Buscar

Mudanças Climáticas e Seus Impactos na Sociedade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Mudanças climáticas e seus impactos na
sociedade
Prof.ª Ana Carolina Ramos Cordeiro
Descrição Introdução dos conceitos de efeito estufa, aquecimento global, economia de baixo carbono e
demais fatores que impactam as mudanças climáticas.
Propósito O conteúdo sobre mudanças climáticas fornece os conhecimentos essenciais para
implementação e avaliação de medidas, ou políticas públicas, em prol do desenvolvimento
sustentável. Este material capacitará você a identificar uma série de desafios do mundo
contemporâneo e apresentará as principais estratégias para proteger o sistema climático, em
favor da sociedade atual e das futuras gerações.
Objetivos
Módulo 1
Origens das
mudanças
climáticas e seus
impactos
Descrever o Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas.
Módulo 2
Os acordos
climáticos
Identificar os principais acordos
climáticos.
Módulo 3
Desa�os para a
sociedade frente
às mudanças
climáticas
Reconhecer os principais desafios
para a sociedade frente às mudanças
climáticas.
Introdução
A mudança climática é um tema que ganha cada vez mais espaço nos debates
relacionados ao futuro da sociedade, representando um grande desafio para o
século XXI. Sabemos que as temperaturas globais vêm aumentando e que esse
aumento poderá gerar grandes impactos no planeta, modificando o mundo como
conhecemos hoje.
Mas, afinal, é possível reverter esse processo? O que ocorrerá com o meio
ambiente e a sociedade nas próximas décadas?
Para responder a essas questões, apresentaremos neste conteúdo a origem
desse debate, apontando os estudos já realizados a respeito do assunto e os
acordos climáticos entre as nações, além de seus possíveis impactos na
sociedade.

