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Chanaia Carlota Senda Ibraimo Maulana Isack Salimo Bacar Caracterização dos Jazigos de Rubi Universidade Rovuma Nampula 2024 2 Chanaia Carlota Senda Ibraimo Maulana Isack Salmo Bacar Caracterização dos Jazigos de Rubi Universidade Rovuma Nampula 2024 Trabalho em grupo (VII Grupo) de caráter avaliativo a ser apresentado na faculdade de ciências naturais, curso de Geologia, IV ano, I semestre, lecionado pelo docente: Mcs, Reinaldo Domingos ii 3 Indice Introdução .................................................................................................................................... 4 Objetivos .................................................................................................................................. 4 Objetivos Gerais .................................................................................................................. 4 Objetivos Específicos .......................................................................................................... 4 Definição ..................................................................................................................................... 5 Ambientes Geológicos favoráveis para a presença de Rubi ........................................................ 5 Classificação dos Depósitos de Rubi ........................................................................................... 5 Classificações Genéticas.......................................................................................................... 5 Classificação Aprimorada para Depósitos de Rubi ................................................................. 6 Relacionado com Magmatismo (Tipo I) .............................................................................. 6 Relacionado com Metamorfismo (Tipo II) .......................................................................... 6 Relacionado com Sedimentação (Tipo III) Depósitos de Placer ........................................ 7 Aspectos Morfologicos ................................................................................................................ 8 Veios ........................................................................................................................................ 8 Bolsões .................................................................................................................................... 8 Os maiores Depósitos representantes Mundiais .......................................................................... 9 Os maiores depósitos representantes de Moçambique .............................................................. 10 Depósito de Ruambeze (ou Luambeze) ................................................................................. 10 Depósito de M'sawize ............................................................................................................ 10 Depósitos de Namanhumbire e Namahaca (Depósitos de Montepuez) ................................ 11 Utilidade .................................................................................................................................... 12 Conclusão .................................................................................................................................. 14 Referencias Bibliograficas ......................................................................................................... 15 iii 4 Introdução O Rubi é a variedade de gema vermelha do mineral Coríndio. O nome Coríndio foi introduzido no início do século XIX pelo mineralogista francês De Bournon, quando a terminologia gemológica foi transformada de um sistema bastante confuso, baseado principalmente em cor e origem, em um sistema baseado em uma nova ciência: mineralogia. O termo "Coríndio" provavelmente teve origem no Sânscrito Kurunvinda, que significa "Pedra Dura", que se tornou Kurund no vernáculo. Foi o nome usado pelos nativos encontrados durante a expedição de campo enviada por De Bournon para descrever as pedras que estavam sendo mineradas no sul da Índia. Para tal, no presente trabalho iremos debruçar acerca dos jazigos de Rubis em termos de ambiente geológico, génese, morfologia e da sua utilidade. Objetivos Objetivos Gerais O Objetivo Principal do Trabalho em destaque é de Caracterizar os Jazigos Minerais de Rubi, tendo em conta o Ambiente Geológico, aspectos Genéticas, aspectos Morfológico e a sua Utilidade. Objetivos Específicos Com base no Objetivo Geral, temos como Objetivos Específicos: Classificar os Ambientes Geológicos dos Jazigos de Rubi; Caracterizar os Jazigos de Rubi tendo em conta os seus aspectos Genéticos e Morfológicos; Debruçar acerca da sua utilidade; Debruçar acerca dos maiores Jazigos representantes Mundiais e dos maiores representantes em Moçambique. 