENTE DO MESSIAS 27
Isso era tão significativo que a sua palavra 
não valia em um tribunal da época. 
A sua presença somente tinha valor 
para a ovelha. Não podiam imaginar 
o que estava acontecendo no mundo 
naquele exato instante, e nem que 
eles mesmos iriam receber uma visita 
muito especial ainda naquela noite. Eles 
podiam ser desprezados pelos homens, 
mas certamente não eram desprezados 
por Deus, eram privilegiados, eram 
escolhidos. 
Aqueles cuja palavra era desprezada 
e desvalorizada foram os primeiros 
anunciadores em Belém (Lc 1.20). Isto 
não é impressionante?
B. A mensagem celestial
A mensagem do anjo foi a seguinte: “hoje 
vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, 
que é Cristo, o Senhor”. 
Para o mundo os acontecimentos daquela 
noite eram um segredo. Em todas as casas 
as pessoas dormiam sem se dar conta 
do que estava acontecendo. É curioso 
que o maior acontecimento de todos os 
tempos aconteceu de forma humilde, e, 
até poderíamos dizer, particular. O único 
sinal diferente foi a estrela que trouxe 
os magos. E os únicos que receberam 
o anúncio foram aqueles humildes 
pastores. O mundo que sempre está ávido 
por espetáculos, na maioria das vezes, 
perde os principais acontecimentos. Os 
anjos sabiam da grandiosidade daquele 
evento. Parece até que os companheiros 
do anjo que anunciou não se aguentaram 
e vieram juntos contar a história (v. 13-
14). O anjo disse: “hoje vos nasceu”. 
Hoje é o dia em que a história do mundo 
será mudada. O mundo jamais seria o 
mesmo depois daquela noite. Entretanto, 
a particularidade daquela noite já havia 
sido anunciada pelo anjo. Ele disse “hoje 
vos nasceu”. O nascimento de Jesus é 
realmente especial para poucos, apenas 
para aqueles que foramescolhidos para 
entender e serem abençoados por esse 
nascimento.
O anjo deu três nomes para o menino 
que havia nascido: Salvador, Cristo 
e Senhor. Esses nomes nos falam da 
natureza, do caráter e do poder da vida de 
Jesus. O primeiro é Salvador. Jesus veio a 
esse mundo com uma tarefa específica: 
salvar o seu povo dos pecados deles. 
Cristo literalmente significa ungido. A 
unção nos fala de alguém que é separado 
para alguma função especifica. Jesus, 
desde o nascimento, e na verdade, antes 
da fundação do mundo, já havia sido 
designado para a tarefa de morrer pelos 
pecados (Ap 13.8). O título Senhor nos 
fala que a Criança que havia nascido 
não era uma simples criança. Senhor é o 
termo usado no Antigo Testamento para 
o próprio Deus. Senhor nos fala do poder, 
e da Soberania de Jesus.
C. A reação dos pastores
Eles foram até Belém e encontraram a 
criança deitada na manjedoura. E o texto 
enfatiza: “e vendo-o, divulgaram o que se 
lhes havia dito a respeito deste menino” 
(v. 17). Eles se sentiram obrigados 
a testemunhar de sua maravilhosa 
experiência, conforme todos os 
acontecimentos daquela noite. Imagine 
uma pessoa falando de sua experiência 
28 A VIDA DE JESUS
com anjos! Não seria considerado meio 
maluco? Sim, mas tal era a certeza, a 
convicção da veracidade do que eles 
haviam visto e ouvido que eles não se 
preocupavam com o que os outros iriam 
pensar. Importava-lhes testemunhar. 
Grande efeito causou o testemunho 
daqueles pastores na vida de muitas 
pessoas. Lucas nos diz que todos os que 
ouviam aquilo ficavam maravilhados, 
mas foi Maria quem teve a melhor 
atitude, Maria guardava tudo aquilo em 
seu coração (v.19).
Achar o menino Jesus deitado numa 
manjedoura, num casebre, em pobreza 
extrema não foi motivo de tropeço para 
aqueles homens. O coração deles se 
encheu de gozo e alegria, se sentiam 
privilegiados por tudo o que tinham visto e 
ouvido, e o louvor fluiu espontaneamente 
de seus lábios. Temos muito a aprender 
com esses homens. Temos que aprender 
com sua simplicidade e fé. Precisamos 
aprender a sermos melhores testemunhas 
e melhores adoradores.
CONCLUSÃO
Enquanto um anjo desce até onde os 
pastores se encontram, com a Glória 
do Senhor iluminando a noite escura, 
levando-os a um grande temor; enquanto 
o anjo afirma que em Belém nasceu o 
Salvador, Cristo e Senhor; enquanto os 
anjos em coro celebram dizendo: “Glória 
a Deus nas maiores alturas, e paz na terra 
entre os homens, a quem ele quer bem”, o 
mundo dorme.
