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TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS 1. INTRODUÇÃO A função dos transformadores para instrumentos é retratar as condições reais de um sistema elétrico com fidelidade necessária. Para isto, reduzem o módulo da grandeza a ser medida sem alterar sua natureza, forma ou frequência. Os transformadores para instrumento possuem ainda uma outra função importante: a de desacoplar (isolar) o circuito primário do secundário, ou seja, não há conexão elétrica entre o primário e o secundário. A transferência de informação entre esses dois circuitos ocorre em nível eletromagnético. Há basicamente dois tipos de transformadores de instrumento: os transformadores de potencial (TP) e os transformadores de corrente (TC). Porém, podemos encontrar ainda: transformadores de potencial capacitivos (TPC), transformadores de potencial ópticos (TPO); divisores de potencial resistivos; transformadores de corrente ópticos (TCO); transdutores lineares a bobina de Rogowski, autotransformadores de defasamento (ATD). Neste capítulo trataremos somente sobre os TP e TC clássicos. 2. O TRANSFORMADOR DE POTENCIAL (TP) 2.1 Algumas características importantes: • finalidade - reproduzir a tensão primária em seu secundário, com amplitude reduzida e com os sinais primário e secundário desacoplados entre si; • instalação - pode ser externa ou interna (abrigada); • alimenta a instrumentação de medição , proteção e controle • representação da relação de transformação, exemplo: RTP = 13800 - 115V, ou RTP nominal = 120:1 • a polaridade é representada como um transformador comum de polaridade subtrativa. Diagrama Equivalente Diagrama fasorial do TP Do diagrama fasorial, define-se dois parâmetros de erro dos TP’s: Fator de Correção de Relação - FCR (OBS.: o valor ideal de FCR é 1,000) Ângulo de Fase erro de fase = γ (gama) dado em minutos de arco (OBS.: o valor ideal para γ é 0’) 2.3 Os Paralelogramos e as Classes de Exatidão Esses paralelogramos definem a área onde um determinado TP está dentro de sua classe de exatidão, para um determinado conjunto de cargas secundárias, definido em norma. A figura a seguir mostra esses paralelogramos: Classes de exatidão e aplicação dos TP’s: Cargas Nominais dos TP’s As cargas nominais definidas por norma são: O valor após a letra P é a potência nominal do TP em VA (Volt-Ampere), também chamada de BURDEN do TP. A especificação da classe e da carga de um TP é dada da seguinte forma, como exemplo: Grupos de Ligação e Tensões Primárias Nominais Os TP’s são separados em três grupos de ligação: Grupo 1 São TP’s destinados para conexão Fase-Fase, largamente utilizados em sistemas onde se necessita somente as tensões Fase-Fase, como em algumas funções de proteção e circuitos de medição que utilizam a conexão Aron. Nesse aspecto, destaca-se a economia de um TP (pois, são utilizadas apenas duas unidades em um circuito trifásico). Tipicamente, são utilizados em circuitos até 69 kV. Grupo 2 São TP’s destinados para conexão Fase-Terra em sistemas aterrados. São utilizados em sistemas onde se necessita as tensões Fase-Fase ou Fase-Terra, pois, são utilizadas três unidades em um circuito trifásico. Tipicamente, são utilizados em circuitos de AT e EAT. Grupo 3 São TP’s destinados para conexão Fase-Terra em sistemas isolados ou fracamente aterrados. Estes TP’s são mais robustos que o do grupo 2 pois deverão suportar sobretensões em regime permanente de até superior à tensão Fase-Terra, por exemplo, durante uma falta à terra em um sistema isolado. São utilizados em sistemas onde se necessita as tensões Fase-Fase ou Fase-Terra, pois, são utilizadas três unidades em um circuito trifásico. Tipicamente, são utilizados em circuitos de AT e EAT isolados. Tensões nominais primárias em volts (Grupo 1: ligação Fase-Fase) Tensão secundária: 115 [V] Tensões nominais primárias [V] (Grupos 2 e 3: ligação Fase-Terra): Tensão secundária: 115 / 𝟑 [V] Perdas nas BP’s de Alguns Instrumentos Elétricos (TP’s: 115, 60 Hz). OBS.: os instrumentos da tabela acima são eletromecânicos. No caso de se ter instrumentos eletrônicos, as perdas são normalmente bem menores. É comum encontramos circuitos de tensão da ordem de 1 MΩ de entrada e circuitos de corrente entre 0,01 e 0,1 Ω, produzindo então baixas perdas. Desta forma, tanto os TP’s quanto os TC’s utilizados com instrumentação eletrônica podem ser dimensionados, em termos de potência, com valores bem aquém daqueles especificados para instrumentação eletromecânica. BP - bobina de potencial Exemplo de Especificação de Classe e Potência Especificar TP’s para medição de energia elétrica para faturamento de um consumidor energizado em 69 kV, em que serão utilizados os seguintes instrumentos (as potências foram dadas a seguir): • medidor de kWh eletromecânico com medidor de demanda • medidor de kvarh eletromecânico sem medidor de demanda Solução: a) usar classe 0,3 ou 0,6 (faturamento) b) potência? Portanto: S = 7,22 + 18,2 = 19,4 [VA] Assim, podemos especificar basicamente: • Classe e potência do TP: 0,3P25 ou 0,6 P25 • Relação: 69000 / 115 V • Relação nominal: 600:1 • Grupo 1 (se for o caso) Observações sobre TP’s Especificação de potência: Quando um fabricante de instrumento elétrico fornecer somente a potência em VA, e não fornecendo as potências W e var, poderemos somar diretamente as potências VA das bobinas de potencial conectadas no secundário do TP. Nessa situação deveremos encontrar uma potência aparente ligeiramente maior do que a verdadeira a ser especificada (pois, estaremos considerando todas as potências aparentes individuais dos instrumentos com o mesmo ângulo). Esse cálculo é até mais conservador. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23
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