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Agencias Reguladoras e Executivas _03-2017 concurseira_pc

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Agências Reguladoras 
As Agências Reguladoras são autarquias em regime especial, criadas por lei, pessoas jurídicas de direito 
público, dotadas de autonomia. Logo são integrantes da Administração Pública Indireta. 
Essas autarquias têm poderes especiais, ante a maior autonomia que detém e a forma de provimento de 
seus cargos diretivos (por mandato certo e afastada a possibilidade de exoneração ad nutum, ou seja, a 
qualquer momento). Não são, porém, independentes. Estão sujeitas ao mesmo tratamento das autarquias, 
e passiveis de idênticos mecanismos de controle externo e interno. 
Os dirigentes das agências reguladoras são nomeados pelo Presidente da República após prévia aprovação 
pelo Senado Federal. Estes dirigentes gozam de mandatos com prazo fixo e só saem do cargo mediante 
renúncia ou condenação judicial. 
As agências reguladoras exercem o papel de fiscalização, regulamentação e controle de produtos e serviços 
de interesse público tais como telecomunicações, energia elétrica, serviços de planos de saúde, entre 
outros. Além disso, devem garantir a participação do consumidor nas decisões pertinentes do setor 
regulado. 
 Entre as principais funções de uma agência reguladora, estão: 
 O levantamento de dados sobre o mercado de atuação, 
 Elaboração de normas disciplinadoras para o setor regulado, 
 Fiscalização dessas normas, 
 Defesa de direitos do consumidor, 
 Gestão de contratos de concessão de serviços públicos delegados e 
 Incentivo à concorrência, minimizando os efeitos dos monopólios naturais e desenvolvendo 
mecanismos de suporte à concorrência. 
 
Na visão de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, existem dois tipos de agências reguladoras no direito brasileiro: 
a) as que exercem o poder de polícia, com a imposição de limitações administrativas, fiscalização e 
repressão, como, por exemplo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Nacional de 
Saúde Pública Suplementar (ANS); 
b) as que regulam e controlam as atividades que constituem objeto de concessão, permissão ou 
autorização de serviços públicos (telecomunicações, energia elétrica, transporte público) ou concessão 
para exploração de bem público, como, por exemplo, petróleo, minerais, rodovias etc. 
 
Atualmente, existem dez agências reguladoras federais, São elas: a Agência Nacional de Aviação Civil 
(ANAC), Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 
Agência Nacional do Petróleo (ANP), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de 
Transportes Aquaviários (ANTAQ), Agência Nacional do Cinema (ANCINE). Agência Nacional de Transporte 
Terrestres (ANTT), Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (ADASA), 
Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). No Distrito Federal 
existe também a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa). 
 
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Agências Executivas 
Agência executiva é uma qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre contrato de gestão 
com o órgão a que se ache vinculada, para a melhoria da eficiência e redução de custos. “São, na realidade, 
autarquias ou fundações que, em decorrência dessa qualificação, passam a submeter-se a regime jurídico 
especial” (DI PIETRO, 2004, p. 401). 
As agências executivas se distinguem das agências reguladoras por não terem como objetivo principal o de 
exercer controle sobre particulares que prestam serviços públicos, que é o objetivo fundamental das 
agências reguladoras. A expressão “agências executivas” corresponde a um título ou qualificação atribuída 
à autarquia ou a fundações públicas cujo objetivo seja exercer atividade estatal. 
A qualificação de autarquia ou fundação como agência executiva poderá ser conferida mediante iniciativa 
do Ministério supervisor, com anuência do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, que 
verificará o cumprimento, pela entidade candidata à qualificação, dos seguintes requisitos: 
a) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor; 
b) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da 
qualidade da gestão e para a redução de custos, já concluído ou em andamento. 
 
O contrato de gestão é um compromisso institucional, firmado entre o Estado, por intermédio de seus 
ministérios, e uma entidade pública estatal, a ser qualificada como agência executiva. Seu propósito é 
contribuir ou reforçar o atendimento de objetivos de políticas públicas, mediante o desenvolvimento de 
um programa de melhoria da gestão, com vistas a atingir uma superior qualidade do produto ou serviço 
prestado ao cidadão. Um contrato de gestão especifica metas (e respectivos indicadores), obrigações, 
responsabilidades, recursos, condicionantes, mecanismos de avaliação e penalidades. 
A qualificação como Agência Executiva deve ser dada por meio de decreto do Presidente da República. 
 
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Quadro comparativo 
 
Agências Reguladoras Agências Executivas 
Autarquias de regime especial Autarquias ou Fundações Públicas 
Criadas por lei Qualificação por decreto 
Nasce agência reguladora Entidade preexistente que se qualifica como 
agência executiva se preencher os requisitos 
Dotadas de maior autonomia e poderes especiais Celebram contrato de gestão com o Ministério 
que as instituiu – especifica prerrogativas e 
obrigações 
Fiscalização, regulamentação e controle de 
produtos e serviços de interesse público 
Contribuir ou reforçar o atendimento de 
objetivos de políticas públicas, mediante o 
desenvolvimento de um programa de melhoria 
da gestão 
Não há disposição na CF Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e 
financeira dos órgãos e entidades da administração 
direta e indireta poderá ser ampliada mediante 
contrato, a ser firmado entre seus administradores e 
o poder público, que tenha por objeto a fixação de 
metas de desempenho para o órgão ou entidade.

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