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Abdome Agudo Isquêmico 1. Conceito + Etiologias + FR Sd c/ dor abdominal intensa, desproporcional às alterações do EF. Apresentação varia c/ o local, comprometim. do órgão e o acometimento vascular. FR: idade avançada, cardiopatia, doença vascular, fibrilação atrial, doenças valvares e hipercoagulação. 2. QC + Fisiopatologias: ♥ Síndrome Intestinal Isquêmica Crônica: “Angina abdominal”-> rara; ocorre quando, mín 2 das principais artérias que irrigam os intestinos estão comprometidas por grave aterosclerose.. Manifesta- ção: dor perigástrica intermitente. Surge 15/30min após as refeições, durando 1-3h (consumo de O2 aumentado na digestão). Pode ter perda de peso, por medo de comer. A dor mesogástrica costuma ser de isquemia do delgado; quando o cólon é acometido, ocorre na flexura esplênica ao retossignmoide, ficando a dor nos quadrantes inferiores, associada à incont fecal. Angina abdominal sugere comprometimento da mesentérica superior; angina nos quadrantes inferiores, retal ou sacra sugere comprometimento da mesentérica infeior. Diagnóstico -> pela angiografia mesentérica (oclusão de >50%, de, mín, 2 das 3 artérias principais, com história clínica compatível com angina mesentérica). Se ausentes os sintomas, não autoriza tto. TTO -> p/ pctes jovens e sem comorbidades: revascularização cirúrgica (por bypass, endarterectomia ou reimplante vascular). P/ pctes idosos ou com comorbidades: angioplastia percutânea ou uso de stents. ♥ Síndromes Intestinais Isquêmicas Agudas: Infarto Agudo do Intestino: infarto enteromesentérico -> são várias as causas de isquemia intestinal mesentérica aguda e possuem QC diferentes. São separadas em 4 sd principais: - Trombose de artéria mesentérica: oclusão gradual de 1 ou até 2 das 3 artérias mesentéricas principais pode não produzir sintomas, pelo desenvolvimento de uma rede colateral adequada. Contudo, qdo o fl sanguíneo intestinal cai abaixo de determinado valor, pode haver necrose isquêmica das áreas irrigadas. A aterosclerose avançada de 2 dos principais ramos abdominais da aorta é a principal causa de trombose arterial mesentérica aguda. Outras causas: trauma abdominal, sepse, aneurismo dissecante de aorta, displasia fibromuscular, vasculites sistêmicas. QC-> dor abdominal intensa. Inicia em cólica em região periumbilial, mas, com a progressão da isquemia, torna-se difusa e constante. Que é qdo as manifestações sistêmicas tornam-se proeminentes e intensas, incluindo taquicardia, hipotensão, febre, leucocitose e presença de sangue no aspirado gástrico, vômito ou fezes. Peristalse pode estar normal/aumentada no início; a hipóxia das camadas musculares iniciais manifesta-se por aumento do peristaltismo e esvaziamento intestinal. C/ evolução, há paralisia e dilatação das alças. O abdome pode ser hipersensível e distendido. O QC pode simular uma obstrução intestinal aguda. Em caso de necrose isquemica transmural, surgem sinais de peritonite, acompanhada de líquido peritoneal sanguinolento (e peristalse ausente) – prognóstico extremamente sombrio. Abordagem inicial -> o diagnóstico precoce é difícil (clínica inespecífica). Pctes costumam ser mais idosos e apresentar ateroscleroses em outros locais. Cerca de ½ dos pctes tem história prévia de angina mesentérica. O diagnóstico de Infarto Intestinal depende de excluir outros problemas intra- abdominais, com clínicas identicas (pancreatite aguda, víscera oca perfurada e intestino obstruído). P/ diferenciar com as outras causas de abdome agudo: temperatura retal no infarto enteromes. Fica menor que a axilar. Exames laboratoriais mostram leucocitose importante (até 25.000) c/ desvio à esquerda. Ht pode estar alto pela perda plasmática pelo intestino isquemico (leucocitose + hemoconcentraçao). Fase inicial: radiografia auxilia excluindo as demais causas de abdome agudo. Raro observar calcificaçoes arteriais, que sugerem aterosclerose mesentérica avançada (principal FR p/ isquemia aguda). Em fase tardia (c/ necrose tecidual): rx pode mostrar distensao acentuada e edema das alças; gás na parede intestinal, peritonio ou em ramos do sistema porta. TC: método rápido e nao invasivo p/ investigaçao inicial. Achados: dilataçao colonica, espessamento de parede intestinal, falhas de enchimento da vasculatura, oclusao, pneumatose intestinal. Angiografia mesentérica: método + importante p/ diagnóstico precoce de pctes com suspeita de isquemia mesentérica aguda. Todo pcte com suspeita clínica de isquemia mesentérica aguda deve ser submetido a angiografia de emerg antes da laparotomia exploradora. Achado: oclusao na artéria mesentérica em sua origem, oclusao de outras artérias e circulaçao colateral pobre. TTO -> cirurgico. Sem a cirurgia, índice de mortalidade por infarto intestinal intenso = 100%. Mesmo com a cirurgia ainda é >50%.Medidas fundamentais: aspiraçao nasogástrica, reposiçao hidroeletrolítica, antibióticoterapia de largo espectro. Após a recuperaçao do episódio agudo: indicado uso cronico de antiagregantes plaquetários (aspirina). - Embolia de artéria mesentérica: a artéria mais acometida pela embolia é a mesentérica superior, tanto pelo seu calibre quanto pela obliquidade com que se origina da aorta. Além da embolia, costuma haver vasoconstriçao arteriolar associada que piora muito a