5 Definição O Rubi é uma variedade vermelha de corindio, que é um mineral composto principalmente de óxido de alumínio. É uma das gemas mais valiosas e cobiçadas, conhecida por sua cor vermelha intensa e brilho vítreo (Dussart, 2019). Ambientes Geológicos favoráveis para a presença de Rubi A formação de Rubi ocorre em ambientes geológicos Máficos ou Félsicos, bem como em plataformas Carbonáticas Metamorfizadas, sempre associadas a rochas empobrecidas em Sílica e enriquecidas em Alumina (Giuliani et al., 2020). A seguir são os dois principais Ambientes Geológicos favoráveis para a presença de Rubi: Cinturões Metamórficos de Fácies de Anfibolito a Granulito de Média Pressão; Vulcanismo Basáltico Alcalino em Ambientes de Rifte Continental. Classificação dos Depósitos de Rubi Classificações Genéticas Segundo Giuliani et al., (2020), Os depósitos de coríndio de gema são classificados como Depósitos Primários ou Secundários. Os Depósitos Primários contêm coríndio quer na rocha onde cristalizou ou como xenocristais e xenólitos na rocha que o transportou da zona de cristalização na crosta ou manto até à superfície terrestre. Os depósitos secundários, ou seja, placers atuais, são de três tipos: Concentrações Eluviais derivadas por intemperismo in situ, ou intemperismo mais movimento gravitacional, ou acumulação; Depósitos Coluviais correspondentes a depósitos primários decompostos que se moveram vertical e lateralmente ladeira abaixo à medida que o declive se erodiu; Depósitos aluviais resultantes da erosão da rocha hospedeira e do transporte de coríndio por riachos e rios. A concentração ocorre onde a velocidade da água diminui numa mudança de inclinação no perfil hidrográfico do rio, por exemplo, na base de 6 uma cascata, em valas largas, cones de detritos, meandros e afluentes. Às vezes, os placers de coríndio são extraídos em areias de praia. Classificação Aprimorada para Depósitos de Rubi Neste trabalho, propusemos classificar Rubis de Depósitos Primários e Secundários em três tipos principais: (Tipo I) Relacionado com Magmatismo com dois subtipos; (Tipo II) Relacionado com Metamorfismo com dois subtipos; (Tipo III) relacionado com Sedimentos. Eles são divididos em três subtipos. Relacionado com Magmatismo (Tipo I) O (Tipo I) Relacionado com Magmatismo é subdivido em dois subtipos: Subtipo IA: Compreendem Rubis quer como xenocristais ou em xenólitos hospedados por rochas magmáticas como basaltos alcalinos, no caso de Rubis de Madagáscar. Subtipo IB: Compreende os Xenocristais de Rubi em Kimberlito, no caso de Rubis da República Democrática do Congo. Relacionado com Metamorfismo (Tipo II) O (Tipo II) Relacionado com Metamorfismo também é subdividido em dois subtipos: Subtipo IIA: Depósitos metamórficos sensu stricto em rochas máficas e ultramáficas metamorfizadas (M-UMR; Subtipo IIA1, incluem osdepósitos de Rubi em M-UMR de Montepuez em Moçambique e região de Bekily-Vohibory em Madagáscar); Depósitos em Mármore (Subtipo IIA2, dizem respeito aos depósitos de Rubi em mármore da Trilha de Pedras de Mogok). Subtipo IIB: 7 Depósitos metamórfico-metassomáticos caracterizados por alta interação fluido-rocha e metassomatismo (Subtipo IIB1), ou seja, plumasite ou pegmatitos desilicitados como na antiga mina John Saul no Quênia, e metassomatitos em M-UMR como em Aappaluttoq (Groenlândia); E mármore, e depósitos metamórfico-metassomáticos relacionados a zonas de cisalhamento ou dobras controladas em substratos diferentes, xisto e gnaisse de biotite de Cr-Mg portadores de coríndio ou mármore (Subtipo IIB2). Exemplos são respectivamente as ocorrências de Rubi em Sahambano, Zazafotsy e Ambatomena em Madagascar, e Mahenge e as Montanhas Uluguru na Tanzânia. Relacionado com Sedimentação (Tipo III) Depósitos de Placer Os