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Apostas Finais - 38 Exame de Ordem

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Sumário 
Dia 03/07 ............................................................................................................................................................ 3 
Direito Administrativo .................................................................................................................................... 3 
Direito Empresarial ........................................................................................................................................ 4 
Corujão de Direito do Trabalho ................................................................................................................... 13 
04/07 ................................................................................................................................................................ 22 
Direito Financeiro......................................................................................................................................... 22 
Direito Internacional .................................................................................................................................... 36 
Direito Tributário ......................................................................................................................................... 38 
Corujão Direito Penal ................................................................................................................................... 47 
Dia 05/07 .......................................................................................................................................................... 65 
Direito do Consumidor ................................................................................................................................. 65 
Direito Previdenciário .................................................................................................................................. 69 
Direito Processual do Trabalho .................................................................................................................... 86 
Corujão Direito Civil ..................................................................................................................................... 98 
Dia 06/07 ........................................................................................................................................................ 102 
Direito Processual Penal ............................................................................................................................ 102 
Direito Processual Civil ............................................................................................................................... 111 
Corujão de Direito Constitucional .............................................................................................................. 123 
Ética Essencial ............................................................................................................................................ 131 
 
 
 
 
 
 
 
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Jornada do Futuro Advogado – XXXVIII Exame de 
Ordem 
DIA 03/07 
Direito Administrativo 
Aposta 01 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público. 
Aposta 02 
Os bens públicos não podem ser adquiridos por usucapião. Não há exceção. 
Aposta 03 
Súmula 619-STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de 
natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. 
Aposta 04 
Tanto a desapropriação ordinária como a desapropriação extraordinária serão indenizadas. Contudo, a 
desapropriação extraordinária será indenizada em títulos da dívida. 
Aposta 05 
Em caso de tredestinação ilícita, caberá ao particular o direito de retrocessão sobre o bem desapropriado. 
Aposta 06 
O prazo prescricional para a ação de desapropriação indireta é o mesmo prazo para o poder público adquirir 
o bem ocupado por usucapião. 
 
 
 
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Aposta 07 
A responsabilidade civil do estado opera-se de forma objetiva em razão de atos comissivos, nos termos do 
artigo 37, parágrafo 6o, da Constituição Federal. Já a responsabilidade civil do estado por atos omissivos 
opera-se de forma subjetiva, salvo em hipóteses de omissões específicas, onde o Estado falha no seu dever 
de guarda. 
Aposta 08 
Na concessão especial de serviços públicos (PPP), o Poder Público repassa algum valor para o faturamento 
da concessionária, seja de forma integral (PPP Administrativa) ou parcial (PPP Patrocinada). 
Aposta 09 
Os Tribunais de Contas podem sustar atos administrativos. Contudo, a sustação de contratos administrativos 
cabe apenas ao Poder Legislativo. Além disso, qualquer pessoa pode fazer uma denúncia aos Tribunais de 
Contas para fiscalizar a aplicação de recursos públicos. 
Aposta 10 
Não existe mais ato de improbidade administrativa culposo. Todos os atos de improbidade, atualmente, 
exigem DOLO. Além disso, a ação para a aplicação das sanções previstas na Lei de improbidade prescreve 
em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato. Especificamente as ações de ressarcimento ao 
erário decorrentes dos atos de improbidade dolosos são imprescritíveis. 
Direito Empresarial 
Olá, pessoal. 
Neste momento, já em reta final para a sua prova da OAB, vamos estudar os principais pontos de Direito 
Empresarial. 
Vale sempre mencionar que, nesta fase, devemos focar nos pontos de maior incidência para a sua prova da 
OAB. 
Bons estudos, 
Prof. Alessandro Sanchez 
 
 
 
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Aposta 01 Empresa 
ATIVIDADE ECONÔMICA, PROFISSIONAL E ORGANIZADA para a produção de bens e/ou serviços. O Código 
Civil adota o caráter funcional para compreende que a empresa é a própria atividade exercida, seja a 
produção ou o comércio de bens e serviços. 
 
 
Atividades Intelectuais 
As atividades intelectuais são excluídas pois tais atividades, não tem no elemento da organização um fator 
de grande relevância. 
O próprio parágrafo único do art. 966, CC, traz as espécies intelectuais, classificando-as como as de natureza 
científica (médico, contadores ou advogados), literária (escritores) ou artística (pintor de quadros). O que 
caracteriza um intelectual não é o seu talento na gestão dos fatores de produção e comércio, mas o próprio 
talento intelectual. 
Empresa
Organização
Atividade profissional 
Busca de lucro
Requisitos
EMPRESA
Organização: mão-de-obra, capital, insumos e tecnologia
Atividade profissional: habitualidade e responsabilidade pessoal
Atividade econômica: Busca de lucro
 
 
 
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Os intelectuais não são empresários; no entanto, quando a atividade intelectual for absorvida pelo elemento 
de empresa (organização), a atividade intelectual será considerada empresária. 
Advogado 
 
Aposta 02 Empresário individual e Sociedade Limitada Unipessoal 
Pessoa natural ou pessoa jurídica que exerce atividade econômica organizada e profissional para a produção 
ou circulação de bens e/ou serviços. Nesse fator, é sempre importante lembrar que o empresário individual 
é uma pessoa natural exercente de empresa, ao contrário da Empresa Individual de Responsabilidade 
Limitada – EIRELI e das sociedades. 
É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da 
respectiva sede, antes do início de sua atividade 
Intelectuais
Artística
Atores/Cantores
Literária
Escritores
Científica
Advogado/ 
médico
Advogado
A figura do advogado naturalmente exercente de atividade intelectual não poderá ser considerada 
empresária, ainda que o exercício da profissão seja absorvido pela empresa, já que consta proibição 
no Estatuto do Advogado, a Lei n. 8.906/1994.
 
 
 
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PATRIMÔNIO E RESPONSABILIDADE 
 
Os pactos limitando poderes aos sócios administradores apenas valerão para terceiros que conheçam o 
pacto, do contrário,não haverá nenhuma obrigação ou responsabilidade para quem contratar com a 
sociedade em comum. 
Se o pacto que limita poderes ao administrador não for conhecido pelo terceiro, este não será, de forma 
alguma, prejudicado, e a sociedade, responderá pelo ato. 
Aposta 03 Sociedades Limitadas 
Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos 
respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
Em regra, as sociedades limitadas adotam, subsidiariamente, as regras das sociedades 
simples, e a escolha pelas sociedades por ações para sanar as omissões sobre suas regras 
é solução supletiva, em vista do disposto no art. 1.052 do Código Civil. 
Sociedades em comum
não levou os atos constitutivos a registro
não teve contrato
Está desatualizada
Responsabilidade dos 
sócios
Perante terceiros
Ilimitada:
 → 1º - Bens Sociais; e 
do Sócio Contratante.
 → Solidariamente
→ 2º - Patrimônio do 
sócio(s) não 
contratante(s)
Entre os sócios solidária
 
 
 
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Tratando-se da responsabilidade limitada dos sócios pelas obrigações sociais, vejamos como funcionam as 
regras para a determinação do limite da responsabilidade dos sócios. 
Quotas, cessão e penhora 
As sociedades limitadas são constituídas por quotas, de maneira que, ao contribuírem para o capital social, 
os sócios transferem dinheiro ou bens à sociedade, adquirindo, em contrapartida, quotas de participação, 
que perfazem a divisão do capital social. Ao subscrever uma quota do capital social, o sócio adquire o direito 
de ser sócio. 
É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. 
 
Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, 
independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais 
de um quarto do capital social. 
Voto Plural 
Os acionistas dissidentes da deliberação sobre as ações ordinárias com voto plural terão o seu direito de 
recesso assegurado, exceto se a criação dessas ações já estiver prevista ou autorizada pelo estatuto social 
da companhia. 
Empresas públicas, sociedades de economia mista, subsidiárias e sociedades controladas direta ou 
indiretamente pelo poder público não poderão ter ações com voto plural. 
Regência
Regra: sociedade simples
Supletiva: sociedade anônima
Sócio Remisso
 
 
 
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Aposta 04 Estabelecimento 
Conjunto de bens corpóreos e incorpóreos para a atividade organizada do empresário ou sociedade 
empresária 
Trespasse 
O trespasse significa a alienação do estabelecimento empresarial titularizado pelo empresário, razão pela 
qual tem livre disponibilidade sobre a sua universalidade o que pode significar a sua transferência para outro 
empresário, com algumas restrições que serão tratadas adiante. 
No caso de trespasse integral, situação em que são transferidos todos os bens da empresa para outro titular, 
existe como condição a concordância expressa ou tácita de todos os credores do empresário ou o 
pagamento de todos os credores. 
 O trespasse parcial precisa ser de tal modo a transferir bens que signifiquem o que há de mais substancial 
na empresa como é o caso do título do estabelecimento ou o ponto de negócio, como no fluxograma abaixo. 
 
Débitos anteriores a transferência: o adquirente será o novo responsável pelo seu 
pagamento, contudo, o devedor anterior (aquele que vendeu a empresa), será responsável 
solidário se estes débitos estiverem regularmente contabilizados, contudo haverá duas 
regras a serem obedecidas: 
Venda específica
 
 
 
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a) Devedor Primitivo ficara solidário por um ano, contados dos débitos já vencidos ou de sua 
publicação; 
b) Devedor Primitivo ficara solidário por um ano, contados da data do vencimento. 
O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do 
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da 
inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas 
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
Endosso e Aval 
Endosso 
Endosso é o ato pelo qual o beneficiário de um título opera sua transferência a outrem. Evidente que a 
transferência do título a terceiro se efetiva mediante a tradição, já que é necessária a apresentação do título 
para sua cobrança. (“cartularidade”). 
Aval 
É o ato em que uma pessoa garante o pagamento do título em favor do devedor principal ou de um 
coobrigado. Quem dá garantia de pagamento é chamado de avalista. A quem é dada a garantia é chamado 
de avalizado. 
O aval pode ser total ou parcial, e o avalista é responsável da mesma forma que o seu avalizado, sendo sua 
obrigação autônoma em relação ao avalizado. 
 
 
 
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Aposta 05 Recuperação Judicial 
 
A finalidade da recuperação judicial é viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do 
devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses 
dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade 
econômica. 
A recuperação judicial é uma ação que tem por objetivo a superação da situação de crise econômico-
financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores 
e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo 
à atividade econômica. 
Requisitos 
A empresa deve ser regular, existir há mais de dois anos, não ter se beneficiado do instituto nos últimos 
cinco anos, além de não ter cometido determinados crimes contra o patrimônio e a administração pública. 
Recuperação Judicial
Processamento
Deliberação do Plano
Aprovação do Plano
Cumprimento do Plano
Encerramento da 
Recuperação Judicial
Descumprido o Plano
Falência
Rejeição do Plano
Falência
 
 
 
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No entanto, sendo o devedor microempresário ou empresário de pequeno porte, o prazo é ampliado para 
oito anos, além de não ter sido condenado, assim como seu administrador ou sócio controlador, por crime 
falimentar. 
Requisitos
Regularidade
Existência regular há mais 2 anos
Não ser falido ou ter declaração de 
extinção das obrigações
Não ser condenado por crimes que 
impeçam a administração ou presentes 
na lei n. 11.101
 
 
 
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Aposta 06 Contrato de arrendamento mercantil 
 
 
Corujão de Direito do Trabalho 
Olá, pessoal. 
Neste momento, já em clima de reta final para a sua prova da OAB, vamos estudar de forma intensa o 
maravilhoso mundo de Priscilinha - rs. 
Vamos juntos até a aprovação!!! 
Bons estudos, 
Prof.ª Priscila Ferreira. 
Aposta 01 - Relação de Trabalho e Emprego 
▪ Requisitos do Vínculo de Emprego: subordinação, habitualidade (ou continuidade), onerosidade (ou 
remuneração), pessoalidade e pessoa física (Macete de memorização – SHOPP). 
▪ O empregado deverá ter a sua Carteira de Trabalho (CTPS) assinada no prazo de cinco dias úteis, sob 
pena de pagamento de multa. 
M
o
d
al
id
ad
es
Operacional
financeiro
lease-back
atualização legislativa
 
 
 
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Aposta 02 - Relações Empregatícias Especiais 
Hipersuficiente – Art. 444, parágrafo único, da CLT 
▪ Empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a 
duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 
o Atenção as diferenças de requisitos para a Arbitragem. 
Empregada Doméstica – LC nº 150/2015. 
▪ É aquele(a) que presta seus serviços em âmbito familiar e sem qualquer finalidade lucrativa por 
parte do empregador, conforme Lei Complementar nº 150/2015. 
o A idade mínima para ser doméstica é de 18 anos com fins de ter anotação na CTPS; 
o Admite-se para doméstica a jornada 12x36, sendo ainda possível indenização dos intervalos 
para repouso e alimentação, quando suprimidos; 
o Banco de Horas (Acordo Individual):As primeiras 40 horas extras mensais realizadas pelo 
empregado deverão ser pagas como hora extraordinária, e apenas as demais, que 
ultrapassarem a este montante, é que serão incluídas no banco de horas, e compensadas 
no prazo máximo de um ano; 
o O intervalo intrajornada é de, no mínimo, 01 hora e, no máximo, 02 horas, sendo autorizada 
a redução do intervalo para 30 minutos, quando houver acordo escrito entre as partes, não 
se fazendo necessária a existência de negociação coletiva para tal especificidade da relação 
laboral. 
Teletrabalho – Artigo 75-A ao 75-E da CLT 
▪ Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a prestação de serviços fora das dependências do 
empregador, de maneira preponderante ou não, com a utilização de tecnologias de informação e de 
comunicação, que, por sua natureza, não configure trabalho externo. 
▪ Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do 
empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em 
aditivo contratual. 
▪ A jornada de trabalho deste tipo de empregado (serviço por produção ou tarefa) será enquadrada 
no artigo 62, III, da CLT; 
▪ O artigo 75-D da CLT prevê que a responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento 
dos equipamentos tecnológicos e de infraestrutura necessários para a adequada prestação do 
trabalho remoto, assim como o reembolso de despesas arcadas pelo empregado serão previstas 
em contrato escrito, ou seja, estipulado pelas partes em comum acordo; 
▪ Por fim, o artigo 75-E da CLT dispõe que o empregado deve ser instruído de maneira expressa e 
ostensiva acerca das precauções que deverá realizar para fins de evitar doenças e acidentes de 
trabalho. 
 
 
 
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Aposta 03 - Relação de Trabalho 
Trabalhador Autônomo – Artigo 442-B, da CLT 
▪ A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem 
exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado. 
Aposta 04 - Empregador: Poderes 
▪ Regulamento de Empresa (Estipulação) 
o Súmula n. 51, do TST: 
▪ Uso de Uniforme X Higienização – Art. 456-A, da CLT: 
▪ Revistas Pessoais X Revista Íntima; 
▪ Fiscalização de e-mail Corporativo; 
o Penalidades: Advertência; Suspensão; e Justa Causa. 
Aposta 05 - Grupo Econômico 
Grupo Econômico: Coordenação / Subordinação: 
 
▪ Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, 
estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando 
cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas 
obrigações decorrentes da relação de emprego. 
▪ Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a 
configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e 
a atuação conjunta das empresas dele integrantes. 
Aposta 06 - Sucessão de Empresas 
▪ Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores, as obrigações trabalhistas, inclusive as 
contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de 
responsabilidade do sucessor. 
▪ A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude 
na transferência. 
Aposta 07 - Sócio Retirante – Art. 10-A, da CLT 
▪ O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas 
ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de 
averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I - a empresa 
devedora; II - os sócios atuais; e III - os sócios retirantes. 
 
