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Manda Praquele Lugar!_ 25 insig - Rafael Guandalini

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SOBRE O GUIAS RÁPIDOS:
Olá, Seja muito bem-vindo a “Manda Praquele
Lugar!” Este Ebook faz parte do Projeto Guias Rápidos, o
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com “Manda Praquele Lugar!”
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO
O que os outros vão falar, o que meus pais vão
achar, o que as pessoas vão dizer, o que vai ser de mim se
as pessoas não gostarem do que eu disse, ou do que eu fiz,
ou do que vou fazer... E por aí vai.
Duvido que exista alguém no mundo que nunca
tenha pensado assim. Uns mais, outros menos, todos temos
nossos momentos de preocupação sobre a opinião alheia.
Ainda mais nos dias atuais, em que as redes sociais
disponibilizam as informações muito rápido para todo
mundo ver, a necessidade de saber o que os outros
acharam, ou o que eles vão comentar, ou se eles vão dar
likes ou não, acaba levando a gente a depender desses
likes pra saber se nossa vida está indo na direção certa.
E claro, os likes virtuais são apenas reflexo da
vida real. Afinal, eles são dados por seres humanos.
Então, na nossa vida real, no almoço de domingo em
família, por exemplo, ou na rodinha da escola, faculdade
ou trabalho, estamos constantemente estudando o ambiente
para saber se aquilo que vamos dizer vai agradar às
pessoas ou não.
O efeito disso é a auto-censura. A partir do
momento em que abrimos mão de falar o que queremos e
de ser quem somos, pelos riscos daquilo não agradar às
outras pessoas, vamos abrindo mão de sermos nós
mesmos. A gente deixa de pensar sobre o que nós
gostaríamos de fazer, e passamos a pensar sobre o que as
pessoas gostariam de saber que nós fazemos.
Essa mudança vai acontecendo de forma sutil, sem
a gente perceber. De repente, vão surgindo os efeitos
colaterais:
- O seu amor próprio começa a diminuir. Veja que
ironia: quanto mais você agrada aos outros, menos aquilo
te agrada pois, para fazer isso, você tem que abrir mão de
ser quem realmente gostaria.
- Você começa a cair na mesmice, na média, na
vala comum. Já que você faz tudo igual a todos para não
causar discórdias, você recebe da vida o mesmo que
todos recebem, nada a mais. O mediano, também quer
dizer medíocre. E é isso que você é quando não sai do
meio da multidão.
- Você atrai mais pessoas medianas à sua volta. A
vida funciona como uma imã, você atrai pessoas que agem
que nem você. Se for uma pessoa autêntica, atrairá
pessoas autênticas. Se for alguém que se esconde, idem.
Tem gente que vai dizer: ah... mas é fácil para
você falar, você não sabe a minha situação. Olha, saber eu
não sei, mas, pra ser sincero, não importa. Todas as
pessoas do mundo acham que os problemas dela são
únicos e maiores que dos outros. Então, quando você
censura suas idéias e suas atitudes, não tem como se
justificar dizendo que pra você é mais díficil, porque na
real não é. Todo mundo poderia dizer isso e não passa de
uma desculpa.
Numa dessas, vidas inteiras são jogadas fora.
Existem inúmeros casos de pessoas que não fizeram o que
queriam fazer com medo do que os outros vão pensar.
Vamos ver alguns casos:
- Quantas pessoas já deixaram de seguir a carreira
que queriam porque os pais tinham planos para elas em
outra área? Ou mesmo porque acharam que a carreira “A”
tinha mais chances de dar dinheiro que a carreira “B”,
logo escolheram a primeira?
- Quantas pessoas não ficam num emprego que
não gostam, numa profissão que não gostam, num
relacionamento que não gostam, tudo porque elas têm
medo de mudar e serem chamadas de louco pelas outras
pessoas, ou então por medo de desagradar os outros,
sejam eles pessoas próximas ou mesmo a sociedade em
geral.
- Quantas pessoas tem medo de levantar a mão
numa aula, numa reunião de trabalho, com medo de dar
uma idéia que as pessoas possam achar ridícula? Depois,
percebem que alguém diz algo muito parecido e todo
mundo gosta. O que fez aquela pessoa não falar o que
devia ter falado?
O medo do que os outros vão dizer.
Toda vez que nos censuramos, o que está por trás
é esse medo: o que o outro vai achar.
É por isso que, cansado de ver tantos amigos e
amigas passando por essa situação, eu decidi criar este
Ebook. Sabe, nos últimos tempos, eu tomei uma decisão
difícil: resolvi abrir mão de alguns negócios nos quais
tinha uma certa estabilidade, e resolvi me dedicar 100% a
este negócio que é escrever. Por causa disso, criei este
projeto do Guias Rápidos (veja outros livros aqui, aqui e
aqui), e confesso para você que no começo foi um pouco
difícil.
Quando as pessoas me perguntavam como andava
a vida, mesmo depois de eu já ter feito essa mudança, eu
continuava a dizer que seguia com minha vida anterior,
porque eu tinha medo de todas as perguntas que iam me
fazer, tudo que iam me falar, e do que as pessoas iam
conversar sobre mim depois que eu fosse embora.
Só que eu estava (e estou) tão feliz nesse novo
projeto, tão feliz por estar escrevendo, que achei que não
era justo comigo mesmo não contar que tinha dado uma
guinada na vida e que não era mais dono de empresa, e
sim escritor. Claro que no começo muita gente estranhou,
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perguntou se eu estava doido, se eu sabia o quanto seria
difícil mudar assim do nada.
Aos poucos, porém, esse espanto foi diminuindo.
Eu comecei a reparar duas coisas: depois do choque
inicial de alguns ao saber que tinha mudado de profissão,
tudo seguia normal, como se nada tivesse mudado, e cada
um ia seguir sua vida. Ou seja, as pessoas se espantavam
de cara, mas, de repente, já estavam de volta em suas
próprias preocupações, e não estavam mais nem aí com a
minha vida.
Outra coisa interesante era que, de repente,
pessoas com quem eu mal falava mais voltaram a falar
comigo, dessa vez para dizer que admiravam muito a
coragem que eu tive de mudar, e eu acabei me tornando
exemplo para elas. Veja só.
Então, percebi que todo mundo quer mudar algo
na vida. Pode ser uma coisinha simples, ou então uma
guinada completa, mas todo mundo quer mudar algo e não
o faz por medo do que vão dizer.
É por isso que eu me inspirei para escrever esse
livro. E é por isso que eu escolhi aqui 25 descobertas que
eu tive durante esse processo de mudança de profissão.
Eu espero que isto inspire você a mudar tudo que
tiver que mudar na sua vida para que seja mais feliz.
Afinal, espero que isso fique claro no decorrer do livro, o
seu único compromisso na vida deve ser com a sua
felicidade.
Então, bora lá que, logo a seguir, você verá as 25
razões para não estar nem aí com o que os outros vão
dizer!
1. VOCÊ VAI MORRER
Imagino que isso não seja novidade para você,
mas será que você lembra desse fato todos os dias quando
acorda? Acredito que não. Tem até aquele piada que diz:
“Viva todos os dias da sua vida como se fossem o último,
pois um dia você acerta.” E é isso mesmo, a gente não
vem pro mundo sabendo quando será nossa vez de partir,
e é meio triste pensar que pode ser a qualquer minuto.
Todo mundo conhece alguém que foi embora para o lado
de lá do nada, seja por acidente, seja por um mal estar
repentino, ou mesmo uma doença que o levou em questão
de meses. E daí você vê que, mesmo uma doença que
demore 6 meses pra te levar, já seria rápido demais! Se
você soubesse que iria morrer em 6 meses, isso não te
daria um desespero? Quantas coisas você ia sentir que
ficariam faltando ter feito em sua vida? Imagine então se,
ao invés de seis meses, estivéssemos falando de um dia,
ou um minuto, ou um milésimo de segundo para sua vida ir
embora?
E aí, meu amigo? E aí, minhaamiga? Parece
trágico demais, né? Mas todos os dias, isso acontece com
um monte de gente, e eles tem que lidar com o fato de não
ter vivido a vida que queriam por MEDO.
Vamos imaginar que exista vida depois da morte,
daquele jeito mais clichê possível: você morre e daí vai
para o julgamento final lá no céu. Imagine que você esteja
nessa situação. Daí você chega lá em cima e alguém te
pergunta: “E aí, você viveu tudo que você queria ter
vivido?”. Então você vai lá e, na maior vergonha do
mundo, diz: “Então, veja bem... Não... Na verdade, eu
acabei escolhendo uma profissão por pressão dos meus
pais... Daí a empresa em que eu tava não me fazia muito
feliz, eu não era muito identificado com ela, sabe? Mas
eles tinham uns benefícios legais, tipo um seguro-saúde
bom, um vale-refeição alto, então eu nunca tentei sair de
lá... Depois, acabei casando meio que porque não tinha
nada de melhor pra fazer, e aí fiquei num relacionamento
ruim porque não consegui me separar... E daí... Bom, daí
você já sabe, peguei a estrada aquele dia, o caminhão
perdeu controle, veio pra cima de mim e... Tô aqui...”
Parece piada né? Mas tenho certeza que você,
assim como eu, também conhece gente que foi embora
desse mundo de um dia para o outro, e sabe que a pessoa
se foi frustrada porque não viveu uma vida plena que
gostaria de ter vivido.
Agora, só tem um problema nisso tudo: essa
história de brincar de julgamento final, de imaginar como
vai ser quando chegar lá no céu, não passa de, como o
próprio verbo que usamos, uma brincadeira. NINGUÉM
sabe o que acontece do lado de lá, quando a gente parte
dessa vida. Tudo isso que falam sobre outras vidas,
reencarnação, céu, inferno, juízo final, é o que as pessoas
acham, ok? Não quero aqui entrar em discussões
filosóficas sobre religião, mas, caso você acredite em
próxima vida, fique ciente que a pessoa que te ensinou
isso nunca foi lá do outro lado pra se certificar do que
está falando. Se eu fosse você, eu contaria apenas com o
pior cenário possível, aquele que acredita que não existe
porra nenhuma depois que você morre. Que a vida é essa
aqui, nesse universo onde estamos, e que depois tudo se
resume a virar pó!
A partir disso, conforme você se dá conta dessa
realidade, você consegue então refletir como nosso tempo
aqui é escasso, como estamos todos os dias lidando com a
fragilidade que é viver. A qualquer momento, podemos
partir. Então, quando você fica estacionado no mesmo
lugar, sem fazer o que deveria fazer, é como se você
estivesse parado num táxi com o taxímetro ligado, e a vida
fosse te cobrar esse preço no final. Quanto mais tempo
parado, maior será o seu arrependimento.
