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finalidade quanto à recuperação, e apenas quanto ao isolamento do convívio social, são dados internacionais (Brasil e no mundo), modernamente, a idéia é que o sistema sirva de forma preventiva, o que o cárcere não cumpre. Durante as discussões, tivemos a possibilidade de perceber a inquietação e a curiosidade em uma reflexão pragmática dos alunos presentes. Pergunta: no Brasil existe hoje um sistema próprio para o cumprimento das penas alternativas? Se existe, como funciona? Começamos refletindo que o sistema punitivo brasileiro já é dotado de um programa capaz de acompanhar e de monitorar o cumprimento da pena e da medida alternativa à prisão, primeiro podemos dizer que trabalhamos com um paradigma de mudança, tudo o que falamos sobre a maximilização do direito penal (direito penal como controle social via prisão) deverá ser posto em xeque para falar de outro sistema, como ferramenta via direito penal, trabalhando com a idéia de que não é somente a prisão capaz de conter o crime, com a prisão sendo o carro forte dessa política, não estamos conseguindo os resultados pretendidos, devemos ter em mente que o sistema alternativo à prisão trabalha com determinado perfil de crime e de infrator, embora a massa social que é atingida por o sistema vinculado à prisão e às medidas alternativas, seja o mesmo, esse sistema tem outro perfil de crime, pequeno ou médio potencial ofensivo (medida alternativa), ou atingindo bens jurídicos de menor valia (social) ou de menor impacto (lesividade). O conceito de medida alternativa pode ser tirado de vários autores, medida punitiva (sanção penal) imposta ao autor de uma infração penal (viola fronteira penal), no lugar de uma pena privativa de liberdade, é alternativa à pena privativa de liberdade (prisão). Não é uma preocupação pontual brasileira somente, mas também mundial; temos as Regras de Tóquio, uma legislação internacional produzida (Japão, 1990, Congresso ONU), sobre a prevenção do delito, marco internacional, pulverizando as legislações de todo o planeta, chamando à necessidade de haver penas alternativas à prisão, se essa não consegue recuperar o indivíduo e/ou cumprir seu papel, buscando a dignidade da pessoa do infrator e concomitantemente, o cumprimento da pena. Temos alguns princípios que norteiam a aplicação e a execução das medidas alternativas: 1. Intervenção mínima: o direito penal deve ser calcado nesse princípio, sendo o direito penal a última ratio, depois que os outros ramos do direito não conseguiram vencer, ainda assim, da maneira menos drástica possível, intervenção legítima, com menor número de tipos penais e com a construção de tipos que protejam bens importantes e quando há necessidade dessa intervenção, ao invés da inflação de legislação penal. Faz interação entre o corpo social o infrator, estreitando, quando se pune excluindo o infrator, ganha de volta a exclusão, quando se pune incluindo, se diminui essa distância. Ex: indivíduo cumprindo pena alternativa de prestação de serviços à comunidade, muitos acabam sendo contratados ou, ao final da pena, acaba prestando serviço voluntário ... troca salutar, ao passo que, indivíduo que sai do sistema prisional volta com uma carga muito pesada, e uma revolta muito maior. Existe uma música que retrata isso muito bem “a minha alma está armada e apontada para o seu sossego...”. As penas alternativas estão presentes na maioria dos países democráticos e até em alguns não democráticos, há um histórico na Europa e na América do Sul, onde há todo um processo de utilização dessas penas alternativas no mundo, esse percentual que não é visto, que não é vislumbrado pelo indivíduo fora do mundo do direito, mas sim, para os operadores do direito, é majoritariamente utilizado no Brasil, sendo assunto pouco
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