1 - Origens das mudanças climáticas e seus
impactos
Ao fnal deste módulo, você será capaz de descrever o Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas.
Efeito estufa
Conceito
O efeito estufa é um fenômeno natural e necessário para a preservação da vida na
Terra, pois mantém o planeta aquecido e habitável ao permitir que parte da radiação
solar refletida de volta para o espaço seja absorvida pelo planeta.
É importante que saibamos que, ao atingir a superfície da Terra,
grande parte da radiação é refletida como radiação infravermelha,
que é capturada por uma camada de gases de efeito estufa (GEE)
na atmosfera. Os GEE são assim conhecidos por exercerem a
função do vidro de uma estufa, permitindo a passagem da
radiação solar, mesmo que evitem a liberação da radiação
infravermelha emitida pela Terra.
Portanto, a vida em suas formas atuais depende desse fenômeno!
Aumento da concentração de GEE
Somada a outros fatores, como o desmatamento e os diferentes métodos de cultivo
do solo, a industrialização resultou em um aumento na concentração de GEE na
atmosfera. Dessa forma, à medida que as populações e as economias crescem, o
mesmo acontece com o nível cumulativo de emissões desses gases.
Desde a Revolução Industrial, o homem vem aumentando a concentração de GEE por
meio de suas emissões. Segundo Fortin (2017), isso se traduz no aumento contínuo
da temperatura global em 1°C desde a era pré-industrial.
Existem alguns vínculos científicos básicos já estabelecidos, segundo as Nações
Unidas Brasil (2020a):
Sua concentração na atmosfera da Terra está diretamente ligada à
temperatura média global. GEE mais abundante, o dióxido de
carbono (CO2) é produto, em grande proporção, da queima de
combustíveis fósseis.
Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas
Papel
É preciso compreender de que maneira podemos controlar ou amenizar os efeitos das
mudanças climáticas. Para isso, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC) foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O estabelecimento do IPCC foi aprovado pela Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU) no mesmo ano. Ele é uma organização dos governos que
compõem as Nações Unidas, possuindo atualmente 195 membros.
Seu papel é avaliar, de maneira abrangente, objetiva, aberta e transparente, as
informações científicas, técnicas e socioeconômicas relevantes para a compreensão
das mudanças climáticas, seus impactos e riscos futuros, bem como as opções para
sua mitigação e adaptação.
Mitigação
Intervenção humana para reduzir as emissões por fontes de gases de efeito estufa e fortalecer as remoções por
sumidouros de carbono, como florestas e oceanos.
Adaptação
Estratégia de resposta de qualquer sistema à mudança do clima no esforço para prevenir-se contra possíveis
danos e explorar eventuais oportunidades benéficas. Diferentemente da mitigação, os benefícios resultantes
dessa série de ajustes são locais e de curto prazo.
Relatório de avaliação
Proposta
Centenas de especialistas renomados nas diferentes áreas cobertas pelos relatórios
do IPCC avaliam os milhares de artigos científicos publicados a cada ano. O objetivo
dessa avaliação é fornecer um resumo abrangente do que se sabe sobre os fatores
que impulsionam as mudanças climáticas, assim como seus impactos e riscos
futuros, apontando ainda formas de se adaptar e mitigar esses impactos.
Desde a criação do IPCC, cada relatório de avaliação tem contribuído diretamente para
a formulação internacional de políticas climáticas. Estabeleceremos a seguir um
histórico sobre os principais relatórios, descrevendo em seguida suas principais
características e aplicações.
Vamos conhecer os relatórios de avaliação?
 1990
Primeiro Relatório de Avaliação (FAR)
Destacou a importância das mudanças climáticas como um desafio com
consequências globais e exigiu uma cooperação internacional.
O FAR desempenhou ainda um papel decisivo na criação da Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, UNFCC.
O UNFCCC é o principal tratado internacional para reduzir o aquecimento
global e lidar com as consequências das mudanças climáticas.
 1995
Segundo Relatório de Avaliação (SAR)
O SAR f t i l i t t
Veremos a seguir outros relatórios de maneira mais detalhada:
2007: Quarto Relatório de Avaliação
(AR4)
A AR4 lançou as bases para um acordo pós-Quioto, concentrando-se em limitar o
aquecimento global a 2oC.
O SAR forneceu material importante para que os governos se preparassem
para a adoção do Protocolo de Quioto dois anos depois.
 2001
Terceiro Relatório de Avaliação (TAR)
Concentrou a atenção nos impactos das mudanças climáticas e na
necessidade de adaptação.
Neste mesmo ano, o IPCC e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore,
receberam o Prêmio Nobel da Paz em conjunto pelos esforços para desenvolver e
disseminar um maior conhecimento sobre as mudanças climáticas provocadas pelo
homem, além de estabelecer as bases para as medidas necessárias a fim de
combater tal mudança.
Um dos pontos que podemos destacar do AR4 é a apresentação dos diferentes GEE.
Os dois principais, nesta ordem, são:
CO2
Dióxido de carbono
(CO2)
Entre as origens antrópicas das
emissões de dióxido de carbono,
destacam-se a combustão de
combustíveis fósseis e a mudança no
uso da terra (incluindo o desmatamento
e o cultivo de áreas antes não
exploradas, pois, ao ará-la, o CO2 do solo
é liberado).
CH4
Metano (CH4)
Entre suas origens antrópicas, destacam-
se a agricultura (por exemplo, o cultivo de
arroz), a criação de gado (a digestão do
gado também gera emissões de metano)
e, finalmente, os resíduos, cuja
decomposição produz, quando deixada
ao ar livre, metano.
A imagem e tabela a seguir apresentam os principais GEE:
Gráfico: Principais GEE.
Gás carbônico
(CO2)
Metano (CH4)
Óxido nitroso
(N2O)
Principal fonte
antrópica
Combustíveis
fósseis,
desflorestamento
Cultivo de arroz
inundado, pecuária,
combustíveis
fósseis, queima de
biomassa
Fertilizantes,
conversão do u
da terra
Tempo de vida na
atmosfera
50-200 anos 10 anos 150 anos
Gás carbônico
(CO2)
Metano (CH4)
Óxido nitroso
(N2O)
Contribuição
relativa ao efeito
estufa antrópico60% 15% 5%
Tabela: Principais GEE.
Krupa, 1997.
Adaptada do AR4, veja a seguir algumas das principais tecnologias e práticas de
mitigação das mudanças climáticas em diferentes setores. Vamos conferi-las!
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 2007
Maior eficiência no fornecimento e na distribuição de energia;
Uso da energia nuclear;
Uso de fontes de energia renováveis (energia hidrelétrica, solar, eólica,
geotérmica e bioenergia);
Aplicações iniciais de captura e armazenamento de carbono (CCS).
Fornecimento de energia 
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas
antes de 2030
CCS para instalações de geração de gás, biomassa e eletricidade a
carvão;
Energia nuclear avançada;
Energia renovável avançada, incluindo energia de marés e ondas e
energia solar fotovoltaica.
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 2007
Veículos mais eficientes (com menor consumo de combustível);
Veículos híbridos;
Veículos a diesel mais limpos;
Biocombustíveis;
Mudanças modais do transporte rodoviário para os sistemas
ferroviário e de transporte público;
Transporte não motorizado (ciclismo e caminhada);
Melhor planejamento dos transportes.
Transporte 
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas
antes de 2030
Biocombustíveis de segunda geração;
Aeronaves de maior eficiência;
Veículos elétricos e híbridos avançados com baterias com alta
capacidade de armazenamento.
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 2007
Iluminação eficiente (podendo ampliar a natural);
Aparelhos elétricos e dispositivos de aquecimento e refrigeração
mais eficientes;
Fogões aprimorados.
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas
antes de 2030
Construções integradas com tecnologias;
Painéis solares nas construções.
Construções residenciais e comerciais 
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 2007
Equipamento elétrico mais eficiente;
Reciclagem e substituição de materiais.
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas
antes de 2030
Eficiência energética avançada;
CCS para fabricação de cimento, amônia e ferro.
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 2007
Melhor gerenciamento das culturas e pastagens para aumentar o
armazenamento de carbono no solo;
Restauração de terras degradadas;
Indústria 
Agricultura 
Aprimoramento de técnicas de cultivo de arroz e cuidado com
animais e estrume para reduzir as emissões de metano;
Culturas energéticas dedicadas para substituir o uso de combustíveis
fósseis.
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas
antes de 2030
Melhorias no rendimento das culturas.
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 2007
Reflorestamento;
Redução do desmatamento;
Uso de produtos florestais para a bioenergia em substituição ao uso
de combustíveis fósseis.
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas
antes de 2030
Florestas 
Melhoramento das espécies arbóreas para aumentar a produtividade
da biomassa e o sequestro de carbono;
Tecnologias aprimoradas de sensoriamento remoto para análise do
potencial de sequestro de carbono da vegetação ou do solo e
mapeamento das mudanças no uso da terra.
Tecnologias e práticas de mitigação disponíveis em 2007
Recuperação de metano em aterros sanitários;
Incineração de resíduos com recuperação de energia;
Compostagem de resíduos orgânicos;
Tratamento de águas residuais;
Reciclagem e minimização de resíduos.
Tecnologias e práticas de mitigação projetadas para serem comercializadas
antes de 2030
Para reduzir as emissões de metano dos aterros, pode-se explorar o
processo natural de oxidação microbiana do metano por meio de
coberturas. Chamadas de “biocobertas”, elas são muitas vezes
compostas por materiais residuais, como os adubos.
Gestão de resíduos 
Importante deixar claro que esses são apenas exemplos, não existe uma ordem
preferencial de setores ou de tecnologias.
2013-2014: Quinto Relatório de Avaliação
(AR5)
O AR5 foi finalizado com base na revisão de milhares de pesquisas científicas,
servindo de contribuição científica para o Acordo de Paris.
Fornecendo uma análise das alterações no clima, o AR5 conclui que:

A mudança
climática é real.

