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FINANÇAS CORPORATIVAS ANDRÉ THOMÁZ U N I D A D E 2 UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO • Entender os tipos de mercado financeiro e seus perfis de oportunidade em termos de captação de recursos. • Aplicar as bases de cálculo da taxa interna de retorno (TIR) em situações de investimento financeiro. • Avaliar os riscos quanto à captação de recursos por parte das empresas. • Discernir sobre o momento mais propício e a melhor linha de captação de recursos para capitalizar a empresa. OBJETIVOS 1. Entender os tipos de mercado financeiro e seus perfis de oportunidade em termos de captação de recursos. 2. Aplicar as bases de cálculo da taxa interna de retorno (TIR) em situações de investimento financeiro. 3. Avaliar os riscos quanto à captação de recursos por parte das empresas. 4. Discernir sobre o momento mais propício e a melhor linha de captação de recursos para capitalizar a empresa. O objetivo das empresas é obter com seus investimentos um retorno que possa cobrir, pelo menos, a expectativa mínima de ganhos almejada pelo proprietário. Você sabia que.... O custo de capital pode ser definido como a taxa de retorno que a empresa deve obter sobre seus projetos de investimentos para que possa manter o valor de mercado. Você sabia que.... Para abranger estes assuntos, vamos estudar as fontes de financiamento, analisar os custos de capital, abordar o custo de capital próprio e fazer uma abordagem sobre a taxa mínima de atratividade de um projeto. É importante lembrar que a análise de projetos de investimento nas empresas envolve decisões de como estes projetos serão financiados. Assim.... As decisões de financiamento de projetos são influenciadas pelo custo de oportunidade dos recursos investido. No caso das empresas de capital aberto, o capital próprio tem origem em duas fontes básicas: ações preferenciais e capital de acionistas ordinários, o que inclui ações ordinárias e lucros retidos. Lembre-se sempre que: Risco não diversificável é um tipo de risco que ocorre de forma sistêmica no setor empresarial, ou seja, afeta todas as empresas, independentemente do setor em que se encontrem situadas. Para medir o custo do capital próprio, podemos utilizar a taxa obtida no modelo de precificação de ativos, também conhecido como Capital Asset Pricing Model (CAPM, ou Modelo de Precificação de Ativos Financeiros), segundo o qual o custo de capital próprio é o retorno exigido pelos investidores como recompensa pelo risco não diversificável da empresa. Exemplo: Segundo Assaf Neto (2010), as debêntures são títulos de longo prazo emitidos por companhias de capital aberto para financiar projetos de investimentos ou para rolagem da dívida das empresas. Dessa forma... A principal fonte de capital próprio utilizada pelas empresas são as ações; já ao adotar o capital de terceiros, as principais fontes são as debêntures e os empréstimos bancários. Importante associar que o mercado de capitais está relacionado à comercialização de títulos pelas empresas, para que elas arrecadem recursos para o financiamento de seus projetos ou estruturação financeira. E então, as decisões de financiamento de projetos são influenciadas pelo custo de opor tunidade dos recursos investidos. Assim, se os novos projetos de investimento forem financiados por meio de recursos da própria empresa, ou seja, pelo capital próprio, neste caso, o custo de financiamento é o próprio custo médio ponderado de capital da empresa. Podemos classificar os financiamentos de acordo com suas finalidades nas empresas, podendo ser para investimentos fixos, para capital de giro, para projetos ou para desenvolvimento tecnológico. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) Você investiria seus recursos financeiros num projeto com alto risco? Sabe se o retorno do ativo influencia a decisão de investimento? Se você pretende selecionar um investimento, quais as medidas de risco que pode utilizar? As medidas de risco serão utilizadas de acordo com a opção do investidor em utilizar seus recursos num investimento individual ou em investimento em uma carteira de ativos. O risco é inerente a todas as decisões que visam um resultado no futuro, enquanto que o retorno está associado ao resultado de uma determinada aplicação. Mas o que significa risco e retorno no contexto financeiro? Você conhece as fontes populares de risco? No contexto financeiro, os termos risco e retorno normalmente aparecem associados, sendo o retorno entendido como ganhos ou perdas que um investidor sofre ao longo de um investimento e o risco entendido como a medida da probabilidade de perda financeira ou de ganhos menores do que o retorno esperado. Exemplo: Suponha que uma aplicação em um título público tenha valor de face de R$ 3.000,00, rendendo juros de R$ 150,00 no prazo de trinta dias. Neste caso, a aplicação não apresenta risco, porque não há variabilidade associada ao seu retorno. O investidor sabe exatamente quanto vai receber de juros no final de um mês da aplicação. Mas e se um investimento de mesmo valor (R$ 3.000,00) em ações pudesse gerar qualquer resultado entre R$0,00 e R$ 200,00? Exemplo: Observe que nessa segunda situação há um risco assumido pelo investidor, em função da variabilidade de seu retorno. O investidor não sabe ao certo quando receberá ao final do mês. Ele sabe somente sabe que, numa expectativa positiva, poderá receber o valor máximo de R$ 200,00 e que, numa expectativa negativa, não receberá nada. Importante destacar que: a)Quanto mais certo for o retorno de um ativo, menos variabilidade e risco