Conforme você vai enxergando isso, fica mais
fácil colocar em perspectiva a opinião de outras pessoas,
pois você sabe que um dia você vai morrer e virar pó.
Sabe aqueles dias em que você está muito ocupado, ou
atrasado, e está indo em algum lugar quando alguém tenta
te interromper e você responde: “Agora num dá, não
consigo falar”? Então, é isso o que acontece quando você
se dá conta de que seu tempo aqui nesta vida é passageiro
e que não pode desperdiça-lo estacionado fazendo o que
não gosta. Você se dá conta de que todas as interrupções,
inclusive as opiniões de outras pessoas, são só obstáculos
que você tem que ultrapassar para ir atrás de aproveitar o
seu tempo o máximo possível por aqui.
Você vai passar por este planeta por um período
de tempo mínimo, se considerarmos a idade da Terra, do
sistema solar, do Universo, etc... Você viverá, se tudo der
certo, de 70 a 100 anos. É uma quantia de tempo ridícula.
Então, você deve se certificar de que, ao passar por aqui,
sua existência tenha valido a pena, e que você tenha
deixado o seu legado para os que ficam.
Supondo que você tenha interesse nisso, ou seja,
de deixar um legado positivo nesse planeta, saiba que as
únicas pessoas que conseguiram fazer isso foram aqueles
que deram a cara a tapa, opinaram, contrariaram,
transgrediram, mudaram o status quo de algo. Escrevo esta
página no dia do Aniversário do Freud, pai da
psicanálise. Ele morreu há quase cem anos, escreveu
muitos textos durante toda sua vida e, até hoje, é lembrado
e estudado diariamente por milhares de pessoas no mundo
inteiro. Você acha que isso foi fácil? Claro que não. Na
época dele, ao vivo, e hoje, após sua morte, muita gente o
considerou e ainda o considera louco, pervertido,
desequilibrado, e por aí vai.
Mas ele entendeu o sentido da vida, que é deixar
um legado para quem passar por aqui depois, e fez isso
mesmo que colocasse a sua vida nos holofotes. Por isso,
vamos brincar aqui de imaginar o seu velório. Desculpe
se isso parece um pouco tétrico, mas a idéia é essa
mesma. Talvez assim você entenda que seus dias na Terra
estão contados, e que, a cada dia que passa, eles estão
mais próximos do fim.
No dia do seu velório, imagine que dois
conhecidos seus apareceram lá, em frente ao seu caixão e
comecem a falar sobre você. O que eles falarão? Que
ensinamentos você deixou para eles? Como você foi um
motivo de orgulho para eles? Procure pensar a respeito
disso, e ver qual legado você vai deixar quando descobrir
o seu dom e compartilha-lo com o mundo, custe o que
custar. Isso com certeza vai gerar críticas, oposição,
inimizades, o que for, mas você vai ver que deixar um
legado às pessoas está acima disso.
É importante então que você perceba que
constatar que você vai morrer um dia não deve gerar uma
atitude irresponsável, como se, já que tudo vai acabar um
dia, posso ligar o foda-se e mandar todo mundo se ferrar.
Não é isso. É exatamente o contrário.
Entender que a vida é finita serve para que você
pare de desperdiçar tempo vivendo uma vida que não vale
a pena e que não te agrada, só porque você tem medo do
que os outros vão dizer.
Se existem pessoas que gostam de desperdiçar a
vida imobilizadas graças às opiniões dos outros, azar o
delas, você não precisa ser assim.
A partir de hoje, toda vez que alguém criticar a
sua opinião, ou você deixar de fazer algo porque tem
medo do que irão falar, pense que é a sua vida, pense no
taxímetro ligado e que seu carro está estacionado
precisando partir, pense no seu legado que está em jogo, e
assim você vai conseguir agir!
2. VOCÊ NÃO TEM TODO O TEMPO DO
MUNDO
Ao contrário do que dizem aqueles concursos
sobre talentos de terceira idade, ou aqueles textos
exaltando empreendedores que brilharem depois de mais
velhos, esse papo de que você tem todo o tempo do mundo
é balela. Ou, como dizem em inglês, BULLSHIT.
Mas calma, que dessa vez não vamos falar sobre
o fato de que você irá morrer. Agora, vamos considerar o
oposto de morrer. Como diria meu avô, quando já estava
bem velhinho, o oposto de morrer é envelhecer.
Não sei quantos anos você tem, mas o que eu te
garanto é que, quanto mais velho você vai ficando, os
desafios para sair da sua zona de conforto e tomar
decisões importantes só aumentam, pois as
responsabilidades da sua vida também aumentam, ao
mesmo tempo que o tempo disponível e a disposição para
lutar contra os obstáculos vão diminuindo.
Sabe quando você empurra aqueles planos para o
futuro, dizendo que quando tiver X mil reais na conta, vai
largar tudo e fazer aquela viagem? Ou quando diz que o
dia em que completar X anos de idade, vai sair do
emprego estável e realizar o sonho de empreender? Então,
quantas pessoas não fazem esse tipo de plano, no qual
dizem que daqui a alguns anos vão tomar a coragem que
não tem hoje para fazer o que sonham?
Então, sem querer ser estraga-prazeres mas, se
você não tem coragem de tomar uma atitude hoje, com
certeza não são os X anos de prazo que você colocou para
viver de verdade que vão te trazer isso. Normalmente,
quando colocamos prazos dessa forma em nossa vida, o
que estamos fazendo é simplesmente nos enganar um
poquinho a cada dia, e fazer com que a nossa existência
medíocre de hoje seja mais aceitável já que, em tese, ela
terá um prazo de validade.
Daí, numa dessas, a gente aceita ser omisso,
aceita não mudar de emprego, não se separar, não se
casar, não realizar um sonho,seja qual for, tudo porque se
tem medo de mudar, e medo do que os outros vão achar se
nos verem saindo do normal.
Mesmo que você alegue que está trabalhando hoje
pelo seu futuro, é preciso tomar muito cuidado com isso.
Já ouvi muitas vezes gente dizendo que estava guardando
dinheiro para previdências privadas para que, quando
chegassem lá, na velhice, tivessem a segurança de ter uma
vida confortável. Pare para pensar no que elas estão
dizendo: basicamente, elas estão aceitando não ter uma
vida que sonhavam hoje, para que um dia, quando já não
forem mais as mesmas, quando já estiverem idosos e com
pouca disposição, elas tenham dinheiro para aproveitar a
vida. Tem coisa errada aí.
No lendário discurso que fez em Stanford, anos
antes de morrer, Steve Jobs falou em um trecho
exatamente isso, veja:
“Você não tem todo o tempo do mundo, então pare
de perder seu tempo vivendo a vida de outras pessoas.
Não deixe que a opinião dos outros apague sua voz interna
e o seu coração. Eles, de alguma maneira, já sabem o que
você quer ser”.
A cada dia que você passa jogando do modo
seguro, com medo do que os outros iriam falar sobre
você, e pensando na sua previdência, mais você cai na
vala comum, e mais difícil fica de sair. A zona de
conforto, com o perdão da obviedade, é confortável
demais, e ela vai dragando a gente pra dentro. Quando
você vê, suas responsabilidades são cada vez maiores,
seus custos fixos são cada vez maiores, seu medo de agir
é cada vez maior e daí, meu amigo, minha amiga, fica
impossível de sair de lá de dentro.
Você ficou tão preocupado com o que os outros
iam achar, mas tão preocupado, que preferiu não sair do
lugar. E daí, quando você tiver 85 anos com dinheiro na
conta mas sem o pique que tem hoje, vai olhar para trás e
ver que podia ter feito muito mais na vida.
Está na dúvida se isso é verdade ou não?
Simples: converse com pessoas mais velhas, seja seus
pais ou seus avós, e pergunte para eles se, caso eles
pudessem voltar no passado, se eles se preocupariam com
a opinião dos outros novamente.
Tenho certeza que eles vão dizer que NÃO!
3. VOCÊ JÁ TEM O QUE PRECISA PARA
COMEÇAR HOJE
Se tem algo que costuma travar as pessoas que
querem viver seu sonho mas não tem a coragem é aquele
sentimento de que ainda não estão prontas para começar.
Então, do mesmo jeito que elas dizem que quando tiverem
X reais, irão largar tudo para viver seu sonho, elas
também dizem que o dia que forem especialistas em tal
assunto, também darão essa guinada na vida. E é balela
igual.
Existem dois tipos de pessoas: as que tomam
atitude hoje, e as que acham que precisam se capacitar um
pouco mais antes de começar. E sabe o que acontece com
esse segundo grupo? Eles passam a vida inteira,
inteirinha, se capacitando, achando que sempre falta mais
um pouquinho para saberem tudo que precisa.
Má notícia: você nunca vai saber tudo que precisa
para começar.
Boa notícia: Dane-se!
Não importa o que seja que você quer fazer, sabe
o que vai acontecer no começo? Você vai se dar mal, vai
cometer erros, vai ter gente que vai rir da sua cara. Dane-
se eles.
Mas você só vai saber disso a hora que começar.
Inclusive só vai saber o que os outros vão dizer a seu
respeito na hora que começar. Já reparou o quanto de
tempo as pessoas perdem antes de começar algo,
imaginando o que as pessoas vão dizer quando isso
acontecer?
E daí, só esse medo do que TALVEZ as pessoas
pensem, já é suficiente para que a pessoa fique
imobilizada e não faça o que precisa fazer.
Isso comprova que, na maioria das vezes, a
preocupação sobre a opinião dos outros é prévia e
imaginária, ou seja, perdemos tempo com N suposições
que não acontecerão na vida real.
Por isso, comece. A única coisa que você precisa
para tal é tomar coragem, respirar fundo e começar a sua
jornada. O que for para acontecer depois, lide conforme a
demanda. Evite preocupações por antecedência. Quantas
vezes você já não achou que alguém ia ficar muito bravo
com algo que você queria fazer e, quando você fez, a
pessoa nem ligou? Então, conforme você age mais, você
se dá conta de que isso acontece mais vezes do que você
imagina.
 
4. VOCÊ NÃO PRECISA DA UNANIMIDADE
Existem muitas pessoas que vivem na ilusão de
que a unanimidade é possível. Deixa te contar a real: não
é. Não há unanimidade. Não existe absolutamente nada no
mundo, nenhum assunto, nenhuma pessoa, nada, nada, nada
que consiga ter uma unanimidade. Até a Madre Teresa de
Calcutá tinha odiadores! Até Jesus Cristo tem odiadores.