Podemos concluir que o nascimento de 
Jesus, o maior acontecimento de todos os 
tempos não foi muito concorrido. Deus 
anunciou o nascimento de seu Filho, 
mas o mundo não estava muito disposto 
a ouvir. O mundo continua dormindo. 
Poucos naquela noite ouviram o cântico 
dos anjos. E poucos estão ouvindo agora, 
mas eles cantam. Eles adoram a Deus 
por sua misericórdia e graça para com os 
homens.
Enquanto o mundo descansa em berço 
esplêndido (ou pouco esplêndido), é dito 
para nós que o salvador dos humildes está 
aqui (Mt 11.25-27), que Deus escolheu 
os simples (1Co 1.26-29), que Cristo 
nasceu para nos libertar (Gl 4.4-5), que 
o Senhor sabe quando o seu povo precisa 
de livramento (Ex 3.1-22), e que o Pai 
enviou seu Filho para salvar os perdidos 
(1Jo 4.9-14).
O que fazemos enquanto Deus executa as 
suas obras? Dormimos?
APLICAÇÃO
Mais uma vez devemos agradecer a Deus 
por sua provisão para seu povo. Louvar a 
Deus pela disposição de Jesus em tomar 
sobre si a dura tarefa de redimir o povo 
de Deus. Nossa fé pode ser novamente 
renovada nesse Deus que sempre cumpre 
suas promessas, e trabalha para aqueles 
que esperam nele (Is 64.4).
Enquanto Deus continua a fazer obras 
maravilhosas, o que fazemos? Quais os 
pensamentos que ocupam nossa mente? 
Quais os objetivos do nosso coração? 
Quais propósitos norteiam nossa vida 
espiritual?
CHEGADA IMINENTE DO MESSIAS 29
Disse o profeta: “Porque um menino nos 
nasceu, um filho se nos deu; o governo 
está sobre os seus ombros; e o seu nome 
será: Maravilhoso conselheiro, Deus 
forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz”. 
(Is 9.6)
Anotações
30 A VIDA DE JESUS
INTRODUÇÃO
Muitas coisas que acontecem nessa vida 
parecem simples e corriqueiras, mas 
muitas vezes têm implicações eternas. 
Encontros aparentemente casuais se 
revestem de solenidade ímpar, quando 
decisões importantes são tomadas a partir 
deles. Outras vezes nem é preciso tomar 
essa ou aquela decisão, mas o simples 
encontro já torna tudo novo.
Um certo dia, duas mulheres grávidas 
se encontraram em algum lugar simples 
no interior da Judeia. Seria um encontro 
comum, não fosse o momento crucial que 
o mundo vivia e a identidade das crianças 
que estavam em seus ventres: Jesus e João 
Batista. Aquele foi definitivamente um 
encontro de gigantes.
Um seria o rei, outro seria o seu profeta 
e precursor deste rei. O precursor seria 
o maior homem que já viveu. O rei, o 
próprio Deus na terra. Na cena relatada 
no texto deste estudo, de algum modo 
maravilhoso, vemos esses dois antes de 
nascerem, e isso faz com que aprendamos 
muito a respeito deles.
I. VIDA NO VENTRE
O Evangelista Lucas narra o 
impressionante encontro de Jesus e João 
Batista quando ainda estavam no ventre 
de suas mães. Tendo Maria engravidado 
através do Espírito Santo, apressadamente 
se dirigiu até a casa de sua parente Isabel, a 
fim de compartilhar com ela, que também 
estava grávida, as bênçãos recebidas de 
Deus.
Pelo contexto, entendemos que Maria 
partiu imediatamente. Isabel estava 
grávida havia seis meses (v. 36), e Maria 
ficou na casa da parente por três meses (v. 
56), possivelmente retornando para casa 
antes dos nove meses de Isabel. 
Aquela família estava sendo alvo de 
grandiosas manifestações e promessas 
FILHOS NO VENTRE, 
CUMPRIMENTOS
A CAMINHO
Lucas 1.39-56 
4
FILHOS NO VENTRE, CUMPRIMENTOS A CAMINHO 31
inefáveis. O anjo Gabriel havia se 
apresentado a Zacarias, esposo de Isabel, 
e lhe anunciado que apesar da idade 
avançada e do fato de não terem filhos, 
Deus lhes agraciaria com o nascimento 
de um menino, que receberia o nome 
de João. Esse menino seria “cheio do 
Espírito Santo, já do ventre materno” 
(Lc 1.15). Sua função seria anteceder o 
Senhor, preparando o caminho para a 
manifestação de Jesus. Seis meses depois, 
Gabriel se dirigiu a Maria na cidade de 
Nazaré e lhe anunciou o nascimento 
de Jesus que seria chamado “Filho do 
Altíssimo”, o qual se assentaria no Trono 
de Davi e reinaria para sempre sobre a 
casa de Jacó (Lc 1.31-33). Realmente não 
é todo dia que se ouve promessas assim.