As atividades
humanas são sua
principal causa.
O relatório fornece ainda uma avaliação abrangente do aumento do nível do mar nas
últimas décadas. Além disso, os estudos apresentados também estimam as emissões
acumuladas de CO2 desde a época pré-industrial, e fornecem um orçamento dele para
futuras emissões.
Com isso, o AR5 busca limitar o aquecimento global a menos de 2oC. Cerca de
metade desse valor máximo já foi emitido até 2011.
Comentário
Sabe-se, a partir dos relatórios do IPCC, que, de 1880 a 2012, a temperatura média global aumentou 0,85oC.
Além disso, os oceanos se aqueceram, as quantidades de neve e gelo diminuíram e o nível do mar aumentou.
De 1901 a 2010, à medida que os oceanos se expandiam devido ao aquecimento e ao derretimento do gelo, a
média global do nível do mar subiu 19cm. A extensão do gelo marinho no Ártico vem diminuindo desde a
década de 1980.
Observe as informações a seguir:
Dadas as concentrações atuais e as emissões contínuas de GEE, é provável que o final deste século
registre um aumento de 1 a 2oC na temperatura média global acima do nível de 1990 (cerca de 1,5 a
2,5oC superior ao nível pré-industrial). Com isso, os oceanos do mundo se aquecerão e o
derretimento do gelo continuará.
Há evidências alarmantes de que pontos críticos cruciais podem já ter sido alcançados ou
ultrapassados, levando a mudanças irreversíveis nos principais ecossistemas e no sistema
climático planetário. Ecossistemas tão diversos quanto o da Floresta Amazônica e a tundra ártica
podem estar se aproximando de limiares de mudança dramática.
2018: Relatório Especial do IPCC sobre o
Aquecimento Global de 1,5oC (SR15)
Em outubro de 2018, o SR15 abordou os impactos do aquecimento global. Sua
conclusão foi a seguinte: limitá-lo a 1,5oC exigiria mudanças rápidas, profundas e sem
precedentes em todos os aspectos da sociedade.
O SR15 constatou que essa limitação poderia garantir uma
sociedade mais sustentável e equitativa. Enquanto as estimativas
anteriores se concentravam em estipular os danos se as
temperaturas médias subissem 2oC, o relatório mostrou que
muitos dos impactos adversos das mudanças climáticas já
surgirão na marca de 1,5oC.
São destacados ainda impactos das mudanças climáticas que poderiam ser evitados
ao se limitar o aquecimento global a 1,5oC ao invés de 2oC ou mais. Estima-se que as
atividades humanas tenham causado o aumento de aproximadamente 1oC desde a
era pré-industrial.
Os modelos climáticos projetam diferenças robustas nas características climáticas
regionais entre o aquecimento atual e o global de 1,5oC, assim como as existentes
entre 1,5oC e 2oC, incluindo as disparidades em relação aos aumentos na temperatura
média na maioria das regiões terrestres e oceânicas.
Em uma projeção para o ano de 2100, por
exemplo, a elevação global do nível do
mar seria 10cm mais baixa com um
aquecimento global de 1,5oC se
comparada com o de 2oC. Já os recifes
de corais declinariam de 70% a 90% com
o aquecimento de 1,5oC, enquanto
praticamente todos seriam perdidos com
um aumento de 2oC.
O relatório conclui que limitar o aquecimento global a 1,5oC exigiria transições rápidas
na terra, na energia, na indústria, nos edifícios, nos transportes e nas cidades.
Por fim, o SR15 também destacava que as emissões globais líquidas de dióxido de
carbono (CO2) causadas pelo homem precisam, até 2030, cair cerca de 45% em
relação aos níveis de 2010, atingindo o “zero líquido” por volta de 2050. Isso significa
que quaisquer emissões remanescentes precisariam ser equilibradas pela remoção do
CO2 da atmosfera.
O SR15
Confira agora mais detalhes sobre o SR15.
Atualmente: sextociclo de avaliação