Pense nisso!
A partir do momento que você dá uma opinião ou
toma uma atitude, você vai receber oposição. Que seja
1% de oposição, mas vai ter! É sempre assim. O que você
precisa não é conseguir unanimidade. O que você precisa
é se tocar de que ela não existe e nem é necessária.
Pensa comigo: se um dia você tivesse o sonho de
ser presidente do Brasil, você precisaria ter apenas 50%
+ 1 de votos para ser eleitos. Sabe o que isso significa?
Que você pode ter 50% - 1 votos contrários e ainda assim
ser eleito presidente, ou seja, é possível que você ganhe a
eleição mesmo sendo odiado por praticamente metade do
país.
Não é incrível pensar isso? Num universo de 100
milhões de votos válidos, você poderia ter 49.999.999
milhões de pessoa que te odeiam que, mesmo assim, as
outras teriam feito você se eleger presidente.
Só que o cenário é melhor ainda, pois na sua vida,
no que você quer fazer, você precisa de muito menos do
que 50% dos votos dos brasileiros. Você nem percebe,
mas, às vezes, você não precisa nem de 0,0001% disso.
Pensa, se você criar um canal de Youtube, ou largar tudo
para criar uma empresa, ou simplesmente colocar sua
opinião na Internet. O que você precisa é de algumas
centenas de opiniões positivas, talvez milhares.
Dependendo da empresa que você decida criar, o
que você precisa para ter sucesso é de uns mil clientes, e
já estaria milionário... Já pensou nisso? E daí eu te
pergunto: o que são mil pessoas perto do universo dos
brasileiros? É um número ridículo!
Então pare de se precoupar com a unanimidade.
Nelson Rodrigues dizia que a unanimidade é burra. Eu
diria que se preocupar com a unanimidade é burrice.
5. VOCÊ JÁ SABE QUAL DECISÃO TOMAR
Todo mundo gosta de pedir opiniões, e eu nem
estou falando para você não fazer mais isso na vida.
Sempre vão existir pessoas que a gente respeita e que
gostaria de ouvir a respeito de um determinado assunto.
Agora, me responda com calma: porque você quer
ouvir a opinião dessas pessoas?
Talvez a resposta automática seja que assim você
teria a chance de ouvir pessoas que confia, ou de assim ter
uma opinião mais embasada. Só que não é bem por aí.
Na verdade, quanto pedíamos opiniões, estamos
apenas buscando pessoas que concordem com a decisão
que, lá no fundo, já tomamos. Apenas estamos precisando
de um apoio moral para tal.
Citando outro trecho do discurso de Steve Jobs na
Faculdade de Stanford, tem a parte em que ele diz o
seguinte:
“E o mais importante: tenha coragem de seguir o
seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma
maneira já sabem o que você realmente quer se tornar.
Todo o resto é secundário.”
Sempre lembro deste trecho pois ele mostra isso:
no fundo, no fundo, todos nós já sabemos o que queremos,
já sabemos qual decisão nosso coração gostaria de tomar.
Todo o resto, ou seja, escutar a opinião dos outros, é só
uma tentativa de conseguir um aceitação deles sobre algo
que nosso coração já decidiu.
Outro ponto importantíssimo sobre este tema é
que, quando estamos com medo de tomar uma decisão, é
comum postergarmos cada vez mais o assunto e escutar o
maior número de opiniões possíveis, como se isso fosse
fazer alguma diferença. Mas não vai, pois nosso coração
já decidiu.
No livo “Blink: A Decisão num Piscar de Olhos”,
o autor Malcom Gladwell delibera sobre o processo de
tomada de decisão e conclui que as pessoas levam às
vezes milésimos de segundo para criar um ponto de vista
sobre algo. Depois, elas podem analisar o caso por horas,
dias, semanas, ouvir dezenas de pessoas, mas, no final,
elas vão estarsempre buscando, com todo esse estudo,
comprovar que aquela opinião inicial estava correta, e
acabam optando por ela.
Assim, o processo de procurar ouvir as opiniões
das pessoas não tem nenhuma utilidade em si, isto não vai
te ajudar a tomar a sua decisão. Ele só é feito para que
você tente comprovar que o que você quer fazer é de fato
aceito pelas pessoas que estão ao seu redor.
6. A VIDA É SUA, ENTÃO O PROBLEMA É
SEU
Vamos supor que você, por ser uma pessoa
educada, e por levar a opinião de algumas pessoas em
consideração, resolve ouvi-las a respeito de um
determinada assunto e descobre que elas pensam diferente
de você.
Isso pode acontecer de diversas formas, como
familiares que acham que você não deve trocar de
emprego, pais que acham que você não deve fazer um
curso, esposa que não gosta da idéia de você começar a
praticar um Hobby. Sei lá, acho que teriam infinitos
exemplos de temas nos quais pessoas que você ama e é
próximo não concordam com você.
Pois bem, mesmo que você ame essas pessoas,
mesmo que elas te mostrem opiniões racionais, educadas,
bem-intencionadas... No fim das contas, quem vai arcar
com as as consquências da sua escolha é VOCÊ.
Por mais que essa escolha afete de algum modo
pessoas ao seu redor, você não pode se colocar como
responsável por elas. Você é responsável pelo que você
faz, e não por como as pessoas ao seu redor agem em
relação a isso. Essa parte é problema delas.
Por mais que isso possa parecer um pouco duro,
especialmente com as pessoas ao seu redor, você precisa
sempre ter em mente que, quanto mais pessoas
dependerem de você para serem felizes, mais complicado
será você exercer a sua felicidade, pois ela sempre
dependerá de agradar aos outros, o que já vimos que é
algo bem difícil, pois cada pessoa é de um jeito.
Além disso, muitas pessoas aceitam essa
realidade como uma forma de fugir do seu destino e fugir
de tomar suas próprias decisões. Elas partem do princípio
de que não podem fazer algo diferente pois desagradariam
pessoas próximas, logo melhor não mudar nada e seguir
como está. Esta é a receita da infelicidade.
No caso de pessoas que opinam a seu respeito
mas não são atingidas pela sua decisão, ou seja, estão
opinando só pelo esporte de opinar mesmo, bom, nesse
caso, aí sim que você não precisa leva-las em
consideração, pois é você que vai arcar com as
consequências, e não elas.
Vamos pensar num exemplo bem besta: você vai
no restaurante com um amigo e diz que quer comer carne,
mas ele diz que acha que você deve pedir frango. Você diz
que prefere carne, mas ele insiste no Frango. O que você
precisa pensar é: o fato de você optar por frango não vai
interferir em nada a vida dele, mas vai interferir em muito
a sua, pois é você quem vai comer! Então, você deve
escolher pensando apenas em você, pois é você quem vai
sofrer as consequências dessa escolha.
Agora pegue esse exemplo besta e aumente as
proporções: quantas vezes você não deu ouvidos à
opinião de pessoas sobre temas importantes, sobre aonde
trabalhar, aonde morar, aonde comprar uma casa e praia,
sendo que quem lhe deu essa opção só estava opinando
por opinar, mas era a sua vida que estava em jogo o tempo
todo?
7. OPINIÃO É QUE NEM BUNDA...
Todo mundo tem a sua. Com o tempo você
percebe que todas as pessoas do mundo tem opinião sobre
todos os assuntos do mundo. Especialmente na era das
redes sociais, em que todas as páginas de Internet
convidam você a comentar, a dar likes, a responder
pesquisa, entre outras coisas, sempre existe essa
preocupação social em dar a sua maldita opinião em tudo.
Isso estimula que as pessoas falem sobre a vida
alheia, e sobre assuntos alheios, mesmo quando elas não
tem a menor idéia do que estão fazendo. Já reparou como,
a cada semana, na Internet, existe algum tema que está em
destaque, e todos, de repente, se tornam especialistas
nele? Se é um avião que caiu, de repente todos entendem
de aviação. Se é a reforma da previdência, todos agora
são especialista em previdência. Se é Copa do Mundo,
todo mundo de repente entende tudo sobre futebol. Daí,
basta o assunto sair dos holofotes, que todos esquecem
sobre aquilo, e só sobra no assunto quem realmente
entende dele. Se dar opinião já é o natural do ser humano
desde a antiguidade, hoje em dia, com a Internet, essa
opinião corre bem mais rápido e, uma hora ou outra, cai
no seu ouvido.
Agora, já que citamos alguns assuntos por aí,
como a Copa do Mundo, por exemplo, vamos lembrar de
um outro assunto que, de vez em quando, ganha os
holofotes, todo mundo tem uma opinião a respeito e, de
repente, todo mundo esquece. Sabe do que estou falando?
Ou melhor, sabe de QUEM estou falando?
Sim, de VOCÊ!
É isso mesmo, quando você vira o tema do
almoço de domingo, o que as pessoas estão fazendo é
simplesmente opinar sobre algo que elas não entendem
direito, que é a sua vida, que é você, apenas porque é o
assunto da vez naquele momento.
Logo que o tema mudar, e sempre muda, elas vão
esquecer daquilo que estavam falando e focar no outro
assunto da vez. Por isso, você nunca deve ficar
desesperado por ser o tema da conversa das pessoas,
sejam seus familiares, amigos, sejam as redes sociais.
Elas estão apenas comentando o assunto do
momento, sem ter a menor profundidade e conhecimento
sobre ele, simplesmente porque as regras sociais dizem
que é hora delas falarem daquele assunto.
8. QUANDO PEDRO FALA SOBRE PAULO...
Sei mais sobre Pedro, do que sobre Paulo. Este é,
na minha opinião, o melhor ditado da história, pois é o
mais real de todos. Cada ser humano é um universo em si.
Todos temos temos uma história própria, uma infância de
um jeito, uma família de um jeito, estudamos em uma
escola diferente, de modo a sermos totalmente diferentes
um do outro.
Isso significa também que nós vemos o mundo de
um jeito muito próprio e único. Se eu te peço para pensar
numa cadeira, você vai pensar na primeira que veio a sua
mente, e vai descrevê-la. Essa cadeira que veio na sua
cabeça diz respeito a sua vida. Pode ser uma que você viu
na sua infância, uma que você use hoje, uma que lembra a
sua avó. Sei lá, só sei que vai ser completamente diferente
da minha, pois eu terei as minhas referências para falar
sobre a minha cadeira.