oferta de sangue ao segmento acometido. Tipicamente, os pctes descrevem súbita e intensa dor mesogástrica em cólicas, acompanhada de vomitos e diarréia. Se nao diagnosticado/tratado, a embolia leva a um infarto intestinal. Diagnóstico -> angiografia revela oclusao da art mesentérica superior e ausencia de colaterais. Um quadro abdominal subto com dor intensa em cólica em pctes em circunstancias clinicas que predispoem o embolismo, sao os principais indícios p/ suspeitar a embolia mesentérica. TTO-> cirúrgico com embolectomia + remoçao dos segmentos infartados e posterior revisao dos tecidos viáveis. - Infarto intestinal nao embólico: achados clínicos sugestivos de oclusao arterial mesentérica ocorrem sem que se demonstre uma obstruçao do fluxo arterial. O distúrbio básico é a vasoconstriçao funcional das pequenas artérias do mesentério. As principais condiçoes relacionadas à vasoconstriçao arteriolar mesentérica sao: choque, ICC, hipóxia grave, uso de diuréticos, cocaína e digital. A dor abdominal nao costuma ser intensa e nao é o sintoma inicial. Pode iniciar com melena ou hematoquezia. O QC tem evoluçao + lenta do que nos processos oclusivos e o prognóstico é pior em funçao da doença de base. A angiografia é diagnóstica e terapeutica, pois o tto de escolha consiste na infusao intra-arterial de papaverina por cateter angiográfico, colocado diretamente na artéria mesentérica superior. Suspender digitálicos e vasopressores p/ melhorar as condiçoes cardíacas. Laparotomia indicada se: sinais de irritaçao peritoneal, sinais angiográficos de infarto intestinal (ausencia de constrase em determinado segmento), dúvida quanto ao diagnóstico. - Trombose venosa mesentérica: por congestao vascular intensa do segmento drenado pela veia ocluída. Gera grande edema da parede do segmento acometido e efluxo de líquidos p/ o lúmen intestinal, causando hipotensao sistemica e aumento da viscosidade sanguínea e diminuindo o aporte de sangue p/ o aquele segmento. As principais causas de trombose venosa mesentérica estao associadas aos estados de hipercoagulabilidade: 1. hipercoagulabilidades hereditárias: presente em 40/50% dos pctes. A + comum é a def do fator V de Leiden. 2. Hipercoagulabilidades adquiridas: mais comum: hemoglobinúria paroxística noturna e as sd mieloproliferativas. Em sua apresentaçao mais típica: sintomas graduais, com desconforto abdominal progressivo ao longo de semanas, às vezes com diarréia e distensao abdominal. O surgimento abrupto de sintomas ou sangramento digestivo falam a favor de infarto abdominal agudo. TC pode revelar tromboseda veia mesentérica. Raro recorrer à angiografia mesentérica. TTO-> heparinizaçao sistemica. Em pctes com evidencias clínicas/tomográficas de necrose intestinal, indicado laparotomia de emergencia, com ressecçao do segmento afetado. Nesses casos, adia o inicio da anticoagulaçao até o ínicio da cirurgia. ♥ Isquemia Colonica: 70-75% dos casos de isquemia intestinal (+ comum). Afeta + os idosos, por terem mais doenças vasculares – aterosclerose. QC varia conforme a extensao do comprometimento e da velocidade de instalaçao. Seu efeito primário é nos pequenos vasos e na microcirculaçao. As regioes do colon mais atingidas sao as “divisoras de águas”: flexura esplenica e retossigmoide. Causas: choque (anafilático, séptico, cardiogenico, hipovolemico), estrangulamento de alça (volvo, hérnia), drogas (cocaína, vasopressina, digital, ACO, AINE, aminas), embolias (ateroembolismo por colesterol), trombofilias, colonoscopia/enemas, cirurgias ou procedimentos, miscelanea (trauma, anemia falciforme, hemotransfusoes). -> A aterosclerose e outras doenças sistemicas da circulaçao predispoem à isquemia colonica por já haver um comprometimento prévio da circulaçao nestes doentes. QC-> se a isquemia for aguda: dor abdominal baixa, súbita, em cólica, sangramento retal, vomitos, febre e hipotensao. EF: dor à palpaçao nos quadrantes esquerdos + irritaçao peritoneal local; evidencias de aterosclerose sistemica. Pcte relata que ocorreram episódios anteriores semelhantes intermitentes. A colite isquemica típica cursa com dor nos quadrantes inferiores (princip no esquerdo) e diarreia mucossanguinolenta. Casos graves: evolui p/ dilataçao do cólon (megacolon tóxico) e risco de perfuraçao. Se o quadro agudo cessar, pode haver recuperaçao completa ou graus variáveis de fibrose e estenose. Diagnóstico -> clister opaco mostra quadro de edema e hemorragias intramurais. Sinais das “impressoes digitais” ou “thumbprinting”, estreitamento tubular e irregularidade “em dentes de serra”. Este exame pode ser prejudicial em fase aguda, pelo risco de perfuraçao. RX e TC de abdome podem excluir diagnósticos diferenciais. Retossigmoidoscopia pode revelar alt no cólon, como úlceras, mas tb pode ser normal. TTO-> corrigir fatores desencadeantes como choque, uso de digital, correçao do diabetes, hidrataçao venosa, antibioticoterapia. Indicaçao p/ colectomia parcial ou total -> em fase aguda: peritonite, hemorragia maciça ou colite fulminante universal; após 2-3 semanas: se ainda com dor abdominal recorrente, diarréia, sepse ou sangramento; fase cronica: estenose/obstruçao cronica. Pctes jovens e os com isquemias recorrentes devem ser avaliados p/ estados de hipercoagulabilidade.
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