Ainda em gestação, este ciclo vai preparar:
Três relatórios especiais.
Um relatório de metodologia.
Sexto relatório de avaliação.
Relatórios especiais
Primeiro desses relatórios especiais, o SR15, conforme frisamos, foi solicitado pelos governos participantes do
Acordo de Paris.
Composição
O IPCC é dividido em três grupos de trabalho e uma força-tarefa. Cada um deles lida
com:
 Grupo de trabalho I
Base das ciências físicas das mudanças climáticas.
Com os grupos de trabalho e a força-tarefa, outros grupos de tarefas podem ser
estabelecidos pelo IPCC por um período determinado para considerar um tópico ou
uma pergunta específica.
Exemplo
 Grupo de trabalho II
Impactos das mudanças climáticas, a adaptação e a vulnerabilidade.
 Grupo de trabalho III
Mitigação das mudanças climáticas.
 Força-tarefa
Desenvolvimento e refinamento de uma metodologia para o cálculo e o
relatório das emissões e remoções nacionais de GEE.
A decisão tomada na 47ª Sessão do IPCC, em Paris, em março de 2018, estabelece um grupo de tarefas para
melhorar o equilíbrio de gênero e abordar questões relacionadas a gênero.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em 1988, foi aprovada a criação do IPCC pela Assembleia Geral da ONU. Seu
principal papel consiste em:
A
Avaliar as informações relevantes para uma compreensão das
mudanças climáticas, assim como dos impactos, riscos futuros e
opções de adaptação e mitigação, fornecendo-as, em seguida, aos
governos.
B
Identificar quais estudos sobre os GEE devem ser considerados
relevantes pelos governos (federais, estudais ou municipais).
Parabéns! A alternativa A está correta.
O IPCC pretende sugerir maneiras de combater problemas climáticos, como o
aquecimento global, apontando suas causas, seus efeitos e os riscos que ele pode
gerar para a humanidade.
Questão 2
Desde sua criação, os relatórios de avaliação do IPCC têm contribuído positivamente
para o desenvolvimento sustentável por meio da formulação de políticas climáticas.
Sobre o tema, podemos afirmar que:
C Determinar o papel de cada país no combate às mudanças
climáticas nos próximos anos.
D
Promover encontros e debates para que haja uma visão mais ampla
sobre as mudanças climáticas.
E
Realizar pesquisas de campo sobre o posicionamento ambiental de
cada país.
Parabéns! A alternativa B está correta.
O Primeiro Relatório de Avaliação (FAR), de 1990, destacou a relevância dos
impactos das mudanças climáticas como um desafio global e ainda teve papel
A O Terceiro Relatório de Avaliação (TAR), em 2001, teve por foco o
debate sobre a extinção de animais silvestres.
B
O Primeiro Relatório de Avaliação (FAR), em 1990, enfatizou a
relevância dos impactos das mudanças climáticas como um desafio
global com necessidade de cooperação internacional.
C
O Segundo Relatório de Avaliação (SAR) teve como base de estudo o
Protocolo de Quioto de 1997.
D
O Primeiro Relatório de Avaliação (FAR), em 1990, exigiu uma
cooperação apenas dos países subdesenvolvidos.
E
O Primeiro Relatório de Avaliação (FAR), em 1990, teve como base de
estudo os assuntos debatidos na Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).
fundamental para a criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a
Mudança do Clima.
2 - Os acordos climáticos
Ao fnal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais acordos
climáticos.
Acordos climáticos
Como vimos anteriormente, a criação do IPCC teve um papel fundamental no estudo
do clima. A partir de seus relatórios, é possível compreender, de forma abrangente, os
fatores que impulsionam as mudanças climáticas. Além de apontar seus impactos e
riscos futuros, eles mostravam formas de se adaptar a eles e mitigá-los. Ou seja, os
relatórios do IPCC desempenharam um papel decisivo nestes acordos:
1992
Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre a Mudança do
Clima (UNFCCC).
1997
Protocolo de Quioto.
Observemos a seguir uma linha do tempo com os principais acordos climáticos:
2015
Acordo de Paris.
1988
Criação do IPCC.
1992
Criação da UNFCC (Rio-92).
1997
Criação do Protocolo de Quioto.
2002
Adesão do Brasil ao Protocolo
de Quioto.
2005
Protocolo de Quioto entra em
vigor.
2015
Acordo de Paris.
Para iniciarmos nossos estudos sobre o assunto, falaremos sobre esses acordos e
apontaremos os acontecimentos mais relevantes relacionados a eles. Prepare-se!
Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre a Mudança do
2025
Compromisso brasileiro em
reduzir 37% das emissões (com
base em 2005).
2035
Indicativo brasileiro de reduzir
em 43% as emissões (com base
em 2005).
Clima
Em 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a Cúpula da Terra, conhecida como Rio-92,
que produziu a UNFCCC como primeiro passo no combate à mudança climática.
Entretanto, ela só entrou em vigor em 21 de março de 1994.
Atualmente, a UNFCCC tem uma adesão
quase universal. Os 197 países que a
ratificaram são chamados de “partes” da
convenção. O objetivo final do tratado é
impedir que as ações humanas
interfiram, de forma prejudicial e
permanente, no sistema climático do
planeta. Foram definidos, dessa forma,
compromissos e obrigações para todas
as partes.
O princípio das responsabilidades comuns – ainda que elas sejam diferenciadas –
afirma que as partes devem proteger o sistema climático em benefício das gerações
presentes e futuras, tendo como base a equidade e atuando conforme suas
respectivas capacidades.
Os países desenvolvidos que participam da convenção de 1992
devem tomar a iniciativa no combate à mudança do clima e a seus
efeitos, já que eles, tendo em vista as necessidades específicas
dos países em desenvolvimento (em especial, os particularmente
vulneráveis aos efeitos negativos da mudança do clima), foram a
fonte da maior parte das emissões passadas de GEE.
Para facilitar a transferência de recursos financeiros aos países em desenvolvimento,
a convenção estabeleceu mecanismos operacionais de financiamento, como o Fundo
Global para o Meio Ambiente (GEF) e o Fundo Verde para o Clima (GFC).
Protocolo de Quioto
Em 11 de dezembro de 1997, foi criado o Protocolo de Quioto, a partir das
negociações feitas para fortalecer a resposta global às mudanças climáticas. No
entanto, em decorrência de um complexo processo de ratificação, ele só entrou em
vigor em 16 de fevereiro de 2005. Hoje, 192 países são considerados partes desse
protocolo.
Funcionando de maneira complementar à UNFCCC, o Protocolo de Quioto definia
metas de redução de emissões para países desenvolvidos, considerados responsáveis
históricos pela mudança atual do clima — ainda que, naquela época, apresentassem
uma economia em transição para o capitalismo.
O Protocolo de Quioto foi ratificado pelo Brasil em 23 de agosto de
2002, tendo sua aprovação interna ocorrido por meio do Decreto
Legislativo nº 144/2002. Da lista dos principais emissores de GEE,
apenas os Estados Unidos não ratificaram o protocolo, no entanto,
ainda assim, têm suas responsabilidades e obrigações definidas
pela UNFCCC.
Em resumo: o Protocolo de Quioto operacionaliza a UNFCCC, comprometendo os
países industrializados a limitar e reduzir as emissões de GEE de acordo com as
metas individuais acordadas.
A própria convenção pede apenas que esses países:

Adotem políticas e
medidas de
mitigação.