Agora, se ao invés de falarmos sobre um cadeira,
e pensarmos em um acontecimento da sua vida, o que vai
acontecer é exatamente a mesma coisa. Por exemplo,
vamos supor que você decida que quer largar a carreira
de advogado para se dedicar à gastronomia. A partir do
momento que abre-se na sua família o festival de opiniões
sobre a sua decisão, vai ser igualzinho a se você pedisse
para cada um descrever a sua própria cadeira.
Para dar uma opinião, as pessoas vão procurar no
histórico delas situações similares e a partir daí vão sair
opininando a respeito. Aquela pessoa que é frustrada,
porque nunca conseguiu se destacar em nada na vida, vai
te desencorajar, vai dizer que é burrada, que não vai dar
em nada, e que no fim você vai se frustrar. Aquela pessoa
que foi corajosa na vida, seguiu seus sonhos e conseguiu
ser feliz, vai te encorajar, e dizer que você deve ir atrás
dos seus sonhos também. Vai ter aquela pessoa que vai te
dizer que é muito perigoso, e que é melhor ficar onde está,
provavelmente porque ela agiu assim nas horas que ela
teve que tomar decisões.
Ou seja, toda vez que uma pessoa emite uma
opinião a seu respeito, ela está apenas falando dela
própria, de como ela agiu, ou de como ela agiria, ou do
que aconteceu na vida dela. A última coisa que está em
jogo ali é você. É como se ela estivesse falando com ela
mesma usando o seu tema como um intermediário.
Isso vale também para fofocas e para pensamentos
negativos em geral. Você deve conhecer pessoas que
acham motivos para criticar e fazer fofoca em tudo. O
problema não são os outros, mas sim elas mesmas, que
devem estar com problemas internos muito sérios, e por
isso só conseguem enxergar a parte ruim de tudo.
Por isso, antes de se desesperar com a opinião
dos outros, tente entender porque cada um deles está
falando aquilo, e vocêverá que, dessa forma, conseguirá
entender mais sobre aquela pessoa do que sobre você.
9. OPINAR É FÁCIL, TOMAR A DECISÃO É
DIFÍCIL
Opinar é a coisa mais fácil que existe: você pega
um tema, pensa 10 segundos a respeito, fala qualquer
coisa, vai embora e no dia seguinte já esqueceu o que
falou. E daí aquela opinião descompromissada que você
recebe, e que a pessoa nem pensou direito para dar, acaba
influindo numa decisão importante que você tem para
tomar.
Tem um curso que fiz certa vez, no qual o
professor dizia que, para você descobrir se um produto
vai fazer sucesso, não adianta apenas fazer uma pesquisa e
perguntar se as pessoas o comprariam. Não. Ele dizia que,
para o teste ser eficaz, você precisava criar o produto,
mesmo que em pouca quantidade, e colocar a venda para
ver se vende, e só assim saberia se ele seria bem aceito
ou não.
E qual a diferença entre um método e outro? É que
no primeiro as pessoas só precisavam opinar, e daí tudo
fica mais fácil. Quando o pesquisador chegava e dizia,
por exemplo: “Você compraria um curso online de inglês
para aprender o idioma escutando todos os dias no
almoço?” e as respostas diziam que sim, que comprariam.
Daí o mesmo pesquisador dizia: “Tá bom. O curso está
aqui, a venda, você quer passar no crédito ou no débito?”.
Nessa hora, a maior parte das pessoas se recusava a
comprar. Por que? Porque quando você tem que tomar
uma decisão, tudo muda!
É muito mais fácil opinar, especialmente quando
se trata de uma opinião que não muda em nada as nossas
vidas.
Isso é muito comum de acontecer quando somos
jovens e criticamos algo que nossos pais fazem ou
fizeram. Daí, conforme vamos envelhecendo, a gente vai
vendo que eles agiam daquela forma porque tinham uma
razão importante e que, agora, se tivéssemos que dar uma
opinião a respeito, não só concordaríamos como fazemos
igual quando é nossa vez.
Por isso, toda vez que uma pessoa quiser muito
dar uma opinião a seu respeito, veja até que ponto ela só
está opinando por esporte, e se ela pensaria da mesma
forma se estivesse no seu lugar.
10. OPINIÕES MUDAM
Já aconteceu alguma vez com você de tomar uma
decisão baseada na opinião dos outros e daí, um dia,
tempos depois, descobrir que aquela pessoa mudou de
opinião? Comigo sim, várias vezes.
Teve uma vez inclusive, que faz pouco tempo, e
aconteceu o seguinte: estava junto com minha esposa
comprando um tênis para mim, quando fiquei na dúvida
entre 2. Um deles era a opção mais segura, diríamos
assim, e o outro era um pouco mais colorido. Nada
demais, era vermelho, mas era algo que eu não fazia
sempre, pois costumo usar roupas mais discretas. Na hora
de opinar, minha esposa disse que o vermelho era
horrível, que eu nunca ia usar, que era feio, que chamava
muita atenção, etc... Ela falou tanta coisa que, no fim, na
hora de decidir, aquilo acabou influenciando minha
decisão, e eu acabei decidindo pela opção mais discreta.
Pouco tempo depois, estávamos na Internet, vendo
um site juntos que ela estava me mostrando, quando
apareceu num banner de anúncio o mesmo tênis que eu não
havia comprado daquela vez. Eu comentei que era ele e,
quando minha mulher o viu, ela disse: “Nossa, sabe que
desde aquele dia eu comecei a ver várias pessoas usando
esse tênis e agora eu gosto dele?”
Na hora eu comentei que não havia comprado o
vermelho por causa da opinião dela, e ela apenas
respondeu de que no dia, na loja, não achou legal, mas que
depois quando viu direito mudou de opinião. Não
adiantava eu ficar irritado com ela, pois a culpa de levar a
opinião dela em conta foi minha.
Mais uma vez, este parece apenas mais um exemplo
simples e corriqueiro, coisa do dia-a-dia, mas daí eu te
pergunto: quantas vezes a gente já não tomou decisões
sérias, que mudam o rumo de nossas vidas, baseadas em
opiniões de terceiros, para tempos depois descobrir que
aquela pessoa já não pensa exatamente a mesma coisa
sobre aquilo?
Isso tem muito a ver também com aquilo que já
citamos de que, quando uma pessoa não está envolvida
num assunto, é muito mais simples para ela dar uma
opinião, e ela não precisa pensar muito para dar. E você
leva isso em conta. Depois, com mais calma, a pessoa
começa a se aprofundar no assunto e, quando você vai ver,
percebe que ela já não pensa a mesma coisa.
Só que agora já é tarde demais para você que já
tomou a sua decisão. Então, nunca leve a opinião de uma
pessoa como uma verdade absoluta, lembre-se sempre que
ela pode mudar a qualquer momento, e por isso ela não
deve ter um peso relevante na sua decisão.
11. O QUE É BOM PARA OS OUTROS PODE
NÃO SER BOM PARA VOCÊ
Eu tenho três irmãos mais velhos, então eu tenho
propriedade para falar sobre isso. É muito comum as
pessoas serem educadas de forma padronizada. Em
especial no caso de irmãos, é normal que os pais utilizem
exemplos de coisas que deram certo com os irmãos mais
velhos e repliquem para os filhos mais novos.
Então, se o mais velho gostou de natação, o mais
novo nasce já destinado a fazer natação também. Se o
mais velho gostou de roupa verde, é normal que o mais
novo use verde também, às vezes até mesmo porque a
roupa passa de um irmão para o outro.
Só que, como você deve saber, a vida não é tão
simples assim. A gente pode ter os mesmos pais que
nossos irmãos, a mesma educação, estudar na mesma
escola, e mesmo assim sermos pessoas completamente
diferentes. E daí, é comum que a gente também tenha
gostos próprios e queira fazer escolhas diferentes.
Dado esse universo complexo em que vivemos, no
qual pessoas que nasceram na mesma casa podem ser
completamente diferentes, imagine expandir essa análise
para imaginar as diferenças de pensamento entre você e
seu amigo, você e seu cônjugue, você e seu colega de
trabalho. Viu como todos nós somos muito diferentes?
Pois bem, são essas pessoas completamente
diferentes de você cuja opinião você está levando em
conta na hora de tomar uma decisão para sua vida.
Imagine eu, que no começo do livro lhe contei que tinha
parado tudo que estava fazendo para começar a escrever.
Se eu for atrás do meu irmão, dentista, e perguntar a ele o
que ele acha disso, ele vai dizer o que? Simples, que eu
sou um louco. É porque pra ele, que ama ser dentista e tem
talento para aquilo, imaginar largar a carreira dele para se
dedicar a escrever seria coisa de louco. Ele está pensando
na vida dele.
E daí, fica mais uma reflexão: se com pessoas
próximas a gente já acha muitas coisas diferentes, imagine
então como é com opiniões que a gente vê na Internet a
nosso respeito? É claro que vamos achar muitas coisas
que não batem com a gente, especialmente porque sempre
teremos muitas diferenças com o próximo.
12. TENHA SEUS SONHOS BEM CLAROS NA
SUA CABEÇA
Para que sua cabeça seja sempre resistente a
críticas perjorativas (pois tenha certeza que elas sempre
vão acontecer), você tem que estar sempre muito ciente de
quem é, aonde está e aonde quer chegar. Tudo isso. Bem
claro na sua cabeça.
Só no seu sonho você vai conseguir realizar o
seus objetivos sem dar com a cara na parede algumas
vezes. Talvez muitas. A gente sempre acha que tudo vai
cair do céu, que um dia vão descobrir nosso talento e
reconhecer nossa genialidade, mas a vida de verdade não
é bem assim.
Como diz o ditado, a vida é 1% inspiração e 99%
transpiração. Para se ter sucesso, é preciso ralar muito.
São muitos erros que você precisa cometer para aprender,
e com eles muita gente vai te dizer que você não em
talento, que você não devia nem ter começado, que você
devia desistir, que você está passando vexame. De modo
que é muito difícil não se deixar abalar por algumas ou
por vários dessas opiniões.
Sua única chance de ultrapassar essa barreira é
sabendo exatamente o que você quer para sua vida. Tem
que ser algo claro, genuíno, que você consiga visualizar e
que dê tesão só de imaginar a possibilidade de alcançar
aquilo. Tem que ser algo que, todo dia quando você
acorde, e todo dia quando você vai dormir, esteja fixado
na sua cabeça, e você saiba que é só uma questão de
tempo a dar certo.