depósitos secundários de Rubi são definidos como Tipo III, ou seja, relacionados com sedimentos. Eles são divididos em três subtipos hospedados em rochas sedimentares: Subtipo IIIA: Placers de gema em ambientes de basalto alcalino, incluem os depósitos de Rubi no Leste da Austrália, Madagascar Central e no Sudeste Asiático. Subtipo IIIB: Placers de gema em ambientes metamórficos, no caso dos depósitos de Montepuez em Moçambique e do deposito de Trilha de Pedras de Mogok em Myanmar. Subtipo IIIC: Placers de gema com Rubi originário de múltiplas e desconhecidas fontes, como o deposito de Ilakaka em Madagascar e os depósitos de Tunduru e Songea na Tanzânia. 8 Figura 1: Os diferentes tipos de depósitos de placer formados na superfície continental e em bacias deltaicas ou marinhas. A maioria desses tipos de placers, exceto os placers eólicos e marinhos, ocorre para depósitos de coríndio de gema em todo o mundo. Fonte: (Giuliani et al., 2020) Aspectos Morfologicos As formas morfológicas específicas dos Depósitos de Rubi variam de acordo com as características geológicas de cada localidade, portanto, os Depósitos de Rubi podem ser encontrados em Veios, em Camadas ou Bolsões e em Placers (Moon, Whateley, & Evans, 2006). Veios Os Rubis podem ser encontrados em veios ou fraturas nas rochas hospedeiras. Esses veios são formados pela deposição de corindio em fissuras e falhas durante processos geológicos. Por exemplo, os Depósitos de Rubi em Mianmar (Birmânia) são conhecidos por suas formações geológicas complexas, incluindo veios que se estendem em profundidades consideráveis. Bolsões Ocorre quando o coríndio é incorporado em mármores metamórficos. Nesses casos, o Rubi pode ser encontrado em camadas ou bolsões dentro do mármore, no caso dos Depositos de Montepuez. 9 Os maiores Depósitos representantes Mundiais Rubis são recursos minerais importantes que contribuem significativamente para o produto interno bruto de muitos países. Em 2005, a África foi responsável oficialmente por cerca de 90% da produção mundial de Rubis (em peso, não em qualidade; 8000 toneladas), e isso foi antes de 2009, quando os depósitos de Rubi de Montepuez foram descobertos em Moçambique (Giuliani et al., 2020). O mapa a seguir, ilustra a distribuição das principais e maiores fontes comerciais, industriais, científicas e históricas de Rubis em todo o mundo: Figura 2: Principais fontes mundiais de rubi, tanto as maiores quanto as menores, plotadas de acordo com (Giuliani et al., 2020). Fonte: Autores. Atualmente, a alta produção e qualidade dos Rubis de Moçambique, bem como do Afeganistão, superam a produção de muitos outros depósitos, que entraram em colapso. Atualmente, a mina de Rubis de Montepuez é a mais mecanizada do mundo. 10 Os maiores depósitos representantes de Moçambique A maioria dos Rubis de qualidade de gema da África provém de depósitos localizados em M- UMR Metaforizada da Faixa Metamórfica Neoproterozoica de Moçambique (NMMB) (Chapin, Pardieu, & Lucas, 2015). Em Moçambique, os depósitos de Rubi estão dentro do Complexo de Cabo Delgado, designados: O depósito de Ruambeze (ou Luambeze); O depósito de M'sawize; Os depósitos de Namanhumbire e Namahaca (Depósitos de Montepuez). Depósito de Ruambeze (ou Luambeze) O depósito de Ruambeze (ou Luambeze), na província de Niassa, está localizado entre Marrupa e Mecula ao longo do rio Luambeze. Aparentemente, foi descoberto em 1992 e produziu material de grau cabochão de vermelho escuro a marrom (Pardieu, 2009). Figura 2: Rubis bruto e facetado não aquecido, supostamente de Niassa em Moçambique. Fonte: (Pardieu, 2009). Depósito de M'sawize O depósito de M'sawize, na província de Niassa, está localizado na Reserva Nacional de Niassa, cerca de 43 km a sudeste da aldeia de M'sawize. O complexo de M'sawize é composto por ortognaisse e paragnaisse. O depósito de Rubi de M'sawize é hospedado por metagabro e 11 gnaisse gabróico. O Rubi está associado a actinolite, anortite, escapolite, epidoto e diopsídio, bem como a solo rico em rubi eluvial (Pardieu, 2009). Figura 3: Um Rubi de M'sawize em sua matriz (feldspato e anfíbio). Fonte: (Pardieu, 2009). Depósitos de Namanhumbire e Namahaca (Depósitos de Montepuez) Os depósitos de Namanhumbire e Namahaca na província de Delgado são juntos chamados de depósitos de Montepuez, localizados perto da aldeia de Namanhunbiri, cerca de 30 km de Montepuez na direção de Pemba, na província de Cabo Delgado. O complexo de Nápoles de Cabo Delgado representa o remanescente de arcos vulcânicos neoproterozoicos. A sucessão litológica é muito complexa devido à intensa deformação (Giuliani et al., 2020). Figura 4: Parcela de rubis de Montepuez com pequenos exemplares de qualidade de gema e grandes espécimes de qualidade inferior. Fonte: (Chapin, Pardieu, & Lucas, 2015). 