O encontro daqueles dois bebês notáveis, 
que sacudiriam a Judeia dentro de alguns 
anos, aconteceu de forma simples em 
algum lugar não identificado da região 
montanhosa da Judeia. Quando Maria 
entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel, 
a criança no ventre de Isabel estremeceu, 
e ela ficou cheia do Espírito Santo (Lc 
1.40-41). 
O termo “estremeceu” pode ser traduzido 
por “salto”, o que implica um movimento 
objetivo, reativo a um fato. Não era para 
menos, aquele a quem ele anunciaria 
enquanto vivesse, aquele que seria o seu 
Senhor, aquele que mudaria o mundo, 
estava ali, à distancia de um ventre. Assim, 
um pulo de alegria no ventre, produzido 
pelo Espírito Santo, também fez Isabel 
entender que a mãe do seu Senhor a 
visitava.
Isabel disse a Maria, sobre aquele 
acontecimento: “logo que me chegou aos 
ouvidos a voz da tua saudação, a criança 
estremeceu de alegria dentro de mim” (Lc 
1.44). É comum que bebês se movam no 
ventre de suas mães. Mas aquele não era 
um mover comum. De alguma maneira, 
João, no ventre de sua mãe, reconheceu a 
pessoa daquele a quem fora enviado para 
anteceder. Sendo cheio do Espírito Santo 
desde o ventre materno, esse mesmo 
Espírito fez com que a criança se movesse 
de alegria ao reconhecer o Senhor, a quem 
dedicaria toda a sua vida. A partir daquele 
momento, João se movimentaria apenas 
em resposta ao comando do mestre. 
Todas as suas ações, toda asua vida, foi 
para glorificá-lo.
João nunca pretendeu se comparar 
a Jesus. Apesar de muitos pensarem 
que ele pudesse ser o Messias, em sua 
humildade, desde o início reconheceu: 
“Eu, na verdade, vos batizo com água, 
mas vem o que é mais poderoso do que 
eu, do qual não sou digno de desatar-lhe 
as correias das sandálias; ele vos batizará 
com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 
3.16). João foi o grande anunciador de 
Jesus. Ele realmente preparou o caminho 
para a manifestação do Cristo. Ele disse 
de Jesus: “É este a favor de quem eu 
disse: após mim vem um varão que tem a 
primazia, porque já existia antes de mim” 
( Jo 1.30). Essa alegria na pessoa de Jesus 
foi marca de toda a sua vida. Quando seus 
discípulos vieram lhe informar que Jesus 
também estava batizando, João disse: “O 
homem não pode receber coisa alguma 
se do céu não lhe for dada. Vós mesmos 
sois testemunhas de que vos disse: eu não 
sou o Cristo, mas fui enviado como seu 
precursor. O que tem a noiva é o noivo; 
32 A VIDA DE JESUS
o amigo do noivo que está presente e o 
ouve muito se regozija por causa da voz 
do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu 
em mim. Convém que ele cresça e que eu 
diminua” ( Jo 3.27-30).
II. GRAÇA DE DEUS QUE GERA VIDA
Ao ouvir a saudação de Maria, Isabel cheia 
do Espírito Santo exclamou: “Bendita és 
tu entre as mulheres, e bendito o fruto 
do teu ventre! E de onde me provém que 
me venha visitar a mãe do meu Senhor?” 
(Lc 1.42-43). A despeito de que parte 
dos cristãos até hoje use essas palavras 
de Isabel numa oração à Maria, recheada 
de idolatria, essa certamente não foi a 
intenção dela e muito menos do Espírito 
Santo. Era um simples reconhecimento 
do quanto Maria fora agraciada pelo 
Senhor ao ser escolhida para carregar o 
Filho de Deus. Maria não era geradora 
de graça ou de bênção, mas objeto da 
graça e da bênção de Deus. Ela se tornou 
bendita porque carregava em seu ventre 
aquele que é bendito por excelência. Sua 
bênção era derivada do ente bendito que 
carregava em seu ventre.
A noção atual de que ela foi concebida 
sem pecado (Imaculada Conceição) e que 
seja Co-Redentora e Co-Mediadora com 
Cristo é algo totalmente anti-bíblico e que 
não existia na Igreja primitiva. Essas ideias 
heréticas foram introduzidas na igreja ao 
longo dos séculos quando mitos pagãos 
originados ainda na antiga Babilônia pelas 
religiões de mistério foram se acomodando 
dentro do cristianismo. Essas ideias se 
reportam ao tempo da torre de Babel, 
quando Semíramis, a esposa de Ninrode, 
tornou-se a primeira sacerdotisa idólatra. 
Semíramis foi cultuada em várias nações 
sob nomes diferentes, como Astarote, 
Isis, Afrodite, Vênus e Ishtar. Os hebreus 
que frequentemente caíam na idolatria 
a chamavam de “Rainha dos céus” ( Jr 
44.17-19). Tamuz, o filho de Semíramis, 
que segundo a lenda foi concebido por 
um raio do Sol, foi conhecido como 
Baal, Eros e Cupido no mundo antigo. 