Quando você está vidradoem algo, quando você
fica obsessivo por algo, é muito mais difícil que agentes
externos, como, e especialmente, a opinião alheia, te tirem
o foco. Já aconteceu com você de estar tão concentrado
em algo que alguém tentou te chamar algumas vezes e
você nem ouviu?
Então, é mais ou menos essa a sensação de estar
focado nos seus objetivos. Você fica tão concentrado, mas
tão concetrado neles, que as pessoas que vem falar à sua
volta quase que passam despercebido. Aquele cara que
vem te criticar, acaba quase que como um mosquitinho que
você só dá uns petelecos pra ele ir embora e depois
esquece que ele existe.
Por isso, este insight também tem muito a ver com
o legado que você quer deixar no mundo. A partir do seu
legado, você passa a ter um objetivo, que é construir este
legado. E é este objetivo que você vai desenhar e
visualizar na sua mente, para que, todos os dias, você faça
a coisa acontecer não estando nem aí para o que os outros
vão achar a seu respeito.
13. TENHA UMA CAUSA QUE TE MOVE
Pode parecer que causa e missão sejam a mesma
coisa, mas não são. Uma causa é algo maior, que
normalmente complementa a sua missão. Já reparou como
tem pessoas que estão tão preocupadas com uma causa
específica, que qualquer barreira na frente delas parece
mínima e facilmente ultrapassável?
Normalmente, estas pessoas com causas fortes, e
que levam às últimas consequências a luta por elas,
acabam entrando para a história em forma de lendas.
Podemos citar aqui Marthin Luther King, por exemplo. Ele
se foi há muito tempo, e seu nome continua tão atual como
se ainda estivesse vivo. Porque será? Porque ele tinha
uma causa muito forte por trás de cada passo que dava, e
cada frase que falava.
Hoje em dia, fala-se muito em causa. Todas
empresas abraçam causas, e são vários os
empreendedores que dizem abraçar uma causa também. Só
é preciso tomar cuidado para que isso não se torne apenas
um discurso vazio que não se reflete no seu dia-a-dia.
Quanto mais forte e verdadeira uma causa, mais
inabalável vai ser sua mente perante às críticas, perante
opiniões conflitantes, perante as adversidades do dia-a-
dia. Agora, quanto mais rasa a causa, quanto menos você
acreditar nela, aí o efeito será o contrário: mais sucestível
à críticas você vai estar, pois cedo ou tarde as pessoas
vão se dar conta de que você não acredita no que está
pregando.
Então, minha dica é que você só abrace uma causa
se ela for genuína, de preferência algo que te acompanha
desde sempre, que você acredite desde que você se
entenda por gente, pois aí é certeza de que ela faz parte da
sua essência.
Uma vez que você tenha essa causa clara, use-a
para complementar a sua missão, dê um sentido coletivo e
de bem maior para tudo que você fizer. E aí, pode ter
certeza, você vai começar a trabalhar em outro nível.
14. APRENDA SUAS FORÇAS E FRAQUEZAS
Primeiro de tudo, você não é perfeito. Espero que
a essa altura do campeonato você já tenha se dado conta
disso. Agora, um passo além de entender que nem tudo
que você faz é perfeito, é analisar fria e objetivamente
tudo que você faz para saber o que você faz bem e o que
você faz mal.
É engraçado que existem profissões nas quais os
talentos das pessoas são facilmente identificados e
falados muito a respeito, não é mesmo? Pense por
exemplo no Neymar. Mesmo quem não seja especialista
em futebol, sabe que o Neymar é bom de drible, e que ele
não seria bom para jogar na zaga, certo? Ou o Woody
Allen. Por mais que ele tenha feito alguns dramas bons na
carreira, quem lembra dele logo pensa no cara engraçado
fazendo piada de si próprio. Ou o Jimmy Hendrix. Você
sabe que ele era um mestre da guitarra. Então, se você
tivesse que montar uma banda dos sonhos, você não
colocaria ele na bateria, certo?
Viu que, nessas profissões, é muito fácil de
entender o talento de uma pessoa? Agora, quando vamos
para as profissões “normais”, diríamos assim, isso não
acontece. Fala-se muito pouco a respeito dos talentos das
pessoas nas profissões mais comuns. O motivo disso é
falta de cultura mesmo, temos pouca cultura de feedback e
de auto-conhecimento.
Se eu te perguntasse: no que você é bom? Você
saberia me responder? Se sim, ótimo. Se não, vamos
pensar melhor a respeito. Tenha você pensado sim ou não,
faça este exercício comigo:
1) Quais são as atividades que você ama
fazer, e que é reconhecido pelos outro por
isso?
2) Quais são as atividades que você passa
horas fazendo e nem vê o tempo passar?
3) Quais as atividades que as pessoas
costumam pedir para que você as ajude, pois
elas reconhecem o seu talento nela?
4) Quais as atividades que você faria
mesmo se não precisasse ser pago por isso?
5) Quais as atividades que você daria total
prioridade no seu dia-a-dia se pudesse
escolher?
Ao responder essas perguntas, tenho certeza
absoluta que algumas atividades surgiram
automaticamente na sua cabeça. Pode ser que você seja
bom em números, pode ser que seu talento seja vender,
pode ser que você seja muito bom em estratégias, ou ao
contrário, você seja bom em execução, mas com certeza
você é bom em algo, e com certeza também você é melhor
nesse algo do que em todo o resto.
E porque é importante que você saiba no que você
é bom? Vamos lembrar dos exemplos que eu dei lá em
cima. Pode ser que você seja o Neymar da estratégia, mas
esteja sendo escalado fora da sua posição. Imagina se o
técnico do Barcelona não soubesse os talentos do Neymar
e o escalasse de lateral esquerdo. Obviamente que isso
não ia dar certo.
É comum vermos até mesmo pessoas autônomas e
empreendedores, que não tem chefes e podem escolher em
que área atuar, se escalando em posições erradas, pois
não sabem direito aonde deveriam estar jogando.
E o que é que tudo isso se encaixar com não estar
nem aí com o que os outros pensam? É Simples.
Quanto mais você estiver adaptado, entrosado e
seguro do seu trabalho, menos suscetível você vai estar às
críticas, porque você vai estar desempenhando melhor e
mais confiante no que está fazendo.
Vou citar novamente o Neymar. Imagine que ele
passe 10 jogos escalado na lateral esquerda, uma posição
que ele não tem nenhuma afinidade. O que vai acontecer?
Ele vai jogar de forma insegura, vai errar, vai receber
críticas e vai se sentir abalado por elas, pois sabe que
muitas terão razão.
Agora, se você o coloca para jogar no ataque, ele
se sente em casa. Ele começa o jogo confiante, faz o que
sabe fazer melhor, vai receber diversos elogios e, mesmo
quando jogar mal e vierem as críticas, ele vai saber lidar
melhor com elas, pois sabe que sempre vai depender só
dele para que as coisas melhorem.
É por isso que saber os seus talentos é
fundamental para que você não esteja nem aí para o que os
outros estejam falando sobre você!
15. NÃO ALIMENTE OS HATERS
Se você já deu uma opinião na vida, com certeza
você já encontrou algum tipo de oposição. Isso pode ter
sido na mesa de família, na sala de aula, no trabalho ou na
Internet. E daí, grandes chances de você ter encontrado em
algum desses lugares o chamado “Hater”, que é aquela
pessoa cujo único propósito na vida, naquele momento é
discutir com você, ou te criticar, ou reclamar, ou te
pertubar, ou tudo isso ao mesmo tempo.
Estas pessoas estão por aí sempre, especialmente
na Internet, como que à caça de algum assunto ou alguém
para criticar e, fique tranquilo, existem haters para todos
os gostos. Na política, por exemplo, se você é de
esquerda e dá uma opinião de esquerda, vão surgir os
haters de direita. Se você é de direita e da opinião de
direita, vão surgir haters de esquerda. Isso vale também
sobre futebol, música, TV, qualquer coisa!
Primeiro de tudo, os haters se encaixam muito
bem no nosso insight passado sobre Pedro e Paulo. Afinal,
uma pessoa que passa o dia procurando alguém para
discutir e criticar, com certeza não está bem consigo
mesma e precisaria muito de uma ajuda profissional. Com
certeza ela precisa entender porque precisa atacar os
outros tantas vezes por dia e com tanta agressividade.
Agora, como os haters são críticos em excesso,vale tomar um cuidado especial com eles. A partir do
momento que você percebe que eles só vieram para te
criticar e que eles nunca vão estar satisfeitos com o que
você tem para dizer, você consegue ter uma estratégia
melhor contra eles.
O que eles querem é sempre atenção. Eles passam
o dia xingando pessoas para ver quem xinga de volta e,
quando isso acontce, eles se sentem realizados e voltam lá
para discutir.
Dessa forma, você percebe que a última coisa que
você precisa dar para eles é atenção, e daí que vem o
ditado: “Não alimente os haters”.
Sei que isso não é fácil, pois muitas vezes eles
pegam pesado, fazem críticas e acusações pessoais e sem
sentido, mas você precisa ter cabeça fria para lidar.
Afinal, como já falamos algumas vezes aqui, a partir do
momento que você resolver opinar, vão surgir pessoas que
discordam de você.
Conforme você não alimenta os haters, eles aos
poucos vão sumindo, até que desaparecem. O que
acontece é que alguma outra pessoa “mordeu a isca”, ou
seja, alguém não se aguentou e deu trela para o hater, que
agora foca todas as atenções nela e esquece que você
existe.
Dadas essas circunstâncias, creio que fica claro
que esses haters não passam de pessoas completamente
perturbadas, não é mesmo? Sendo assim, também fica
claro que a opinião que eles têm a seu respeito deva ser
totalmente ignorada.
16. IMAGINE O PIOR CENÁRIO POSSÍVEL
Um exercício que é muito famoso em empresas,
para análise de riscos, é analisar o pior cenário possível
de algo acontecer. Por exemplo, imagine que uma empresa
vai lançar um produto no mercado, todos estão receosos
pois não sabem o que vai acontecer, então alguém vai lá e
analisa o pior cenário possível. Para isso, eles tem que
avaliar quanto terão que investir, custos de pesquisa e
desenvolvimento, custos de produção do produto, e daí
comparam isso com o pior cenário possível, que seria um
fracasso total nas vendas.
Com esses números em mãos, eles conseguem
tomar uma decisão de prosseguir ou parar. Por exemplo,
eles fazem as contas e concluem que, se tudo der errado e
o produto não vender, eles vão ter um prejuízo de 10
milhões de reais. A partir daí, eles analisam se eles
estariam dispostos a correr esse risco, e se eles teriam
como sobreviver com esse prejuízo. Para algumas
empresas, 10 milhões de reais não é nada, para outras
significaria falência. A partir dessa constatação, elas
tomam a decisão de seguir em frente ou não.