ele oferecer. b)Os ativos considerados mais arriscados são os que oferecem maiores possibilidades de perda financeira. Desta forma, para que a decisão de investimento possa ser fundamentada, é necessário entender como calcular risco e retorno. Uma medida comumente usada para cálculos de retorno pode ser descrita na equação a seguir. Kt = Ct + Pt Pt-1 As medidas de risco são divididas em riscos específicos da empresa, riscos específicos aos acionistas e riscos específicos a empresas e acionistas, detalhadas a seguir: a) Risco operacional - é a possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos de operação. Seu nível é determinado pela estabilidade das receitas da empresa (fixos) e pela estrutura de seus custos operacionais (variáveis). b) Risco financeiro - é a possibilidade de que a empresa não seja capaz de saldar suas obrigações financeiras. Seu nível é determinado pela previsibilidade dos fluxos de caixa operacionais da empresa e suas obrigações financeiras com encargos fixos. c) Risco da taxa de juros - é a possibilidade de que as variações das taxas de juros afetem negativamente o valor de um investimento. d) Risco de liquidez - é a possibilidade de que um ativo não possa ser liquidado com facilidade a um preço razoável. A liquidez é significativamente afetada pelo porte e pela profundidade do mercado no qual o ativo é costumeiramente negociado. Contudo, o risco sistemático não depende somente da operação da empresa e sim do conjunto de agentes que operam no mercado. Neste contexto, as fontes de risco descrevem as possibilidades de perdas ou ganhos financeiros das empresas e dos acionistas, sendo uma importante ferramenta de planejamento na tomada de decisão de investimentos. O risco pode ser medido de várias maneiras a mais comum, no entanto, é pela média dos retornos e do desvio padrão dos retornos, considerando séries históricas. O risco está relacionado com a probabilidade de perda financeira e com a variabilidade ou a volatilidade dos retornos esperados, podendo ser medido através de técnicas de estatística. A medida mais simples que pode ser utilizada é a média dos retornos, através da análise de séries média aritmética simples, que é calculada pela divisão entre a soma do conjunto de informações e o número de valores contidos nesse conjunto média aritmética ponderada – que é utilizada quando se atribuem pesos diferentes a cada elemento. O riscopode ser medido tanto para o investimento em ativo individual quanto para o investimento numa carteira de ativos. Conforme já estudado neste tema, a base de cálculo do risco é a série histórica dos retornos observados ou dos retornos previstos para cada ativo em análise. Para calcular o risco de um ativo individual, pode-se considerar os comportamentos de retornos esperados, agregando o uso do desvio padrão e o coeficiente de variação. O cálculo demonstrado no exemplo a seguir auxilia a tomada de decisão em relação ao investimento num ativo único. RISCO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS Antes de desenvolver um modelo de ajuste entre risco e retorno é necessário conceituar o que é risco. Ele pode ser definido como a possibilidade de prejuízo financeiro. Os ativos que possuem grandes possibilidades de prejuízos são mais arriscados que a queles com menos possibilidades. É uma forma de captar recursos com terceiros sem necessitar vender uma cota da empresa, como ocorre com as ações. No entanto, a emissão pública de debêntures só é possível para companhias de capital aberto: as empresas de capital fechado emitem diretamente ao comprador. É o desconto de títulos de crédito para captar recursos, ou seja, é uma geração adiantada de caixa. Assim, factoring é o fomento comercial pelo qual a empresa obtém recursos a partir da venda de seus títulos de créditos financeiros mediante um desconto, um pagamento ao comprador do título. Ações são títulos emitidos por empresas de capital aberto e que representam uma proporção de participação societária nelas. Conforme Fortuna (2013), após comprar uma ação, o acionista (termo utilizado para se referir ao detentor de uma ação). Uma ação pode ser revendida a terceiros, transferindo a eles todos os direitos e obrigações. Ações são títulos emitidos por empresas de capital aberto e que representam uma proporção de participação societária nelas. Dependendo do tipo de ação adquirida, conforme veremos adiante, também existe o direito de voto em decisões societárias. DECISÃO DE CAPITALIZAÇÃO DAS EMPRESAS A liquidez é gerada pela constante movimentação de investimentos entre os países e as diferenças de perspectivas sobre os preços futuros, e o fluxo de investimentos é intensificado pela presença de especuladores. Quando a empresa lança novas ações, primeiro precisa determinar o preço de emissão, isto é, o primeiro preço a ser negociado no mercado, com o auxílio de um grupo de interesse limitado de investidores selecionados pela própria companhia. Se o mercado de ações fosse pouco líquido, os investidores teriam menos interesse em comprar ações no mercado primário, pois isso significaria poucos compradores no momento da revenda. Desse modo, seria difícil transformar tais títulos em dinheiro, devido à pouca quantidade de investidores negociando. Existem vários tipos de investidores no mercado de ações, que possuem objetivos diferentes. Alguns buscam formar poupança para a aposentadoria, por exemplo. O mercado de opções é outra alternativa para que compradores e vendedores se previnam de oscilações indesejáveis nos preços das ações. OBRIGADO!
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