Apresentem
relatórios
periodicamente.
O Protocolo de Quioto é baseado nos princípios e nas disposições da convenção,
embora seu diferencial esteja na interligação dos países desenvolvidos e no destaque
ao princípio mencionado anteriormente de “responsabilidade comum, mas
diferenciada”. Afinal, esses países são reconhecidos como os principais responsáveis
pelos altos níveis atuais de emissões de GEE na atmosfera.
Os países que fazem parte do Protocolo
de Quioto devem atingir suas metas,
principalmente por meio de medidas
nacionais. Ele também estabeleceu um
rigoroso sistema de monitoramento,revisão e verificação para garantir a
transparência e poder responsabilizar as
partes.
De acordo com o protocolo, as emissões reais dos países devem ser monitoradas,
assim como registros precisos dos negócios realizados precisam ser mantidos.
Garantindo o cumprimento de regras por intermédio da natureza legal ou de uma
auditoria interna, o sistema de compliance assegura que as partes vão cumprir seus
compromissos e as ajuda, caso tenham problemas no processo, a fazer isso.
Acordo de Paris
Na 21a Conferência das Partes (COP21), em Paris, os membros participantes da
UNFCCC chegaram a um acordo significativo para combater as mudanças climáticas,
bem como para acelerar e intensificar ações e investimentos necessários para um
futuro sustentável de baixo carbono.
Assinado por 195 dos países do mundo na COP21, o Acordo Climático de Paris de
2015 merece ser destacado, já que ele constitui um marco da crescente preocupação
com as mudanças climáticas.
Presidente da França, François Hollande, durante a COP21.
Também baseado na UNFCCC, o Acordo de Paris busca empreender esforços para
combater as mudanças climáticas e se adaptar a seus efeitos, oferecendo ainda um
apoio aos países em desenvolvimento para que façam o mesmo. Com isso, o tratado
indicou um novo rumo no esforço global para deter tais mudanças.
O objetivo central é fortalecer uma resposta global à ameaça da
mudança climática, mantendo a elevação da temperatura global
neste século bem abaixo de 2ºC e buscando esforços para limitá-
la a 1,5°C.
No dia 22 de abril de 2016, 175 países assinaram o Acordo de Paris na sede das
Nações Unidas, em Nova Iorque. Para que começasse a vigorar, foi necessária a
ratificação de, pelo menos, 55 nações responsáveis por 55% das emissões de GEE.
O período aberto pelo secretário-geral da ONU para a assinatura oficial do acordo
pelos países signatários se encerrou em 21 de abril de 2017. No entanto, em 1º de
junho do mesmo ano, os Estados Unidos anunciaram sua saída. O presidente Donald
Trump alegou que o Acordo de Paris deixava o país em desvantagem em relação a
outras nações.
Contribuição Nacionalmente Determinada
(NDC)
Outra questão-chave na busca pela redução nas emissões de GEE foi estabelecida no
Acordo de Paris: a chamada Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que
define os compromissos dos países na redução das emissões de GEE.
Atenção!
As NDCs estão no cerne do Acordo de Paris e da realização desses objetivos a longo prazo, incorporando os
esforços de cada país para reduzir as emissões nacionais e se adaptar aos impactos das mudanças
climáticas.
O Acordo de Paris exige que cada parte prepare, comunique e mantenha sucessivas
NDCs. As partes devem adotar medidas domésticas de mitigação para alcançar tais
contribuições. Cada plano climático leva em consideração as circunstâncias e
capacidades domésticas dos países.
No caso brasileiro, após a aprovação pelo Congresso Nacional, o país concluiu, em
setembro de 2016, o processo de ratificação do Acordo de Paris. No dia 21 do mesmo
mês, o instrumento foi entregue às Nações Unidas. Com isso, as metas brasileiras
deixaram de ser pretendidas, tornando-se finalmente compromissos oficiais.
Comentário
A NDC do Brasil comprometeu-se a fazer com que, até 2025, as emissões de GEE sejam 37% menores que as
registradas em 2005.
Existe ainda uma contribuição indicativa subsequente para reduzi-las, cinco anos depois, em 43% (também
em relação a 2005). Para isso, até 2030, o país terá de:
Aumentar a participação de bioenergia sustentável em sua matriz energética em aproximadamente
18%.
Restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas.
Alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz
energética.
Relativa ao ano de 2005, a NDC do Brasil projeta uma redução na ordem de:
66%: Em emissões de GEE por unidade do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, intensidade de
emissões, em 2025.
75%: Em intensidade de emissões em 2030.
O Brasil, portanto, terá de reduzir as emissões de GEE no contexto de um aumento contínuo da população e
do PIB, bem como da renda per capita, o que qualifica tais metas como ambiciosas.
Quanto ao financiamento, o Acordo de Paris determina que os países desenvolvidos
deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança
do clima e adaptação nos países em desenvolvimento. Uma novidade no âmbito do
apoio financeiro é a possibilidade de financiamento entre países em desenvolvimento.
A chamada “cooperação Sul-Sul” amplia a base de financiadores dos projetos.
O Acordo de Paris demonstra, portanto, a preocupação em:

Formalizar o
processo de
desenvolvimento

Oferecer requisitos
obrigatórios para
avaliar e revisar o
progresso delas.
de contribuições
nacionais.
Esse mecanismo exige que os países atualizem continuamente seus compromissos,
permitindo a ampliação de suas ambições e o aumento das metas de redução de
emissões, evitando, assim, qualquer retrocesso. A partir do início da vigência do
acordo, haverá ciclos de revisão desses objetivos de redução de GEE a cada cinco
anos.
Contribuição Nacionalmente
Determinada
Confira agora aspectos importantes sobre a Contribuição Nacionalmente Determinada
(NDC).