Porque analisar esse pior cenário possível é
importante?
Porque ele te dá mais segurança para agir. Às
vezes demoramos uma vida para tomar uma decisão, com
medo de tudo que poderia acontecer e daí, quando
analisamos o pior cenário possível, percebemos que ele é
ridículo ou nem mesmo existe. Por exemplo, imagine o
exemplo do tênis vermelho que eu fiquei em dúvida se
comprava ou não.
Qual era o pior cenário possível ali? Eu comprar
e não usar, certo? Se eu chegasse a essa conclusão, eu
perceberia que existiam vários cenários possíveis. Eu
poderia simplesmente ficar com o prejuízo de R$ 250,00,
que era o preço do tênis. Paciência, ninguém ia morrer por
causa disso. Eu poderia dar para alguém, e daí
aproveitava para fazer uma caridade. Ou, se quisesse
ganhar algo de volta, poderia vender nos brechós que
minha esposa sempre participa. Viu como ficar horas
pensando qual decisão tomar pode ser uma grande perda
de tempo?
Ao analisar o pior cenário possível, rapidamente
você já vê tudo de ruim que poderia acontecer, e a partir
daí já pensa nas saídas, fazendo com que as opiniões
sobre a decisão sejam menos relevantes e a decisão seja
mais fácil de ser tomada.
Então, da próxima vez que se sentir pressionado,
com um monte de gente querendo opinar sobre o que você
poderia fazer, tampe os ouvidos e pense: qual seria o pior
cenário possíve?.
Você verá que, assim, muitos fantasmas vão
desaparecer e tomar essa decisão vai se tornar bem mais
simples.
17. ERRO É FEEDBACK
Este é um conceito que aprendi quando estudei
Programação Neuro-Linguística, e diz respeito a forma
como nós lidamos com nossos erros. Parte da demora
para se agir quando queremos tomar decisões ocorre por
estarmos levando a sério demais a decisão a ser tomada,
como se tudo fosse um caso de vida ou morte. Não é.
Lembro sempre de minha mãe que ficava em
dúvida sobre fazer determinada dieta que viu na revista
pois tinha dúvidas se ela iria funcionar ou não. Daí eu
perguntava: “porque você não tenta?” E ela respondia:
“Porque eu não sei se vai funcionar”.
Pensa comigo, se ela tentasse e não funcionasse, o
que iria acontecer? Ela apenas aprenderia que aquilo não
funciona e teria outros caminhos, como fazer ajustes na
dieta ou tentar uma próxima. Ao não tentar, aquilo
permanecia na cabeça dela e incentivava a
procrastinação.
Temos esse terrível hábito de tratar tudo na vida
como se fosse definitivo, como se não pudéssemos nunca
errar. Este perfeccionismo nos torna medrosos, faz com
que levemos tudo em consideração, em especial a opinião
dos outros e, de preferência, as opiniões mais cautelosas.
Veja meu caso, eu poderia passar minha vida
inteira achando que seria legal escrever, ou posso tentar
escrever agora e ver se dar certo. Se o livro não vender,
vou analisar aonde errei e fazer ajustes, e seguirei nesse
ritmo constante até que eu consiga ser um escritor de
sucesso.
Daqui a 5 anos, tenho certeza que serei um
escritor de sucesso, e daí todo mundo vai achar que a
coisa aconteceu do nada. Não, não foi do nada. A “coisa”
aconteceu conforme eu cometia os erros, aprendia com
eles (ou seja, transformando-os em feedback) e a partir
daí ia melhorando meu trabalho.
É comum escutarmos histórias de pessoas de
sucesso que dizem que, no começo da carreira, alguém
chegou para eles e disse: “Desista, porque você não tem
talento para isso”. Se não me engano, o último que vi
contar essa história foi o ator Harrison Ford, que escutou
isso de um produtor.
Infelizmente, especialmente quando estamos
começando, a maioria de nós tem um mindset menos
preparado. Ainda estamos inseguros fazendo aquela
atividade como principiantes, e isso faz com que uma
opinião dessa, especialmente de alguém da área, nos
derrube.
Imagine quantas pessoas não receberam o mesmo
feedback que o Harrison Ford recebeu, de que não tinha
talento para ser um ator, e desistiu da carreira achando
que aquela pessoa tinha autoridade para falar isso, logo
estava certa? Tenho certezas que dezenas de milhares. Isso
acontece todos os dias, em todas as áreas. Pessoas são
desencorajadas a seguir em frente na carreira porque
alguém diz a elas que elas não tem talento para tal.
Qual a forma correta de se levar uma crítica como
essa? Bom, se for uma crítica construtiva, é tentar
entender porque a pessoa acha aquilo, quais são os pontos
que precisam ser melhorados, e ir atrás de melhorar. Se
for uma crítica negativa, perjorativa, de alguém que só
quer te levar pra baixo, MANDA PRAQUELE LUGAR!!!
Siga em frente, sempre. Só você saberá dizer ao
certo se é hora de desistir de algo ou se você pode ir
além!
18. ESCOLHA QUAIS LUTAS LUTAR
Infelizmente, a gente não consegue ser bom em
tudo. Indo além, a gente talvez não consiga nem ser bom
eu algumas coisas ao mesmo tempo. O mais comum é
conseguirmos ser bons em apenas uma única coisa na
vida. E isso na verdade não é algo ruim, pois força a gente
a focar em algo para tentar ser excelente naquilo.
E o que isso tem a ver com não estar nem aí para
o que os outros pensam? Vamos lá: Tinha um colega de
trabalho, certa vez, que era um cara muito idealista, e que
queria lutar por justiça em todos os cantos em que se
metia. Sem exageros, teve uma época em que, ao mesmo
tempo, ele estava: brigando com três professores
diferentes da pós-graduação por razões diferentes,
brigando com a operadora de telefonia, brigando com a
empresa por questões trabalhistas e brigando com o plano
de saúde por causa de problemas de saúde da mãe dele.
Conforme a gente conversava para eu tentar
entender se, de alguma maneira, eu poderia ajuda-lo, eu
comecei a reparar que parte dasbrigas que ele estava
tendo, eram totalmente dispensáveis ou pelo menos
adiáveis. De modo que ele estava dispersando energias
em várias áreas diferentes ao mesmo tempo, quando
muitas brigas poderiam esperar e apenas uma delas era
urgente. No caso, era o plano da saúde da mãe, que estava
prejudicando o tratamento dela. Aos poucos, ele percebeu
isso e começou a se livrar dos outros problemas para
cuidar apenas do de saúde e deu certo. Em questão de 10
dias focando num problema só ele resolveu a questão e
sua mãe pode receber o tratamento que precisava.
Às vezes, a gente dispersa muitas atenções em
vários campos diferentes, sem fazer o fundamental
exercício de priorização. A cada “campo de batalha” que
abrimos em nossa vida, temos que nos preparar para:
diferentes preocupações, diferentes esforços, diferentes
investimentos e, por fim, diferentes opiniões ao nosso
respeito. Tanto que, já que citamos “campo de batalha”
acima, uma das estratégias mais simples de guerra na
antiguidade era qual? Atingir o inimigo em várias áreas
diferentes ao mesmo tempo, pois isso fazia com que a
defesa se dispersasse.
Quando você decide lutar várias lutas ao mesmo
tempo, é isso que está acontecendo com a sua defesa: ela
está se dispersando. Você vai ter que gastar mais energia,
pois cada área vai exigir uma estratégia diferente, ao
mesmo tempo que, mesmo que você dê o seu máximo em
todas as áreas, em alguma delas algo vai escapar do seu
controle e sua reputação vai ficar em risco.
Foque sempre. Tenha poucas e boas prioridades.
19. NÃO FIQUE SE COMPARANDO COM
QUEM JÁ CHEGOU LÁ
Se existe um exercício de masoquismo que as
pessoas adoram fazer, é ficar se comparando com pessoas
que já “chegaram lá”, para ficar se sentindo mal a
respeito. Todos fazemos isso em algum ponto: olhamos
alguém que está nas alturas, em capas de revista e de
jornal, e pensamos: “Puts, nunca vou conseguir ser como
esse cara.”
Daí, quando estamos naquela rodinha entre
amigos, começam a falar novamente daquele profissional,
e logo começam a exalta-lo. É comum escutarmos, ou
mesmo falarmos: “É, a gente nunca conseguiria fazer que
nem ele fez”. E isso é uma besteira imensa, uma das
maiores maneiras de se auto-sabotar que existem.
Todo mundo que já chegou lá passou pelas
mesmas dúvidas, dilemas e dificuldades que você. Teve
que lidar com a críticas de pessoas próximas, da opinião
pública em geral, e até mesmo o discurso que ele está
dizendo ali na capa da revista, nunca é tão simples como
parece. Não é nem que ele esteja mentindo ali, é apenas
que a função do jornalista é dar ares de épico para a
jornada daquele empreendedor. Então você começa a ler
aquela história sensacional, em que tudo deu certo, em que
o cara tinha um dom para o que fazia, e pensa: “Isso nunca
vai acontecer comigo”, e as pessoas a sua volta te dizem a
mesma coisa.
Pare já com isso! Por dois motivos:
- Primeiro, isso que já falamos. Aquela história
de sucesso que está na capa da revista não é tão bonita
quanto parece. Ela foi romantizada para estar ali, pois faz
parte do show contar uma história bonitinha sempre.
- Segundo, nunca compare o seu degrau 1 ao
degrau 10 de alguém. O jeito mais fácil de você se
desmotivar é ficar impressionado com o crescimento de
alguém, com a velocidade que ele chegou lá, com o
tamanho que ele tem hoje. Mesmo que a história da pessoa
seja de fato impressionante, lembre-se que ele é uma
exceção, não a regra, e que lá fora existem milhões de
pessoas lutando suas próprias batalhas na vida real. Se
você for se comparar com um Mark Zuckenberg, por
exemplo, é óbvio que vai se sentir para baixo, é óbvio que
a trajetória dele vai parecer mais brilhante que a sua. Mas
o que você ganha ao fazer isso? Nada.
Eu até acho importante que você se compare com
outras pessoas, desde seja para se inspirar. Caso encontre
algum caso de sucesso na sua área, procure entender quais
passos fizeram essa pessoa chegar lá e veja o que você
pode aprender e implementar no seu dia-a-dia com isso.