 
 
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▪ O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na 
alteração societária decorrente da modificação do contrato. 
Aposta 08 - Contrato de Trabalho 
Classificação do Contrato de Trabalho 
▪ Contrato por prazo determinado (Art. 443, da CLT): a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade 
justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de 
contrato de experiência. 
▪ Contrato de Trabalho Intermitente: O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por 
escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor 
horário do salário-mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que 
exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. 
o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de 
serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de 
antecedência; 
o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, 
presumindo-se, no silêncio, a recusa; 
o O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo 
o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. 
Alteração do Contrato de Trabalho – Art. 468, da CLT. 
Requisitos: 1) Consentimento do empregado; 2) A alteração não ocasione prejuízo direto ou indireto ao 
trabalhador. 
▪ Jus Variandi do Empregador: 
✓ Reversão – Art. 468, da CLT; 
✓ Transferência dos Empregados – Art. 469, da CLT; 
✓ Alteração da Data de Pagamento - Art. 459, § 1° da CLT; 
✓ Alteração de Turno (Noturno para Diurno) – Súmula 60, do TST. 
 
Aposta 09 - Jornada de Trabalho 
▪ Jornada de Trabalho - 8 horas diárias e 44 horas semanais; 
▪ Período da Jornada - o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, 
sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 
o A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. 
 
 
 
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▪ Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de 
oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário-
mínimo proporcional ao tempo trabalhado - OJ nº 358 da SDI-I/TST; 
▪ O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de 
trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido 
pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do 
empregador – Art. 58, §2º, da CLT; 
▪ Cartão de Ponto: Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as 
variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite 
máximo de dez minutos diários. 
▪ Ausência do Controle de Jornada: Empregados que exercem atividade externa; Gerentes; e 
Teletrabalho (prestam serviço por produção ou tarefa). 
▪ Horas Extras / Compensação de Jornada 
o O labor extraordinário, como regra, deve ser remunerado com o adicional de, no mínimo, 50% 
sobre o valor da hora normal; 
o Compensação de Jornada: 
Período de Compensação Forma do Acordo de Compensação 
Anual 
Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) ou Acordo Coletivo de 
Trabalho (ACT) 
Semestral CCT, ACT ou Acordo Individual Escrito 
Mensal CCT, ACT ou Acordo Individual, Tácito ou Escrito 
Jornadas Especiais de Trabalho 
Jornada 12x36 
o É facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo 
coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis 
horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e 
alimentação; 
o A remuneração mensal pactuada abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal 
remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e 
as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o §5º do art. 
73 desta Consolidação. 
 
Tempo Parcial 
o Considera-se trabalhoem regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas 
semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração 
não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas 
suplementares semanais. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art70
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art73
 
 
 
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o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção 
manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação 
coletiva. 
Intervalo 
▪ Intervalo Intrajornada 
o Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a 
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) 
hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 
(duas) horas. 
o Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 
(quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. 
Aposta 10 - Férias 
▪ As férias, em regra, serão de, no mínimo, 30 dias, a cada 12 meses de serviços prestados 
(denominado período aquisitivo) e deverão ser usufruídas em um só período. 
▪ Fracionamento das Férias: 
o Concordância do empregado com o fracionamento, por meio de acordo individual; 
o Fracionamento em até 03 períodos; 
o Um dos períodos do fracionamento não pode ser inferior a 14 dias, e os demais períodos não 
podem se inferiores a 05 dias corridos. 
▪ Conforme artigo 134, § 3º da CLT, é vedado o início das férias no período de 02 dias que antecede 
feriado ou dia de repouso semanal remunerado; 
▪ O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono, serão efetuados até 2 (dois) 
dias antes do início do respectivo período, sob pena de pagamento dobrado. 
Aposta 11 - Sistema Remuneratório 
▪ Remuneração: Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além 
do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as 
gorjetas que receber. 
 
▪ Desconto Salarial: Como regra geral, somente são possíveis os descontos quando estes resultarem 
de: Previsão legal; Adiantamentos salariais; Dano; e Salário utilidade – art. 458 da CLT. 
 
 
 
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Aposta 12 - Parcelas Salariais e Indenizatórias 
 
Aposta 13 - Equiparação Salarial 
o Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no 
mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, 
nacionalidade ou idade. 
o Requisitos: 
✓ O trabalho exercido pelo empregado paragonado e o paradigma deve ser de igual produtividade e 
valor, no exercício da mesma função e prestados no mesmo estabelecimento ao mesmo 
empregador; 
✓ A diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a 04 anos, e a 
diferença de tempo na função não seja superior a 02 anos; 
✓ Inexista quadro de carreira ou plano de cargo e salário; 
✓ O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada 
pelo órgão competente da Previdência Social, não poderá servir de paradigma para fins de 
equiparação salarial; 
Aposta 14 - Estabilidade Provisória 
✓ Dirigente sindical - artigo 8º, VIII, da CF e Artigo 543, § 3º da CLT 
 
o O dirigente sindical goza de estabilidade desde o registro da sua candidatura e, se eleito, até 01 ano 
após o final do seu mandato (03 anos). A estabilidade do dirigente também se aplica aos seus 
suplentes, de forma que se limita, portanto, a 07 titulares e 07 suplentes. 
o Caso o registro da candidatura a dirigente sindical se dê no transcorrer do cumprimento de aviso 
prévio, em caso de dispensa, ou ainda, em um contrato por prazo determinado, não haverá 
estabilidade, por tratar-se de uma estabilidade objetiva (ligada ao cargo e não à pessoa). 
 
✓ Dirigente da CIPA (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes) 
 
 
 
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o O empregado eleito para o cargo de direção da CIPA gozará de estabilidade desde o registo da 
candidatura até 1 ano após o final do mandato, conforme artigo 10, II, “a” do ADCT. 
o É preciso destacar, no entanto, que a CIPA é constituída por representantes dos empregadores 
(indicados) e empregados (eleitos), sendo que apenas os representantes dos empregados possuem 
estabilidade, a qual poderá ser extinta caso o estabelecimento deixe de existir. 
 
✓ Estabilidade da Gestante 
 
o Nos termos do artigo 10, II, “b” do ADCT, é vedada a dispensa da empregada gestante, desde a 
confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. 
o O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta da empregada gestante o 
direito à estabilidade; 
o A estabilidade da gestante persiste mesmo quando o contrato pactuado for por prazo determinado, 
ou ainda, o estado gravídico se der no transcorrer do aviso prévio trabalhado ou indenizado, nos 
termos do artigo 391-A da CLT; 
o A LC nº 146/2014 estende o direito à estabilidade da gestante a quem detenha a guarda do filho, na 
hipótese de falecimento da genitora. Já quando se tratar de aborto não criminoso, o artigo 395 da 
CLT prevê uma licença de 2 semanas. 
 
