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LEI ANTICORRUPCAO (LEI 12 8462013)


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LEI ANTICORRUPÇÃO LEI 12.846/2013 1
LEI ANTICORRUPÇÃO (LEI 
12.846/2013)
Passei Direto  Concursos Públicos Felipe Lima)
A Lei Anticorrupção Lei 12.846/2013  LAC foi promulgada com o intuito 
de dispor sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas 
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou 
estrangeira.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização 
objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela 
prática de atos contra a administração pública, nacional 
ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às 
sociedades empresárias e às sociedades simples, 
personificadas ou não, independentemente da forma de 
organização ou modelo societário adotado, bem como a 
quaisquer fundações, associações de entidades ou 
pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, 
filial ou representação no território brasileiro, constituídas 
de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
Esta Lei aplica-se de forma específica aos atos considerados lesivos à 
Administração Pública praticados por pessoas jurídicas.
Responsabilidade pelos atos lesivos à Administração Pública 
A Lei Anticorrupção atribui às pessoas jurídicas uma responsabilidade 
objetiva pela prática de ato lesivos contra a Administração Pública.
Isso significa dizer que não é necessário comprovar sequer culpa ou dolo 
(elemento subjetivo da responsabilidade civil) para que haja a 
responsabilização.
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Portanto, para que a pessoa jurídica se responsabilize basta que esteja 
comprovada a (i) conduta lesiva; (ii) o dano; e (iii) o nexo de causalidade, 
que é o que une aquela conduta ao dano provocado.
NA LEI
A responsabilidade ocorrerá se o ato lesivo for praticado no interesse 
ou benefício da pessoa jurídica, exclusivo ou não: isso é, independe se 
o ato lesivo beneficia só ela ou também outras PJʼs;
O fato de a PJ ser responsabilizada não isenta que seus 
dirigentes/administradores (ou qualquer pessoa natural, autora, 
coautora ou partícipe do ato ilícito) também sejam responsabilizados.
A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da 
responsabilização individual das pessoas naturais citadas acima;
Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por 
atos ilícitos na medida da sua culpabilidade;
A PJ será responsabilizada ainda que haja alteração contratual, 
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.
Atos lesivos à Administração Pública 
Chamamos atenção para o fato de que o caput do artigo 5º deixa claro que 
são os atos que atentem contra o patrimônio público nacional ou 
estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra 
os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.
Para a doutrina majoritária, trata-se de rol das condutas que veremos 
abaixo é taxativo(numerus clausus), não admitindo extensão:
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, 
nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos 
aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas 
no parágrafo único do art. 1º , que atentem contra o 
patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra 
princípios da administração pública ou contra os 
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, 
assim definidos:
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I  prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, 
vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa 
a ele relacionada;
II  comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de 
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos 
previstos nesta Lei;
III  comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa 
física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais 
interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos 
praticados;
IV  no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou 
qualquer outro expediente, o caráter competitivo de 
procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer 
ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude 
ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica 
para participar de licitação pública ou celebrar contrato 
administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo 
fraudulento, de modificações ou prorrogações de 
contratos celebrados com a administração pública, sem 
autorização em lei, no ato convocatório da licitação 
pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro 
dos contratos celebrados com a administração pública;
V  dificultar atividade de investigação ou fiscalização de 
órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua 
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atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e 
dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro 
nacional.
Responsabilização administrativa e judicial na Lei 12.846/2013 
Responsabilização administrativa 
Ao passo em que o artigo 6º da LAC define que na esfera administrativa as 
pessoas jurídicas responsáveis poderão ser punidas com (i) multa e (ii) 
publicação extraordinária da decisão condenatória, bem assim que essas 
sanções podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, o 
artigo 7º trata da dosimetria da pena.
Isso porque a multa pode variar seu percentual 0,1% a 20% sobre a base 
de cálculo definida pela LAC, bem como a autoridade competente deverá 
decidir se aplica apenas a multa ou apenas a publicação extraordinária.
É nesse intuito (dosar a pena) que o artigo 7º afirma diversos parâmetros 
para fixação das sanções, tais quais a gravidade da infração, a situação 
econômica do infrator, entre outras.
Além disso, a partir de seu artigo 8º a LAC passa a tratar do processo 
administrativo de responsabilização, afirmando que a instauração e o 
julgamento de processo administrativo para apuração da responsabilidade 
de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade 
dos Poderes.
Ainda, a LAC permite que a autoridade máxima delegue essa 
competência (instauração e julgamento). No entanto, proíbe a 
subdelegação(não pode a autoridade delegada delegar para uma terceira 
autoridade).
Nesse sentido, a responsabilização deverá ocorrer de ofício ou mediante 
provocação,observados o contraditório e a ampla defesa.
Por fim, tratando-se de administração pública estrangeira, a apuração, o 
processo e o julgamento dos atos ilícitos competem à Controladoria-Geral 
da União  CGU.
Responsabilização judicial 
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Já o procedimento de responsabilização na via judicial está previsto entre 
os artigos 18 a 21 da LAC.
É importante deixar claro que, ainda que já tenha reconhecido, na via 
administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica, isso não afasta a 
possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.
Isso ocorre porque os atos lesivos à Administração Pública podem ser 
punidos na via administrativa, cível (judicial) e penal (judicial).
Quando a LAC trata da responsabilidade judicial, está falando da 
responsabilidade cível, quando então passa a prever as seguintes sanções:
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º 
desta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, por meio das respectivas Advocacias 
Públicas ou órgãos de representação judicial, ou 
equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação 
com vistas à aplicação das seguintes sanções às 
pessoas jurídicas infratoras:
I  perdimento dos bens, direitos ou valores que 
representem vantagem ou proveito direta ou 
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do 
lesado ou de terceiro de boa-fé;
II  suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III  dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV  proibição de receber incentivos, subsídios, 
subvenções, doaçõesou empréstimos de órgãos ou 
entidades públicas e de instituições financeiras públicas 
ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 
1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.