Os israelitas também se inclinavam a 
Tamuz em seus tempos de rebeldia (Ez 
8.13-14). Inclusive acreditava-se que 
ele havia ressurgido dos mortos após 40 
dias de jejum por parte de sua mãe. Essa 
é a origem do culto da mãe de Deus, da 
Rainha dos Céus. Durante a Idade Média, 
quando os pagãos foram forçadamente 
convertidos a religião cristã, essas crenças 
se infiltraram na Igreja. Dessa forma as 
deusas do paganismo foram adoradas sob 
o nome de Maria. 
À parte disso tudo, Maria deve ser honrada 
pela graça que recebeu de Deus. Porém, 
ela é receptora de graça e não geradora 
dela.
III. VIDA QUE LOUVA AO SEU SENHOR
A canção de louvor de Maria tem certa 
semelhança com outra canção, de outra 
mãe, que antes de João, profetizou a 
respeito da vinda de um profeta. São as 
belas palavras de Ana (1Sm 2.1-10).
Ambos os cânticos jubilam ao Senhor 
pelos seus feitos, exaltam a singularidade 
e a santidade do Senhor, condenam a 
arrogância dos orgulhosos, revelam que o 
Senhor interfere nos destinos humanos, e 
ambos lembram que o Senhor cuida dos 
seus filhos.
FILHOS NO VENTRE, CUMPRIMENTOS A CAMINHO 33
Todo o entendimento da própria Maria 
sobre sua situação e sobre a graça de 
Deus está descrito em seu cântico que foi 
proferido após as palavras de Isabel. Esse 
cântico ficou historicamente conhecido 
como o Magnificat de Maria por causa da 
primeira palavra que aparece na tradução 
latina do cântico. 
Podemos ver no cântico de Maria três 
ênfases distintas.
A. Graça Pessoal
A primeira ênfase do cântico de Maria é 
de exaltação pela graça divina da qual ela 
própria foi objeto. Ela diz: “A minha alma 
engrandece ao Senhor, e o meu espírito se 
alegrou em Deus, meu Salvador, porque 
contemplou na humildade da sua serva. 
Pois, desde agora, todas as gerações me 
considerarão bem-aventurada, porque 
o Poderoso me fez grandes coisas” (Lc 
1.46-49). Ela engrandece (tradução 
literal “continua engrandecendo) num ato 
contínuo por algo que Deus fez em sua 
vida. 
O que Deus fez ela descreve como o 
momento em que se “alegrou em Deus”, 
denotando uma ocasião específica 
no passado, sem dúvida se referindo 
ao anúncio do anjo e a concepção 
sobrenatural. Aquilo foi um momento 
de grande alegria. Consequentemente 
ela chama Deus de “meu Salvador”, que 
interveio na situação humilde dela como 
serva e fez grandes coisas. Essa ação divina 
em sua vida não só garante sua salvação 
pessoal como seu estado perpétuo de 
“bem-aventurada”. O que não pode ser 
esquecido é que a fonte de toda essa 
alegria e bem-aventurança é a criança que 
ela carregava em seu ventre.
Assim, começando pela exaltação do ser 
de Deus, o cântico logo nos mostra o 
real sentimento de adoradora. O termo 
“engrandece”, também corresponde a 
“proclama as grandezas”. “Minha alma” 
não deve ser entendida como a parte 
espiritual da pessoa, mas tem o sentido 
de todo o ser de Maria. Não é um ato 
ritualístico, mas algo profundo, com todo 
o seu ser. O cântico traz o sentido de 
uma pessoa totalmente entregue a Deus, 
quebrantada diante dele, agradecida desde 
a sua alma. Portanto, o primeiro cântico de 
louvor do Novo Testamento nos mostra 
o sentimento do adorador. Não é uma 
explosão desconexa de sentimentos, mas 
um profundo reconhecimento de quem 
é Deus e do que está fazendo naquele 
momento. É um momento de reflexão e 
contrição. A verdadeira adoração parte de 
um coração rendido e absorto em Deus. 
Não há proeminência humana, mas uma 
glorificação a Deus. Por isso, o Magnificat 
não é um cântico de superioridade, mas 
de claro reconhecimento de humildade, 
diante do Senhor que atentou para a 
“pequenez de sua serva”. Maria recebeu 
graça do Poderoso de Israel. Ele “atentou”. 
É correto dizer que nossos cânticos 
devem expressar nossa fé e nossos 
sentimentos, mas devem deixar claro 
que tudo que recebemos de Deus é por 
generosidade dele e não mérito nosso. 
Determinar? Declarar? Reivindicar? Com 
que autoridade, uma vez que devemos a 
ele até mesmo nossas vidas?! Cânticos, 
primeiramente, deveriam magnificar ao 
Senhor por ele ter aceitado a nós como 
filhos. Maria deu esse exemplo.