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Tratado ambiental internacional assinado em 1992, a UNFCCC tem como objetivo
estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera em um nível que impeça uma
interferência humana perigosa no sistema climático. Sobre este tratado, é correto
afirmar que:
A
A UFNCCC reconhece que a maior parcela de emissões globais
históricas de gases de efeito estufa é originária dos países
subdesenvolvidos.
B
A UFNCCC focou essencialmente em estabelecer mecanismos
operacionais de financiamentos aos países desenvolvidos.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Este tratado foi um dos primeiros a reconhecer que os países desenvolvidos são os
que mais emitem GEE. Dessa forma, para estabilizar as concentrações de GEE a
nível mundial, é necessário um esforço maior dos países mais ricos.
Questão 2
C
A UFNCCC não difere a participação dos países de acordo com suas
capacidades e condições socioeconômicas, na proposta por
amenização de mudanças climáticas.
D
A UFNCCC teve a competência de reconhecer que os países
desenvolvidos tiveram historicamente maior parcela de
responsabilidade sobre as emissões de GEE.
E
A UFNCCC não teve condições de identificar quais países
contribuíram historicamente para as maiores taxas de emissão de
GEE.
Em 2015, o Acordo de Paris foi aceito por 195 dos países na COP21, assumindo os
compromissos de:
Parabéns! A alternativa C está correta.
O Acordo de Paris teve um papel essencial para o combate as mudanças climáticas,
firmando um compromisso entre países para empreender esforços para aceleração
A promover a cooperação entre nações por meio do livre comércio.
B manter a elevação da temperatura global neste século abaixo de 1ºC.
C
promover medidas para amenizar as mudanças climáticas e
intensificar os investimentos necessários para o desenvolvimento
sustentável.
D promover ações para mitigar a extinção de animais silvestres.
E
solicitar aos países relatórios periódicos sobre suas emissões de
GEE.
e intensificação de investimentos e medidas em prol do futuro sustentável com
baixa emissão de carbono.
3 - Desa�os para a sociedade frente às mudanças
climáticas
Ao fnal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais desa�os para a
sociedade frente às mudanças climáticas.
Consequências das mudanças
climáticas
Como vimos anteriormente, os acordos climáticos são uma maneira de a sociedade
se organizar e trabalhar de forma conjunta para diminuir as emissões de GEE e
controlar o aumento da temperatura global. Contudo, sabemos que seus impactos não
se limitam ao aumento de temperatura, já que uma série de problemas deriva desse
aumento.
Exemplo
Não podemos atribuirtodas as tempestades, as inundações ou os períodos de secas como consequências
de mudanças climáticas, uma vez que esses eventos já existiam.
No entanto, o aumento da frequência desses eventos extremos pode ser lido como um
sintoma de um sistema climático em mudança. Por exemplo, já existe conhecimento
de que o aumento do nível do mar tem relação com a expansão do oceano, causada
pelo aquecimento global e pela aceleração dos degelos nos polos.
Conforme aponta Fortin (2017), já estamos observando algumas consequências das
mudanças climáticas, mas a maioria delas ocorrerá durante a segunda metade do
século XXI. A continuidade das emissões de GEE nos padrões atuais causará mais
aquecimento e mudanças em todos os componentes do sistema climático,
aumentando a probabilidade de impactos graves, generalizados e irreversíveis para as
pessoas e os ecossistemas.
Para amenizar as mudanças climáticas, é necessário alcançar reduções substanciais
e sustentadas nas emissões de GEE, de modo a gerar um processo de adaptação
capaz de limitar os riscos de tais mudanças climáticas. Segundo os cenários de
projeção, caso não ocorram mudanças nos padrões atuais, assistiremos a uma
elevação da temperatura da superfície ao longo de todo século XXI.
É muito provável que:
 As ondas de calor ocorram com mais frequência
e durem por maior tempo.
 Eventos extremos de precipitação se tornem
mais intensos e frequentes em muitas regiões.
Dimensões dos impactos das
mudanças climáticas
As mudanças climáticas ampliarão os riscos existentes e criarão outros para os
sistemas naturais e humanos. Eles são desigualmente distribuídos, sendo geralmente
maiores para pessoas e comunidades desfavorecidas nos países em
desenvolvimento.
Em termos de problemas de saúde pública, mudanças climáticas decorrentes de
 O oceano continue se aquecendo e se
acidi�cando.
 O nível médio global do mar aumente.
eventos como o aquecimento global, podem impactar a sazonalidade e a transmissão
de doenças por vetores, as quais são mais predominantes em países de clima tropical.
Além disso, doenças respiratórias podem ser ocasionadas pela piora da qualidade do
ar por conta das queimadas. Afinal, elas são mais comuns com o aumento das secas,
as quais, por sua vez, levam ao aumento de focos de incêndio.
As queimadas são uma das principais fontes de emissões de GEE
no Brasil, fazendo com que o país seja um grande poluidor!
Dividiremos os impactos ocasionados pela mudança climática em cinco dimensões.
Além de descrevê-las, destacaremos, tendo como base o trabalho de Fortin (2017),
alguns exemplos de problemas possivelmente ocasionados por essas mudanças no
clima.
Os impactos tratados serão os seguintes:
Biodiversidade
Recursos hídricos
Biodiversidade
Diversas espécies não serão capazes de sobreviver às mudanças climáticas. Como
resultado, algumas delas entrarão em extinção, já que não suportarão as alterações de
temperatura ou o estresse hídrico.
Agricultura e
segurança alimentar
Infraestrutura
Migração
Os recifes de corais, que estão ameaçados de extinção.
A biodiversidade não indica apenas o número de espécies, mas também a natureza
das interações entre elas. Desse modo, torna-se difícil avaliar o impacto das
mudanças climáticas sobre as espécies que estão sendo indiretamente afetadas.
Estima-se que cerca de 25% das espécies estarão ameaçadas pelas mudanças
climáticas se nada for alterado em nossas taxas de emissão atuais.
Recursos hídricos
Muitas regiões ao redor do mundo enfrentam problemas de acesso à água potável, a
qual não é um recurso universal.
As mudanças climáticas tornam o problema de acesso a este e demais recursos
hídricos ainda mais evidente, pois reforça as desigualdades como consequência, por
exemplo, de um aumento dos períodos de secas em determinadas regiões.
Com o aumento da escassez desses recursos, é possível prever um cenário composto
por conflitos entre populações e intensos movimentos migratórios.
Agricultura e segurança alimentar
Os sistemas agrícolas de muitos países enfrentarão dificuldades para se adaptar às
mudanças climáticas.
Países desenvolvidos localizados em zonas temperadas possuem, em geral, maior
capacidade técnica e econômica para acomodar seus sistemas às adversidades
provenientes de tais mudanças.
Contudo, esse grau de capacitação não é uma realidade comum para os países em
desenvolvimento. Consequentemente, existe forte risco de deterioração significativa
em seus rendimentos agrícolas, que podem resultar em:

Aumento da insegurança alimentar,
desnutrição e fome, uma vez que a

Aumento dos preços de produtos
agrícolas, como resultado de
economia de muitos desses países é
fortemente dependente da agricultura.
prolongados períodos de seca advindos
de mudanças de temperatura.
Assim, uma parcela ainda maior da população poderá enfrentar dificuldades de
acesso a uma cesta alimentar adequada.
Infraestrutura
É importante destacarmos os eventuais danos à infraestrutura causados por
mudanças climáticas. Eventos ambientais extremos, como deslizamentos de terra e
enchentes, podem gerar consequências:
Imediatas
Exemplo: a derrubada de uma
ponte.
Lentas
Exemplo: deformação de
trilhos de ferrovias graças ao
aumento das temperaturas.
Deve-se, portanto, adaptar as infraestruturas às mudanças climáticas.

Migração
O aumento do nível do mar estimulará deslocamentos massivos de populações de:
Lugares ermos
Como as ilhas do Pacífico, que correm o
risco de desaparecer.
Cidades costeiras
Como o Rio de Janeiro, que não é capaz de
adaptar sua infraestrutura à elevação do
nível do mar.
Além disso, outros problemas também podem motivar movimentos migratórios, como
a falta de acesso à água potável e as dificuldades com a agricultura, levando à perda
da segurança alimentar.
Desse modo, a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas são estratégias
interessantes para reduzir e gerenciar os riscos dessas transformações no clima.
Reduções substanciais de emissões nas próximas décadas podem:
Migração
Diminuir os riscos
climáticos no século
XXI.
Aumentar as
perspectivas de
adaptação.
Conduzir ao
desenvolvimento
sustentável.