Só não utilize esse exercício de comparação para
se colocar para baixo, ou para deixar que os outros te
coloquem para baixo.
 
20. PENSE NO QUANTO VALE A PENA
DISCUTIR
Se você já teve a chance de cuidar de um bebê,
mesmo que seja por alguns minutos, ajudando algum
familiar, vai entender o que eu quero dizer:
Eu costumo dizer que a opinião das outras
pessoas é como um bebê, ou mesmo uma criança pequena,
que a gente coloca num cercadinho, ou no berço, e fica
assistindo ele brincar. Eu já fiz isso algumas vezes com
meus sobrinos e o que eu aprendi é o seguinte: se eu fosse
me preocupar com cada gesto ou cada ação que eles
faziam, eu ia ficar doido.
Imagine, se eles engatinham pra esquerda, eu fico
preocupado com o que tem na esquerda, se vão para a
direita, eu me preocupo com o que tem na direita. Se eles
pegam um carrinho, eu fico preocupado com ele engulir o
carrinho, se ele levanta no berço, já fica a preocupação se
ele vai tentar pular. Ou seja, se você ficar muito neurótico
com tudo o que o bebê ou a criança fizer, você entra em
pânico. Então, conforme eu fui ficando mais experiente
nisso, eu aprendi a deixar meus sobrinhos mais a vontade.
Eu ficava por perto, deixava ele brincar totalmente livre,
e só intervinha em casos extremos, como quando ele
tentava pular do cercadinho, por exemplo.
O que eu aprendi com isso? Que ao deixa-los
mais livres, os meus sobrinhos se divertiam mais,
choravam menos, e eu ficava bem mais tranquilo cuidando
deles.
Quando a gente pensa na opinião dos outros, por
incrível que pareça, a situação é parecida.
Todo mundo vai ter uma opinião a seu respeito, e
isso é algo que você nunca vai conseguir controlar. Vou
mais longe, todo mundo vai ter opinião sobre tudo na
vida. Quando você vai no almoço de família, é normal
você escutar um monte de coisa da qual não concorda.
Pode ser opinião sobre política, sobre outros familiares,
sobre trabalho, sobre a vida.
Eu diria que é humamamente impossível haver um
consenso num almoço em família de domingo. Isso nunca
vai acontecer. Agora, a forma como você lida com as
divergências, pode mudar, pode ser de dois jeitos:
- Você pode ser aquela pessoa chata, que quer
discutir tudo, e que não aceita de forma alguma que
alguém não pense exatamente como você.
- Você pode entender que as pessoas vão ter
opiniões diferentes, aceitar isso e não se preocupar com
todos os assuntos possíveis. Apenas quando achar muito
necessário intervir, você intervem.
Voltando para a história do bebê, é a mesma
coisa: eu só ia lá interromper o bebê, quando via que ele
ia fazer alguma coisa muito errada. Agora, no estado
normal, enquanto ele não estava fazendo mal nenhum a
ninguém, não tinha porque interrompe-lo. Se fizesse isso,
ele ia chorar, espernear, dar trabalho, e eu ia ter que lidar
com isso.
No caso da opinião das pessoas, ainda, tem um
outro ponto: as pessoas não vão mudar porque você quer
que elas mude, e quanto mais rude for a sua intromissão,
maiores as chances de elas ficarem bravas com você e
fazerem questão de não mudar.
Não é a toa que os psicanalistas são famosos por
não emitirem opiniões. Se você já fez análise, sabe que os
analistas costumam apenas falar: “Porque?”, “Fala mais
sobre isso...”, etc... Porque eles fazem isso? Não é porque
eles não sabem o que dizer. Isso eles sabem, com certeza.
Mas, antes, eles sabem que não adianta eles falaram aonde
o analisante está errando sem que o próprio analisante
perceba isso antes.
Por último, algo fundamental que os psicanalistas
entendem e, na verdade, qualquer pessoa que atinja a
maturidade também, é nosso próximo item:
21. VOCÊ NÃO É O DONO DA VERDADE
Sim, muita gente se incomoda com o que os outros
dizem, pois elas tem muita certeza de que elas é que estão
certas. Mas é tanta, mas tanta certeza, que elas não
admitem nem a remota hipótese de que as outras pessoas
possam ter um pingo de razão.
Bom, imagino que você já tenha passado por
situações em que você achava uma coisa sobre um assunto
e, depois de um tempo, sua opinião mudou, certo? Sim,do
mesmo jeito que já falamos aqui que você não deve levar
opiniões em conta pois elas mudam, lembre-se que isso
também se aplica a você!
Quantas vezes você já não deu palpite na vida
alheira baseado em opiniões suas? Quantas vezes você
não deu conselhos em que, se fosse você a pessoa a tomar
a decisão, talvez agisse diferente do que falou?
Isso quer dizer, essencialmente, que este livro não
é apenas sobre você ignorar a opinião das outras pessoas
e se sentir uma pessoa superior ao resto da humanidade.
Não, nada disso. O que espero que você veja também é
que tudo que você aprender aqui para brecar a opinião
dos outros na sua vida, sirva também para que você
breque a sua opinião na vida das outras pessoas.
Como dizia um programa de TV de anos atrás,
para não ligar para o que os outros pensam, é preciso
vestir as sandálias da humildade. Explico: é muito díficil
para a gente achar que não está certo em determinado
assunto. Nossa opinião reflete o que? Nossas crenças,
nosso valores, nossa educação, nossas preferências.
Então, é muito difícil julgar que podemos estar errados em
algo, já que isso significaria um choque em tudo que
acreditamos.
Por isso, é normal, sempre que nossa opinião é
confrontada, acharmos imediatamente que estamos certos
e que a outra pessoa está errada. Isso pode acontecer em
diversas situações: como quando estamos em família e
achamos que alguém na mesa falou uma besteira. Ou
quando estamos no trabalho e alguém dá uma opinião e já
fazemos uma careta para aquilo antes mesmo da pessoa
terminar de falar, pois temos certeza que ela está errado.
E daí, cedo ou tarde, vem a vida e nos mostra que
nós podemos estar errados. Já parou para pensar quantas
vezes você perdeu um precioso tempo do seu dia julgando
o que os outros estavam falando? Mesmo que você
estivesse certo, na maioria das vezes não vale a pena
discutir. Quando se trata apenas de uma opinião sua então,
que você nem sabe ao certo se está certo ou não, aí,
convenhamos, você está procurando discórdia.
Por isso, liberte-se de achar que você precisa
saber de tudo e que precisa estar sempre certo. Quando
você abre mão de ser o dono da verdade, e dá aos outros
o benefício da dúvida, você consegue enxergar a tudo e a
todos com mais serenidade, e assim a opinião do outro
passa a ter menos influência na sua vida e causa menos
distração.
22. O MUNDO NÃO GIRA AO SEU REDOR
Muitas vezes essa preocupação de saber o que os
outros pensam sobre nós vem mais da gente do que dos
outros. Quanto mais importância damos para isso, mais
iremos atrás de saber o que as outras pessoas pensam a
nosso respeito.
E daí que vem uma grande lição para você aprender
aqui: o mundo não gira ao seu redor. Como já falamos,
nossa presença aqui nesse planeta é insignificante se
levarmos em conta o tempo que passamos aqui, e
insignificante também se levarmos em conta o nosso
tamanho perante ao universo. Somos literalmente
pequenas formigas andando por um pequeno planeta no
meio de um sistema muito maior que nem sabemos
mensurar direito ainda. E tudo isso já existia antes de nós
nascermos, e vai continuar existindo depois que nós
morrermos.
Mesmo as pessoas que mais te amam, que dizem que
não conseguriam viver sem você... Más notícias: se você
morresse hoje, elas com certeza ficariam muito tristes
mas, uma hora ou outra, elas teriam que recomeçar a viver
a vida delas.
Então, pare de achar que você é a última bolacha do
pacote, e que cada decisão que você toma é algo que a
humanidade deve parar para opinar a respeito, porque não
é. As pessoas, na verdade... Desculpa falar assim dessa
forma, mas não estão nem aí para você! Você acha que
elas estão muito preocupadas com você, mas elas não
estão.
Cada ser humano tem um cérebro que fica o dia
inteiro pensando a respeito da própria vida, do próprio
mundinho dela. Se em algum momento você passou pela
cabeça dela, foi bem rápido. Ela pensou em você, pensou
na situação, deu a opinião dela e ponto, tudo volta ao
normal e ela volta a se preocupar com a vida dela. É
assim, rápido mesmo. Logo em seguida ela já lembrou do
email que tem pra mandar, da conta que tem pra pagar, de
checar como tá o Instagram dela, de assistir a novela,
etc...
Então, não tem porque você ter vergonha de dar
uma opinião, vergonha de levantar a mão, vergonha de
fazer o que quiser, pois a maioria das pessoas não vai nem
reparar. Quem reparar, é capaz que repare no momento
mas que, logo em seguida, já esqueça. Lembra daquela
vez em que você achou que todo mundo lembrava da sua
presença, até que alguém disse: “Qual seu nome mesmo?”
Sabe o que gira ao seu redor? O SEU MUNDO.
Só ele. As suas escolhas, os seus desejos, a suas decisões
que você toma todos os dias. Você é o personagem
principal da sua história e é só ela que deve te preocupar.
Entenda essa sutil diferença: achar que todos
estão te observando porque o mundo gira ao seu redor é
arrogante, te prende, te censura, causa preocupação e
aflição. Agora, ter consciência de que o SEU mundo gira
ao SEU redor, isso sim te liberta, te torna o criador da sua
história, e faz com que todo o resto (ou seja, a opinião dos
outros), se torne algo menor.
Lembre-se que tudo isso não significa que você
deve parar de se preocupar com outras pessoas ou sentir
empatia por elas. Apenas mostra que o seu universo é sua
responsabilidade e que tudo que não está certo no seu
mundo deve ser feito algo a respeito. Se o emprego está
ruim... Mude. Se a carreira escolhida foi errada… Mude.
Se quer falar algo ma tem vergonha, fale!
Quando você aceita que cada pessoa é o centro do
seu próprio universo, isso faz com que você se sinta mais
responsável com a sua vida e deixa as outras pessoas
cuidarem do universo delas. Você desiste de tentar mudar
os outros pois entende que a mudança na vida é algo
bastante complexo, que só ocorre quando você se dá conta
de que é preciso mudar.
Pode vir o Papa, o Obama e Jesus Cristo aqui te
dizer que você precisa fazer algo que, se você não se
convencer disso, nada será feito. Com todo mundo é
assim. E ao constatar isso, que todas as pessoas estão
preocupadas demais com o próprio unvierso delas, aí sim
que fica mais claro que a opinião delas sobre você não
importa em absolutamente nada.