34 A VIDA DE JESUS
B. Graça para os humildes
Na sequência, o cântico fala dos que 
temem a Deus, e diz que ele operou 
contra os soberbos e poderosos, elevou os 
mais fracos e humildes, saciou os famintos 
e disciplinou os ricos. Não é um cântico 
que apenas expressa gratidão pelo que 
lhe aconteceu. É um cântico que não 
olha apenas para si, mas inclui os demais. 
Louvamos a Deus pela sua bondade para 
conosco, mas devemos reconhecer sua 
bondade para com os demais. Embora 
Maria parta de sua experiência muito 
particular, sua gravidez pelo Espírito 
Santo, seu louvor inclui os demais. Mesmo 
no momento mais pessoal ela lembra que 
Deus é misericordioso para com todos 
os fiéis e carentes. Cânticos e culto não 
podem resvalar para um particularismo. 
Há uma mensagem para todos e não 
apenas para o adorador em particular. Em 
nossa gratidão lembremos dos irmãos. 
Deus não é propriedade de um adorador 
em particular, mas é o Senhor de todos os 
quecreem em Jesus. 
Conclui-se que o seu cântico é de louvor 
pela atitude divina em privilegiar os pobres 
em lugar dos ricos: “Santo é o seu nome. A 
sua misericórdia vai de geração em geração 
sobre os que o temem. Agiu com o seu 
braço valorosamente; dispersou os que, 
no coração, alimentavam pensamentos 
soberbos. Derribou do seu trono os 
poderosos e exaltou os humildes. Encheu 
de bens os famintos e despediu vazios 
os ricos” (Lc 1.49-53). Nessa seção do 
cântico está descrito bastante do caráter de 
Deus. O primeiro aspecto é sua santidade. 
Seu nome, ou seja, sua essência é santa. 
Sua misericórdia é infinita sobre os que 
o temem. Ele age vigorosamente a favor 
dos humildes e contra os soberbos. Para 
três tipos de pessoas não há misericórdia: 
soberbos, poderosos e os que se apegam 
às riquezas. Esses ficam de mãos vazias, 
ao passo que os humildes e famintos são 
agraciados por ele. Uma vez que essas 
palavras estão conectadas com a vinda de 
Jesus, então precisamos entender que é 
sua vinda quem corporifica essa profecia. 
De fato, Jesus abraçou os humildes, mas 
foi recusado pelos poderosos. Os famintos 
foram e continuam sendo alimentados, 
enquanto que os que se acham abastados 
continuam de mãos vazias.
C. Graça para Israel
A conclusão do cântico focaliza a graça de 
Deus sobre o povo de Israel: “Amparou 
a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se 
da sua misericórdia a favor de Abraão 
e de sua descendência, para sempre, 
como prometera aos nossos pais” (Lc 
1.54-55). O nascimento de Jesus é a 
demonstração da misericórdia de Deus 
sobre Israel. É o cumprimento de suas 
promessas a Abraão e aos pais da nação. O 
Messias é o verdadeiro amparo de Israel, 
é a consumação e a salvação do povo de 
Deus. Embora grande parte da nação 
tenha rejeitado a Jesus como Messias, ele 
é a salvação definitiva do Israel de Deus, 
que não é o da carne, mas o da promessa 
(Rm 9.6-8). Promessa essa que Deus fez 
a Abraão de que nele e na descendência 
dele seriam abençoadas todas as famílias 
da terra (Gn 12.1-3).
O cântico contempla o povo na 
sua totalidade. Deus está sendo 
misericordioso com Israel. O cântico é 
FILHOS NO VENTRE, CUMPRIMENTOS A CAMINHO 35
um ofertório espiritual de todo o povo de 
Deus, dirige-se a todo o povo de Deus, e 
em sua dimensão horizontal fala de todo 
o povo. Maria entoa um cântico que sai de 
sua pessoa, de sua gratidão pessoal para 
o reconhecimento da bondade de Deus 
para com todos. Um cântico que vê a 
totalidade do povo de Deus e não apenas 
os sentimentos da adoradora. Aqui, 
uma aplicação especial: O culto público, 
principalmente, não pode primar pelo 
particularismo e pelo exclusivismo. O 
individualismo de um mundo sem Deus 
tem marcado até mesmo alguns de nossos 
cânticos, em que parecem existir apenas 
duas pessoas, o cantante e Deus (às vezes, 
só o cantante). O culto é dos demais 
irmãos, repartimos as bênçãos com eles, e 
nos alegramos com eles. O amparo a Israel 
se deu em função das promessas a nossos 
pais.
CONCLUSÃO
O encontro de Jesus e João Batista ainda 
no ventre materno foi um verdadeiro 
encontro de gigantes. Naquele dia, em 
algum lugar da montanhosa Judeia, 
muitos dos soberanos, graciosos e 
misericordiosos planos de Deus foram 
revelados entre Maria e Isabel. Antes 
mesmo do nascimento do Messias e de 
seu Precursor, Deus já demonstrava a 
grandiosidade da obra que estava por 
realizar. Somos bem-aventurados em 
poder ler essas palavras. Somos bem-
aventurados porque essa obra já foi 
realizada. Podemos cantar juntos com 
Maria: “o poderoso nos fez grandes 
coisas”.
