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incorporar nas Agendas Governamentais dos Municípios, Estados, Distrito Federal e 
União, ações pontuais no campo da Saúde capazes de auxiliá-los no cumprimento 
das referidas Metas. 
Aqui, os Consórcios Públicos Intermunicipais, em especial os da área da Saúde 
(CIS’s) possuem papel relevante no atendimento aos ODM’s supra, por meio da 
adoção de políticas governamentais conjuntas entre os Municípios que compõem o 
Consórcio; entre eles e o Estado-membro de sua circunscrição, ou até mesmo entre 
um CIS e o Governo Federal e seus Ministérios. 
Tais parcerias baseiam-se na competência comum, que atende o campo das 
Políticas Públicas, nos termos do art. 23, II, da CRFB/88: 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios: 
(...) 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das 
pessoas portadoras de deficiência;(grifei) 
 
Nesse contexto, fica fácil vislumbrar que as ações políticas no campo da Saúde, 
na condição de serviço público, são de responsabilidade concomitante dos 3 entes 
federativos. No que toca aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, os exemplos 
abaixo expostos são executados com maior grau de Eficácia, de Eficiência e de 
Efetividade por meio de Municípios consorciados, com a conjugação dos vários 
Interesses Locais em um só Interesse, o Translocal, como adiante será demonstrado: 
ODM 4: Consórcio Intermunicipal do Grande ABC (SP - GT Saúde), Programa 
Mãe Cegonha; 
ODM 5: CISVALI – Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Iguaçu (PR), 
Rede Mãe Paranaense; 
ODM 6: CISCENOP – Consórcio Intermunicipal de Saúde do Centro Noroeste 
do Paraná, Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS. 
Dessa maneira, objetivando a compreensão do que deveras consiste o 
Interesse Translocal, e sua relação com os Consórcios Públicos Intermunicipais, faz-
se essencial explicar primeiramente em que consiste o Interesse Local, pois esse está 
incluído naquele Interesse, como adiante demonstrar-se-á. Para isso, o 
desenvolvimento deste Trabalho será feito em dois Planos (1º Plano: Interesse Local; 
2º Plano: Interesse Translocal e Consórcios Públicos), cada qual composto de um 
painel histórico, pois um Interesse (Local) é condição de existência do outro 
(Translocal), além desta Introdução, da Conclusão e das Referências Bibliográficas. 
A mostra de quadros históricos acerca do surgimento e da evolução de 
ambos os Interesses do Município Brasileiro é de suma importância didática, pois 
ilustrará a sua inter-relação: a exemplo do Interesse Local, o Translocal também 
esteve ligado à pendular autonomia sofrida pelo Município ao longo da história do 
Federalismo brasileiro, a qual esteve “marcada por fases de plenitude e períodos de 
queda e de negação”11. Dessa forma, no que se refere a um Consórcio Público 
Intermunicipal, “a criação deste tipo de associação independe de sua menção explícita 
nas leis constitucionais, já que os municípios podem, em qualquer tempo, criá-las, 
desde que gozem de autonomia quanto à organização de seus serviços”12. Ou seja, 
onde há autonomia municipal, haverá os Interesses Local e Translocal, 
concomitantemente. 
Dessa maneira, o Primeiro Plano deste Trabalho mostrará um painel sobre 
o surgimento e a evolução do Interesse Local em diversos momentos da História de 
nosso País. Em sua gênese, este Instituto era denominado Peculiar Interesse, sendo 
que somente com a Constituição de 1988 passou a ser chamado de Interesse Local. 
Entretanto, desde o Brasil Colônia, ponto de partida deste Primeiro Plano, havia uma 
necessidade de autonomia de nossas Municipalidades em tratar de seus assuntos. 
No período pré-constitucional brasileiro, as Municipalidades de então eram tratadas 
de maneira desigual pela Metrópole (Portugal), conforme os Interesses dessa, sendo 
as demais relegadas ao desprestígio e obrigadas a tratar de seus assuntos por conta 
própria. 
O segundo momento passará pelo Primeiro Império Brasileiro, com a 
Constituição de 1824 reconhecendo essa necessidade preexistente dos Municípios 
em tratarem por si mesmos de seus próprios assuntos, de um lado e, de outro, 
 
11 HORTA, Raul Machado. Direito constitucional. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002. p. 450. 
12 TAVARES, Hermes. Planejamento microrregional e consórcios intermunicipais. Revista de 
Administração Municipal. Rio de Janeiro: v. 24, n. 144, set/out 1992. p. 53-64. 
	Márcia Regina Zok da Silva
	Márcia Regina Zok da Silva

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