Você é apenas um pensamento que passou pela
cabeça dela enquanto ela estava distraída de cuidar da
própria vida. Rapidamente, porém, ela se dá conta de
alguma preocupação ao próprio respeito e voltar a se
preocupar com ela mesma.
 
23. AO SE PREOCUPAR MUITO COM ALGO,
VOCÊ ACABA ATRAINDO
Pode ser que os mais céticos não acreditem isso.
Se este é o seu caso, calma que, mesmo sendo cético,
você vai entender o que eu estou querendo dizer aqui.
Existe um negócio que chama Lei Da Atração, que parte
do princípio de que tudo que a gente pensa é uma espécie
de imã para nossas vidas.
Se nossa mente está repleta de pensamentos bons
e de prosperidade, nossa vida tende a presenciar
situações boas e de prosperidade. Se nossa mente estiver
cheia de pensamentos negativos e de escassez, estas
coisas aparecerão em nossas vidas.
Muita gente acredita na lei da atração, outros nem
tanto, mas eu vou te mostrar como ela funciona sem que
você precise acreditar no sobrenatural.
Imagine que você quer fazer uma viagem de carro
que seus familiares acham perigoso. Uns dizem que você
vai ser assaltado, outros que o carro vai quebrar, outros
que o pneu vai furar, o dinheiro vai acabar, você vai sentir
saudade. Conforme você começa a dar muito ouvido para
todas essas preocupações, elas deixam de ser
preocupações dos seus familiares e passam a ser suas.
Daí, o que era pra ser uma viagem de lazer, se
torna algo negativo. Você fica com medo de pegar estrada,
revê o seu trajeto e fica com medo de ser assaltado. Pensa
melhor no roteiro e evita lugares que você acha que
possam dar problemas.
Quando você menos espera, essas preocupações
acabam prejudicando sua viagem, pois você não vai mais
viajar com a intenção de se divertir, e sim viajar
preocupado com medo de que coisas ruins aconteçam na
sua vida.De tanto medo que você ficou de sua viagem ser
uma tragédia, você acaba conseguindo que ela seja.
Então, veja sempre que um problema só um
problema a partir do momento que você o enxerga como
tal. Neste caso, o que era um motivo de diversão, uma
viagem, se torna um problema, por causa de todos os
medos que colocaram na sua cabeça.
Não deixe nunca que isso aconteça. Se as pessoas
quiserem dar a opinião delas e você se dispuser a escutar,
até que tudo bem, você está sendo educado. Agora, uma
vez ouvidas, elimine as opiniões negativas da sua cabeça
e não deixa que nada daquilo influencie a sua vida.
É como aquele ditado que eu escutava muito
minha avó dizer: “Entra por um ouvido e sai pelo outro”.
24. FALEM MAS FALEM DE MIM
Este é, talvez, o insight mais complexo de todos,
pois pode ser mal interpretado e difícil de entender. Eu
tenho um amigo, que é jornalista relativamente famoso, e
que costuma dar opiniões na Internet. Como todo
jornalista, ele acaba expressando bastante de suas
opiniões por aí, só que ele faz isso mais do que os
colegas, pois ele investe num marketing pessoal para ser
uma referência como um jornalista com opinião.
Como já vimos anteriormente, quanto mais você
dá opiniões, mais está dando a cara tapa. E quanto mais
forte for a sua opinião, mais você vai gerar polarizações
entre os que amam o que você falou, e os que odeiam.
Então, se já vimos aqui que a unanimidade não existe, e
que você não precisa dela, este aqui é um passo avançado,
não recomendado para principiantes: quanto mais pessoas
estiverem falando mal de você, isso pode significar que
você está se tornando mais popular e seu nome está
ficando mais forte.
Este amigo meu reparava isso pois, toda vez que
ele emitia uma opinião polêmica e os haters “caíam
matando”, ou seja, entravam na página dele e xingavam
até a última encarnação da família dele, algo curioso
acontecia. Aos olhos de quem está vendo de fora, parecia
que aquela repercussão estava sendo horrível para ele.
Uma pessoa comum olharia aquilo e diria: “Nossa, o
fulano se deu mal, ele tá sendo muito criticado e isso vai
acabar com a carreira dele.” Essa era a impressão para
quem estava de fora.
Agora, o que ele percebia é que, quanto mais
pessoas o xingando, simultaneamente, mais fãs ele
ganhava. Pessoas que ia dando likes na página dele,
pessoas que mandavam mensagens privadas dizendo que
não o conheciam mas que agora iriam acompanha-lo,
pessoas que diziam que ele estava certo naquela briga que
ele comprou. Ou seja, enquanto era criticado na
superfície, ele ganhava fãs engajados na surdina.
O que acontece são duas coisas:
- Todo assunto que polariza, gera pessoas que
odeiam o que você falou, mas geram também as pessoas
que amam o que você falou.
- O ódio gera um convite maior à ação do que o
amor. Tanto que existem estudos que dizem que, uma
pessoa que odiou um produto, tem até 10 vezes mais
chances de falar dele para uma outra pessoa (pra dizer
que aquilo é ruim), do que uma pessoa que gostou de um
produto (pra dizer que ele é bom). Então, é normal que
quem odeie algo faça um estardalhaço a respeito.
O que a gente não percebe vendo de fora é essa
leva de fãs menos barulhenta que vai se formando a cada
vez que você expõe sua opinião mesmo sabendo que ela
vai gerar controvérsias. Neste caso, é quase que uma
obrigação que você não esteja nem aí para o que vão
dizer, pois você já sabe que vão te xingar muito.
Só existem duas ressalvas éticas para se fazer a
respeito desta estratégia:
- Assim como quando falamos de se ter uma
causa, toda opinião que você expressa deve ser genuína.
O risco de se criar polêmica só por criar, ou só para dar
audiência, é que você corre o risco de atrair os fãs
errados para sua página: pessoas que só gostem de ver o
circo pegar fogo. Daí você vai ser reconhecido por ser
uma pessoa sensacionalista que gosta de fazer alardes,
apenas isso.
- Tome muito cuidado com as opiniões que você
dá. Uma coisa é você ter uma opinião forte, sincera, mas
que é polêmica. Até aí, tudo bem. Outra, completamente
diferente, é você ser babaca. Difícil de dar um exemplo,
pois isso envolve discussões maiores, como a famosa
pergunta: “Qual o Limite do Humor?”, e não é minha
intenção aqui advogar pelo politicamente correto, pois
nem gosto disso. Acho que cada pessoa deve seguir o seu
bom senso, por isso convido você sempre a refletir antes
de postar alguma coisa, para sentir se aquilo é algo seu e
genuíno, ou se está fazendo só para gerar polêmica. Se for
a segunda opção, eu deixaria para lá.
25. PARE COM O OVERTHINKING
Em resumo, tudo que você leu aqui nesse livro diz
respeito a pensar antes de fazer ou de falar. Com certeza
este é um hábito saudável, que você não deve abandonar
de jeito nenhum. Pensar nos ajuda a ter idéias, a formular
conceitos, nos ajuda a sermos racionais, a tomar melhores
decisões e formular melhores opiniões.
Agora, como todo excesso é ruim, quando você
pensa demais sobre um assunto, você está praticando o
que em inglês se chama “Overthinking”. Por este ser um
tema complexo, e que resume um pouco do que vimos até
aqui, ele não é apenas um insight, como uma conclusão
para este livro.
Overthinking, na tradução, pode ser interpretado
como “Pensar Demais”, ou “Pensar em Excesso”. Assim,
o que poderia significar algo bom, que fizesse você tomar
melhores decisões, acaba se tornando uma maldição, pois
deixa você num estado de repetição de dúvidas, medos e
preocupações que não te deixam dar um passo adiante.
Existem 6 efeitos nocivos do overthinking para a
sua vida:
a) Excesso de Drama para cada passo que
você quer dar na sua vida: Com o
overthinking, é comum que as pessoas
dramatizem demais todos os tipos situações
pelos quais elas passam. Cada escolha é
motivo de mil deliberações, é motivo para se
escutar várias opiniões e demora muito tempo
para ser tomada. Tudo é feito num ambiente
de dúvidas e incertezas tão grande que,
mesmo após a decisão tomada, aquelas
incertezas não acabam, e se tornam
arrependimentos, pois a pessoa passa a achar
que, se tivesse tomado outra decisão, o
resultado teria sido melhor.
 
b) Várias Oportunidades interessantes são
perdidas: Conforme você pensa demais sobre
um assunto, é comum que você perca o timing
certo para tomar a atitude. Isso vale para uma
oportunidade de emprego que deixa passar,
uma paquera que você demora demais para se
aproximar e vai embora, ou uma opinião que
você poderia dar mas a discussão se
encerrou. Então, um sentimento muito comum
entre os “Overthinkers” é o de se arrepender
pelo que não fez, já que estava ocupado
demais pensando se deveria fazer ou não.
 
c) Causa Ansiedade e Depressão: Conforme
as sensações ruins de não agir vão se
acumulando, é normal que pessoas que
pensam demais comecem a desenvolver
problemas mais séries, como crises de
ansiedade e até mesmo depressão. Isso
porque ela passa a viver como se cada fato
de sua vida fosse passível de gerar
desconfortos e ameaças apra elas.
 
d) Causa Pessimismo e Infelicidade: Outro
efeito de pensar demais é gastar muito tempo
analisando os contras. Se pensarmos bem,
você vai ver que pessoas que pensam demais
normalmente estão pensando mais nas partes
negativas. Se elas pensassem demais só nas
coisas positivas, elas tomariam a atitude
rapidamente. Mas não. Ela fica num looping
de pensamentos negativos, no que pode dar
errado, no que os outros vão dizer. Então, é
normal que essas pessoas se tornem
pessimistas, e que isso leve à infelicidade.
 
e) Insônia: Se tem um lugar em que os
pensamentos em excesso tem espaço livre
para atrapalhar, é quando você vai dormir. A
insônia é causada pela mente que não
consegue descansar e, quando isso acontece,
é porque ela está cheia de preocupações.
Uma dica para se resolver isso é ter um bloco
de notas no criado-mudo, e anotar todos os
problemas para que eles não fiquem
“vagando” pela sua cabeça a noite inteira.
Conforme você os anota, pelo menos você
não fica preocupado de esquece-los no dia
seguinte, o que já ameniza a insônia.
 
f)

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