12 Figure 5: Moçambique, localizado no sudoeste de Africa, é uma das fontes mais recentes de Rubis em grande escala no mundo. Suas minas de Rubi estao concentradas no norte do País. Fonte: (Autores). Utilidade O Rubi é um recurso não energético e não metálico, valorizado por suas propriedades estéticas e raridade, sendo uma pedra preciosa altamente valorizada em jóias e adornos (Dussart, 2019). Rubi tem uma ampla gama de utilidades devido às suas propriedades físicas e beleza estética. Aqui estão algumas das principais utilidades do Rubi: Joalheria: O rubi é uma das gemas mais valiosas e desejadas na indústria de joias. Sua cor vermelha intensa e brilho excepcional o tornam uma escolha popular para anéis de noivado, colares, brincos e outras peças de alta joalheria. O rubi é conhecido por sua durabilidade e resistência, o que o torna adequado para uso diário e apreciado por sua beleza duradoura. 13 Indústria eletrônica: Devido à sua dureza e resistência a altas temperaturas, o rubi é usado em algumas aplicações eletrônicas. Por exemplo, rubis sintéticos são usados como janelas para proteger sensores ópticos e lasers em equipamentos de alta precisão, como scanners e dispositivos de medição. Além disso, o rubi é usado como uma matriz de suporte em alguns circuitos integrados de alta frequência. Instrumentos de corte e perfuração: A excepcional dureza do rubi o torna um material útil em instrumentos de corte e perfuração. Brocas e fresas com pontas de rubi são usadas em aplicações de usinagem de alta precisão, como perfuração de vidro, cerâmica e outros materiais duros. O rubi também é usado em facas de precisão e lâminas para cortar materiais delicados. Laser de rubi: O rubi é usado como meio ativo em lasers de rubi, que são amplamente utilizados em pesquisa científica, medicina e tecnologia. Esses lasers produzem feixes de luz altamente coerentes e intensos, encontrando aplicações em cirurgias a laser, gravação a laser, medição de distâncias e experimentos científicos. Instrumentosópticos: O rubi é usado em alguns instrumentos ópticos, como lentes e prismas. Sua alta transmissão óptica e resistência a arranhões permitem seu uso em aplicações que requerem alta qualidade óptica, como microscópios, câmeras e equipamentos de análise espectral. 14 Conclusão Em conclusão, embora o Coríndio não seja incomum na Terra, as variedades de gema de Rubi e Safira são consideravelmente raras. Os depósitos de Coríndio de gema são categorizados como depósitos primários e secundários, com os primários contendo Coríndio cristalizado nas próprias rochas ou transportado por magmas. A formação do Rubi ocorre em ambientes específicos, como geológicos máficos ou félsicos, ou em plataformas carbonáticas metamorfizadas, onde as condições favorecem a concentração de Alumina e a diminuição de Sílica. Essas características mineralógicas e geológicas são cruciais para classificar os depósitos de coríndio e entender melhor a sua ocorrência e formação. 15 Referencias Bibliograficas 1) Chapin, M., Pardieu, V., & Lucas, A. (2015). MOZAMBIQUE: A RUBY DISCOVERY FOR THE 21ST CENTURY. FIELD REPORT (GEMS & GEMOLOGY). MOZAMBIQUE. 2) Moon, C. J., Whateley, M. K. G., & Evans, A. M. (2006). Introduction to Mineral Exploration (2ª ed.). BLACKWELL PUBLISHING Ltd. 3) Dussart, S. (2019). The version of field gemologist Vincent Pardieu. IGR Italian Gemol. Rev., 7, 58–64. 4) Pardieu, V. (2009). Rubies from Northern Mozambique. InColor (GIA Laboratory Bangkok). 5) Giuliani, G., Groat, L. A., Fallick, A. E., Pignatelli, I., & Pardieu, V. (2020). Ruby Deposits: A Review and Geological Classification. MDPI, Switzerland. 6) Mitchell, R. S. (2008). Corundum: a Gemstone of Many Colors. Gems & Gemology, 44(1), 2–27. 7) Hughes, R. W. (1997). Ruby & Sapphire. RWH Publishing.
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