Confira agora mais detalhes sobre alguns impactos do aquecimento global
relacionados à migração.
A sociedade e o papel Brasil
O desenvolvimento sustentável e a equidade fornecem uma base para avaliar as
políticas climáticas. Afinal, as contribuições passadas e futuras dos países para o
acúmulo de GEE na atmosfera são diferentes. Além disso, eles também enfrentam
desafios e circunstâncias variadas, possuindo capacidades diferentes para lidar com a
mitigação e a adaptação.
Como já mencionamos anteriormente, a mitigação é uma das estratégias de resposta
à mudança do clima por meio da redução de emissões. Seus benefícios são globais e
de longo prazo.
A redução de emissões de GEE requer uma ação conjunta que, em uma escala nunca
vista, precisa envolver:

Governo

Sociedade
civil

Indústria de
energia
Quanto ao Brasil, a contribuição mais efetiva para a mitigação da mudança do clima
está relacionada à redução de emissões por desmatamento, atividade responsável por
grande parte das emissões no país.
Exemplo
Podemos citar como iniciativa para mitigação o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do
Desmatamento na Amazônia Legal, criado em 2004.
Observe, a seguir, a contribuição do desmatamento nas emissões de GEE:
Categoria 1990 2015
Energia 186.707,20 449.407,50
Indústria 48.211,25 85.653,00
Categoria 1990 2015
Agricultura 286.995,00 428.904,90
Resíduos 27.595,50 62.695,10
Total de emissões
de GEE excluindo
LULUCF
549.508,95 1.026.660,50
Tabela: Emissões anuais de GEE para o Brasil por setor em gigagrama (Gg) de CO2 equivalente.
Adaptado de UNFCCC, 2020d.
No setor de agricultura, a mitigação pode ser alcançada por meio de práticas de
plantio direto, evitando a liberação de dióxido de carbono pelo solo. Além disso, uma
agricultura menos intensa nouso de fertilizantes nitrogenados, responsáveis por
emissões de óxido nitroso, também é uma alternativa para o setor.
Curiosidade
Em 2017, o setor de transportes foi responsável por 23% da quantidade total de emissões de CO2 em todo o
mundo. Sua mitigação de GEE está relacionada não somente à escolha de combustíveis alternativos, como o
etanol e o biodiesel, mas também à melhoria da eficiência energética. A eletrificação dos transportes
também é uma alternativa que vem ganhando destaque, já que os veículos elétricos podem utilizar a energia
elétrica proveniente de fontes renováveis, tendo uma maior eficiência energética.
Voltaremos a falar agora sobre a adaptação. Seu conceito está estreitamente
vinculado ao de vulnerabilidade, que é o grau de suscetibilidade e incapacidade de um
sistema em lidar com os efeitos da mudança do clima.
No contexto do Brasil, as medidas de adaptação são normalmente implementadas
como uma resposta à ocorrência de eventos extremos (naturais ou não). Listaremos a
seguir alguns exemplos de medidas de adaptação:
 Fortalecimento dos sistemas e órgãos de defesa civil.
 Conservação de ecossistemas.
 Gerenciamento de zonas costeiras, vedando o
estabelecimento de novas zonas residenciais em áreas
sujeitas ao aumento do nível do mar.
A mitigação e a adaptação levantam questões de equidade e justiça. Afinal, muitos
dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas contribuíram – e ainda
contribuem – pouco para as emissões de GEE.
 Gerenciamento de riscos na agricultura e pesquisas com
grãos mais resistentes ao aumento da temperatura.
 Sistemas de vigilância para o avanço de doenças causadas
por vetores bene�ciados pelo aumento médio da
temperatura, como a dengue.
 Construção de diques, considerando, segundo o 4º relatório
do IPCC, o provável aumento do nível do mar em cerca de
50cm até o �nal do século.
O desenho da política climática é influenciado pela maneira como
indivíduos e organizações percebem riscos e incertezas, levando-
os em consideração. Diferentes métodos de avaliação são
realizados a partir de análises econômicas, sociais e éticas para
auxiliar na tomada de decisões. A mudança climática tem as
características de um problema de ação coletiva em escala global,
já que as emissões de qualquer agente (por exemplo, indivíduo,
comunidade, empresa, país) afetam outros agentes.
A mitigação eficaz não será alcançada se os agentes individuais promoverem os
próprios interesses de forma independente. A eficácia na adaptação a essas
mudanças climáticas pode ser aprimorada por meio de ações complementares em
todos os níveis. Respostas cooperativas, incluindo a cooperação internacional, são
necessárias para mitigar efetivamente as emissões de GEE. É o caso dos acordos
internacionais que estudamos anteriormente.
Comentário
Além desses acordos, podemos destacar também o papel da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento
Sustentável como uma forma de atuação conjunta para mitigar tais efeitos. Afinal, a mudança climática é
uma ameaça ao desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento sustentável
Em 2015, todos os 193 estados membros das Nações Unidas concordaram com as
diretrizes da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que reúne um
conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas como
desdobramentos desses objetivos.
Entre esses objetivos, nota-se a importância da mitigação das mudanças climáticas
para a trajetória até o desenvolvimento sustentável, tanto de forma direta, como
veremos no ODS 13, quanto de forma indireta, como ocorre, por exemplo, nos ODS 2,
14 e 15.
Vejamos então o ODS 13, observando atentamente seus desdobramentos em metas:
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática
e seus impactos, tendo como metas:
Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a
riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em
todos os países;
Integrar medidas da mudança do clima nas políticas,
estratégias e nos planejamentos nacionais;
Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a
capacidade humana e institucional sobre mitigação,
adaptação, redução de impacto e alerta precoce da
mudança do clima;
Implementar o compromisso assumido pelos países
desenvolvidos participantes da UNFCCC para a meta de
mobilizar conjuntamente US$ 100 bilhões por ano a partir
de 2020, de todas as fontes, para atender às
necessidades dos países em desenvolvimento, no
contexto das ações de mitigação significativas e
transparência na implementação; e operacionalizar
plenamente o Fundo Verde para o Clima por meio de sua
capitalização o mais cedo possível;
Promover mecanismos para a criação de capacidades
para o planejamento relacionado à mudança do clima e à
gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive
com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e
marginalizadas.
(NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020c, n. p.)
Além do ODS 13, outros objetivos estão relacionados às mudanças climáticas, como
estes presentes nas ODS 2, 14 e 15 (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020b, 2020d, 2020e):
 2. Fome Zero e agricultura sustentável
“Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e
promover a agricultura sustentável.”
 14. Vida na água
“Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos
marinhos para o desenvolvimento sustentável”.
Tais objetivos estão indiretamente relacionados ao combate às mudanças climáticas,
já que, como vimos ao longo deste estudo, essas transformações no clima trazem
riscos à segurança alimentar e à conservação dos oceanos e da vida terrestre. Logo,
combater a mudança climática tem uma relação direta com a busca pelo
desenvolvimento sustentável.
 15. Vida terrestre
“Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas
terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação,
deter e reverter a degradação da terra, e deter a perda de biodiversidade”.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Os impactos ocasionados pelas mudanças climáticas podem ser divididos em cinco
dimensões: biodiversidade, recursos hídricos, agricultura e segurança alimentar,
infraestrutura e migração. Com relação à dimensão da agricultura e segurança
alimentar, podemos afirmar que:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A
A preocupação com a segurança alimentar terá destaque nos países
em zonas temperadas.
B
Países desenvolvidos não têm capacidade técnica nem econômica
para se adaptar a esse nível de mudanças.
C
As altas temperaturas poderão causar grandes secas que afetarão a
produção agrícola.
D
Países agroexportadores poderão ter ganhos com a ampliação das
mudanças climáticas.
E A água não deixará de ser um recurso universal.
As mudanças climáticas poderão levar ao aumento de períodos de seca, os quais
trazem prejuízos para a produção agrícola, que pode não se adaptar às novas
temperaturas. Com isso, a segurança alimentar, ou seja, a busca de alimentos de
qualidade e quantidade suficiente para todos, é prejudicada. Tais mudanças podem,
portanto, prejudicar a segurança alimentar a partir do impacto negativo sobre a
agricultura.
Questão 2
Sobre o ODS 13, assinale a alternativa que corresponde a um desafio da sociedade
frente às mudanças climáticas presente nesse objetivo.
A
Criação de um fundo para que países em desenvolvimento
transfiram recursos para os desenvolvidos a fim de combater as
transformações climáticas nessas regiões.
B
Metas de conservação de vida nos oceanos, mares e recursos
marinhos para o desenvolvimento sustentável.
C Ações de proteção e uso sustentável dos ecossistemas terrestres.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Os objetivos de desenvolvimento sustentável contidos no ODS13 buscam promover
medidas urgentes no combate às mudanças climáticas e seus impactos. Entre suas
metas, consta a busca por uma integração das medidas de combate às mudanças
climáticas com planejamentos nacionais, estratégicose políticos.
Considerações �nais
D
Tomar ações para que ocorra integração das medidas de combate
às mudanças climáticas com planejamentos nacionais, estratégicos
e políticos.
E
Garantir segurança alimentar e ações para uma agricultura
sustentável.
Ao longo deste estudo, vimos que as mudanças climáticas podem gerar grandes
impactos nas sociedades e no próprio meio ambiente. Grandes esforços, portanto,
precisam ser realizados conjuntamente em prol da mitigação das emissões de GEE.
A cooperação entre países é necessária, já que o aumento da temperatura global gera
impactos em todas as sociedades. A adoção de políticas para minimizar a mudança
do clima pode não reverter alguns impactos já ocasionados, como o aumento do nível
do mar e da incidência de eventos extremos, mas deve contribuir para a mitigação dos
impactos ainda mais profundos que poderão ocorrer ao longo do século XXI.
Podcast
Para encerrar, ouça o podcast e conheça um pouco mais sobre o Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas e as suas ações.