✓ Estabilidade por Acidente ou Doença do Trabalho 
 
o Requisitos: 
• Afastamento superior a 15 dias, sendo os primeiros 15 dias hipótese de interrupção 
do contrato de trabalho, com o pagamento sob responsabilidade do empregador; e 
• Percepção do auxílio-doença acidentário (código B-91). 
Atenção: O TST prevê que tal estabilidade persistirá, ainda que se trate de contrato por prazo determinado 
Aposta 15 - Formas de Extinção do Contrato de Trabalho 
Distrato 
O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão 
devidas as seguintes verbas trabalhistas: I - por metade: a) o aviso prévio, se indenizado; b) a indenização 
sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 
de maio de 1990; II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. 
Atenção: 
o A extinção do contrato, nesta modalidade, permite a movimentação da conta vinculada do 
trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço limitada a até 80% (oitenta por cento) do 
valor dos depósitos; 
o Não se autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8036consol.htm#art18
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8036consol.htm#art18
 
 
 
21 
155 
Culpa Recíproca 
Súmula n. 14, do TST: Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), 
o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e 
das férias proporcionais. 
Aviso Prévio 
O Aviso prévio é a notificação dada por uma das partes do contrato de trabalho a outra parte, comunicando 
sua intenção de rescindir o contrato, sem justa causa. 
▪ Proporcionalidade do Aviso Prévio 
 
CONTRATO AVISO PRÉVIO 
Até 1 ano INCOMPLETO 30 dias 
+ 1 ano COMPLETO + 3 dias / ano 
MÁXIMO 90 dias 
Em razão de o aviso prévio ser um dever recíproco das partes, em situação de dispensa sem justa causa, 
poderá o empregado usufruir de uma redução de sua jornada de trabalho, de duas formas, a ser escolhida 
pelo obreiro: 
o Redução de 2 horas diárias na jornada de trabalho, por todo o período do aviso prévio; 
 
o Redução de 7 dias consecutivos sem laborar, durante o período do aviso prévio. 
Reconsideração: Concedido o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, 
mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não 
a reconsideração. 
FaltaGrave: Em ocorrendo falta grave no curso do aviso prévio, ter-se-á, por consequência, a perda do 
período restante do aviso prévio e os reflexos salariais decorrentes do referido período. 
Estabilidade: O empregado poderá adquirir estabilidade no curso do aviso prévio, quando tratar-se de 
gestante, conforme artigo 391-A da CLT, ou empregado acidentado, conforme Súmula nº 378 do TST. 
Desejo muito sucesso na sua caminhada!! 
Prof.ª Priscila Ferreira 
@profpriscilaferreira 
 
 
 
22 
155 
04/07 
Direito Financeiro 
Olá, pessoal! 
Continuamos na reta final da tua preparação para a prova da OAB. 
Por isso escolhemos focar, neste momento, em alguns pontos de maior importância na matéria de Direito 
Financeiro. 
Bons estudos e uma excelente prova a todos! 
Um abraço do 
Prof.ª Rodrigo Martins. 
Aposta 01 - Leis orçamentárias 
A CF/88 determina que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios devem elaborar 3 
Leis Orçamentárias: 
CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
(...). 
Em resumo, eis os principais aspectos das leis orçamentárias em questão: 
QUADRO COMPARATIVO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS 
 PPA LDO LOA 
Tipo de norma Lei Ordinária Lei Ordinária Lei Ordinária 
Iniciativa 
Iniciativa privativa do 
Poder Executivo 
Iniciativa privativa do 
Poder Executivo 
Iniciativa privativa do 
Poder Executivo 
Aprovação 
Aprovação privativa pelo 
Poder Legislativo 
Aprovação privativa pelo 
Poder Legislativo 
Aprovação privativa pelo 
Poder Legislativo 
Origem 
Deve ser aprovada em 
âmbito Federal, em 
âmbito Estadual, no 
Distrito Federal e pelos 
Deve ser aprovada em 
âmbito Federal, em 
âmbito Estadual, no 
Distrito Federal e pelos 
Deve ser aprovada em 
âmbito Federal, em 
âmbito Estadual, no 
Distrito Federal e pelos 
 
 
 
23 
155 
Municípios, por cada uma 
das entidades federativas 
Municípios, por cada uma 
das entidades federativas 
Municípios, por cada uma 
das entidades federativas 
Início de vigência Data da Publicação Data da Publicação 
1º/01 do ano a que se 
refere 
Final de vigência 
31/12 do ano seguinte ao 
do término do mandato 
do chefe do Poder 
Executivo 
31/12 do ano a que se 
refere 
31/12 do ano a que se 
refere 
Objetivos 
Planejamento estratégico 
de longo prazo 
Indicar as programações 
que devem ser 
comtempladas na LOA 
seguinte 
Planejamento operacional 
de curto prazo 
Créditos adicionais na LOA 
A LOA contém créditos orçamentários, que correspondem aos valores nela estipulados para atender as 
despesas do exercício financeiro a que se refere. 
Ocorre, porém, que ao longo da execução orçamentária, alguns "ajustes orçamentários" precisam ser 
realizados quando os valores previstos no orçamento não sejam suficientes. Isso é feito, pois, por meio de 
créditos adicionais: 
Lei Federal nº 4.320/64: Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não 
computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. 
Pois bem. O art. 41 da Lei Federal nº 4.320/64 veicula a seguinte classificação dos créditos adicionais: 
Lei Federal nº 4.320/64: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: 
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; 
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária 
específica; 
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, 
comoção intestina ou calamidade pública. 
Em regra, os créditos adicionais devem ser criados por meio de lei (Princípio da Legalidade), salvo os 
extraordinários, que podem ser criados por Medida Provisória (ou Decreto, no âmbito dos Estados, dos 
Município e do Distrito Federal): 
CF/88: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso 
Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a: 
 
 
 
24 
155 
(...) 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
(...). 
CF/88: Art. 167. São vedados: 
(...) 
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas 
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou 
calamidade pública, observado o disposto no art. 62. 
(...). 
Controle de constitucionalidade do orçamento 
Historicamente o STF sempre entendeu que não era possível o controle abstrato de constitucionalidade das 
normas orçamentárias, com base no argumento de que o orçamento é lei apenas formal, isto é, uma lei de 
efeitos concretos (tem forma de lei, mas, quanto à matéria, não veicula normas gerais a abstratas, como 
deve ser uma lei, razão pela qual tem efeitos concretos, conforme já estudamos anteriormente quanto à 
natureza jurídica do orçamento). 
Com base nesse entendimento, de que o orçamento é lei de efeito concreto, por individualizar o destino 
específico da alocação dos recursos públicos, o STF entendia que não era possível o seu controle 
concentrado de constitucionalidade (nesse sentido, a ADI 2925). 
Contudo, o STF mudou esse seu entendimento, tendo o atual posicionamento de que as leis orçamentárias 
são leis e que, por isso, podem ser objetos de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4048, ADI 
4049). 
a) Organização da Administração Pública 
• Administração Direta; 
• Autarquias; 
• Empresas Públicas; 
• Sociedades de Economia Mista; 
• Fundações Públicas; 
• Consórcios Públicos (associações públicas); 
b) Autarquias 
• Pessoa jurídica de direito público; 
• Criada por lei; 
• Com capacidade de autoadministração; 
• Desempenha serviço público descentralizado. 
• Exemplos: INSS, Universidades Federais, Banco Central, DNIT (...); 
 
 
 
25 
155 
• Seus servidores são servidores públicos e submetem-se a concurso público; 
• Seus atos administrativos gozam de presunção de legitimidade; 
• Gozam de privilégios tributários quanto a suas finalidades essenciais ou às que dela decorram; 
• Seus bens são bens públicos; 
c) Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas 
• Pessoas Jurídicas de Direito Privado; 
• Criadas por autorização legal; 
• Exploram atividades de caráter econômico; 
• Podem prestar serviços públicos; 
• Exemplos: Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica Federal; 
Aposta 02 - Da Orçamentação 
O orçamento público "acontece" em ciclos, que correspondem à uma série de atos que se sucedem. As 
diferentes etapas do ciclo orçamentário são: iniciativa da lei, apreciação e emendas ao projeto de lei 
orçamentária, sanção ou veto, execução e controle. 
Quanto à iniciativa das leis orçamentárias, de acordo com o art. 84, inciso XIII, da CF/88, as leis orçamentárias 
são da iniciativa privativa do Poder Executivo: 
CF/88: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
XIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes 
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; 
(...). 
Pois bem. Já ouviu falar em orçamento participativo? Corresponde à uma consulta prévia feita aos cidadãos 
acerca dos gastos públicos que querem ver realizados, antes que os projetos de lei sejam encaminhados ao 
Poder Legislativo para debate e aprovação. É previsto, pois, no art. 48, § 1º, inciso I, da LRF - Lei de 
Responsabilidade Fiscal. 
Atenção: as sugestões do povo por meio do Orçamento Participativo são uma opinião, 
não vinculando o Poder Executivo. Ou seja, o Poder Executivo não é obrigado a acatar, 
no Projeto de Lei, o quanto decidido pela população nessa consulta prévia, que se 
mostra, assim, meramente opinativa. 
Aposta 03 - Principais princípios orçamentários 
O orçamento público é dirigido por alguns princípios gerais que orientam aelaboração da lei orçamentária 
e guiam sua interpretação. 
 
