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Abdome Agudo Hemorrágico 1 Abdome Agudo Hemorrágico PREVALÊNCIA 2 REVISÃO O abdome agudo hemorrágico é definido pela presença de sangramento dentro da cavidade abdominal de origem não traumática. A etiologia varia desde traumatismo abdominal, ruptura de aneurismas da aorta ou de alguma artéria visceral, neoplasias malignas, causas ginecológicas e etc. É mais frequente em idosos do sexo masculino. Por ser uma síndrome de etiologia muito variada, o quadro clínico também é espectral, podendo ir desde sintomas mais inespecíficos até quadros graves de choque hemorrágico. A dor abdominal ocorre por irritação do sangue no peritônio, mas pode ser tardia. Normalmente, o paciente se apresenta com sintomas de perda volêmica, desde mal-estar vago, síncopes, náuseas, até quadros de fraqueza descoramento, taquicardia, hipotensão e choque. A dor abdominal de início súbito associada a sinais e sintomas de anemia aguda, como hipotensão postural, taquicardia e palidez, deve sempre chamar a atenção para a possibilidade de abdome agudo hemorrágico. A presença de fatores de risco deve ser identificada, como sinais e sintomas sugestivos de coagulopatia, arteriopatia crônica, uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários. Dentre as principais causas, temos: Ruptura de aneurisma de aorta abdominal AAA os principais fatores de risco são idade 65 anos, HAS, tabagismo, DPOC, aterosclerose, síndrome de Marfan, síndrome de Ehlers-Danlos e antecedente familiar da doença. Muitos pacientes são assintomáticos. Quando ocorre ruptura, a hipotensão arterial está presente em 25% dos casos no atendimento inicial. O tratamento inicial é direcionado para a estabilização hemodinâmica do paciente, sendo o grau desse acaometimento definidor da urgência necessária na avaliação radiológica e na indicação cirúrgica. Nos doentes instáveis hemodinamicamente, o diagnóstico de ruptura do AAA pode ser confirmado pelo USG na sala de emergência. Antes mesmo do resultado dos exames e independente da condição hemodinâmica do paciente, devemos solicitar avaliação imediata do cirurgião vascular. Abdome Agudo Hemorrágico 2 Aneurisma de artéria esplênica: os fatores de risco incluem hipertensão venosa portal, fibrodisplasia arterial e gravidez. O tratamento é a LE imediata associada à reposição agressiva da volemia com soluções cristaloides e, quando necessário, com hemoderivados. Quando o aneurisma se situa distalmente, nas proximidades do baço, o tratamento consiste na ligadura proximal da artéria, seguida de esplenectomia. Aneurisma da artéria hepática: habitualmente, é assintomático. Ao romper-se, manifesta dor no quadrante superior direito ou no epigástrio e mimetiza a colecistite e a pancreatite aguda. Dependendo da localização, o sangramento pode exteriorizar-se por hematêmese ou melena, por erosão dos ductos biliares ou do tubo digestivo. A ressecção ou obliteração está indicada em todos os pacientes. Aneurisma de artéria mesentérica superior: fatores de risco incluem endocardite, traumatismos e arterioesclerose. Os sintomas variam muito. Quando o aneurisma compromete a irrigação das alças intestinais, podem ocorrer cólicas abdominais após as refeições, sugestivas de claudicação intestinal. Quando há ruptura, a dor é intensa, difundida para todo o abdome, e os sinais de choque tornam-se mais evidentes. Pode ser acompanhada de náuseas. O tratamento é variável, dependendo da localização do aneurisma, da condição de alças intestinais e da condição clinica da irigação e da vitalidade das alças doentes. Ruptura de gravidez ectópica: tem como principais fatores de risco as cirurgias tubárias, gravidez ectópica prévia, uso de DIU, tabagismo, técnicas de reprodução assistida e endometriose. Devemos suspeitar quando a paciente estiver com atraso menstrual, dor abdominal intensa e súbita, inicialmente em baixo ventre, que pode se irradiar para ombro, instablidade hemodinâmica, hipotensão, taquicardia e choque hipovolêmico. O tratamento consiste na avaliação da volemia materna, bem como reposição volêmica e tratamento do choque hipovolêmico. A abordagem cirúrgica é de urgência, sendo realizada muitas vezes LE com salpingectomia. Em casos eventuais, admite-se a salpingostomia com microcuretagem tubária e reconstituição da trompa atingida.
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