Neste estudo acompanhamos um 
encontro nos ventres, uma bênção que 
enche uma mulher de graça, um cântico 
de uma mulher que entende que foi 
agraciada, e por isso lembra que Deus é 
maravilhoso consigo, com os necessitados 
e com todo o seu povo. 
APLICAÇÃO
A salvação cuidadosamente planejada 
nos faz felizes? Podemos dizer que somos 
bem-aventurados porque temos um 
Salvador? Entendemos que Maria não 
é mediadora, mas também não deve ser 
desprezada, e que sua humildade sempre 
será um estímulo a nós? Devemos nos 
alegrar em Deus por ter proporcionado 
uma salvação tão poderosa, e, por causa 
disso, podemos confiar plenamente nessa 
salvação. 
36 A VIDA DE JESUS
Anotações
ELE ESTÁ ENTRE NÓS 37
ELE ESTÁ ENTRE NÓS
Mateus 1.18-25
INTRODUÇÃO
Filho de Davi ou filho de Deus? Diante 
do nascimento de João batista, alguns 
perguntaram: O que virá a ser este 
menino? Diante do nascimento de Jesus 
a pergunta é outra: Quem é ele? De onde 
ele vem? 
Os primeiros dezessete versículos do 
Evangelho de Mateus estabelecem a 
posição humana de Jesus como legal 
descendente de Davi e de Abraão. 
Porém, os versos seguintes mostram 
que ele é muito mais que isso. Esses 
versos descrevem o nascimento de Jesus 
como Filho de Deus. Se Jesus tivesse se 
apresentado apenas como filho de Davi, 
possivelmente tivesse sido aceito pelo 
povo de sua época. Mas desde que havia 
reivindicado uma posição divina, já não 
poderia mais ser aceito pelos religiosos. 
Atualmente, como está esta questão? 
Jesus Cristo é o filho de Deus, que veio 
no tempo e na história, e habitou entre 
nós, cumpriu a missão dada pelo Pai e 
ressurgiu ao terceiro dia? Ou ele é um 
5
homem de grande conhecimento e 
inteligência e por isso fez seguidores, e 
continua a fazer seguidores porque veem 
nele um exemplo a ser seguido, e só isso? 
Alguns estão dispostos a aceitá-lo como 
um grande mestre, um líder, até como o 
maior homem que já viveu, mas apenas 
isso: um homem. Mateus nos mostra 
que Jesus era sem nenhuma dúvida um 
homem, porém, muito mais do que 
um homem, ele é o Emanuel: o Deus 
Conosco. Realmente, ele está entre nós.
I. NASCEU O MESSIAS ESPERADO
Mateus usou muitos versículos para 
traçar a genealogia humana de Jesus, 
porém apenas um versículo para traçar 
a genealogia divina de Jesus. A palavra 
“nascimento” é da mesma raiz grega 
que a palavra “genealogia” que Mateus 
usou no primeiro versículo denotando 
claramente que ele pretendia fazer um 
paralelo. Se pelo lado humano Jesus tinha 
pelo menos quarenta e duas gerações de 
antepassados até Abraão, seu lado divino 
tinha apenas uma geração, a de seu Pai 
38 A VIDA DE JESUS
Celestial. O verdadeiro pai de Jesus foi o 
Espírito Santo. 
Mateus nos diz que Maria, desposada 
com José, achou-se grávida sem que 
tivessem antes coabitado. Embora pareça 
estranha essa ideia de casamento sem 
relação sexual diante dos olhos ocidentais 
modernos, era algo bastante comum na 
antiguidade. O ato de “desposar” alguém 
se assemelhava um pouco à cerimônia de 
noivado que conhecemos hoje, porém, 
com muito mais seriedade. Era um 
casamento no papel. O noivo e a noiva 
juravam fidelidade mútua na presença de 
testemunhas, e a infidelidade por parte 
de uma mulher desposada podia ser 
castigada com a morte (Dt 22.23-24). 
No caso de José e Maria, eles estavam 
legalmente casados, porém, era comum 
que se esperasse um tempo até que o 
casal fosse morar junto. Nesse período de 
espera, Maria subitamente engravidou.
Um nascimento ímpar na história, como 
cumprimento de profecia (Is 7.14), como 
resultado de um plano específico (Gn 
3.15), como concretização de desígnios 
imutáveis (Is 11.1).
Não apenas um homem, nem apenas 
a presença manifestada de Deus, 
ou de sentimentos divinos. Nem 
antropomorfismo, nem meramente 
antropopatia1. O nascimento de Jesus 
Cristo caracterizou Deus em forma de 
homem, Deus em carne. Mesmo que 
esse estado de encarnação fosse para ele, 
a maior humilhação. Havia uma missão! 
Ela justificava as perdas
II. JOSÉ ENTENDEU A DIMENSÃO DO 
FATO
Uma noiva grávida sem sua participação? 