 
 
26 
155 
Vamos revisar os principais: 
Princípio da Legalidade 
De acordo com o Princípio da Legalidade no Direito Financeiro, previsto em vários artigos da CF/88, como, 
por exemplo, arts. 48, II, 166 e 167, I, V, VI, VIII e IX, nenhum recurso público poder ser gasto (isto é, 
realização de despesa pública) sem prévia autorização legal (lei, emanada do Poder Legislativo). 
Existe, porém, uma exceção ao Princípio da Legalidade em questão no art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d" e 
167, § 3º, da CF/88, que dispõem sobre a única hipótese em que um instrumento normativo diferente de 
lei emanada do Poder Legislativo (no caso, Medida Provisória) pode ser utilizado para autorizar despesas 
públicas: 
CF/88: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso 
Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a: 
(...) 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
CF/88: Art. 167. São vedados: 
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; 
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos 
orçamentários ou adicionais; 
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas 
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou 
calamidade pública, observado o disposto no art. 62. 
Portanto: 
EM REGRA, qualquer despesa pública deve ser previamente autorizada por meio de lei, 
em cumprimento ao Princípio da Legalidade. 
MAS, EXCEPCIONALMENTE, poderá ser autorizada por meio de Medida Provisória, desde 
que se trate da criação de créditos extraordinários, que correspondem aos valores 
descritos na lei orçamentária (na Lei Orçamentária Anual - LOA) para atender a despesas 
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou 
calamidade pública. 
 
 
 
27 
155 
Princípio da Não Afetação (Não Vinculação/Destinação) das Receitas de Impostos 
De acordo com esse princípio, é vedada a vinculação (afetação/destinação) por meio de lei da receita de 
impostos a órgão, fundo ou despesa. Tal princípio emana da própria CF/88, que estipula tais vedações. Mas 
a própria CF/88 estipula diversas exceções, que podem ser resumidas no seguinte quadro: 
 EXCEÇÕES COMSTITUCIONAIS AO PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO DA RECEITA DE IMPOSTOS 
Repartição constitucional e obrigatória da receita de impostos 167, IV, da CF/88 
Destinação de um percentual dos impostos arrecadados para a saúde 167, IV, da CF/88 
Destinação de um percentual dos impostos arrecadados para a educação 167, IV, da CF/88 
Destinação de um percentual dos impostos arrecadados para as atividades de 
administração tributária 
167, IV, da CF/88 
Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita 167, IV, da CF/88 
Garantia, contragarantia e pagamento de débitos para com a União 167, § 4º, da CF/88 
Garantia de financiamento para o pagamento de precatórios quando os Estados, 
DF e Municípios não tiverem condições de quitá-los nos prazos constitucionais 
100, § 19, da CF/88 
Vinculação de até 0,5% da receita tributária líquida dos Estados e do DF para os 
Programas de Apoio à Inclusão e Promoção Social 
204, PÚ, da CF/88 
Vinculação de até 0,5% da receita tributária líquida dos Estados e do DF a fundos 
destinados ao financiamento de programas culturais 
216, § 6º, da CF/88 
Princípio da Proibição de Estorno (de remanejamento, transposição e transferência de recursos 
orçamentários) 
Decorrente do Princípio da Legalidade, de acordo com esse princípio o gestor público não pode repriorizar 
as ações governamentais através de transposição, remanejamento ou transferência (estorno) de recursos 
públicos previstos no orçamento, sem prévia autorização legislativa. 
CF/88: Art. 167. São vedados: 
(...) 
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria 
de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização 
legislativa; 
(...) 
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos 
fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, 
fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; 
(...). 
Portanto, atenção: não é proibido transpor, remanejar ou transferir um recurso 
originalmente programado para uma ação para o atendimento de outra; o proibido é 
fazê-lo sem permissão legal. Logo, somente a lei pode transpor, remanejar ou transferir 
um recurso orçamentário. 
 
 
 
28 
155 
Logo, somente o Poder Legislativo, por meio de lei, pode transpor, remanejar ou transferir um recurso 
orçamentário; o Poder Executivo, não. 
Importa destacar que a EC 85/2015 criou uma exceção ao Princípio da Proibição de Estorno e, 
consequentemente, ao Princípio da Legalidade, ao permitir, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia 
e inovação, a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de 
programação para outra sem prévia autorização do Poder Legislativo: 
CF/88: Art. 167. São vedados: 
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de 
programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, 
tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a 
essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização 
legislativa prevista no inciso VI deste artigo. 
(...). 
Aposta 04 - Receita Pública 
Pois bem: que é receita pública? 
Conceito: a receita pública corresponde ao produto da entrada de recursos nos cofres 
públicos ("dinheiro que entra"), recursos esses que, integrando-se ao patrimônio público 
sem quaisquer reservas ou condições, vêm aumentar o referido patrimônio. 
Assim como ocorre com as despesas, a realização da receita pública passa por diferentes fases ou estágios, 
que são (i) a previsão, (ii) o lançamento, (iii) a arrecadação e (iv) o recolhimento. 
Renúncia de receita tributária 
A renúncia de receitas públicas se dá, em regra, por meio da concessão de benefícios fiscais, que se 
submetem ao princípio da estrita legalidade (art. 150, § 6º, da CF/88 e 97, VI, do CTN). 
Justamente porque a concessão de benefícios fiscais de natureza tributária impactam o orçamento, o art. 
165, § 6º, da CF/88 prescreve que: 
CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
(...) 
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado 
do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, 
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 
(...). 
 
 
 
29 
155 
Adicionalmente e complementarmente ao quanto disposto no art. 165, § 6º, da CF/88, o art. 14 da LRF 
também traz um importante regramento sobre a renúncia de receitas: 
Lei Complementar nº 101/2000 (LRF): Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou 
benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar 
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que 
deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes 
orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: 
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de 
receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de 
resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; 
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, 
por meio do aumento de receita, provenienteda elevação de alíquotas, ampliação da 
base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. 
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de 
isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que 
implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que 
correspondam a tratamento diferenciado. 
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput 
deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor 
quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso. 
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: 
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da 
Constituição, na forma do seu § 1º; 
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de 
cobrança. 
Responsabilidade na gestão fiscal 
De acordo com o caput do art. 11 da LRF (Lei Complementar nº 101/2000), as entidades federativas devem 
prever e arrecadar todos os tributos da sua competência constitucional, ou seja, devem prever e arrecadar 
todos os tributos que lhe são previstos pela Constituição Federal. 
LC 101/2000: Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal 
a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência 
constitucional do ente da Federação. 
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não 
observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. 
Atenção: ao julgar a ADI nº 2.238/DF, o STF decidiu pela constitucionalidade do referido 
dispositivo, com base no argumento de que o Parágrafo Único do art. 11 da LRF veda o 
 
 
 