Explore +
Para saber mais sobre a mudança climática hoje pelo mundo, pesquise na internet e
conheça o Climate Action Tracker (CAT).
Trata-se de uma plataforma independente que rastreia a ação climática dos governos,
fornecendo uma análise aos formuladores de política. Isso é feito a partir da
colaboração de duas organizações: Climate Analytics e New Climate Institute. O CAT
quantifica e avalia os compromissos de mitigação das mudanças climáticas e
identifica se os países estão no caminho certo para cumpri-los.
Referências
BARCELLOS, C.; XAVIER, D. R. Mudanças climáticas e os impactos na saúde. Análise
de Situação em Clima e Saúde. Observatório Nacional em Clima e Saúde, 2017.
BRASIL. Acordo de Paris. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2017.
BRASIL. Adaptação à mudança do clima. Consultado na internet em: 31 jul. 2020a.
BRASIL. Compromissos estabelecidos na convenção-quadro das Nações Unidas
sobre mudança do clima (UNFCCC). Consultado na internet em: 31 jul. 2020b.
BRASIL. Financiamento para mitigação e adaptação em mudança do clima.
Consultado na internet em: 31 jul. 2020d.
BRASIL. Mitigação da mudança do clima. Consultado na internet em: 31 jul. 2020c.
BRASIL. Protocolo de Quioto. Consultado na internet em: 31 jul. 2020e.
FORTIN, E. Mobilités électriques et réduction de l’impact environnemental. L’École des
Ponts ParisTech et la Fondation d’entreprise du Groupe Renault. Publicado em: 2017.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Mudança climática. Consultado na internet
em: 31 jul. 2020.
IPCC. Climate change 2007: mitigation. Contribution of working group III to the fourth
assessment report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge/
New York: Cambridge University Press, 2007.
IPCC. Climate change 2014: Synthesis Report. Contribution of working groups I, II and
III to the fifth assessment report of the Intergovernmental Panel on Climate Change.
Geneva: IPCC, 2014.
IPCC. Summary for policymakers. Global warming of 1.5°C. An IPCC special report on
the impacts of global warming of 1.5°C above pre-industrial levels and related global
greenhouse gas emission pathways, in the context of strengthening the global
response to the threat of climate change, sustainable development, and efforts to
eradicate poverty. 2018.
IPCC. The Intergovernmental Panel on Climate Change. Consultado na internet em: 31
jul. 2020.
KRUPA, S. V. Global climate change: processes and products – an overview. Environ
monit assess., n. 46, 2007. p. 73–88.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Adoção do acordo de Paris. Conferência das Partes, 2015.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. A ONU e a mudança climática. Consultado na internet em:
31 jul. 2020a.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. ODS 2. Consultado na internet em: 31 jul. 2020b.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. ODS 13. Consultado na internet em: 31 jul. 2020c.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. ODS 14. Consultado na internet em: 31 jul. 2020d.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. ODS 15. Consultado na internet em: 31 jul. 2020e.
UNFCCC. What is the United Nations framework convention on climate change.
Consultado na internet em: 31 jul. 2020a.
UNFCCC. 25 years of effort and achievement. Consultado na internet em: 31 jul.
2020c.
UNFCCC. Greenhouse gas inventory data - comparison by category. Consultado na
internet em: 31 jul. 2020d.
UNFCCC. Quioto protocol. Consultado na internet em: 31 jul. 2020b.
Material para download
Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato
PDF.
Download material
O que você achou do
conteúdo?
Relatar problema
javascript:CriaPDF()

Continue navegando