Este era o problema para José resolver. 
Aos olhos humanos, uma traição. Um 
pecado previsto na lei dos judeus. Uma 
honra manchada, uma vida em risco, uma 
sentença a ser proferida. Vergonha punida 
com a pena maior. Em certo momento, 
no tempo do ministério público de 
Jesus, uma mulher foi trazida porque 
fora encontrada em flagranteadultério. 
A lei permitia que fosse morta. Jesus não 
contestou a lei, apenas disse que os que 
não tivessem pecado que começassem a 
execução da pena. Eles largaram as pedras 
e foram embora. Não há dúvida de que as 
palavras de Jesus salvaram a mulher. A 
mãe de Jesus poderia ter passado por isso 
também. Ter sido morta, e junto com ela, 
a criança.
Ao saber que sua mulher estava grávida, 
José se encontrou numa situação difícil. 
Com certeza sua alma entrou em 
profunda agonia. A mulher que amava 
o havia traído. Mas é impressionante a 
reação desse homem, que não é por acaso 
chamado de justo. Por um lado, não podia 
crer que sua virtuosa esposa cometesse 
tal ato, mas por outro, a situação era por 
demais evidente. Ele não a quis difamar, 
mesmo tendo todos os motivos para isso. 
Alguém poderia dizer que José foi débil 
em sua clemência, mas a Palavra de Deus 
nos diz que ele foi justo. Justo em todos os 
sentidos, pois, se por um lado não podia 
receber uma adúltera como sua esposa, 
pois a Lei condenava isso, por outro, não 
desejava ver Maria sendo vituperada. 
1 Palavra utilizada 
para descrever os 
sentimentos divinos 
que se parecem com os 
sentimentos humanos.
ELE ESTÁ ENTRE NÓS 39
José era um homem inclinado para a 
misericórdia, como o é o próprio Deus. 
Sua decisão foi deixá-la secretamente 
para que ninguém descobrisse e a 
denunciasse. Ele preferiu resolver tudo 
apenas entre os dois. Porém, quando 
estava pensando sobre isso, lhe apareceu 
em sonhos um anjo do Senhor dizendo 
que não temesse receber sua mulher, 
pois o que havia acontecido nela, era 
obra do Espírito Santo. Como é bom 
meditar antes de agir! Às vezes, enquanto 
meditamos, Deus dá a resposta.
A Bíblia não relata sobre a agonia de alma 
que José enfrentou naqueles dias, mas, 
podemos entender, pelo relato bíblico, 
que ele estava pensando durante a noite 
justamente sobre aquela situação. De 
repente, aquilo que parecia irreconciliável 
tornou-se simples e fácil de resolver. 
Deus interveio para não deixar seu servo 
numa situação difícil. Nos momentos 
de silêncio, quando todas as vozes do 
mundo, incluindo a nossa, se calam, é 
mais fácil ouvir a voz de Deus. O anjo 
disse a José: “José, filho de Davi, não 
temas receber Maria, tua mulher, porque 
o que nela foi gerado é do Espírito Santo” 
(Mt 1.20). O coração de José foi alvo 
do poder consolador de Deus. Ele agiu 
de acordo com o que entendeu, com a 
misericórdia que o fato necessitava.
III. A VIRGEM CONCEBEU, COMO 
PROMETIDO
José e Maria não se relacionaram 
sexualmente até o momento do 
nascimento de Jesus. A pureza sexual fora 
do casamento sempre foi algo valorizado 
por Deus. Implica fidelidade e leito 
imaculado (Hb 13.4). No caso de Maria 
tinha ainda mais importância, pois era 
a garantia da divindade da criança que 
nasceria. Se Jesus tivesse sido concebido 
por ação de algum homem, jamais 
poderia ser o Salvador. É claro que a 
concepção de Jesus pelo Espírito Santo é 
um grande mistério. Não temos palavras 
para explicar esse evento, assim como não 
sabemos explicar como Deus pôde criar o 
mundo do nada. Podemos ver um paralelo 
entre a concepção de Jesus pelo Espírito 
Santo e a própria criação do mundo, 
onde o Espírito Santo “pairava por sobre 
as águas” (Gn 1.2). Da mesma forma a 
“sombra” do Espírito envolveria Maria e 
geraria “do nada” no ventre da virgem a 
vida do Filho de Deus. Nas palavras de 
Sproul: “como o Espírito Santo cobriu o 
abismo e gerou um universo criado, assim 
o mesmo Espírito pairou sobre uma 
virgem camponesa para gerar o Filho de 
Deus”2.
Para o mundo, isso é muito difícil de 
compreender. Nascimento virginal? 