30 
155 
recebimento de transferências voluntárias e não das transferências obrigatórias, não 
havendo, assim, qualquer inconstitucionalidade. 
Aposta 05 - Despesa Pública 
Que é despesa pública? 
Conceito: a despesa pública corresponde ao conjunto de gastos efetuados pelo Poder 
Público para a realização das suas atividades voltadas à satisfação das necessidades 
públicas. 
Assim como ocorre em relação à receita, a despesa pública também passa por fases ou etapas, que são: (i) 
o empenho, (ii) a liquidação e (iii) o pagamento. 
A fase de empenho é definida nos arts. 58 e seguintes da Lei 4.320/64 nos seguintes termos: 
Lei Federal nº 4.320/64: Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade 
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de 
implemento de condição. 
Lei Federal nº 4.320/64: Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos 
créditos concedidos. 
(...). 
De acordo com o art. 60 da Lei Federal nº 4.320/64, toda despesa deve ser precedida de empenho: 
Lei Federal nº 4.320/64: Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. 
(...). 
Portanto, atenção: nenhuma despesa, ou seja, nenhum gasto público pode ser realizado 
se não for feito, previamente, o respectivo empenho. É absolutamente vedada a 
realização de qualquer despesa pública sem prévio empenho. 
Conforme vimos acima, o empenho é condição obrigatória para a despesa, pois é vedada a realização de 
qualquer despesa sem prévio empenho (art. 60 da Lei Federal nº 4.320/64), mas a Nota de Empenho 
poderá ser dispensada em alguns casos especiais, nos termos do art. 60, § 1º, da Lei 4.320/64: 
Lei Federal nº 4.320/64: Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. 
§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da 
nota de empenho. 
(...). 
 
 
 
31 
155 
Aposta 06 - Precatórios e Requisições de Pequeno Valor 
Quando um particular não paga uma dívida reconhecida e declarada por sentença judicial, poderá sofrer um 
processo de execução e ter seus bens penhorados, que poderão ser levados à praça (leilão) para que seja 
pago o débito com o produto da arrematação. Mas com a Fazenda Pública é diferente, pois os seus bens são 
impenhoráveis. 
Por isso existe, para a Fazenda Pública, um sistema próprio de pagamento de débitos judiciais, decorrente 
de sentenças condenatórias transitadas em julgado: é o denominado sistema de precatórios ou o sistema 
das Requisições de Pequeno Valor. 
Esses dois sistemas são previstos no art. 100 da CF/88: 
CF/88: Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, 
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na 
ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, 
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos 
adicionais abertos para este fim. 
(...) 
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se 
aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as 
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). 
(...) 
§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das entidades de direito público de verba 
necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado 
constantes de precatórios judiciários apresentados até 2 de abril, fazendo-se o 
pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados 
monetariamente. 
(...). 
Regime geral de precatórios 
Em resumo, o procedimento verificado na CF/88 quanto ao Regime Geral de Precatórios é o seguinte: 
 1) O juiz da execução solicita o crédito do vencedor de uma ação judicial transitada em julgado ao 
Presidente do respectivo Tribunal por meio de um documento chamado ofício requisitório; 
 2) O Presidente do Tribunal expede o precatório e o envia ao Poder Executivo; 
 3) O Poder Executivo deve incluir a despesa referente a esse precatório no Projeto de Lei da LOA do 
ano seguinte (que o Poder Executivo apresentará ao Poder Legislativo até 31 de agosto), desde que 
o precatório tenha sido enviado pelo Presidente do Tribunal até 2 de abril do exercício anterior; 
 4) A despesa referente ao precatório será incluída em dotação específica da LOA; 
 
 
 
32 
155 
 5) Durante o exercício fiscal de execução da LOA, o Poder Executivo enviará os valores (despesas) 
previstos na LOA ao Presidente do Tribunal; e 
 6) O Tribunal fará o pagamento dos precatórios até 31/12 (durante a execução da LOA), de forma 
impessoal (isonomicamente) e seguindo um critério cronológico de pagamentos (de acordo com a 
data de recebimento das solicitações), quando terão seus valores atualizados monetariamente. 
 7) Se o precatório não for pago até 31/12, incidirá juros de mora a partir de 1º de janeiro do ano 
subsequente (Súmula Vinculante nº 17). 
Regime especial de precatórios 
Vimos, acima, a regra do regime geral de precatórios, segundo o qual as requisições feitas pelo Presidente 
do Tribunal (precatórios requisitórios) até 2 de abril devem ser pagas até 31 de dezembro do ano seguinte. 
Contudo, infelizmente é regra, no Brasil, a inexistência de recursos financeiros suficientes para pagamento 
de todos os precatórios apresentado até 2 de abril, o que acaba resultando em "calote". 
E o volume de "calotes" (tecnicamente, mora do devedor) acumulado até o ano de 2015 era astronômico (e 
ainda é), o que motivou a aprovação da Emenda Constitucional nº 109/2021, que, ao dar a seguinte redação 
ao art. 101 do ADCT, criou o Regime Especial de Precatórios: 
ADCT da CF/88: Art. 101. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, em 25 de 
março de 2015, se encontravam em mora no pagamento de seus precatórios quitarão, até 
31 de dezembro de 2029, seus débitos vencidos e os que vencerão dentro desse período, 
atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), ou por 
outro índice que venha a substituí-lo, depositando mensalmenteem conta especial do 
Tribunal de Justiça local, sob única e exclusiva administração deste, 1/12 (um doze avos) 
do valor calculado percentualmente sobre suas receitas correntes líquidas apuradas no 
segundo mês anterior ao mês de pagamento, em percentual suficiente para a quitação de 
seus débitos e, ainda que variável, nunca inferior, em cada exercício, ao percentual 
praticado na data da entrada em vigor do regime especial a que se refere este artigo, em 
conformidade com plano de pagamento a ser anualmente apresentado ao Tribunal de 
Justiça local. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) 
Assim, em resumo, as principais regras do Regime Especial de Precatórios são as seguintes: 
 1) É válido até o exercício de 2029; 
 2) É previsto para Estados-membros, Distrito Federal e Municípios; 
 3) Permite que os precatórios vencidos até 25/03/2015 e que os que vencerem entre 25/03/2015 e 
31/12/2029 sejam pagos até 31/12/2029; 
 4) Os precatórios incluídos nesse regime não sofrem juros de mora até a data de vencimento (pois 
não há mora, pois a CF/88 estendeu o prazo de vencimento); 
 5) Os precatórios incluídos nesse regime devem ser atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por outro índice que venha a substituí-lo; e 
 6) A Fazenda Pública submetida a esse regime deve depositar mensalmente em conta especial do 
Tribunal de Justiça local, sob única e exclusiva administração deste, 1/12 (um doze avos) do valor 
calculado percentualmente sobre suas receitas correntes líquidas (RCL) apuradas no segundo mês 
 
 
 
33 
155 
anterior ao mês de pagamento, em percentual suficiente para a quitação de seus débitos abrangidos 
pelo referido regime. 
Requisição de pequeno valor (RPV) 
Esse regime simplificado e mais rápido de pagamento é chamado de Requisição de Pequeno Valor (RPV), 
previsto no § 3º do art. 100 da CF/88: 
CF/88: Art. 100. (...) 
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se 
aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as 
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). 
(...). 
O § 3º do art. 100 da CF/88 acima transcrito estipula que as próprias Fazendas Públicas da União, dos 
Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios é quem devem definir em leis suas próprias leis que 
é "pequeno valor" para fins de pagamento de uma RPV - Requisição de Pequeno Valor. 
Mas, de acordo com o artigo 87 do ADCT, até que cada entidade federativa publique suas próprias leis, 
serão considerados de "pequeno valor" os seguintes valores: 40 salários-mínimos no âmbito dos Estados 
e do Distrito Federal e 30 salários-mínimos no âmbito dos Municípios. 
Pois bem. A definição de pequeno valor para fins de pagamento por meio de uma RPV devida pela União é 
dada pela Lei Federal nº 10.259/02, que fixou o valor em 60 salários mínimos. 
Portanto, de acordo com os dispositivos acima transcritos, serão considerados de pequeno valor (até que 
os Estados, Distrito Federal e Municípios publiquem suas próprias leis definidoras), os débitos decorrentes 
de sentenças condenatórias transitadas em julgado que tenham valor igual ou inferior a: 
 União: 60 salários mínimos; 
 Estados e Distrito Federal: 40 salários mínimos; e 
 Municípios: 30 salários mínimos. 
Mas, para que as Fazendas Públicas não cometam abusos, fixando valores irrisórios, o constituinte 
reformador estipulou, no referido § 4º, um "piso" (valor mínimo) que precisa ser observado: 
CF/88: Art. 100. (...). 
(...) 
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores 
distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, 
sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). 
(...). 
 
 
 
34 
155 
Possibilidade de renúncia a crédito do valor excedente para fins de enquadramento como 
Requisição de pequeno valor (RPV) 
O parágrafo único do art. 87 do ADCT traz uma regra interessantíssima, facultando ao exequente a 
renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo por meio de RPV: 
ADCT da CF/88: (...) 
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o 
pagamento far-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exeqüente 
a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo 
sem o precatório, da forma prevista no § 3º do art. 100. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 37, de 2002) 
Prazo para pagamento de uma Requisição de pequeno valor (RPV) 
De acordo com o inciso II do § 3º do art. 535 do CPC, o prazo para a Fazenda Pública pagar uma RPV - 
Requisição de Pequeno Valor é de 2 meses contado da entrega da requisição à Fazenda Pública, mediante 
depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente. 
CPC: (...) 
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado 
para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 
2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco 
oficial mais próxima da residência do exequente. 
(...). 
Ordem (“fila”) de pagamento 
De acordo com o disposto no "caput" do artigo 100 da CF/88, os precatórios obedecem a uma ordem 
cronológica de pagamentos, de acordo com a ordem de apresentação, salvo em relação aos pagamentos 
definidos em lei como de pequeno valor (as RPV's acima estudadas), que são pagas antes do que todos os 
precatórios (conforme artigo 100, § 3º, da CF). 
Ocorre, porém, que existem regras que disciplinam a ordem de pagamento dentro dessa "fila" geral da 
ordem cronológica. De acordo com essas regras, os precatórios dessa "fila" geral podem ser classificados, 
por sua vez, em "comuns" ou "alimentares" (sem esquecer que existem, ainda, as RPV's, fora da fila dos 
precatórios). 
Em resumo, de acordo com todas as disposições constantes na CF/88, eis a ordem de pagamento 
considerando os precatórios e as Requisições de Pequeno Valor (RPV's): 
ORDEM DE PAGAMENTO 
1º Requisições de Pequeno Valor (RPV's) 
 
 
 
35 
155 
2º 
Precatórios 
Alimentar superpreferencial (cujos titulares, originários ou por sucessão 
hereditária, tenham no mínimo 60 anos de idade, portadores de doença grave ou 
pessoas com deficiência), até 3 vezes o valor fixado para pagamento de uma RPV 
para os precatórios incluídos no regime geral e até 5 vezes para os precatórios 
incluídos no regime especial 
3º 
Alimentar preferencial (demais pessoas) até 3 vezes o valor fixado para 
pagamento de uma RPV 
4º 
Alimentar preferencial (demais pessoas) superior a 3 vezes o valor fixado para 
pagamento de uma RPV 
5º Comum (não alimentar) e o saldo dos alimentares 
Cessão de precatório 
A CF/88 permite, pois, que o credor faça a cessão do seu precatório, nos termos do art. 100, § 13: 
CF/88: (...) 
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a 
terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao 
cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 
2009). 
§ 14. A cessão de precatórios, observado o disposto no § 9º deste artigo, somente 
produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao Tribunal de 
origem e ao ente federativo devedor. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 113, 
de 2021) 
(...). 
Pois bem. Os §§ 13 e 14 acima permitem identificar que a cessão de precatórios deve observar as seguintes 
regras: 
 1) Não precisa da concordância da Fazenda Pública devedora do precatório; 
 2) Mas, muito embora não necessite dessa concordância, produzirá efeitos somente após a 
comunicação,por meio de petição devidamente protocolizada, ao Tribunal de origem e também ao 
ente federativo devedor; e 
 3) Se o precatório cedido não tiver natureza alimentar e se o cessionário (aquele que adquiriu o 
direito ao precatório, por meio do ato de cessão) for pessoa com 60 anos de idade ou mais, portador 
de doença grave ou com deficiência, nos termos da lei, a esse precatório cedido NÃO SERÃO 
atribuídos os privilégios preferenciais previstos na CF/88 para os precatórios alimentares especiais, 
uma vez que a cessão não altera a própria natureza do precatório (o precatório já "nasce" ou não 
preferencial). 
Compensação de dívida com crédito de precatório 
Sobre o assunto, o art. 105 do ADCT prescreve o seguinte: 
 
 
 
36 
155 
ADCT da CF/88: Art. 105. Enquanto viger o regime de pagamento de precatórios previsto 
no art. 101 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, é facultada aos credores 
de precatórios, próprios ou de terceiros, a compensação com débitos de natureza 
tributária ou de outra natureza que até 25 de março de 2015 tenham sido inscritos na 
dívida ativa dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observados os requisitos 
definidos em lei própria do ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 
2016) 
§ 1º Não se aplica às compensações referidas no caput deste artigo qualquer tipo de 
vinculação, como as transferências a outros entes e as destinadas à educação, à saúde e a 
outras finalidades. (Numerado do parágrafo único pela Emenda constitucional nº 99, de 
2017) 
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios regulamentarão nas respectivas leis o 
disposto no caput deste artigo em até cento e vinte dias a partir de 1º de janeiro de 2018. 
(Incluído pela Emenda constitucional nº 99, de 2017) 
§ 3º Decorrido o prazo estabelecido no § 2º deste artigo sem a regulamentação nele 
prevista, ficam os credores de precatórios autorizados a exercer a faculdade a que se 
refere o caput deste artigo. (Incluído pela Emenda constitucional nº 99, de 2017) 
(...). 
Mas observe o seguinte: tal dispositivo exige que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devedores 
dos precatórios a serem compensados editem suas respectivas leis dispondo (isto é, permitindo) sobre a 
compensação em questão. 
Entretanto, antevendo que as Fazendas Públicas deixariam de editar suas leis para evitar tal compensação 
(pois, para a Fazenda Pública é mais interessante que o devedor de tributo pague em dinheiro agora, ao 
invés de promover a compensação com um débito que a própria Fazenda Pública só teria que quitar no 
futuro), o constituinte reformador inseriu a importantíssima regra do § 3º em questão, segundo a qual a 
compensação poderá ser realizada mesmo sem a referida lei da entidade federativa se ela não a editar no 
prazo de até 120 dias, contados a partir de 1º de janeiro de 2018. 
Bons estudos de reta final e muito sucesso na prova, 
 Um forte abraço do 
 
Prof.º Rodrigo Martins 
 
 @professorrodrigomartins 
Direito Internacional 
Aposta 01 - Competência Internacional 
A competência internacional da autoridade judiciária brasileira é regulada pelos arts. 21 a 25 do CPC: 
 
 
 