Ilógico, irreal e fantasioso. As pessoas 
cheias de conhecimento olham para essa 
história e a julgam um mito. Ainda que 
o mundo não acredite no nascimento 
virginal de Jesus, ele é amplamente 
confirmado pela Escritura. A própria vida 
de Jesus aponta para ele. Certa vez um 
cético perguntou a um cristão, na tentativa 
de fazê-lo duvidar do nascimento virginal 
de Jesus: se eu dissesse que aquele 
menino ali nasceu de uma virgem você 
acreditaria? Sim, disse o cristão, se ele 
tivesse uma vida igual a de Jesus. A maior 
prova do nascimento virginal de Jesus é 
sua vida absolutamente perfeita e sem 
pecado.
2R. C. Sproul. A Glória 
de Cristo. São Paulo: 
Editora Cultura Cristã, 
1997. p. 30
40 A VIDA DE JESUS
Ao contrário do que se pensa, a ideia 
de um nascimento virginal não era 
algo tão inimaginável. Em Isaías 7.14 
havia uma profecia sobre o nascimento 
de um menino de uma virgem, e 
mesmo do Gênesis vinha a promessa 
de um descendente da mulher, onde 
aparentemente o homem seria deixado 
de lado (Gn 3.15).
Este é o nível de fidelidade de Deus às suas 
promessas, muitas vezes inatingível por 
nossas mentes limitadas e aprisionadas 
pela lógica humana. A virgem concebeu. 
Simples assim...
IV. O NOME DO FILHO: JEOVÁ É 
SALVAÇÃO (JESUS)
Então o anjo disse a José “ela dará a luz um 
filho e lhe porás o nome de Jesus, porque 
ele salvará o seu povo dos pecados deles”. 
JESUS, Ιησους de origem hebraica , “Jeová 
é salvação”, ou “o Senhor salva”. Jesus, o 
filho de Deus, Salvador da humanidade, 
o Deus encarnado.
Tudo na vida de Jesus teve um significado 
e um planejamento anterior. Nos menores 
detalhes da sua vida, nós o percebemos 
cumprindo profecias de séculos 
passados. Sua relação com a história dos 
homens é tão importante e significativa 
que encontramos profecias sobre 
praticamente toda a vida dele distribuídas 
por todo o Antigo Testamento.
Ao longo de sua vida Jesus ficou 
conhecido como Jesus de Nazaré, ou 
Jesus o Nazareno, em razão de sua cidade 
de origem. Ao ter sido batizado no rio 
Jordão e reconhecido como o mensageiro 
de Yahweh que viera libertar o povo 
judeu da opressão romana, Jesus recebeu 
o epíteto de Mashiach (“Messias”), que 
em hebraico quer dizer “ungido”. Como o 
Novo Testamento foi redigido num grego 
tardio chamado koiné, o nome Yeshua 
Mashiach foi traduzido para Iesoûs ho 
Khristós, literalmente “Jesus o Ungido”.
Com a expansão do Cristianismo até 
Roma (percebe-se isso com clareza ao 
lermos Atos e Romanos 16), e com a 
adoção do latim como sua língua oficial, 
o nome grego de Jesus foi latinizado para 
Iesus Christus. Assim, lemos na língua 
portuguesa o nome Jesus Cristo. Mas, se 
“ungido” em latim é unctus, por que Jesus 
não ficou conhecido em Roma como Iesus 
Unctus? É que o prestígio da língua grega 
em Roma era muito grande, e o fato de os 
Evangelhos terem sido escritos em grego 
pesou decisivamente para que o epíteto 
grego Khristós não fosse traduzido, mas 
apenas transliterado para Christus.
Este é o significado do nome por trás 
do Deus-homem. Por isso, seu nome 
foi escolhido por Deus para ser o Nome 
que está acima de todo nome. Podemos 
lembrar também que Jesus, no Hebraico, 
é Josué ( Joshua). Josué no passado foi o 
homem usado por Deus para levar o povo 
a conquistar a terra prometida. Este é um 
ótimo paralelo, pois Jesus é o que nos 
leva a terra prometida, a vida eterna nos 
céus. O nome Jesus representa a própria 
missão pela qual o Filho de Deus veio a 
este mundo: Salvar o mundo do pecado. 
Nada se compara a esta frase. Nada 
abrange com tanta precisão um problema 
que é o maior dos problemas, e nada traz 
uma solução tão contundente. A Bíblia, ao 
ELE ESTÁ ENTRE NÓS 41
contrário do homem moderno, não tenta 
negar a existência do pecado. A revelação 
bíblica demonstra que a existência do 
pecado exigiu a vinda do Filho de Deus. 
Ele veio salvar o seu povo dos pecados 
deles, pois não havia nada tão prejudicial 
para o homem, e ao mesmo tempo, nada 
que este fosse tão incapaz de realizar por 
si mesmo, do que se salvar. Jesus Cristo, 
este é o NOME.
V. EMANUEL – O DEUS CONOSCO
Deus existe, mas como ele é, onde ele 
está, como falo com ele, e como entendo 
quando ele fala comigo? Desde os tempos 
antigos o homem tem crido que Deus 
existe, e tem imaginado para si as mais 
estranhas formas para descrevê-lo. Não

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