37 
155 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
 I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
 II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
 III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o 
fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira 
que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
 I - de alimentos, quando: 
o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
 o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento 
de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
 II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
 III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular 
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento 
da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional, arguida pelo réu na contestação. 
Aposta 02 - Elementos de Conexão 
• Lex Domicilii: Domicílio. Relações de Estado e Capacidade das pessoas e os direitos de família. 
• Lex rei sitae: o lugar da situação do bem para os direitos reais. 
• Locus regit actum: o lugar da constituição da obrigação para o direito das obrigações. 
• A sucessão por morte ou por ausência obedece a lei do país em que era domiciliado o defunto 
ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
• As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, 
obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 
 
 
 
38 
155 
Aposta 03 - Direitos dos Migrantes 
A Lei da Migração concedeu aos migrantes, além dos direitos individuais, amplo rol de direitos sociais, como 
a educação pública, acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social, a previdência social e 
direitos trabalhistas. Vejamos o que dispõe o art. 4º, da Lei nº 13.445/2017: 
Art. 4o Ao migrante é garantida no território nacional, em condição de igualdade com os 
nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, bem como são assegurados: 
I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos; 
VIII - acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social, nos 
termos da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória 
IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos; 
X - direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da 
condição migratória; 
Aposta 04 - Naturalização 
O art. 63, a Lei de Migração afirma que 
 “O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no exterior e que não tenha sido registrado em repartição 
consular poderá, a qualquer tempo, promover ação de opção de nacionalidade”. 
No que tange à naturalização, a Lei de Migração estipula quatro modalidades: 
• Ordinária: 
• Extraordinária 
• Especial 
• Provisória 
Direito Tributário 
Olá, pessoal! 
Continuamos na reta final da tua preparação para a prova da OAB. 
Por isso escolhemos focar, neste momento, outros pontos de maior incidência em nossa matéria. 
Bons estudos e uma excelente prova a todos! 
Um abraço do 
 
 
 
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155 
Prof.ª Rodrigo Martins. 
Aposta 01 - Imposto Residual 
À União também foi dada competência para instituir impostos residuais: 
CF/88: Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam 
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados 
nesta Constituição; 
(...). 
Desse imposto é extremamente importante “gravar”, por sua vez, as seguintes características: 
 Competência: privativa da União. 
 Limitações: (i) não podem ser cumulativos e (ii) não pode ter fato gerador ou base decálculo 
próprios dos impostos já previstos na CF/88. 
 Veículo introdutor de norma: de forma excepcional, exige-se Lei Complementar. 
Aposta 02 - Contribuição Social Residual 
À União também foi dada competência para instituir contribuições sociais residuais: 
CF/88: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta 
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
(...) 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão 
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
(...). 
De acordo com o referido dispositivo, é necessário que a União obedeça ao disposto no artigo 154, inciso I, 
da CF/88 (que dispõe sobre os impostos residuais). 
Asim, conjugando o art. 195, § 7º, com o art. 154, I, da CF/88, é possível identificar que a contribuição 
residual possui as seguintes características: 
 1ª) Competência: privativa da União. 
 2ª) Limitações: (i) a contribuição residual a ser eventualmente instituída não pode ser cumulativa e 
(ii) não pode ter fato gerador ou base de cálculo próprios das contribuições já discriminadas na CF/88. 
 3ª) Veículo introdutor de norma: de forma excepcional, exige-se Lei Complementar. 
 
 
 
40 
155 
Aposta 03 - Imunidades ou Isenções e as Obrigações Acessórias 
Salvo disposição legal expressa em contrário, uma imunidade ou isenção tributária se restringem somente à 
obrigação tributária principal, ou seja, à obrigação patrimonial de pagar um tributo (conforme art. 175, 
parágrafo único, do CTN). 
Portanto, a imunidade tributária não impede a instituição e exigência de deveres instrumentais ou 
obrigações acessórias que, acaso descumpridas por quem é imune ou isento, pode levar à sua autuação. 
Aposta 04 - Solidariedade Tributária 
De acordo com o art. 124 do CTN, são solidariamente obrigadas (i) as pessoas que tenham interesse comum 
na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; e (ii) as pessoas expressamente designadas 
por lei, sendo que a solidariedade passiva em questão não comporta benefício de ordem. 
Os efeitos da solidariedade tributária estão previstos, por sua vez, no artigo 125 do CTN: 
CTN: Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da 
solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo 
saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica aos demais. 
Queremos destacar o inciso II, segundo qual, acaso dada uma isenção ou remissão de crédito tributário, os 
seus efeitos exonerarão todos os demais obrigados (devedores solidários), exceto se dada pessoalmente a 
um deles (portanto, salvo se for um benefício subjetivo), subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto 
aos demais pelo saldo da dívida não alcançada pela isenção ou pela remissão. 
Aposta 05 - Responsabilidade Tributária na Partilha ou Adjudicação 
Os incisos II e III do artigo 131 prescrevem o seguinte: 
CTN: Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
(...) 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus 
até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do 
quinhão do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
 
 
41 
155 
Assim, de acordo esse dispositivo legal, a responsabilidade tributária é atribuída: 
 Ao espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão (ou seja, até 
a data da morte). 
 Ao sucessor e ao cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou 
adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação. 
Aposta 06 - Responsabilidade Tributária na Fusão, Transformação, 
Incorporação ou Cisão de Pessoa Jurídica 
De acordo com o art. 132 do CTN, "A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação 
ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas 
jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas." Apesar de o art. 132 do CTN não 
mencionar expressamente a "cisão", a doutrina e a jurisprudência do STJ entendem que a responsabilidade 
tributária em questão é também aplicável na hipótese de cisão. 
Pois bem. Essa responsabilidade alcança os tributos ou também as multas tributárias? De acordo com a 
Súmula nº 554 do STJ, "Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não 
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos 
geradores ocorridos até a data da sucessão." 
Aposta 07 - Responsabilidade Tributária na Aquisição de Estabelecimento 
ou Fundo de Comércio 
Essa responsabilidade tributária está prevista no art. 133 do CTN, que prescreve o seguinte: 
CTN: Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por 
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou 
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob 
firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento 
adquirido, devidos até a data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 
seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de 
comércio, indústria ou profissão. 
Atenção: de acordo com o inciso I, a responsabilidade será exclusiva do adquirente; e 
como o inciso II do art. 133 do CTN prescreve que a responsabilidade do adquirente é 
“subsidiária”, então quer dizer que há benefício de ordem, isto é, reitera-se, primeiro 
cobra-se do alienante e acaso ele não pague pode-se cobrar do adquirente. 
 
 
 
42 
155 
Pois bem. Aquela decisão acima comentada, consolidada na Súmula nº 554 do STJ, de que a responsabilidade 
da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou 
punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão, é integralmente aplicável à 
responsabilidade tributária prevista no art. 133 do CTN em estudo. 
Aposta 08 - Responsabilidade Tributária do Administrador de Pessoa 
Jurídica 
A transferência da responsabilidade tributária para o administrador da pessoa jurídica está prevista no inciso 
III do art. 135, segundo o qual os diretores, gerentes ou representantes (em resumo, administradores) de 
pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a 
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato 
social ou estatutos. 
Atenção: o dispositivo legal em questão não atribui a responsabilidade tributária ao sócio 
pela sua simples condição de sócio-cotista; é necessário ser sócio-diretor, sócio-gerente 
ou sócio-representante, ou seja, administrador. 
Pois bem: De acordo com o STJ, o mero inadimplemento da dívida tributária por falta de condições 
financeiras (o que pode levar e não raras vezes leva a pessoa jurídica à falência) não é considerado “infração 
à lei” para fins de aplicação dessa responsabilidade tributária (Súmula nº 430). 
Diferentemente, o encerramento irregular da pessoa jurídica enseja a responsabilização tributária do 
administrador que o era no momento do encerramento irregular (Súmula 435). 
Aposta 09 - Exclusão da responsabilidade pela denúncia espontânea da 
infração 
O art. 138

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